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HABILIDADES PARA A VIDA

MÓDULO 3
Preparar-se para o mercado de trabalho

Manual para Formador(a)

2021
Este manual foi desenvolvido para a Autoridade Nacional de Educação Profissional com o apoio da Essor,
International Youth Foundation, Muva e TechnoServe
Todos os direitos reservados são da Autoridade Nacional de Educação Profissional (ANEP)
Índice
PLANO DO MÓDULO 3 3

INTRODUÇÃO AO MÓDULO 3 4

TEMA 1: RECONHECER OS PAPÉIS NA SOCIEDADE E RELAÇÕES DE PODER NA SOCIEDADE 8


SESSÃO 1.1 O PAPEL DAS FAMÍLIAS NA FORMAÇÃO DOS VALORES E ATITUDES 8
SESSÃO 1.2 PAPEL DAS INSTITUIÇÕES E GÉNERO 16
SESSÃO 1.3 RELAÇÕES DE PODER 21

TEMA 2: DEFINIR OBJECTIVOS PROFISSIONAIS OU EMPRESARIAIS 26


SESSÃO 2.1 DEFINIR OBJECTIVOS PROFISSIONAIS OU EMPRESARIAIS 26
SESSÃO 2.2 PLANIFICAÇÃO E MONITORIA PARA O ALCANCE DOS OBJECTIVOS 34

TEMA 3: CANDIDATAR-SE A UM EMPREGO 38


SESSÃO 3.1 PROCURA DE OPORTUNIDADES DE EMPREGO 38
SESSÃO 3.2 ELABORA O CV E A CARTA DE APRESENTAÇÃO 45
SESSÃO 3.3 PERFIL, COMPETÊNCIAS E REQUISITOS DA VAGA 62
SESSÃO 3.4 ENTREVISTAS DE TRABALHO 66

TEMA 4: DEMONSTRAR COMPREENSÃO SOBRE O FUNCIONAMENTO DE UMA ORGANIZAÇÃO 74


SESSÃO 4.1 AS ORGANIZAÇÕES E AS CHAVES PARA SER UM BOM TRABALHADOR 74
SESSÃO 4.2 PROTOCOLO NO LOCAL DE TRABALHO 84

TEMA 5: SABER TRABALHAR EM EQUIPA 88


SESSÃO 5.1 A IMPORTÂNCIA DE TRABALHO EM EQUIPA 88
SESSÃO 5.2 UMA BOA COMUNICAÇÃO 94
SESSÃO 5.3 OUTRAS CARACTERÍSTICAS DE EQUIPAS EFECTIVAS E EFICAZES 104

TEMA 6: DEMONSTRAR PROACTIVIDADE E RESILIÊNCIA 110


SESSÃO 6.1 OPORTUNIDADES DE AUTO-FORTALECIMENTO A PARTIR DAS FORÇAS E FRAQUEZAS E LIDAR COM
CIRCUNSTÂNCIAS ADVERSAS 110

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Plano do Módulo 3

PLANO DO MÓDULO Horas


Estimadas
INTRODUÇÃO AO MÓDULO 3 15’’
TEMA 1: RECONHECER OS PAPÉIS E RELAÇÕES DE PODER NA 3h30’’ (210’’)
SOCIEDADE
Sessão 1.1 O Papel Das Famílias Na Formação Dos Valores E Atitudes 60’’
Sessão 1.2 Papel Das Instituições E Género 60’’
Sessão 1.3 Relações De Poder 60’’

TEMPO DE RESERVA E/OU PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO TEMA 1 30’’


TEMA 2: DEFINIR OBJECTIVOS PROFISSIONAIS OU EMPRESARIAIS 2h30’’ (150’’)
Sessão 2.1 Definir Objectivos Profissionais Ou Empresariais 60’’
Sessão 2.2 Planificação E Monitoria Para O Alcance Dos Objectivos 60’’

TEMPO DE RESERVA E/OU PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO TEMA 2 30’’


TEMA 3: CANDIDATAR-SE A UM EMPREGO 5h30’’ (330’’)
Sessão 3.1 Procura De Oportunidades De Emprego 60’’
Sessão 3.2 Elabora O CV E A Carta De Apresentação 75’’
Sessão 3.3 Perfil, Competências E Requisitos Da Vaga 30’’
Sessão 3.4 Entrevistas De Trabalho 75’’

TEMPO DE RESERVA E/OU PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO TEMA 3 90’’


TEMA 4: DEMONSTRAR COMPREENSÃO SOBRE O FUNCIONAMENTO 2h30’’
DUMA ORGANIZAÇÃO (150’’)
Sessão 4.1 As Organizações E As Chaves Para Ser Um Bom Trabalhador 90’’
Sessão 4.2 Protocolo No Local De Trabalho 30’’
30’’
TEMPO DE RESERVA E/OU PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO TEMA 4
TEMA 5: SABER TRABALHAR EM EQUIPA 4h (240’’)
Sessão 5.1 Importância De Trabalho Em Equipa 60’’
Sessão 5.2 Uma Boa Comunicação 90’’
Sessão 5.3 Outras Características De Equipas Efectivas E Eficazes 60’’
30’’
TEMPO DE RESERVA E/OU PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO TEMA 5
TEMA 6: DEMONSTRAR PROACTIVIDADE E RESILIÊNCIA 2h (120’’)
Sessão 6.1 Oportunidades De Auto-fortalecimento a partir das Forças e 90’’
Fraquezas E Lidar Com Circunstâncias Adversas

TEMPO DE RESERVA E/OU PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO TEMA 6 30’’


TEMPO SESSÕES (Incluído Revisão E/Ou Introdução) 16 h
TEMPO DE RESERVA E/OU AVALIAÇÕES ESCRITAS E ORAIS 4h

3
Introdução ao Módulo 3

[Nota para o(a) formador(a): Prepare uma folha de bloco gigante com as informações contidas
na ficha a seguir e afixe-o na parede. Destape a coluna TEMAS antes de iniciar a actividade.
Destape a coluna de Critérios de desempenho depois do último passo da actividade. Entregue a
Ficha Pense-Escreva-Converse-Partilhe aos(às) formandos(as), 1 por cada formando.]

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO como: Hoje vamos dar início ao Módulo 3 Preparar-se para o mercado de
trabalho do curso de Habilidades para a Vida que terá como objectivo ajudar-vos a inserirem-se
no mercado de trabalho reconhecendo os diferentes papéis na sociedade e relações de poder,
tendo claros os seus objectivos profissionais e/ou empresariais, sabendo como se candidatar a
um emprego e percebendo qual o seu papel numa organização, sabendo trabalhar em equipa e
mantendo uma atitude proactiva e resiliente.

O tempo total estimado para este módulo é de 20 horas, incluindo horas de contacto, avaliação e
de trabalho independente que serão dividas em 6 temas.

Para introduzirmos o Módulo segue-se uma actividade.

TEMA Critérios de Desempenho O que os formandos


sabem...
Reconhecer Explica o papel das famílias na formação dos valores
os papéis na e atitudes das mulheres, homens e raparigas e
sociedade e rapazes
relações de Explica o papel das instituições na formação das
poder atitudes, percepções das mulheres, homens,
raparigas e rapazes
Explica o papel das relações de poder

Definir Define objectivos profissionais, ou empresariais


objectivos aplicando o modelo SMART/EMRRT
profissionais
ou Elabora um plano para alcançar metas
empresariais profissionais/empresariais

Aplica instrumentos e sistema de monitoria na


implementação dos planos
Identifica as suas habilidades e requisitos necessários
para o desenvolvimento profissional/ empresarial
Candidatar- Aplica os métodos e procedimentos eficazes para a
se a um procura de oportunidades de emprego
emprego Elabora o CV e carta de apresentação
Compara o seu perfil e competências com os
requisitos da vaga/posto de trabalho
Prepara-se adequadamente para uma entrevista de
trabalho
Realiza com sucesso uma entrevista de trabalho
Demonstrar Reconhece as organizações como um conjunto de
compreensão áreas ligadas entre si

4
sobre o Demonstra compreensão sobre a necessidade de
funcionament cada área da organização para a consecução dos
o duma seus objectivos globais
organização Lista e descreve as cinco chaves para ser um bom
trabalhador
Reconhece o impacto que a violação das cinco
chaves pode ter nos trabalhadores e na produtividade
da empresa
Explica o conceito de protocolo no local de trabalho
Identifica comportamentos adequados no local de
trabalho
Explora os benefícios de escolher comportamentos do
protocolo adequado no local de trabalho
Saber Demonstra compreensão sobre os conceitos de
trabalhar em equipa, membros da equipa e importância de trabalho
equipa em equipa
Interage com os membros da equipa de acordo com
as características essenciais
Explica a importância de uma boa comunicação
Explica a importância de dar e receber feedback do
desempenho individual dos membros da equipa
Identifica estratégias para trabalhar de forma positiva
com todos
Explica a importância da gestão das emoções fortes
para o estabelecimento das relações positivas
Identifica elementos de equipas efectivas e eficazes e
reconhece o seu impacto nos resultados alcançados
Demonstrar Identifica as suas forças e fraquezas
proactividade
Aplica as suas falhas/fraquezas como oportunidades
e resiliência
de aprendizagem e auto fortalecimento
Demonstra habilidades de resposta a desafios e
circunstâncias adversas
Aplica os três "As" para lidar com o insucesso de
forma construtiva
Identifica e procura oportunidades para
desenvolvimento profissional e/ou empresarial
Gere as suas emoções de forma a não prejudicar os
resultados que quer atingir

5
EXPLIQUE: Vocês irão primeiro pensar individualmente sobre o que sabem acerca dos temas do
Módulo. Depois irão escrever na vossa ficha algumas ideias com palavras-chave.

Actividade Acção Ideias do(a) formando(a)


PENSE Pense nos temas do
Manual: O que você sabe
sobre esses temas?

ESCREVA Escreva algumas ideias ou


palavras-chave sobre o que
sabe dos temas que serão
abordados no Manual.

CONVERSE Partilhe suas ideias com um


COM UM colega e acrescente as
COLEGA ideias que achar
interessante.

PARTILHE Partilhe os resultados da


COM A TURMA discussão com toda a
turma.

A seguir irão partilhar o que sabem com um vosso colega e por fim alguns voluntários irão
apresentar à turma o que foi discutido.

EXPLIQUE que terão 4 minutos para pensar e escrever.

Depois de 4 minutos, CONVIDE os formandos a conversarem com um colega ao seu lado por 2
minutos.

Depois de 2 minutos, PEÇA aos(às) formandos(as) para mudar de par e continuar a trocar ideias
por mais 2 minutos.
Depois de 2 minutos, CONVIDE alguns voluntários a apresentarem o que sabem ou o que foi
discutido e aponte na coluna O que os(as) formandos(as) sabem...

EXPLIQUE que irão conversar sobre um tema de cada vez antes de passar ao tema a seguir.

6
FACILITE a ligação entre o que os formandos sabem sobre os tópicos do módulo e o que irão
aprender ou aprofundar. tópicos do módulo.

USE a informação dos critérios de desempenho a seguir para evidenciar o que os formandos irão
aprender:

EXPLIQUE que a duração deste módulo é estimada em 20 horas, incluindo horas de contacto,
avaliação e de trabalho independente. O processo de avaliação será diversificado através de
evidências escritas ou orais, produtos como por exemplo a elaboração de um plano e também a
demonstração para observação de alguns comportamentos e atitudes desejáveis quando se
trabalha em equipa.

7
Tema 1: Reconhecer Os Papéis Na Sociedade E Relações De Poder na Sociedade

SESSÃO 1.1 O PAPEL DAS FAMÍLIAS NA FORMAÇÃO DOS VALORES E ATITUDES

Duração 60 Minutos
Critérios de ▪ Explica os papéis das famílias na formação dos valores e atitudes das
desempenho mulheres, homens e raparigas e rapazes
Material ▪ Bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ Folha de bloco gigante com as perguntas da actividade de grupo

▪ Folhas de cartolinas coloridas
▪ Lápis de cera coloridos
▪ Tubos de cola, 15 tesouras, elásticos e corda, revistas e outros
materiais para decoração das máscaras

INTRODUÇÃO 1.1 5 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO COMO começamos o Módulo 3 com um TEMA muito importante sobre atribuição de
papéis na sociedade, relacionados com factores de género, que responde ao resultado de
aprendizagem:
▪ Reconhecer os papéis na sociedade e relações de poder.

DIGA ALGO COMO: Vamos fazer um pequeno exercício para introduzir o nosso tema...Um casal
está a lutar para conceber uma criança. Eles querem ir ter a um médico tradicional para saber se
irão conseguir, mas só depois de terem decidido de que sexo querem que a criança seja.

DÊ a cada participante um pedaço de papel e PEÇA-lhes que imaginem estar nesta situação.
PEÇA-LHES que escrevam o sexo que escolheriam para o seu filho.

PEÇA aos participantes que escrevam também as suas razões para escolherem o sexo. DÊ-
LHES alguns minutos e recolha os papéis. PONHA o resultado numa folha de bloco gigante:
“Número dos que escolheram raparigas" e "Número dos que escolheram rapazes" e ENUMERE
as razões. (3 min.)

