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Licenciatura em Física
Magdiel Rodrigues da
Conceição
ELETROMAGNETISMO
COMTEMPORÂNEO: UMA
ANÁLISE COMPARATIVA
ENTRE MAXWELL E PROCA
Nilópolis
2022
2
2o SEMESTRE / 2022
3
Banca Examinadora:
Prof. Drª. Gabriella Andréa de Castro Pérez (Orientadora / IFRJ – Campus Nilópolis)
Prof. Dr. Filipe Pereira Mesquita dos Santos (Examinador/ IFRJ – Campus Nilópolis)
4
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer aos meus pais e aos meus irmãos por sempre me apoiarem. Em
especial minhas irmãs “Lili” e “Maninha”, que foram como mães durante toda minha
vida, principalmente no período da minha graduação.
Ao professor Helayël, pesquisador do CBPF, pela confiança por me acolher como seu
aluno de IC durante boa parte da graduação, e por todos os ensinamentos, aos quais me
faltam palavras para expressar a gratidão, e que também tornou possível este trabalho.
Aos meus amigos Augusto, Gabriel Monteiro e Gabriel Barata, que o IFRJ me deu e levo
desde então para a vida com muito carinho.
Ao meu amigo Pablo Barreto, que além de uma casa (Roommate), durante este período
de graduação, também dividiu comigo a vida e o cuidado, se tornando minha segunda
família.
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10
OS POTENCIAIS 𝚽 e 𝑨 .............................................................................................. 13
OS POTENCIAIS ........................................................................................................... 23
DISCUSSÃO .................................................................................................................. 26
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 29
10
INTRODUÇÃO
A ELETRODINÂMICA DE MAXWELL
AS EQUAÇÕES DE MAXWELL
quadrado, e cria-se uma dependência entre a força eletrostática e uma distância, sendo ela
a distância entre o ponto onde se mede o campo e a fonte.
Baseando-se nessa dependência entre força e distância, Daniel Bernoulli, em
1760, teria sido o primeiro a sugerir uma expressão que relacionasse esses parâmetros;
mas ele baseava-se puramente em analogias (MACHADO, 2002). No entanto, era
necessário que fosse experimentalmente verificada. A verificação experimental direta da
lei de forças foi feita em 1785 por Charles Augustin de Coulomb com o auxílio de uma
balança de torção; instrumento inventado independentemente por ele e John Mitchell;
que foi depois empregado por Cavendish para medir a constante gravitacional
(NUSSENZVEIG, 1997).
O resultado obtido por Coulomb depois do experimento foi algo do tipo
𝑄1 𝑄2
𝐹2(1) = 𝑘 𝑟̂ (1)
(𝑟12 )² 12
Sendo k uma constante de proporcionalidade. Logo, a dependência entre a força
eletrostática e a distância segue uma lei do inverso do quadrado, conforme Cavendish e
Coulomb mostraram quantitativamente (JACKSON, 1975).
Diante disso, Maxwell propôs seu conjunto de equações que definem todo o nosso
eletromagnetismo usual; sendo essas equações válidas para qualquer meio e para campos
que variam no tempo.
Podemos então descrever esse conjunto de equações como sendo:
𝜌
⃗∇ ∙ ⃗E = [lei de Gauss] (2.1)
𝜀0
⃗∇ × 𝐸⃗ = −𝜕𝑡 𝐵
⃗ [lei de Faraday] (2.2)
⃗∇. 𝐵
⃗ = 0 [lei de Gauss para o magnetismo] (2.3)
⃗∇ × 𝐵
⃗ = 𝜇0 𝜀0 𝜕𝑡 𝐸⃗ + 𝜇0 𝐽 [lei de Ampere-Maxwell]
(2.4)
⃗ .𝐽 = 0
𝜕𝑡 𝜌 + ∇ (3)
𝐹 = 𝐸⃗ 𝑞 + 𝑣 𝑞 × 𝐵
⃗ (4)
OS POTENCIAIS 𝚽 e ⃗𝑨
Para facilitar a manipulação das equações e obter um número menor de equações
de segunda ordem, utilizaremos o potencial escalar Φ e o potencial vetor 𝐴. Para
introduzir tais objetos, devemos considerar as equações de Maxwell homogêneas, ou seja,
aquelas que não dependem de fontes, sendo elas as equações 2.2 e 2.3.
