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SOCIEDADE
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
ECONOMIA E SOCIEDADE
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao livro de Economia e Sociedade. É com muito
prazer que apresentamos a você este livro, que é resultado de um trabalho conjunto.
Somos os professores Andréia Moreira da Fonseca Boechat, Daniela Carla Monteiro e
Sidinei Silvério da Silva, autores deste material e o preparamos com muito carinho para
que você adquira conhecimentos sobre os principais elementos da teoria econômica e
suas aplicações.
Assim sendo, ressaltamos que os assuntos que estudaremos nessa disciplina serão de
grande relevância para sua formação, ao passo que o conhecimento/domínio dos mes-
mos propiciará a você uma nova maneira de pensar, haja vista que a economia é uma ci-
ência social que reúne política e ciência, cujo objeto de estudo é a sociedade (MANKIW,
2001).
Nosso objetivo, ao escrever este livro, foi criar condições/meios para que você com-
preenda da melhor maneira possível conceitos e aplicações da economia, já que tais
conceitos/aplicações o ajudarão a encontrar possíveis respostas às inúmeras questões
socioeconômicas com as quais nos deparamos cotidianamente, sejam elas de âmbito
pessoal e/ou profissional.
Em outras palavras, o contexto econômico reúne aspectos da vida e da sociedade. Logo,
seu conhecimento/compreensão se faz necessário para que você possa entender ade-
quadamente o mundo/país em que vive, de modo que tal conhecimento/compreensão
o ajude tanto no âmbito pessoal quanto no âmbito profissional a tomar decisões.
Diante disso, destacamos que no âmbito profissional praticamente todos os segmen-
tos rotineiramente utilizam/aplicam instrumentos/mecanismos da teoria econômica. É
o caso, por exemplo, da agricultura, da indústria e do comércio, ou seja, das atividades
primárias, secundárias e terciárias de produção. Nesse contexto, compreender/dominar
conceitos e aplicações da economia, além de propiciar maiores chances de sucesso nos
negócios, propicia aos agentes um diferencial fundamental.
Ademais, conforme nos explica Móchon (2007), conhecer/compreender o contexto
econômico da sociedade em que vivemos expande expressivamente o conhecimento/
compreensão sobre o mundo em que vivemos e mais especificamente sobre o nosso
país.
Esse conhecimento/compreensão fará com que você se torne um participante mais há-
bil no sistema econômico, já que ao longo de sua vida pessoal e profissional você terá
que tomar muitas decisões.
Ainda nessa vertente, o conhecimento/compreensão em questão proporcionará a você
um melhor entendimento da política econômica, de modo que o exercício da cidadania
se solidifique/fortaleça. A título de exemplo, considere um cidadão que conheça/do-
mine o contexto econômico do país em que vive. Tal cidadão será capaz de julgar com
mais propriedade, em um período eleitoral, as propostas de viés socioeconômico dos
candidatos.
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
38 Considerações Finais
UNIDADE II
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
43 Introdução
50 Teoria da Demanda
59 Teoria da Oferta
66 Equilíbrio de Mercado
69 Consideraçôes Finais
SUMÁRIO
UNIDADE III
ESTRUTURAS DE MERCADO
75 Introdução
76 Os Mercados
83 Monopólio
86 Concorrência Monopolística
88 Oligopólio
92 Lei Antitruste
96 Considerações Finais
UNIDADE IV
103 Introdução
SUMÁRIO
UNIDADE V
137 Introdução
155 CONCLUSÃO
157 REFERÊNCIAS
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
I
CONCEITOS
UNIDADE
FUNDAMENTAIS EM
ECONOMIA
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender por que a economia é uma ciência da escassez ou das
escolhas.
■■ Reconhecer a contradição existente entre fatores de produção e
necessidades humanas.
■■ Definir economia e suas atividades de produção ou setores da
economia.
■■ Analisar a curva de possibilidades de produção nas combinações de
produtos que a economia pode produzir, dado os recursos existentes.
■■ Entender o conceito de custo de oportunidade enquanto princípio
econômico.
■■ Discutir os problemas econômicos fundamentais que todas as
sociedades enfrentam.
■■ Explicar o funcionamento de um sistema econômico capitalista.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Problemas econômicos de todas as sociedades
■■ O sistema econômico capitalista (ou economia de mercado)
■■ Divisão da ciência econômica
14 - 15
INTRODUÇÃO
Introdução
I
PROBLEMAS ECONÔMICOS DE
TODAS AS SOCIEDADES
Cotidianamente, independente da
classe de agentes econômicos à
qual pertencemos, somos leva-
dos a interagir com questões
econômicas, tais como formação
de preços, desemprego, inflação, osci-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
k
erstoc
lações nas taxas de juros, déficit/superávit ©shutt
finitos, cuja finalidade é produzir bens e serviços que satisfaçam maior número
de necessidades da sociedade, haja vista que tais necessidades são ilimitadas
(PASSOS; NOGAMI, 2003).
Assim, se o foco é atender a um maior número de necessidades da sociedade
com recursos finitos, então a alocação desses recursos deve ser suficientemente
eficiente, de modo a economizar tais recursos.
Contudo, define-se economia como:
A Ciência Social que estuda como a sociedade decide empregar recur-
sos escassos, que poderiam ter utilização alternativa, na produção de
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bens e serviços de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos
da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas (PASSOS;
NOGAMI, 2003, p. 5).
FATORES DE PRODUÇÃO
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mista, do engenheiro, ou a mão de obra do eletricista, do
encanador. Há economistas que consideram o capital hu-
mano um quarto tipo de fator de produção. Por capital hu-
mano, considera-se o conhecimento e as habilidades que
as pessoas obtêm por meio da educação e da experiência
em atividades produtivas.
CAPITAL O fator de produção capital corresponde aos conjuntos
dos edifícios, máquinas, equipamentos e instalações que
a sociedade dispõe para efetuar a produção. Este conjunto
é denominado de estoque de capital da economia. Quan-
to mais bens de capital dispuser a economia, mais pro-
dutiva ela será (ou seja, mais bens e serviços poderá pro-
duzir). Observe que o conceito de capital como fator de
produção é um pouco diferente da palavra capital usada
na linguagem comum, quando é utilizada para designar
uma quantia em dinheiro (ou outro ativo financeiro) que
determinada pessoa possui para iniciar um determinado
negócio.
Quadro 1: Definição dos tradicionais fatores de produção
Fonte: Mendes (2004, p. 5) e Viceconti e Neves (2010, p. 6)
primárias.
As demais fazem parte do grupo
que compõe as necessidades que são
consideradas necessidades secundá-
rias, necessidades estas que tendem a
mudar de acordo com o tempo e com o
espaço, já que estão sujeitas a inúmeras
influências, tais como: costumes, tradi-
ção, propagandas, marketing, inovação
etc. (MENDES, 2004).
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viços que serão produzidos. Vale ressaltar que, numa economia que conta com
milhares de produtos, as opções de escolha são inúmeras (MÓCHON, 2007).
A escolha em questão deve ser feita com base nas possíveis combinações/
alocações de produção. Segundo Mendes (2004), para determinar quais combi-
nações de produção são mais adequadas/possíveis, as unidades produtivas levam
em consideração duas questões: 1) os recursos produtivos são limitados; 2) não
é possível realizar mudanças tecnológicas, ou seja, o nível de tecnologia tam-
bém é limitado. Tal limite é ilustrado pela curva de possibilidades de produção.
De acordo com Móchon (2007, p.3):
A curva de transformação – ou fronteira de possibilidades de produção
(FPP) – mostra a quantidade máxima possível de bens ou serviços que
determinada economia pode produzir com os recursos e a tecnologia
de que dispõe e dadas as quantidades de outros bens e serviços que
também produz.
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Tipo Tipo B
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Tal procedimento resultará em perdas na produção de parafusos do tipo A.
Por exemplo, para produzir (1) uma unidade de parafusos do tipo B, com o des-
locamento dos fatores produtivos da produção de parafusos do tipo A para a
produção de parafusos do tipo B, abrir-se-á mão de (2) duas unidades de parafu-
sos do tipo A (diferença entre 20 e 18 = 2). Observe que aumentos na produção
de parafusos do tipo B levam a reduções na fabricação de parafusos do tipo A e
vice-versa, até que um ponto limite seja atingido.
O gráfico 1 nos mostra as possibilidades de produção contidas no levanta-
mento feito pelo engenheiro da hipotética empresa supracitada, colocando-se
5
(6,4)
4
(11,3)
3
(15,2)
2
(18,1)
1
A
0 6 11 15 18 20
A quantidade perdida dos parafusos do tipo A que essa empresa precisa incorrer
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um bem ou serviço é a quantidade de outros bens ou serviços a que se
deve renunciar para obtê-lo (MÓCHON, 2007, p. 4).
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Os bens e serviços de consumo ou finais são por sua vez aqueles de consumo
duráveis ou de consumo imediato, tais como refrigeradores, televisões, alimen-
tos, produtos de higiene pessoal etc.
Enfim, os bens e serviços intermediários são aqueles que são alocados na pro-
dução de outros bens e serviços. Tais bens e serviços são totalmente consumidos
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Em todas as atividades de produção ou setores da economia estão inseridos os
fatores de produção ou recursos produtivos (terra ou recursos naturais, mão de
obra ou trabalho e capital) e as técnicas de produção (MENDES, 2004).
Destaca-se que, com base em Mendes (2004), dependendo da atividade de
produção, tais recursos e técnicas variam em intensidade, ou seja, em cada um
dos setores da economia são empregados recursos e técnicas em proporções
diferentes.
O quadro a seguir mostra os recursos utilizados em cada tipo de atividade.
O autor nos explica ainda que a intensidade/proporção de uso/emprego dos
fatores de produção ou recursos produtivos classifica as atividades de produção
ou setores da economia (vide Quadro 3) em atividades primárias, secundárias
e terciárias de produção.
Define-se sistema econômico como a forma na qual uma sociedade está planejada e/
ou organizada. O referido planejamento e/ou organização ocorre em termos econô-
micos, políticos e sociais. O principal objetivo de tal planejamento e/ou organização
é fazer crescer as atividades econômicas, que por sua vez são as atividades de pro-
dução, distribuição e consumo de bens e serviços (VICECONTI; NEVES, 2010).