PERGUNTE: Que suposições existem por detrás das razões que escolheram?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Os rapazes irão dar continuidade à família de origem;
▪ Os rapazes tomarão conta economicamente dos pais durante a velhice;
▪ Os rapazes permanecerão com os pais, as raparigas casar-se-ão;
▪ Os rapazes herdarão, as raparigas não.

EXPLIQUE: Até antes de nós nascermos os nossos pais atribuem ao sexo biológico que teremos
– masculino ou feminino – algumas diferenças que vão para além do sexo que teremos e desde
cedo organizam o que uma mulher ou um homem deverão fazer, ou como deverão comportar-se.
A escolha do sexo pode ser ligada a uma expectativa sobre os
os homens e mulheres que iremos ser.

EXPLIQUE: A sessão de hoje examina como as mensagens que escutamos ou comportamentos


que presenciamos na família por mulheres, homens e raparigas e rapazes desde que nascemos
afecta o nosso comportamento e influencia as relações que temos entre homens e mulheres, no
âmbito pessoal e no ambiente de trabalho. No fim desta sessão os formandos serão capazes de:
▪ Conhecer o conceito de papel social e reflectir sobre os diferentes papéis desempenhados
por homens e mulheres;
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▪ Analisar a forma como as mensagens que escutamos sobre género podem afectar o
comportamento das pessoas;
▪ Analisar como as mensagens sobre género podem influenciar as relações entre homens e
mulheres principalmente no ambiente de trabalho/profissional.

PERGUNTE: Há alguma questão antes de continuar?

ACTIVIDADE: As minhas máscaras 15 Minutos

[Nota para o(a) formador(a): Coloque os materiais numa mesa]

5min
Explique que irão fazer uma actividade para identificar as máscaras que usamos no nosso dia-a-
dia.

PEÇA para cada um recortar a cartolina e fazer uma máscara a seu gosto (tamanho, cor,
modelo). ENCORAJE-OS a pintar, desenhar e enfeitar a sua máscara como quiserem. PEÇA que
deixem espaço na máscara para escrever.

PEÇA que escrevam na máscara todos os papéis sociais que desempenham no dia-a-dia, desde
a hora em que acordam até à hora em que se deitam, todos os dias da semana.

EXPLIQUE: Os papéis sociais são os comportamentos dos indivíduos na sociedade. Por exemplo,
papéis sociais podem ser: ser filha que cuida dos mais pequenos, irmão mais velho, mãe que dá
banho, que cozinha, que toma conta de todos, empregado que ajuda a cuidar da casa, aluna(o),
esposo que passa muito tempo fora de casa, trabalhador independente, desempregado/a etc.

DIVIDA A folha de bloco gigante a meio e escreva como títulos de um lado MULHER e doutro
lado HOMEM

5 min
Em seguida, PEÇA aos(às) formandos(as) para colocarem as suas máscaras e, de pé, formarem
grupos de rapazes e grupos de raparigas. DIGA que têm 2 minutos para apreciarem as máscaras
dos colegas, os papéis e tarefas que ali estão escritos.

[Nota para o(a) formador(a): Nos casos em que a turma se apresente homogénea, alguns
rapazes terão de fazer o papel de raparigas.]

Depois PEÇA para formarem novos grupos, desta vez misturando rapazes e raparigas e
apreciarem as máscaras uns dos outros e os papéis sociais escritos. DIGA que têm 2 minutos
para observar e listar em baixo da coluna Mulher e Homem as máscaras que encontraram e as
tarefas desenvolvidas.

Em seguida PEÇA para retirarem as máscaras, escrever em baixo da palavra e voltarem a sentar-
se para uma discussão.

[Nota para o(a) formador(a): Afixe na sala uma folha de bloco gigante
com as seguintes perguntas]
5 min
DIGA que vão discutir as perguntas abaixo:
1. Quais foram os papéis e tarefas que surgiram nas máscaras dos rapazes/homens? E
nas das raparigas/mulheres?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ex. Papéis que têm a ver com a divisão de tarefas entre homens e mulheres
em casa, na família, e na comunidade.
▪ MULHER:
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o mãe que cozinha, que toma conta de todos;
o irmã que ajuda a mãe a cuidar dos mais pequenos;
o Aluna/estudante, que também trabalha em casa;
o Amiga.
▪ HOMEM
o Trabalhador;
o Marido /Pai que sustenta a família, que toma as decisões económicas
para a família;
o Amigo;
o Atleta
2. Há diferença entre os papéis desempenhados pelos rapazes/homens e pelas
raparigas/mulheres? Se sim, quais são?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Em casa a mulher tem muitas mais tarefas a desempenhar em relação aos
homens;
▪ Algumas mulheres trabalham dentro e fora de casa;
▪ Os homens parecem ficar com toda a responsabilidade económica da família;
▪ Os homens às vezes parecem ter mais tempo para desporto.

[Nota para o(a) formador(a). Não há respostas certas ou erradas. Pode ser qualquer papel
desempenhado, como estar em casa a cuidar dos mais pequenos, ajudar a mãe a limpar casa.]

Na actividade a seguir vamos aprofundar as diferenças para depois reflectir como é que essas
máscaras nos foram colocadas e como essas diferenças tornaram-se a nossa realidade.

ACTIVIDADE: JOGO das diferenças 15 Minutos


10 min
PERGUNTE: Como você acha que a sua vida teria sido diferente, se tivesse nascido do sexo
oposto?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Os meus papéis na família poderiam ser diferentes;
▪ Os meus interesses poderiam ser diferentes;
▪ O meu acesso a recursos ou oportunidades poderia ser diferente.

DIGA ALGUMA COISA COMO...Vocês terão a oportunidade de ver como o facto de se ser
homem e mulher afecta os vários aspectos das vossas vidas. Isso irá ajudar-vos a sensibilizar as
vossas comunidades e trabalhar juntas com os homens para ter uma sociedade melhor.

PEÇA às participantes para formarem 3 grupos.

PEÇA às participantes para voltarem para a página do QUESTIONÁRIO SOBRE DIFERENÇAS


nos vossos manuais.

[Nota para o(a) formador(a): Antes da formação, desenhe a seguinte tabela no bloco gigante
que deve estar pronta na sala.]
GRUPOS
1 2 3
Perguntas
1
2
3
4
TOTAL

EXPLIQUE: Vamos fazer um jogo, em que cada grupo “compete” para ver quem consegue
responder correctamente à maioria das perguntas. Vou ler a pergunta em voz alta, em seguida

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discutam as respostas de escolha múltipla com os vossos grupos. Devem concordar em apenas
uma resposta para cada pergunta. Uma vez que escolherem a resposta certa, coloquem o círculo
na resposta do vosso manual de participante.

1. Na minha comunidade, a pessoa que normalmente toma as decisões sobre as despesas


da família é:
a) Só́ o marido b) Só́ a mulher c) Juntamente como marido e mulher

2. Na minha comunidade, a pessoa que normalmente tem o terreno e outros bens em seu
nome é:
a) As mulheres e os homens b) Os homens c) As mulheres

3. No país, a capacidade dos homens e das mulheres terem acesso a serviços financeiros é:
a) Praticamente igual b) É mais difícil para os homens c) É mais difícil para as mulheres

4. As pessoas que têm negócios na minha comunidade são:


a) Só́ mulheres b) Só́ homens c) Tanto mulheres como homens

DÊ 5 minutos para completar a actividade

EXPLIQUE: Assim que cada grupo terminar de responder a todas as perguntas, deverão ir para a
folha de bloco gigante pré́ -desenhada à frente da turma e escrever o nome do grupo em cima e
depois as respostas deles correspondentes ao número da pergunta na parte do grupo respectivo.

EXPLIQUE: Enquanto for lendo as respostas, vou marcar a resposta correcta obtida por cada
grupo. MARQUEM também a resposta correcta no vosso manual.

MARQUE agora a tabela preenchida com um certo, ou uma cruz para cada número para cada
grupo, enquanto for lendo as respostas correctas:

As respostas esperadas são:


▪ Pergunta 1 – na nossa comunidade, a pessoa que normalmente toma as decisões…
sobre as despesas familiares é: (b) homens normalmente dominam a tomada de decisões.
Isto significa que mulheres normalmente dependem do apoio activo de uma figura
masculina (por exemplo, marido, pai, tio) para tomar decisões importantes. Isto pode
afectar, por exemplo, o negócio que uma mulher provavelmente queira tentar.
▪ Pergunta 2 – na nossa comunidade, é uma mulher ou um homem que é mais provável
possuir terras, ou outros bens/activos: (b) é mais provável os homens possuírem terrenos
e outros bens e as mulheres são menos prováveis de possuir terrenos e outros bens.
Muitas vezes a terra não é herdada de forma igual por filhos e filhas (mesmo havendo leis
que digam que deveria herdar). Isto limita a capacidade das mulheres de começar e
aumentar os seus próprios negócios e fazer empréstimos.
▪ Pergunta 3 – no nosso país, a capacidade das mulheres e dos homens no acesso aos
serviços financeiros é: (c) é muito difícil as mulheres terem acesso a contas poupança e
empréstimos formais, porque elas têm pouco conhecimento das instituições financeiras e
falta de documentos necessários. No entanto, mulheres muitas vezes formam grupos de
poupança informais, mais conhecidos por Xitique (muito populares ao nível de todo o
país), ou ASCAS (designação mais usada em alguns distritos do centro e norte de
Moçambique, bem como no sul de Inhambane).
▪ Pergunta 4 – As pessoas proprietárias de negócios na minha comunidade são: (c)
homens e mulheres proprietários de negócios. Às vezes eles possuem diferentes tipos de
negócios; por exemplo, mulheres normalmente possuem negócios de baixa renda, como
mercearias, salões de beleza, boutiques, serviços de preparação e venda de comida.
Homens têm negócios de renda comparativamente mais elevada, como papelarias,
internet cafés e centros de formação.

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FAÇA o somatório das pontuações e anuncie o grupo vencedor.

5 min
PERGUNTE, Tendo em conta o que discutimos até́ hoje, como é que responderiam à seguinte
pergunta: Acham que homens e mulheres às vezes beneficiam de diferentes oportunidades, ou
enfrentam problemas diferentes por causa do seu género?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Homens e mulheres têm diferentes experiências de vida, simplesmente porque nasceram
sendo do sexo masculino ou feminino e pela forma como somos educados.

PERGUNTE: Como é que essas “máscaras” nos foram colocadas? O que influencia essas
diferenças?.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ No seio das nossas famílias, crescemos olhando para as mulheres da família a
desempenhar determinadas tarefas, diferentes das que desempenham os homens;
▪ Os meios de comunicação social;
▪ O que vemos no mundo à nossa volta;
▪ As nossas crenças culturais que reforçam o que é visto como um comportamento aceitável
de homens ou mulheres, etc.;
▪ Tudo isto afecta o que fazemos, o que gostamos e como nos comportamos;
▪ São atribuídos desde à nascença diferentes papéis, direitos e benefícios consoante somos
raparigas/mulheres e rapazes/homens. No entanto, raramente reflectimos sobre como é
que essas máscaras têm impacto no nosso desenvolvimento pessoal e profissional, se
contribuem para uma sociedade melhor e até que ponto por vezes têm impactos negativos
na saúde física e emocional de indivíduos, que é sinal que precisam de ser revistas.

RESUMA: A partir do momento em que nascemos, a família, a escola, a igreja ou a mesquita e a


comunidade vão nos ensinando/dizendo como nos devemos comportar.
 Assim, vamos sendo elogiados ou repreendidos cada vez que nos comportamos de acordo
ou de forma diferente àquela que nos foi transmitida.
 Conformamo-nos com esses papéis e de certa forma identificamo-nos com eles sem
primeiro os questionar.
 A palavra género é usada para descrever os papéis e expectativas de homens e mulheres
que são aprendidos na comunidade.
 Contudo os papéis e as expectativas de género podem ser alterados. Não deveria haver
nenhum problema se as pessoas não se conformarem com os estereótipos de género.

ACTIVIDADE: Seja Mulher! Seja Homem 21 Minutos

5 min
DIGA ALGO COMO: Vamos continuar a nossa conversa pensando nas mensagens que
recebemos da nossa família ao longo da nossa vida, desde crianças, pelo facto de termos nascido
mulher ou homem.

DÊ a cada participante um papel pequeno e PEÇA para porem na caixa de “Mulher” ou “Homem”
frases que ouviram desde que nasceram até aos dias de hoje.

8 min
PERGUNTE: Quais foram as principais regras transmitidas aos homens pelas suas famílias?
PEÇA a um voluntário que retire um papel da caixa “Homem” e que leia em voz alta. PERGUNTE
se alguém quer comentar e de seguida PEÇA a outro voluntário que tire outro papel até terem
sido retirados todos os papéis ou até achar que já se estão a repetir.

RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ser duro e não chorar;
▪ Ser o ganha-pão da família;
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▪ Manter o controlo do dinheiro da família;
▪ A mulher e filhos devem-lhe obedecer;
▪ Ter o direito de saber sempre onde está a sua mulher;
▪ Consumir bebidas alcoólicas e fumar;
▪ Não há problema de estar longe de casa se estiver a trabalhar.

PERGUNTE: Quais são os efeitos/impactos destas mensagens e regras sobre “ser homem” na
vida pessoal e profissional dos homens?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Os homens acham que as mulheres não devem trabalhar e ficam com toda a pressão de
gerar rendimento para si próprios em vez de a partilhar;
▪ Os homens têm medo de ser vulneráveis e mostrar os seus sentimentos. Por isso, muitas
vezes refugiam-se no álcool, ou não procuram serviços de saúde quando estão doentes;
▪ Os homens tornam-se fechados a trabalhar com mulheres que são igualmente capazes;
▪ Os homens participam pouco na vida e educação dos seus filhos;
▪ Os homens tendem a usar o sexo ou a violência para provar que são “homens de
verdade”;
▪ Os homens muitas vezes esquecem-se de partilhar o seu dinheiro para despesas da casa
e dos filhos como propinas escolares, material, etc.;

PERGUNTE: Quais foram as principais regras transmitidas às mulheres pelas suas famílias?

PEÇA a um voluntário que retire um papel da caixa “Mulher” e que leia em voz alta. PERGUNTE
se alguém quer comentar e de seguida PEÇA a outro voluntário que tire outro papel até terem
sido retirados todos os papéis ou até achar que já se estão a repetir.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ser passiva, paciente, calada, modesta;
▪ Não fazer perguntas e apenas obedecer;
▪ Ser responsável por cuidar de todos e da casa;
▪ Aceitar que o homem é o líder;
▪ Para não perder o seu homem, dar-lhe prazer sexual;
▪ Para não perder o seu homem ter sempre o jantar/banho pronto;
▪ Não se lamentar;
▪ Estar sempre disponível para o homem e os filhos;
▪ Deve largar o trabalho se for preciso estar disponível para o marido e os filhos;
▪ Mulher não precisa de estudar.

PERGUNTE: Quais são os efeitos destas mensagens e regras sobre “ser mulher” na vida das
mulheres?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Mulher/rapariga desiste da escola para dar atenção a outras responsabilidades que a
sociedade determinou tornando-se menos capaz para desempenhar certas actividades, ou
candidatar-se a certos empregos;
▪ Espera-se que seja sempre a mulher a largar o seu trabalho para atender a assuntos da
casa e dos filhos o que prejudica a sua assiduidade ou foco no trabalho;
▪ As mulheres muitas vezes têm falta de autoconfiança, o que prejudica o seu desempenho
profissional ou oportunidades - muitas vezes a falta de auto-estima impede-as de ser
seleccionadas para um emprego, ou mesmo candidatar-se ou permanecer no mesmo;
▪ As mulheres muitas vezes não sonham, ou fazem planos para o seu futuro, porque o
homem é que deve sonhar e ter um futuro profissional;
▪ As mulheres dependem economicamente dos seus parceiros e por isso muitas vezes não
se conseguem tornar independentes, por exemplo em situações de maus tratos praticados
pelo seu parceiro;
▪ As mulheres têm menos controlo que os homens sobre a sua vida sexual, o que pode
resultar em gravidez indesejada, aborto, ITS/HIV;
▪ As mulheres são altamente vulneráveis ao assédio e à violência doméstica e sexual.
13
8 min
PERGUNTE Resumindo, ao esperar que um homem e uma mulher se comportem “dentro da
caixa”, será que estamos a limitá-los ou impedi-los de atingir o seu máximo potencial? Porquê?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Sim. Há regras como “as mulheres cozinham, cuidam da limpeza da casa, da roupa e das
crianças mesmo que trabalhem fora, e os homens apenas trabalham fora”. – isso significa
que a mulher tem de partilhar o seu tempo em várias actividades o que limita o tempo que
tem disponível para actividades que geram rendimento; além disso gera percepções
erradas de que mulheres são menos capazes porque geralmente têm negócios ou
machambas mais pequenos;
▪ Numa comunidade onde os papéis sociais dizem que só as mulheres é que cozinham e
que só os homens é que são decisores, um rapaz pode pensar que não pode ser
cozinheiro e uma rapariga pode pensar que não pode tornar-se membro do parlamento ou
chefe de um negócio;
▪ É esperado da mulher que ela deve arranjar um homem e casar. Se a mulher não quiser
casar e ter filhos ela não será bem vista pela sociedade porque está a rejeitar o papel de
dona de casa e mãe, que se espera que ela desempenhe.

PERGUNTE: Até que ponto é que estes papéis e regras podem dificultar o desenvolvimento
profissional das mulheres?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ As mulheres/raparigas podem ter gravidez precoce sendo obrigadas a largar os estudos
mais cedo que os homens/rapazes;
▪ As mulheres podem ser discriminadas pela visão que a mulher deveria ficar em casa a
cuidar da família;
▪ As mulheres podem ser vítimas de assédio no trabalho, que pode fazer com que acabem
por se demitir.

DIGA ALGO COMO: Os papéis dos homens e das mulheres estão a mudar na nossa sociedade,
particularmente nas cidades. Pouco a pouco torna-se mais fácil ser aquilo que queremos ser.
Apesar disso, ainda pode ser difícil para homens e mulheres viverem dessa forma. Continuaremos
a debater sobre estes tópicos nas próximas sessões.

ENCERRAMENTO 1.1 4 MINUTOS

RESUMA que o género se refere às relações e papéis atribuídos aos homens e às mulheres.
Essas relações e papéis são resultado de uma dinâmica social e não das características
biológicas dos homens e mulheres.

PERGUNTE: Quais são alguns desses papéis?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Homem é o líder da família;
▪ O homem é o ganha-pão da família;
▪ A mulher é responsável por cuidar de todos e da casa.

PERGUNTE: De que formas é que a nossa família influencia os nossos valores e atitudes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Pela forma como eram distribuídos os papéis em nossa casa;
▪ Pela forma como pai e mãe se relacionavam um com o outro;
▪ Pelas coisas que nos foram ensinando ao longo da vida.

RESUMA: As famílias tendem a reproduzir os seus valores culturais, crenças religiosas e próprios
papéis sociais na educação dos seus filhos. Cabe aos filhos reflectir e desafiar esses papéis
sempre que não façam sentido!

14
CONVIDE os formandos a observarem com um olhar mais crítico até a próxima aula, como a
questão de género se manifesta no dia-dia deles.

Agradeça aos(às) formandos(as) pela participação na sessão. PEÇA uma salva de palmas para
todos.

15
SESSÃO 1.2 PAPEL DAS INSTITUIÇÕES E GÉNERO

Duração 60 Minutos
Critérios de ▪ Explica o papel da instituições na formação das atitudes, percepções
desempenho das mulheres, homens, rapazes e raparigas .
Material ▪ Bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ 1 folha de papel com o poema de José Craveirinha
▪ 2 folhas de tamanho A3 com "CONCORDO" e "DISCORDO”
▪ Autocolantes de duas cores diferentes
▪ 4 folhas de bloco gigante – uma com o título “1. Sistema de Educação
/ Escola/ Universidade”, outra com o título “2. Religião”, outra “3.
Governo” e outra “4. Meios de comunicação (Televisão, Rádio,
Jornais, Revistas) ”

REVISÃO SESSÃO 1.1 5 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO COMO: Vamos fazer uma actividade de revisão rápida antes de continuarmos com o
TEMA de papéis sociais.

PERGUNTE: O que são papéis sociais?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Papéis diferenciados que nos são atribuídos pela nossa família, ou sociedade somente por
termos nascido de sexo masculino ou feminino.

PEÇA a um voluntário para ler o poema de José Craveirinha


Um Homem Nunca Chora
Acreditava naquela história
do homem que nunca chora.
Eu julgava-me um homem.
Na adolescência meus
filmes de aventuras punham-me muito longe de ser cobarde
na arrogante criancice do herói de ferro.
Agora tremo.
E agora choro.
Como um homem treme.
Como chora um homem!

PERGUNTE: Como é que as palavras de José Craveirinha se relacionam com o que aprendemos
na sessão passada? O que é que nos dizem a respeito dos papéis sociais atribuídos aos homens
e às mulheres?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Crescemos e somos educados ouvindo como nos devemos comportar por ser homem ou
mulher;
▪ Existem mensagens como “um homem nunca chora” que podem limitar o nosso
desenvolvimento pessoal e profissional, ou o nosso bem-estar psicológico, ou físico, na
base do que é esperado de nós por termos nascido homem ou mulher;
As mensagens que são transmitidas às mulheres sobre “ser mulher” e aos homens sobre “ser
homens” influenciam os comportamentos dos homens e das mulheres e a relação entre
eles.

16
INTRODUÇÃO 1.2 5 MINUTOS

EXPLIQUE: Na sessão passada focámo-nos no papel que a família tem na formação dos nossos
valores e atitudes. Hoje iremos aprofundar a análise sobre o papel que outras instituições têm no
desenvolvimento das atitudes e percepções das mulheres, homens, rapazes e raparigas. No fim
desta sessão os formandos serão capazes de:
▪ Reconhecer o papel das instituições na formação dos papéis sociais e estereótipos de
género.

PERGUNTE: Há alguma questão antes de continuar?

ENCORAJE os formandos e RESPONDA a todas as perguntas antes de continuar.

ACTIVIDADE: Concordo ou Discordo? 10 Minutos

Antes de iniciar a actividade, afixe a folha "Concordo" numa das paredes da sala e a folha
"Discordo" noutra parede.

PEÇA aos(às) formandos(as) que se ponham de pé no meio da sala e explique que irá ler
algumas afirmações. Se concordarem, devem dirigir-se para a parede com a folha "Concordo"; se
discordarem devem dirigir-se para a parede com a folha "Discordo". Ninguém poderá ficar no meio
da sala depois de lida a afirmação.

Seleccione sete ou oito afirmações da lista a seguir que possam provocar maior debate e permitir
que os formandos falem das suas opiniões.

Leia a primeira afirmação em voz alta e pergunte quem concorda, ou discorda com a afirmação.

Em seguida, PEÇA a uma ou duas pessoas de cada lado para argumentarem a sua posição.

Depois de alguns formandos terem argumentado em relação à afirmação, pergunte se alguém


quer mudar de opinião/ lado da sala.

Explique que qualquer pessoa pode mudar de opinião sobre uma declaração em qualquer altura,
mas que deve dizer porque o fez. Explique que ninguém irá julgar as opiniões que serão
apresentadas e que é importante que cada um escolha na base do que acredita realmente, não
na base do que acredita ser a resposta mais correcta ou popular.

Depois junte de novo o grupo todo no centro da sala. Leia a próxima afirmação e repita os passos
anteriores.

Continue assim para cada uma das afirmações que escolheu.


▪ Os homens normalmente ganham mais do que as mulheres porque trabalham mais horas;
▪ As mulheres estão mais adequadas para profissões de cuidados;
▪ As mulheres dificilmente terão papéis de chefia e não são boas gestoras porque são mais
emotivas do que os homens;
▪ Uma mulher é mais mulher depois de ter tido filhos;
▪ O maior bem de uma rapariga é a beleza;
▪ O maior bem de um rapaz é a inteligência;
▪ As religiões secundarizam o papel da rapariga e colocam o rapaz como mais importante;
▪ Mais homens trabalham na indústria do transporte porque são melhores condutores do
que as mulheres;
▪ Há alguns trabalhos que as mulheres simplesmente não conseguem fazer;
▪ As mulheres são fofoqueiras por isso não são boas trabalhadoras;
▪ O sexo de uma pessoa não deve ter qualquer impacto na sua escolha de curso;
17
▪ As raparigas não podem estudar matemática porque não vão ser boas em disciplinas
científicas;
▪ Os homens estão fisicamente mais aptos para o trabalho manual;
▪ Uma mulher pode dizer que está grávida ao próprio chefe sem ter receio de ser despedida;
▪ Na televisão ou na rádio costumam passar tantas histórias de sucesso de homens
empreendedores como de mulheres.

PERGUNTE: O que é que acham que empregadores deveriam fazer para evitar estereótipos de
género?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Os empregadores deveriam certificar-se que estão a contratar a melhor pessoa para o
trabalho, independentemente do seu sexo;
▪ Os empregadores deveriam estabelecer a retribuição na base de critérios como cargo
assumido, nível de estudos, anos de experiência independentemente do sexo da pessoa
contratada.

EXPLIQUE: Mesmo quando as instituições estão conscientes da existência de estereótipos de


género, há estereótipos que são muito difíceis de mudar, por exemplo:
▪ As mulheres têm má assiduidade nomeadamente devido à gravidez;
▪ As mulheres têm debilidade física em relação aos homens pelo que haverá reservas à sua
admissão. (Hoje em dia ainda há sectores de actividade reservados quase exclusivamente
a homens).

