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COMPORTAMENTO
HUMANO
SUMÁRIO 1
COMPORTAMENTO HUMANO
LISTA DE FIGURAS
2 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO 3
COMPORTAMENTO HUMANO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 12
1.1 CONCEITO E NÍVEIS DE ATUAÇÃO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIO-
NAL 13
1.2 FATORES DO COMPORTAMENTO MACRO-ORGANIZACIONAL 17
1.3 CULTURA, CLIMA, DESENVOLVIMENTO E DESENHO ORGANIZACIONAL 18
BIBLIOGRAFIA COMENTADA 26
CONCLUSÃO 27
INTRODUÇÃO 30
2.1 DESENHO ORGANIZACIONAL E SUA INFLUÊNCIA NA EFICIÊNCIA DA OR-
GANIZAÇÃO 31
CONCLUSÃO 41
INTRODUÇÃO 44
4 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
SUMÁRIO
CONCLUSÃO 58
INTRODUÇÃO 61
4.1 CONCEITO 62
4.2 MÉTODO DE AVALIÇÃO DE DESEMPENHO 63
4.3 LIMITAÇÕES DA AVALIÇÃO DE DESEMPENHO 69
BIBLIOGRAFIA COMENTADA 71
CONCLUSÃO 72
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 75
5.1 A FORMAÇÃO DE TALENTOS E ESPELHOS 76
5.2 OS DESAFIOS DA GESTÃO DE TALENTOS 79
5.3 BANCO DE TALENTOS 83
BIBLIOGRAFIA COMENTADA 84
SUMÁRIO 5
COMPORTAMENTO HUMANO
SUMÁRIO
CONCLUSÃO 84
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 88
6.1 EMPREGO X CARREIRA 89
6.2 PLANO DE CARREIRA 91
6.3 DESENHO DE CARREIRA 94
6.4 CARREIRAS: O QUE ESPERAR DO FUTURO? 95
BIBLIOGRAFIA COMENTADA 98
CONCLUSÃO 99
REFERÊNCIAS 101
6 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS
GLOSSÁRIO QUESTÕES
MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES CITAÇÕES
EXEMPLOS DOWNLOADS
SUMÁRIO 7
COMPORTAMENTO HUMANO
BIODATA DO AUTOR
Erika Rúbia de Souza
JUSTIFICATIVA
As organizações são um tipo de estrutura social e, como tal, constituem-se como
um ambiente de interação e troca entre pessoas que possuem suas particularida-
des e motivações que as levam a determinados comportamentos, que podem ou
não ser positivos ao desempenho organizacional. Por isso, faz-se necessário enten-
der as nuances do comportamento humano dentro das organizações e os fatores
que podem contribuir para uma gestão comportamental que seja orientada para
os objetivos organizacionais. Além disso, conhecer a respeito do comportamento
organizacional atribui ao leitor a capacidade de prever e lidar com alguns problemas
inerentes a essa questão. Assim, esta disciplina visa fornecer subsídios que possam
orientar o futuro gestor a obter resultados organizacionais mais favoráveis por meio
do comportamento humano. Afinal, em qualquer setor da vida, pessoal ou profissio-
nal, a motivação leva a comportamentos, e comportamentos levam a resultados.
8 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
ENGAJAMENTO
Você já parou para observar o comportamento dos indivíduos dentro das organi-
zações? Há fatores que influenciam nesse comportamento, que vão desde esferas
individuais, passando pelas questões grupais até chegar ao nível organizacional. Mas
como orientar esse comportamento a fim de que ele sirva aos objetivos organizacio-
nais, equilibrando interesses pessoais dos empregados com os interesses da empre-
sa? Existem ferramentas e conceitos que, se aplicados de forma eficaz, contribuem
para o alcance desse resultado. Será que recompensas financeiras são suficientes
para garantir um comportamento positivo ou são apenas mais um meio de motiva-
ção? Ficou interessado em refletir sobre essas questões? Então usufrua do conteúdo
disponível nesta disciplina. Ela te levará a pensar sobre esses aspectos e outros que,
naturalmente, surgirão no decorrer do processo de aprendizagem. Boa leitura!
APRESENTAÇÃO DA
DISCIPLINA
Seja bem-vindo a essa aventura que é o processo de aprendizagem! Durante este
percurso, você terá a oportunidade de refletir a respeito do comportamento humano
dentro das organizações. Para tanto, esta disciplina tem como objetivo geral levá-lo a
compreender a importância da gestão do comportamento humano para uma orga-
nização saudável e produtiva.
SUMÁRIO 9
COMPORTAMENTO HUMANO
pela gestão nesta área. Por fim, você será convidado a pensar sobre planejamento e
desenvolvimento de carreiras. Poderá, então, entender a diferença entre emprego e
carreira e pensar sobre aspectos que poderão mudar os seus rumos.
Bons estudos!
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de:
10 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
UNIDADE 1
OBJETIVO
Ao final desta unidade, esperamos
que possa:
SUMÁRIO 11
COMPORTAMENTO HUMANO
1 COMPORTAMENTO
HUMANO NAS
ORGANIZAÇÕES: UMA BREVE
REFLEXÃO
Olá alunos! Nesta unidade, você poderá compreender o conceito de comportamento
humano dentro das organizações e verá que esse tipo de comportamento é conhe-
cido como comportamento organizacional. Também terá oportunidade de verificar
que esse tipo de comportamento pode ser avaliado em três níveis – micro-organi-
zacional, meso-organizacional e macro-organizacional – e que, em cada um desses
níveis, há fatores próprios que influenciam o comportamento humano. O primeiro
nível, o micro-organizacional, está na esfera do indivíduo; o meso-organizacional, na
esfera do grupo; e o macro-organizacional, na esfera da organização. Para o cumpri-
mento dos objetivos desta disciplina, o foco será dado para o conhecimento do nível
macro-organizacional. Entretanto, nesta unidade você poderá conhecer os fatores
que envolvem os demais níveis.
INTRODUÇÃO
É importante conhecer a maneira como se apresenta o comportamento humano
dentro das organizações e a forma como ele é influenciado. O entendimento dessas
questões permite uma gestão mais eficaz. Por isso, é extremamente importante o
conhecimento a respeito desse tema e dos elementos que o cercam.
12 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Ao fim desta unidade, você será capaz de distinguir esses conceitos e articulá-los,
usando-os de forma eficiente na gestão do comportamento organizacional, de forma
que haja conciliação de interesses individuais e organizacionais. Boa leitura!
Você já parou para pensar a respeito do comportamento humano dentro das organi-
zações e como isso interfere na produtividade das empresas? Esta não é uma reflexão
simples de se fazer, porque envolve uma série de questões. Primeiramente, deve-se
se ater ao fato de que a análise do comportamento humano varia de acordo com o
local em que o indivíduo se encontra. Portanto, fez-se necessário um recorte desse
estudo, a fim de se debruçar sobre a análise do comportamento humano no ambien-
te de trabalho. Frente ao exposto, é preciso, a priori, compreender o conceito de
comportamento humano dentro das organizações. Os autores chamam esse aspecto
do comportamento humano de comportamento organizacional. Newstrom1 define
comportamento organizacional como “o estudo sistemático e a aplicação cuidadosa
do conhecimento sobre como as pessoas agem dentro das organizações, seja como
indivíduos, seja em grupos” (NEWSTROM, 2011, p. 3).
SUMÁRIO 13
COMPORTAMENTO HUMANO
14 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Nível micro-organizacional
Dessa forma, as pessoas são movidas a fim de alcançarem suas necessidades e, quando
as necessidades são alcançadas, surgem novas necessidades, num ciclo interminável.
Nível meso-organizacional
SUMÁRIO 15
COMPORTAMENTO HUMANO
No que diz respeito ao desempenho dos grupos, ele pode ser afetado por diversos
fatores, como: tamanho, composição, normas e coesão. A composição diz respeito à
homogeneidade (similaridade entre os membros) ou heterogeneidade (diferenças de
crenças e valores) do grupo. Em relação ao tamanho, ele pode ser variável de acordo
com os objetivos. Sobre as normas, elas servem para regular o comportamento dos
membros dos grupos. A coesão diz respeito a aspectos que levam o indivíduo a ser
atraído e desejar permanecer num grupo (MARQUES, 2016).
Enfim, esses são os fatores sobre os quais recaem os estudos do comportamento huma-
no no nível meso-organizacional. Mas e sobre os fatores que cercam o comportamen-
to-macro organizacional? O tópico a seguir explora de maneira mais detalhada esse
nível, uma vez que esta disciplina se preocupa em entender de forma mais aprofunda-
da o nível do comportamento humano denominado macro-organizacional.
