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Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação na educação:
RECURSOS DIGITAIS E AUTISMO
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Centro de Ciência e Tecnologia – CCT / Laboratório de Ciências Químicas – LCQUI
Campos dos Goytacazes, RJ, 2023
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 03
INCLUSÃO 06
COMPETÊNCIAS DIGITAIS 16
GAMIFICAÇÃO 20
APRESENTAÇÃO E CRIAÇÃO DE VÍDEOS 32
LÚDICO NA REDE SOCIAL DIGITAL 42
PLANEJAMENTO DE MATERIAL DIDÁTICO DIGITAL 47
PROGRAMAÇÃO EM BLOCOS VISUAIS 59
APRESENTAÇÃO
OBJETIVO: esse material foi planejado com objetivo de complementar o curso
“Autismo e recursos Digitais”. Acreditamos que a educação no século XXI, transpassa os limites
da sala de aula e os participantes desse novo momento estão cada vez mais preparados para
serem colaborativos na sua própria formação, dependendo apenas de nós, para dar um incentivo
e direcionamento.
O curso é organizado em tópicos. Como o foco é aplicar as tecnologias digitais viáveis ao
processo de ensino de alunos com TEA em sala de aula, iniciaremos por esse “olhar”,
considerando a competência digital, a questão conceitual da inclusão em sala de aula e o recurso
da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Nas etapas seguintes iremos abordar o passo
a passo para a criação de recursos didáticos digitais.
1 CERTIFICAÇÃO
Para receber o certificado é necessário entregar as tarefas. Essas tarefas estamos denominando de
atividade final. Onde, você vai desenvolver recursos didáticos no ambiente digital e
disponibilizá-lo. O tema das tarefas será designado por nós, você escolherá uma habilidade da
BNCC da área de Ciências Naturais dentro da lista que vamos disponibilizar.
EXEMPLO DE VÍDEO
A colega Luciane Morais, que participou da turma de 2020/2, desenvolveu um trabalho
bem legal. Não posso definir qual(is) foi(ram) a(s) dificuldade(s) que ela teve, porém, posso
dizer que obteve a melhor avaliação, na turma dela, por isso trouxe esse exemplo.
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https://www.youtube.com/watch?v=INJlsiiS9hk&t=2s
A sua atividade final deve estar alinhada com a BNCC escolha uma das habilidades da
nossa lista (EF01CI01, EF02CI01, EF02CI02, EF03CI05, EF03CI06) e prepare um roteiro de
aula conforme o modelo disponibilizado no link.
Observe que montamos o modelo no Canva. <<TEMPLATE ROTEIRO DE AULA>>
https://www.canva.com/design/DAFYs-dJ-dc/qwGFYZ_ZgqMdj_HgAoVu4Q/view?utm
_content=DAFYs-dJ-dc&utm_campaign=designshare&utm_medium=link&utm_source=publish
sharelink&mode=preview
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Já pensou o que é para que serve um roteiro ou plano de aula?
O Roteiro de Aula serve para organizar seu conteúdo e planejar seu tempo em sala de
aula (esse recurso é muito importante: o tempo).
No roteiro tem que ter a identificação do público alvo e do conteúdo, além do tempo que
planeja trabalhar. Mas, para conseguir chegar onde deseja, é necessário definir a dinâmica da
aula, ou seja, é necessário descrever o método.
Não só a questão de como vai acontecer, mas, como será avaliado. E avaliar não é “dar
uma prova”, é na verdade saber se você como professor alcançou seu objetivo.
Pense no roteiro de aula como um encontro. Então se sua disciplina tem até dois tempos
de aula ou um, seu planejamento não pode ser fatiado. Seu roteiro deve organizar os conceitos e
colocar em cada plano o número de conceitos possíveis de serem alcança pelo aluno.
O que é necessário?
1ª Conhecer a BNCC. Mas, não é ir direto e ver a habilidade, é entender a qual
competência está relacionada e qual é o objeto de conhecimento.
2º Definir seus recursos, mas lembre-se de quantos alunos tem em sua sala e quem é seu
aluno.
3º Definir seu método, com base no que vai ensinar e nos recursos empregados.
4º Defina como será sua avaliação, sempre lembrado do objetivo de aprendizagem e,
que, avaliar é mensurar sim, mas, o que você conseguiu ensinar.
Lógico, um plano tem itens necessários: identificação do professor; turma; carga
horária; área de conhecimento e componente curricular; competência(s); habilidade(s);
recursos necessários; procedimento metodológico; avaliação.
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Observação
Como esse material tem como proposta de estudo das tecnologias digital estamos
apresentando vídeos e textos on-line, assim, resolvemos incluir aqui tags bidimensionais que
servem para “linkar” o usuário do papel (este material) com a internet. A tag, quando for “lida”
por um dispositivo móvel (smartphone ou tablet) é capaz de direcionar para endereços na
internet.
Esses recursos são conhecidos por QRCode e, para serem executadas, necessitam de
leitor (programa específico) disponível para ser baixado em cada aparelho móvel e também de
acesso à internet, pelo aparelho que realizar a leitura.
Alguns aparelhos necessitam de um programa para leitura de QRCode instalado no seu
dispositivo móvel. Ao acionar o aplicativo (Leitor de QRCode ou a câmera direta na TAG) no
dispositivo móvel e apontá-lo para a imagem, na apostila, vai aparecer o endereço eletrônico da
informação.
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TÓPICO: Inclusão
Objetivo da etapa: identificar que um material didático digital inclusivo é
um processo de planejamento e deve conter estratégias que motivem todos
da sala de aula. Nessa etapa, esperamos fazer compreender que os
“puxadinhos de acessibilidade” não são soluções para todos, mas, apenas
para alguns. Entender o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e apresentar
recursos didáticos.
Inclusão e educação
É necessário reconhecer a necessidade, na formação
do docente, quanto aos temas voltados para a inclusão.
Devemos considerar esse contexto para além das questões
de normatizações ou convenções. Entendemos que é
importante adotar um design que atente para inclusão no
sistema educacional, assim como é adotado pela engenharia
civil: um modelo universal (equitativo; flexível; simples e
intuitivo; tolerância ao erro; baixo esforço físico).
Precisamos avaliar os desafios em diversas ordens: pontualidade, incompatibilidade de
equipamentos, altos custos, falta de conscientização, treinamento e falta de recurso específicos.
Pesquisadores (AGUILAR MORIÑA; PERERA, 2019; MILONE; TRAVERSINI, 2019),
apontam que a aprendizagem dos professores, sobre a inclusão, ocorre na prática da sala de aula
e não durante a graduação. Por isso, precisamos conversar sobre questões de inclusão!
