Estado e Nação são dois conceitos vulgarmente vistos e associados como sendo o mesmo
apesar de absolutamente não o serem.
Em suma a Nação corresponde a um grupo de indivíduos que partilham a mesma cultura (e até por exemplo por vezes os mesmos costumes, língua e/ou ideais) com a ausência de poder político. A Nação atribui-se muitas vezes um dado sentimento de pertença em que os indivíduos se sentem ligados por laços emocionais e ideológicos e por vezes materiais ou até mesmo espirituais. Esta convergência de valores e fatores tanto naturais, históricos e até psicológicos leva por vezes a uma vontade coletiva. Um dos melhores e mais simples exemplos contemporâneos o desenvolvimento de um sentimento coletivo nacionalista no século passado na Alemanha em que sujeitos portadores de determinados traços étnicos seriam melhores e superiores e consequentemente privilegiados. A este exemplo podemos agregar a ideia de que Nação tem cores de uma realidade tipicamente sociológica e em nada jurídicas (ao contrário do Estado), é um conceito subjetivo e pode preceder ou até prescindir do Estado. Por sua vez uma Nação pode originar e fazer parte de vários Estados (tal como no Médio Oriente e os vários países ali existentes). Estado por sua vez é o único a deter poder político e fixa a sua autoridade na forma da Constituição por exemplo, tem um território delimitado pelas suas fronteiras e os indivíduos nesse mesmo estão sujeitos ao seu poder. Ao contrário do que vimos no ponto anterior, o Estado retrata-se através de uma realidade jurídica e objetiva. Em suma, uma Nação politicamente organizada poderia ser rotulada de Estado. Aliás uma ou várias Nações podem compor um Estado (tal como na Suíça). A Estado atribui-se três elementos essenciais e pilares deste conceito: o Povo, o Território e o Poder Político. Ao Povo pertencem não o número de indivíduos que habita no Estado, mas sim ao número de cidadãos desse mesmo. Ao Território pertencem as fronteiras e delimitações físicas e geográficas (aéreas, marítimas e terrestres). Ao Poder Político que se subdivide em soberano, semi-soberano, não soberano, unitário e composto. Na conceção de Estado podemos então afirmar que este transparece na organização da vida em sociedade ao qual principalmente o último pilar (o Poder Político) que lhe é característico tem um particular papel na sua ordenação seja ela no Território ou no Povo e surge claro da necessidade e procura de organizar e condicionar o comportamento humano em sociedade e ser assim um mediador coletivo e individual o qual pode impor pela força o seu conjunto de normas e leis para além de ser soberano. Num breve resumo, e após termos visto as características de tanto Nação como Estado, podemos afirmar concretamente que estes dois conceitos são bem distintos numa multitude de formas e maneiras. O Estado é Estado porque é soberano. O Estado é um conceito político enquanto que a Nação é um conceito primariamente cultural e psicológico. Enquanto que no Estado há leis que ligam os diversos indivíduos presentes no mesmo, na Nação são as emoções e sentimentos que estabelecem essa corelação. Para além disso a conceção de Estado tem elementos claramente definidos e objetivos enquanto que a conceção de Nação não, e é muito mais subjetiva (tomando como exemplo a língua falada pode ser fator unificador de uma Nação enquanto que noutra esse mesmo fator pode ser de origem étnica).
Políticas Públicas para Educação Profissional No Brasil Uma Análise Sobre A Concepção, Execução e Gestão Do PRONATEC No Âmbito Da Bolsa-Formação (2011-2018)