As instituições que desenvolvem e/ou fazem crescer as atividades econômicas
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são nominadas agentes econômicos e são divididas, de acordo com Viceconti e
Neves (2010), em quatro classes: unidades produtivas ou empresas, unidades fami-
liares ou famílias, setor público ou governo e setor externo ou resto do mundo.
As unidades produtivas ou empresas são as instituições responsáveis pela
produção de bens e serviços de uma nação. Diante disso, para realizar suas ativi-
dades, demandam ou procuram fatores de produção (terra ou recursos naturais;
mão de obra ou trabalho e capital), que são por sua vez recompensados por meio
de remuneração. O principal objetivo das unidades produtivas ou empresas em
uma economia de mercado é a obtenção de lucros.
As unidades familiares ou famílias são as instituições que oferecem os ser-
viços dos fatores de produção às unidades produtivas ou empresas. O principal
objetivo das unidades familiares ou famílias em uma economia de mercado é a
obtenção de remuneração. Destaca-se ainda que os proprietários das unidades
produtivas ou empresas fazem parte concomitantemente das duas instituições
supracitadas, ou seja, enquanto responsáveis pela produção, fazem parte da ins-
tituição unidades produtivas ou empresas e, enquanto proprietários dos fatores
de produção, das unidades familiares ou famílias. A tal instituição cabe ainda o
consumo dos bens e serviços produzidos na economia.
Compõem o Setor Público ou Governo os entes da administração direta, nos
âmbitos federal, estadual e municipal. O principal objetivo do Governo em uma
economia de mercado é oferecer bens e serviços à coletividade, de modo a satisfazer
o maior número de necessidades e assim elevar o bem-estar de todos. As empresas
públicas e as sociedades de economia mista, por objetivarem lucros, não são con-
sideradas nesta instituição e sim na instituição unidades produtivas ou empresas.
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fazer crescer as atividades econômicas, cabe
a toda economia o estabelecimento de suas
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3 A base do socialismo, como um sistema econômico, é a propriedade coletiva ou estatal dos recursos produtivos, sendo
que o Estado toma as decisões. As indústrias são de propriedade da sociedade como um todo. O controle da propriedade
é mantido pelo Estado para o mútuo benefício da população (MENDES, 2004, p. 16).
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Domingo, julho 14, 2013
As manifestações no Brasil e a crise do capitalismo
Rall
(...)
Quando o capitalismo atinge o limite absoluto, as instituições criadas para
garantir o funcionamento dessa forma social passam a não responder, seja
na condução da economia, seja para mitigar os efeitos desastrosos sob as
condições de vida. Daí a percepção, ainda que difusa e não de todo cons-
ciente, de que os partidos políticos, os sindicatos, a justiça, a infraestrutu-
ra, o transporte, a educação, saúde e outros setores que desempenham as
chamadas funções de Estado, não mais funcionem ou funcionam precaria-
mente. O discurso ideológico que quer separar o Estado do mercado não
enxerga que ambos são partes da mesma totalidade, a sociedade produtora
de mercadorias. Foram construindo-se e redefinindo-se nos momentos de
bonança e crise, numa relação íntima, mesmo nos momentos em que o pri-
meiro parece soberano e ganha certa autonomia. A separação formal que
se faz é uma abstração, pode levar partidos e movimentos ao auto-engano,
acreditando no Estado enquanto um ente que pode se descolar das relações
capitalistas e fazer a revolução.
(...)
Fonte: <http://rumoresdacrise.blogspot.com.br/2013/07/as-manifestaco-
es-no-brasil-e-crise-do.html>. Acesso em: 21 out. 2013.
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produzir. Indiretamente, tal escolha é feita pelos consumidores
quando gastam suas rendas adquirindo produtos cujos preços
estão dispostos a pagar.
COMO Como produzir refere-se à combinação/ajuste dos recursos
PRODUZIR? produtivos e à empregabilidade de técnicas que possibilitem
um determinado nível de produção ao menor custo possível.
Os preços dos recursos produtivos nesse processo são funda-
mentais ao passo que apontam os fatores de produção mais
escassos e que, portanto, devem ser poupados.
PARA QUEM Dependente do nível da renda pessoal e de sua distribuição,
PRODUZIR? para quem produzir diz respeito à distribuição dos bens/servi-
ços. Em outras palavras, quanto maior a renda de um indivíduo,
maior será seu consumo.
Quadro 5: Problemas básicos de um sistema econômico capitalista
Fonte: Mendes (2004)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Destaca-se que, tanto no mercado de bens e serviços quanto no mercado dos fato-
res de produção, visando determinar os preços, as forças da oferta e da demanda
atuam em conjunto. Assim sendo, no mercado de bens e serviços, essa interação
forma os preços dos produtos, ao revés do mercado de fatores de produção, que
forma os preços dos recursos produtivos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2011).
Por fim, vale ressaltar que as interações entre famílias e empresas, nesses
mercados, são limitadas pela escassez. Em outras palavras, as famílias, embora
tenham desejos ilimitados, possuem rendas limitadas ao passo que empre-
sas, devido a recursos produtivos finitos, incorrem em restrições de produção
(MENDES, 2004).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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classificação dos produtos e as atividades de produção ou setores da economia.
Sequencialmente, aprendemos/discutimos o sistema econômico capitalista
ou economia de mercado, mais especificamente, os problemas básicos e o fun-
cionamento de um sistema econômico capitalista.
Por fim, aprendemos/discutimos sobre a divisão da ciência econômica em
duas grandes áreas, sendo elas a Microeconomia e a Macroeconomia, que decorre
de fins metodológicos para estudos econômicos.
Em outras palavras, agora você compreende por que a economia é uma ciên-
cia da escassez; reconhece a contradição existente entre fatores de produção e
necessidades humanas; define economia e suas atividades de produção; analisa
a C.P.P. (curva ou fronteira de possibilidades de produção); entende o conceito
de custo de oportunidade; discute os problemas econômicos fundamentais e
explica o funcionamento de um sistema econômico capitalista.
Em suma, você domina/conhece conceitos fundamentais em economia e está
apto a compreender/analisar, ainda que de modo geral, o mundo/sociedade em
que vivemos principalmente no âmbito dos negócios, cenário onde a economia
se faz presente continuamente.
INTRODUÇÃO À
II
UNIDADE
MICROECONOMIA
Objetivos de Aprendizagem
■■ Discutir os fundamentos da teoria do consumidor.
■■ Entender a teoria da demanda.
■■ Estudar a teoria da oferta.
■■ Compreender o equilíbrio de mercado.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Fundamentos da teoria do consumidor
■■ Teoria da demanda
■■ Teoria da oferta
■■ Equilíbrio de mercado
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INTRODUÇÃO
Introdução
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
saberia me dizer quais são estas
características? Você, por exemplo,
como escolhe um determinado bem
ou serviço?
As características que a maioria
dos consumidores tem são, segundo
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Mendes (2009):
■■ Excluindo a poupança, os consumidores gastam toda sua renda em bens
e serviços.
■■ Os consumidores gastam sua renda em mais de um bem ou serviço, ou
seja, possuem cestas de bens, que veremos mais para frente.
■■ Como vimos, as necessidades humanas são ilimitadas, por este motivo,
os consumidores raramente estão satisfeitos com a quantidade de pro-
dutos comprados.
■■ Os consumidores procuram maximizar1 a satisfação total, dado sua renda
e os preços dos bens.
A partir dessas características, sabemos que as pessoas têm preferência por alguns
bens e serviços em relação a outros, ou seja, os consumidores, também conheci-
dos como famílias, são capazes de colocar as cestas de bens e serviços em ordem,
de acordo com suas preferências. Estas cestas serão compostas por quantidades
somente de dois bens e ou serviços. Essa situação pode ser representada a seguir:
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
44 - 45
C = (Q1, Q2)
Onde:
C = cesta de bens e serviços
Q1 = quantidade do bem ou serviço 1
Q2 = quantidade do bem ou serviço 2
Mas como essa escolha por determinada cesta de bens e serviços é feita? A esco-
lha que o consumidor faz por determinadas cestas de bens e serviços em relação
a outras é feita à partir de três pressupostos2:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A>B
Então, A >C
B>C
Entre a cesta A e a cesta B, José prefere a cesta A. Entre a cesta B e a cesta C, ele
escolherá a cesta B. Então, como a A ganhou da B, e a B ganhou da C, se com-
pararmos as cestas A e C, José preferirá a A.
UTILIDADE
U = f (Q1, Q2)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Onde:
U = utilidade
f = uma representação matemática que significa “em função de que”
Q1 = quantidade do bem 1
Q2 = quantidade do bem 2
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
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muito alto pela água, por exemplo, 70 reais, pois o grau de satisfação que o con-
sumo deste copo trará é muito alto. Já, no segundo, José está disposto a pagar um
valor ainda alto, mas não tão alto quanto pagou pelo primeiro copo, por exem-
plo, 50 reais. E assim sucessivamente, até chegar ao décimo copo, no qual José
não está mais disposto a pagar nada pela água, pois o décimo copo não trará
mais benefícios ao nosso consumidor. E se continuarmos analisando cada pos-
sível copo consumido chegaremos a um valor negativo, ou seja, o consumo, por
exemplo, do décimo primeiro copo gera uma repulsa.
Colocando essa situação na tabela abaixo.
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U Utilidade Total
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Utilidade marginal
Q
Gráfico 2: Representação das curvas de utilidades total e marginal
Fonte: elaborado pela autora
O Gráfico 2 confirmou o que eu vinha afirmando até agora sobre a função utili-
dade: a utilidade total aumenta conforme aumenta a quantidade consumida de
um determinado bem ou serviço, e a utilidade marginal decresce à medida que
aumenta o consumo de um determinado bem ou serviço.
Nada é mais útil do que a água, mas dificilmente, ela nos permitirá comprar
algo escasso... Um diamante, em contraste, em escasso de valor de uso, mas
uma grande quantidade de outros bens, frequentemente, ser trocada por ele.
Smith (1976, apud CARVALHO et al. 2008)
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
48 - 49
Então, utilidade não é medida através de números e sim pelo grau de satisfação.
