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RESULTADOS OBTIDOS NA AVALIAÇÃO NACIONAL E SECTORIAL DE RISCO DE

BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E FINANCIAMENTO DE TERRORISMO

Preliminary Draft, Subject to Change – Restricted, Privileged and Confidential | Preliminar, Sujeito a Alterações – Restrito, Privado e Confidencial Modelo de gestão de risco 1
Junho de 2022
01/ Enquadramento

02/ Primeiro Exercício da Avaliação Nacional de Risco

03/ Ameaças e Vulnerabilidades

04/ Primeiro Exercício de Avaliação Sectorial de Risco

Principais Ameaças e Vulnerabilidades


05/ Identificadas no Sector Bancário e Não Bancário:

06/ Actualização da Avaliação Sectorial de Risco

Principais Ameaças e Vulnerabilidades


07/
Identificadas no Sector Bancário e Não Bancário

08/ Plano de Acção Resultante da Avaliação de Risco


1. ENQUADRAMENTO

❖ O Banco Nacional de Angola realizou a sua primeira Avaliação de Risco Sectorial (ASR) de Branqueamento de Capitais e de Financiamento do Terrorismo em 2021 que teve como recurso
dados de 2018 a 2020. A Lei n.º 5/20 de 27 de Janeiro -Lei de prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais, Financiamento ao Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em
Massa (Lei de PCBC/FT/FP), prevê no seu artigo 5.º a revisão anual da ASR. Deste modo, o presente documento que utiliza como referência dados de 2021, apresenta as ameaças,
vulnerabilidades e consenquências, bem como identifica, avalia e compreende os riscos de Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo (BC/FT), existentes no sector
supervisionado pelo Banco Nacional de Angola.

❖ Avaliação sectorial de risco, foi realizada segundo a Metodologia e instrumentos publicados pelo GAFI, que afirma que o risco de BC/FT pode ser visto em função da ameaça, vulnerabilidade e
consequência. O trabalho desenvolvido permitiu a actualização das medidas a tomar e das respectivas prioridades, com a correspondente a tomada de decisões que irão garantir o integral
cumprimento das Recomendações e assegurar a melhoria da eficácia de supervisão (Resultado imediato 3).

❖ ARS procede à identificação de ameaças e de vulnerabilidades e à respectiva análise, examina a qualidade dos controlos preventivos ao BC/FT, as consequências associadas à ameaça criminosa,
concluindo com uma avaliação do risco e definição de prioridades e medidas a tomar.
2. PRIMEIRO EXERCÍCIO DE AVALIZAÇÃO NACIONAL DE RISCO DE BC/FT, ANÁLISE DE 2015 À 2017
❖ Em 2019 Angola concluiu com o seu primeiro exercício de Avaliação Nacional de Risco de BC/FT, referente ao período de analise de 2015 à 2017, obteve-se os seguintes
resultados:
Avaliação Nacional de Risco -2019

Baixo Médio Alto


Risco Global do País

Médio Alto

Baixo Médio Alto


Nível Ameaça Nacional
Médio Alto

Baixo Médio Alto


Nível de Vulnerabilidade Nacional
Médio Alto
3. AMEAÇAS E VULNERABILIDADES

AMEAÇA NACIONAL VULNERABILIDADE NACIONAL

Nível Alto: • Falta de leis sobre confisco e recuperação de activos;


• Trafico de drogas; • Capacidade e aos recursos destinados à investigação de crimes financeiros;
• Corrupção; e, • Inexistência de um plano estratégico, com orçamento específico e suficiente
para adequada capacitação dos operadores dos órgãos e entidades envolvidas
• Peculato.
no combate de BC;
• Falta de normativos específicos que conferem autonomia e independência dos
Nível Média-Alta: investigadores, procuradores e juízes;

• Tráfico de pedras preciosas; • Fragilidade controlos transfronteiriços;


• crimes de agressão ao ambiente; e, • Ineficácia da cooperação nacional;

• crimes tributários/fiscais e tráfico de bens roubados. • Nível de informalidade da economia; e


• Dificuldade no processo de rastreamento dos fundos e identificação dos
efectivos.
3. AMEAÇAS E VULNERABILIDADES ( CONT)

AMEAÇAS POR SECTOR (Sector supervisionado pelo BNA) VULNERABILIDADES POR SECTOR (Sector supervisionado pelo BNA)