Os alunos, cada um com sua singularidade, requerem da escola uma postura diferente em
relação ao processo de ensino-aprendizagem e, principalmente, que ela rompa com os métodos
tradicionais de ensino e procure novas formas de ensinar nas áreas do campo social, cultural e
tecnológico (SANTOS, 2020; SENA e SANTOS, 2020).
O processo de ensino aprendizagem de alunos com deficiência pode ser facilitado por
meio de instrumentos de TDIC se utilizarmos o método adequado. Por isso é importante
desenvolver métodos que facilitem a utilização destes recursos por este grupo. Devemos ter
sempre em mente que os recursos certos em conjunto com os métodos certos resultam em um
ótimo avanço no processo de ensino aprendizagem (AFONSO E XAVIER, 2018).
Dentre as barreiras associadas à inclusão, as atitudes dos professores representam um
fator-chave para que ela aconteça adequadamente. Muitos professores se deparam com alunos
com deficiência em sala de aula e não sabem como agir. O professor encontra muitas barreiras
para construir o conhecimento e a autonomia dos educandos com deficiência. Os estudantes com
deficiência mesmo presentes em sala de aula, muitas vezes ficam segregados na hora da
realização das atividades (GARRAD, RAYNER, PEDERSEN, 2019; SANTOS, 2020; JURY,
2021). Este curso vem com a proposta de auxiliar você, professor, a desenvolver seu trabalho em
sala de aula de forma mais inclusiva.
Este material não pretende descrever na sua totalidade o que é a inclusão. Na verdade,
conto com o conhecimento e experiência de cada um de vocês para dar continuidade nesse
contexto.
Antes de terminar, e vocês assistirem os vídeos, deixo uma questão: inclusão é apenas
acessibilidade? Ou inclusão na EDUCAÇÃO é acessibilidade, questões sociais, limitações
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individuais (físicas ou cognitivas) e diversidades (étnicas, raciais ...)? Sei que não cabe
discussões de tantas aflições, nem conseguiremos neste material criar uma universalização na sua
complexidade em relação as tecnologias, apenas estamos dando o sinal de alerta que temos muito
mais para construir.
https://bit.ly/Marco22_22
https://bit.ly/Marco22_23
https://bit.ly/Marco22_24
Debate
Espero que a questão: “COMO PODEMOS DESENVOLVER RECURSOS DIGITAIS NO CONTEXTO
INCLUSIVO?”, oriente a nossa conversa.
Mas, eu também tenho questões que sempre me incomodam e vou deixar aqui com
vocês, deve servir para debatermos: quando desenvolvo um material, para “o aluno específico”,
não seria integração? quando eu encaminho meu aluno para a sala de recurso, pela minha falta de
conhecimento, não seria segregação?
Vamos debater? Mas, tragam a experiência e quem não tiver, traga a curiosidade,
assim como eu trouxe.
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A fusão de todos estes transtornos em uma única categoria, Transtorno do Espectro Autista, foi
justificada por estes transtornos apresentarem os mesmos deficits nos domínios de comunicação
social e comportamentos repetitivos e estereotipados 1 diferindo apenas na intensidade dos
deficits que vão de leve a grave (APA, 2014).
1
Os movimentos estereotipados são movimentos impulsivos e desnecessários socialmente No Brasil, são aqueles
movimentos conhecidos popularmente como “tique nervoso. Como exemplo temos agitar as mãos, estalar os dedos,
piscar, balançar alguma parte do corpo, tocar objetos com os dedos, girar objetos, morder, se apertar e bater em algo
ou em partes do corpo.
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Em uma pesquisa com crianças com TEA, Fernandes e colaboradores (2021) constatou
que as crianças participantes apresentaram déficits psicomotores relacionados a praxia fina2,
tônus muscular, coordenação motora e controle postural. E, algumas, também apresentaram
2
A praxia fina, também denominada motricidade fina, é o trabalho de forma ordenada dos pequenos músculos,
engloba os movimentos precisos do corpo realizado pelas mãos, como por exemplo, recortar, pegar em uma pinça,
escrever, pintar, entre outros que exigem alto nível de destreza.
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alterações sensoriais como por exemplo, respostas intensas a certos sons e texturas, cheirar ou
tocar objetos, sensibilidade a ruídos externos, fascínio por luzes ou objetos com movimento,
além de oscilações de humor e atenção. Podem apresentar também, ocasionalmente, indiferença
à dor e temperatura (FERNANDES et.al., 2021).
O ambiente pode piorar o comportamento estereotipado uma vez que, a agitação
psicomotora tem relação com as alterações sensoriais, aumentadas com maior frequência na
audição. À medida que a pessoa com TEA recebe informações do ambiente externo, ocorre uma
resposta hiper-reativa que é interpretada como agitação (PIMENTA, 2019; FERNANDES et.al.,
2021; ZAMPELLA, 2021).
Vale ressaltar que cada autista é único e cada um vai apresentar as características em diferentes
graus e terá algumas áreas mais afetadas do que outras. Por isso, é necessário avaliar o aluno
com TEA previamente. Todas as especificidades do aluno devem ser consideradas ao ensinar um
aluno com TEA. As intervenções pedagógicas precisam começar a partir das características
específicas de cada indivíduo.
Crianças com autismo (TEA) aprendem de modo diferente das outras crianças. Elas tem
dificuldade em aprender coisas abstratas ou por meio de imitação, observação e transmissão
simbólica. Apresentam também dificuldades como: aprender usando os métodos tradicionais de
ensino; colocar-se no lugar do outro e entender certas situações; compreender e usar metáforas,
pronomes interrogativos e ironias; seguir ordens muitos complexas com mais de uma instrução;
não entendem conceitos abstratos como saudade, tristeza, preocupação, amor, raiva e agonia
(OLIVEIRA, 2014).
Como mostrado na figura 2, as dificuldades de aprendizagem podem ser agrupadas em
quatro áreas determinantes: dificuldade de atenção uma vez que algumas crianças não têm
capacidade em se concentrar, dificuldade de generalização, dificuldade de compreensão pois
aprendem usando a mecanização, qualquer alteração no contexto faz com que ele fique confuso,
e dificuldade de persistência, desistem e tem acessos de raiva quando não conseguem realizar a
tarefa. Eles têm facilidade com repetições, mesmices, rotinas, aprendizado com conteúdos
visuais e memorização. (GARCÍA & RODRÍGUEZ, 1997; OLIVEIRA, 2014)
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Fonte: a autora com base em GARCÍA & RODRÍGUEZ, 1997; OLIVEIRA, 2014
complexas, enquanto outros podem ter deficiência intelectual (CHEN et.al., 2018; DUARTE
et.al., 2021).
