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Esther Pacheco Laia

Matrícula: 1900444

APS 1 – Psicopatologia II

PROFESSORA: CAMILA CRESPO

DISCIPLINA: PSICOPATOLOGIA II

Itaperuna/RJ
SOCIEDADE UNIVERSITÁRIA REDENTOR
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIREDENTOR

Alunos (a): Esther Pacheco Laia Matrícula: 1900444

Disciplina: PSICOPATOLOGIA II
Professora: CAMILA CRESPO

Atividade: APS1 Valor: 2,0 pontos Postagem: 22/02/2021

Livro:

Psicanálise e psicopatologia: olhares contemporâneos. Alexandre Simões, Gesianni


Gonçalves. São Paulo: Blucher, 2019.

Cap.2 – Organicismo, DSM e Contemporaneidade Continuidades e Novidades


(Alexandre Simões)

O Organicismo e o Olhar

Alexandre Simões no capítulo dois de seu livro irá trazer questões a respeito
do Organicismo que, presente no campo psíquico, acaba interferindo em questões
como a prática atendimento de alguns profissionais que estão inseridos no campo
psíquico. Com isso, entendesse que o organicismo, segundo Alexandre Simões é:

“(...) tendência a se localizar (ou, sobretudo, subtender) um substrato material


discernível, coincidente com uma localização anatômica (em última instância,
cerebral) ou com um percurso sináptico (cuidadosamente, uma rede
sináptica), substrato este que daria razão e consistência ao pathos: aquilo
que patologiza, aquilo que, sendo marcado pelo excesso, se configura e se
expressa como mal-estar. Por um Sintoma Desfocado, por um Olhar
Oblíquo.” (SIMÕES, ALEXANDRE 2019. Pag. 22)

Com isso, entendemos que o Organicismo busca por um corpo totalmente


explícito, onde não há espaço para momentos de escuridão e como diz Simões: “(...)
silhuetas barrocas.” (pág. 23) Esse corpo explícito daria, criaria permissão para que
as chamadas práticas instrumentais, que tem como meta: modular comportamentos
através de sintomas, fossem postas em prática.

O Organicismo não é algo recente na subjetividade do ser humano. Tanto


na psiquiatria quanto neuropsicologia, neurociência e as demais ciências possíveis, o
organicismo é tratado como o discurso prevalente. Com isso, a tendencia do
Organicismo é a “imposição de uma evidência... e a evidência de uma imposição: não
do saber, mas da verdade” (pág.22) A verdade aqui dita irá se atrelar a um mercado,
pois há uma necessidade onde são produzidas demandas como: de saber, de intervir,
consumir etc. Todas essas demandas irão ser nutridas pela psicopatologização da
subjetividade e da medicalização do mal-estar.

Para compreender melhor todas essas questões e vínculos, Alexandre


mostra algumas questões históricas que revelam uma estrutura que remete aos laços
sociais que nos farão chegar à Psicopatologia Contemporânea.

Assim, entende-se que o centro da lógica da Razão Taxonômica que


funciona melhor com um objetivo de alcançar uma determinada unidade através de
divisões contínuas e detalhadas os códigos diagnósticos. Essas questões encontram-
se atreladas à linhagem DSM que seria: Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais.

Toda essa divisão tem início como o expansivo método de divisão e


denominação de Linnaeus (1707-1778). Essa categorização já vinha sendo
encontrada em saberes que eram provenientes da Zoologia, Botânica e Química
durante a primeira metade do Séc. XVIII que ser tornará mais explicitada por Philippe
Pinel (1745-1826) no meio psiquiátrico. Segundo Simões:

“Esta transmutação axial funcionou como a pedra filosofal da Psiquiatria de


outrora e dos tempos atuais. Sabemos que esta específica transmutação da
loucura à condição de doença mental foi (e ainda é) de longo alcance. Ela
gerou efeitos não somente epistemológicos e morais, como são usualmente
ressaltados, mas comportou um fino efeito sobre algo mais sutil e de longa
envergadura que, ao não ser devidamente salientada, deixa desapercebido o
essencial: o efeito sobre o campo escópico.” (SIMÕES, ALEXANDRE 2019.
Pág. 23)

A transmutação citada anteriormente ocasionou em uma nova configuração


do olhar. Ela não irá ver o objeto como algo considerado comum, ela trará à tona
aquilo que se deseja ver, fazendo assim com que alguns fenômenos sejam visíveis e
invisíveis.
Com essa transmutação, a loucura se torna uma veracidade médica, assim
surgem as clínicas de enfermidades mentais e, consequentemente, uma convicção
terapêutica. Os asilos irão surgir para que essa cura fosse posta em prática. Os asilos
irão surgir para que essa cura fosse realizada.

Recebendo influências iluministas, todas as questões levam a uma


Revolução Metodológica, que fora expressa na obra do alienista francês: Tratado
médico filosófico sobre a alienação mental ou mania. Através desta questão, o que
iria dar o suporte aos saberes psicológicos, deveria ser um conjunto de descrições
precisas sobre as diferentes formas clínicas irão se manifestar no campo da
experiência ótica e corriqueira da saúde mental.

Todos os sintomas da época eram analisados de uma maneira totalmente


superficial, atrelado a baixa compreensão do sintoma, seria definida como: etiqueta
do olhar.

Em alguns casos, a melancolia e a paranoia, destacadas na Civilização


Ocidental seriam pontos de muita evidência na Psicopatologia Contemporânea.

Wilhelm Griesinger (1817-1869) irá inserir o então chamado status


sistematizador e taxonômico no campo da loucura através de seu acordo sobre
patologia e terapêutica das doenças mentais. Durante esse desdobramento,
Griesinger afirma que: “(...) as doenças mentais são, em última instância, doenças
cerebrais.”

Assim, Alexandre irá dizer que Griesinger foi o responsável por sistematizar
o ponta pé inicial do que passaria ser reconhecido como a base da Psiquiatria
Biológica.

Atrelado a Griesinger, a psiquiatria francesa passa a considerar o


acontecimento psíquico patológico como o resultado de lesões anatômicas ou
biológicas de cunho cerebral.

Como uma tentativa para que não caiamos em ciladas, Simões trará à tona
a trilha de Lacan a respeito do indivíduo e da doença:

“a Ciência Moderna e o sujeito surgem de modo síncrono, de tal maneira que


o passo inaugural da primeira configura a inscrição do segundo. Um não vai
sem o outro, ad initio. Por intermédio do cogito cartesiano, Ciência e sujeito
irão se articular, tal qual as abas de uma dobradiça. Esta coexistência, porém,
comporta internamente uma oposição recíproca: ali onde vigora o discurso
da ciência (organicismo, substrato material do pathos, psicopatologia
contemporânea), o sujeito encontra-se enclausurado do lado de fora.”
(SIMÕES, ALEXANDRE, 2019. Pág. 28)

Capilaridade do Organicismo:

Toda essa medicalização do antes exposta, não implicam atitudes


provenientes somente do poder público, mas sim no núcleo familiar e na regularidade
que há na relação dos membros do mesmo.

Com isso, consideramos o cenário da Psicopatologia Contemporânea é


notável que ela comporta uma considerável expectativa de colocar o cliente em uma
categoria: o quick DSM.

Emil Kreapelin irá propor uma nosografia pertencente a psiquiatria, que


dependia que a anatomia patológica viesse demonstrar lesões cerebrais que
acarretariam loucura.

Kreapelin irá tratar o dado dessa experiência como campo clínico os


sintomas e a evolução clínica do quadro. Com isso, apenas a evolução do quadro
sintomático deve-se o diagnóstico.

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