CURVA DE INDIFERENÇA
Outra curva importante que deve ser analisada, antes de estudarmos a teoria da
demanda de fato, é a curva de indiferença, que mostra as cestas que o consumi-
dor considera indiferente, ou seja, as possíveis cestas que o consumidor desejaria
adquirir, de acordo com os pressupostos que estudamos no início da unidade.
Claro que irei apresentar a curva de indiferença de forma simplificada, pois este
é um livro de introdução à economia.
Vamos supor que José consuma refrigerante e pipoca, conforme a sua renda
e o preço destes bens, existem quatro cestas disponíveis.
A tabela 2 mostra quatro cestas compostas por refrigerantes e pipocas que José
pode adquirir observando a sua renda e o preço dos bens. Representando a tabela
2 em gráfico para melhor visualização:
Refrigerantes
4 c1
3 c2
2 c3
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Curva de indiferença
1 c4
0 Pipocas
1 2 3 4
Conforme pode ser visto no Gráfico 3, qualquer cesta sobre a curva de indife-
rença é, como o nome já diz, indiferente para José adquirir. Podemos ver também
que, assim como na curva de utilidade marginal, a curva de indiferença é nega-
tivamente inclinada. O motivo é que, de acordo com os pressupostos da teoria
do consumidor, “mais é melhor do que menos”.
TEORIA DA DEMANDA
Agora vamos começar o estudo da teoria de demanda, pois até este momento
vimos os fundamentos da teoria do consumidor. A teoria da demanda tem como
objetivo tratar das necessidades dos consumidores, ou seja, procura explicar o
comportamento do consumidor ao escolher bens e serviços.
Na unidade I, você viu que qualquer economia procurar responder a quatro
perguntas básicas: O que produzir? Quanto produzir? Para quem produzir? Como
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
50 - 51
temos não é considerado demanda, pois não podemos pagar por ele.
b. O conceito de demanda está relacionado à ideia de utilidade. Isto mesmo,
aquela utilidade que vimos no tópico 1 desta unidade. Só existirá demanda
se aquele bem ou serviço gerar algum tipo de satisfação para o consumi-
dor. Se não gera satisfação, não há demanda, pois quem irá desejar um
bem ou serviço sem utilidade?
c. A demanda vem sempre acompanhada da unidade tempo, pois a demanda
altera com o tempo. Se a demanda é uma intenção de compra conforme
a renda e o preço do bem, com o tempo o preço altera e a renda também,
então, a demanda é alterada. Podemos concluir então que a demanda é
dinâmica!
Teoria da Demanda
II
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os consumidores estão dispostos a adquirir reduz,
pois se o preço aumentar os consumidores irão subs-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tituir o consumo de um bem pelo seu substituto. Esse
efeito é chamado de efeito substituição.
Outro motivo que faz com que a curva de
demanda seja negativamente inclinada é o cha-
mado efeito renda, que nos diz que, ao aumentar
a renda, o consumidor irá demandar quantidades
maiores de um determinado bem.
Então, a utilidade marginal que estudamos explica que a curva de demanda é
negativamente inclinada, pois, conforme o preço altera, a quantidade demandada
altera também (efeito substituição), e alterações na renda alteram a quantidade
demandada (efeito renda).
Para facilitar a explicação acima, vou mostrar um exemplo. José, nosso con-
sumidor, deseja ir ao cinema ver os filmes que acabaram de ser lançados. Nesse
exemplo, cinema é nosso bem. Dependendo do preço do ingresso, José está dis-
posto a ir mais de uma vez ao mês ao cinema, conforme Tabela 3.
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
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15
12
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
10
Q
0 1 2 3 4 5
Após entender o conceito de demanda e o que de fato significa para a ciência eco-
nômica, vou apresentar a você alguns fatores que afetam a curva de demanda, tanto
positiva quanto negativamente, ou seja, fatores que fazem com que a demanda
aumente ou diminua e um fator que determina a demanda.
O fator que determina a demanda é o preço do bem ou serviço em questão.
Neste caso, como discutimos até agora, um aumento do preço faz com que a
quantidade que os consumidores estão dispostos a consumir reduza e vice-versa.
Teoria da Demanda
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d. Propaganda.
e. Expectativa sobre o futuro.
f. Fatores Climáticos.
g. Hábitos/costumes.
h. Entre outros.
Vamos ver cada um deles?
a) Renda
A renda é um dos principais fatores que afetam a curva de demanda. Então, de
acordo com a renda, os consumidores irão escolher qual das cestas de produtos
disponíveis irá demandar. A partir da variação da renda e do impacto que esta
variação causa na quantidade demandada, os bens podem ser classificados em:
■■ Normal – quando há um aumento de renda, a quantidade demanda do
bem ou serviço aumenta. A maioria dos bens são normais, pois quando
a pessoa tem um aumento de renda, ela passa a demandar mais daquele
bem. Neste caso, a curva de demanda se desloca para a direita, ou seja,
para cima.
■■ Inferior – quando há aumento da renda, a pessoa passa a consumir menos
daquele bem. Por exemplo, se José, nosso consumidor, tiver um aumento
de salário, ele passará a consumir mais carne de primeira. Nesse caso, a
curva de demanda para carne de segunda se desloca para a esquerda, ou
seja, para baixo.
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
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d) Propaganda/Marketing
A propaganda/marketing cria uma necessidade de consumo. Então, é um instru-
mento muito utilizado para aumentar a quantidade demanda de determinados
bens e serviços, deslocando a curva de demanda para a direita.
Teoria da Demanda
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
f) Fatores Climáticos
O clima é outro fator que afeta a curva de demanda. No inverno, a demanda
por biquínis reduz, enquanto a demanda por calças aumenta. Outro exemplo,
a demanda de aquecedor na região Norte do Brasil é quase nula, pois não tem
clima para utilizar esse tipo de aparelho, enquanto a demanda por ar condicio-
nado na Noruega é baixa.
g) Hábitos/costumes
A demanda de alguns bens varia conforme o hábito e costume da região. Por
exemplo, na Índia a vaca é sagrada, então a demanda por carne bovina é quase
nula, enquanto no Brasil é alta.
h) Entre outros
Citei alguns fatores que afetam a curva de demanda, mas temos diversos outros.
É importante lembrar que qualquer fator que aumente a demanda deslocará a
curva de demanda para a direita, conforme Gráfico 6. Em compensação, qual-
quer fator que reduz a demanda desloca a curva de demanda para a esquerda,
conforme Gráfico 7.
O Gráfico 6 mostra o deslocamento da curva de demanda para direita, ou
seja, quando algum dos fatores que estudados acima aumenta a demanda, por
exemplo, aumento da renda, aumento do preço do bem substituto etc.
O Gráfico 7 mostra o deslocamento da curva de demanda para esquerda,
ou seja, quando alguns dos fatores que estudados acima reduz a demanda, por
exemplo, redução da renda, redução do preço do bem complementar, etc.
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
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P
P
D´
D
D
D´
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Q Q
Gráfico 6: Deslocamento da curva de Gráfico 7: Deslocamento da curva de demanda
demanda para a direita para a esquerda
Fonte: elaborado pela autora Fonte: elaborado pela autora
ELASTICIDADES
a) Elasticidade preço
A elasticidade preço mostra o impacto da variação do preço na quantidade
demanda de um determinado bem ou serviço. Neste caso, os bens ou serviços
podem ser classificados em:
Teoria da Demanda
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
reduz em menos do que 1%.
Em geral, os bens mais essenciais são inelásticos, como combustível e
alimentos.
iii. Elasticidade unitária, quando a
elasticidade preço for igual a 1.
Isto significa que um aumento no
preço reduz a quantidade deman-
dada na mesma proporção, ou
seja, um aumento de 1% no preço
acarreta uma redução de 1% na
quantidade demandanda. Um
exemplo é o sal. ©shutterstock
Alguns fatores fazem com que o bem ou serviços sejam mais elásticos do
que outros. Podemos citar, de acordo com Mendes (2008):
■■ Grau de essencialidade do produto.
Quanto mais essencial ou necessário for o bem, mais inelástico ele será
como, por exemplo, a água. Mesmo que o preço aumente, não tem
como substitui a água tão facilmente, então, a quantidade de demanda
não alterará.
■■ Disponibilidade de produtos substitutos para o bem considerado.
Quanto maior for o número de bens substitutos para o produto em
questão, mais elástico ele será. Por exemplo, refrigerantes. Caso o preço
do refrigerante aumente, podemos substituí-lo por suco, água, outra
marca de refrigerante.
■■ Número de utilizações que se pode dar ao produto.
Quanto maior for o uso do produto, maior será a elasticidade. Por
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
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©shutterstock
televisão aumenta, a demanda redu-
zirá mais do que se o preço do açúcar
aumentar, mantendo a renda constante.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) Elasticidade renda
A elasticidade renda mede o impacto da variação da renda na quantidade deman-
dada de um determinado bem. Como já estudados, se a renda aumenta e a
quantidade demandada também aumenta, o bem é normal e neste caso, o coefi-
ciente será positivo. Caso contrário, o bem é inferior, e o resultado da elasticidade
renda é negativo.
TEORIA DA OFERTA
Teoria da Oferta
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
©shutterstock
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
60 - 61
2 7
1 0
Tabela 4: Oferta de uma empresa hipotética de títulos de capitalização
Fonte: elaborada pela autora
Pela tabela 4, você percebeu que, conforme o preço do sanduíche congelado reduz,
a quantidade que a empresa deseja vender diminuiu também, fazendo com que
a curva seja positivamente inclinada. Transformando a tabela 4 em um gráfico:
4 O
Q
0 7 12 16 18
Teoria da Oferta
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um cachorro-quente que tenha um preço ©Shutterstock
Agora que você conhece o conceito de oferta, vou apresentar alguns fatores que
afetam positiva e negativamente a curva de oferta. Assim como na demanda,
o preço do bem ou serviço afeta a curva de oferta, mas não a desloca. Quanto
maior for o preço, maior será a quantidade ofertada. Caso contrário, se o preço
diminuiu, a quantidade ofertada também diminuiu.
Já os fatores que afetam e deslocam a curva de oferta, segundo Mendes
(2009), são:
b) Tecnologia
A tecnologia é uma ótima forma de aumentar a produção, utilizando a mesma
quantidade de fatores de produção, assim, reduzindo os custos e aumentando a
oferta, deslocando a curva de oferta para a direita.