4 MAXIMIANO, A. C. A. Fundamentos de administração. São Paulo: Atlas, 2009. Maximiano é docente, pesquisador e coorde-
nador de programas e projetos da Fundação Instituto de Administração (FIA).
5 SCHERMERHORN JR., J. R. Fundamentos de comportamento organizacional. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. Scher-
merhorn é docente de cursos de graduação e pós-graduação e PhD em Comportamento Organizacional.
16 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Uma organização pode ser considerada produtiva quando consegue alcançar seus
resultados com o menor custo possível. Em relação ao absenteísmo, pode-se dizer
que é um indicador que quantifica as faltas dos empregados. Essas ausências podem
ser em virtude de fatores justificáveis ou não.
SUMÁRIO 17
COMPORTAMENTO HUMANO
Estar satisfeito no trabalho significa sentir uma forte identificação com o que
o trabalho proporciona ao indivíduo, que pode ir desde o alcance de obje-
tivos e valores pessoais, até as formas de recompensa. A satisfação pode ser
entendida mais como atitude do que como um comportamento. A satisfação
no trabalho também está associada à qualidade de vida que a organização
proporciona aos seus funcionários (MARQUES, 2016, p. 17).
COMPORTAMENTO
MACRO-ORGANIZACIONAL
18 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Cultura organizacional
Todos têm uma identidade, certo? Com as organizações, isso não é diferente. Cada
uma delas carrega uma identidade que as faz únicas, por isso Chiavenato6 (2014)
afirma que, para se conhecer uma organização, antes é preciso conhecer sua cultura.
Marras7 (2016) concorda com Chiavenato (2014) ao afirmar que:
Toda organização possui uma cultura própria que a identifica e que forma
o conjunto que realça os seus costumes – seu way of life –, suas crenças e
seus valores. É pela sua cultura que uma empresa fixa a marca do seu perfil
e também orienta ou controla o comportamento daqueles que a formam
(MARRAS, 2016, p. 291).
Ainda de acordo com Marras (2016), são componentes da cultura: os valores, posturas
empresariais e contracultura. Os valores são o conjunto de crenças que estabelecem
padrões de comportamento.
A escolha e o peso dado aos valores pregados por uma organização variam de empre-
sa para empresa, formando sua identidade. Marras (2016) salienta que, para fortificar
a cultura, as organizações realizam alguns ritos, como a festa para os aniversariantes
do mês, se, por exemplo, um dos valores for a valorização dos empregados.
SUMÁRIO 19
COMPORTAMENTO HUMANO
No que diz respeito à contracultura, pode-se dizer que ela não é algo bem-visto dentro
do ambiente organizacional, pois implica em conflitos causados por grupos que não
se sentem integrados à empresa e, por isso, rejeitam os valores praticados por ela.
Para evitar que a contracultura ocorra, a Gestão Estratégica de Pessoas (GEP) deve
primar pela difusão cultural da organização entre os seus membros firmando um
acordo tácito, no qual todos compreendam que o bem da organização reflete no seu
próprio bem. Para que isso aconteça, Marras dá dicas sobre o que a GEP deve fazer:
Clima organizacional
20 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Uma organização pode ter um clima quente, neutro ou frio. Ele é considerado um
clima quente quando as percepções sobre o ambiente de trabalho provocam satis-
fação capaz de influenciar um comportamento positivo nos funcionários. É neutro
quando a percepção do funcionário sobre o ambiente não é capaz de estimulá-lo
nem de desestimulá-lo. E, por fim, é considerado frio quando as condições perce-
bidas causam insatisfação, gerando um comportamento indesejado por parte dos
funcionários (MARQUES, 2016).
Mas qual é o termômetro a ser usado para identificar essas “temperaturas” do clima
organizacional? Existem alternativas que ajudam o gestor a mensurar o clima orga-
nizacional, como questionários ou formulários eletrônicos. Por meio de instrumentos
como esses, pode-se avaliar a percepção dos funcionários acerca das “condições de
trabalho, recompensas, estilo da liderança, relacionamento com colegas e perspecti-
vas de crescimento profissional” (MARQUES, 2016, p. 95).
SUMÁRIO 21
COMPORTAMENTO HUMANO
Desenvolvimento organizacional
Entretanto, o gestor não pode se esquecer que, em meio a esse binômio capital-for-
ça de trabalho, existe choque de duas éticas: a ética da liberdade (dos indivíduos) e
a ética do comando (da organização) (MARRAS, 2016). O indivíduo carrega consigo
22 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Um instrumento importante que o RH pode utilizar para ajustar esses desvios de rota
entre a expectativa dos funcionários e da organização é o chamado contrato psicoló-
gico. Schein9 (1996) explica que esse é um contrato firmado paralelamente ao conta-
to formal e cumpre papel importante, uma vez que ele:
SUMÁRIO 23
COMPORTAMENTO HUMANO
24 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Desenho organizacional
CULTURA ORGANIZACIONAL:
• Valores - Etnocêntrica
• Posturas empresariais - Policêntrica CLIMA ORGANIZACIONAL:
• Contracultura - Geocêntrica
• Quente
• Neutro
DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL: • Frio
- Capital x força
de trabalho
• Interação de interesses - Ética da liberdade DESENHO ORGANIZACIONAL:
- x ética do comando
- Contrato psicológico
• Escolha da estrutura organizacional
- Deterioração natural
• Saúde organizacional
- Miopia organizacional
• Momento organizacional
• Gerenciamento de mudanças
SUMÁRIO 25
COMPORTAMENTO HUMANO
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
FERREIRA, P.I. Clima organizacional e qualidade de vida no trabalho. Rio de Janeiro:
LTC, 2017.
26 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
CONCLUSÃO
Caro aluno, você chegou ao fim desta unidade com a certeza de que o conteúdo
visto será de grande utilidade na sua formação acadêmica. O percurso foi recheado
de conceitos inerentes ao comportamento organizacional. Primeiramente, foi visto
que ele pode ocorrer em três níveis distintos: micro-organizacional (foco no indiví-
duo); meso-organizacional (foco no grupo); e macro-organizacional (foco na organi-
zação). Você teve a oportunidade de conhecer os elementos que formam o compor-
tamento micro-organizacional, isto é, as diferenças individuais, a personalidade e a
satisfação no ambiente de trabalho. Os elementos que compõem o comportamento
meso-organizacional também foram debatidos: formação e desempenho de equipe
e mecanismo de socialização e liderança. Em seguida, a ênfase se pautou no nível
do comportamento macro-organziacional, em que foram vistos aspectos inerentes à
cultura, clima, desenvolvimento e desenho organizacional.
SUMÁRIO 27
COMPORTAMENTO HUMANO
28 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
UNIDADE 2
OBJETIVO
Ao final desta unidade, esperamos
que possa:
SUMÁRIO 29
COMPORTAMENTO HUMANO
2 DESENHO
ORGANIZACIONAL E SUA
INFLUÊNCIA NA EFICIÊNCIA
DA ORGANIZAÇÃO
Você já ouviu falar em desenho organizacional? Acha que esse conceito diz respeito
apenas a um layout organizacional ou algo semelhante? Esta unidade vem esclarecer
essas e outras questões, demonstrando como o desenho organizacional é elemento
influenciador do comportamento organizacional, pois, dependendo das característi-
cas adotadas e do modelo organizacional escolhido pela empresa, ela poderá espe-
rar um determinado comportamento por parte dos funcionários.
Assim, esta unidade inicia-se por meio de uma breve apresentação de algumas das
contingências e aspectos do desenho organizacional, bem como demonstrando o
seu caráter mutável. Em seguida, apresentam-se as quatro características principais
do desenho organizacional, que são a diferenciação, a formalização, a centralização e
a integração. Por fim, a unidade se encerra com a apresentação dos principais mode-
los organizacionais (ou estruturas): simples, burocrática e matricial, demonstrando
as diferenças entre elas. Ao término desta unidade, você será capaz de entender os
aspectos que envolvem o desenho organizacional e a adoção de um determinado
modelo, tendo em vista as características, o momento e os interesses da organização.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Não é novidade o fato de que a busca do desenvolvimento e, consequentemen-
te, do lucro, é uma constante dentro das organizações. Para isso, elas precisam ter
uma estratégia de funcionamento que demonstre como funcionarão, quais serão
as regras e regulamentos que guiarão sua atuação, como as relações de poder se
darão, como ocorrerá a distribuição de autoridades e como acontecerá a integração
de todos esses aspectos. A essa estratégia de funcionamento se dá o nome de dese-
nho organizacional.
