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Aluno: RENAN BELMIRO SILVA - 3 ANO/ENSINO MEDIO

-REGULAR - E.E SILVIANO BRANDÃO


PET 3 – 3 ANO – FILOSOFIA
SEMANA 1 - TEMA: Teoria política de Platão e Aristóteles
ATIVIDADES
1 – Analise o excerto seguinte:

“Não menos estranho seria fazer do homem feliz um solitário, pois ninguém escolheria a
posse do mundo inteiro sob a condição de viver só, já que o homem é um ser político e está
em sua natureza o viver em sociedade. Por isso, mesmo o homem bom viverá em companhia
de outros, visto possuir ele as coisas que são boas por natureza”

(Aristóteles, Política.1973, IX, 9, 1169 b 18/20)

A partir do excerto acima, explique porque, para Aristóteles o ser humano é um animal
político.

R: Pois para Aristóteles, o homem possui uma inclinação para a vida em comunidade,
conjunto. É um ser que necessita do contato dos outros, ou seja, essa animalidade política é
natural dele, e pertence a sua natureza.

2 – Leia a tirinha e o texto a seguir (IMAGEM)

“Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é preciso conhecer para iniciares na
política; antes, não. Então, primeiro precisamos adquirir virtude, tu ou quem quer que se
disponha a governar ou a administrar não só a sua pessoa e seus interesses particulares,
como a cidade e as coisas a ela pertinentes. Assim, o que precisas alcançar não é o poder
absoluto para fazeres o que bem entenderes contigo ou com a cidade, porém justiça e
sabedoria”.

(PLATÃO, O primeiro Alcibíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2004. p.281-
285).

A partir de seu conhecimento acerca da teoria política de Platão, explique porque para
Platão apenas o filósofo é capaz de governar com justiça.

R: Apenas o filosofo pois esse tem o equilíbrio suficiente entre  concupiscente, a irascível e a
racional sendo que o racional deveria preponderar. Platão diz em sua teoria política que
todos teriam acesso a educação sendo que a parti do tempo iria se aprimorando. Os mais
aptos continuariam seus estudos até o ponto mais alto desse processo – a filosofia –, a fim
de se tornarem sábios e, assim, habilitados a administrar a cidade.
3 – “– Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que
devia observar-se em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é,
segundo me parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos,
segundo suponho, e repeti-lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se
de uma função na cidade, aquela para qual a sua natureza é mais adequada.”

PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Calouste-
Gulbenkian, 2001, p. 185.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção platônica de justiça, na cidade
ideal, assinale a alternativa correta.

a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou seja, a que respeita o princípio de igualdade
natural entre todos os seres humanos, concedendo a todos os indivíduos os mesmos direitos
perante a lei.

b) Platão defende que a democracia é fundamento essencial para a justiça, uma vez que
permite a todos os cidadãos o exercício direto do poder.

c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado natural das ações de cada indivíduo na
perseguição de seus interesses pessoais, desde que esses interesses também contribuam para
o bem comum.

d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é possível se cada cidadão executar, da
melhor maneira possível, a sua função própria, ou seja, se cada um fizer bem aquilo que lhe
compete, segundo suas aptidões.

e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada membro do organismo social tiver condições
de perseguir seus ideais, exercendo funções que promovam sua ascensão econômica e social.

SEMANA 2 - TEMA: O pensamento político de Maquiavel


ATIVIDADES
1 – Leia os textos a seguir.

Texto 1

Todos concordam que é muito louvável um príncipe respeitar a sua palavra e viver com
integridade, sem astúcias nem embustes. Contudo, a experiência do nosso tempo mostra-nos
que se tornaram grandes príncipes que não ligaram muita importância à fé dada e que
souberam cativar, pela manhã, o espírito dos homens e, no fim, ultrapassar aqueles que se
basearam na lealdade.

MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: DPL Editora, 2008.

Texto 2

Ao separar completamente a lógica da ação política dos fundamentos da moral, ele diz que “o
Príncipe não é nem um livro moral, nem imoral; é apenas um livro técnico.

CASSIRER, Ernst. O mito do Estado. Lisboa: Publicações Europa-América, 1961.


A ética cristã medieval, as atitudes dos governantes e os Estados estão, todos, subordinados a
uma lei superior e transcendente. A ética, sob a visão de Maquiavel, contrapõe-se a essa
concepção afirmando que uma atitude não pode ser chamada de boa ou de má a não ser sob
uma perspectiva histórica.