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
62 - 63
d) Políticas do governo
Dependendo da política pública do governo, a empresa tem incentivo para
aumentar ou reduzir a produção. Por exemplo, subsídio3 é um incentivo para
as empresas aumentarem a produção. Os subsídios acontecem principalmente
no setor agropecuário.
e) Influências especiais
As influências especiais, como
uma condição meteorológica,
afeta alguns setores, e fazem com
que as empresas aumentam ou
reduzem a produção. Por exemplo,
uma chuva causa uma redução na
produção dos agricultores, redu-
©shutterstock
zindo a oferta.
3 Subsídio é um tipo de imposto negativo, onde a governo paga uma parte dos custos de produção para os produtores
aumentarem ou passarem a produzir aquele produto que o governo quer desenvolver o setor.
Teoria da Oferta
II
Como vimos, alguns fatores afetam a deslocam e curva de oferta para a direita
ou para a esquerda. Qualquer fator que reduza custos, é um incentivo para a
empresa aumentar a produção, deslocando a curva de oferta para a direita, essa
situação pode ser vista no Gráfico 10.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O´
Agora qualquer fator que aumente o custo, ou que reduza o lucro, é um incen-
tivo para a empresa reduzir a produção, deslocando a curva de oferta para a
esquerda, conforme Gráfico 11.
O´
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
64 - 65
Não posso deixar de observar que, quando falamos em uma alteração na quan-
tidade ofertada, em função de uma variação no preço do próprio bem, a curva
de oferta, assim como a curva de demanda, não se desloca, alterando apenas os
pontos sobre a curva, do mesmo que a curva de demanda.
Teoria da Oferta
II
EQUILÍBRIO DE MERCADO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pois temos outros mercados, como os poucos competitivos e os sem competi-
ção, no qual o equilíbrio se dá em outro ponto, ou seja, funciona de outra forma
a relação entre demanda e oferta, sendo o preço formado em um ponto mais
alto, mas isto será visto na Unidade III no nosso livro.
O equilíbrio em mercados competitivos pode ser visto no Gráfico 12 a seguir.
P´
E
Q
Q´
Analisando o Gráfico 12, podemos perceber que o ponto onde as curvas de oferta
(O) e demanda (D) se encontram é o ponto de equilíbrio (E), e este ponto mostra
o preço e quantidade negociadas no mercado, P’ e Q’ respectivamente. Qualquer
preço acima de P’, significa que haverá mais oferta do que demanda, ou seja, tere-
mos um excesso de oferta e, pela lei da oferta e da demanda, oferta maior que
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
66 - 67
demanda faz com que o preço abaixe. Então, pontos acima de P’ fazem com que
sobrem produtos no mercado e o preço automaticamente reduzirá.
Agora, temos o caso contrário também, qualquer ponto abaixo de P’, significa
que teremos um excesso de demanda, ou seja, mais pessoas desejando adqui-
rir o bem ou serviço do que empresas dispostas de vender. Nesse caso, o preço
aumentará, de modo a chegar o ponto E, que é o ponto de equilíbrio.
Todos os fatores que estudamos nos tópicos anteriores e que afetam as cur-
vas de demanda, como renda, preço dos produtos complementares e substitutos,
expectativa sobre o futuro, entre outros e todos os fatores que vimos que afetam
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Acontece quando o governo fixa o preço mínimo que seria vendido no mercado.
Esse instrumento tem como objetivo beneficiar o produtor, de forma a garantir
um nível de preço superior ao preço de equilíbrio. Um exemplo seria o mercado
Equilíbrio de Mercado
II
Acontece quando o preço vendido no mercado está muito alto e o governo, com
o objetivo de defender o consumidor, estabelece um preço máximo que as empre-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sas podem vender seus produtos. O preço máximo será sempre menor do que
o preço de equilíbrio, ou seja, abaixo de P’.
C) SUBSÍDIOS
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
68 - 69
CONSIDERAÇÔES FINAIS
sua produção e, portanto, a oferta. Após entender demanda e oferta, você viu
que os objetivos do produtor e do consumidor são totalmente diferentes, diria,
opostos. Enquanto o consumidor deseja adquirir bens e serviços em quantidade
grande, a preços baixos e por que não dizer, com excelente qualidade, as empre-
sas desejam obter lucro e, por isto, desejam vender seus produtos a um preço
mais alto possível.
Mas sabemos que na “vida real” nem somente a vontade do consumidor é
satisfeita nem somente a da empresa, e sim existe um acordo não formal entre
consumidores e empresas para formar o preço e a quantidade dos bens e servi-
ços que serão negociados. Essa situação chamamos de equilíbrio de mercado,
equilíbrio este que é alterado a toda hora por diversos fatores que foram expli-
cados ao longo da unidade.
Então, a partir de agora você, de fato, é capaz de explicar a tão famosa lei da
economia, que é a lei da oferta e da demanda e como esta lei afeta nossas vidas,
desde quando nascemos até ao final de nossas vidas. A lei da oferta e da demanda
é importante também para o estudo de outras áreas da economia, como a macro-
economia, que você estudará nas unidades IV e V do nosso livro.
Espero que esta segunda unidade tenha sido proveitosa e que você tenha se
encantando ainda mais com esta fantástica ciência, que é e economia.
Um forte abraço!
Consideraçôes Finais
1. Explique os pressupostos da teoria do consumidor.
2. Discuta, com suas palavras, o conceito de utilidade marginal e sua importância
para o estudo da economia.
3. Faça o gráfico da curva de demanda e explique três fatores que fazem com que
a curva de demanda se desloque.
4. O que significa dizer que a elasticidade preço da oferta é maior do que 1.
5. Explique, com suas palavras, duas formas que o governo tem para alterar o pon-
to de equilíbrio de mercado.
70 - 71
MATERIAL COMPLEMENTAR
Microeconomia
Robert S. Pindyck e Daniel L. Rubinfeld
Editora: Saraiva
Sinopse: Para quem quiser se aprofundar ainda mais nos conhecimentos
sobre microeconomia, sugiro este livro, que é um clássico e muito
utilizado em economia.
Roger e Eu
Diretor: Michael Moore
Ano: 1989
Sinopse: Um documentário muito interessante que mostra o impacto
do desemprego na relação entre oferta e demanda de toda uma
comunidade é o filme Roger e Eu. Este é um documentário sobre o
fechamento de 11 fábricas da GM, em Flit, no estado do Michigan, nos
EUA, da década de 1980, o que gerou 30 mil desempregos e afetou a
vida econômica da cidade.
Material Complementar
II
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
Professora Dra. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
III
UNIDADE
ESTRUTURAS DE MERCADO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Definir mercado.
■■ Apresentar as quatro principais estruturas de mercado.
■■ Discutir as práticas ilegais que prejudicam a competição.
■■ Estudar a política antitruste brasileira.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Definição de mercado
■■ Concorrência perfeita
■■ Monopólio
■■ Concorrência monopolística
■■ Oligopólio
■■ Práticas ilegais contra a competição
■■ Política antitruste
74 - 75
INTRODUÇÃO
Introdução
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
©shutterstock
OS MERCADOS
Com a interação entre oferta e demanda, três pressupostos1 precisam ser leva-
dos em consideração, que são:
a. Livre mercado
Por livre mercado entendemos que o mercado não sofre nenhuma influ-
ência externa como, uma política governamental, em outras palavras, as
forças de oferta e demanda atuam livremente.
b. Maximização de lucro por parte da empresa
Esse segundo pressuposto significa que as empresas desejam sempre obter
lucro. Porém, nem sempre é verdade. Muitas empresas, dependendo da sua
estratégia naquele momento, possuem outros objetivos, como aumentar
sua participação no mercado, aumentar a produção ou apenas sobrevi-
ver, como no caso de algums empresas familiares.
c. Maximização da satisfação por parte do consumidor
O terceiro pressuposto está ligado diretamente ao consumidor, ou seja,
a demanda. Esse pressuposto parte do princípio de que os consumido-
res, ou como vimos na unidade I, as famílias, maximizam sua satisfação
1 Pressuposto pode ser entendido como algo que estamos partindo do princípio de algo.
ESTRUTURAS DE MERCADO
76 - 77
©shutterstock
palavras, o tamanho do mercado
depende do ponto onde as deci-
sões dos compradores afetem as
decisões dos vendedores, con-
forme já discutimos anteriormente.
A partir dessa interdependência, os
mercados podem ser:
a. Geográfico
O mercado geográfico nos dá a ideia de lugar. Então, quando estamos
analisando o mercado geográfico, estamos analisando o espaço no qual
os vendedores e compradores se relacionam, por exemplo, o mercado
brasileiro. O mercado geográfico é divido em:
- Local: pode ser um bairro ou uma cidade.
- Regional : está relacionada à ideia de região, por exemplo, região Sul
do Brasil.
- Nacional: no nosso caso, o mercado nacional é o Brasil.
- Internacional: mercado internacional é o mundo, por exemplo, a abran-
Os Mercados
III
gência das lojas virtuais. Nós podemos acessar a internet neste momento
e comprar um livro de uma livraria americana, por exemplo.
b. Produto
O mercado produto está relacionado à forma. Então, quando analisamos
o mercado produto, estamos analisando um determinado bem ou ser-
viço, por exemplo, computadores, soja, entre outros.
c. Temporal
O último mercado é o temporal, e está relacionado a ideia de tempo. Esse
é um mercado que, ao ser feita a análise, deve ser acompanhado de um
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
produto ou uma região. Como exemplo de mercado temporal podemos
citar bens e serviços em dezembro ou na Páscoa.
É importante observar que a escolha do mercado depende da análise a ser feita. Para
uma análise mais completa, é interessante delimitar muito bem o mercado, tanto geo-
gráfico quanto produto e temporal. Por exemplo, podemos analisar o mercado de
panetones, em dezembro, em São Paulo. No caso do exemplo citado, panetones é o
mercado produto, dezembro é o mercado temporal e São Paulo é o mercado geográfico.
Esse foi apenas um exemplo, outro pode ser o mercado de soja no primeiro
semestre do ano de 2013 na região Centro-Oeste brasileira. Nesse caso, soja é
o mercado produto, primeiro semestre de 2013 é o mercado temporal e região
Centro-Oeste é o mercado geográfico.
