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Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES


Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA
Curso de Direito
Disciplina – Metodologia da Pesquisa do Trabalho Jurídico
Prof.ª Ma. Janice Cláudia Freire Sant’Ana

Fichamento Analítico

Título: O Príncipe

Referência: MACHIAVELLI, Niccolò, 1496-1527. O Príncipe / Maquiavel; com notas de Napoleão Bonaparte
e Cristina da Suécia; tradução de Mário e Celestino da Silva – 1. Reimpr.– Brasília: Senado Federal, Conselho
Editorial, 2019.160 p. – (Edições do Senado Federal; v. 248)

Aluna: Maria Clara Flores de Oliveira Santos

O livro O príncipe de Nicolau Maquiavel, possui um peso muito grande para a


política e as formas de governo até os dias atuais, a obra discorre a respeito da postura do
príncipe, os atributos necessários para ser um bom príncipe, estratégias de governo, os tipos de
principiados, relação entre governante e súditos, entre outros. As ideias apresentadas pelo ator
foram as precursoras para a separação da esfera política da esfera religiosa e moral. Durante
toda narrativa, Napoleão se faz presente tecendo comentários nas notas de rodapé,
compartilhando vivencias e expressando concordância ou oposição as ideias levantadas. Essas
intromissões do líder político revelam um pouco ao leitor a sua maneira de governar.

Um exemplo da participação de Bonaparte na narrativa, se encontra no capítulo VI


em que o imperador francês reconhece o brilhantismo do conselho de Maquiavel destinados aos
príncipes novos que conquistaram sua posição através de seus próprios esforços e habilidades,
“Admitamos que seja certo.” (Napoleão general, nota de rodapé nª2 p.40, MACHIAVELLI,
Niccolò. O Príncipe.). Em diversas outras situações Napoleão demonstra concordar com a
linha de pensamento maquiavélica, como por exemplo, “Excelente! Tudo farei por consegui-
lo.” (Napoleão imperador, nota de rodapé nª8 p.34, MACHIAVELLI, Niccolò. O Príncipe),
presente no capitulo IV “por que motivo o reino de Dario, que foi ocupado por Alexandre, não
se rebelou contra os sucessores do macedônio, após a morte deste”.
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Em outros momentos, Napoleão demonstra se reconhecer nas afirmativas de


Maquiavel, trazendo para sua realidade, relacionando a experiências vividas e anseios futuros,
“Atenção a isto: não espero vir a reinar mais de trinta anos, e desejo ter filhos idôneos para me
sucederem.” (Napoleão imperador, nota de rodapé nª 1 p.33, MACHIAVELLI, Niccolò. O
Príncipe.), “Exemplos disso tenho eu visto de sobra.” (Napoleão imperador, nota de rodapé
nª22 p.36, MACHIAVELLI, Niccolò. O Príncipe.), ambas pertencentes ao capitulo IV, ou
“Isso de nada vale no século em que estamos.” (Napoleão general, nota de rodapé nª 1 p.38,
MACHIAVELLI, Niccolò. O Príncipe.) capitulo V.

Já em outros capítulos o Imperador demonstra ir contra as colocações do autor,


como é o exemplo do capitulo VIII, em que Maquiavel aponta a inutilidade das tropas
auxiliares, tal afirmativa parece ser muito extremista para Napoleão que indaga “Inúteis! É um
terno forte demais. Devemos imaginar o meio de incutir-lhes a ideia de uma incorporação nas
nossas tropas, por meio de estratagema de uma confederação ou de união com o grande
império.” (Napoleão primeiro-cônsul, nota de rodapé nª1 p.83, MACHIAVELLI, Niccolò. O
Príncipe.). Outro momento de discordância entre os autores é a respeito a como se deve
prosseguir o príncipe de um novo principiado que segui leis próprias, para Maquiavel a melhor
solução é destruí-las, mas Napoleão aponta que existem outras maneiras que manter o domínio
sobre o principiado sem que tenha que destruir as suas normas, “Mas isto pode fazer-se
literalmente de muitos modos sem destruí-las. Mudando-lhes, contudo, a constituição”.
(Napoleão general, nota de rodapé nª 5 p.39, MACHIAVELLI, Niccolò. O Príncipe.).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MACHIAVELLI, Niccolò, 1496-1527. O Príncipe / Maquiavel; com notas de Napoleão


Bonaparte e Cristina da Suécia; tradução de Mário e Celestino da Silva – 1. Reimpr.– Brasília:
Senado Federal, Conselho Editorial, 2019.160 p. – (Edições do Senado Federal; v. 248)

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