Em, aproximadamente, 70% dos casos de TEA há um outro distúrbio associado, como
por exemplo deficiência intelectual (~50%), Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade-TDAH (28 – 44%) e epilepsia (~10%). Outras comorbidades também podem
estar associadas, como o transtorno obsessivo compulsivo, transtorno bipolar, distúrbio
alimentar, esquizofrenia, psicose e distúrbio do sono (GAIATO, 2018).
O professor ao considerar todas essas peculiaridades consegue proporcionar um ensino
que faça com que o aluno se desenvolva. Uma ferramenta que auxilia o professor é o Plano de
Ensino Individualizado, mais conhecido como PEI. Ao realizar esse plano o professor deve
considerar as características do indivíduo, bem como suas habilidades já desenvolvidas e as a
serem desenvolvidas. Nele o professor coloca as metas a serem alcançadas durante um certo
período de tempo e as estratégias que serão utilizadas. A elaboração do PEI é um processo
coletivo, envolvendo as expectativas dos pais, professores e demais profissionais que trabalham
com o aluno. O PEI é um instrumento norteador de seu
trabalho pedagógico, que viabiliza a educação do aluno com TEA.
modelo de PEI.pdf
https://drive.google.com/file/d/1LgFRet-WvadrxpcLQz27TkJpUU0Lc-ah/view?usp=share_link
estilos diferentes de aprendizagem. Estes estilos são baseados nos sentidos e se dividem em
visual, auditivo e cinestésico. O visual compreende os alunos que aprendem por meio da visão
com uso de imagens, vídeos, palavras, gráficos, já o auditivo engloba aqueles alunos que
aprendem melhor através da escuta, como músicas e áudios. Tem ainda os que são cinestésicos
cuja assimilação é facilitada através do toque, da interação e possibilidade de manipulação de
materiais. No geral, os alunos têm um estilo predominante para aprender os conteúdos, podendo
ainda haver alguns em que há a mistura equilibrada dos três estilos: visual, auditivo e cinestésico.
A maioria dos alunos com TEA são visuais (NOGUEIRA et.al., 2020; GALLERT, 2005;
FRANÇA, 2019).
Algumas crianças com TEA apresentam dificuldades em abstração, por isso o uso de
recursos visuais no ensino é recomendado. As pistas auditivas também são muito importantes
para o ensino, pois elas envolvem o aluno e fazem com que ela acompanhe melhor o que está
acontecendo (RODRIGUES E CRUZ, 2019).
A utilização do recurso didático por parte do professor é fundamental para o ensino,
porém, deve ocorrer de forma adequada. Recurso didático é todo material usado para auxiliar o
processo de ensino e aprendizagem de um determinado conteúdo. Há uma gama enorme de
recursos didáticos que podem ser utilizados nesse processo, desde o quadro negro até um data
show, passando por jogos, vídeos, experimentos e assim por diante. Os alunos com TEA, em sua
maioria, pouco participam das aulas quando são utilizados recursos didáticos mais simples. Os
recursos tecnológicos são facilitadores do acesso aos saberes de modo a abranger todos os alunos
e minimizar as dificuldades de aprendizagem (FRANCISCO JUNIOR & LAUTHARTE, 2012;
EGIDO et al., 2018).
Os recursos tecnológicos digitais surgem como uma possibilidade de inovação nos
recursos didáticos, especialmente no desenvolvimento de pessoas que carecem de medidas
educativas especiais, como as pessoas com TEA. Os recursos tecnológicos digitais têm potencial
para serem utilizados como ferramentas de apoio e estratégias de ação em propostas pedagógicas
contemporâneas (STOCHERO, 2017).
Em seu trabalho Fontenele destacou que:
As tecnologias digitais podem atuar como uma ponte para um novo modelo educacional
e dependendo da metodologia aplicada e dos instrumentos utilizados pelo professor,
pode gerar mudanças necessárias na educação de pessoas com autismo, bem como
construir um sujeito mais funcional e eficaz no seu processo de aprendizagem.
(FONTENELE, 2018)
A utilização dos recursos tecnológicos digitais como recurso didático vem dar o suporte
necessário para o ensino da pessoa com TEA, beneficiando o desenvolvimento e possibilitando a
sua motivação. Os recursos tecnológicos digitais têm o potencial de suprir os deficits causados
pelo transtorno uma vez que a sua utilização na educação inclusiva proporciona ao aluno o
desenvolvimento de habilidades como a tomada de decisões, a comunicação, a memorização, a
concentração, o desenvolvimento motor e cognitivo e a percepção visual e sonora (CASSEMIRO
et al. 2017).
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Os recursos didáticos tecnológicos que vêm sendo utilizados com alunos com TEA
variam bastante dentre as referências obtidas. A seguir destacamos alguns recursos didáticos
tecnológicos que podem apresentar algum impacto no processo de ensino e aprendizagem de
pessoas sem deficiência, mas sobretudo de pessoas com TEA.
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DESENHO UNIVERSAL PARA APRENDIZAGEM - DUA
Não que seja meta deste curso apresentar o DUA, mas, por questão de atualização e
demonstração da visualidade da inclusão em um plano internacional, vamos comentar sobre o
DUA. Trata-se de uma abordagem do Center for Applied Special Technology (CAST), uma
organização de pesquisa sem fins lucrativos, definida por David H. Rose na década e 1990
(CAST, 2018).
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e “pluralidades” que podem existir em ambiente educacional (PLETSCH et al., 2020). Mas,
devemos considerar o framework do DUA como uma estrutura aberta, sempre em construção.
Precisamos pensar no DUA como recurso na etapa de planejamento, para desenvolver
currículo, programa pedagógico e o roteiro de aula. O DUA não reflete a aplicação para “o”
aluno (de forma individual), mas para todos, não é um “puxadinho” que atende alguma
necessidade específica. Considera-se que todos têm necessidades diferentes e, portanto,
aprendem por diferentes métodos e recursos. Ou seja, sendo redundante, mas com objetivo de
tornar claro, o DUA não é para o aluno com deficiência física ou cognitiva ou qualquer tipo de
transtorno, é para a heterogeneidade ou diversidade de uma sala de aula. Mais uma vez, o DUA
não é uma etapa para o professor somente na sala de aula, é para todos da comunidade escolar,
pensar em como SERÁ a aula.
Entendam que ADAPTAR para atender uma ou mais pessoas é REMENDAR, em outras
palavras, é o “puxadinho”.