A partir dos exemplos citados, você percebeu como é importante delimitar
muito bem o mercado, pois é uma forma de verificar, exatamente, o limite onde
as decisões dos vendedores e dos compradores afetam umas as outras e também
verificar os concorrentes. Além disto, é importante para o governo criar políticas
públicas, como a política antitruste que veremos no último tópico desta unidade,
para assegurar a competição e ou regular mercados.
ESTRUTURAS DE MERCADO
A interação entre oferta e demanda acontece no mercado (este mesmo que estu-
damos no tópico Equilíbrio de Mercado) e forma o preço. Essa interação muda
para cada estrutura de mercado. Então, Mendes (2009) define estrutura de
ESTRUTURAS DE MERCADO
78 - 79
a) Grau de concentração
É o tamanho do mercado, em outras palavras, número de vendedores e compra-
dores que fazem parte daquele mercado. Dependendo da quantidade de empresas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os Mercados
III
c) Barreiras à entrada
Barreiras à entrada pode ser definida como o grau de dificuldade que uma nova
empresa tem em fazer parte do mercado. E podem ser:
■■ Economia de escala – acontecem quando a empresa aumenta a quan-
tidade produzida e consegue reduzir seu custo médio no longo prazo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Existem diversas formas de conseguir gerar economia de escala, como
especialização da mão de obra, utilização de tecnologia, compra de fato-
res de produção em grandes quantidades, entre outros.
■■ Desvantagens de custo – quando a empresa que deseja fazer parte do mer-
cado tem alguma desvantagem em custo, como pouca experiência no setor,
pouco domínio tecnológico ou ainda grande necessidade de propaganda.
Com base no que foi discutido, os mercados podem ser classificados, quanto à
competitividade, em:
■■ Competitivos – concorrência perfeita e concorrência monopolística
■■ Pouco competitivos – oligopólio
■■ Sem competição – monopólio
ESTRUTURAS DE MERCADO
80 - 81
PRODUTOS HOMOGÊNEOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dizemos que na concorrência perfeita ou pura, o governo não deve intervir no
mercado, por exemplo, através de congelamentos e tabelamentos de preços. Em
outras palavras, o mercado deve funcionar livremente.
PERFEITO CONHECIMENTO
ESTRUTURAS DE MERCADO
82 - 83
MONOPÓLIO
Os produtos são altamente diferenciados, ou seja, são únicos. Nesse caso, o con-
sumidor não consegue substituí-lo por outro.
NÃO HÁ CONCORRÊNCIA
a) Controle de preço
Ocorre quando o governo exige que a empresa produza até o ponto no qual
o custo marginal se iguale ao preço. Essa é uma prática difícil, pois o governo
Monopólio
III
b) Política de taxação
O governo pode taxar o monopolista de forma a reduzir seu lucro. A taxação
pode ocorrer de três formas:
■■ Pagamento de uma licença anual.
■■ Tributação sobre lucro.
■■ Imposto sobre vendas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As duas primeiras afetam o custo fixo, reduz ou até mesmo elimina o lucro da
empresa e mantêm o preço para o consumidor. Já o imposto sobre vendas afeta
os custos variáveis e reduz a quantidade produzida.
É importante observar que, mesmo sendo uma única empresa, se o mono-
polista quiser aumentar sua venda, ele deverá reduzir o preço do seu produto. E
uma estratégia utilizada pelo monopolista para vender mais é através da política
de discriminação de preços. Esta é uma prática que ocorre quando um mono-
polista vende o mesmo produto, a consumidores diferentes e a preços diferentes.
Para isto, é necessário:
1. Separar os mercados fisicamente, de modo que um consumidor não con-
siga comprar em outro mercado.
2. Verificar a elasticidade-preço da demanda de cada mercado. No mer-
cado/consumidor mais elástico, o monopolista coloca um preço mais
baixo e para o mercado mais inelástico, o preço é mais alto. Desse modo,
a empresa monopolística consegue aumentar sua receita.
ESTRUTURAS DE MERCADO
84 - 85
Então você percebeu, pelos exemplos, que não é somente uma empresa mono-
polística que pratica a discriminação de preços, esta é uma prática comum em
outras estruturas de mercado também.
Monopólio
III
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Temos no mercado um grande número de pequenas empresas, pequenas se com-
pararmos com o tamanho do mercado.
PRODUTOS DIFERENCIADOS
Como são muitas empresas que fazem parte do mercado, a concorrência é enorme,
então, a empresa consegue controlar (definir), um pouco, seu preço em razão
dos produtos serem diferenciados, mas esse controle é pequeno.
ESTRUTURAS DE MERCADO
86 - 87
O grau de dificuldade que uma nova empresa tem em fazer parte deste mercado
é baixo, ou seja, existe uma barreira à entrada, mas esta é bem baixa.
A maioria das empresas no mundo real pertence a esta estrutura de mercado.
©shutterstock
Concorrência Monopolística
III
OLIGOPÓLIO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PEQUENO NÚMERO DE EMPRESAS
São poucas empresas que fazem parte do mercado, podemos contá-las. Não existe
um número exato que define se um setor faz parte do oligopólio ou não, ape-
nas sabemos que são poucas empresas que ofertam produto naquele mercado.
Como são poucas empresas, elas são interdependes, ou seja, a decisão de uma
afeta diretamente a decisão da concorrente, incluindo a decisão de preços. Então,
se uma empresa variar seu preço, as demais reagirão de duas formas:
1. Aumento de preço faz com que as firmas concorrentes não aumentem o
preço e a empresa perderá mercado.
2. Redução de preços faz com que as firmas concorrentes também reduzam
os preços e a parcela de mercado de todas as empresas ficará, pratica-
mente, constante. Nesse caso, somente o consumidor é beneficiado.
ESTRUTURAS DE MERCADO
88 - 89
O grau de dificuldade que uma nova empresa tem em fazer parte do mercado é
médio, em outras palavras, existe um certo grau de dificuldade, mas não chega
a ser tão alto como no caso do monopólio.
A CONCORRÊNCIA É VIA
DIFERENCIAÇÃO DO PRODUTO
©shutterstock
2 Parcela de mercado refere-se à porcentagem da quantidade que cada empresa vende naquele mercado.
Oligopólio
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCORRÊNCIA CONCORRÊNCIA
CARACTERÍSTICAS OLIGOPÓLIO MONOPÓLIO
PERFEITA MONOPOLÍSTICA
Nº de empresas Muitas Muitas Poucas Uma
Homogêneo Altamente
Tipo de produto Homogêneo Diferenciado
ou diferenciado diferenciado
Controle de
Nenhum Pequeno Considerável Grande
preços
Condição de Médias bar- Altas
Sem barreiras Baixas barreiras
entrada reiras barreiras
Produtos Restaurantes, Automóveis, Água, energia
Exemplos
agrícolas lojas de varejo aviação elétrica
Quadro 8: Características das quatro estruturas de mercado
Fonte: baseado em Mendes (2009)
Como são poucas as empresas no oligopólio, não é difícil ter acordos de pre-
ços e quantidades, acordos estes que devem ser evitados. São indesejáveis, pois
levam a uma produção baixa e a preços altos, ou seja, nessa situação as empesas
se comportam como no monopólio. Por isto, o governo deve coibir acordos entre
empresas e, no Brasil, temos uma lei específica para isto, que é a lei antitruste.
Algumas práticas empresariais que são proibidas pelo governo brasileiro:
ESTRUTURAS DE MERCADO
90 - 91
Temos que ter muito cuidado ao analisar uma possível prática ilegal, como
as vendas casadas e fixação de preço de revenda, pois a “indução” não é
ilegal, o que não pode acontecer é o consumidor não ter escolhas. Na hora
que existe escolha, a prática passa a ser legal.
Oligopólio
III
LEI ANTITRUSTE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da Concorrência – SBDC.
Segundo Pereira Neto e Sampaio (2008), a Lei Antitruste brasileira introduz,
primeiramente, a prevenção, passando a controlar fusões e aquisições, depois
aprimora a legislação repressiva contra o abuso econômico, especialmente a
repressão a cartéis e a outras condutas anticompetitivas que não estavam pre-
vistas na legislação anterior, em terceiro lugar, passa a prever a intervenção da
teoria econômica, o que antes era exclusiva dos advogados. Podem ser citados
também outros aspectos importantes da nova lei, tais como: a reforma total do
papel CADE, tornando-o a autoridade administrativa finalista em termos de
defesa da concorrência, autônoma administrativa e financeiramente; introdução
do conceito de posição dominante no mercado, seguindo a doutrina europeia;
criação do compromisso de cessação de condutas infrativas3 à concorrência;
definição do aumento abusivo de preços não justificados por aumento de cus-
tos; definição do papel do Ministério da Fazenda que passa a ser responsável por
fazer pareceres econômicos em processos de fusões e aquisições e em condu-
tas anticompetitivas. Forgioni (1998) acrescenta ainda que o sistema antitruste
brasileiro, oriundo da Lei nº. 8.884/94, é híbrido, que aproveita o sistema euro-
peu no que tange à caracterização do ilícito pelo objeto ou efeito, mas supera
tanto esta tradição quanto a norte-americana no que tange à tipificação dos atos.
Mesmo depois da criação da nova lei antitruste em 1994, continuam ocor-
rendo outras mudanças na lei e na forma de as instituições encarregadas aplicar
a lei. As principais mudanças que ocorreram são: publicação, por parte da SEAE,
ESTRUTURAS DE MERCADO
92 - 93
anticompetitivas, respectivamente.
Lei Antitruste
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
exemplos de condutas anticoncorrenciais.
3. “Advocacia” da concorrência, que se refere ao papel de, direta ou indi-
retamente, influenciar a formulação das políticas públicas para garantir
a concorrência.
O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência é composto por três órgãos
(CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA, 2007):
a. Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que é vincu-
lado ao Ministério da Justiça e tem como finalidade “orientar, fiscalizar,
prevenir e apurar abusos de poder econômico, exercendo papel tutela-
dor da prevenção e repressão do mesmo” (CADE, 2007), ou seja, julgar
os casos que pertencem ao SBDC.
b. Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), que é vinculada ao
Ministério da Fazenda e tem como principal atividade dentro do SBDC
a promoção e a defesa da concorrência, ou seja, fornecendo dados eco-
nômicos ao SBDC.
c. Secretaria de Direito Econômico (SDE), que é vinculada ao Ministério
da Justiça e é responsável, entre outras funções, por exercer as compe-
tências da lei antitruste.