30 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Chiavenato (2014) explica que os fatores de contexto envolvem missão, visão, estra-
tégia organizacional, o micro e o macroambiente, a tecnologia usada e os parceiros
institucionais.
SUMÁRIO 31
COMPORTAMENTO HUMANO
Ao observar essas contingências, fica fácil concluir que elas variam de organização
32 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
para organização e, por isso, não existe um padrão de desenho organizacional. Entre-
tanto, há três aspectos que devem ser atendidos na definição do desenho: a estrutura
básica, o mecanismo de operação e o mecanismo de decisão.
A estrutura básica vai dar conta da descrição de cargos, formação de equipes e orga-
nogramas, enquanto o mecanismo de operação vai delinear fatores de desempenho
e formas de recompensa, a fim de deixar claro o que se espera dos empregados e o
que eles podem ganhar com isso. Esses fatores podem aparecer, por exemplo, em
forma de sistemas de avaliação de desempenho, de remuneração e comunicação.
Por fim, há de se pensar no mecanismo de decisão, que envolve a gestão do conhe-
cimento para amparar as tomadas de decisões.
SUMÁRIO 33
COMPORTAMENTO HUMANO
34 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Estabelecer objetivos e planos também pode ser uma saída emergencial para a inte-
gração. Essa ação assemelha-se ao estabelecimento de regras e procedimentos, no
entanto funciona com tempo limitado, com o objetivo de coordenar tarefas comuns
entre órgãos. Por exemplo, o marketing e a engenharia, em dado momento, precisam
estabelecer parcerias de trabalho para o desenvolvimento de produto, pois ambos
estão envolvidos nessa atividade e, assim, precisam estabelecer objetivos e planos
para que suas ações ocorram de forma integrada.
Por fim, o arranjo físico, ou arquitetura, colabora para a integração das pessoas e
órgãos, uma vez que estabelece o layout adequado de equipamentos e de pessoas,
bem como o arranjo físico das instalações, de modo que facilitem a proximidade
entre os colaboradores, tornando a comunicação mais fácil.
SUMÁRIO 35
COMPORTAMENTO HUMANO
Vale ressaltar que, apesar de apresentar vantagens, a estrutura simples possui a limi-
tação inerente à tomada de decisão, que fica centralizada no dirigente, fazendo com
que a organização fique dependente de uma única pessoa.
36 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Um outro modelo organizacional que pode ser adotado pelas empresas é a estru-
tura burocrática. Segundo Chiavenato (2014), as organizações que optam por esse
modelo adotam uma estrutura baseada na racionalidade, na delimitação precisa de
cargos, na rapidez das decisões, na univocidade de interpretações (garantida pelos
regulamentos), na uniformidade de rotinas e procedimentos, na continuidade da
organização (na substituição e promoção de pessoal baseada na competência técni-
ca), na constância (decisões tomadas na mesma circunstância) e confiabilidade.
Por fim, tem-se a estrutura matricial. Marras (2016) afirma que esse modelo é misto,
pois combina duas formas de departamentalização: funcional e por produto. Chiave-
nato explica essa mistura da seguinte maneira:
SUMÁRIO 37
COMPORTAMENTO HUMANO
38 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Apesar das vantagens oferecidas por esse tipo de modelo, ele também apresenta
suas limitações. A principal delas é a dupla cadeia de comando, que se não for feita
de forma adequada, causa confusão no colaborador, que fica sem saber a quem
SUMÁRIO 39
COMPORTAMENTO HUMANO
obedecer.
40 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
VECCHIO, R. P. Comportamento organizacional: conceitos básicos. São Paulo: Cenga-
ge Learning, 2008.
CONCLUSÃO
Esta unidade teve como intuito demonstrar a influência do desenho organizacio-
nal no comportamento dos colaboradores, acarretando uma melhor eficiência das
operações organizacionais. Dessa forma, iniciou-se falando a respeito da variação do
desenho organizacional, que se diversifica em função de algumas contingências: os
fatores de contexto (como a missão e a visão); as dimensões anatômicas (tamanho,
SUMÁRIO 41
COMPORTAMENTO HUMANO
Em seguida, você entendeu que, apesar de não haver um padrão de desenho orga-
nizacional (porque isso depende das contingências), há três aspectos que devem ser
atendidos durante a elaboração do desenho de qualquer organização: a estrutura
básica (definição de cargos), o mecanismo de operação (desempenho/remuneração)
e o mecanismo de decisão (gestão do conhecimento/tomada decisão).
Enfim, espera-se que o conteúdo tenha sido útil para o seu desenvolvimento profis-
sional e que você tenha compreendido a importância da sincronia do desenho orga-
nizacional com as estratégias da empresa e como isso impacta no comportamento
humano das organizações.
42 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
UNIDADE 3
OBJETIVO
Ao final desta unidade, esperamos
que possa:
SUMÁRIO 43
COMPORTAMENTO HUMANO
3 SUBSISTEMA DE
MANUTENÇÃO
Você já parou para pensar em como as empresas decidem sobre a forma de remune-
ração dos seus funcionários? Será que essa decisão impacta o comportamento deles?
Esta unidade convida você a pensar a respeito dessas questões. Assim, será abordado
o subsistema de manutenção, responsável pela remuneração e pela gestão de cargos
e salários. Por isso, se faz importante compreender o conceito de remuneração e a
forma como ela pode ser aplicada dentro das empresas, bem como pode ser feita
a gestão de cargos e salários dentro das organizações, a partir da apresentação de
métodos e técnicas mais usadas.
Boa leitura!
INTRODUÇÃO
O sistema de remuneração é um grande aliado das organizações, pois, se bem apli-
cado, ele pode aumentar a motivação dos funcionários e, consequentemente, a sua
produtividade. Em função disso, serão discutidos, a seguir, os conceitos básicos rela-
cionados a essa questão.
44 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
A remuneração é um fator estratégico das empresas, pois elas sabem que esse aspec-
to contribui muito para um comportamento organizacional positivo. A remuneração
vista dessa forma é chamada de remuneração estratégica. Por isso, as organizações
não devem vê-la como uma despesa. “A remuneração estratégica trata a remune-
ração não como despesa da empresa, mas como um instrumento coadjuvante da
estratégia da empresa” (PONTES1, 2007, p. 363).
SUMÁRIO 45
COMPORTAMENTO HUMANO
Traçada a diferença entre esses dois tipos de remuneração, neste tópico, a atenção
estará voltada aos aspectos inerentes à remuneração fixa, deixando a discussão sobre
remuneração variável para o tópico seguinte.
Conforme dito, a remuneração fixa é formada por salário-base mais benefício social.
Entenda esses dois aspectos.
46 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
SUMÁRIO 47
COMPORTAMENTO HUMANO
No tópico anterior, foi feito um breve esclarecimento sobre a diferença existente entre
remuneração fixa e remuneração variável. Dessa maneira, foi possível compreender
que, no caso da remuneração variável, as formas de ganho do funcionário extrapolam
a questão salarial e de benefício social.
A remuneração por unidade é muito usada na área de produção. Ela consiste num
ganho fixo por unidade produzida pelo trabalhador. Assim, quanto mais ele produz,
mais ele ganha. Já os bônus podem ser uma remuneração paga exclusivamente aos
executivos ou estendidos a todos os funcionários. Os bônus podem ser entendidos
como uma vantagem extra, uma gratificação.
48 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
“Bônus anuais de milhões de dólares não são incomuns nas grandes organi-
zações norte-americanas. Vejamos o caso de Henry R. Silverman, presiden-
te da Cendant, empresa que atua nas áreas de viagens, bens imobiliários
e marketing direto. Ele recebeu um bônus de 13,8 milhões de dólares em
2003 por ter conseguido aumentar os dividendos dos acionistas em 113 por
cento no ano anterior” (ROBBINS, 2006, p. 173).
Quanto à participação nos lucros, pode-se dizer que ela consiste na distribuição para
os trabalhadores de parte do lucro obtido pela empresa. A quantia recebida depen-
de do critério usado por cada empresa que, normalmente, utiliza uma fórmula para
calculá-la. Por fim, a participação nos resultados é uma remuneração baseada no
desempenho do grupo. Assim, a quantia a ser recebida depende da produtividade
alcançada pelo grupo durante um determinado período de tempo.
Além desses programas mais usuais de remuneração (fixa e variável), pode-se incluir
a chamada remuneração simbólica. A remuneração simbólica é um reconhecimen-
to obtido pelo funcionário por algo que ele tenha feito que beneficiou a organização.
