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12/02/2023

Contabilidade de Gestão
Ano letivo 2022/2023
Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Docente
Flávio Morais
fmorais@iscsp.ulisboa.pt

Objetivos de Aprendizagem

Aquisição de conhecimentos elementares, no

domínio da Contabilidade de Gestão, de forma a

preparar o aluno para a análise e tomada racional

de decisões.

VALORIZAMOS PESSOAS 2

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12/02/2023

Objetivos de Aprendizagem

No final da unidade curricular os/as alunos/as deverão compreender:

 O que é a Contabilidade de Gestão e como ela contribui para a Gestão

 As bases em que assenta a Contabilidade Geral

 Para que serve e como se faz uma análise económico-financeira

 Os vários elementos da Gestão Orçamental

VALORIZAMOS PESSOAS 3

Conteúdo Programático

1. Introdução à Contabilidade de Gestão

2. As Bases da Contabilidade Geral

3. Introdução à Análise Económico-Financeira

4. Gestão Orçamental

VALORIZAMOS PESSOAS 4

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12/02/2023

PLANO DE AULAS E AVALIAÇÃO

FEVEREIRO (2 aulas)
13 e 27: Apresentação e Aulas teórico-práticas

MARÇO (4 aulas)
6, 13, 20 e 27: Aulas teórico-práticas

ABRIL (2 aulas) Modalidade de Avaliação Final:


17 e 24: Aulas teórico-práticas Exame escrito (100%).

MAIO (3 aulas)
8, 15 e 22: Aulas teórico-práticas e Aula de Dúvidas/Revisões

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Bibliografia
• Borges, A. e A. Rodrigues (2014), Contabilidade e Finanças
para a Gestão (5.ª ed.), Lisboa: Áreas Editora.
• Caiado, A. (2015). Contabilidade Analítica e de Gestão.
Lisboa: Áreas Editora.
• Ferreira, D., Vicente, C., Asseiceiro, J., Vieira, J., & Caldeira, C.
(2019). Contabilidade de Gestão (2.ª ed.). Lisboa: Rei dos
Livros.
• Nabais, C. & Nabais, F. (2016). Práticas de Contabilidade
Analítica e de Gestão. Lisboa: LIDEL, Edições Técnicas.
• Saraiva, A., Nunes, R., Fantasia, M., Rodrigues, A., &
Coimbra, C. (2018). Contabilidade de Gestão. Coimbra:
Edições Almedina.

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12/02/2023

Conteúdos programáticos

1. Introdução à Contabilidade de Gestão

1.1. Definição

1.2. Objetivos

1.3. Conceitos

1.4. Sistema de gestão da performance

VALORIZAMOS PESSOAS 7

Conteúdos programáticos

1. Introdução à Contabilidade de Gestão

1.1. Definição

1.2. Objetivos

1.3. Conceitos

1.4. Sistema de gestão da performance

VALORIZAMOS PESSOAS 8

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12/02/2023

Conceito de Contabilidade

A contabilidade é um sistema de informação cujo objetivo é …


reconhecer, …
medir, e …
reportar …
factos económicos e financeiros de uma organização aos seus
utilizadores interessados (stakeholders)

Produzir, analisar, interpretar e apresentar relatórios sobre o desempenho financeiro e operacional,


incluindo a garantia da fiabilidade da informação

Reconhecer e relatar Papel passivo

Análise da informação Papel ativo

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Outras definições de Contabilidade:

A Contabilidade é a atividade cuja função é fornecer informação


quantitativa, em primeira instância de natureza financeira, sobre
entidades económicas, que se assume como sendo útil para a tomada
de decisão estratégica.
American Institute of Certified Public Accountants

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Utilizadores da Informação Contabilística

Dois grandes grupos de utilizadores da informação contabilística:

 Internos à entidade, como gestores e outros funcionários.

 Externos à entidade, como acionistas, credores, entidades de


regulação, agências governamentais – INE - outras organizações
externas.

VALORIZAMOS PESSOAS 11

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Caraterísticas da contabilidade de gestão

a) Foco na informação financeira para utilizadores internos

b) Elaboração de relatórios financeiros quando necessários para a tomada de


decisão

c) Informação com propósitos específicos, refere-se a subunidades da


organização, é detalhada e relevante para a tomada de decisão

d) Informação elaborada de acordo com métodos e técnicas geralmente aceites e


não legais

e) A informação não é sujeita a auditoria externa

VALORIZAMOS PESSOAS 12

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12/02/2023

Conteúdos programáticos

1. Introdução à Contabilidade de Gestão

1.1. Definição

1.2. Objetivos

1.3. Conceitos

1.4. Sistema de gestão da performance

VALORIZAMOS PESSOAS 13

13

A Contabilidade de Gestão proporciona informação financeira e não financeira para:

Desenvolver e implementar estratégias (planeamento e orçamento)

Tomar decisões sobre produtos, serviços, preços e quais os custos a incorrer (tomada de decisão)

Assegurar que os planos são executados e os resultados alcançados (controlo)

A Contabilidade de Gestão está implicada no processo de planeamento, principalmente através


da formulação de orçamentos, na geração, análise, apresentação e interpretação de informação
de suporte à tomada de decisão e na monitorização e controlo da performance

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Perguntas que a CG procura responder

Que produtos ou serviços são rentáveis? Quais são os seus níveis de rendibilidade?

A partir de que preço de venda se recuperam os custos de produção?

Quanto custa um determinado departamento?

Quanto custa cada fase do processo produtivo de um bem?

Quanto custam as atividades que consomem os recursos das organizações?

Qual a rendibilidade de um determinado cliente?

Vale a pena subcontratar uma determinada atividade?

VALORIZAMOS PESSOAS 15

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Conteúdos programáticos

1. Introdução à Contabilidade de Gestão

1.1. Definição

1.2. Objetivos

1.3. Conceitos

1.4. Sistema de gestão da performance

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Conceitos

Custo É o valor monetário dos recursos utilizados para alcançar um objetivo,


como adquirir ou produzir um produto ou prestar um serviço

Comportamento Os custos podem variar proporcionalmente com as variações da atividade


dos custos (custos variáveis) ou não se alterarem (custos fixos)

É uma entidade utilizada para representar uma parte discreta da

Objeto de custo organização em relação à qual a gestão pretende planear, medir,


controlar, ou tomar decisões. Pode consistir numa divisão da
organização, numa função, atividade, produto, serviço ou cliente

VALORIZAMOS PESSOAS 17

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Conceitos

São grupos com características semelhantes, nomeadamente quanto


ao tipo de custo (custo com materiais, mão de obra, gastos de
Centro de custos
funcionamento, ...), à sua origem (departamento, secção, unidade
orgânica) ou responsabilidade. Por exemplo, cada unidade orgânica
pode constituir um centro de custo.

VALORIZAMOS PESSOAS 18

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Conceitos
São todas as matérias ou materiais consumidos que incorporam o produto
Matérias-Primas (MP) acabado, que após as operações de transformação características do regime de
fabrico da empresa, dão origem a produtos acabados

Constituída pelas remunerações e encargos do pessoal diretamente afeto à


Mão-de-Obra Direta (MOD)
fabricação dos produtos

Abrangem todos os custos de produção, excluindo as MP e a MOD. Por serem


Gastos Gerais de Fabrico
(GGF) comuns a vários produtos em fabricação, são atribuídos aos produtos de forma
indireta, através de critérios de imputação

Custos não Industriais Correspondem à soma dos custos de distribuição, custos administrativos e custos
(CNI)
financeiros

VALORIZAMOS PESSOAS 19

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Conceitos

Custos diretos Os custos que podem ser diretamente atribuídos a um objeto de


custo. Ex:Matérias-primas; mão-de-obra direta

São aqueles que não podem ser diretamente imputados a um objeto


Custos indiretos
de custo, dado o seu caráter transversal a diferentes objetos de custo.
Ex: serviços de limpeza

VALORIZAMOS PESSOAS 20

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O custo de supervisionar trabalhadores da fábrica e o custo de manusear


materiais são exemplos de custos não diretamente identificados com produtos
individuais, sento portanto custos indiretos para os produtos (gastos gerais de
fabrico)

O custo da Matéria- Prima para o Produto A seria um custo diretamente


imputado ao Produto A.

O salário do funcionário que trabalha diariamente na produção do Produto A


seria um custo imputado diretamente ao Produto A.

VALORIZAMOS PESSOAS 21

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Comportamento dos custos

Quando queremos relacionar os custos com o nível de atividade surgem os conceitos de


custos fixos, fixos por patamares, variáveis e semi-variáveis.

São custos independentes do nível de atividade (unidades produzidas, horas de


Fixos trabalho). No longo prazo todos os custos são variáveis.

Um bom exemplo são as rendas pela utilização de um edifício

São fixos num determinado nível de atividade.


Fixos por Um bom exemplo são as necessidades de serviços de supervisão. À medida que o
patamares pessoal aumenta é necessário contratar mais colaboradores com funções de
supervisão. Assim, somente a partir de um número adicional de trabalhadores
contratados é que é necessário contratar um supervisor.