ESTRUTURAS DE MERCADO
94 - 95
4 Consiste na apuração de condutas nocivas à concorrência levadas a cabo por empresas que detêm poder
sobre determinado mercado, das quais são exemplo a prática de cartel, a prática de preços predatórios, as
vendas casadas, os acordos de exclusividade, a discriminação de preços, a fixação de preços de revenda e
as restrições territoriais.
Lei Antitruste
III
ESTUDO DE CASO
Fusão das empresas X e Y pode criar maior instituição privada de ensi-
no do mundo
Enquanto apenas 14% dos jovens estão no ensino superior, observa-se o au-
mento cada vez mais rápido da fusão de instituições privadas e a maior in-
fluência do capital estrangeiro, que passa a dominar o setor educacional bra-
sileiro. Nesse contexto, as empresas X Educacional e Y Educacional aguardam
a aprovação de sua junção pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade). Se a operação financeira de R$ 12 bilhões for aprovada pelo Cade,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que é uma autarquia vinculada ao Ministério da Justiça Brasileiro, o novo
grupo passará a ser responsável pela formação de quase um milhão de alu-
nos (486 mil cursando o ensino presencial e 516 mil em regime de ensino a
distância), em mais de 800 unidades de ensino superior.
Parte do trecho extraído de: <http://www.observatoriodaeducacao.org.br/
index.php/sugestoes-de-pautas/48-sugestoes-de-pautas/1217-fusao-das-
-empresas-kroton-e-anhanguera-pode-criar-maior-instituicao-privada-de-
-ensino-do-mundo>. Acesso em: 03 dez 2013.
ESTRUTURAS DE MERCADO
96 - 97
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. Defina mercado e apresente suas classificações.
2. Explique como e onde acontece a formação de preços na concorrência perfeita
ou pura.
3. Explique a prática de discriminação de preços e cite dois exemplos do seu dia a
dia.
4. Cite e explique as práticas ilegais contra a concorrência.
5. Defina política antitruste e discuta sua importância para a livre competição.
98 - 99
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
III
ESTRUTURAS DE MERCADO
Professor Me. Sidinei Silvério da Silva
IV
MERCADO DE BENS E
UNIDADE
SERVIÇOS E O MERCADO
MONETÁRIO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar uma visão geral dos agregados econômicos que descrevem
o funcionamento de uma economia, como a produção agregada (PIB) e
o preço médio de todos os bens (nível de preços agregado).
■■ Explicar o funcionamento do mercado de bens e serviços e as variáveis
macroeconômicas nele determinadas.
■■ Entender o mercado monetário e sua influência sobre o lado real e
monetário da economia.
■■ Compreender por que alguns países são tão ricos e outros pobres.
■■ Discutir o papel das políticas fiscal e monetária na busca do pleno
emprego e da estabilidade no nível geral de preços (controle da inflação).
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade
■■ Objetivos de política econômica
■■ Crescimento e Desenvolvimento Econômico
■■ Determinação do Produto Nacional
■■ Política fiscal, inflação e desemprego
■■ A moeda: conceitos, funções e tipos
■■ Oferta de Moeda
■■ Demanda de Moeda
■■ O papel das taxas de juros
■■ Política monetária, inflação e desemprego
102 - 103
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta quarta unidade, você entenderá que a economia divide-se
tradicionalmente em dois amplos subcampos, a microeconomia (estudo de
como famílias e empresas tomam decisões) e a macroeconomia que estuda os
fenômenos que englobam toda a economia, incluindo inflação, desemprego e
crescimento econômico.
O estudo da macroeconomia moderna passa pela revolução keynesiana, com
a publicação, em 1936, do Livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
OBJETIVOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
efeito relativamente mais forte sobre essa meta, numa combinação ideal de polí-
ticas executadas de forma descentralizada.
Destaca-se que, na política econômica, há distinção entre:
■■ Teoria normativa: analisa como as autoridades políticas devem agir.
■■ Teoria positiva: estuda o que as autoridades fazem na realidade.
Jones (2000) argumenta que o sistema econômico mundial é formado por eco-
nomias de todos os tamanhos, com a existência de países muito ricos e outros
muito pobres. Além disso, algumas economias crescem rapidamente e outras
simplesmente não crescem, conforme Quadro 9.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Países
cimento contínuo do Produto Interno Bruto (PIB) e da renda per capita ao longo
do tempo (análise quantitativa). O desenvolvimento econômico, por seu turno,
engloba além do crescimento econômico, a melhora em indicadores de bem-
-estar econômico e social, tais como pobreza, desemprego, saúde, alimentação,
entre outros (análise qualitativa). E o desenvolvimento econômico sustentável
considera o crescimento econômico acompanhado da melhora em indicado-
res de bem-estar econômico e social e da manutenção no equilíbrio
ecológico (sustentabilidade de longo prazo).
Em relação à variação real do Produto Interno Bruto (PIB) bra-
sileiro, no período 1986 a 2012, verificamos um crescimento
médio de 2,77% ao ano. A evolução desse indicador revela
um crescimento econômico não sustentado ao longo
do horizonte temporal, haja vista problemas
estruturais da nossa economia (Tabela 5).
©shutterstock
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1994 5,33 2008 5,17
1995 4,42 2009 -0,33
1996 2,15 2010 7,53
1997 3,38 2011 2,73
1998 0,04 2012 0,87
1999 0,25 Média 2,77
Tabela 5: Produto Interno Bruto (PIB), variação real anual (% a.a.), Brasil, 1986 a 2012
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
O Produto Interno Bruto (PIB) nessa abordagem é calculado pela soma das rendas
recebidas pelos produtores, incluindo os lucros e os impostos pagos ao governo,
cujo conceito chave é a renda nacional (ABEL; BERNANKE; CROUSHORE,
2008). No cômputo da renda nacional, estão inclusas a:
■■ Remuneração dos empregados.
■■ Renda dos proprietários.
■■ Renda pessoal com aluguel.
■■ Lucros empresariais.
■■ Juros líquidos.
■■ Impostos sobre a produção e as importações.
■■ Pagamentos (líquidos) de transferências correntes das empresas.
■■ Superávit corrente de empreendimentos governamentais.
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©shutterstock
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) NA ÓTICA DA DEMANDA
AGREGADA
Y = C + I + G + NX
Onde,
Y = PIB = produção total = renda total = despesa total;
C = consumo;
I = investimento;
G = compras de bens e serviços pelo governo;
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Podemos concluir que um aumento na demanda, como uma elevação nos gastos
de consumo, conduz ao aumento da produção e da renda. Esse aumento da renda
leva a mais uma elevação da demanda, que provoca novo aumento da produção
e assim por diante. O resultado final é um aumento maior do produto do que o
deslocamento inicial da demanda, por um fator correspondente ao multiplicador.
O Gráfico 13 mostra que o consumo cresce quando a renda disponível
aumenta, porém em proporção menor.
Consumo, C
Função consumo
C = C0 + C1 YD
Declividade = C1
CO
Renda disponível, YD
Gráfico 13: O consumo depende da renda disponível
Fonte: Blanchard (2011)
C = c0 + c1 (Y – T)
Onde,
C = consumo total;
c0 = consumo autônomo (que não depende da renda);
c1 = propensão marginal a consumir;
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Y = PIB = renda total = produção total = despesa total;
T = tributos.
Em relação ao multiplicador do consumo, temos:
1
Mc =
1 - c1
Onde,
MC = multiplicador do consumo;
c1 = propensão marginal a consumir.
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muito das expectativas.
■■ No longo prazo, o produto retorna a seu nível natural, mas o próprio
nível natural de produto pode ser afetado pela política fiscal. Se os défi-
cits provocarem a queda do investimento, um menor estoque de capital
no longo prazo implica também um produto menor.
Expansão Fiscal
P1 B
A
P0 DA´´
Contração Fiscal
P0 A
B
P1 DA´
Y1 Y0 PIB (Y)
Mankiw (2009) destaca que, quando o governo altera gastos públicos ou impos-
tos, o deslocamento da demanda agregada resultante pode ser maior ou menor
do que a alteração fiscal. O efeito multiplicador tende a amplificar os efeitos da
política fiscal sobre a demanda agregada.
A política fiscal como a política monetária são instrumentos de política eco-
nômica para estabilizar a economia.
Uma das ações fiscais para equacionar e estabilizar a relação dívida pública/
PIB é a geração de resultados fiscais primários superavitários. A Tabela 6 mostra
a evolução dos resultados fiscais (primário e nominal) da economia brasileira, no
período 1986 a 2009, em que se observa a importância dos superávits primários
para o pagamento dos juros nominais da dívida pública e, consequentemente, a
estabilização da mesma, a partir do Plano Real.
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2000 -4,48 3,47
2001 -4,76 3,38
2002 -9,61 3,21
2003 -3,79 3,34
2004 -2,62 3,81
2005 -3,17 3,93
2006 -3,45 3,24
2007 -2,59 3,37
2008 -2,01 3,54
2009 -3,23 2,05
Média -28,73 2,61
Tabela 6: Resultados Fiscais em Proporção do PIB, Setor Público Consolidado, Brasil, 1985 a 2009
Fonte: Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Finanças Públicas
Obs.: Compreende governo federal e Banco Central, governos estaduais, governos municipais e empresas
estatais (federais, estaduais e municipais).
Segundo Blanchard (2011), os déficits têm efeitos adversos de longo prazo sobre
a acumulação de capital e o produto, porém, não implica que os mesmos não
devam ser utilizados para estabilizar o produto. Ao contrário, os déficits durante
as recessões devem ser compensados pelos superávits das fases de crescimento
acelerado, de modo a não levar a um aumento constante da dívida.
No caso brasileiro, apesar da evolução nominal da dívida líquida total do
setor público e da dívida mobiliária federal fora do banco central (Tabela 7), a
relação dívida/PIB está estabilizada.
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a taxa de inflação é decrescente, diz-se que está ocorrendo uma desinflação. Se
os preços diminuírem abaixo de zero, diz-se que ocorreu uma deflação.
Dentre as consequências de um processo inflacionário, podemos destacar:
■■ A perda do poder aquisitivo dos salários e outras rendas fixas.