Em relação à inclusão da educação no Brasil, desde a promulgação das novas Diretrizes
Curriculares Nacionais (BRASIL, 2010) e incorporação de princípios da Educação Inclusiva
por meio da Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1996), ampliou-se e organizou-se o conceito e
contextualização da inclusão e valorização das diferenças. Entendendo que o processo de incluir
requer a participação de todos os alunos, sem distinção, compreendendo alunos com e sem
necessidades especiais, diferentes credos, etnias, gênero, entre outros, pensar em um material
didático verdadeiramente inclusivo é um dos grandes desafios da educação do século XXI.
DO DUA, O QUE PODEMOS TRAZER PARA NOSSA CULTURA?
- PLANEJAMENTO: A PROPOSTA É QUE A INCLUSÃO SEJA PLANEJADA ANTES DA SALA DE AULA.
- ENGAJAMENTO: ASSIM, COMO FOI COMENTADO NO TEXTO, EXPLICANDO O DUA, NÃO É DO PROFESSOR
EM SALA, MAS DE TODA COMUNIDADE ESCOLAR, PRINCIPALMENTE DA ADMINISTRAÇÃO.
- RECURSOS DIVERSIFICADOS: DEVEMOS TENTAR EMPREGAR O MÁXIMO DE RECURSOS PARA UM MESMO
CONCEITO. ISSO COMPLICA A VIDA DO DOCENTE? NÃO VEJO POR ESSE PRISMA, POIS AQUI O CURSO PODEREMOS
DESENVOLVER VÁRIOS RECURSOS E COMPARTILHAR COM OS COLEGAS.
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Debate
Vamos começar a refletir? Para isso, deixo um questionamento como processo norteador:
Como utilizam as tecnologias digitais nas suas aulas? (Considere a estratégia empregada para
criar ou pesquisar na rede por recursos, consideram técnicas inclusivas no contexto das
habilidades da BNCC para promover o ensino-aprendizagem; As dificuldades para identificar os
recursos digitais considerando a BNCC e técnicas de inclusão, em razão da sua formação;
Estratégias para aplicação na sala de aula.)
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BNCC - Você está pronto para encarar este desafio?
Em um cenário, para além de concepções conteudistas, no ano de 2018, a Base Nacional
Comum Curricular (BRASIL, 2018) foi homologada pelo Ministério da Educação (MEC),
considerando as etapas da Educação Infantil ao Ensino Médio. Entre os apontamentos
identificados na BNCC, estão as competências gerais da Educação Básica, a fim de promover o
protagonismo do aluno desenvolvendo capacidades e habilidades requeridas em um mundo de
constantes transformações.
Nesse documento normativo, o uso de Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação (TDIC) ganha espaço expressivo em duas das dez competências gerais:
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Assista o vídeo:
https://bit.ly/Marco22_15
Agora, nos falta definir, EM TERMOS GERAIS, O QUE É A COMPETÊNCIA. Como vimos, a
competência não é um procedimento ou uma lógica algorítmica, com etapas sequencialmente
definidas, não há uma condição entrante ou dispersante, mas uma “reunião de saberes” para
exercer a cidadania.
Nesse argumento, quando nos atentamos para compreender A COMPETÊNCIA DIGITAL,
podemos definir que é: a capacidade de resolver problemas, a partir do conhecimento adquirido
de diferentes áreas, em confronto às novas condições tecnológicas. Sendo assim, quando temos
competência digital, nos tornamos capazes de analisar, avaliar e, por consequência, nos
apropriar dos valores que podem nos oferecer as tecnologias digitais, como recurso
educacional.
Para concluir, vamos assistir o vídeo:
https://bit.ly/Marco22_21
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TÓPICO: Gamificação
Objetivo da etapa: O recurso de gamificação permite diferentes
comunicações e instiga o aluno. Ao final desse tópico você será capaz de
criar jogos pedagógicos digitais.
Jogo da memória
O uso de jogos na aprendizagem torna o processo de ensino-aprendizagem prazeroso
porque facilita a compreensão e os alunos aprendem o conteúdo de uma forma que, para eles, é
mais fácil. O uso dos jogos desperta o interesse, facilita o aprendizado, e pode gerar certa
autonomia. Ao investigarmos a utilização dos jogos didáticos digitais com alunos com TEA,
identificamos que quando os jogos são utilizados em sala de aula eles proporcionam momentos
diferenciados na aprendizagem.
Dentro de suas possibilidades existe também: a de imprimir. Isso mesmo, posso criar para
ambiente digital, mas posso usar uma atividade pronta em sala de aula.
Vamos conhecer um pouco desse recurso. Aponte a câmera do celular para o QR-Code e
acesse a plataforma e um vídeo explicativo.
https://bit.ly/marco22_64 https://bit.ly/marco22_65
Se tiver uma conta google, email do gmail por exemplo, faça o login com ele clicando em
sign in with Google.
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Você vai precisar de imagens, que você pode salvar do google. Vá no google procure a
imagem que você quer e salve ela em uma pasta do seu computador. Para salvar basta clicar com
o botão direito do mouse sobre a imagem e clicar em salvar imagem como.
Veja o exemplo a seguir:
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Escolha a imagem na pasta do seu computador onde você salvou a imagem do google, vá
em abrir
Faça o mesmo procedimento para adicionar os demais pares. Depois clique em Concluído.
https://wordwall.net/pt/resource/14008858/borboletas/ciclo-de-vida-borboleta
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Em uma pesquisa, o QUIZ foi utilizado como instrumento de avaliação para alunos com
TEA e se mostrou relevante e útil. O QUIZ despertou o interesse dos participantes, os
envolveram no processo avaliativo e possibilitaram mensurar a aprendizagem.
Quiz, é um jogo de perguntas e respostas e tem como objetivo realizar uma avaliação dos
conhecimentos do jogador a respeito de um assunto específico.
Para realização desse jogo também utilizaremos o site Wordwall, para elaborar o QUIZ,
basta ir em criar atividade.
Abrirá uma janela com diversas opções de jogos. Para criar um QUIZ é preciso escolher
Questionário ou Questionário de programa de televisão.
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Veja o Exemplo:
Após concluído, o jogo aparecerá pronto, mas algumas configurações são necessárias. Role
a página e na parte de opções escolha se você quer que as perguntas tenham tempo para
serem respondidas, se quer limitar a quantidade de tentativas através da opção vidas, depois
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de qual pergunta quer a rodada bônus, se vai dar opções de ajuda e se vai mostrar as
respostas ao final do jogo. Veja:
Aparece uma pergunta de cada vez com a quantidade de opções que você preencheu vai de
2 a 7. Observe que se a resposta for muito grande a letra fica pequena. Cuidado com isso.