VALORIZAMOS PESSOAS 22

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Comportamento dos custos

Têm um comportamento linear com o nível de atividade. À medida que o volume


Custos variáveis aumenta eles aumentam num valor constante.

Um exemplo são as matérias-primas e outros inputs diretamente usados na produção

São custos com características de custos fixos e variáveis (por vezes também
chamados de custos mistos ou semi-fixos). É o caso da eletricidade.
Custos semi-
variáveis Há mensalmente um custo fixo para além do custo variável (consumo de
eletricidade).

VALORIZAMOS PESSOAS 23

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Os custos industriais variáveis apresentam uma relação de crescimento proporcional,


progressivo ou degressivo face a acréscimos de atividade são atribuídos ao custo do
produto fabricado ou serviço prestado

Os custos industriais fixos, por não estarem relacionados com variações da atividade,
mantêm-se inalterados dentro de determinado nível de capacidade instalada, poderão ou
não serem considerados no custo dos produtos ou serviços

Os diversos sistemas de custeio distinguem-se pela incorporação dos custos fixos


industriais no custo dos produtos ou em alternativa pela sua inclusão em custos de período,
afetando os resultados líquidos.

Custeio total ou Custeio variável Custeio racional


por absorção
VALORIZAMOS PESSOAS 24

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Custos Industriais Variáveis e Fixos

Custo Industrial dos Produtos Acabados

Total Custos Total ou Parte Custos


Variáveis Industriais Fixos Industriais

 Os sistemas de apuramento do custo dos produtos (ou sistemas de custeio) diferem,


somente, em função do valor dos custos fixos industriais.

 Os custos fixos não industriais são sempre custos do período independentemente do


sistema de custeio adotado.

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Custeio total

Sistema que imputa aos produtos ou atividades finais todos os custos diretos e indiretos, com
exceção de custos considerados não incorporáveis.

Os custos fixos industriais incluídos na produção não vendida irão ser integrados na
valorização dos inventários, fazendo parte do custo do produto. Os resultados só serão
afetados aquando da venda dos produtos acabados

Custo Industrial da Produção Acabada (CIPA) = quantidade produzida x custo


industrial unitário variável + custos fixos totais industriais

Custos Industriais não Incorporados (CINI) = 0

VALORIZAMOS PESSOAS 26

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Custeio total

Custos
industriais
Variáveis
Custos
industriais
Fixos

Custo dos produtos/serviços

VALORIZAMOS PESSOAS 27

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Custeio variável
É uma técnica na qual se consideram todos os custos de produção
variáveis, diretos e indiretos, como custos do produto. Os restantes custos são
do período.

Os custos fixos industriais são custos do período, afetando os resultados


quando ocorrem, independentemente das unidades produzidas terem sido
vendidas ou não

Custo Industrial da Produção Acabada (CIPA) = quantidade produzida x custo


industrial unitário variável

VALORIZAMOS PESSOAS 28

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Custeio variável

Custos
industriais
Variáveis

Custo dos produtos/serviços

VALORIZAMOS PESSOAS 29

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Custeio racional

O sistema de custeio por absorção que utiliza quotas racionais denomina-se


sistema de custeio racional ou custeio por absorção moderado. O custeio racional é
um caso particular do custeio global (ou por absorção)

Pretende-se neutralizar os efeitos da variação de atividade sobre o custo de


produção

O sistema de custeio racional consiste em imputar os custos fixos industriais ao


produto na medida em que os meios disponíveis são realmente utilizados, de acordo
com a seguinte fórmula:

𝐏𝐫𝐨𝐝𝐮çã𝐨 𝐫𝐞𝐚𝐥
𝐂𝐮𝐬𝐭𝐨𝐬 𝐟𝐢𝐱𝐨𝐬 𝐢𝐧𝐝𝐮𝐬𝐭𝐫𝐢𝐚𝐢𝐬 𝐢𝐦𝐩𝐮𝐭𝐚𝐝𝐨𝐬 = 𝐱 𝐜𝐮𝐬𝐭𝐨𝐬 𝐟𝐢𝐱𝐨𝐬 𝐢𝐧𝐝𝐮𝐬𝐭𝐫𝐢𝐚𝐢𝐬
𝐏𝐫𝐨𝐝𝐮çã𝐨 𝐧𝐨𝐫𝐦𝐚𝐥

VALORIZAMOS PESSOAS 30

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Custeio racional

Custos
industriais
Custos
variáveis industriais
fixos (com
base
atividade)

Custo dos produtos/serviços

VALORIZAMOS PESSOAS 31

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Exemplo
Variável Total Racional
Produção 500.000 500.000 500.000
Custos variáveis 10 10 10
Custos fixos 300.000 300.000 300.000
Capacidade 80%