Relacione os textos e explique em que consiste a separação entre ética e política no


pensamento filosófico de Maquiavel.

R: A ética de Maquiavel se contrapõe a ética cristã herdada por ele da idade Média. E a
polícia de Maquiavel representa, melhor que ninguém , o rompimento com um modo
medieval de ver a polícia como extensão da moral.

2 – Maquiavel denominou fortuna a metade da vida humana que não pode ser controlada
pelo homem. E identificou-a não a algo terrível, mas a uma bondosa deusa, possuidora da
honra, da riqueza, da glória, do poder, ou seja, possuidora de todos aqueles bens aos quais
os homens naturalmente almejam. Destarte, por ser mulher, a fortuna precisava ser
seduzida, e, para tanto, bastaria que se apresentasse um homem de virilidade e coragem
inquestionáveis. Um homem possuidor de virtú. O homem de virtú é capaz de seduzir a
deusa fortuna, porque sabe o momento exato, criado por esta, para agir com sucesso

[...]

JUNIOR, Antonio de Freitas. O pensamento político de Maquiavel. Disponível em:


<http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/141333/R174-10.pdf?sequence=4>.
Acesso em: 23 mar. 2015.

Com base no texto, explique a relação entre virtú e fortuna, segundo o pensamento político
de Maquiavel?

R: Em Maquiavel temos o entendimento de política como a forma de conciliar a natureza


humana com a marcha inevitável da história e por isso envolve fortuna e virtù. Ao contrário
do pensamento dominante do período, a forte crença na predestinação, para Maquiavel, na
vida política, era imprescindível que os governantes possuíssem virtù: a capacidade de
realizar grandes obras e para tanto era necessário o domínio sobre a fortuna: o acaso, o
curso da história, o destino cego, o fatalismo, a necessidade natural. A Fortuna, como
contingência própria das coisas políticas: não é manifestação de Deus ou Providência Divina
e Virtù são as qualidades como a força de caráter, a coragem militar, a habilidade no cálculo,
a astúcia, a inflexibilidade no trato dos adversários.

3 – Vilão ou herói, o certo é que com O Príncipe, Maquiavel funda a Ciência Política e cria o
emprego moderno do termo “Estado”, “universalmente consagrada pela terminologia dos
tempos modernos e da idade contemporânea”.

BONAVIDES, Paulo. Ciência política. São Paulo: Malheiros, 1995.

Para indicar o que os gregos tinham chamado de pólis, os romanos de res publica, e que um
grande pensador político, o francês Jean Bodin, meio século depois de Maquiavel, chama de
república.

BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. Brasília: Universidade de Brasília, 1994.
A novidade no estudo da política, consagrada pela teoria de Maquiavel em relação a
concepções anteriores, baseia-se na:

a) Afirmação da crueldade humana e da necessidade da lei para bloquear as paixões.

b) Compreensão da natureza humana como recurso de manipulação política.

c) Concepção da política como objeto humano, separado da ética e da religião.

d) Concepção paternalista do governo como zelador do patrimônio coletivo e do bem comum.

e) Impotência do povo perante o poder político, impossibilitado de interferir na história.

4 – Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é
decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às
grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à
conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio
que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos
permite o controle sobre a outra metade.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).

Em “O Príncipe”, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho


citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo
renascentista ao:

a) Valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.

b) Rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.

c) Afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.

d) Romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.

e) Redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.

SEMANA 3 - TEMA: O contratualismo de Thomas Hobbes


ATIVIDADES
1 – (ENEM, 2000) O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características
de uma determinada corrente de pensamento:

Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da


sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão
dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de
qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha
tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão
de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo o homem igual a ele e, na
maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o proveito da propriedade que
possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no a
abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e
não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão
já unidos, ou pretendem unir-se para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens
a que chamo de propriedade.

(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.)

Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar:

a) A existência do governo como um poder oriundo da natureza.

b) A origem do governo como uma propriedade do rei.

c) O absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana.

d) A origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.

e) O poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade.

2 – (UFU 1/1999) Para John Locke, filósofo político inglês, os direitos naturais do homem
eram:

a) família, propriedade e religião.

b) liberdade, propriedade e servidão.

c) propriedade, servidão e família.

d) liberdade, igualdade e propriedade.

e) família, religião e pátria.