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Se a resposta selecionada estiver errada ele mostra que está errada e em seguida mostra a
resposta correta.
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Ao abrir as respostas o aluno poderá vê as perguntas e as respostas que acertou e/ou errou.
https://wordwall.net/pt/resource/22650702/quiz-metamorfose-da-borboleta
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A frequência de utilização de vídeos como recurso didático tem aumentado nas salas de
aula uma vez que, o vídeo é uma tecnologia digital popular, econômica, sempre disponível, de
fácil utilização e ótima aceitação por parte dos alunos. O vídeo proporciona um maior interesse
em aprender um determinado conteúdo, gera nos alunos uma expectativa positiva, os deixando
mais atentos e envolvidos com o conteúdo. Para a utilização do vídeo ser prazerosa para o aluno
é fundamental que a linguagem seja de acordo com a realidade dele (GOLDSMITH e
LEBLANC, 2004; SILVA et.al 2012; MELO, 2016).
Ao realizar uma pesquisa em relação ao processo de ensino de alunos com TEA, Melo
(2016) identificou que o uso de vídeos ilustrativos foi uma prática educativa eficaz e benéfica
para uma aluna com TEA. O uso do vídeo foi relevante pois captou a atenção e ajudou na
concentração da aluna durante a aula (MELO, 2016).
Logo, criar slides é uma tarefa que depende de vários fatores para que seja um recurso efetivo
(eficiente e eficaz). Alguns softwares permitem editar imagem, recolorir, criar formas como o
PowerPoint.
Seja qual for a interface de software que vai usar, o importante é saber algumas
regras:
- IMAGENS: não usar imagem que não acrescente; não encher de imagens; não
deformar as imagens.
- CORES: buscar uma paleta de cores para toda apresentação.
- RECURSOS: evite o famoso bonequinho sem rosto, bem como animações
desnecessárias; não use muito texto; não use tabelas com muitas informações (dívida por partes).
- FONTES: evite as serifadas; não misture muitas fontes (duas é o suficiente); não
use fontes pequenas.
- LAYOUT: o slide é um outdoor para ideia principal, não encha de informações;
você pode estar sendo transmitido em diferentes plataformas e recursos.
- CRIATIVIDADE: vejam outros sobre o mesmo tema, busque fazer um
benchmarking.
O site da Visme tem uma lista de possibilidades, clica no link e veja.
https://bit.ly/marco23_03
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https://bit.ly/marco23_02
Infelizmente a versão gratuita do Prezi não é mais colaborativa, já foi. Mas, o PowerPoint
na versão outlook (no caminho: Inicializador de aplicativos) é possível compartilhar. Também na
plataforma google workspace a apresentação permite criar slides compartilhados, tem o
Geneally, o Canva...
Trago um exemplo de utilização, vou deixar esse e também estou
compartilhando com vocês.
https://prezi.com/idqcbr5cg5kv/copy-of-candau-vera-maria-et-al-formacao-cont
inuada-de-professores/
Plataforma Canva
Nesse tópico vamos ver um ambiente, muitos devem conhecer, ou pelo menos já ouviram
falar: o CANVA.
Mas, para que o ambiente de design serve para TIC na educação? Na verdade, o Canva
tem muitos recursos, desde criar posts e vídeos para redes sociais até criar aulas, ou propor
atividades interativas com alunos. Antes de explicar, esclarecemos que o Canva não é o único,
existem outros, como a plataforma Crelo, o Trakto, o aplicativo Over para celular, entretanto, o
Canva é o mais conhecido.
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https://bit.ly/marco22_48
Off-line - desktop
Existem também vários softwares que estão disponíveis para editar ou criar vídeos no
padrão off-line. A Microsoft, na versão do sistema operacional Windows 10 adotou o <<foto>>,
é o visualizador de imagem que também produz vídeos.
Apesar disso alguns softwares de edição, com licença free ou com os atuais recursos free
e pro, ganharam “terreno”. Você poderá produzir vídeos apenas arrastando as imagens para
dentro do software e ainda é possível colocar efeitos e música de fundo, ou áudio que poderá ser
gravado ao mesmo tempo que faz as apresentações. Como também poderá editar um vídeo
inserindo várias imagens (como o exemplo da sua apresentação desenvolvida em slides,
convertidas para imagens jpeg – todos os softwares criadores de slides fazem essa conversão) e
adicionando o áudio. É lógico que com um pouco de conhecimento da ferramenta e muita
criatividade você cria vídeos cada vez melhores.
Vamos ver a opção do editor do próprio Windows e o ShotCut, que acho bem mais leve
que os demais, com bons recursos e tem muitos vídeos explicativos sobre ele. Caso queira algo
específico é só buscar na rede. Por exemplo: digamos que eu queira retirar o fundo de uma
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imagem ou vídeo no ShotCut, só pesquisar com o termo “remover fundo ShotCut”. Na verdade,
isso é o efeito chroma key.
https://bit.ly/marco22_35 https://bit.ly/marco22_36
Existem outros, se você conhece algum sugiro que trabalhe com esse, entretanto, se não
tem nenhum e quer ampliar, sugiro o canal do Lucas Conde no YouTube, esse do vídeo que
apresentou o ShotCut.
http://bit.ly/marcoVd1 https://bit.ly/marco22_37
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Era possível fazer captura da tela com YouTube, na página de eventos ao vivo (mas agora
tem que ter uma quantidade de seguidores). Para o desktop sugiro buscar e ver sobre OBS
Studio.
A pergunta é: para que eu preciso gravar minha tela? Digamos que queira ensinar seus
alunos o uso de algum recurso e não consegue descrever os passos, faz com captura de tela e ele
consegue ver mesmo à distância.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Nessa etapa temos muitos recursos, como vimos podemos criar um vídeo com diferentes
ferramentas.
O vídeo é um recurso muito importante, pois desperta o interesse do outro, muito mais
que um texto. Sendo assim, é necessário desenvolver um planejamento, considerando áudio e
imagem, recursos que devem aparecer além da imagem do contexto principal. Nesta etapa vou
apresentar alguns recursos.
EDITANDO ÁUDIO
Vamos pensar? Se eu for desenvolver o vídeo em que serei o narrador, preciso de
cuidados com a voz. Em geral, quando conversamos temos os pigarros, os “ehhhhhh”, “i
esqueci”, uma respirada mais profunda, um cachorro que late ao fundo, um carro que buzina....
e, assim, vários outros elementos que não queremos que apareça no áudio. Nesse caso, sugiro
um editor de áudio para sua narração. Um editor de áudio bem simples é o Audacity.