De acordo com o cálculo vetorial, uma vez que um campo possua divergência nula
em todo o espaço, podemos escrevê-lo como o rotacional de um potencial vetorial; ou
seja ⃗∇ ∙ 𝐵
⃗ = ⃗∇ ∙ (∇
⃗ × 𝐴) = 0. Logo, o campo magnético pode ser expresso da seguinte
maneira:
⃗ =∇
𝐵 ⃗ ×𝐴 (5)
⃗∇ × 𝐸⃗ = −𝜕𝑡 ⃗∇ × 𝐴 (6)
14
⃗∇ × 𝐸⃗ = ⃗∇ × (−𝜕𝑡 𝐴)
⃗ × (𝐸⃗ + 𝜕𝑡 𝐴) = 0
∇
𝐸⃗ = −∇
⃗ 𝜙 − 𝜕𝑡 𝐴 (7)
Sendo o sinal negativo apenas uma convenção técnica, sem nenhum significado
físico.
As equações obtidas em função dos potenciais são importantes no cálculo do
campo eletromagnético produzido por cargas não estacionarias. Apesar de que na
eletrodinâmica clássica somente os campos são as quantidades observáveis diretamente,
é bem mais simples calcular os potenciais e logo depois, através deles, calcular os campos
𝐸⃗ e 𝐵
⃗ , do que calcular diretamente os campos.
TRANSFORMAÇÕES DE CALIBRE
Ao tratarmos o campo eletromagnético devemos atentar a uma simetria muito
importante e fundamental, a simetria de gauge. Tal simetria é gerada através da não
modificação dos campos elétrico e magnético enquanto os potenciais vetor e escalar são
modificados de forma particular.
Suponhamos que na tentativa de modificar o potencial vetor somemos a ele uma
⃗ . Teríamos então um novo potencial definido por:
outra função vetorial Λ
⃗⃗⃗ ⃗
𝐴′ = 𝐴 + Λ (8)
⃗⃗⃗
𝐵′ = ⃗∇ × ⃗⃗⃗
𝐴′ (9)
⃗⃗⃗⃗ ⃗
𝐵 ′ = ⃗∇ × 𝐴 + ⃗∇ × Λ
⃗⃗⃗⃗ ⃗
⃗ + ⃗∇ × Λ
𝐵′ = 𝐵
15
Para que essa modificação sugerida não altere o campo magnético, de modo que
⃗⃗⃗⃗ ⃗ = 0;
⃗ , devemos somar a 𝐴 uma função vetorial que respeite a condição ⃗∇ × Λ
𝐵′ = 𝐵
logo, de acordo com as propriedades do cálculo vetorial, a única forma disso acontecer é
⃗ = ∇𝜆, onde 𝜆 é uma função escalar qualquer. Desse modo podemos afirmar que
sedo Λ
⃗ é invariante sob a transformação
𝐵
𝐴 → ⃗⃗⃗
𝐴′ = 𝐴 + ∇𝜆 (10)
⃗⃗⃗⃗ ⃗ 𝜙 ′ − 𝜕𝑡 ⃗⃗⃗
𝐸 ′ = −∇ 𝐴′
⃗⃗⃗⃗ ⃗ 𝜙 ′ − 𝜕𝑡 (𝐴 + ∇𝜆)
𝐸 ′ = −∇
⃗⃗⃗⃗ ⃗ (𝜙 ′ + 𝜕𝑡 𝜆) − 𝜕𝑡 𝐴
𝐸 ′ = −∇ (11)
Desse modo, para o campo elétrico permanecer invariante, devemos impor que o
potencial escalar 𝜙 seja
𝜙 → 𝜙 ′ = 𝜙 − 𝜕𝑡 𝜆 (12)
𝜌
⃗ . (−∇
∇ ⃗ 𝜙 − 𝜕𝑡 𝐴) =
𝜀0
𝜌
⃗ . 𝐴) =
−∇2 𝜙 − 𝜕𝑡 (∇
𝜀0 (14)
𝑐 2 ⃗∇ × 𝐵
⃗ = 𝑐 2 𝜇0 𝜀0 𝜕𝑡 𝐸⃗ + 𝑐 2 𝜇0 𝑗
1 1
𝑐 2 ⃗∇ × 𝐵
⃗ = 𝑐2
2
𝜕𝑡 𝐸⃗ + 𝑗
𝑐 𝜀0
1
𝑐 2 ⃗∇ × 𝐵
⃗ = 𝜕𝑡 𝐸⃗ + 𝑗 (15)
𝜀0
𝑗
(−𝜕𝑡 ⃗∇𝜙) − 𝑐 2 ∇2 𝐴 + 𝜕𝑡 ⃗∇𝜙 + 𝜕𝑡2 𝐴 =
𝜀0
𝑗
−𝑐 2 ∇2 𝐴 + 𝜕𝑡2 𝐴 =
𝜀0
1 2 𝑗
∇2 𝐴 − 2
𝜕𝑡 𝐴 = (19)
𝑐 𝜀0 𝑐 2
⃗∇ × 𝐸⃗ = −𝜕𝑡 𝐵
⃗ [lei de Faraday] (21.2)
⃗ .𝐵
∇ ⃗ = 0 [lei de Gauss para o magnetismo] (21.3)
⃗∇ × 𝐵
⃗ = 𝜇0 𝜀0 𝜕𝑡 𝐸⃗ [lei de Ampere-Maxwell] (21.4)