3 – “A única maneira pela qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se
reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas, em juntar-se
e unir-se numa comunidade, para viverem com segurança, conforto e paz.”

LOCKE, John. Segundo Tratado Sobre o Governo. São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 71.

Para John Locke, o homem abre mão da liberdade natural em função da

a) valorização do bem comum para o fortalecimento da sociedade.

b) possibilidade de aumentar seus lucros e seu poder de transação comercial.

c) garantia legal dos direitos naturais: vida, liberdade e propriedade privada.

d) possibilidade do seu instinto, ultrapassar aquilo que limita sua liberdade.

e) sensibilidade altruística, seu objetivo é ajudar o outro homem.


4 – Leia a tirinha a seguir. (IMAGEM)

De acordo com algumas teorias políticas, a formação do Estado é explicada pela renúncia
que os indivíduos fazem de sua liberdade natural quando, em troca da garantia de direitos
individuais, transferem a um terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas
teorias é denominado de

a) liberalismo.

b) despotismo.

c) socialismo.

d) anarquismo.

e) contratualismo.

5 – Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta.

“É evidente que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum que os

mantenha subjugados, eles se encontram naquela condição que é chamada de guerra; e essa

guerra é uma guerra de cada homem contra cada outro homem.”

Hobbes in BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1991. p. 35.

a) Para Hobbes, a guerra é uma situação anterior ao estado de natureza.

b) Hobbes associa, compreende a guerra de todos contra todos como característica do


Estado de Natureza.

c) Um poder comum, segundo Hobbes, mantém os homens no estado de natureza.

d) Em Hobbes, a guerra de todos contra todos é compatível com um poder comum.

e) Hobbes acredita que no Estado de Natureza o homem é bom e se corrompe quando vive em
sociedade.

SEMANA 4 - TEMA: John Locke: Teoria política


ATIVIDADES
1 – (UFMG - 2007) Leia este trecho:

“Embora todos os frutos que a terra produz naturalmente e todos os animais que alimenta
pertençam à humanidade em comum [...] cada homem tem a propriedade de sua própria
pessoa; a esta ninguém tem qualquer direito senão ele mesmo. O trabalho de seu corpo e a
obra de suas mãos, pode dizer-se, são propriamente dele. A qualquer coisa que ele retirasse
do estado no qual a natureza a deixou, ele misturou o próprio trabalho, acrescentando algo
que pertence a ele, e, por isso mesmo, tornou-a sua propriedade. Retirando-a do estado
comum em que a natureza a colocou, anexou-lhe por esse trabalho algo que a exclui do direito
comum de outros homens.”
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo V, 25-26.

Com base na leitura desse trecho e considerando outros conhecimentos sobre o assunto,
REDIJA um texto, explicando como o jusnaturalismo, corrente de que Locke é um
representante, justifica a norma moral: “Não se deve roubar”.

R: Jusnaturalismo é o Direito Natural, ou seja, todos os princípios, normas e direitos que se


têm como ideia universal e imutável de justiça e independente da vontade humana. De
acordo com a Teoria do Jusnaturalismo, o direito é algo natural e anterior ao ser humano,
devendo seguir sempre aquilo que condiz aos valores da humanidade (direito à vida, à
liberdade, à dignidade, etc) e ao ideial de justiça. Desta forma, as leis que compõem o
jusnaturalismo são tidas como imutáveis, universais, atemporais e invioláveis, pois estão
presentes na natureza do ser humano. Em suma, o Direito Natural está baseado no bom
senso, sendo este pautado nos princípios da moral, ética, equidade entre todos os indivíduos
e liberdade. E por estes princípios é justificado a justifica a norma moral: “Não se deve
roubar”.

2 – (UEL/2020) Leia o texto a seguir.

Tendo o homem nascido com um direito à liberdade perfeita e em pleno gozo de todos os
direitos e privilégios da lei da natureza, da mesma forma que qualquer outro homem ou grupo
de homens no mundo; tem ele por natureza o poder não apenas de preservar sua propriedade
– ou seja, sua vida, sua liberdade, seus bens – contra as depredações e intentos de outros
homens, como também de julgar e punir as violações dessa lei por outros. [...] Sempre que
qualquer número de homens se reúne em uma sociedade de modo que cada um renuncie ao
poder executivo da lei da natureza e o confie ao público, então, e somente então, haverá uma
sociedade política ou civil.