No vídeo a seguir temos uma demonstração para iniciantes.
https://bit.ly/marco22_41
Uma dica que o vídeo não mostra é como apagar uma parte do áudio, para deletar uma
parte é só marcar o trecho que deseja excluir e clicar a tecla “Del”, simples assim. Outra dica
de ouro é que ao gravar um áudio coloque tecidos pendurados nas janelas e paredes, quanto
mais grosso melhor, se possível colchão, ou abra as portas dos armários de roupas. O tecido
absorve as ondas sonoras e evita o eco, diferente do vidro e das paredes.
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Se ao gravar um texto errar na pronúncia, para e refaz desde do início da frase, sem
parar de gravar, depois apaga com editor de áudios.
A VOZ
Um dos recursos que usamos de forma abrangente, seja no vídeo ou em uma
apresentação, é a voz. Já pensou como essa ferramenta é importante?
Trago mais um vídeo, agora específico de como colocar a voz como ferramenta. Esse
vídeo é um dos vários da área de voice design, voltados para EaD, mas que se encaixa muito
bem para nós.
https://bit.ly/marco22_42
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ROTEIRO
Até aqui falamos de “você” no vídeo e sua interação, mas, e o vídeo? Exato, temos que
planejar o vídeo. Qual o formato? O que vai “entrar” no vídeo na hora de editar, para
complementar sua narração? Esses elementos vão interferir também no cenário e na sua
posição no plano. Se não planejar os elementos e gravar no plano close, vai colocar imagens ou
texto na frente de seu rosto.
Pensando assim, talvez o melhor plano seria o americano ou meio plano. Pois, poderia
colocar na parte de baixo do vídeo uma legenda, por exemplo. Isso, logicamente, não define a
regra dos terços, apenas o plano. Ainda temos que pensar se vai entrar alguns recursos extras.
Nesse caso, seria definir a regra dos terços. Pois, se vai aparecer uma imagem para facilitar sua
explicação, você deveria estar ao lado dessa imagem (ou abaixo), logo, ou você ou a imagem
ocupará um terço do vídeo.
Outro elemento é o formato.
4:3 🡪 formato de televisão e monitor. Esse formato não é mais comum, mas, já foi.
16:9🡪 formato widescreen é formato retangular com a base maior que aas laterais. É o
formato mais comum hoje pelas telas e a própria imagem das televisões atuais.
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Mas, roteiro vai além, aliás, esses elementos são partes do planejamento, o roteiro é uma
das etapas do planejamento. A parte importante no planejamento do roteiro traz o texto a ser
lido, o recurso a ser apresentado e também os recursos complementares que serão adicionados
ao vídeo na etapa de edição. Existem vários modelos de roteiro para vídeo, a nossa sugestão é
fazer em duas colunas: uma com o áudio (texto a ser lido) e outra com o vídeo (elementos de
cena). Esse planejamento deve ser organizado em cenas. CADA CENA É UM PLANO.
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Nota: lettering é um termo em inglês usado para designar um texto desenhado, uma arte
no formato de texto. No roteiro, o termo indica um texto na tela (uma frase explicativa). Mas não
é um texto do tipo: “Essa é uma panela de cerâmica vermelha que se pode levar ao forno”,
nesse caso o lettering seria apenas: “panela em cerâmica” e a imagem apresentaria a cor
vermelha e a funcionalidade de assadeira.
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https://www.youtube.com/watch?v=JJDQB1_eqmk
Em pesquisas na web, vai observar que o YT é a segunda rede social apontada por sites
de marketing, inclusão digital e pesquisas sociais neste ano. Então, qual é o motivo de falar da
segunda e não da primeira? Na verdade, o que estamos querendo nesse tópico é o recurso de
divulgação que nos permite o YT. O vídeo publicado no canal do YT pode ser usado em vários
outros ambientes. E, além de alcançar diferentes públicos, permite interação com outras redes
sociais.
O que estamos propondo é o emprego dessa tecnologia com suporte ao processo de
ensino e suas interações com várias redes e recursos digitais. Para isso, vamos conhecer um
pouco sobre o YT.
Como criar canal no YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=JmvdmnI_Q9g
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https://www.youtube.com/watch?v=CuKeiojrFns
https://www.youtube.com/watch?v=9NlGHTZqdNI
https://www.youtube.com/watch?v=CME_VC04nwk
https://www.youtube.com/watch?v=4_WXsslKMuo
Estamos falando de inclusão, uma das formas mais comuns de incluir é a leitura de
legenda. Seja qual for (fazer ou achar na internet) tem que vir com o arquivo de legenda.
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LEGENDA NO (DO) YOUTUBE
Se você montar uma playlist de um determinado conteúdo, você cria um canal, mas como
se fosse um processo de ambiente virtual de ensino. Nesse contexto, existem vários canais
interessantes como YouTube Edu (https://www.youtube.com/c/educacao), GEG
(https://www.youtube.com/channel/UCMZJKaUg8qyU1gMxARWHTNw), Oficina do Estudante
(https://www.youtube.com/user/oficinadoestudante), Me Salva
(https://www.youtube.com/user/migandorffy) ... entre outros.
Além da questão de o YouTube ser uma plataforma que nos permite diferentes conteúdos
e ambiente virtual de variados conhecimentos, também, nos permite “depositar” arquivos para
“linkar” em outros meios, que em geral, não suporta ou não nos permite o envio de arquivo
considerados “grandes”.
Mas uma das questões importantes é a legenda. O YouTube faz a legenda de forma
automática, se quiser ele até traduz para outro idioma. Isso permite que nosso conhecimento vá
para além das nossas limitações físicas. Mas, a inteligência artificial por traz da leitura nem
sempre é compatível com a nossa forma de falar. Por isso, podem ocorrer erros na geração de
legendas automáticas.
Uma solução legal é você usar o YouTube para gerar a legenda inicial, e depois corrigir.
A correção pode ser feita diretamente na interface do YouTube. Ou, também em um
arquivo no seu computador e depois subir. Eu geralmente uso esse recurso. Ou, se preferir, ler
aquela palestra depois, pode baixar a legenda e ler quando der.
Para fazer o download eu uso o site dowsunb (https://downsub.com/). Observe a
sequência das imagens como eu faço.
Na página já identifica o local para colar o endereço do vídeo (nr 1) e apenas clicar
para baixar (nr 2). Após essa etapa, aparece abaixo o nome do vídeo e as opções de baixar SRT
e TXT (nr 3). Para o arquivo de legenda tem que usar o formato SRT.