⃗⃗
EQUAÇÃO DE ONDA PARA O CAMPO 𝑩
⃗ primeiramente devemos tomar
Para encontrarmos a equação de onda do campo 𝐵
o rotacional da equação 21.4
⃗∇ × (∇
⃗ ×𝐵
⃗ ) = 𝜇0 𝜀0 ⃗∇ × 𝜕𝑡 𝐸⃗
Podemos escrever
⃗∇(∇
⃗ .𝐵
⃗ ) − ∇2 𝐵
⃗ = 𝜇0 𝜀0 𝜕𝑡 (∇
⃗ × 𝐸⃗ )
⃗ = ⃗0
(𝜇0 𝜀0 𝜕𝑡2 − ∇2 )𝐵 (22)
1
= 2,99 × 108 𝑚/𝑠
√𝜇0 𝜀0
que corresponde a velocidade da luz, c.
A descoberta de que a luz é uma onda eletromagnética não nos surpreende hoje
em dia, porém na época de Maxwell sim, uma vez que nessa época outras formas de ondas
ainda não tinham sido produzidas.
De acordo com MACHADO, os valores obtidos por Maxwell para a velocidade
de onda eletromagnética foi calculado em 1861, ao passo que a primeira experiência em
que se produziram ondas eletromagnéticas diferentes da luz ocorreu em 1887 (2006,
p.304). E segundo GRIFFITHS, 𝜇0 e 𝜀0 entraram na teoria no início, e são medidas que
incluem bolas de cortiça, baterias e fios, e, no entanto, segundo a teoria de Maxwell, pode-
se calcular c a partir dos dois números (2010, p.262).
⃗∇ × (∇
⃗ × 𝐸⃗ ) = −𝜕𝑡 (∇
⃗ ×𝐵
⃗)
⃗ (∇
∇ ⃗ . 𝐸⃗ ) − ∇2 𝐸⃗ = −𝜕𝑡 (∇
⃗ ×𝐵
⃗)
Organizando teremos
𝜇0 𝜀0 𝜕𝑡2 𝐸⃗ − ∇2 𝐸⃗ = ⃗0
1 (26)
( 2 𝜕𝑡2 − ∇2 ) 𝐸⃗ = ⃗0
𝑐
⃗∇. (∇
⃗ ×𝐵
⃗ ) = 𝜇0 𝜀0 ⃗∇. 𝜕𝑡 𝐸⃗ + 𝜇0 ⃗∇. 𝐽
Teremos
⃗ .𝐽 = 0
𝜕𝑡 𝜌 + ∇ (29)
∫ 𝑑 3 𝑥 𝜕𝑡 𝜌 = − ∫ 𝑑 3 𝑥 ⃗∇. 𝐽
v v
Como a carga elétrica contida no volume V pode ser calculada como uma integral
sobre a densidade de carga, teremos
𝑄 = ∫ 𝑑3𝑥 𝜌
v
∫ 𝑑 3 𝑥 ⃗∇. 𝐽 = ∫ 𝑑Σ⃗. 𝐽
v S
𝑑𝑄
+ ∫ 𝑑Σ⃗. 𝐽 = 0
𝑑𝑡 S
(30)
A ELETRODINÂMICA DE PROCA
AS EQUAÇÕES DE MAXWELL-PROCA
Por muito tempo o fóton sem massa foi quase unanimidade entre físicos; como
sabemos, a base da eletrodinâmica de Maxwell foi formulada de acordo com a ideia de
um fóton de massa nula. No entanto, não existe uma evidência experimental precisa o
suficiente para comprovar, de forma definitiva, essa hipótese. De acordo com JACKSON
as experiências da lei do inverso do quadrado são enunciadas às vezes em termos de um
limite superior para a massa do fóton (1975, p.4); sendo assim, o limite mais restritivo
para a massa é da ordem de
𝑚𝛾 ≲ 1,78 × 10−54 𝑘𝑔
Com isso vemos que a massa não é nula, apenas menor que um valor limite; o que
nos abre margem para explorar novos cenários onde o fóton possui massa não-nula, e
suas implicações. Por outro lado, um fóton massivo não pode mais ser acomodado em
nossa eletrodinâmica convencional; e a invariância de gauge passa a ser abandonada, uma
vez que está diretamente ligada ao fato de o fóton não possuir massa.