Adaptado de LOCKE, J. Segundo Tratado sobre o Governo: ensaio referente à verdadeira


origem, extensão e objetivo do governo civil. §§87- 88. In: LOCKE, John. Dois Tratados sobre o
Governo. Tradução de Júlio Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Com base na leitura do texto, discorre sobre como Locke fundamenta a formação da
sociedade política.

R: Para John Locke, no Segundo Tratado sobre o Governo Civil, a legitimidade do


poder político – base do governo civil – encontra-se radicada no consentimento
unânime dos governados. Com efeito, segundo ele, “não é qualquer pacto que põe
fim ao estado de natureza entre os homens, mas apenas o acordo mútuo pelo qual
todos se obrigam juntos a constituir uma comunidade e formar um corpo político”.
Assim, a justificação do exercício do poder civil não se encontra na tradição e,
tampouco, na força. O contrato lockeano, diferentemente do contrato hobbesiano,
é firmado por homens que, iguais, absolutamente livres e dotados de razão,
concordam mutuamente em formar a sociedade civil, confiando-lhe o propósito de
preservar aquilo que lhes pertence, em sua condição natural, ou seja, proteger e
consolidar seus direitos naturais inalienáveis e irrenunciáveis: sua vida, sua
liberdade, seus bens. Intentam, por meio do pacto, evitar e remediar as inevitáveis
inconveniências do estado de natureza quando, pela ausência de juízes e de leis
positivas, cada indivíduo exerce seu poder de julgar e punir por qualquer dano
que lhe foi causado.
3 – (UFSJ-MG) Os pensadores.

O motivo que leva os homens a entrarem em sociedade é a preservação da propriedade; e o


objetivo para o qual escolhem e autorizam um poder legislativo é tornar possível a existência
de leis e regras estabelecidas como guarda e proteção às propriedades de todos os membros
da sociedade, a fim de limitar o poder e moderar o domínio de cada parte e de cada membro
da comunidade; pois não se poderá nunca supor seja vontade da sociedade que o legislativo
possua o poder de destruir o que todos intentam assegurar-se entrando em sociedade e para o
que o povo se submeteu a legisladores por ele mesmo criados. Sempre que os legisladores
tentam tirar e destruir a propriedade do povo, ou reduzi-lo à escravidão sob poder arbitrário,
entra em estado de guerra com ele, que fica assim absolvido de qualquer obediência, mas
abandonado ao refúgio comum que Deus providenciou para todos os homens contra a força e
violência. Sempre que, portanto, o legislativo transgredir esta regra fundamental da sociedade,
e por ambição, temor, loucura ou corrupção, procurar apoderar-se ou entregar às mãos de
terceiros o poder absoluto sobre a vida, liberdade e propriedade do povo, perde, por esta
infração ao encargo, o poder que o povo lhe entregou para fins completamente diferentes,
fazendo-o voltar ao povo, que tem o direito de retomar a liberdade originária e, pela
instituição de novo legislativo, conforme achar conveniente, prover à própria segurança e
garantia, o que constitui o objetivo da sociedade.

LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. Tradução de: MONTEIRO, E. Jacy. 3. ed. São
Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 121.

Analise as afirmativas a seguir.

I) A presença da propriedade originou a organização da sociedade.

II) O Poder Legislativo pode tirar e destruir a propriedade.

III) O Legislativo perde o poder quando transgride as regras da sociedade.

IV) O Poder Legislativo cria leis e regras para proteger as propriedades.

V) O Poder Legislativo tem poder absoluto sobre a vida, liberdade e propriedade.

Estão corretas as afirmativas

a) I, II e V.

b) II, IV e V.

c) I, III e IV.

d) II, III e IV.

e) Somente II e IV.

4 – Leia o enunciado abaixo:

[...] esforçar-me-ei por mostrar de que maneira os homens podem vir a ter uma propriedade
em diversas partes daquilo que Deus deu em comum à humanidade, e isso sem nenhum
pacto expresso por parte de todos os membros da comunidade.
LOCKE, J. Dois Tratados sobre o Governo. Tradução de Julio Fisher. São Paulo: Martins
Fontes, 2005. p. 406.– grifo do autor.

