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“Não menos estranho seria fazer do homem feliz um solitário, pois ninguém escolheria a
posse do mundo inteiro sob a condição de viver só, já que o homem é um ser político e está
em sua natureza o viver em sociedade. Por isso, mesmo o homem bom viverá em companhia
de outros, visto possuir ele as coisas que são boas por natureza”
A partir do excerto acima, explique porque, para Aristóteles o ser humano é um animal
político.
R: Pois para Aristóteles, o homem possui uma inclinação para a vida em comunidade,
conjunto. É um ser que necessita do contato dos outros, ou seja, essa animalidade política é
natural dele, e pertence a sua natureza.
“Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é preciso conhecer para iniciares na
política; antes, não. Então, primeiro precisamos adquirir virtude, tu ou quem quer que se
disponha a governar ou a administrar não só a sua pessoa e seus interesses particulares,
como a cidade e as coisas a ela pertinentes. Assim, o que precisas alcançar não é o poder
absoluto para fazeres o que bem entenderes contigo ou com a cidade, porém justiça e
sabedoria”.
(PLATÃO, O primeiro Alcibíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2004. p.281-
285).
A partir de seu conhecimento acerca da teoria política de Platão, explique porque para
Platão apenas o filósofo é capaz de governar com justiça.
R: Apenas o filosofo pois esse tem o equilíbrio suficiente entre concupiscente, a irascível e a
racional sendo que o racional deveria preponderar. Platão diz em sua teoria política que
todos teriam acesso a educação sendo que a parti do tempo iria se aprimorando. Os mais
aptos continuariam seus estudos até o ponto mais alto desse processo – a filosofia –, a fim
de se tornarem sábios e, assim, habilitados a administrar a cidade.
3 – “– Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que
devia observar-se em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é,
segundo me parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos,
segundo suponho, e repeti-lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se
de uma função na cidade, aquela para qual a sua natureza é mais adequada.”
PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Calouste-
Gulbenkian, 2001, p. 185.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção platônica de justiça, na cidade
ideal, assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou seja, a que respeita o princípio de igualdade
natural entre todos os seres humanos, concedendo a todos os indivíduos os mesmos direitos
perante a lei.
b) Platão defende que a democracia é fundamento essencial para a justiça, uma vez que
permite a todos os cidadãos o exercício direto do poder.
c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado natural das ações de cada indivíduo na
perseguição de seus interesses pessoais, desde que esses interesses também contribuam para
o bem comum.
d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é possível se cada cidadão executar, da
melhor maneira possível, a sua função própria, ou seja, se cada um fizer bem aquilo que lhe
compete, segundo suas aptidões.
e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada membro do organismo social tiver condições
de perseguir seus ideais, exercendo funções que promovam sua ascensão econômica e social.
Texto 1
Todos concordam que é muito louvável um príncipe respeitar a sua palavra e viver com
integridade, sem astúcias nem embustes. Contudo, a experiência do nosso tempo mostra-nos
que se tornaram grandes príncipes que não ligaram muita importância à fé dada e que
souberam cativar, pela manhã, o espírito dos homens e, no fim, ultrapassar aqueles que se
basearam na lealdade.
Texto 2
Ao separar completamente a lógica da ação política dos fundamentos da moral, ele diz que “o
Príncipe não é nem um livro moral, nem imoral; é apenas um livro técnico.
R: A ética de Maquiavel se contrapõe a ética cristã herdada por ele da idade Média. E a
polícia de Maquiavel representa, melhor que ninguém , o rompimento com um modo
medieval de ver a polícia como extensão da moral.
2 – Maquiavel denominou fortuna a metade da vida humana que não pode ser controlada
pelo homem. E identificou-a não a algo terrível, mas a uma bondosa deusa, possuidora da
honra, da riqueza, da glória, do poder, ou seja, possuidora de todos aqueles bens aos quais
os homens naturalmente almejam. Destarte, por ser mulher, a fortuna precisava ser
seduzida, e, para tanto, bastaria que se apresentasse um homem de virilidade e coragem
inquestionáveis. Um homem possuidor de virtú. O homem de virtú é capaz de seduzir a
deusa fortuna, porque sabe o momento exato, criado por esta, para agir com sucesso
[...]