• Maior parte dos crimes de BC detectados foram praticados envolvendo o sector Sector bancário:
bancário, do qual foi proveniente o maior número de DOS, sendo este identificado
• Falta de formação e conhecimento de BC dos funcionários;
como o sector de maior alocação de recursos tendentes à ocultação de valores
provenientes da prática de ilícitos penais. • Falta de sanções administrativas para desencorajar a prática do BC no sector
• Fraquezas do ambiente de controlo, notável nas estruturas de compliance nos
bancos sem recursos suficientes e desproporcionais ao nível de risco que as IFs
• No sector de transferência de valores (remessas de valores) e no sector imobiliário
enfrzentam e numa supervisão menos punitiva e mais orientadora.
foram identificas várias fragilidades que os tornam ameaças para a prática de BC,
nomeadamente no que se refere à falta de efectivo conhecimento do beneficiário • Depósitos de pessoas colectivas e os cartões de marca internacional apresentam
final e inadequada aplicação dos institutos de due diligence. maior vulnerabilidade à ocorrência de BC.
Sector das Outras Instituições financeiras não bancário:
• Baixo nível de conhecimento por parte dos recursos humanos;
• Falta de cruzamento de informações entre o regulador e as IFNB;
• Existência de uma economia informal que inviabiliza a rastreabilidade da origem
e destino dos fundos;
• Frequente utilização de valores em numerário, facilitando assim o anonimato da
origem e destino dos fundos;
• Falta de informação sobre o beneficiário efectivo de pessoas colectivas
4. PRIMEIRO EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO SECTORIAL DE RISCO
❖ Em 2021, o BNA realizou o seu primeiro exercício de Avaliação Sectorial do Risco (ASR), com referência à dados de 2020, tendo sido obtido os seguintes resultados:

Avaliação Sectorial de Risco do Sector Bancário – 2021


Baixo Médio Alto
Risco Global do Sector Bancário Médio Alto

Baixo Médio Alto

Nível de Ameaça ao Sector Bancário Médio Alto

Baixo Médio Alto


Nível de Vulnerabilidade do Sector Bancário Médio Alto

Avaliação Sectorial de Risco do Sector Não Bancário – 2021


Baixo Médio Alto
Risco Global do Sector Não Bancário Médio Alto

Baixo Médio Alto


Nível de Ameaça ao Sector Não Bancário Médio Alto

Baixo Médio Alto


Nível de Vulnerabilidade do Sector Não Bancário Médio Alto
5. PRINCIPAIS AMEAÇAS E VULNERABILIDADES IDENTIFICADAS NO SECTOR BANCÁRIO E NÃO BANCÁRIO
AMEAÇAS DO SECTOR BANCÁRIO E NÃO BANCÁRIO

Principais factores de ameaças:


Economia Informal
• Falta de uma entidade regulador;
• Facilidade de ocultar produtos do crime;
• Dificuldade do rastreio da origem dos fundos.

Mercado Paralelo de Câmbio


• Elevado número de transacções de compra e venda fora do circuito legal;
• Facilidade de ocultar a origem do dinheiro;
• Dificuldade do rastreio do cliente.
Corrupção
• Existência de PPE’s na estrutura de controlo dos Bancos;
• Recursos que podem estar directamente relacionados aos servidores públicos e funcionários de instituições financeiras (publicas e privadas) susceptíveis de
serem branqueados.
5. PRINCIPAIS AMEAÇAS E VULNERABILIDADES IDENTIFICADAS NO SECTOR BANCÁRIO E NÃO BANCÁRIO

VULNERABILIDADES DO SECTOR BANCÁRIO E NÃO BANCÁRIO

Sector Bancário:
• Pouca abrangência de actuação da função de conformidade, baixo nível de conhecimento dos intervenientes e a integridades do pessoal das instituições
financeiras bancárias, aliada ao deficiente processo de monitorização de clientes e transacções.
• Produtos de maiores vulnerabilidades:
• Private Banking cliente (factores de riscos: PEP’s);
• Depósito à pessoas colectivas e à particulares (factores de riscos: volume de transação, sector, perfil dos clientes, uso de cash e o seu envolvimento em
transações internacionais) e
• Transferências eletrónicas internacionais.

Sector Não Bancário:


• Baixo nível de conhecimento das matérias de BC/FT por parte dos recursos humanos;
• Aplicativos informáticos inadequados a natureza e complexidade das instituições do sector
• Existência de uma economia informal que inviabiliza a rastreabilidade da origem e destino dos fundos;
• Falta de auditoria interna.
6. ACTUALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO SECTORIAL DE RISCO
❖ Em 2022, o BNA realizou a actualização da ASR, com referência à dados de 2021, tendo sido obtido os seguintes resultados:
Avaliação Sectorial de Risco do Sector Bancário – 2022
Baixo Médio Alto
Risco Global do Sector Bancário Médio

