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5.5 Os códigos
Introduzido por Saussure como sinónimo de língua, o termo “có-
digo” ganhou um sentido mais lato como um repertório de signos
e constitui um dos termos centrais da semiótica.27
À definição extensional de código como conjunto ou classe,
no sentido em que se fala de um código de leis, penal ou de
estrada, há a acrescentar uma definição intensional de código.28
Do ponto de vista intensional um código consiste em dois con-
juntos correlacionados um com o outro numa relação de corre-
spondência dos seus elementos. No domínio da comunicação há
o universo dos significantes e o universo dos significados. A na-
tureza intensional do código está em fazer corresponder a cada
elemento de um conjunto um elemento do outro conjunto.
O código assume, assim, várias funções, consoante a sua in-
tensão ou extensão. Por um lado, constitui um repertório e possi-
bilita uma enumeração de um conjunto de signos, associados por
um atributo comum. Por outro lado, fornece o princípio de for-
mação do próprio repertório, tanto em modo de codificação como
de descodificação. O dicionário de uma língua natural é extensio-
nalmente um código lexical, na medida em que abarca as unidades
da língua, e é intensionalmente um código semântico, na medida
em que fornece os significados dos termos, fazendo corresponder
a cada termo uma explicação semântica do mesmo.
Se Saussure empregou o termo código para designar o sistema
da língua é porque nesta existem os planos dos significantes e dos
significados numa correspondência de um a um, em que a cada
significante corresponde um significado e vice-versa. Dominar
o código da língua é saber qual o significado que corresponde a
determinado significante. As noções de “cifrar”, “codificação”,
27
Veja-se Umberto Eco, A Theory of Semiotics, 1976, em que a semiótica é
apresentada como uma teoria de códigos.
28
Sobre as definições intensional e extensional de código confira-se a entrada
“Code” no Enciclopedic Dictionary of Semiotics, pp. 123-132.
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29
Sobre o tema veja-se a obra de Luis Prieto, Mensagens e Sinais. São Paulo:
Cultrix, 1973. , cuja segunda parte se intitula “Economia” (pp. 75-151)
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