RESUMA: Por isso, nós devemos ter um papel activo em desafiar preconceitos que não façam
sentido! Muitas vezes repetimos frases sem pensar de onde vêm e se concordamos mesmo com
elas.
▪ Muitas vezes não estamos conscientes dos nossos próprios valores em relação a papéis
sociais, mas inconscientemente os nossos valores e ideias influenciarão os nossos
comportamentos e as escolhas em determinadas situações.
▪ Reflectir sobre as nossas atitudes em relação a papéis sociais e ao género ajuda-nos a
abandonar preconceitos e a ter atitudes diferentes nas nossas relações com homens e
mulheres.

ACTIVIDADE: A construção social do género 30 Minutos

[Nota para o(a) formador(a): RETIRE os cartazes “Concordo” e “Não concordo” e afixe as 4
folhas com os títulos das instituições de ensino. Ajude os formandos a explorar as questões num
ambiente livre de culpas, conducente a um compromisso honesto com o desafio da mudança].

DIGA ALGO COMO: O género é uma construção social que se manifesta a vários níveis e que é
reforçada por várias instituições. Até agora observámos principalmente o impacto do agregado
familiar, os papéis e tarefas desenvolvidas, ou lideradas por homens e mulheres dentro da própria
família.

EXPLIQUE: Vamos agora olhar com maior detalhe para estas outras instituições que afectam e
determinam os papéis sociais que seguimos na nossa sociedade. Na sala estão afixadas 4 folhas
de papel gigante, cada uma com o seu título que representa uma instituição:
▪ Sistema de Educação / Escola/ Universidade;
▪ Religião/ Igreja a que pertencemos;
▪ Governo;
▪ Meios de comunicação (Televisão, Rádio, Jornais, Revistas).

EXPLIQUE: Vamos formar 4 grupos. Cada grupo terá 5 minutos para responder à primeira
pergunta sobre a instituição a que foi alocado. Depois de 5 minutos irão prosseguir para trabalhar
na mesma pergunta na instituição a seguir. A primeira pergunta é:

18
▪ Como é que esta instituição (o sistema educativo/religião/governo/meios de comunicação)
contribuiu para a criação de papéis sociais e estereótipo de género na sociedade?

PEÇA para darem exemplos concretos e escreverem as suas respostas no papel do bloco
gigante.

Depois de decorridos 5 minutos DIGA Ao mudarem de instituição deverão primeiro ler o que o
grupo anterior já escreveu e apenas acrescentar as opiniões que ainda não estão escritas,
podendo evidenciar o que concordam ou discordam do que já estava escrito usando “um certo”
com a cor verde (se concordam), ou uma “cruz” com a cor vermelha (se discordarem).

EXPLIQUE A partir da terceira vez que mudam de instituição deverão responder à segunda
pergunta:
▪ Como é que esta instituição (os sistemas educativos/religião/governo/meios de
comunicação) pode contribuir positivamente para a construção de uma sociedade mais
inclusiva e igualitária?

Depois de todos os grupos terem passado pelas 4 instituições, cada grupo deverá voltar ao papel
da instituição com a qual começou a actividade, observar o que os colegas acrescentaram e
eleger um membro do grupo para resumir as três mensagens chave que gostariam de partilhar
com o resto da turma.

POSSIVEIS Contribuições por instituição:


Sistema de Educação / Escola/ UNIVERSIDADE
▪ Os professores podem contribuir para a construção de papéis sociais através da forma
como tratam raparigas/mulheres e rapazes/homens de forma igual ou desigual e da forma
como expressam expectativas iguais, ou desiguais, face ao desempenho de
raparigas/mulheres e rapazes/homens;
▪ Nos livros escolares, por exemplo, as mulheres podem ser sempre ilustradas como
cuidadoras de casa e os homens como condutores, médicos e líderes, ou podem ser
ambos ilustrados nos vários papéis independentemente do género. (As imagens nas
matérias de ensino reforçam os papéis de género, que são construídos socialmente);
▪ Os estabelecimentos de ensino devem encorajar homens/rapazes e mulheres/raparigas a
entrar em todos os tópicos e disciplinas independentemente do seu género;
▪ Os estabelecimentos de ensino devem ter homens e mulheres em papéis de liderança,
quer ao nível dos funcionários do estabelecimento, quer ao nível dos alunos (ex. eleição
do chefe de turma).

Religião
▪ A religião, por ser maioritariamente baseada em livros antigos, por vezes pode reforçar os
papéis tradicionais de género, por exemplo posicionando as mulheres num estatuto
subordinado aos homens. Por exemplo, um texto da Bíblia cristã ou do Corão Islâmico
pode ser interpretado no sentido de que as mulheres devem ser submissas aos seus
maridos e, portanto, justificar essa subordinação ou submissão da mulher ao homens;
▪ Por vezes as religiões secundarizam o papel da rapariga e colocam o rapaz como mais
importante;
▪ As religiões devem tentar aplicar as escrituras aos dias de hoje e desconstruir
interpretações erradas, que possam surgir dos livros sagrados, inclusivamente até usando
outras passagens que acabam por contradizer essas más interpretações.

Governo
▪ Governos e organismos públicos têm geralmente má representação feminina;
▪ O estado/governo pode promover a igualdade de género, aplicando para si, ou para as
empresas públicas e privadas políticas, ou leis que promovam a igualdade de direitos e de
oportunidades de educação e de trabalho;
19
▪ Exemplos moçambicanos de acções para combater papéis sociais e desigualdades de
género: Estratégia de género na educação, Lei contra os casamentos prematuros, etc.;

Meios de comunicação (Televisão, Rádio, Jornais, Revistas).


▪ Os meios de comunicação social retratam frequentemente imagens que promovem a
objectificaçao das mulheres como objectos sexuais, usando o corpo da mulher de forma
muito central em muitas publicidades, ou promovem imagens duras e violentas do homem
para representar masculinidade;
▪ Os meios de comunicação induzem frequentemente, por exemplo à rapariga, que o maior
bem da mulher é a beleza e aos rapazes que é a inteligência;
▪ Os meios de comunicação tendem a reflectir e por vezes exagerar papéis tradicionais, ou
estereotipados de género existentes na sociedade, nas representações que fazem de
homens, mulheres, rapazes e raparigas. Por exemplo, numa novela, é sempre a mulher
quem é vítima de assédio, ou maus tratos, ou é sempre a mulher que é representada
como a pessoa que limpa e cozinha;
▪ Os meios de comunicação podem ter um forte impacto positivo na mudança de papéis
sociais na sociedade, mostrando papéis de género não típicos (ou seja, representando
mulheres em papéis tipicamente de homens e vice-versa), ou encorajando o diálogo crítico
sobre o género e papéis sociais.

ENCERRAMENTO 1.2 5 MINUTOS

[Nota para o(a) formador(a): Prepare duas folhas de bloco gigante, uma com o título “Ideias
importantes a reter” e outra com o título “perguntas” e afixe na parede.]

EXPLIQUE: Em 2 autocolantes de diferentes cores escrevam uma ideia importante que retiveram
da sessão de hoje, e uma pergunta com que tenham ficado na cabeça por causa da sessão.
Devem colar cada autocolante no bloco gigante correspondente.

Explique que devem ser rápidos.

SINTETIZE as ideias mais importantes coladas no bloco gigante.


LEIA algumas das perguntas e INCENTIVE os formandos a debaterem e responderem às
perguntas que escreveram com a sua família, ou grupo de amigos

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) pelo tempo e participação deles.

PEÇA uma salva de palmas para todos.

20
SESSÃO 1.3 RELAÇÕES DE PODER

Duração 60 Minutos
Critérios de ▪ Explica o papel das relações de poder
desempenho
Material ▪ Bloco gigante
necessário ▪ Marcadores de diferentes cores, canetas.
▪ Caixinha com perguntas de revisão do tema anterior
▪ Desenho de um Triângulo de poder no bloco gigante.

REVISÃO SESSÃO 1.2 8 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

Diga ALGO como: Vamos fazer uma actividade de revisão dos tópicos da sessão anterior antes
de introduzirmos o último tópico do TEMA sobre papéis sociais e relações de poder.
▪ Mas desde que nascemos são-nos atribuídos diferentes papéis, direitos e benefícios por
outras instituições como a nossa escola, a nossa universidade, o nosso local de trabalho, o
nosso governo, os nossos meios de comunicação, etc. Por exemplo,

Explique que está a segurar na mão uma bola de / xima, muito quente, que acaba de sair da
panela. Ela está tão quente que tem de a passar para outra pessoa para não se queimar.

Explique que, enquanto a bola imaginária de xima estiver a ser passada de formando para
formando, o(a) formando(a) que a atira deverá dizer “Papa Quente!”, mas que quando o(a)
formador(a) disser “PÁRA!” a pessoa que ficou com a “Papa Quente” na mão terá de responder a
uma pergunta da caixinha; quando a pessoa tiver respondido à pergunta, o jogo recomeça.

COMECE a passar a bola de “Papa Quente” e diga “Papa Quente!”

Diga “PÁRA!” e PEÇA ao(a) formando(a) que ficou com a papa quente na mão que tire uma
pergunta da caixinha e responda à pergunta. Faça 4 ou 5 rodadas até se certificar que as pessoas
ficaram animadas e com energia para a sessão.

Sugestão de perguntas para a caixinha:


▪ Existem diferenças na maneira como rapazes e raparigas são geralmente educadas (os)
nas suas famílias? Se sim, pode dar um exemplo?
RESPOSTA ESPERADA – Sim, os rapazes são educados para ser “Líderes”, as raparigas
para serem submissas;
▪ Existem diferenças entre os trabalhos que mulheres e homens podem fazer? Porquê?
RESPOSTA ESPERADA – Não, apesar de terem características físicas diferentes mulheres e
homens têm capacidades semelhantes para poderem desempenhar trabalhos
semelhantes;
▪ É justo que a remuneração de homens seja superior às das mulheres? Argumente o
porquê.
RESPOSTA ESPERADA – Não é justo se mulheres e homens tiverem o mesmo cargo e anos
de experiência ter uma remuneração diferente. A igual trabalho deve corresponder igual
retribuição;
▪ Dê exemplos de 2 papéis sociais que desempenha todos os dias.
RESPOSTA ESPERADA – Filha que ajuda a mãe a cuidar dos irmãos mais novos, irmão que
ajuda o pai a fazer pequenos arranjos na casa, mãe que cozinha;
▪ Como é que a escola/ instituição de ensino pode influenciar na definição dos papéis
sociais?

21
▪ RESPOSTA ESPERADA – Através das imagens nos livros, dos textos, como os
professores tratam os alunos de ambos os sexos, as expectativas que os professores têm
e demonstram sobre o desempenho de raparigas/mulheres e rapazes/homens.

INTRODUÇÃO 1.3 2 MINUTOS

Diga algo como: Para concluir o TEMA sobre papéis sociais iremos reflectir sobre relações de
poder entre as pessoas, mais especificamente entre mulheres e homens. No fim desta sessão os
formandos serão capazes de:
▪ Compreender diferentes relações de poder;
▪ Compreender como é que os diferentes tipos de relações de poder se manifestam.

ACTIVIDADE: As relações de Poder no dia-a-dia 40 Minutos


15 min
EXPLIQUE: Vamos fazer um exercício que nos ajuda a reflectir sobre relações de Poder
existentes no nosso dia-a-dia. O exercício é uma situação de alguns passageiros num “chapa
100”.

[Nota para o(a) formador(a): A seguir ao Resumo final, sublinhar que as “posições” nas relações
de poder variam conforme as situações, isto é, uma mesma pessoa pode se situar em diferentes
pontos do triângulo, sempre que as circunstâncias se alterem.]

CONVIDE 4 formandos a voluntariarem-se para representarem:


▪ o motorista do chapa;
▪ o cobrador do chapa;
▪ um rapaz;
▪ um(a) polícia de trânsito.

PEÇA aos restantes formandos que se retirem por 5 minutos da sala e fiquem à porta até serem
chamados, ficando apenas os voluntários. DIGA aos(às) formandos(as) que saíram da sala que
em breve serão chamados pelo cobrador.

ARRUME as cadeiras da sala como se fosse um “chapa 100”, isto é, com menos assentos do que
o número de formandos, de forma que os passageiros fiquem apertados dentro do chapa.