Baixo Médio Alto


Nível de Ameaça ao Sector Bancário Médio

Baixo Médio Alto


Nível de Vulnerabilidade do Sector Bancário Médio

Impacto da Consequência no Sector Bancário Reduzido Moderado Elevado


Moderado

Avaliação Sectorial de Risco do Sector Não Bancário – 2022


Baixo Médio Alto
Risco Global do Sector Não Bancário Médio

Baixo Médio Alto


Nível de Ameaça ao Sector Não Bancário Baixo

Baixo Médio Alto


Nível de Vulnerabilidade do Sector Não Bancário Médio

Impacto da Consequência Sector Não Bancário Reduzido Moderado Elevado

Moderado
7. PRINCIPAIS AMEAÇAS E VULNERABILIDADES IDENTIFICADAS NO SECTOR BANCÁRIO E NÃO BANCÁRIO
❖ Principais ameaças e vulnerabilidades identificadas no Sector Bancário e Não Bancário:

AMEAÇAS DO SECTOR BANCÁRIO E NÃO BANCÁRIO CONSEQUÊNCIAS DO SECTOR BANCÁRIO E NÃO BANCÁRIO

A nível bancário: Sector bancário:


• Fraudes e burla; O impacto de BC tem consequências moderadas para os clientes, as instituições
financeiras, ao sistema financeiro angolano e a segurança nacional.
• Recebimento indevido de valores;
• Corrupção;
Sector não bancário:
• Falsificação de documentos
O impacto do BC tem consequências reduzido para os clientes, as instituições
financeiras, ao sistema financeiro angolano e a segurança nacional.
A nível do sector não bancário:
• Exercício ilegal de actividade não bancaria sem autorização do BNA.
7. PRINCIPAIS AMEAÇAS E VULNERABILIDADES IDENTIFICADAS NO SECTOR BANCÁRIO E NÃO BANCÁRIO

VULNERABILIDADES DO SECTOR BANCÁRIO E NÃO BANCÁRIO

Sector bancário:
• Existência de Pessoas Politicamente Expostas (PPE´s) na estrutura accionista das instituições do sector financeiro sob supervisão do BNA.
• Base de dados de clientes extensa, com número considerável de clientes de alto risco;
• Produtos e serviços considerados de alto risco que podem ser usados para acumular e movimentar fundos dentro e fora do sector, tais como Privite banking, transferência
electrónicas e trader finance;
• Canais de distribuição que facilitam depósitos e levantamento em numerário em grande escala;
• Uso considerável de canais de prestação de serviços remotos (mobile banking, internet, ATM’s que podem encobrir a identidade do remente e do beneficiário efectivo; e
• Exposição média a jurisdições estrangeira concentrada num pequeno número de bancos.
Sector não bancário:
• Produtos e serviços (que envolvem movimentos de valores baixos); e
• Clientes (existência de uma base de dados muito reduzida e uma exposição baixa a nível de contacto com o cliente, pelo facto de os produtos ou serviços serem fornecidos
predominantemente por meio de contacto directo.

Qualidade dos controlos de prevenção ao BC/FT :


• Capacidade de detecção de operações suspeitas e respectivas comunicações à Unidade de informação financeira;
• Conhecimento em matérias de BC/FT por parte dos colaboradores;
• Integridade dos colaboradores da IFNB’s e eficácia da função compliance;
8. PLANO DE ACÇÃO RESULTANTE DA AVALIAÇÃO DE RISCO DE 2022

PLANO DE ACÇÃO RESULTANTE DA AVALIAÇÃO DE RISCO DE 2022, a nível das Instituições Financeiras Bancárias e Não Bancárias, definiram as
seguintes acções:

• As Instituições Financeiras devem adoptar mecanismos de restrições ou delimitações dos canais de distribuição que permitem movimentos a débito aos
clientes que se encontrem com informação/documentos desactualizadas ou processo de abertura de conta que não foi concluído, designadamente falta de
preenchimento do formulário de abertura de conta e a recolha dos documentos identificativos;
• Avaliação do risco associados aos produtos e serviços disponibilizados ao mercado especialmente Internet e Mobile Banking;
• Certificação internacional aos Compliance Officers no âmbito da PBC/FT, bem como a capacitação contínua dos colaboradores e órgãos de gestão;
• Definição de um plano de plano de formação em PBC/FT/P com enfoque no dever de identificação, diligência e comunicação de actividades suspeitas
envolvendo todos os colaboradores da 1ª e 2ª linha de defesa.
• Actualização das ferramentas de PBC/FT/P de modo a corresponder com as actuais expectativas face a Lei 05/20 - Lei PBC/FT bem como toda
regulamentação conexa;
• As Instituições Financeiras devem ter em consideração nas suas avaliações de risco institucional os resultados da Avaliação de sectorial e nacional; e
• As Instituições Financeiras devem adequar os perfis de risco alto dos seus clientes, produtos e serviços canais e distribuição e exposição a jurisdições
estrangeiras de acordo as Avaliações de Nacional e de Risco Sectorial.
Junho de 2022

Obrigado

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Preliminary Draft, Subject to Change – Restricted, Privileged and Confidential | Preliminar, Sujeito a Alterações – Restrito, Privado e Confidencial Formação técnica 14

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