Com base no texto, explique a relação entre virtú e fortuna, segundo o pensamento político
de Maquiavel?
3 – Vilão ou herói, o certo é que com O Príncipe, Maquiavel funda a Ciência Política e cria o
emprego moderno do termo “Estado”, “universalmente consagrada pela terminologia dos
tempos modernos e da idade contemporânea”.
Para indicar o que os gregos tinham chamado de pólis, os romanos de res publica, e que um
grande pensador político, o francês Jean Bodin, meio século depois de Maquiavel, chama de
república.
BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. Brasília: Universidade de Brasília, 1994.
A novidade no estudo da política, consagrada pela teoria de Maquiavel em relação a
concepções anteriores, baseia-se na:
4 – Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é
decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às
grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à
conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio
que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos
permite o controle sobre a outra metade.
Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar:
d) A origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.
2 – (UFU 1/1999) Para John Locke, filósofo político inglês, os direitos naturais do homem
eram:
3 – “A única maneira pela qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se
reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas, em juntar-se
e unir-se numa comunidade, para viverem com segurança, conforto e paz.”
LOCKE, John. Segundo Tratado Sobre o Governo. São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 71.
De acordo com algumas teorias políticas, a formação do Estado é explicada pela renúncia
que os indivíduos fazem de sua liberdade natural quando, em troca da garantia de direitos
individuais, transferem a um terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas
teorias é denominado de
a) liberalismo.
b) despotismo.
c) socialismo.
d) anarquismo.
e) contratualismo.
“É evidente que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum que os
mantenha subjugados, eles se encontram naquela condição que é chamada de guerra; e essa
Hobbes in BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1991. p. 35.
e) Hobbes acredita que no Estado de Natureza o homem é bom e se corrompe quando vive em
sociedade.
“Embora todos os frutos que a terra produz naturalmente e todos os animais que alimenta
pertençam à humanidade em comum [...] cada homem tem a propriedade de sua própria
pessoa; a esta ninguém tem qualquer direito senão ele mesmo. O trabalho de seu corpo e a
obra de suas mãos, pode dizer-se, são propriamente dele. A qualquer coisa que ele retirasse
do estado no qual a natureza a deixou, ele misturou o próprio trabalho, acrescentando algo
que pertence a ele, e, por isso mesmo, tornou-a sua propriedade. Retirando-a do estado
comum em que a natureza a colocou, anexou-lhe por esse trabalho algo que a exclui do direito
comum de outros homens.”
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo V, 25-26.
Com base na leitura desse trecho e considerando outros conhecimentos sobre o assunto,
REDIJA um texto, explicando como o jusnaturalismo, corrente de que Locke é um
representante, justifica a norma moral: “Não se deve roubar”.
Tendo o homem nascido com um direito à liberdade perfeita e em pleno gozo de todos os
direitos e privilégios da lei da natureza, da mesma forma que qualquer outro homem ou grupo
de homens no mundo; tem ele por natureza o poder não apenas de preservar sua propriedade
– ou seja, sua vida, sua liberdade, seus bens – contra as depredações e intentos de outros
homens, como também de julgar e punir as violações dessa lei por outros. [...] Sempre que
qualquer número de homens se reúne em uma sociedade de modo que cada um renuncie ao
poder executivo da lei da natureza e o confie ao público, então, e somente então, haverá uma
sociedade política ou civil.
Com base na leitura do texto, discorre sobre como Locke fundamenta a formação da
sociedade política.
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. Tradução de: MONTEIRO, E. Jacy. 3. ed. São
Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 121.
a) I, II e V.
b) II, IV e V.
c) I, III e IV.
e) Somente II e IV.
