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Universidade Federal de Juiz de Fora

Disciplina: Estado, Sociedade e Educação

Professor: Marlos Bessa Mendes da Rocha

Aluno: Weber Wagner Rodrigues Silva

Questões para avaliação.

1 - Proposta de curso – reflexão a partir de trabalhos feitos em sala.

A proposta de reflexões feitas a partir de trabalhos sempre apresenta um grande


ganho para a turma, no geral. No entanto, acredito que a falta de embasamento teórico do
aluno ocasionado pela falta de aulas expositivas, pelo uso de poucos textos e material, bem
como o não delineamento formalizado dos enunciados das questões requeridas, a quem,
posteriormente, poderíamos nos referir e usar de base e contraprova na apresentação dos
trabalhos causou um mal-estar entre professor e aluno. O primeiro, que com a proposta de
reflexões parecia querer liberalizar os momentos de aula e criar uma harmonia com o aluno,
não permitiu que este tipo de interação ocorresse, demonstrando muitas vezes aos gritos que
somente a sua opinião seria a única correta, expondo os alunos a uma situação vexaminosa
(constrangedora) perante os colegas de turma sempre que possível, evidenciando no próprio
termo “aluno” um sentido pejorativo engendrado nesta sistemática como “o sem luz”. Assim,
o segundo, mesmo tendo feito todos os trabalhos e forçado a veiculação de seu pensamento,
carrega consigo a impressão de que poderá ser reprovado na disciplina, pois não há notas
parciais através das quais poderíamos nos valer para imprimir um maior esforço, ainda que
isso significasse mais embate e mais discursões quase que sempre elevadas ao nível pessoal.

Devido aos fatores elencados avalio a proposta de curso como bom, sete de zero a dez.

2 - Pertinência das questões discutidas para a formação do professor.

Tendo em vista a atualidade do conteúdo dos trabalhos, considero proveitosa a


discursão aberta sobre o material, pois colabora com a criação de uma consciência que se
pretende sensível à percepção e ao respeito das diferenças socioculturais, como contraponto
da pedagogia aplicada.

Devido aos fatores elencados avalio as questões discutidas como ótimo, dez de dez.

3 - Desempenho do professor.

Havemos de ser francos quanto a este ponto em ato de repudio à hipocrisia. Penso
que, por uma questão de bom senso, comandos de ordem unida não sejam oportunos para
serem usados no interior de uma sala de aula, pois, aqui estamos em busca, não de um
automatismo, mas sim de um autonomismo. Se o professor, como num dos textos
apresentados diz, citando Heidegger “deve ensinar o aluno a aprender”. Só consigo percebê-lo
nesta disciplina a partir de uma retomada da afirmação nietzschiana em que diz o filósofo que
“aquilo que não me destrói me fortalece”, numa conjugação com um dos princípios do
conservadorismo de não acreditar na “bondade natural do homem” e considerar que são os
constrangimentos introduzidos pelos hábitos e tradições é que permitem o funcionamento das
sociedades. Assim, compreendo a necessidade habitual do professor de fazer o uso dos
artifícios que subjazem à própria tradição escolar contra o aluno, valendo-se justamente da
condição deste de, por exemplo, ter que responder à chamada para obriga-lo a permanecer
em sala de aula, mesmo que em seu pensamento busque estar em outro lugar. A aula é
praticamente uma violência simbólica, uma tortura, pois o docente valendo-se da instituição
escola, no caso faculdade, pela tradição, único local que poderá conferir ao discente os títulos
necessários para que possa efetivamente ter sua cidadania afirmada socialmente, obstaculiza
o logro alunar utilizando deste ambiente para incutir a sisudez, o preconceito, o isolamento e a
segregação. O professor deixa no ar uma sensação de aquartelamento escolar, inscrito com o
uso de comandos de ordem unida, utilizando da estrutura escolar e do conteúdo disciplinar
(Hierarquia e Disciplina), para promover a desigualdade social no micro cosmos da sala de
aula; sendo em discurso não favorável à competição, em classe displicentemente tenta
promovê-la oferecendo prêmio aos alunos que se destacarem praticando abertamente um
lisonjeirismo com os poucos alunos que por ventura repliquem o que o professor de antemão,
behavoristicamente, já considerava “correto”.

Devido aos fatores elencados avalio o desempenho como ótimo, dez de dez, pois promove o
que almeja.

Deixo em epílogo as palavras de Gabriel Valadão a propósito do germe da filosofia nietzschiana


presente no livro: A filosofia na era trágica dos gregos.

“(...) não devemos nos pautar por modas, ideias célebres ou


qualquer outro pensamento pré-fabricado – pelo contrário,
devemos sempre pensar por conta própria: como crianças,
devemos olhar para o mundo sempre como que pela primeira vez,
sem jamais perdê-lo de vista nem nos deixarmos iludir pelo que
venham a falar dele. A liberdade do homem consiste em tirar suas
próprias conclusões acerca do mundo que o rodeia.” (NIETZSCHE,
2012, p. 19)

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