■■ Desorganização do mercado de capitais e aumento por procura por ati-
vos reais.
■■ Surgimento de déficits no balanço de pagamentos.
■■ E dificuldades para financiamento do setor público.
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http://globotv.globo.com/rpc/bom-dia-parana/v/a-preparacao-para-o-pla-
no-real/2281350/
O QUE É MOEDA?
títulos de dívida, que não podem ser utilizados para transações, pagam uma
taxa de juros positiva.
Os economistas usam o termo liquidez para descrever a facilidade com que
um ativo pode ser convertido em meio de troca da economia. A moeda é o ativo
mais líquido dos ativos disponíveis.
Mankiw (2009) menciona os seguintes tipos de moeda:
■■ Moeda-mercadoria: moeda que toma a forma de uma mercadoria com
valor intrínseco, como o ouro e os cigarros.
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■■ Moeda de curso forçado: moeda sem valor intrínseco que é usada como
moeda por decreto governamental.
OFERTA DE MOEDA
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ANO BASE MONETÁRIA VARIAÇÃO % M1 VARIAÇÃO %
1986 0,0001 - 0,0002 -
1987 0,0002 100,0% 0,0004 100,0%
1988 0,0013 550,0% 0,0025 525,0%
1989 0,0245 1784,6% 0,0375 1400,0%
1990 0,5896 2306,5% 0,9128 2334,1%
1991 2,3062 3911365,4% 3,9315 4306977,1%
1992 25,1674 991,3% 38,0273 867,2%
1993 516,7291 1953,2% 847,7800 2129,4%
1994 17.684,5510 3322,4% 22.772,6640 2586,2%
1995 21.681,5910 22,6% 28.492,9030 25,1%
1996 19.795,6970 -8,7% 29.807,4830 4,6%
1997 31.828,3320 60,8% 47.362,7220 58,9%
1998 39.184,3780 23,1% 50.707.2660 7,1%
1999 48.430,1570 23,6% 62.744.4410 23,7%
2000 47.686,2130 -1,5% 74.352.4680 18,5%
2001 53.255,9710 11,7% 83.706.7030 12,6%
2002 73.302,2720 37,6% 107.845,9400 28,8%
2003 73.219,1360 -0,1% 109.648,3880 1,7%
2004 88.732,6770 21,2% 127.946,4010 16,7%
2005 101.247,2350 14,1% 144.778,1650 13,2%
2006 121.102,0010 19,6% 174.345,2950 20,4%
DEMANDA DE MOEDA
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aluguel etc.;
■■ Demanda de moeda por precaução: o público e as empresas precisam ter
certa reserva monetária para fazer frente a pagamentos imprevistos ou
atrasos em recebimentos esperados;
■■ Demanda de moeda por especulação (ou por portfólio): dentro de sua car-
teira de aplicações (portfólio), os investidores devem deixar uma “cesta”
para a moeda, observando o comportamento da rentabilidade dos vários
títulos, para fazer algum novo negócio. Ou seja, a moeda, embora não
apresente rendimentos, tem a vantagem de ter liquidez imediata e pode
viabilizar novas aplicações.
As duas primeiras razões dependem diretamente do nível de renda. É de espe-
rar que, quanto maior a renda, maior a necessidade de moeda para transações
e por precaução.
Oferta de moeda
Ms
Taxa de juros, i
Md
M
Moeda, M
i´ A´
i A
Md’
Md ($Y’ > $Y)
M
Moeda, M
MS MS´
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
i A
Taxa de juros, i
i´ A´
Md
M M´
Moeda, M
Esta política é executada pelo Banco Central, que possui poderes e compe-
tências próprios para controlar a quantidade de moeda na economia (ASSAF
NETO, 2008).
Segundo Blanchard (2011), a política monetária envolve duas decisões bási-
cas. A primeira é a escolha de uma taxa média de inflação e, portanto, de uma
taxa média correspondente para expansão monetária. A segunda é a escolha de
quanto se desviar dessa média para reduzir as flutuações do produto. Nesse con-
texto, é importante considerar o horizonte temporal:
■■ No curto e médio prazo, a política monetária afeta tanto o produto quanto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Uma contração monetária ocorre com uma redução na oferta de moeda (M1),
tendo como consequência um aumento na taxa de juros e redução na demanda
agregada. Exemplos:
■■ Aumento nos depósitos compulsórios.
■■ Venda de títulos públicos no mercado aberto.
■■ Aumento nas taxas de redesconto.
Expansão Monetária
P1 B
A
P0 DA´´
Contração Monetária
P0 A
B
P1 DA´
Gráfico 18: Efeitos da
expansão e da contração
DA´´ Demanda Agregada (DA) monetária sobre a
0 demanda agregada
Y1 Y0 PIB (Y) Fonte: elaborado pelo
autor
Taxa de
inflação
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B
Curva de Phillips
Taxa de desemprego
Gráfico 19: Curva de Phillips
Fonte: Viceconti e Neves (2008)
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formas pela qual o governo pode financiar seus gastos.
2. A opção de taxas reais de juros negativas. Uma taxa de inflação positiva
permite que a autoridade monetária alcance taxas reais de juros negati-
vas, opção que pode ser útil quando a economia se encontra em recessão.
3. A ilusão monetária revisitada. Há um argumento razoável de que a ilusão
monetária na realidade propicia a defesa de uma taxa de inflação positiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. Defina política econômica e sintetize os seus objetivos finais.
2. Qual a diferença entre política econômica normativa e positiva?
3. Quais são os instrumentos de política econômica? Resuma-os.
4. Sobre o conceito de moeda:
a) Defina moeda e suas funções.
b) Diferencie moeda fiduciária de moeda lastreada.
c) Defina política monetária expansionista e restritiva (contracionista).
5. Quais são os instrumentos de política monetária (controle monetário)?
6. Qual o papel do sistema de crédito para o desenvolvimento econômico?
7. Quais são os motivos para demandar moeda segundo Keynes (preferência pela
liquidez)? Defina-os.
8. Coloque-se na posição de uma autoridade monetária e apresente dois instrumen-
tos de política monetária para cada um dos objetivos a seguir:
a) Expansão do nível de atividade econômica.
b) Política anti-inflacionária.
9. Suponha que uma pessoa com uma riqueza de R$ 50.000,00 e uma renda anual
de R$ 90.000,00 tenha a seguinte função de demanda por moeda:
Md = $Y (0,5 - i)
a) Qual é a demanda por moeda da pessoa quando a taxa de juros é de 10%? E
quando é de 15%?
b) Qual é a demanda por títulos de dívida da pessoa quando a taxa de juros é de
10%? E quando é de 15%?
Bd = W - M d
c) Qual é a relação entre a demanda por títulos de dívida e a demanda por moeda,
quando ocorrem alterações na taxa de juros?
10. Defina o Produto Interno Bruto (PIB) nas óticas da produção, da demanda e da
renda agregada.
11. Quais são as diferenças entre crescimento e desenvolvimento econômico?
132 - 133
MATERIAL COMPLEMENTAR
Macroeconomia
Olivier Blanchard
Editora: Pearson Education, 2011
Sinopse: O livro apresenta os principais
conceitos, teorias e aplicações da
macroeconomia, com ênfase no cenário
econômico mundial contemporâneo,
como o rápido crescimento econômico
da China e a crise econômica mundial
ocorrida em 2008.
Material Complementar
IV
SETOR EXTERNO E O
V
UNIDADE
MERCADO DE TRABALHO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender as razões pelas quais os países realizam o comércio
internacional.
■■ Entender a Teoria das Vantagens Comparativas.
■■ Analisar as relações existentes entre os regimes cambiais e a
determinação da taxa de câmbio.
■■ Mensurar os pontos positivos e negativos da globalização econômica
e financeira.
■■ Conhecer as principais variáveis de estudo do mercado de trabalho
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade
■■ A Teoria das Vantagens Comparativas
■■ Regimes Cambiais e a Determinação da Taxa de Câmbio
■■ As políticas cambial e comercial e seus impactos sobre o comércio
internacional
■■ O processo de internacionalização da economia (globalização)
■■ O Mercado de Trabalho
136 - 137
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta quinta unidade, você conhecerá uma das teorias que
explicam por que o comércio internacional ocorre, a influência da taxa de câmbio
sobre as transações internacionais, os efeitos da globalização sobre os negócios
e economias nacionais, bem como as transformações ocorridas no mercado de
trabalho.
De forma geral, as transações internacionais acontecem tendo em vista o
tamanho dos mercados e a distância entre eles; as diferenças em força de trabalho,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Segundo Krugman e Obstfeld (2005), a maior parte das teorias sobre comér-
cio internacional trata dos determinantes básicos dos padrões de comércio de
bens e das implicações do comércio sobre o bem-estar. Argumentam eles que
as principais teorias de comércio internacional baseiam-se, em sua maioria, no
princípio da vantagem comparativa, ou seja, supõem serem as trocas interna-
cionais de bens o resultado das diferenças entre os países em termos de custos
relativos e, consequentemente, de preços relativos.
Essa seção de estudo está baseada em Krugman e Obstfeld (2005), Mankiw
(2009), Blanchard (2011) e Abel, Bernanke e Croushore (2008).
Na origem do princípio das vantagens comparativas temos o modelo ricar-
diano de comércio internacional, baseado na teoria clássica do valor trabalho. De
Introdução
V
acordo com esse modelo, os custos comparativos são determinados pela produti-
vidade relativa do trabalho. Variações nessa produtividade entre os países adviriam
principalmente de diferenças tecnológicas entre eles. A análise ricardiana começa
com uma crítica ao princípio das vantagens absolutas de Adam Smith, ou seja, de
que o comércio internacional seja determinado por diferenças absolutas na produ-
tividade do trabalho. Em seu modelo, Ricardo supôs que as funções de produção
são diferentes entre países e que elas apresentam retornos constantes de escala.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VANTAGEM COMPARATIVA E CUSTO DE OPORTUNIDADE
Exemplo
TAXA DE CÂMBIO
Taxa de Câmbio
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
US$ 1 = R$ 1,25 / US$ 1 = R$ 1,50
Permanecendo tudo o mais constante, uma DEPRECIAÇÃO da moeda de um
país torna seus bens mais baratos para os estrangeiros.