Assinale a alternativa que apresenta o fundamento natural da propriedade privada segundo


Locke.

a) A propriedade privada surgiu com o pacto de consentimento em que alguns abdicam da


posse do que é comum, dando-o como bem de um indivíduo pelo seu mérito.

b) A propriedade privada é antes de tudo uma dádiva divina que alguns obtêm e outros não,
por isso não resulta do trabalho do indivíduo e sim da bondade de Deus.

c) O fundamento da propriedade privada é o poder estatal que, em última instância, é o


verdadeiro proprietário, e que no uso de seu poder redistribui o bem público.

d) O fundamento da propriedade privada consiste essencialmente na propriedade de si


mesmo; cada pessoa tem como direito inalienável à propriedade de si mesma.

e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

5 – “Através dos princípios de um direito natural preexistente ao Estado, de um Estado


baseado no consenso, de subordinação do poder executivo ao poder legislativo, de um
poder limitado, de direito de resistência, Locke expôs as diretrizes fundamentais do Estado
liberal.” Bobbio.

Considerando o texto citado e o pensamento político de Locke, seguem as afirmativas


abaixo:

I) A passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil, segundo Locke, é


realizada mediante um contrato social, através do qual os indivíduos singulares, livres e iguais
dão seu consentimento para ingressar no Estado civil.

II) O livre consentimento dos indivíduos para formar a sociedade, a proteção dos direitos
naturais pelo governo, a subordinação dos poderes, a limitação do poder e o direito à
resistência são princípios fundamentais do liberalismo político de Locke.

III) A violação deliberada e sistemática dos direitos naturais e o uso contínuo da força sem
amparo legal, segundo Locke, não são suficientes para conferir legitimidade ao direito de
resistência, pois o exercício de tal direito causaria a dissolução do Estado civil e, em
consequência, o retorno ao estado de natureza.

IV) Os indivíduos consentem livremente, segundo Locke, em constituir a sociedade política


com a finalidade de preservar e proteger, com o amparo da lei, do arbítrio e da força comum
de um corpo político unitário, os seus inalienáveis direitos naturais à vida, à liberdade e à
propriedade.

V) Da dissolução do poder legislativo, que é o poder no qual “se unem os membros de uma
comunidade para formar um corpo vivo e coerente”, decorre, como consequência, a
dissolução do estado de natureza.

Das afirmativas feitas acima:

a) Somente a afirmação I está correta.

b) As afirmações I e III estão corretas.


c) As afirmações III e IV estão corretas.

d) As afirmações II e III estão corretas.

e) As afirmações III e V estão incorretas.

SEMANA 5 - TEMA: Rousseau: Teoria política


ATIVIDADES
1 – No pensamento político de Rousseau, o verdadeiro fundador da sociedade civil foi o
primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou
pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios,
misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou
enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes:

‘Defendei Vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos da
terra são de todos e que a terra não pertence a ninguém!’. Grande é a possibilidade, porém,
de que as coisas já então tivessem chegado ao ponto de não poder mais permanecer como
eram, pois essa ideia de propriedade, dependendo de muitas ideias anteriores que só
poderiam ter nascido sucessivamente, não se formou repentinamente no espírito humano”.

(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre


os homens. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p.2265. Coleção Os Pensadores).

A este respeito, assinale a alternativa CORRETA a respeito da teoria contratualista de


Rousseau.

a) Rousseau afirma que no Estado de Natureza há liberdade ilimitada, resultando como


premissa a inexistência da propriedade privada e do direito de alguns sobre aquilo que é de
todos os homens.

b) Rousseau define que no Estado de Natureza o homem possuía o direito irrevogável sobre a
propriedade constituindo a posse da terra, portanto, um direito particular.

c) Rousseau adverte que no Estado de Natureza a liberdade é limitada, tornando-se necessário


o de ver de subordinação dos homens ao poder político do mais forte.

d) Rousseau não admite que no Estado de Natureza o homem tenha o direito ilimitado sobre
todas as coisas, mas apenas que a propriedade pertence coletivamente a todos.

e) Rousseau busca estabelecer que no Estado Civil o direito deve preservar a propriedade
privada, uma vez que o Estado de Natureza é formado pela guerra de todos contra todos.

2 – Rousseau, no texto Sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens


(1755), estabelece que:

a) A invenção da propriedade privada, das sociedades e das leis foram acontecimentos que
deram origem, diversificaram e aprofundaram as formas de desigualdade.

b) A desigualdade natural entre os homens é a principal razão da desigualdade social e política.


c) A desigualdade econômica se deve, sobretudo, à inteligência mais aguçada dos ricos.

d) A invenção da sociedade e das leis nasceu para garantir os direitos naturais da vida e da
propriedade.

e) A invenção da política marcou o fim da desigualdade entre senhores e escravos.