SUMÁRIO 49
COMPORTAMENTO HUMANO
Ela pode vir por meio de jantares, passagens aéreas, premiações, etc. Diferentemen-
te da remuneração fixa e da remuneração variável, a remuneração simbólica é uma
compensação não financeira, mas, que, segundo Chiavenato (2009), é capaz de gerar
aumento da autoestima, segurança no trabalho e orgulho.
Compensação
Por isso, o tópico a seguir vem tratar desse assunto tão importante, a gestão de cargos
e salários, para que você possa compreender como as organizações definem esses
aspectos institucionais.
50 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
- Elaborar roteiro.
SUMÁRIO 51
COMPORTAMENTO HUMANO
Agora que você entendeu o que é uma função, conhecerá o método usado para fazer
sua análise. Para Marras:
3 Carvalho foi um autor renomado com livros na área de treinamento e administração de cargos e salários. Nascimento é
mestre em administração com grande experiência em remuneração, administração de cargos e salários e temas correlatos.
Serafim é psicóloga da Associação da Igreja Metodista e tem experiência na área de educação.
4 Bohlander é professor de administração na Arizona State University, na área de recursos humanos. SNELL é um pesquisa-
dor premiado por livros na área de administração. Sherman é autor de livro com temática administrativa.
52 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
PLANO ADMINISTRATIVO
GRAU I
• Recebe supervisão constante, instruções detalhadas e acompanhamento para execução das tarefas.
• Tarefas variadas, porém rotineiras, que envolvem a aplicação de procedimentos padronizados, obser-
vados os limites estabelecidos pelas normas internas.
• Tarefas variadas e com padrões de especialização que envolvem a aplicação de procedimentos admi-
nistrativos pouco diversificados.
•
Tarefas qualificadas que envolvem seleção e aplicação de procedimentos administrativos
diversificados.
SUMÁRIO 53
COMPORTAMENTO HUMANO
Responsabilidade 500
54 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Por fim, a técnica de avaliação por pontos procura identificar o valor relativo de um
cargo por meio da soma dos pontos atribuídos a ele. A contagem é feita com base
em cada fator de avaliação selecionado.
Enfim, a gestão de cargos e salários é feita por meio desses métodos e técnicas. É uma
importante área da administração, pois está estreitamente relacionada à motivação
dos colaboradores, impactando, portanto, em seu comportamento organizacional.
SUMÁRIO 55
COMPORTAMENTO HUMANO
56 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Não existe um padrão remuneratório para as empresas. Embora ainda seja possí-
vel perceber um uso mais acentuado das metodologias tradicionais, é evidenciada,
cada vez mais, a migração das empresas para sistemas de remuneração que valori-
zam as habilidades em detrimento aos cargos e/ou que sejam alternativas para os
métodos tradicionais, deixando as organizações mais competitivas e mais ágeis nas
adaptações mercadológicas.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
MARRAS, J. P. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico.
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
SUMÁRIO 57
COMPORTAMENTO HUMANO
CONCLUSÃO
Caro aluno, se você chegou até aqui, é porque conheceu a importância da remune-
ração no cenário organizacional. Este percurso de aprendizagem se iniciou falando
a respeito do conceito de remuneração, apontando-a como fator estratégico para
a empresa. Em seguida, foram apresentadas as diferenças entre dois conceitos de
remuneração: a fixa e a variável. Você entendeu, portanto, que a remuneração fixa
inclui salário-base e benefícios sociais e que a remuneração variável é uma recom-
pensa atrelada ao desempenho do empregado. Para entender esses conceitos de
forma mais completa, eles foram discutidos de maneira separada.
Você viu também que, para que a empresa possa tomar decisões a respeito do siste-
ma de remuneração a ser adotado, ela conta com uma área denominada gestão
de cargos e salários, responsável pela definição desses aspectos. A gestão de cargos
e salários pode ser feita por uma equipe interna ou por meio de consultoria. Para
fazer essa gestão, é preciso implantar um programa. Um dos mais conhecidos é o de
remuneração funcional. Assim, você pôde compreender que esse programa acontece
58 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Para tanto, foram apresentados os métodos de avaliação e cargos, que podem ser
qualitativos ou quantitativos. Na categoria qualitativa, foi apresentado o método de
escalonamento de cargos por categoria, que consiste em uma comparação de cargos,
escalonando-os de forma crescente ou decrescente, tendo como base os critérios
de comparação. Foi discutido também sobre o método de graus predeterminados,
em que a empresa estipula a importância dos cargos de acordo com a qualifica-
ção, responsabilidades e complexidade exigida por cada um. Na esfera quantitati-
va, foram vistos os métodos de comparação por fatores e o de avaliação de pontos.
O método de avaliação por fatores baseia-se em fatores de avaliação nas dimensões
mental, física, de responsabilidade e de condições ambientais, atribuindo a eles um
valor numérico, que, juntos, comporão o valor total do salário. Quanto ao método de
avaliação de pontos, você aprendeu que nele identifica-se o valor relativo dos cargos
por meio de fatores de avaliação selecionados.
Por fim, foi debatido a respeito de novos paradigmas organizacionais, que têm exigi-
do uma mudança de foco nos sistemas remuneratórios. Assim, foram apresentados
como sistemas de abordagem remuneratória: a remuneração funcional modificada,
que inclui o valor agregado do cargo; a remuneração por habilidades, que valoriza
mais as habilidades que o cargo propriamente dito; o sistema misto, que faz uso da
junção de aspectos, como cargo, habilidade, desempenho, etc.
Assim, encerra-se esta unidade, com a certeza de que essa temática é essencial para
o seu desenvolvimento profissional e que, a partir dos conhecimentos aqui construí-
dos, você será apto a escolher o sistema remuneratório mais adequado para cada
organização, quando isso lhe for atribuído.
SUMÁRIO 59
COMPORTAMENTO HUMANO
UNIDADE 4
OBJETIVO
Ao final desta unidade, esperamos
que possa:
60 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
4 AVALIAÇÃO DE
DESEMPENHO
Você gosta de ser avaliado? Se respondeu sim a essa pergunta, provavelmente é
porque possui boas experiências relacionadas a esse aspecto, do contrário, possivel-
mente, é porque não teve uma experiência positiva quando passou por um julga-
mento. Mas essa pergunta é apenas para o tirar da zona de conforto, pois a questão
está além de gostar ou não de ser avaliado, pois, inevitavelmente, o tempo todo você
está sendo julgado e isso independe da sua vontade. A questão é se essa avaliação é
pautada num julgamento adequado e se tem um proposito motivador.
Esta unidade abordará essa questão sob o aspecto organizacional. Assim, você pode-
rá entender o conceito de avaliação de desempenho, os métodos mais usados pelas
organizações para mensurar performance humana e as limitações que apresentam.
Espera-se que você possa usufruir deste conteúdo de forma que ele lhe faça refle-
tir a respeito da maneira como as organizações têm desempenhado essa ação e o
impacto dela sob o comportamento organizacional. Afinal de contas, o julgamento
só resulta em um comportamento positivo se for feito de forma transparente e isenta
de subjetividade.
Boa leitura!
INTRODUÇÃO
A avaliação de desempenho é um instrumento bastante usado pelas organizações,
pois permite mensurar a performance humana e traçar estratégias para colaborar
com a melhoria do desempenho organizacional dos funcionários. Entretanto, há
quem diga que sua aplicação não é válida. Esse discurso limitado, muitas vezes, não
se dá em função do uso do instrumento em si, mas da forma como ele é aplicado.
A subjetividade do avaliador traz vícios de julgamentos tendenciosos que, por vezes,
servem de vingança ou de atendimento de interesses próprios.
SUMÁRIO 61
COMPORTAMENTO HUMANO
Bons estudos!
4.1 CONCEITO
Pela definição de desempenho humano, pode-se compreender que ele está direta-
mente ligado a dois fatores, o querer e o saber fazer algo. Então, para haver desem-
penho, esses dois fatores têm de se realizar. Assim, falando de forma bem simplória,
a avaliação de desempenho tem justamente esta missão, a de verificar se se o funcio-
nário quis fazer algo e se soube fazê-lo.
62 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Embora a prática ainda mantenha esse intuito, novos objetivos foram inseridos para a
avaliação de desempenho. Então atualmente essa prática ocorre dento das empresas
a fim de:
SUMÁRIO 63
COMPORTAMENTO HUMANO
Existem vários métodos para isso, de forma que a empresa possui um leque de possi-
bilidades de escolha. Entre esses métodos, Marras destaca os seguintes: “escala gráfi-
ca, incidentes críticos, comparativo, escolha forçada e 360 graus” (MARRAS, 2016, p.