Custos produto 5.000.000 5.300.000 5.240.000


Custo unitário 10,00 10,60 10,48

Cenário 1
Vendas (qt) 500.000 500.000 500.000
Preço venda unitário 30 30 30
Vendas 15.000.000 15.000.000 15.000.000
Custo vendas 5.000.000 5.300.000 5.240.000
Margem bruta 10.000.000 9.700.000 9.760.000
Custos não incorporados 300.000 0 60.000
Resultado 9.700.000 9.700.000 9.700.000
Stock 0 0 0
VALORIZAMOS PESSOAS 32

32
12/02/2023

Exemplo
Variável Total Racional
Produção 500.000 500.000 500.000
Custos variáveis 10 10 10
Custos fixos 300.000 300.000 300.000
Capacidade 80%

Custos produto (CIPA) 5.000.000 5.300.000 5.240.000


Custo unitário 10,00 10,60 10,48
Cenário 2
Vendas (qt) 400.000 400.000 400.000
Preço venda unitário 30 30 30
Vendas 12.000.000 12.000.000 12.000.000
Custo vendas 4.000.000 4.240.000 4.192.000
Margem bruta 8.000.000 7.760.000 7.808.000
Custos não incorporados 300.000 0 60.000
Resultado 7.700.000 7.760.000 7.748.000
Stock 1.000.000 1.060.000 1.048.000

VALORIZAMOS PESSOAS 33

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Custos incorporáveis e custos não incorporáveis

Os custos incorporáveis são os custos que a gestão decide imputar às atividades, funções,
bens e serviços no âmbito do modelo da contabilidade de custos. Por outro lado, os custos
não incorporáveis são custos que a gestão pode decidir não incorporar às atividades, bens
e serviços, levando-os diretamente aos resultados do período (como por ex. os custos
extraordinários, os custos com os órgãos de gestão universidade, provisões, imparidades).

VALORIZAMOS PESSOAS 34

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Custos incorporáveis e custos não incorporáveis

VALORIZAMOS PESSOAS 35

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Conteúdos programáticos

1. Introdução à Contabilidade de Gestão

1.1. Definição

1.2. Objetivos

1.3. Conceitos

1.4. Sistema de gestão da performance

VALORIZAMOS PESSOAS 36

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12/02/2023

Um sistema de gestão da performance deve proporcionar informação fiável que beneficie os


esforços de redução de custos, que mensure e melhore a produtividade e identificar melhores
processos de produção.

Deve também providenciar informação fiável sobre o custo dos outptus (bens ou serviços) de modo a
que as decisões sobre o preço, introdução de novos produtos, abandono de produtos e reação a
estratégias da concorrência possam contribuir para o valor da empresa

VALORIZAMOS PESSOAS 37

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Princípios de um sistema de gestão do desempenho organizacional (performance management)

1. Os indicadores devem demonstrar uma forte relação causa-efeito


Indicadores de processo (lead) e de resultados (lag). Para prever os outputs/outcomes é necessário medir e
controlar o que causa aqueles resultados

2. Combinação eficaz de métricas financeiras e não financeiras


Com demasiada frequência o relato de gestão está demasiadamente focado nos resultados financeiros, em vez de
métricas não financeiras que terão um impacto financeiro (Ex: Aumento das reclamações dos clientes)

VALORIZAMOS PESSOAS 38

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3. Informação relevante, fiável e tempestiva


A informação deve estar acessível no momento, no local e do modo que for mais relevante e fiável para a tomada
de decisão
Deve refletir as necessidades dos utilizadores, resultar de um processo consistente e estar disponível
oportunamente
A informação deve ser apresentada de um modo que transmita a mensagens chave, sem ambiguidades quanto às
ações alternativas, num formato gráfico e intuitivo
4. Integridade dos dados
É essencial para que seja gerada confiança no sistema de informação de gestão. Para o efeito é necessária a
definição de normas e controlo da qualidade

VALORIZAMOS PESSOAS 39

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5. Acessibilidade e boa organização


A informação deve ser de fácil acesso, através de sistemas intuitivos e organizados de modo a que reflitam o
contexto da organização.

6. Integração da informação nos processos de gestão


A informação obtida a partir do sistema de informação deve ser utilizada para efeitos de tomada de decisão e
accountability

7. Deve afetar os comportamentos nas direções desejadas


Os indicadores devem procurar medir fenómenos que levam a comportamentos desejados na organização, tal
como o trabalho em equipa, a inovação e a colaboração, facilitando a implementação destes comportamentos.
Benchmarking e associação com o sistema de recompensas.

VALORIZAMOS PESSOAS 40

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