Ao abandonar-se a invariância de gauge, espera-se o surgimento de um parâmetro
de massa na teoria; uma vez que o propagador dessa eletrodinâmica agora é descrito por
um fóton massivo. Os efeitos desse propagador de massa não-nula são incorporados ao
eletromagnetismo por um novo conjunto de equações, ainda válidos para qualquer meio
e para campos que variam no tempo; e a esse novo conjunto de equações damos o nome
de equações de Maxwell-Proca e tomam a seguinte forma
𝜌
⃗ ∙ 𝐸⃗ + ξΦ =
∇ (31.1)
𝜀0
⃗ × 𝐸⃗ = −𝜕𝑡 𝐵
∇ ⃗ (31.2)
23
⃗∇ ∙ 𝐵
⃗ =0 (31.3)
⃗ ×𝐵
∇ ⃗ + ξ𝐴 = 𝜇0 𝜀0 𝜕𝑡 𝐸⃗ + 𝜇0 𝑗 (31.4)
OS POTENCIAIS
Esse novo conjunto de equações que define a eletrodinâmica de Proca é oriundo
de modificações na teoria eletromagnética de Maxwell, assim sendo, as relações entre os
campos e os potenciais continuam válidas, logo podemos considerar
𝐸⃗ = −∇
⃗ 𝜙 − 𝜕𝑡 𝐴
⃗ =∇
𝐵 ⃗ ×𝐴
Podemos mais uma vez derivar das equações a conservação das cargas.
Deriva-se a equação 31.1 em relação ao tempo e teremos
1
⃗∇𝜕𝑡 𝐸⃗ + 𝜉𝜕𝑡 Φ = 𝜕𝜌
𝜀0 𝑡
Logo
1
⃗∇𝜕𝑡 𝐸⃗ = 𝜕 𝜌 − 𝜉𝜕𝑡 Φ (32)
𝜀0 𝑡
⃗∇. (∇
⃗ ×𝐵
⃗ ) + 𝜉∇
⃗ . 𝐴 = 𝜇0 𝜀0 ⃗∇. 𝜕𝑡 𝐸⃗ + 𝜇0 ⃗∇. 𝑗
⃗ . 𝜕𝑡 𝐸⃗ + 𝜇0 ∇
𝜇0 𝜀0 ∇ ⃗ . 𝑗 = 𝜉∇
⃗ .𝐴 (33)
𝜇0 𝜕𝑡 𝜌 + 𝜇0 ⃗∇. 𝑗 = 𝜉∇
⃗ . 𝐴 + 𝜉𝜇0 𝜀0 𝜕𝑡 Φ
1
𝜇0 𝜕𝑡 𝜌 + 𝜇0 ⃗∇. 𝑗 = 𝜉 ( 𝜕 Φ + ⃗∇. 𝐴)
𝑐2 𝑡
De acordo com a equação acima, se temos 𝜉 ≠ 0; para que a conservação da carga
seja mantida, pela equação da continuidade
𝜕𝑡 𝜌 + ⃗∇. 𝑗 = 0 (34)
⃗ ∙ 𝐸⃗ + ξΦ = 0
∇ (36.1)
⃗∇ × 𝐸⃗ = −𝜕𝑡 𝐵
⃗ (36.2)
⃗ ∙𝐵
∇ ⃗ =0 (36.3)
⃗ ×𝐵
∇ ⃗ + ξ𝐴 = 𝜇0 𝜀0 𝜕𝑡 𝐸⃗
(36.4)
−∇2 Φ − 𝜕𝑡 ⃗∇. 𝐴 + ξΦ = 0
1
Da condição subsidiária (eq.35) podemos tirar que ⃗∇. 𝐴 = − 𝑐 2 𝜕𝑡 Φ, substituindo
Teremos então
1
⃗ . (∇
∇ ⃗ . 𝐴) − ∇2 𝐴 + 𝜉𝐴 = ⃗ Φ − 𝜕𝑡 𝐴)
𝜕 (−∇
𝑐2 𝑡
Utilizando a condição subsidiária (eq.35)
1 1 1
⃗∇. (− 𝜕𝑡 Φ) − ∇2 𝐴 + 𝜉𝐴 = − 2 𝜕𝑡 ⃗∇Φ − 2 𝜕𝑡2 𝐴
𝑐 2 𝑐 𝑐
1 2
2
𝜕𝑡 𝐴 − ∇2 𝐴 + 𝜉𝐴 = 0
𝑐
Organizando temos
1 2
( 𝜕 − ∇2 + 𝜉) 𝐴 = 0 (38)
𝑐2 𝑡
Simplificando com o operador d’alembertiano, temos
(□ + 𝜉)𝐴 = 0
Também podemos notar que a equação 38 possui forma de uma equação de onda
unidimensional. Disso podemos concluir que o fóton de Proca se propaga como uma onda
massiva.
