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Dicas de Redação Oficial para

concursos

Aprenda mais sobre Redação Oficial para provas de concursos.


Publicado em 15/09/2016 - 12h00 • Atualizado em 06/09/2017 - 15h51

1. Conceitos, elementos, características, natureza, classificação


De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, a
redação oficial “é a maneira pela qual o Poder Público redige atos
normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista
do Poder Executivo”. Além disso, continua dizendo que “é inaceitável
que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos”. Logo, a sua
natureza é normativa e deve nortear a elaboração de comunicações
oficiais.
2. Princípios da Redação Oficial
Os princípios que regem a Redação Oficial são 4: impessoalidade,
formalidade, concisão, nível de linguagem. A impessoalidade decorre
da “ausência de impressões individuais de quem comunica”, “da
impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas
possibilidades”, “do caráter impessoal do próprio assunto tratado”. É
preciso ressaltar que como é o servidor público quem redige as
comunicações oficiais, necessita-se manter o grau de impessoalidade,
sem interferência da opinião.
Além disso, é necessário que haja formalidade, padronização, nas
comunicações, utilizando, para isso, os pronomes de tratamento. Já a
concisão, de acordo com o documento oficial, está presente no texto
"que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo
de palavras”. Logo, o autor deve ter conhecimento para redigir o texto
e ainda saber revisa-lo.
Vale ressaltar que o nível de linguagem se dá pela utilização da norma
culta, por ser uma comunicação do Serviço Público, que tem como
objetivo informar, normatizar leis e decretá-las.
3. Pronomes e Expressões de Tratamento
Os pronomes de tratamento são usados para manter a formalidade,
impessoalidade e respeito para com as autoridades. Lembrando que a
concordância com esses pronomes ocorre na terceira pessoa do
singular sempre. Veja abaixo como deve ser usado:
“São de uso consagrado:
        Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo;
Presidente da República; Vice-Presidente da República; Ministros de
Estado; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito
Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos
de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da
União; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais
de Contas Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas
Municipais.
c) do Poder Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juízes;
Auditores da Justiça Militar.
        O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos
Chefes de Poder é "Excelentíssimo Senhor", seguido do cargo
respectivo:
 Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
 Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
 Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
        As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor,
seguido do cargo respectivo:
 Senhor Senador,
 Senhor Juiz,
 Senhor Ministro,
 Senhor Governador.
4. Abreviações, siglas e símbolos
As Reduções Ortográficas também são comuns em comunicados
oficiais nas redações. Entretanto, há certas regras para fazer a
redução.
 Símbolos: eles são reduções conhecidas internacionalmente. Eles são
escritos com letra minúscula, sem ponto, sempre no singular, e
quando símbolos químicos (com letras maiúsculas, sem ponto).
 Siglas: são abreviaturas que servem para reduzir locuções
substantivas próprias. Elas são escritas em letras maiúsculas quando
a sigla tiver três letras ou quanto todas as letras forem pronunciadas.
Observação: quando usar pela primeira vez a sigla, recomenda-se
explicar, entre parênteses, seu significado.
 Abreviaturas: para escrever as abreviaturas corretamente, necessita-
se: escrever a primeira sílaba e a primeira letra da segunda sílaba,
seguida de ponto, como em “adj.”. A abreviatura deve ter metade da
palavra original, caso contrário, é melhor escrever por inteiro.
5. Tipos de Documentos usuais na Correspondência Oficial [1]
6. Correio eletrônico: cuidados e características que devem pautar o tratamento de assuntos
oficiais por meio da internet 

Sabe-se o quanto o correio eletrônico tornou-se um meio de


comunicação barato e muito útil, sendo a principal ferramenta para a
transmissão de documentos. Como é muito flexível, o que se deve
atentar impreterivelmente é quanto ao uso dos pronomes adequados e
uma linguagem correta.
Para que o correio eletrônico seja conhecido como documento legal, é
preciso que exista a certificação digital, a fim de atestar a identidade
do remetente. É indicado que se utilize o recurso de confirmação de
leitura ou peça para o remetente confirmar o recebimento. O campo
assunto, por exemplo, deve ser de fácil compreensão e de
organização para ambos os envolvidos, remetente e destinatário.

[1] Retirado de http://www.campos.rj.gov.br/arquivos/Manual


%20Oficial.pdf
***
Tipos de documentos oficiais

Como vimos acima, o Manual de Redação  especifica a padronização


de comunicações oficiais, de modo que a redação dos atos possa
seguir um padrão e assim organizar as correspondências conforme a
natureza do documento.
Há diversos documentos oficiais, como o aviso, o telegrama, correio
eletrônico. O Padrão Ofício, por exemplo, corresponde a uma
diagramação única de três documentos: ofício, memorando e aviso.
Dessa forma, é possível uniformizar todo o procedimento, garantir
agilidade e segurança ao seguir as normas para redigi-lo.
O Padrão Ofício conta de inúmeras partes. São elas:
•    Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o
expede. Por exemplo: Of. 123/2002-MME;
•    Local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à
direita;
•    Assunto, contendo o teor do documento;
•    Destinatário com nome e cargo;
•    Textos (caso não seja apenas encaminhamento de documentos,
deverá conter um texto que tenha introdução, desenvolvimento e
conclusão).
•    Fecho;
•    Assinatura, de quem enviou;
•    Identificação do signatário;
Diagramação e estrutura do Padrão Ofício
As formas de diagramação do Padrão Ofício também são
especificadas, como a fonte utilizada (Times New Roman corpo 12 no
texto e 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé), a paginação
obrigatória após a segunda página, a paragrafação de 2,5 cm,
espaçamento simples entre linhas e 6 pontos após cada parágrafo.
Como já dito, o Padrão Ofício serve para três documentos. “O aviso é
expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
demais autoridades”. E o memorando é um tipo de comunicação
estritamente interna. Aliás, é válido notar o quanto o memorando tem
como objetivo a rapidez e simplicidade. A sua tramitação é ágil.
Em relação à forma e estrutura do aviso e ofício, é necessário seguir
as normas do Padrão Ofício e adicionar o vocativo. No cabeçalho ou
rodapé, é preciso conter: nome do órgão ou setor, endereço postal,
telefone e endereço de correio eletrônico. Já o memorando tem como
diferença o destinatário, o qual deve ser mencionado pelo cargo que
ocupa.
Além do Padrão Ofício, há outros documentos que seguem regras
específicas, como a exposição de motivos (que é especificamente
dirigido ao Vice-Presidente da República ou ao Presidente da
República), mensagem, telegrama, fax e correio eletrônico.
É válido ressaltar que o correio eletrônico, o e-mail, é um documento
que permite maior flexibilidade e praticidade. Não se tem uma
estrutura específica ou normas, porém, é indicado que a linguagem
seja compatível e adequada. Para o e-mail possuir um valor
documental, é necessário existir certificação digital.
O telegrama também é outro documento que já foi superado por
outros mais inovadores e mais ágeis. Entretanto, se faz o uso dele
quando não é possível o uso do e-mail ou do fax. Sabe-se que o
telegrama tem um valor elevado, por isso que, se for ser utilizado, é
necessário que seja conciso e claro. Não há um padrão a ser seguido,
porém, os próprios Correios têm uma estrutura pronta e padronizada,
que prima pela sintetização máxima da mensagem.

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