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1º Termo – Integral
Além disso, cabe relembrar que o cenário político o qual a península itálica se
encontrava: afundada em instabilidades, no qual coexistiam diferentes culturas, mo-
delos políticos e econômicos, divididos em Estados pequenos. Nessa perspectiva, a
suscetibilidade a invasões e ameaças estrangeiras era enorme, com uma constante
alternância de poderes na região.
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Apesar de Maquiavel ser republicano, essa defesa por um principado ocorre na
busca por liberdade, a qual é considerada como “resultado do movimento de resistên-
cia ativa do povo ao desejo de dominação [...] fruto da ação – da luta política” (AMES,
2019, p.1), isto é, a capacidade de resistir a ocupação estrangeira, algo comum du-
rante o período em que viveu. Portanto, propõe que, para alcançar esse fim, um go-
verno forte, capaz não só de resistir às ameaças estrangeiras, mas também às inter-
nas, deveria ser estabelecido, focado na imagem do príncipe.
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da comparação com os homens da antiguidade clássica e sua vida prática. Sob essa
perspectiva, novamente o autor se contrapõe ao idealismo, pois, enquanto acreditava-
se que homem era propenso a vida social – devido ao conceito de zoon politikon de
Aristóteles – Maquiavel considerava que os homens estariam propensos a sua des-
truição. Assim, o autor postula a existência características fundamentais e imutáveis
intrínsecos ao ser humano, afirmando que “os homens são ingratos, volúveis, simu-
ladores e dissimuladores, fogem do perigo e são sempre ávidos por ganhos” (MAQUI-
AVEL, 2013, p. 78) e que “os homens e suas paixões são os mesmos em todo o
tempo” (MAQUIAVEL, 1994, p. 18 apud FREITAS NETO, 2015, p. 1)
Por fim, para finalizar este fichamento, considero que os trechos a seguir foram
os quais me chamaram mais atenção:
“Os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai que a perda de seu
patrimônio.” (MAQUIAVEL, 2013, p. 78)
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“Para que um príncipe saiba bem empregar a sua natureza animal, precisa to-
mar como modelo a raposa e o leão, porque a raposa não sabe se defender dos lobos
e o leão não sabe se proteger das armadilhas. Portanto, é preciso ser raposa para
conhecer as armadilhas e leão para atemorizar os lobos.” (MAQUIAVEL, 2013, p. 80)
“A história é cíclica [...] assim, a ordem sucede à desordem e esta, por sua vez,
clama por uma nova ordem. Como, no entanto, é impossível extinguir as paixões e os
instintos humanos, o ciclo sé repete.” (SADEK, 2011, p. 18)
Referências bibliográficas
AMES, J.L. Reflexões sobre a concepção maquiavelina de liberdade, sua corrupção
e sua restauração. Pensando - Revista de Filosofia, Teresina, v. 10, n. 21, p. 44-
56, 2019.
BARBOSA, E; COSTA, T.C.A. A veritá effetuale como fundamento do realismo polí-
tico de Maquiavel. Perspectiva Filosófica, Recife, v. 42, n. 1, p. 22-34, 2015.
FREITAS NETO, J.A. Breves considerações sobre a natureza humana em Maquia-
vel. Revista Hypnos, São Paulo, n. 2, p. 99-106, 1997.
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