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Paraná
Jane Valente
setembro 2018
De que família(s) falamos?
Algumas reflexões sobre o acolhimento de crianças no Brasil
Séc.XVIII e XIX milhares de crianças foram enviadas a
instituições assistenciais brasileiras
Antecedentes
Santas Casas de Misericórdias
Aparelhadas com as rodas dos expostos Fonte: Renato Pinto Venâncio
Roda dos expostos
Cláudia Fonseca,
1995
CONCEITO DE FAMÍLIA
CONSTITUIÇÃO - 1988
Capítulo VII
Art. 226 - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado
§4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade
formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
ECA
Art. 25º- Entende-se por família natural a comunidade formada
pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes
Art. 25, Parágrafo único: Entende-se por família extensa ou ampliada aquela
que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal,
formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive
e mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Lei 12010/09)
Passa-se, com isso, a valorizar mais as diversas formas de viver família,
próprias da cultura familiar brasileira, e nem por isso desestruturada, mas
com estruturas diferenciadas que precisam ser respeitadas, desde que
representem cuidado e proteção às crianças e adolescentes que com elas
convivem.
O acolhimento na própria família não se enquadra nessa proposta, pois acolhe por
tempo indeterminado uma mesma e específica criança/adolescente. Essa alternativa
merece atenção especial, por ser inerente à cultura brasileira – cultura esta estudada
pela perspectiva da “circulação de crianças” –, e poderia ser tratada de forma especial
num programa/serviço de guarda subsidiada.
Profissionais dos serviços que atendem crianças e adolescentes em situação
de rua relatam existir um grande número deles que, antes de alcançarem as
ruas, já residiram com outras pessoas (tios, avós, madrinhas, entre outras).
as famílias acolhedoras acolhem várias crianças (sai uma, entra outra, dentro
de uma avaliação com o serviço) não existe vínculo pré existente
Reintegração familiar
BACHELAR (1989)
O cuidado precisa ser vivido, ser sentido, ser apropriado para que o
ser humano tenha a capacidade de se desprender desse Outro que
representou para ele o cuidado e viver outras experiências que são o
reflexo de toda essa existência. As relações de apego vividas na
infância, permitem o amadurecimento necessário para viver a
autonomia.
Todas as relações vividas desde o berço - alegrias, incertezas, frustações,
amorosidade, ternura, limites, consideração - são como colocadas em uma
bolsa individual, que o ser adulto recorre e, as encontra ou não, frente as
vicissitudes da vida.
Uma criança precisa de sustentação para olhar o seu mundo e ter coragem
de experimentar, de sair e de voltar tantas vezes quanto necessário, pois o
espaço de proteção a acompanha, livrando-a dos perigos da vida e
encorajando-a a buscar o novo e o aprendizado.
Tanto os tratados nacionais como os internacionais asseguram as
duas prerrogativas maiores que a família, a sociedade e o Estado
devem conferir à criança e ao adolescente para operacionalizar a
garantia dos seus direitos: cuidados e proteção.
A comunidade para a criança é tão importante como a família, pois é nela que
a sua formação se completa.
Os espaços de escuta individuais e coletivos
Sinclair (apud Hek 2010) sugere que a visão da criança deve ser levada
mais em consideração quando se pensa no desenvolvimento de Serviços
de Acolhimento Familiar. Isso não significa que as crianças sempre
sabem o que é melhor para elas em determinados momentos, mas elas
têm opiniões muito claras, que podem ser usadas para ajudar a pensar
em maneiras pelas quais o acolhimento familiar pode ser mais bem
aplicado ou desenvolvido.
(Discussões no MNCFC)
CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA: DIREITO FUNDAMENTAL
CARVALHO (2008b) enfatiza a mudança na forma de fazer a política pública: da
ênfase setorial, que marcou a gestão tradicional, para a priorização da
comunidade territorial.
É CARVALHO (2008b) que afirma ainda que o reflexo dessas novas lógicas –
família e comunidade – ganha centralidade na política social.
São forças sociais em presença. […] Os projetos societários têm no seu horizonte
uma imagem de sociedade a ser construída, dirigindo-se à sociedade em seu
conjunto.
No contexto do atual trabalho na politica pública de AS,
Janevalente@gmail.com