Ficha documental

Denominação: Tetradracma
Moeda/tipo: prata.(inteira)
Período: 323 - 283 a.C. (cerca)
Localização: - Egito
Anverso: Cabeça de Alexandre o Grande, à
direita, com o couro de uma cabeça de
elefante, com o cifre de Zeus Amon, à
direita, borda pontilhada.
Reverso: Athena Alkidemos de pé,
segurando escudo e lança, à direita; frente,
águia, á direita; borda pontilhada.
Incrição no reverso: ΑΛΕΞΑΝΔΡΟΥ, ΦΔ
Cr. 15.620 g

https://www.britishmuseum.org/collection/
object/C_1987-0649-508

Unidades sintagmáticas
Alexandre - antigo rei Macedônio
Couro de cabeça de elefante - aproximação de culturas
Chifre de carneiro - alusão ao deus Amon/Zeus
Athena - deusa da sabedoria
Águia - animal referente a Zeus

Interpretação
O Tetradracma em análise foi feito por Ptolomeu I. Em seu anverso encontramos o
rosto de seu antigo rei Alexandre com os chifre de carneiro, em alusao a Zeus-Amon, e
com couro da cabeça de um elefante, animal que representava o oriente e o norte da África.
Já no seu reverso vemos Athena Alkidemos que é uma referência a Atena, que é conhecida
por seu papel como deusa da sabedoria, estratégia e guerra justa. Ela é frequentemente
representada em moedas ptolomaicas segurando uma lança e um escudo, simbolizando a
sua habilidade na batalha..
Comentário

Durante o Império, a moeda não era apenas um meio de troca, mas também uma
ferramenta importante para a propaganda política e cultural. Ptolomeu I seguiu o modelo
tradicional de utilizar a imagem do falecido rei em suas moedas, mas fez uma mudança
significativa ao substituir o rosto de Heracles pelo rosto divinizado de Alexandre, com os
chifres de Zeus-Amon e a pele do Leão de Nemeia pelo couro de elefante. Essa mudança
permitiu a Ptolomeu I reivindicar o território para si e legitimar sua posição por meio da
divinização de Alexandre. Ao mesmo tempo, o uso do couro de elefante nas moedas ajudou
a aproximá-lo da população local, tornando as moedas mais aceitáveis entre a população
que elas iriam circular.

Referências

Formulação de fichas

MACHADO, Heitor Rubens Saldanha. “IUPPITER TRIUMPHATOR: Júpiter e

representações iconográficas do rito do Triunfo em moedas da República Romana (225-
43 AEC)”; UNIRIO, Rio de Janeiro, 2019

CHEVALIER, Jean.; GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos. 8a. ed. Tradução: Vera

Costa e Silva, Raul de Sá Barbosa, Ângela Melim, Lúcia Melim. Rio de Janeiro: Editora José
Olympio, 1994.

MACHADO, Diego Santos Ferreira. “Modelos de fichas documentais – moedas”

Textual e imagem

British Museum - https://www.britishmuseum.org/collection/object/C_1919-0820-1