DISCUSSÃO
Ao compararmos as equações da eletrodinâmica de Maxwell com a
eletrodinâmica de Proca, notamos a presença do parâmetro de massa 𝜉. Tal parâmetro
tem sua interpretação física dada através da equação da dispersão que não é tratada neste
trabalho. Porém podemos observar que quando 𝜉 = 0, temos de volta as equações da
eletrodinâmica de Maxwell; ou seja, temos uma eletrodinâmica baseada em um fóton de
massa nula.
Como já foi falado anteriormente, a base de toda a eletrodinâmica Maxwelliana
foi construída sobre o conceito do fóton de massa nula, no entanto, a eletrodinâmica de
27
Proca, que possui o fóton com massa finita, possui sua importância na descrição de alguns
fenômenos físicos, como o caso da supercondutividade.
Sabemos que os materiais supercondutores possuem pelo menos dois tipos de
comportamento quando expostos a campos magnéticos externos. Nos condutores do tipo
I não há penetração de fluxo magnético, o que configura o estado Meissner; já os
condutores do tipo II possuem regiões onde o fluxo é completamente expulso do interior
da amostra (efeito Meissner), e regiões onde começa a haver penetração de linhas de fluxo
magnético, o que configura um estado misto.
Pode-se então inferir, através de cálculos, que o campo magnético presente no
interior de um supercondutor é limitado por um comprimento de penetração que só
permite que o campo eletromagnético penetre até certa profundidade. Isso está
diretamente associado à massa do fóton e é obtido de maneira consistente através da teoria
da eletrodinâmica de Proca.
De modo geral podemos afirmar que os fenômenos físicos descritos pela
eletrodinâmica de Maxwell e pela eletrodinâmica de Proca conversam entre si respeitando
um certo limite, sendo esse limite o momento em que a massa do fóton é considerada
nula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho analisamos a eletrodinâmica de Proca, de forma matemática,
comparando-a com a eletrodinâmica de Maxwell. Observamos a questão do fóton
massivo e uma de suas aplicações; a supercondutividade.
Os supercondutores estão associados a vários avanços da área da eletrônica, da
energia elétrica e até mesmo dos transportes. Possuem diversos tipos de aplicações; dentre
elas está a criação de fios supercondutores para construção de bobinas que tornariam
capaz gerar campos magnéticos intensos. Tais bobinas são aplicadas em diversas áreas
como em aparelhos de ressonância magnética na área da saúde, nos projetos de Maglev
na área do transporte, entre outros. Também há aplicações mais complexas que fogem do
escopo deste trabalho; como a óptica quântica.
Podemos afirmar, de modo geral, que a supercondutividade faz parte do futuro do
desenvolvimento de diversas áreas; e por esse motivo devemos atentar para o estudo de
teorias que explicam seu fenômeno. Sabendo que a teoria de Proca contribui para o estudo
dos supercondutores, se faz necessário inclui-la já nos cursos de graduação; visto que não
se faz presente nos currículos analisados para a composição deste trabalho.
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REFERÊNCIAS
FEYNMAN, Richard P.; LEIGHTON, Robert B.; SANDS, Matthew. Lições de física de
Feynman: A edição do novo milênio. Porto Alegre: Bookman, 2019.v.2
YOUNG, Hugh D. et al. Física III: Eletromagnetismo. 14. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2015.