[...] esforçar-me-ei por mostrar de que maneira os homens podem vir a ter uma propriedade
em diversas partes daquilo que Deus deu em comum à humanidade, e isso sem nenhum
pacto expresso por parte de todos os membros da comunidade.
LOCKE, J. Dois Tratados sobre o Governo. Tradução de Julio Fisher. São Paulo: Martins
Fontes, 2005. p. 406.– grifo do autor.
b) A propriedade privada é antes de tudo uma dádiva divina que alguns obtêm e outros não,
por isso não resulta do trabalho do indivíduo e sim da bondade de Deus.
II) O livre consentimento dos indivíduos para formar a sociedade, a proteção dos direitos
naturais pelo governo, a subordinação dos poderes, a limitação do poder e o direito à
resistência são princípios fundamentais do liberalismo político de Locke.
III) A violação deliberada e sistemática dos direitos naturais e o uso contínuo da força sem
amparo legal, segundo Locke, não são suficientes para conferir legitimidade ao direito de
resistência, pois o exercício de tal direito causaria a dissolução do Estado civil e, em
consequência, o retorno ao estado de natureza.
V) Da dissolução do poder legislativo, que é o poder no qual “se unem os membros de uma
comunidade para formar um corpo vivo e coerente”, decorre, como consequência, a
dissolução do estado de natureza.
‘Defendei Vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos da
terra são de todos e que a terra não pertence a ninguém!’. Grande é a possibilidade, porém,
de que as coisas já então tivessem chegado ao ponto de não poder mais permanecer como
eram, pois essa ideia de propriedade, dependendo de muitas ideias anteriores que só
poderiam ter nascido sucessivamente, não se formou repentinamente no espírito humano”.
b) Rousseau define que no Estado de Natureza o homem possuía o direito irrevogável sobre a
propriedade constituindo a posse da terra, portanto, um direito particular.
d) Rousseau não admite que no Estado de Natureza o homem tenha o direito ilimitado sobre
todas as coisas, mas apenas que a propriedade pertence coletivamente a todos.
e) Rousseau busca estabelecer que no Estado Civil o direito deve preservar a propriedade
privada, uma vez que o Estado de Natureza é formado pela guerra de todos contra todos.
a) A invenção da propriedade privada, das sociedades e das leis foram acontecimentos que
deram origem, diversificaram e aprofundaram as formas de desigualdade.
d) A invenção da sociedade e das leis nasceu para garantir os direitos naturais da vida e da
propriedade.
“O primeiro que, tendo cercado um pedaço de terra, se apressou em dizer isso me pertence,
e encontrou pessoas muito ingênuas para crer no que ele dizia, foi o verdadeiro fundador da
sociedade civil.”
Fonte: COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo:
Saraiva, 2006. (adaptado)
Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de Foucault, a principal função dos
micropoderes no corpo social é interiorizar e fazer cumprir:
2 – Na sua obra Vigiar e Punir, Foucault tematiza as relações de poder a partir de uma
contraposição entre as formas de punição dos regimes absolutistas europeus e aquelas
utilizadas pelas sociedades democráticas a partir do século XVIII. Essa análise tem como foco
principal o tratamento dedicado ao criminoso nesses períodos.
II) O espetáculo do suplício não tinha por objetivo restituir o poder do rei, já que se tratava de
um mecanismo sem nenhum efeito sobre os súditos. O único efeito do suplício seria a dor
sobre o corpo, e isso explicaria por que os crimes continuavam ocorrendo mesmo num regime
tão intenso de punição.
III) Nos regimes marcados pelo suplício, todo ato criminoso é tratado como uma afronta ao
poder do rei, que teria o suplício como instrumento de exercício do poder que fora ofendido
pelo crime.
IV) O suplício é considerado por Foucault como uma iniciativa de punição sobre o corpo do
indivíduo, ou seja, uma pena dolorosa e atroz contra o corpo do criminoso. O grau da pena
variaria segundo o grau do delito. O suplício seria um grande espetáculo que pretendia
mostrar aos demais o que ocorreria com eles caso afrontassem o poder central.