EXPLIQUE a cada jovem o seu papel:


▪ O Cobrador: quando o motorista já estiver no lugar, o cobrador vai para fora da sala e
anuncia a rota do chapa; chama os passageiros para entrarem e nesse momento começa
a falar de forma desrespeitosa, a discriminar os passageiros e não deixa entrar a rapariga
que vem com uma criança ao colo dizendo que “pessoas com crianças só atrapalham” e
dão prejuízo, porque ocupam dois lugares e só pagam por um. Deverá identificar outra
rapariga que tentará entrar, mas que é impedida pelo cobrador porque como é rapariga
certamente não está com tanta pressa para chegar ao destino como um dos passageiros
homem, porque certamente não trabalha;
▪ Motorista: Com o chapa já bastante lotado, o motorista anuncia que vai arrancar sem que
todos tenham subido ( Narrador, o(a) formador(a), irá dizer que o motorista conduz em alta
velocidade, trava de repente, não pára nos semáforos vermelhos); continuando, o
motorista avisa que vai mudar a rota do chapa, comunica que dirige em alta velocidade
sem parar nos semáforos vermelhos e assim todos estarão em casa em breve. Por sua
vez, o Narrador anuncia que quando o motorista for parado por um agente da Polícia de
Trânsito, passado algum tempo, dará dinheiro ao polícia para poder seguir viagem;
▪ Rapaz: irá importunar uma rapariga dentro do chapa. A rapariga não sabe que será
importunada. Irá mexer no cabelo dela e irá fazer elogios constrangedores. Além disso,
quando o polícia de trânsito começar a pedir o ‘refresco’ deverá incentivar o motorista a
pagar para poderem seguir viagem;
22
▪ Polícia de Trânsito: surge na rua e dá ordem para o chapa parar; pede os documentos ao
motorista e verifica que o chapa está em situação irregular. Vai arrastando a situação e dá
a entender pela conversa e olhares que, sem ‘refresco’, o chapa não vai sair dali.

DÊ início à dramatização com o cobrador a anunciar a rota e chamar os ‘passageiros’ que estão
fora da sala. Estes deverão entrar e ocupar os lugares no chapa e dar continuidade à
dramatização, até que todos tenham desempenhado os seus papéis.

Depois de o motorista pagar ao polícia para poder seguir viagem, pare a dramatização logo
depois do motorista subornar o polícia e arrancar o carro.

DIGA aos(às) formandos(as) que agora irão analisar a dramatização do "chapa", usando o
Triângulo do Poder.

8 min
DESENHE um triângulo no bloco gigante.

EXPLIQUE: cada ângulo do triângulo representa um papel. Na ponta de cima do triângulo


teremos o (a) Perpetrador(a) que é a pessoa que comete a agressão, que pode ser física ou
psicológica; a Vítima é a pessoa que sofre a agressão e ocupará o segundo ângulo do triângulo, e
o Salvador(a) é a pessoa, ou grupo que tem o poder de ser útil ou mudar a situação, mas a
manter-se calada(o), mantém a situação como ela está e ocupará o último ângulo do triângulo.

PERGUNTE: Quem era o agressor, a vítima e o salvador no caso do "chapa", no momento em


que o cobrador impediu as raparigas de subir ao chapa?
Respostas esperadas:
▪ Cobrador (agressor);
▪ Raparigas (vítimas);
▪ Salvador (todos os outros passageiros).

PERGUNTE: Quem tinha o poder nessa situação e como o manifesta?


RESPOSTA ESPERADA
▪ O cobrador tinha o poder porque as raparigas estão dependentes dele para entrarem no
chapa e manifesta-o não permitindo às raparigas subir ao chapa.

PERGUNTE: Por que é que os outros passageiros são os salvadores?


RESPOSTA ESPERADA
▪ Porque poderiam ter um papel de ajuda. Mas ninguém faz, ou diz nada para mudar a
situação que está a acontecer.

PERGUNTE: Como é que cada uma das pessoas que representou essas personagens se sentiu?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Passageiro - Indiferente, é o que vivemos cada dia e temos que aguentar;
▪ Passageiro - Sofro, porque não gosto, mas sei que não vai mudar nada se falar, até pode
piorar a situação. Assim prefiro ficar calado.

PERGUNTE: Que acções poderiam os outros passageiros terem tomado para mudar a situação e
ajudar a balancear o triângulo de poder?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Repreender o cobrador perante a injustiça que estava a fazer;
▪ Repreender o moço que estava a importunar a rapariga.

PERGUNTE: Que atitudes poderiam as vítimas terem tomado para evitar serem colocadas nesse
“papel”?
RESPOSTAS ESPERADAS
23
▪ Responder tentando quebrar o estereótipo usado pelo cobrador.

8 min
FAÇA as mesmas perguntas para todas as situações simuladas do chapa:
▪ Quando o polícia de trânsito manda parar o chapa e como interage como o motorista;
▪ Com o rapaz assediador e a rapariga assediada;
▪ Com o motorista que arranca sem esperar por todos.

PERGUNTE para cada situação:


▪ Quem é a vítima?
▪ Quem é o perpetrador?
▪ Quem é o salvador?
▪ Como se sentiu a vítima/o, perpetrador, os salvadores?
▪ Que acções poderiam os outros passageiros terem tomado para mudar a situação e ajudar
a balancear o triângulo de poder?
▪ Que atitudes poderiam as vítimas terem tomado para evitar serem colocadas nesse
“papel”?

RESUMA: No caso do Chapa 100, temos vários perpetradores que cometem diferentes tipos de
violência: o cobrador, o motorista, o rapaz que assedia a rapariga e o polícia de trânsito. As
vítimas são os passageiros, a rapariga impedida de entrar no chapa, a rapariga assediada e, no
caso do polícia de trânsito, o motorista é a vítima. Assim, por exemplo no exercício do chapa
temos uma situação onde uma pessoa pode ser perpetradora e uma situação logo depois onde a
pessoa é vítima (o motorista). Isto ajuda-nos a ilustrar como em várias situações facilmente
mudamos de ângulo do triângulo e que as “posições” nas relações de poder não são sempre as
mesmas.

Nestas situações todos os passageiros foram salvadores pois não fizeram nada contra a violência/
injustiça cometida contra a rapariga impedida de entrar no chapa, contra o assédio sofrido pela
outra rapariga. No caso do polícia de trânsito um dos passageiros acaba mesmo a pressionar o
motorista a subornar o polícia para poderem seguir a viagem.

PERGUNTE se algum formando tem alguma outra reflexão a partilhar sobre o exercício.

CONVIDE os formandos a voltarem aos seus lugares.

9 min
Depois de terminada a análise do triângulo do Poder no "chapa", APRESENTE outras situações
do dia a dia para discussão.

Sugestão de situações:
▪ Motorista chega a casa chateado com o polícia, bate na sua mulher por não ter o jantar
pronto à frente dos seus filhos;
▪ A mulher agredida pelo marido vai ter com a sua família para se queixar da violência
sofrida e a família limita-se a responder “aguenta, mulheres nasceram para sofrer”, ou “é
normal, ele já vinha da rua chateado”.

PERGUNTE: Em que ponta do triângulo devem ficar as várias personagens e porquê?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Na primeira situação a esposa é a Vítima, o marido é o Perpetrador e os filhos são os
Salvadores;
▪ Na segunda situação, os membros da família que dizem ‘Aguenta, mulher nasceu para
sofrer’, fazem o papel de Salvadores, e a vítima e perpetrador são os mesmos.

24
PEÇA agora para imaginarem a situação de uma família onde o marido é o único que trabalha
para sustentar a sua mulher e filhos, porque prefere que a sua mulher não trabalhe para cuidar
bem da casa e dos filhos.

PERGUNTE: Nesta situação há alguma relação de poder?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Sim, o marido está a decidir pelos dois;
▪ Depende… não, se a escolha de não trabalhar para cuidar bem da casa e dos filhos foi
tomada por ambos, como casal.

DIGA: Por vezes, em sociedades fortemente patriarcais, a noção de que as mulheres precisam da
protecção e sustento dos homens cria desigualdades de poder no agregado familiar. Neste caso,
o poder é exercido pelo homem que contribuiu com todo o sustento para a família, mesmo que
esse poder não seja exercido de forma consciente.

PERGUNTE: Será que nesta situação o marido queria ser perpetrador? Se não, o que pode fazer
diferente?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Partilhar o controlo dos recursos financeiros com a sua mulher;
▪ Partilhar a tomada de decisão de compras e investimentos com a sua mulher.

PERGUNTE: O que aprendemos com esta actividade?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ O Poder existe na relação entre pessoas;
▪ Estamos sempre a entrar e a sair de situações e relacionamentos com diferentes níveis de
Poder;
▪ Durante o nosso dia, podemos desempenhar os três papéis do Triângulo do Poder;
▪ Por vezes somos perpetradores sem nos apercebermos.
.
PERGUNTE: Será que o poder tem de ser sempre algo negativo?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Não, por vezes podermos usar o poder para exercer influência positiva sobre as pessoas,
para dar voz a uma causa.

ENCERRAMENTO 1.3 10 MINUTOS

DIGA ALGO como: Vamos encerrar o tema desta sessão com uma rápida revisão das perguntas-
chave deste tema.

PERGUNTE: Que tipos de poder podemos exercer ou podem exercer sobre nós?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ As “posições” nas relações de poder não são sempre as mesmas. Podemo-nos tornar
perpetradores
▪ Poder que limita a nossa liberdade e direitos;
▪ Poder que limita o nosso acesso a bens e recursos;
▪ Poder de controlar ou influenciar as acções dos outros.

PERGUNTE: O que aprendemos através da dinâmica do Chapa 100?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ As “posições” nas relações de poder não são sempre as mesmas. Podemo-nos tornar
perpetradores sem ter consciência disso porque aceitamos sem questionar normas que
justificam a desigualdade de género;
▪ Se observarmos situações de injustiças, sem intervir, somos cúmplices do perpetrador.

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) pelo tempo deles. PEÇA UMA SALVA de palmas para todos.

25
Tema 2: Definir Objectivos Profissionais Ou Empresariais

SESSÃO 2.1 DEFINIR OBJECTIVOS PROFISSIONAIS OU EMPRESARIAIS

Duração 60 Minutos
Critérios de ▪ Define objectivos profissionais ou empresariais aplicando o modelo
desempenho SMART
▪ Elabora um plano para alcançar metas profissionais/empresariais (I
PARTE)
Material ▪ Folhas de bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ pontos ou autocolantes de cores diferentes
▪ Ficha do modelo SMART – Uma para cada formando
▪ Exemplo de plano – Um para cada formando

REVISÃO TEMA 1 8 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO COMO: Antes de introduzirmos o TEMA 2 do módulo 3 do curso de Habilidades para
a vida, vamos fazer uma actividade para partilharmos as principais aprendizagens que trazemos
relacionadas com o TEMA sobre papéis sociais e as relações de poder.

PEÇA aos(às) formandos(as) para escreverem 3 aprendizagens chave, ou ideias importantes que
tiveram sobre os tópicos do TEMA1. Cada ideia deve ser escrita num papel diferente.

Depois, CONVIDE os formandos a levantarem-se, a caminharem pela sala de aula e a


misturarem-se com os seus colegas.

EXPLIQUE que quando disser "DÊ UM a um colega" os formandos devem formar pares e cada
um deve "dar" um dos que escreveu com uma das suas principais aprendizagens, ou ideias
importantes sobre o tema ao outro. Cada pessoa "dá uma" e "recebe uma”.

Depois CONVIDE os formandos a misturarem-se novamente voltando a andar pela sala.

Após cerca de 30 segundos, DIGA "DÊ UM a um parceiro". DIGA que devem evitar repetir o par
anterior.

REPITA a partilha para aproximadamente 3 ideias até os formandos estarem energizados.

No fim, CONVIDE alguns formandos a partilharem algumas das ideias que leram nos papéis dos
seus pares.

INTRODUÇÃO 2.1 2 MINUTOS

EXPLIQUE: Hoje damos início à primeira das 2 sessões do tema que responde ao resultado de
aprendizagem:
▪ Definir objectivos profissionais ou empresariais.

DIGA ALGO COMO: Durante este tema iremos praticar como definir objectivos para o nosso
futuro profissional, ou empresarial e perceber mais a fundo qual a importância de definirmos
metas nestes âmbitos. Iremos reflectir sobre o nosso futuro em termos de área de trabalho onde
gostaríamos de trabalhar, nível de responsabilidade que gostaríamos de ter, rendimento que
gostaríamos de auferir, etc.
26
EXPLIQUE: No final desta sessão vocês serão capazes de:
▪ Definir os vossos objectivos profissionais ou empresariais;
▪ Aplicar o modelo SMART aos vossos objectivos;
▪ Definir todos os elementos de um plano.

PERGUNTE se alguém tem perguntas antes de continuarem.

ENCORAJE e RESPONDA a todas as perguntas antes de continuar.

ACTIVIDADE: “5 anos a partir de agora... ” 10 Minutos

PEÇA aos(às) formandos(as) que fechem os olhos e imaginem a sua vida profissional, ou
empresarial daqui a 5 anos. Como será?

EXPLIQUE que todos os formandos têm 2 minutos para imaginarem e escreverem palavras-
chave de como gostariam que a sua vida profissional, ou empresarial fosse daqui a 5 anos. Para
fazerem isso podem pensar em como dar continuidade à seguinte frase:

▪ Daqui a 5 anos eu gostaria de ser/ter.....

EXPLIQUE agora que devem fechar novamente os olhos e imaginar a sua vida profissional, ou
empresarial daqui a 10 anos. Como será?

PEÇA aos(às) formandos(as) que escrevam as palavras-chave e reflictam como é que isso se
compara com aquilo que imaginaram antes.

Depois de reflectirem individualmente PEÇA aos(às) formandos(as) para formarem um círculo e


COMECE dando um exemplo. Por exemplo “Daqui a 5 anos eu gostaria de ser gestor de uma
escola e daqui a 10 anos eu gostaria de ser director de um agrupamento de escolas”. DIGA que
não há respostas certas ou erradas.

RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ser profissionalmente um/a homem/mulher de sucesso;
▪ Ter aberto a minha empresa de venda de produtos alimentares;
▪ Ser estável a nível financeiro;
▪ Ser um chefe profissional;
▪ Ter uma empresa que …exporta produtos moçambicanos para o mundo.

DIGA algo como: As ideias que partilhámos são alguns dos nossos objectivos profissionais, ou
seja, o que gostaríamos de alcançar, ser ou ter no âmbito da nossa carreira, por exemplo, o tipo
de trabalho que gostaríamos de fazer, o tipo de empresa que gostaríamos de abrir, ou o nível de
responsabilidade que esperamos para a nossa carreira profissional, etc.

PERGUNTE: Porque é que acham que fizemos este exercício, ou seja, porque é que acham que
é importante termos objectivos profissionais, ou empresariais definidos para a nossa vida?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Para termos um rumo;
▪ Para nos orientar no dia-a-dia;
▪ Para ter motivação.

PERGUNTE: Como é que imaginar o vosso futuro profissional, ou empresarial vos fez sentir?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Feliz e com esperança;
▪ Indeciso(a) ou inseguro(a) porque não sei o que quero fazer;

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▪ Nervoso(a) em função do trabalho que tenho pela frente, ou pela reacção que as outras
pessoas terão.

PEÇA aos(às) formandos(as) que acreditam que vão atingir essas metas para levantarem a mão.

PEÇA a alguns formandos que estão confiantes e a alguns formandos que não estão tão
confiantes que vão atingir essas metas para explicarem porquê.

DIGA algo como é normal estar inseguro, ou não ter a certeza do que realmente queremos para
o nosso futuro. Por isso antes de nos dedicar mais nos detalhes e nas metas para conseguir
atingir os nossos objectivos profissionais, iremos pensar sobre o percurso ideal que gostaríamos
de seguir.

ACTIVIDADE: Critérios de escolhas profissionais 10 Minutos

PEÇA aos participantes para listarem os critérios que irão usar para seleccionarem a sua carreira
ideal, por exemplo, o tipo de trabalho que gostariam de fazer, o tipo de empresa que gostariam de
abrir, ou o nível de responsabilidade que esperam para a sua carreira profissional, etc.

DIGA que quando preparam a lista devem também tentar responder a perguntas, tais como :
▪ O que é que fazes bem?
▪ Que talentos ou aptidões tens, como desenhar, andar de bicicleta, escrita criativa,
trabalhos manuais ou arranjar máquinas?
▪ O que é que gostas de fazer e que te faz sentir orgulhoso? Poderia ser algo que fazes
bem, ou uma aptidão/talento, que pensas que é recompensadora e que gostarias de
aprender melhor e/ou desenvolver mais.

DÊ 8 min para preparar a lista e depois REGISTE as respostas numa folha de bloco
gigante/quadro branco.

ACRESCENTE os seguintes critérios, caso não sejam mencionados:


▪ Localização, ou seja, distância de casa, necessidade de apanhar transporte;
▪ Horas de trabalho, ou seja, duração do dia de trabalho e horário;
▪ Salário / Remunerações pagos (as) /Ganhar muito dinheiro ou o mínimo para viver bem;
▪ Tipo de responsabilidade;
▪ Tipo de competências exigidas e teus talentos;
▪ Tipo de contrato (ou seja: anual / com ajudas de custo / por tempo indeterminado);
▪ Tipo de trabalho, ou seja, físico, ao ar livre, fábrica, escritório, trabalhar num espaço
fechado;
▪ Oportunidades de desenvolvimento e promoção dentro da empresa/organização;
▪ Oportunidade para adquirir competências/conhecimentos para conseguir outros cargos no
futuro.

DÊ a cada participante três pontos ou autocolantes de cores diferentes. PEÇA aos participantes
para se aproximarem da frente da sala e colocarem os seus pontos ou autocolantes no bloco
gigante /quadro branco ao lado dos primeiros três critérios que eles vão usar para guiar os seu
objectivos profissionais.

Quando todos os participantes tiverem colocado os seus autocolantes na tabela, analise com a
turma quais os critérios que receberam maior número de “votos”, ou autocolantes e quais os que
receberam menor número de “votos”. Recorde aos participantes que, quando chegar o momento,
devem usar os critérios mais relevantes para as suas preferências pessoais, aptidões e
competências.

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PERGUNTE: Pensam que o que imaginaram para a vossa vida profissional, ou empresarial daqui
a 5-10 anos, alinha-se com os critérios para vocês mais importantes?
RESPOSTA ESPERADA
▪ Sim, mas agora tenho mais detalhes para identificar o que pode ser interessante para mim;
▪ Não tinha pensado anteriormente nos conhecimentos e competências necessários para
conseguir cargos superiores em relação ao que imaginei;
▪ Há́ alguma característica importante para mim, (por exemplo, sobre o que me faz sentir
orgulhoso, etc... ) mas não tinha feito anteriormente esta ligação;
▪ Percebi melhor o que pode influenciar as minhas escolhas.

PEÇA uma salva de palmas para todos e DIGA aos(às) formandos(as) que podem voltar aos seus
lugares.

PERGUNTE: Notamos fortes diferenças entre os critérios escolhidos pelas mulheres desta turma
em relação aos homens?
INCENTIVE alguns voluntários a apresentarem as suas observações.

DIGA Todos nós podemos atingir aquilo a que nos propomos, mas nada se consegue sem
trabalho! Os objectivos dão-nos direcção na vida e servem como guia para que aquilo que é
importante para nós seja efectivamente realizado.

ABRA ESPAÇO para questões e RESPONDA às questões que surgirem antes de continuar.

ACTIVIDADE: Definição de objectivos SMART 15 Minutos

PERGUNTE: Acham que vamos alcançar os nossos objectivos profissionais, ou empresariais


simplesmente esperando, ou se tivermos sorte na vida, ou acham que há alguma coisa que está
no nosso controlo fazermos para lá chegar?

CONVIDE alguns voluntários a partilharem as suas ideias.

RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Temos que trabalhar / estudar / planificar bem, etc...
▪ Às vezes a sorte conta, mas também depende de nós.

DIGA ALGO como: Depois de termos pensado nos nossos objectivos profissionais, ou
empresariais a 5 e a 10 anos devemos pensar nos pequenos passos necessários para os
alcançar, porque na maioria das vezes não é possível alcançar tudo de uma só vez e de um dia
para o outro.

DIGA A estes passos necessários chamamos metas.

5 min
PERGUNTE: Quem é que sabe dizer quais é que geralmente são as características de uma boa
meta?

DÊ 2 minutos aos(às) formandos(as) para pensarem nas respostas em pares.

CONVIDE alguns voluntários a partilharem o que pensaram.

ANOTE as ideias no bloco gigante.


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ser razoável e não demasiado sonhadora;
▪ Dizer-nos o que devemos fazer exactamente;
▪ Ter um prazo para ser alcançada.

29
10 min
DIGA ALGO como Uma boa meta deve responder às características do chamado modelo
SMART, do qual se adaptou a sigla EMRRT, em Português, onde cada inicial descreve uma
característica de uma boa meta.

DISTRIBUA a ficha abaixo a cada formando.

Específica

Mensurável

Realista

Relevante

Limitada no tempo

30
IDENTIFIQUE em conjunto com os formandos quais são as 5 características de uma boa meta:
▪ E = Específica;
▪ M = Mensurável;
▪ R = Realística;
▪ R = Relevante;
▪ T = Limitada no Tempo.

PERGUNTE (separadamente por cada uma das características):


▪ O que acham que significa uma meta ser … (ex. específica)?
▪ Que exemplos concretos podemos dar?

▪ E = Específica
RESPOSTAS ESPERADAS
o Deve ser simples e clara;
o Responde à pergunta: O que será alcançado?
o Define exactamente o que se pretende alcançar, por exemplo: tipo de profissão,
estilo de investimento, de negócio, de estudos que temos de fazer;
o Por exemplo, dizer que quero abrir uma empresa que produz móveis é específico,
enquanto dizer que quero abrir uma empresa já não é.

▪ M = Mensurável
RESPOSTAS ESPERADAS
o A meta deve ser passível de medir, por exemplo em quantidades;
o Para determinar se a meta é mensurável fazemos perguntas como: Quanto?
Quantos?
o Por exemplo “Quero produzir para venda 10 mesas por mês durante um ano”,
mostra uma meta mensurável, enquanto a meta “Quero produzir mesas”, não é
mensurável.

▪ R = Realística
RESPOSTAS ESPERADAS
o A Meta que é honesta com a minha situação actual, tem em conta aquilo que pode
ser feito e o que pode provavelmente acontecer;
o Responde à pergunta, “Existem realmente as condições para que eu possa
alcançar isso?”
o Por exemplo, posso ter como meta fazer um investimento para a minha empresa
em 2 máquinas para produzir móveis de uma marca barata e não um número, ou
marca, acima das minhas capacidades financeiras.

▪ R = Relevante
RESPOSTAS ESPERADAS
o Responde à pergunta: Esta meta é coerente com quem eu disse que quero ser
daqui a 5 anos? ou irá ajudar-me no alcance do meu objectivo?
o Por exemplo, se o meu objectivo é ser gestor de uma escola, uma meta não
relevante seria fazer desporto todos os dias durante um ano, que apesar de poder
ser relevante quando tenho um objectivo pessoal relacionado com ter boa saúde,
não seria relevante neste caso.

▪ T = Limitada no Tempo
RESPOSTAS ESPERADAS
o Responde à pergunta: Quando é que a meta será atingida?
o Define um prazo para a meta: para o próximo mês, em oito semanas, até ao meu
aniversário, etc.
o Por exemplo, ter um lucro de 10,000 MNZ até daqui a 3 anos é uma meta
vinculada no tempo, enquanto que se a meta fosse ter lucro de 10,000 MZN
apenas não o seria.
31
PERGUNTE: Porque é que acham que estas características são importantes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Por exemplo, metas que estão muito fora do meu alcance podem fazer com que me sinta
desencorajado e que acabe por me fazer abandonar o meu objectivo. Uma meta deve
levar-me a pensar ligeiramente para fora da minha zona de conforto para me sentir
estimulado e inspirado, mas não de forma pouco realista;
▪ Uma meta que não é específica não dá boa orientação;
▪ Uma meta não mensurável não me permite no final dizer/saber se atingi ou não o meu
objectivo;
▪ Nunca saberei se já atingi a minha meta/objectivo se não defini um limite temporal para
ela.

COMPLEMENTE os pontos-chave que não forem referidos pelos formandos.

ACTIVIDADE: Elementos de um plano 10 Minutos

10 min
EXPLIQUE Depois de termos definido os nossos objectivos profissionais, ou empresariais através
do modelo EMRRT, é importante criar um plano detalhado para mapear os passos concretos que
iremos dar para alcançá-lo.

PERGUNTE: Para além de objectivos e metas, quais são os outros elementos-chave que um bom
plano deve ter?

ESCREVA numa folha de bloco gigante b as palavras-chave acompanhando as intervenções dos


formandos.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Actividades – passos pequenos que podemos dar no próximo ano, no próximo mês, na
próxima semana, e hoje, para começar a avançar na direcção das nossas
metas/objectivos. Por exemplo: Se a minha meta é ser editora-gerente da revista para a
qual trabalho até daqui a 3 anos, posso definir como actividades voluntariar-me para
ajudar o actual editor-gerente nos projectos que ele lidera, ou marcar uma reunião com o
actual editor-gerente para traçar consigo um plano de formação para que obtenha as
competências necessárias para lá poder chegar;
▪ Recursos necessários - Recursos materiais, imateriais (ex. conhecimento), ou pessoas
que podem apoiar-nos no nosso caminho;
▪ Prazos – limite de tempo para a execução das actividades;
▪ Instrumentos de monitoria – Como irei saber que alcancei o meu objectivo? Que
evidências é que me ajudam a perceber se estou ou não no caminho certo ao longo do
processo? Servem para nos ajudar a acompanhar o nosso progresso do processo que nos
leva a atingir os nossos objectivos.

COMPLEMENTE os pontos-chave que não forem referidos pelos formandos.

DISTRIBUA a matriz do plano a cada formando e recapitule rapidamente as informações


resumidas a seguir mesmo que tenham sido mencionadas pelos formandos

Objectivos Metas Actividades Recursos Prazo Instrumentos


Longo-prazo Médio-prazo Curto Prazo necessários de monitoria

(Longo- Formulação Acções de Quais são os Data de início Como irei


prazo) EMRRT de curto prazo recursos e fim das saber que
Daqui a 10 metas que que devo necessários actividades alcancei a
anos - aquilo nos apoiam a fazer, ex. para executar actividade

32
que alcançar os Mensais as com sucesso?
pretendemos nossos Semanais actividades? Ou seja,
alcançar na objectivos Diárias indicadores
nossa vida profissionais que vou usar
profissional ou Ou passos para medir
ou empresariais que preciso
empresarial de dar para
alcançar as
minhas metas

ENCERRAMENTO 1.1 5 MINUTOS

DIGA ALGO como: Chegámos ao fim desta primeira sessão, mas o trabalho tem que ainda
começar.