162). Venha conhecer cada um deles!
Pouco Muito
Fatores Insatisfatório Satisfatório Excelente
satisfatório satisfatório
Confiabilidade
(demonstra ser
confiável)
Produtividade
(executa o que é
demandado)
Qualidade
(executa
trabalho com
excelência)
64 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Nome:
Unidade:
Não forneceu com exatidão informação requerida pelo cliente, quanto ao prazo
02/ago. de entrega da mercadora, e foi ríspido em novo telefonema desse cliente, gerando
reclamação9, por escrito, do cliente quanto ao atendimento prestado.
Fonte: PONTES, 2005, p. 55.
Existe também o método comparativo. Chiavenato (2000) explica que esse método
é realizado comparando-se os funcionários de dois em dois, em pares, e anotando
quem é o melhor quanto ao desempenho em determinado aspecto. Veja o exemplo
na figura a seguir.
SUMÁRIO 65
COMPORTAMENTO HUMANO
WeK X
WeY X
WeZ X
KeY X
KeZ X
YeZ X
PONTUAÇÃO 1 1 1 3
Fonte: Elaborado pela autora.
66 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Como qualquer outro método, a escolha forçada possui pontos fortes e fracos.
O principais pontos fortes são a fácil aplicação e os resultados confiáveis. Em
relação aos pontos fracos, pode-se destacar a superficialidade da avaliação e
a elaboração difícil.
Nome:
Departamento:
Cargo:
Abaixo você encontrará bloco de frases. Anote com um “X” na coluna ao lado, com o sinal de “+” para
indicar a frase que melhor define o desempenho do funcionário e com o sinal de “-“ para a frase que
menos define o seu desempenho. Não deixe nenhum bloco sem preencher duas vezes.
No + - No + -
Apresenta produção elevada Dificuldade em lidar com
Comportamento dinâmico pessoas
Têm dificuldades com Tem bastante iniciativa
números Gosta de reclamar
É muito sociável Tem medo de pedir ajuda
Tem potencial de
Tem espírito de equipe
desenvolvimento
Gosta de ordem
Toma decisões com critério
Não suporta pressão
É lento e demorado
Aceita críticas construtivas
Conhece seu trabalho
Nunca se mostra
Tem boa aparência pessoal
desagradável
Comete muitos erros
Produção razoável
Oferece boas sugestões
Tem boa memória
Decide com dificuldade
Expressa-se com dificuldade
Fonte: CHIAVENATO, 1999, p. 197.
SUMÁRIO 67
COMPORTAMENTO HUMANO
E, por fim, o método 360 graus é muito usado por organizações democráticas que
valorizam a participação. Marras define este método da seguinte maneira:
COMPETÊNCIAS ESCALA
Competências Corporativas 1 2 3 4
Visão Estratégica
Foco do Cliente
Trabalho em equipe
Relacionar com as pessoas de forma aberta e receptiva. Estar atento aos senti-
mentos das pessoas. Ser cooperativo.
Competências específicas
Planejamento
Conhecimento técnico
Criatividade
68 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Graus de desempenho
1 – Abaixo das expectativas
2 – Corresponde às expectativas
3 – Excede em parte às expectativas
4 – Excede às expectativas
Fonte: PONTES, 2005, p. 142.
Seja qual for o método escolhido para efetuar avaliação de desempenho, o processo
sofre com o vício do julgamento subjetivo. É evidente que alguns métodos são mais
vulneráveis a essa questão, enquanto outros são menos, mas todos sofrem com essa
limitação. Mesmo o método de 360 graus, pode-se dizer que ele apenas minimiza
esse risco, não o exclui. O fato é que essa crítica que recai sobre os métodos é muito
mais uma falha do avaliador do que dos instrumentos propriamente ditos. Marras
(2016) afirma que essa falha pode ocorrer de forma consciente ou inconsciente.
Acontece de forma consciente quando o avaliador abusa da subjetividade de forma
consciente, buscando ajudar ou prejudicar o avaliado. E ocorre de forma inconsciente
quando o avaliador procede da mesma maneira, porém sem a intenção premedita-
da de provocar uma alteração no resultado.
SUMÁRIO 69
COMPORTAMENTO HUMANO
Quando essa alteração do resultado é feita de forma consciente pelo avaliador, pode-
-se notar dois efeitos: efeito halo e efeito tendência central. Marras (2016) esclarece
que o efeito halo acontece quando o avaliador se deixa levar por alguma caracterís-
tica (positiva ou negativa) marcante do avaliado, julgando todos os demais aspectos
com base nessa característica.
É aquele em que o avaliador “força” sua avaliação num ponto central da escala,
entre outros motivos, por exemplo, para não se comprometer ou para não criar
a constrangedora situação de ter de explicar a um subordinado com avaliação
altamente negativa em relação a outro com avaliação altamente positiva as
razões e os argumentos que subsidiaram sua decisão (MARRAS, 2016, p. 171).
70 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
BERGAMINI, C. W. Avaliação de desempenho: usos, abusos e crendices no trabalho.
São Paulo: Atlas, 2019.
SUMÁRIO 71
COMPORTAMENTO HUMANO
CONCLUSÃO
Querido aluno, nesta unidade você teve a oportunidade de conhecer a respeito da
importância de um instrumento gerencial denominado avaliação de desempenho.
Primeiramente, cuidou-se para que você entendesse o conceito de desempenho
humano (querer e saber fazer determinada tarefa), para, em seguida, lhe apresentar a
avaliação de desempenho como um instrumento de mensuração dessa performan-
ce dentro do ambiente organizacional.
Foi possível discutir sobre cada um deles apresentando suas características. Então
compreende-se que o método de escala gráfica é o mais simples de todos. Por meio
dele, a organização avalia o desempenho do funcionário através de fatores que
são divididos em graus. Já em relação ao método de incidente crítico, você pôde
72 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
compreender que seu uso é indicado para avaliar comportamentos extremos, posi-
tivos ou negativos, e que isso é feito por meio da observação e do registro sistemá-
tico. Viu também o método denominado comparativo, em que a avaliação consiste
numa comparação de aspectos entres os funcionários, de dois em dois. Em seguida,
foi apresentado o método de escolha forçada, aquele em que o avaliador é obriga-
do a escolher entre alternativas que mais reflitam o desempenho do funcionário.
Você também conheceu o método de 360 graus, um modelo de avaliação em que
todos são avaliados e se autoavaliam. Esse método é conhecido como o que menos é
influenciado pela subjetividade do avaliador, pois há uma descentralização da avalia-
ção, uma vez que todos que têm contato com o avaliado e participam da avaliação,
inclusive ele.
Por fim, terminou-se mostrando para você os impactos causados nos resultados da
avaliação de desempenho, quando o avaliador se deixa guiar de forma consciente
ou inconsciente pela sua subjetividade. Então você pôde conhecer dois efeitos resul-
tantes dessa interferência da subjetividade: o efeito halo (aquele em que o avaliador
estende sua avaliação, positiva ou negativa, de acordo com a percepção que tem de
determinado aspecto que se destaca do avaliado), e o efeito de tendência central,
ocasionado por uma avaliação mediana dos avaliados. Também viu que a aplica-
ção da subjetividade de forma inconsciente no processo de avaliação também causa
danos nos resultados, tais como: julgamentos que tomam como referência aconte-
cimentos recentes, ou a percepção que se tem sobre o avaliado extracargo, entre
outros.
Enfim, espera-se que esta unidade tenha contribuído para sua formação profissional,
mostrando-lhe a importância do instrumento avaliatório dentro do contexto organi-
zacional, e que você tenha refletido a respeito da importância de aplicá-lo correta-
mente, de forma que sirva como um diagnóstico para traçar melhorias no desempe-
nho da organização como um todo.
SUMÁRIO 73
COMPORTAMENTO HUMANO
UNIDADE 5
OBJETIVO
Ao final desta unidade, esperamos
que possa:
74 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
5 DESENVOLVIMENTO DE
TALENTOS
Certamente você sabe o que é uma pessoa talentosa, certo? Já viu algum artista ou
cantor sendo titulado com esse adjetivo. Mas, e na esfera organizacional? O que signi-
fica talento? Será que todo funcionário pode ser considerado um talento? O que defi-
ne isso? Convido você a pensar a respeito destas questões, a fim de entender de fato
o que é, para as empresas, um talento e como elas têm feito para lidar com eles, por
meio de programas de gestão.