3 – O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um atento observador da sociedade de


sua época. Em um de seus livros, publicado em 1755, Rousseau escreveu:

“O primeiro que, tendo cercado um pedaço de terra, se apressou em dizer isso me pertence,
e encontrou pessoas muito ingênuas para crer no que ele dizia, foi o verdadeiro fundador da
sociedade civil.”

Segundo este argumento, a sociedade civil

a) Alcançou níveis de felicidade social desconhecidos dos homens naturais.

b) Estabeleceu uma condição de prolongada paz social entre os homens.

c) Resultou de uma situação de desigualdade social entre os homens.

d) Promoveu a compreensão entre os homens por meio da divisão das riquezas.

e) Transformou os homens em seres indolentes e incapazes para o trabalho.

4 – (PUC-PR) De acordo com O discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade,


de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), é correto afirmar que:

a) No estado de natureza – fundamento do direito político –, o homem natural era um ser


livre, porém sem direitos iguais.

b) No estado de natureza – fundamento do direito político –, o homem natural era um ser de


direitos iguais, porém não era livre.

c) No estado de natureza, os direitos fundamentais do homem eram: igualdade, liberdade e


propriedade.

d) No estado de natureza, já existe o direito de propriedade.

e) No estado de natureza, os direitos fundamentais do homem eram: igualdade e liberdade.

SEMANA 6 - TEMA: Michel Foucault


ATIVIDADES
1 – Gilberto Cotrim (2006. p. 212), ao tratar da pós-modernidade, comenta as ideias de
Michel Foucault, nas quais “[...] as sociedades modernas apresentam uma nova organização
do poder que se desenvolveu a partir do século XVIII. Nessa nova organização, o poder não
se concentra apenas no setor político e nas suas formas de repressão, pois está disseminado
pelos vários âmbitos da vida social [...] [e] o poder fragmentou-se em micropoderes e
tornou-se muito mais eficaz. Assim, em vez de se deter apenas no macro poder concentrado
no Estado, [os] micropoderes se espalham pelas mais diversas instituições da vida social. Isto
é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas, por exemplo: os pais, os porteiros,
os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os fiscais etc.”

Fonte: COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo:
Saraiva, 2006. (adaptado)

Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de Foucault, a principal função dos
micropoderes no corpo social é interiorizar e fazer cumprir:

a) O ideal de igualdade entre os homens.

b) O total direito político de acordo com as etnias.

c) As normas estabelecidas pela disciplina social.

d) A repressão exercida pelos menos instruídos.

e) O ideal de liberdade individual.

2 – Na sua obra Vigiar e Punir, Foucault tematiza as relações de poder a partir de uma
contraposição entre as formas de punição dos regimes absolutistas europeus e aquelas
utilizadas pelas sociedades democráticas a partir do século XVIII. Essa análise tem como foco
principal o tratamento dedicado ao criminoso nesses períodos.

Sobre esse estudo, é CORRETO afirmar que:

I) Enquanto no direito monárquico o tratamento do criminoso era feito a partir do exercício da


punição, nos regimes posteriores ao século XVIII cria-se uma sociedade na qual o poder de
vigilância é usado como mecanismo de disciplina.

II) O espetáculo do suplício não tinha por objetivo restituir o poder do rei, já que se tratava de
um mecanismo sem nenhum efeito sobre os súditos. O único efeito do suplício seria a dor
sobre o corpo, e isso explicaria por que os crimes continuavam ocorrendo mesmo num regime
tão intenso de punição.

III) Nos regimes marcados pelo suplício, todo ato criminoso é tratado como uma afronta ao
poder do rei, que teria o suplício como instrumento de exercício do poder que fora ofendido
pelo crime.

IV) O suplício é considerado por Foucault como uma iniciativa de punição sobre o corpo do
indivíduo, ou seja, uma pena dolorosa e atroz contra o corpo do criminoso. O grau da pena
variaria segundo o grau do delito. O suplício seria um grande espetáculo que pretendia
mostrar aos demais o que ocorreria com eles caso afrontassem o poder central.

Analise as proposições, acima, e marque a opção CORRETA:

a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.

b) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.

c) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.

d) Todas as assertivas estão corretas.

e) Apenas a assertiva IV está correta.

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