PERGUNTE: Por que é que é importante definirmos objectivos profissionais e empresariais?

RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Os objectivos dão orientação e direcção para o futuro;
▪ Ter objectivos ajuda-nos a estar, ou continuar na direcção que queremos;
▪ Objectivos são uma fonte de motivação para a nossa vida.

PROPONHA o seguinte TPC: Até à nossa próxima sessão deverão ser capazes de:
▪ Definir individualmente os vossos objectivos profissionais ou empresariais;
▪ Definir metas aplicando o modelo EMRRT ;
▪ Elaborar o plano ideal para alcançar metas e objectivos.

DIGA que para já não terão de se preocupar com a coluna sobre instrumentos de monitoria.

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) pelo tempo e participação deles.

PEÇA uma salva de palmas para todos.

33
SESSÃO 2.2 PLANIFICAÇÃO E MONITORIA PARA O ALCANCE DOS OBJECTIVOS

Duração 60 Minutos
Critérios de ▪ Elabora um plano para alcançar metas profissionais/empresariais (II
desempenho PARTE)
▪ Aplica instrumentos e sistemas de monitoria na implementação dos
planos
▪ Identifica as suas habilidades e requisitos necessários para o
desenvolvimento profissional/ empresarial
Material ▪ Folhas de bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ Lista de avaliação de habilidades – 1 por formando

REVISÃO DA SESSÃO 2.1 20 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

EXPLIQUE: Antes de falarmos sobre a nossa agenda de hoje, vamos rever os planos que
prepararam como TPC, com os elementos que aprendemos durante a sessão anterior.

PEÇA aos(às) formandos(as) para trabalharem em duplas e apresentar em 5 minutos cada uma
síntese do plano.

PEÇA a cada participante que em 5 minutos partilhe com o seu colega do lado:
▪ Os objectivos/metas profissionais e empresariais traçados na sessão passada;
▪ O plano completo elaborado com:
o Actividades ou os passos a dar para alcançar as metas;
o Os recursos e prazos definidos para as actividades.

CIRCULE pela sala certificando-se que os formandos preencheram de forma correcta e completa
a matriz. Caso identifique que algum formando está a ter dificuldades explique-lhe novamente o
que se pretendia com a actividade.

EXPLIQUE que os formandos devem fornecer feedback um ao outro sobre as metas serem
EMRRT e os planos no geral.

10 min
PEÇA agora a alguns formandos para partilharem o seu plano com o grupo em 2 MINUTOS. No
final encoraje os outros formandos a partilharem ideias de mais actividades, ou recursos que
possam ajudar esse formando a atingir as suas metas e objectivos.

CERTIFIQUE-SE que as metas apresentadas são EMRRT e que os planos apresentados são
realistas e estão completos. Envolva os outros formandos para melhorar as metas, ou os planos,
se for necessário Certifique-se ainda que são mencionadas metas profissionais, ou empresariais e
não metas noutros âmbitos/contextos da vida.

INTRODUÇÃO 2.2 5 MINUTOS

EXPLIQUE: Agora que já temos os nossos planos de actividade, a sessão de hoje é dedicada à
elaboração de um plano de monitoria das actividades necessárias para alcançar os objectivos
profissionais, ou empresariais a que nos propusemos.

DIGA No final desta sessão serão capazes de:

34
▪ Identificar os instrumentos necessários para monitorar o progresso do vosso plano;
▪ Avaliar as habilidades e requisitos necessários para alcançarem os vossos objectivos.

PERGUNTE se alguém tem perguntas antes de continuarem.

ENCORAJE e RESPONDA a todas as perguntas antes de continuar.

ACTIVIDADE: Monitoria de um plano 20 Minutos

6 min
PERGUNTE: Em que acham que consiste a monitoria dos vossos planos?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Definir indicadores e respectivos alvos a acompanhar;
▪ Acompanhar a evolução das actividades e indicadores diariamente, semanalmente ou
mensalmente;
▪ Actualizar as informações que se tenham tornado desactualizadas (ex. caso identifique a
necessidade de completar passos/actividades que não tinha previsto);
▪ Usar um caderno para registar os resultados alcançados a cada ponto de controlo definido;
▪ Reflectir sobre as causas que me possam ter impedido de alcançar uma meta e identificar
acções para recuperar o atraso, ou evitar que esses percalços voltem a acontecer no
futuro (ex. se não consegui poupar o que queria, o que correu mal?).

EXPLIQUE: Iremos agora praticar como definir indicadores por actividade, periodicidades de
monitoria, etc.
Leia os seguintes exemplos e PEÇA aos(às) formandos(as) para pensar nos indicadores e na
periocidade.
▪ Actividade: graduar-se em culinária (% de testes onde foi aprovado que devem ser
monitorados por exemplo trimestralmente se o curso for de vários anos, ou mensalmente
se o curso for de apenas 1 semestre, etc.);
▪ Actividade: Poupar mensalmente 20% do meu lucro para investir dentro de seis meses no
equipamento (exemplo, máquinas de produção), para expandir o meu negócio (% do valor
poupado por mês, a periodicidade neste casa será mensal);
▪ Actividade: Escrever e Publicar 3 artigos por trimestre no jornal local para fortalecer o
meu CV como futura editora chefe. (N° de artigos escritos e publicados, Monitoria mensal
para acompanhar o progresso);
▪ Actividade: Fazer um estudo de mercado até Março 2021, que inclua o mapeamento dos
concorrentes e 3 entrevistas com clientes e fornecedores (N° de entrevista realizadas,
Mapeamento realizado até... periodicidade mensal, ou semanal dependendo do prazo).

10 min
DIGA ALGO como: Vamos agora praticar nos vossos planos.
CONVIDE os formandos a trabalharem individualmente.

4 min
CONVIDE alguns voluntários a partilharem os indicadores/evidências de progresso que planificou
para monitorar a execução do seu plano.

ACTIVIDADE: Avaliando Habilidades e requisitos 10 Minutos

EXPLIQUE: Para concluir, vamos reflectir sobre as habilidades e requisitos necessários para ser
bem-sucedido nos planos elaborados.

DISTRIBUA uma lista de avaliação de habilidades e requisitos por formandos.

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Habilidades essenciais de empregabilidade

Comunicação verbal
Capacidade de estabelecer boa relação com
outras pessoas

Boa comunicação verbal e escrita

Capacidade de resolução de problemas

Organização

Trabalho em equipa

Apresentação pessoal

Liderança

Gestão do tempo

Capacidade de negociação

Criatividade

Capacidade de tomada de decisão

Planificação de recursos

Honestidade e Sentido de responsabilidade

Adaptabilidade

PEÇA aos(às) formandos(as) para completar a avaliação de habilidades individualmente (em


silêncio) e diga que terão 5 minutos.

Depois de terminarem, DIVIDA os formandos em pares.

PEÇA a cada par para, em 4 minutos, discutirem que habilidades consideraram necessárias para
poderem concretizar os seus objectivos com sucesso.

PEÇA agora que priorizem, identificando o top 3 ou 5 das mais importantes.

PEÇA para alguns voluntários partilharem as habilidades que identificaram como prioritárias.

PEÇA agora aos(às) formandos(as) para avaliarem quais dessas habilidades já têm e quais é que
não possuem.

36
EXPLIQUE: Vocês podem ter percebido que têm ou não têm as habilidades necessárias para
alcançar os vossos objectivos profissionais/empresariais. Caso tenham percebido que há
habilidades chave que têm em falta vocês ainda têm a oportunidade de as desenvolver!

PERGUNTE: Quais são possíveis maneiras que temos para desenvolver as nossas habilidades?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Voluntariado;
▪ Fazendo um curso
▪ Participando de actividades extracurriculares;
▪ Trabalhando com um mentor;
▪ Lendo revistas específicas;
▪ Participando de grupos de discussão.

ENCERRAMENTO 2.2 5 MINUTOS

PEÇA aos(às) formandos(as) para anotarem as ideias que mais lhes despertaram a atenção na
elaboração do plano.

PEÇA também para anotarem o que acham que será mais difícil/mais fácil dar continuidade
sozinhos para tornar uma rotina a pratica de elaboração do plano, /implementação / monitoria

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) pelo tempo deles.


PEÇA UMA SALVA de palmas para todos.

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Tema 3: Candidatar-Se A Um Emprego

SESSÃO 3.1 PROCURA DE OPORTUNIDADES DE EMPREGO

Duração 60 Minutos
Critérios de ▪ Aplica os métodos e procedimentos eficazes para a procura de
desempenho oportunidades de emprego
Material ▪ Folhas de bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas,
necessário autocolantes
▪ Ficha - Construir a Tua Rede de Procura de Emprego (1 por
formando)
▪ Lista de websites/jornais/outros recursos relevantes existentes na
comunidade/país

REVISÃO DO TEMA 2 5 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO como: Vamos rever juntos as aprendizagens do TEMA anterior.

PERGUNTE: Qual é a coisa mais importante que aprenderam no TEMA anterior?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ter objectivos definidos ajuda-me a concretizá-los;
▪ Ter objectivos que sejam relevantes para o meu percurso e mensuráveis;
▪ Perceber que o critério mais importante para escolher o meu percurso é ter oportunidades
de crescer profissionalmente, etc.

PERGUNTE: Quais os elementos fundamentais de um plano para alcançar objectivos


profissionais/empresariais?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Objectivos/ Metas SMART;
▪ Actividades;
▪ Recursos necessários;
▪ Instrumentos de monitoria com bons indicadores e prazos bem definidos.

PERGUNTE: Quais são alguns exemplos de bons indicadores que desenvolveram para o vosso
plano?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Graduar-se em Jornalismo daqui a três anos (Indicador: N° de exames realizados por ano
para conseguir o diploma);
▪ Poupar mensalmente 20% do meu lucro para investir dentro de seis meses no
equipamento (exemplo, máquinas de produção) para expandir o meu negócio (% do valor
poupado por mês, a periodicidade neste caso será mensal);
▪ Melhorar as minhas capacidades de liderança e gestão de empresa dentro de seis meses
(N° de capacitações nas quais participei; artigos escritos e publicados, Monitoria mensal
para acompanhar o progresso).

INTRODUÇÃO AO TEMA 3 15 MINUTOS

DIGA ALGO como: Depois de termos reflectido sobre os nossos objectivos profissionais, ou
empresariais e elaborado o nosso plano, sabemos o que desejamos para a nossa vida
profissional e estamos prontos para ir à “caça” de um emprego que esteja alinhado com as nossas
escolhas profissionais.

38
Este terceiro tema irá apoiar-nos a treinar e desenvolver as competências necessárias para nos
candidatarmos a um emprego com sucesso.

PEÇA aos(às) formandos(as) para trabalharem dois minutos em pares e apontarem em 2


autocolantes diferentes: uma actividade que esperam realizar nas 4 sessões deste tema e uma
pergunta/dúvida que gostariam de conseguir responder, ou esclarecer até ao fim do tema que
corresponde ao resultado de aprendizagem:
▪ Candidatar-se a um emprego.

[Nota para o(a) formador(a): prepare duas folhas para pendurar na parede, uma com o título “1.
Actividades esperadas” e outra com o título “2. Dúvidas para esclarecer”].

PEÇA aos(às) formandos(as) para colarem os autocolantes nas folhas correspondentes


penduradas na parede.

LEIA em voz alta os autocolantes e comente se essa actividade, ou pergunta, faz parte dos
tópicos a abordar no módulo.

RESUMA dizendo que este é um TEMA muito rico onde iremos explorar todo o processo para nos
candidatarmos a um emprego:
▪ Os métodos e procedimentos mais eficazes para obter informações sobre oportunidades
de emprego;
▪ Seleccionar oportunidades de emprego alinhadas com as próprias competências;
▪ Preparar a documentação necessária para a candidatura a uma determinada
vaga/posição, ou seja, CV, carta de apresentação, referências e/ou certificados;
▪ Ajustar o CV mais genérico aos requisitos de uma vaga;
▪ Preparar-se para uma entrevista de emprego: Familiarizar-se com as perguntas mais
comuns em entrevistas de emprego e praticar como respondê-las (ex.: descrever o seu
perfil, virtudes, pontos fortes e fracos, objectivos e metas pessoais, sonhos e expectativas
de vida, qual o valor que pode acrescentar no novo posto, descrever o passado noutros
postos de trabalho, indicar a sua expectativa salarial, analisar um estudo de caso, etc.).

EXPLIQUE: Para começar, na sessão de hoje iremos identificar os métodos e procedimentos


mais eficazes para obter informações sobre oportunidades de emprego.

ABRA ESPAÇO para questões e RESPONDA às questões que surgirem antes de continuar.

ACTIVIDADE: Recursos de Listagem de Empregos 15 Minutos


5 min
DIGA ALGO COMO: Procurar trabalho é um trabalho. É preciso persistência, perseverança e
tempo para procurar.