Essa temática tem tomado espaço nos livros de Administração de gestão de pessoas, e
há quem dedique um livro inteiro para falar do assunto, dada a sua importância, prin-
cipalmente atualmente, em que a competitividade é tão essencial para as empresas.
Então, você deve estar se perguntando: talento tem a ver com competitividade? Sim,
o conjunto de talentos de uma organização pode deixá-la muito mais competitiva no
mercado. Em outras palavras, os talentos podem representar vantagem competitiva
para as empresas, por isso é muito importante retê-los. Então vamos desvendar este
conceito? Procuraremos fazer com que você entenda como as empresas trabalham
esse aspecto e a importância deste conceito no meio organizacional.
Boa leitura!
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
O conceito de talento vem permeando as estratégias organizacionais como fator muito
importante para agregar competitividade nas empresas. Por isso, torna-se essencial
entender este conceito. Nesta unidade, vamos explicar o significado de talento dentro
do ambiente organizacional, diferenciando-o do funcionário tradicional.
SUMÁRIO 75
COMPORTAMENTO HUMANO
Esperamos que você possa entender a relação entre gestão de talentos e comporta-
mento organizacional, a fim de que possa usar, num futuro breve, os conhecimentos
aqui adquiridos para identificar, reter e gerir talentos de uma organização.
Há muito tempo o funcionário deixou de ser visto como uma máquina que faz ações
repetitivas e passou a ser visto como fator estratégico, pois o conjunto de conheci-
mentos dos funcionários forma o principal capital da empresa, o capital intelectual.
Stewart1 (1998, p. 25) explica que o capital intelectual “equivale a um conjunto de
informações e conhecimentos encontrados nas organizações, em que agregam ao
produto e/ou serviços, valores mediante a aplicação da inteligência e não do capital
monetário.”
Então, é importante distinguirmos pessoas de talentos, pois uma empresa pode ter
várias pessoas e poucos talentos, e nem todo o quadro de pessoal de uma empresa
pode ser considerado um talento. Chiavenato (2014) explica essa questão dizendo
que “um talento é sempre um tipo especial de pessoa: aquela que possui compe-
tências. E nem sempre toda pessoa é um talento. Para ser talento a pessoa precisa
possuir algum diferencial competitivo que a valorize” (CHIAVENATO, 2014, p. 46).
À essa altura da nossa conversa, você já deve ter concluído que, quanto mais talentos
uma empresa tiver, mais competitiva ela será. Então, como uma organização pode
desenvolver talentos? Segundo Marras (2016), as empresas desenvolvem talentos
por meio de programas destinados a isso. Esse programa não é aplicável a todos os
76 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
funcionários, a empresa faz uma seleção para identificar entre os funcionários aque-
les que apresentam talento, e, para isso, elas observam:
SUMÁRIO 77
COMPORTAMENTO HUMANO
78 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Branham2 (2002) aponta algumas questões que podem explicar a perda de talentos.
Segundo ele, quando um talento não percebe uma relação justa entre seu salário e
seu desempenho, ele tende a abandonar a empresa. Além disso, se ele não considera
seu trabalho importante ou não se vê valorizado, ele irá procurar novas oportunidades.
Gerentes abusivos também podem ser fatores de perda de talentos, pois normal-
mente esse perfil de funcionários não tolera gerentes autoritários. Um outro fator que
leva muitos talentos a deixarem as empresas é a falta de oportunidade ou ausência
de promoção, bem como a falta de possibilidade de esses funcionários usarem seus
talentos naturais.
SUMÁRIO 79
COMPORTAMENTO HUMANO
Mas, então o que pode ser feito para reter talentos em uma organização? Há alguns
fatores que podem contribuir para isso. Durante muito tempo, a política de remune-
ração foi usada como a principal ferramenta na retenção de talentos. Na verdade, ela
ainda tem papel importante nas organizações quando o tema é talento.
80 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Necessidade
de Autorrealização
Necessidade de Estima
Necessidade de Sociais
Necessidade de Segurança
Necessidade Fisiológicas
Outro aspecto que não pode ser negligenciado quando o assunto é retenção de
talentos são os líderes. Os líderes têm um papel que vão muito além do conhecimen-
to de aplicação das técnicas gerenciais. Eles são fonte inspiradora para que os talen-
tos continuem a se desenvolver.
Chiavenato (2003) explica que este conceito está baseado em quatro aspectos:
SUMÁRIO 81
COMPORTAMENTO HUMANO
Isso significa orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos hori-
zontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação (CHIAVENATO, 2003,
p. 372).
Por isso, o feedback pode criar satisfação no trabalho. Por satisfação entende-se como
sendo:
Além destes fatores que podem contribuir para a retenção de talentos, podemos citar
também como medida preventiva a formação de um banco de talentos. O banco de
talentos é um tipo de banco de dados voltado para a gestão de talentos com enfoque
estratégico (ROMANI; BORSZCZ5 , 2001). No tópico 5.2 discutiremos essa questão de
forma mais pormenorizada.
Enfim, a gestão de talentos é carregada de desafios que têm que ser vencidos a fim
3 WILLIAMS, R. Preciso saber se estou indo bem! Uma história sobre a importância de dar e receber
feedback. Rio de Janeiro: Sextante, 2005. Williams é um consultor famoso na área de liderança. Espe-
cialista em liderança, orientação de desempenho, aprimoramento de qualidade e de processo e desen-
volvimento organizacional.
82 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
de que a organização mantenha seus talentos motivados. Quanto mais talentos reti-
dos, maior será o capital humano e intelectual da empresa, e isso significa na prática
o aumento da competitividade, fator tão almejado e necessário nos tempos atuais.
SUMÁRIO 83
COMPORTAMENTO HUMANO
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. 4. ed. SP: Manole, 2014.
CONCLUSÃO
Caro aluno, nesta unidade você teve a oportunidade de conhecer o conceito de talen-
to aplicado ao ambiente organizacional. Primeiramente, apresentamos as pessoas
como uma riqueza das organizações, pois formam o que chamamos de capital inte-
lectual, isto é, as pessoas com seus conhecimentos agregam valor ao produto e servi-
ço das empresas. Por isso, foi possível compreender que gerir pessoas é gerir capital
intelectual. Entretanto, fez-se necessário, também, distinguir para você pessoas e
talentos, pois nem todo funcionário de uma organização pode ser considerado um
84 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
talento. Assim, definimos talento como sendo um tipo especial de pessoas, munidas
de competências que as tornam diferenciadas.
Vimos também que as empresas podem desenvolver seus talentos por meio de
programas, contudo, estes não são destinados a todos da organização. Para parti-
cipar, é preciso passar por uma seleção, em que a empresa adota alguns critérios
para que o funcionário seja aprovado no programa. Assim, alguns aspectos, como
quociente de inteligência, identificação com a cultura organizacional, nível motiva-
cional, espírito de liderança, trajetória estável, dentre outros, tornam-se elementos
essenciais para que o funcionário seja considerado um talento.
Entretanto, você também pode conhecer algumas ações que podem contribuir para
evitar ou minimizar essa perda de talentos, tais como: política de sistema remunera-
tório justo; reconhecimento do trabalho do funcionário; uma liderança democrática,
que incentiva e empodera os funcionários; um feedback bem feito; e a formação de
um banco de talentos.
SUMÁRIO 85
COMPORTAMENTO HUMANO
Esperamos que você tenha gostado deste conteúdo e que possa utilizar os conceitos
aprendidos na sua trajetória profissional, seja como um funcionário, desenvolvendo
suas competências para se tornar um talento, seja como um gestor, que saiba identi-
ficar talentos e promover programas capazes de retê-los.
86 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
UNIDADE 6
OBJETIVO
Ao final desta unidade, esperamos
que possa:
SUMÁRIO 87
COMPORTAMENTO HUMANO
6 PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO DE
CARREIRA
Você já parou para pensar sobre sua carreira? De que forma você encara essa ques-
tão? Você deixa para o acaso resolver ou você tem algum planejamento? Nessa unida-
de falaremos sobre isso. Veremos que a carreira deve ser tratada de forma estratégi-
ca, que ela é muito importante na vida do indivíduo para ser tratada sem propósito.
Então, apresentaremos a forma de se fazer um planejamento de carreira e discutire-
mos alguns modelos de carreira que podem ou não estar ligados às estruturas orga-
nizacionais.