O arquivo de legenda pode ser aberto no bloco de notas. A diferença entre os dois tipos é
na marcação do tempo que ocorre no arquivo SRT
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Ou seja, a lei apresenta que respeitando a não reprodução total, não denegrir a obra e o
uso para atender a pessoa com deficiência (no caso visual) ou educacional sem fins lucrativo,
não contrai problema de direito autoral. Por tanto, é desnecessário pedir autorização para fazer
uma paródia, para usar no processo didático do professor. Assim, considerando o emprego
educacional, não podemos considerar a paródia como reprodução de plágio nem recurso
abusivo. Mas, podemos dizer que se trata de um produto que possui uma base bem
caracterizada.
A paródia é, em si, uma releitura de uma obra conhecida. Essa obra pode ser uma
música, uma imagem, como a Mona Lisa, ou um poema. O emprego desse recurso visa facilitar
a construção do conhecimento do aluno.
Em geral, a paródia captura a atenção pelo lado cômico empregado, além, é lógico da
obra que será parodiada, ser amplamente conhecida pelo público que é destinada. O uso de
recurso lúdico torna a aprendizagem mais atrativa. Afinal quem não lembra das famosas frases
da tabela periódica? Eu lembro do meu professor cantando algumas dessas.
Esse processo lúdico, vai trazer além da emoção, sentimento para a construção de um
recurso que vai transpassar a linha do tempo. Ou seja, vai “quebrar”, ou amenizar, a curva do
esquecimento.
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Então, para finalizar esse conteúdo, deixo o vídeo que é uma oficina de paródia.
https://www.youtube.com/watch?v=M1yLL1Rr3sU
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"O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. O planejamento é
um instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos e ações serão necessários
hoje, para merecermos um futuro. O produto final do planejamento não é a informação:
é sempre o trabalho." (Peter Drucker)
Antes de iniciar a tarefa, caso não tenha realizado o plano de aula ou resolveu alterar o
que foi planejado, vamos relembrar nossa aprendizagem das diciplinas de didática:
1º Defina a etapa educacional (Ed. Infantil; ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS OU FINAIS;
Ensino Médio), o componente curricular, unidade temática ou campo de experiência (se for
Ed.Infantil), objeto de conhecimento e habilidade(s), de acordo com a Base Nacional Comum
Curricular. Para ter acesso à Base, clique aqui. (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/).
2º - Defina a habilidade
Isso é o principal para o conteúdo da disciplina ou de uma aula.
3º - “Trace” os objetivos
Os objetivos devem apresentar o que o aluno vai aprender.
Aqui também é necessário delimitar o tempo necessário para atender os objetivos
pensado.
4º - Defina sua metodologia para apresentar o conteúdo e avaliar o processo de ensino e
aprendizagem.
Lembre-se que as atividades colaborativas ajudam não só a aprendizagem como
também facilitam o emprego de tarefas mais elaboradas.
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https://goo.gl/xZ9aDA
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Carga cognitiva sensorial mais a complexidade do Segmente o contexto e diminuir a carga cognitiva,
contexto usando palavras chaves.
Para conhecer um pouco mais sobre a carga cognitiva, assista o vídeo sobre as duas
regras da teoria da carga cognitiva, da DIDATICs[1] no endereço:
https://www.youtube.com/watch?v=XMKolkxw7iI.
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Caso necessite, use a expressões de linguagem, mais esclareça. Por exemplo: “vou
exemplificar de forma figurada para entender o que é uma encapsulação de
protocolos. O processo lembra as camadas de uma cebola. Onde cada protocolo
recebe uma nova camada por cima da camada anterior”.
8) Avalie: faça uma autoavaliação e peça ajuda de outras pessoas para avaliar (colegas
da área, um colega que revise o texto e se possível até uma pessoa que não conheça o
conteúdo, para medir o quanto ele aprendeu com seu material).
9) Assista o vídeo sobre cinco dicas essenciais para a produção de mídias didáticas da
DIDATICs [1], no endereço: https://youtu.be/bimT8nIBGck.
10) Use recursos e linguagens inclusivas: evite a “figura de linguagem”; não produza
ambientes monocromáticos, que o torne confuso, nem com excesso de cores, que o
torne complexo; a dificuldade de aprendizagem e falta de atenção podem ocorrer pela
complexidade, falta de objetividade e generalização; considere a imagem antes do
texto escrito ou narrativo; use no máximo dois recursos cognitivos; use imagens com
boa definição; use fontes coerentes e tamanhos adequados, para não dificultar a
leitura; e, sempre procure usar o centro do recurso (em caso de vídeo o centro da tela,
em caso de apresentação o centro do slide...). Ao desenvolver um material didático
com as TDIC, pense na possibilidade de ser incluído um tradutor de libras.
Procure organizar para que não ocorram mais de uma pergunta por vez e
contextualizar sempre o enunciado.
11) Fique atento para o direito autoral: todo material deve conter alguma forma de
identificar a autoria. Tal questão faz parte da Constituição Brasileira (Art 5º, incisos
XXII, XXIII, XXVII e XXVII) e de legislação específica, contudo, os recursos das
TDIC parecem tornar essas relações banais, mas não são. É necessário considerar os
direitos de sua produção e de onde foram extraídos recursos e conhecimento. Bem
como, se a autoria está vinculada a uma instituição ou órgão, sempre que possível
deve fazer menção.
12) Material Didático Digital (MDD) para ambiente EaD ou presencial?: material didático
com recursos das TDIC são sempre recursos de aprendizagem e devem ser
respeitados as diferenças, entretanto, existe uma literatura muito mais preocupada
com a confecção de MDD para EaD. Mas, ao considerar que o material da EaD deve
ser “mais completo”, pois, não temos o aluno presente e, ele deve aprender por si
próprio, também podemos considerar que qualquer recurso para EaD é (ou deve ser)
viável para uma aprendizagem presencial.
13) MDD para ensinar ou aprender?: primeiro vamos questionar: ao desenvolver um
recurso qual a finalidade? Em geral, desejamos que ao utilizar o material o aluno
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aprenda, logo, dentro desse contexto, deve-se considerar que o material seja para
aprendizagem e, portanto, é material voltado para o aluno, por isso, os objetivos são
menções às quais esse deve alcançar. Você pode ter objetivos para o
desenvolvimento, mas não, necessariamente, é o objetivo do recurso.
