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Ludicidade e Pedagogia Do Brincar
Ludicidade e Pedagogia Do Brincar
Ludicidade e Pedagogia Do Brincar
A PEDAGOGIA DO
BRINCAR
Caroline Costa
Nunes Lima
Dos espaços destinados
ao brincar
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre os aspectos relacionados aos
espaços destinados ao brincar, e também verá como documentos legais
elaborados pelo Ministério da Educação compreendem as relações entre
esses espaços e a aprendizagem, tendo em vista que por meio de jogos
e brincadeiras, a criança se desenvolve física, cognitiva, emocional e
socialmente. Além disso, reconhecerá as principais características dos
espaços destinados à ludicidade e a brincadeiras na escola e como suas
re(significações) podem promover momentos estimulantes para a cons-
trução da aprendizagem.
Espaços escolares
Observamos na imagem a composição de variados ambientes nesse espaço
escolar. Eles não estão dispostos aleatoriamente, como um mero cenário, e,
sim, organizados de modo que estejam integrados e relacionados ao ensino
e à aprendizagem e fazendo parte do Currículo. Nesse sentido, as Diretrizes
Curriculares Nacionais Para a Educação Infantil – DCNEI trazem como eixos
norteadores da Educação Infantil as interações e a brincadeira (BRASIL,
2010, p. 25-27).
Art. 8º.
A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como
objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e
articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim
como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à
dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.
§ 1º Na efetivação desse objetivo, as propostas pedagógicas das instituições
de Educação Infantil deverão prever condições para o trabalho coletivo e para
a organização de materiais, espaços e tempos que assegurem:
I — a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo in-
dissociável ao processo educativo;
II — a indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva,
linguística, ética, estética e sociocultural da criança;
III — a participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e
a valorização de suas formas de organização.
O termo espaço refere-se ao espaço físico, ou seja, aos locais para a atividade
caracterizados pelos objetos, pelos materiais didáticos, pelo mobiliário e pela
decoração. Já o termo ambiente refere-se ao conjunto do espaço físico e às
relações que se estabelecem no mesmo (os afetos, as relações interpessoais
entre as crianças, entre crianças e adultos, entre crianças e sociedade em
seu conjunto).
Como é organizado?
Quando se pensa nos espaços para bebês, sua organização certamente deverá
dar conta das necessidades de ampla movimentação, interação física com os
objetos, interação sensório-motora, aconchego e segurança oferecidos pelo
adulto. Os espaços deverão possibilitar, portanto, a exploração por meio
de todos os sentidos, a descoberta de características e relações dos objetos
ou materiais mediante experiência direta, manipulação, transformação e
combinação de materiais variados, a utilização do corpo com propriedade, a
interação com outras crianças, enfim, a oportunidade de construir a própria
autonomia na resolução de suas necessidades. A harmonia das cores, das
luzes, do equilíbrio entre móveis e objetos, assim como da decoração da sala,
influenciará a sensibilidade estética das crianças, ao mesmo tempo em que
permitirá que elas se apropriem dos objetos da cultura na qual estão inseridas.
Assim, ações simples, como a de colocar móbiles coloridos, propiciar a audição
de músicas relaxantes, pendurar objetos em elásticos desde o teto, prender
folhas secas em fios de nylon, colocar tiras de papel que se movem com o ar
e colocar cortinas em esconderijos, podem ser excelentes auxiliares nessas
construções. Para as crianças maiores, outros móveis, objetos e acessórios
tornam-se indispensáveis para povoar o espaço. É necessário pensar em novas
nuances e possibilidades de ação no ambiente que constroem, como mesas
adequadas para pintar e desenhar, caixas com diferentes tipos de tintas, pincéis,
colas, tesouras, papéis de diversos formatos, texturas e tamanhos, livros de
histórias, baús com roupas e fantasias.
Pelo trecho apresentado, vemos que essa organização deve ser flexível e
variar de acordo com as necessidades dos educandos, os padrões sociais pre-
estabelecidos. É importante ofertar à criança um ambiente físico escolar que
promova um espaço adequado para a socialização por meio de brincadeiras
diversificadas, com recursos capazes de estimular a motivação e a criatividade.
Outro ponto a ser refletido diz respeito ao fato de que a organização espacial
destinada à brincadeira e à aprendizagem não deve se limitar aos espaços das
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