Ainda nesta unidade, convidamos você para uma reflexão a respeito do futuro, sobre
questões como: o que o mercado de trabalho espera de nós? Será que existirão as
mesmas profissões? Novas profissões irão surgir? Como as profissões podem ser plane-
jadas neste panorama incerto trazido pela indústria 4.0? Qual será o impacto das
competências sócioemocionais neste cenário? Enfim, são muitas questões a serem
debatidas. Esperamos que ao término desta unidade você possa ter obtido respostas
para algumas delas e que outras possam ser apenas a inspiração para um mergulho
interior mais complexo em busca de uma carreira que realmente faça você feliz.
Boa leitura!
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Cada vez mais os profissionais têm se tornado responsáveis pelo planejamento de
suas carreiras. Em um passado nem tão longínquo assim, eram as empresas que
faziam isso, mas, em função das mudanças trazidas pela globalização, vimos esse
panorama se transformar a partir da década de 1990. E, hoje, somos todos protago-
nistas de nossas próprias carreiras.
88 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Por isso, é essencial sabermos como planejarmos de forma efetiva a nossa carreira,
qual rumo queremos dar a ela e o que esperamos para o futuro. O planejamento se
torna um importante instrumento que guiará nosso comportamento em busca de
uma ascensão profissional. Conhecer os passos da elaboração de um planejamen-
to de carreira é essencial para que você trace um caminho correto. Além disso, é
preciso tomar parte dos desenhos de carreiras mais usuais e os modelos emergentes,
para que você possa escolher aquele que melhor lhe convém. Todos esses preceitos
serão discutidos nesta unidade. Prepare-se para profissionalizar seu planejamento
de carreira, comece a pensar desde já que dela depende sua empregabilidade e
que somente uma formação técnica não é mais suficiente, é preciso desenvolver soft
skills, isto é, competências socioemocionais, para que você possa, verdadeiramente,
se tornar um profissional do futuro.
Bons estudos!
Pensar na carreira é extremamente importante. A maior parte do seu dia você passa
trabalhando, então, o ideal é que você gaste este tempo fazendo o que gosta. Por isso,
planejar a carreira é algo essencial. Uma das primeiras coisas que devemos pensar
quando decidimos planejar a carreira é entender o significado deste termo. Essa
compreensão passa pela diferenciação dele em relação ao emprego. White1 (2012)
explica essa diferença da seguinte maneira:
Pela distinção feita por White (2012), podemos inferir que um indivíduo pode ter
muitos empregos em uma só carreira. É importante entendermos também que o
sentido de carreira se transformou ao longo do tempo. Nas décadas de 1960 e 1970,
por exemplo, eram as organizações que ditavam as carreiras dos funcionários. Existia
uma dependência por parte deles em relação às empresas e aos empregos duradou-
ros que elas ofereciam. Além disso, havia pouca competitividade, as empresas dita-
vam as regras, e cabia aos profissionais e ao mercado acatá-las.
SUMÁRIO 89
COMPORTAMENTO HUMANO
Da década de 1980 até a década de 1990, com a entrada das multinacionais, vimos
a concorrência se tornar acirrada e o mercado ganhar poder de decisão. Isso fez com
que as empresas precisassem atender às demandas desse mercado. No binômio
empresa-mercado, a ordem do poder mudou, mas no que tange à relação empre-
gado-empregador, os empregados continuaram com bastante dependência das
empresas, que continuavam determinando suas carreiras.
conhecimento e mais habilidades, mas, por outro, as empresas tiveram que flexibili-
zar suas relações com eles, pois novas oportunidades surgiram, por exemplo, traba-
lhar em casa ou ter que dividir seu funcionário com outra empresa. Sem falar na onda
empreendedora, que fez com que muitos funcionários resolvessem virar donos dos
seus próprios negócios.
Todas essas questões fizeram com que o sentido de carreira migrasse de um conceito
pouco mutável, estabelecido pela organização na década de 1970, para um conceito
menos dependente das empresas, mas flexível, mutável e progressista. Bohlander,
Snell e Sherman (2003) salientam que:
1
WHITE, A. Planejamento de carreira e networking. São Paulo: Cengage Learning; Editora Senac Rio de Janeiro, 2012. White
é educadora, formada pela Ohio State University, onde obteve grau de bacharel em Ciências.
90 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
É importante construir essa rede de relacionamentos, que pode ser composta por
professores, vizinhos, amigos, ex-colegas de trabalho, ex-chefes, etc. Os componentes
da sua rede de relacionamentos são essenciais para que você amplie seus horizontes
e se cerque de mais oportunidades, afinal, não somos uma ilha.
SUMÁRIO 91
COMPORTAMENTO HUMANO
É preciso também pensar na situação oposta, isto é, pensar no que fazer no caso de
você receber um convite de emprego. Ao receber um convite desses, é preciso refletir
se a empresa que está fazendo a oferta possui valores semelhantes aos seus e se o
emprego é de fato aquilo que você almejava. É preciso fazer essa avalição, pois nem
todas as ofertas valem a pena. Algumas questões, como salário, benefícios, possibili-
dades de promoção, etc., devem ser avaliadas, pois é você que deve fazer as escolhas
para sua carreira.
Observe, por exemplo, as habilidades que são necessárias para se conseguir uma
promoção e se aprimore a fim de obtê-la. Pense também sobre a hora de mudar de
emprego, pois às vezes é preciso mudar para evoluir, recolocar-se!
92 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Se o desejo é obter uma promoção, White (2012) deixa algumas dicas que
podem ajudar:
• Continuar aprendendo.
Assim, todo planejamento precisa de um bom plano. White (2012) dá dicas de como
se pode fazer um plano eficaz de carreira. Segundo ela é preciso: destinar um tempo
para planejar e escrever seu plano; certificar-se da abrangência do plano, ou seja,
verificar se está completo e se questões como tempo e dinheiro, por exemplo, estão
descritas; estabelecer prazos para a realização das tarefas; organizar o plano em uma
sequência lógica de tarefas, de forma ordenada, para que uma tarefa só se inicie após
completada a tarefa anterior.
SUMÁRIO 93
COMPORTAMENTO HUMANO
2
ROSA, J. A. Carreira: planejamento e gestão. São Paulo: Cengage Learning, 2011. Rosa é mestre em Administração pela Pon-
tifícia Universidade Católica de São Paulo (1988) e doutor em Ciências da Comunicação pela USP.
Agora que você já sabe da importância de se ter um plano de carreira, é preciso esco-
lher entre os tipos existentes. Segundo Dutra3 (1996), há três tipos básicos de carreira:
carreira em linha, carreira em rede e carreira em paralelo. Dutra (1996) explica que a
carreira em linha acontece quando há um único caminho a ser percorrido, de forma
escalonada e hierarquizada. Ela acontece em empresas cuja estrutura é piramidal. O
foco é a especialização, e o caminho é formado por uma sequência de promoções
que levam o indivíduo a posições gerenciais.
94 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Nelson5 (1984) salienta que a carreira em rede, em comparação com a carreira linear,
apresenta mais opções para o profissional, pois ele pode escolher entre várias alterna-
tivas existentes para cada posição da empresa e não fica limitado a posições hierár-
quicas.
Estes são alguns dos desenhos de carreira existentes, mas existem outros caminhos
que podem contribuir com a decisão da trajetória profissional a ser seguida pelo
funcionário. Ademais, todas as transformações tecnológicas apontam para uma
quebra geral de paradigmas no mundo do trabalho, em um futuro breve. Isso nos
faz refletir sobre as novas possibilidades de carreira que podem surgir. O tópico a
seguir convida você para refletir sobre estas questões e pensar como elas intervêm no
comportamento organizacional.
3
DUTRA, J. S. Administração da carreira: uma proposta para repensar a gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 1996. Dutra é
Professor da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração de Re-
cursos Humanos.
4
CALVOSA. M. Tecnologia e organização do trabalho. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2009. Calvosa é formado em Ad-
ministração Pública e de Empresas, especialista em Auditoria Fiscal, mestre em Gestão e Estratégia em Negócios (UFRR).
Estamos passando por uma nova revolução, conhecida por indústria 4.0. Segundo
Schwab6 (2016) a indústria 4.0 se caracteriza pela evolução das tecnologias da infor-
mação aplicadas aos processos de produção, favorecendo o desenvolvimento orga-
nizacional.
Neste contexto, o processo fabril se eleva a outro patamar, impulsionado pela implan-
tação de dispositivos “inteligentes” que se comunicam de forma autônoma durante
toda a cadeia de produção. Essa revolução chegou derrubando uma série de paradig-
mas. Estamos vivendo uma intensa transformação, que nos aponta para as incertezas
do futuro, ditando apenas que algumas carreiras desaparecerão e outras novas surgi-
rão. Como estar preparado para isso?