14) Como pensar o projeto?: o desafio para criar um material didático envolve muitos
quesitos. Por isso, sugiro que reflita que o projeto deve ser pensado, repensado,
testado, para que não aconteçam surpresas. Observe a figura a seguir:
Como DICA IMPORTANTE, reafirmo que antes de iniciar um planejamento para criação de
material didático, é coerente questionar-se: eu domino e estou atualizado sobre o conteúdo? e,
eu estou familiarizado com o público alvo? Ou será necessário realizar uma pesquisa sobre o
que tem sido desenvolvido e ensinado sobre esse conteúdo para esse público? E, na hora de
pensar o projeto para desenvolver seu material didático, PENSE NAQUILO DE QUE PRECISA E NÃO EM
UMA SUPERPRODUÇÃO. Visualize o que pode envolver do possível conhecimento já existente do
aluno e, principalmente, como aproveitar isso (Aprendizagem significativa).
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https://ead.ifrn.edu.br/portal/wp-content/uploads/2017/07/Producao_de_Material_Didatico_Curso_de
_Gestao_EaD.pdf. Acesso em: 15 maio 2019.
[6] GAMA, Maria João. Aprendizagem da História e TIC. [s.d.] Disponível em:
http://historiatic.yolasite.com/aprendizagem-multimedia-e-carga-cognitiva.php. Acesso em: 15 maio
2019.
[7] BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Curricular Comum: educação é a base. Brasília,
2018.
[8] BRASIL. Ministério da Educação. Presidência da República, 1996. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Lei 9394/96 de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 134, núm. 248.
[9] CAMARGO, Éder Pires de; NARDI, Roberto. Dificuldades e alternativas encontradas por licenciados
para o planejamento de atividades de ensino de óptica para alunos com deficiência visual. Revista
Brasileira de Ensino de Física, v.29, nº1, p. 115 – 126. São Paulo, 2007.
[10] MANHÃES, Larissa Ferreira. Desenvolvimento e Avaliação de Recursos Didáticos Inclusivos
para a Mediação do Ensino em Ciências em Ambientes Virtuais de Aprendizagem. 2019. 92f.
Dissertação (Mestrado em Ciências Naturais) – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro, UENF, Campos dos Goytacazes, RJ, 2019.
[11] BRASIL. Ministério da Educação. Presidência da República, 2009. Decreto nº 6.949, de 25 ago.
2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
Protocolo Facultativo. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 188.
---------------------------------------------------------------------
A propósito, você já pensou no uso da figura de linguagem?
Nas duas imagens anteriores temos o André, o personagem de Mauricio de Souza com
transtorno do espectro autista interpretando “ao pé da letra” e “fala pelos cotovelos”, o que lê
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Outra questão é a possibilidade desse cenário ser impresso em tons de cinza (impressora
com toner preto), ainda assim, estaria legível e com destaque para a fala do Cebolinha e o
pensamento do André.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
O importante é que na proposta fique claro os objetivos e o que será analisado. Por
exemplo, ao solicitar a confecção de Mapa Conceitual sobre Matéria e Energia é necessário
definir o nível de conhecimento e conteúdo que será observado.
A partir desta condição sugere-se as rubricas de avaliação, conforme o quadro.
Sugestão rubricas de avaliação formativa com Mapa Conceitual
Rubrica Descrição
O gráfico representa um MC (conceitos conectados por
Análise prévia verbos)?
Qua (pontuar até 10%) Agrupamento - usa recurso de grande nó?
litati O MC é legível?
vo Relações hierárquicas Um conceito específico e conectado a outro conceito
(Co (pontuar até 10%) mais geral?
nsid Terminologia (semântica) Os conceitos estão relacionados ao conhecimento
erar (pontuar até 15%) científico da área?
70% Relações válidas
O MC apresenta relações significativas?
) (pontuar até 15%)
Proposições
A relação entre os conceitos é válida?
(pontuar até 20%)
Qua Quantidade de relações válidas Considerar o total de relações criadas e o quantitativo
ntita (pontuar até 5 %) de relações válidas.
tivo Quantidade de ligações cruzadas Considerar a avaliação das Proposições (qualitativas),
(Co válidas (pontuar até 10%) as relações válidas e a quantidade de novas ligações.
nsid
erar Quantidade de conceitos válidos Considerando o total de conceitos apresentados, os
30% (pontuar até 15%) quantitativo válidos e o esperado para atividade.
)
Fonte: Adaptado de Silva (2015)
O quadro sobre as rubricas facilita para que ocorra uma homogeneidade na avaliação e
entre as avalições no decorrer do processo avaliativo.
O MC permite várias formas de interpretação. Pois, o recurso representa o que o
indivíduo conhece previamente e as novas interações, reproduzindo os conceitos (nas caixas)
com a relações, ou ações (nos arcos), as quais conectam outros conceitos, usando verbo. A
relação proposta do “conceito – verbo – conceito” é a proposição ou a representação da
aprendizagem. Ao empregar os MC no processo avaliativo da aprendizagem, é necessário ter
atenção, pois, os MC podem conter significados pessoais.
Falamos muito e sugerimos um recurso e uma forma de avaliação, dentro da legislação
em vigor. Assim, ao considerar a rubrica estamos definindo um “contrato” claro com o aluno,
aliás, com todos os alunos.
A rubrica é uma ferramenta muito boa, mas é complexa para ser elaborada. E cada
rubrica serve para uma atividade ou recurso avaliativo, não dá para reaproveitar, tem que ser
refeita.
Para falar de rubrica vou deixar o vídeo a seguir:
https://bit.ly/marco22_50
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No vídeo podemos entender que a rubrica tem uma granularidade que permite mensurar
o nosso aluno quanto ao processo de aprendizagem. Exato: mensurar, mas, não é relacionado a
quantificar ou ranquear. A ideia é mensurar o quanto, dentro da sua proposta, foi absorvido.
Uma rubrica pode ser classificada como holística, que é recurso unidimensional e está
voltada para o contexto de aprendizagem, verifica o desempenho geral ou analítica, que é
recurso bidimensional, permitindo avaliar o desempenho do participante.
Já sei, está pensando: “Nossa, mais que confusão!” Calma! O modelo que apresentei
para avaliação formativa com Mapa Conceitual é um exemplo de HOLÍSTICA, já a apresentada no
vídeo é ANALÍTICA. Por sinal, é mais comum realizar esse tipo de rubrica, a analítica.
https://www.youtube.com/watch?v=SxCudt3QDd4 https://www.youtube.com/watch?v=7xYzokz5aVo
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TÓPICO: Programação
Objetivo da etapa: Apresentar uma possibilidade de trabalhar com
pensamento computacional.
Blocos visuais
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Observe que no Scratch não há uma sintaxe para ser memorizada, ou seja, esse ambiente
não utiliza comando, apenas os blocos. No caso dos blocos, também não há necessidade de
memorização, pois são organizados e agrupados (paletas) em cores diferentes, conforme a
finalidade. Os blocos são organizados por cores, cada cor indica uma funcionalidade.
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