Uma elevação no preço do Real em relação ao Dólar significa uma aprecia-
ção do Real em relação ao Dólar.
US$ 1 = R$ 1,50 / US$ 1 = R$ 1,25
Permanecendo tudo o mais constante, uma APRECIAÇÃO da moeda de um
país torna seus bens mais caros para os estrangeiros.
Conclusivamente, quando a moeda de um país se deprecia, os estrangeiros
descobrem que suas exportações estão mais baratas e os residentes domésticos
constatam que as importações do exterior estão mais caras. Uma apreciação tem
efeito oposto: os estrangeiros pagam mais pelos produtos do país, e os consumi-
dores domésticos pagam menos pelos produtos estrangeiros
Taxa de Câmbio Nominal X Taxa de Câmbio Real
Taxa de Câmbio Nominal = é preço de uma moeda em termos de outra.
Exemplo: preço do dólar em reais.
uma unidade de moeda doméstica pode comprar a mesma cesta de bens no Brasil
e no exterior). Se a taxa de câmbio real do Brasil aumenta para acima de 1, isso
significa que os bens no exterior são mais caros que os bens no Brasil. Tudo o
mais constante, isso implica que as pessoas – tanto no Brasil quanto no exterior –
provavelmente trocarão parte de seus gastos por bens produzidos no Brasil. Isso
frequentemente é descrito como um aumento da competitividade dos produtos
brasileiros. À medida que a taxa de câmbio real é maior do que 1, esperamos que
a demanda relativa por bens produzidos domesticamente se eleve. Por fim, isso
deveria aumentar os preços domésticos ou diminuir a taxa de câmbio, levando-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Onde:
= taxa de câmbio real
E = taxa de câmbio nominal
P* = índice de preços do país estrangeiro
P = índice de preços doméstico
Segundo Vasconcelos e Garcia (2011), nesse regime o Banco Central fixa ante-
cipadamente a taxa de câmbio com a qual o mercado deve operar. Pelas regras
fixadas pelo sistema financeiro internacional, se um país fixa sua taxa de câm-
bio, ele se obriga a disponibilizar as reservas para o mercado quando requisitadas
(seja pelos exportadores, turistas ou saídas de capital financeiro). As desvanta-
gens desse regime cambial são a vulnerabilidade a elevações na demanda por
moeda estrangeira; elevadas taxas de juros para evitar a saída de reservas; e polí-
tica monetária completamente amarrada à questão cambial.
Taxa de Câmbio
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
BALANÇO DE PAGAMENTOS
BALANÇO DE PAGAMENTOS
b) Serviços e Rendas
• Viagens internacionais (turismo)
• Transportes (fretes)
• Seguros
• Rendas de capitais (juros, remessa de lucros, dividendos e lucros reinvestidos
pelas multinacionais)
• Serviços diversos (royalties, assistência técnica)
• Serviços governamentais (embaixadas)
BALANÇO DE PAGAMENTOS
f) Erros e Omissões
Taxa de Câmbio
V
ANO BC BP RESERVAS
1986 8.304,2990 -3.835,7000 6.760,0000
1987 11.173,0980 1.014,6000 7.458,0000
1988 19.184,1113 1.248,9000 9.140,0000
1989 16.119,1870 886,1000 9.679,0000
1990 10.752,3940 480,7000 9.973,0000
1991 10.579,9687 -369.0000 9.406,0000
1992 15.238,8948 14.670,2000 23.754,0000
1993 13.298,7681 8.708,8000 32.211,0000
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1994 10.466,4721 7.215,2000 38.806,0000
1995 -3.465,6150 12.918,9000 51.840,0000
1996 -5.599,0410 8.666,1000 60.110,0000
1997 -6.752,8870 -7.907,1591 52.173,0000
1998 -6.574,5020 -7.970,2074 44.556,4437
1999 -1.198,8680 -7.822,0400 36.342,2753
2000 -697,7475 -2.261,6544 33.011,0000
2001 2.650,4670 3.306,6005 35.866,4150
2002 13.121,2970 302,0872 37.823,4564
2003 24.793,9241 8.495,6505 49.296,2022
2004 33.640,5407 2.244,0298 52.934,8431
2005 44.702,8783 4.319,4639 53.799,2851
2006 46.456,6287 30.569,1174 85.838,8644
2007 40.031,6266 87.484,2457 180.333,6087
2008 24.835,7524 2.969,0721 206.806,0462
2009 25.289,8057 46.650,9878 239.054,1056
2010 20.146,8579 49.100,5036 288.574,6036
2011 29.793,6766 58.636,8072 352.012,0740
2012 19.430,6454 18.899,5524 378.613,4969
Tabela 12: Saldo da Balança Comercial (FOB), Resultado Global do Balanço de Pagamentos e Reservas
Internacionais (liquidez internacional), Brasil, 1986 a 2012, valores em US$ (milhões)
Fonte: Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Balanço de Pagamentos
O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA
ECONOMIA (GLOBALIZAÇÃO)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
custos), ganhos culturais e ganhos científicos.
O MERCADO DE TRABALHO
por exemplo.
■■ Pessoas Incapacitadas ao Trabalho são aquelas abaixo de certa idade
(por exemplo, 10 anos), as inválidas física e/ou mentalmente para traba-
lhar, idosos, réus e outros não classificados na PEA ou na População Não
Economicamente Ativa.
A soma da PEA com a População não Economicamente Ativa fornece a População
em Idade Ativa (PIA).
Define-se a taxa de participação (tp) como sendo a relação entre PEA e PIA.
■■ A força de trabalho (FT) em dado país é a PEA do País. Observe que essa
PEA se decompõe em pessoas ocupadas e pessoas procurando emprego.
■■ Pessoas ocupadas são aquelas exercendo atividades outras do que as
domésticas no próprio lar, e que recebem ou não remuneração (monetá-
ria ou em espécie).
O Mercado de Trabalho
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2002 171.668 86.056 78.180 7.876 54.285 59,0
2003 175.988 88.803 80.163 8.640 55.819 61,4
2004 178.605 91.035 82.820 8.218 56.156 61,9
Blanchard (2011) afirma que a fixação de salários é feita de várias formas. A por-
centagem de empregados cobertos por acordos coletivos de trabalho não chega
a atingir 25%. Os demais salários são determinados pelos empregadores ou por
acordos bilaterais entre o empregador e o empregado.
NEGOCIAÇÕES
SALÁRIOS DE EFICIÊNCIA
O Mercado de Trabalho
V
12,2 12,3
10,3 10,1
9,9
8,6
8,3
7,3
6,3
5,9
5,7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. O que é taxa de câmbio?
2. Diferencie regime de câmbio fixo de câmbio flutuante.
3. Quais os efeitos de uma apreciação ou valorização cambial sobre o comércio
internacional?
4. Quais os efeitos de uma depreciação ou desvalorização cambial sobre o comér-
cio internacional?
5. Defina globalização produtiva e globalização financeira.
6. O que é taxa de ocupação e taxa de desemprego?
7. Diferencie emprego formal de emprego informal.
8. Quais as consequências do processo de globalização econômica e financeira so-
bre o mercado de trabalho brasileiro?
152 - 153
MATERIAL COMPLEMENTAR
Trabalho escravo
Para saber mais sobre o trabalho escravo, assista à reportagem que aborda a escravidão
contemporânea de forma grave e lucrativa segundo a Organização Mundial do Trabalho.
http://globotv.globo.com/globo-news/sem-fronteiras/t/todos-os-videos/v/escravidao-
contemporanea-e-grave-e-lucrativa-segundo-a-organizacao-mundial-do-trabalho/2941782/
Princípios de Macroeconomia
N. Gregory Mankiw
Editora: Cengage Learning
Sinopse: O livro apresenta o mundo da macroeconomia de forma clara
e atraente, despertando o interesse do aluno em aprender economia,
com o entendimento do mundo em que vive, por meio de diversas
ferramentas de aprendizado, como Sumário dos capítulos, Saiba Mais
Sobre, Estudo de Caso, Notícias, Conceitos-Chave, Testes Rápidos,
Resumos, Questões para Revisão, Problemas e Aplicações e Glossário.
Material Complementar
154 - 155
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ABEL, Andrew B.; BERNANKE, Ben S.; CROUSHORE, Dean. Macroeconomia. 6.ed. São
Paulo: Pearson Addison Wesley, 2008.
ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: teorias e aplicações à economia brasi-
leira. Campinas: Editora Átomo, 2006.
BARBOSA, C. Investigação Econômica sobre o sistema brasileiro de defesa da
concorrência. Piracicaba, 2006, 206. Tese (Doutorado em Economia) – Escola Supe-
rior de Agricultura Luis de Queiroz.
BRASIL. Constituição da república Federativa do Brasil: promulgada em 5 de ou-
tubro de 1988. São Paulo, 2003.
BRASIL. Ministério da Fazenda, Secretaria de Acompanhamento Econômico. Guia
para análise econômica de atos de concentração horizontal. Portaria Conjunta
SEAE/SDE n.50, de 01 de agosto de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.158-E,
de 17/08/01, Seção 1, p.12-15. Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/seae>.
Acesso em: 27 nov. 2012.
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2011.
5. ed.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
Brasília: 2010. Disponível em: <www.cade.gov.br>. Acsesso em: 6 jan. 2014.
CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA. Guia Prático do CADE: a
defesa da concorrência no Brasil. 3. ed. revista, ampliada e bilíngue, São Paulo: CIEE,
2007.
CARVALHO, J. L et al. Fundamentos de Economia: microeconomia. Vol. 2, São Pau-
lo: Cengage Learning, 2008.
COSTA, Fernando Nogueira da. Decisões de Políticas Macroeconômicas em Eco-
nomia Aberta. Disponível em: <http://goo.gl/rvDq6Q>. Acesso em: 28 nov. 2013.
FORGIONI, P. Os fundamentos do antitruste. 3. ed. São Paulo: R. dos Tribunais,
1998.
GAMA, M. M. Teoria e Práxis da Defesa da Concorrência no Brasil. 2005. Disserta-
ção (Mestrado em Economia)-Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,
2005.
JONES, Charles I. Introdução à Teoria do Crescimento Econômico. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2000.
KRUGMAN, Paul R; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional: teoria e política.
6. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2005.
REFERÊNCIAS