SUMÁRIO 95
COMPORTAMENTO HUMANO
Estudo encomendado pela Dell Technologies para o IFTF (Institute for the
Future) prevê que, graças ao avanço tecnológico, até 2030, aproximadamen-
te 85% das profissões serão novas, ou seja, ainda nem foram inventadas. Para
saber mais pesquise este tema na internet.
Alguns modelos de carreira emergentes vêm tentando atender a esse novo contexto.
Alguns desses exemplos são desenhos de carreira como: carreira sem fronteira, carrei-
ra multidirecional e carreira inteligente. A carreira sem fronteira vem para atender às
organizações sem fronteiras.
Assim denominadas por não serem claras e estáveis as suas fronteiras com
o ambiente ou com as outras organizações. Esse tipo de organização conse-
gue se movimentar mais agilmente não apenas pela sua flexibilidade estru-
tural, mas também pela diversidade de habilidades que pode conseguir, pela
ausência de descrições precisas de cargos e pela possibilidade de movimentar
as pessoas rapidamente entre projetos, formando novas estruturas. (LACOMBE
e CHU, 2006, p. 111).
Na carreira sem fronteiras, o caminho profissional do indivíduo está baseado nas suas
escolhas, no seu autodesenvolvimento e na sua busca pela empregabilidade. Assim,
não necessariamente a carreira do indivíduo está atrelada a alguma organização.
Assim como as organizações sem fronteiras, a carreira sem fronteira não tem muros,
fornece mobilidade ao profissional.
96 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
Além disso, a carreira multidirecional atende muito mais aos objetivos do indivíduo
do que os objetivos organizacionais, pois ele pode transitar em mais de uma organiza-
ção. Outro aspecto importante é que no modelo de carreira multidirecional o concei-
to de sucesso se ampliou para além da subida hierárquica. Neste modelo, sucesso
também pode ser visto como autorrealização e satisfação pessoal, por exemplo.
O fato é que o futuro demanda profissionais com carreiras móveis, que saibam se
adaptar e principalmente que possuam competências socioemocionais, também
conhecidas como soft skills. É isso que os diferenciarão dos robôs que estarão cada
dia mais presentes em nossas vidas. Isto é, a carreira não deve mais se basear apenas
em bases técnicas, mas sobretudo em atitudes. O National Research Council desen-
volveu um estudo denominado Education for life and work: developing transferable
knowledge and skills in the 21st Century, no qual citam uma lista sobre as principais
competências exigidas no século XXI, e dentre elas podemos ressaltar: criatividade,
resolução de problemas complexos, inovação e comunicação
SUMÁRIO 97
COMPORTAMENTO HUMANO
Portanto, fica claro que cada vez mais se torna necessária uma atitude proativa da
gestão de carreira. Os tempos mudaram, o contexto organizacional também, e você
não pode ficar refém de estruturas de carreira arcaicas que atrapalham o desenvolvi-
mento da sua empregabilidade. É necessário olhar para novos horizontes e possibili-
dades. Afinal, a tecnologia não é inimiga da sua carreira, mas sim o motor propulsor
para sua mudança e evolução!
5
NELSON, R. O uso da análise de redes sociais no estudo das estruturas organizacionais. Revista de Administração de Em-
presas, p. 150-157, 1984. Nelson é doutor em Comportamento Organizacional, pela Cornell University (1983), e atua princi-
palmente nos seguintes temas: cultura organizacional, redes sociais, empreendedorismo.
6
SCHWAB, K. A quarta revolução industrial. São Paulo: Editora Edipro, 2016. Schwab é engenheiro e economista, fundador
do Fórum Econômico Mundial.
7
EVANS, P. Carreira, sucesso e qualidade de vida. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 14-22, jul./
ago./set. 1996. Professor de Comportamento Organizacional no INSEAD, em Fontainebleu, França.
8
ARTHUR, M. B. et al. Intelligent Enterprise, Intelligent Career. The Academy of Management Executive. v. 9, n. 4, p. 7-20,
1995. Arthur é especialista em carreiras premiadas, desenvolvedor principal do Sistema de Exploração de Carreiras da ICCS e
diretor do Intelligent Careers Group LLC.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
WHITE, A. Planejamento de carreira e networking. São Paulo: Cengage Learning;
Editora Senac Rio de Janeiro, 2012.
White é educadora, formada pela Ohio State University, onde obteve grau de bacha-
rel em Ciências. No livro “Planejamento de carreira e networking”, escrito por ela,
podemos ver uma abordagem bastante moderna sobre o assunto. É um livro para
98 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
quem deseja elaborar passo a passo o seu planejamento de carreira, pois ela detalha
todas as ações necessárias para isso. No fim do livro, o leitor poderá encontrar um
projeto de portfólio que pode ser usado como um documento-modelo para a escrita
do plano de carreira.
CONCLUSÃO
Caro aluno, agora você sabe muito mais sobre carreira. Esta unidade ajudou você
a ter uma compreensão melhor sobre o assunto. Primeiramente, discutimos sobre
a diferença entre carreira e emprego, definindo, assim, carreira como um conceito
muito mais abrangente do que emprego. Carreira é a sua trajetória profissional, é sua
profissão. Depois debatemos sobre plano de carreira, que pode ser feito por meio de
cinco passos: autoavaliação (olhar para si mesmo); pesquisa de carreira e networking
(conhecer as possibilidades de carreira e montar uma rede de contatos); a busca pelo
emprego (conhecer a respeito da empresa que deseja trabalhar); a oferta de empre-
go (avaliar propostas de emprego); planejamento de mudanças e evolução na carrei-
ra (adaptar-se e desenvolver-se).
Em seguida, falamos sobre os três tipos básicos de carreira: carreira em linha, carreira
em rede e carreira em paralelo. Entendemos as diferenças entre estes três modelos.
A carreira em linha se adequa às organizações que possuem uma estrutura hierár-
quica, pois neste tipo de desenho de carreira a promoção do funcionário segue uma
progressão escalonar de hierarquia. Já a carreira em rede é indicada para as empre-
sas que possuem estrutura em rede. Neste desenho de carreira, o profissional pode
escolher entre várias alternativas existentes para cada posição da empresa. E vimos
também a carreira em paralelo, que, como o próprio nome indica, possibilita ao
funcionário optar entre uma promoção técnica ou uma de cunho gerencial.
SUMÁRIO 99
COMPORTAMENTO HUMANO
Por fim, discutimos sobre as mudanças de paradigma que a chamada indústria 4.0
tem trazido para o mundo do trabalho. Entendemos, desta maneira, que esses mode-
los de carreira precisam ganhar novos formatos para que se adequem às exigências
atuais e futuras. Desse modo, foi possível conhecer algumas alternativas de modelo
de carreiras mais aplicáveis aos contextos futurísticos. Então, falamos a respeito da
carreira sem fronteiras (baseada na escolha e autodesenvolvimento do profissional);
carreira multidirecional (com direcionamento espiral, com visão especialista e ampla
o mesmo tempo) e carreira inteligente (focada no desenvolvimento de competências
individuais).
E, para finalizar a unidade, apontamos que o futuro espera por profissionais com
competências socioemocionais, com capacidade de adaptação e com determinadas
habilidades, como criatividade, inovação, comunicação, dentre outras. Muitas profis-
sões desaparecerão, mas muitas outras surgirão, esse é o prognóstico. Então, devemos
estar preparados para isso, para que, de fato, possamos evoluir em nossas carreiras.
100 SUMÁRIO
COMPORTAMENTO HUMANO
REFERÊNCIAS
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CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações.
Rio de Janeiro: Campus, 1999.
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2005.
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aplicada às estratégias de negócios. Rio de Janeiro: FGV, 2001.
APRENDA como passar longe das estatísticas de turnover no call center!. Xerpa. abr. 2019.
Disponível em: <https://www.xerpa.com.br/blog/estatisticas-de-turnover-no-call-center/>.
Acesso em: 30 set. 2019.
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COMPORTAMENTO HUMANO
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Janeiro: Campus, 1998.
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receber feedback. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
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COMPORTAMENTO HUMANO
INFORCHANEL. 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram inventadas.
Carreira. 27 jul. 2017. Disponível em: <https://inforchannel.com.br/85-das-profissoes-que-
-existirao-em-2030-ainda-nao-foram-inventadas/>. Acesso em: 12 jun. 2019.
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