INQUIRA o grupo se já alguma vez alguém esteve à procura de oportunidades de emprego, quer
formais quer informais.

PEÇA a alguns voluntários para contarem à turma o procedimento que usaram para pesquisar
oportunidades e um pouco da sua experiência a usar esse método e aponte numa folha de bloco
gigante esses métodos.

Se ninguém se voluntariar, esteja preparado para partilhar uma história pessoal sobre alguma vez
em que conseguiu encontrar uma oportunidade de emprego e o caminho que percorreu para
encontrar esse emprego.

Exemplo. Antes de ser formador(a) neste curso tive de dedicar o meu


tempo diariamente para visitar alguns sites de empresas que trabalham em

39
formação profissional e sites de emprego para encontrar e seleccionar as
oportunidades que mais se alinhavam com o meu perfil. Ao mesmo tempo
contei com a ajuda de amigos e parentes: Informei-os sobre o que eu faço
e sei fazer e o que é que exactamente eu estava à procura e eles
conseguiram ajudar-me partilhando vagas que encontraram e contactos de
pessoas com quem poderia obter mais informação.

PERGUNTE: Que métodos de procura de emprego que foram mencionados por mim?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Websites de emprego;
▪ Websites de empresas;
▪ Contactos pessoais, amigos e parentes.

PEÇA aos(às) formandos(as) para trocarem ideias em pares, durante 2 minutos, sobre que outros
métodos pensam que podem ser úteis para procurar oportunidades de emprego.

CONVIDE alguns voluntários a partilhar as suas ideias.

APONTE todas as respostas adicionais numa folha de bloco gigante.


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Visitas de prospecção porta-a-porta;
▪ Consulta de anúncios em agências ou centros de emprego;
▪ Consulta de anúncios em jornais;
▪ Anúncios afixados nos quadros comunitários de informações;
▪ Registar-se em websites de emprego para receber revistas com ofertas de emprego;
▪ Procurar se há programas de emprego para jovens na comunidade onde vivo.

DIGA aos(às) formandos(as) que hoje vamos focar-nos em duas estratégias principais.

AFIXE as folhas de bloco gigante com os títulos “Listagens de Empregos” e “Rede de Contactos”
em lados opostos da sala.

EXPLIQUE: Vamos começar com os Recursos de Listagem de Empregos. Esses são os anúncios
de emprego tradicionais e as suas publicações nos jornais, quadros de informações comunitários,
agências de emprego e recursos online. Essas listagens normalmente fornecem informações
detalhadas sobre a vaga e têm um prazo específico para submissão da candidatura.

PERGUNTE:
▪ Que páginas online de publicação de vagas e oportunidades de trabalho conhecem ou já
tiveram a oportunidade de usar em Moçambique?
▪ Quais são os jornais que conhecem que têm uma secção de vagas de emprego?
▪ Que agências de emprego conhecem em Moçambique?

CONVIDE os formandos a trabalharem em pares e a listarem o maior número possível de


websites, jornais e agências de emprego que conhecem.

DÊ agora alguns autocolantes a cada par de formandos e PEÇA que escrevam um método por
autocolante. Quando eles terminarem de escrever os seus exemplos, CONVIDE os formandos a
colarem os seus autocolantes no bloco gigante bloco gigante, agrupando todos os que forem
iguais aos que já estão lá colados.

PROMOVA uma conversa sobre os recursos que os formandos identificaram, nomeadamente


salientando se há um método que todos parecem conhecer, se os métodos são maioritariamente
websites, ou outros meios “físicos”, etc.

COMPLEMENTE as ideias deles com as seguintes, caso não tenham sido referidas:
40
Website existentes
▪ https://www.emprego.co.mz/
▪ https://emprego.infromoz.com/
▪ https://emprego.mmo.co.mz/

Jornais que têm esta secção:


▪ Jornal de Notícias: https://www.jornalnoticias.co.mz/ (físico e online)
▪ Sapo: https://emprego.sapo.pt/offers?search=mo%C3%A7ambique (online)

Agências:
▪ Contact: https://www.contact.co.mz/pt/recrutamento/ofertas-de-emprego
▪ P.R.I Consultants
▪ GRH
▪ Atittude

[Nota para o(a) formador(a): Escreva no bloco gigante.]


PERGUNTE: Quais são algumas das vantagens e desvantagens do uso destes métodos?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Algumas plataformas enviam automaticamente as vagas e são de acesso gratuito;
▪ Através das plataformas a concorrência é maior;
▪ As plataformas são bastante respeitadas no mercado;
▪ Plataformas Online podem causar problemas de acesso, porque é preciso aceder a um
computador, ou smartphone e internet;
▪ Empregos são limitados para algumas áreas que são do meu interesse. Jornais físicos
geralmente são pagos;
▪ Por vezes os anúncios estão desactualizados (ex. já passou a data de candidatura);
▪ Centros de emprego e agências podem dar apoio na candidatura e ajudar a identificar as
vagas que mais se aplicam ao meu perfil;
▪ Visitas porta-a-porta demoram tempo e nem sempre têm o retorno desejado;
.
DISCUTA agora com os formandos o que eles acham sobre considerar oportunidades de estágio
como portas de entrada para o emprego.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ é parte do processo de formação, mas é difícil ter acesso, existem poucas oportunidades,
ou não as conhecemos;
▪ Se o estágio não for remunerado, ou as despesas de deslocação não forem reembolsadas
torna-se complicado para ter acesso sem prejuízos;
▪ Oferece uma óptima oportunidade para abrir aos jovens as portas do mercado do trabalho.

EXPLIQUE que os estágios permitem aumentar a nossa experiência de trabalho, competências e


habilidades tornando-nos mais aptos para um emprego; dão-nos uma oportunidade de mostrar ao
empregador o nosso valor para que ele veja que contratar-nos é uma aposta boa e também
podem levar a contactos úteis para a nossa rede de contactos de procura de emprego.

PARTILHE com os formandos que: Visitar regularmente as páginas de internet de alguns


empregadores que nos interessam também é uma boa ideia para ver se eles têm algum anúncio
de vagas novo. Pode ser também interessante apresentar candidaturas espontâneas numa
empresa, ou organização que admiram e gostariam de ter a oportunidade de vivenciar o seu
ambiente e oportunidades de trabalho por perto.

ACTIVIDADE: Construir uma rede de Procura de Emprego 20 Minutos

2 min

41
PERGUNTE: O que é que acham que queremos dizer quando falamos de uma rede de procura
de emprego?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ É uma rede de contactos pessoais e profissionais;
▪ São as pessoas que conhecemos;
▪ Podem ser antigos empregadores, amigos, vizinhos, proprietários de negócios, familiares,
professores, ou líderes da comunidade.

PERGUNTE: Por que é que é importante ter uma rede de procura de emprego?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Essas pessoas podem informar-nos sobre vagas de emprego;
▪ Essas pessoas podem apresentar-nos a pessoas de empresas/negócios com vagas
abertas, ou que podem mesmo estar à procura de alguém para preencher uma vaga na
sua própria empresa/organização/negócio.

DIGA aos(às) formandos(as) que agora eles vão explorar com maior detalhe esta outra estratégia
de procura de emprego.

ENTREGUE a ficha “Construir a Tua Rede de Procura de Emprego” a cada formando.

DÊ 5 minutos para os formandos preencherem as caixas da ficha com o máximo de nomes que se
lembrarem de pessoas, que eles pensam que os podem ajudar na sua procura de emprego. A
lista deve ser tão longa quanto possível.

FICHA “Construir a Tua Rede de Procura de Emprego”.

Antigos Empregadores Antigos colegas Professores

Familiares Proprietários de Negócios Líderes Religiosos e/ou


Locais comunitários

Amigos Vizinhos Coordenadores de


Voluntariado

PEÇA a alguns voluntários para partilharem com a turma alguns dos tipos de contactos que
identificaram na sua rede de procura de emprego em cada um dos quadrados.

2 min
PERGUNTE e aponte as respostas numa folha de bloco gigante: Quais são as informações mais
importantes a passar e recolher destes contactos numa conversa sobre procura de emprego?
42
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Falar-lhes sobre o tipo de trabalho em que estamos interessados;
▪ Perguntar-lhes se sabem alguma coisa sobre esse sector/indústria e ouvir atentamente a
resposta deles;
▪ Pedir para eles partilharem o nome de potenciais pessoas de contacto, o nome de
empresas nesse sector, o nome de funcionários, ou outras ideias;
▪ Perguntar-lhes se poderiam ajudar a divulgar o CV no caso de surgirem potenciais
oportunidades de emprego;
▪ Pedir uma carta de recomendação que possa juntar à sua candidatura.

11 min
PEÇA aos(às) formandos(as) para procurarem um par.

Explique que agora vai ler, em voz alta, 2 situações: Na primeira situação, o “A” vai ser o
empregador e/ou recurso da rede de contactos e o “B” será o jovem à procura de trabalho. Na
segunda situação, vão trocar os papéis e o “B” torna-se o empregador e/ou recurso da rede de
contactos e o “A” será o jovem à procura de emprego. PEÇA a cada par para definir qual deles
será o “A” e qual é que será o “B” na primeira situação.

[Nota para o(a) formador(a): Pode ser útil escrever alguma informação chave sobre cada cenário
no bloco gigante/quadro para ajudar os formandos a visualizar as situações.]

LEIA a primeira situação. DÊ 3 minutos para os pares representarem a situação nos papéis que
lhes foram atribuídos.

LEIA a Situação N° 1: Sempre quiseste trabalhar numa companhia aérea. Vives perto do
aeroporto e a tua vizinha trabalha como agente de serviço aos passageiros/agente de check-in
para uma companhia aérea regional. Queres falar com ela para saber se existem vagas abertas e
pedir-lhe para te manter informado se souber da abertura de alguma vaga. Também queres
perguntar-lhe se ela aceita ser uma das tuas referências.

LEIA a Situação N° 2: Estás a passar à frente a um supermercado e vês um papel na janela que
diz “Admite-se Empregado(a)”. Entras na loja e pedes para falar com o gerente sobre o emprego
que estão a anunciar. Queres saber qual é o cargo que querem preencher, com que urgência eles
querem contratar uma pessoa nova e como é que te podes candidatar ao cargo.

Depois da primeira simulação RELEMBRE aos pares que devem trocar de papéis. Agora os “A”
são o empregador e/ou recurso de procura de emprego e os “B” os jovens à procura de emprego.
Dê 3 minutos para os formandos representarem o cenário em pares.

Quando terminarem as representações, PERGUNTE: Qual dos papéis foi mais fácil de
desempenhar? O papel de jovem à procura de emprego, ou o papel de empregador/ recurso de
procura de emprego?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ O papel de jovem é mais difícil porque me sinto numa posição desconfortável, não gosto
de incomodar pessoas da minha rede de procura de emprego;
▪ No lugar da pessoa na minha rede de procura de emprego, percebo que não estou a
incomodar ninguém, pode ser também interessante para ele/ela saber que estou a procura
de um emprego;
▪ É interessante estar no papel do empregador, porque percebo o ponto de vista dele e o
interesse que tem em seleccionar alguém.

PERGUNTE: Que dificuldades tiveram enquanto jovem à procura de emprego?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Não me sinto confiante nas minhas capacidades;
▪ É difícil apresentar-se, não sei o que dizer.
43
RELEMBRE: Mesmo não sendo uma entrevista de emprego, as conversas com as pessoas das
nossas redes de contactos também devem ser preparadas para garantir que passamos todas as
informações relevantes e recolhemos todas as informações relevantes. Dependendo de quem é a
pessoa com quem vamos falar e a proximidade que temos com essa pessoa, poderemos ter
apenas uma oportunidade de a abordar, ou causar boa impressão!

RELEMBRE que a procura por um emprego pode demorar muito tempo e exigir dedicação e
compromisso. Por isso, o feedback e as ideias de procura de emprego que recebemos de
potenciais empregadores e de membros da nossa rede de procura de emprego podem ser muito
úteis quando iniciamos esta procura.

ENCERRAMENTO 3.1 5 MINUTOS

REVISÃO dos objectivos da sessão.

PERGUNTE: Será que podemos usar vários destes métodos em simultâneo?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ A procura por um emprego pode demorar muito tempo e exigir dedicação e compromisso.
Diversificar os métodos e usa-los em simultâneo é sem duvida uma estratégia
eficaz/rápida de procura de emprego.

PERGUNTE: Com base nas reflexões que fizemos, qual é a estratégia que gostariam de pôr em
prática para começarem a procurar um emprego?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Quero ganhar confiança com a minha rede de contactos;
▪ Quero visitar periodicamente os sítios de agências para mim interessantes;
▪ Quero concentrar-me na procura porta-a-porta de estágios profissionalizantes.

RESUMA Quantos mais métodos de pesquisa de oportunidades de emprego usarmos mais rápida
e eficaz será a nossa pesquisa e maior a probabilidade de encontrarmos uma vaga de que
gostamos!

DIGA ALGO como: Como TPC iremos praticar a aplicação de pelo menos um dos métodos e
procedimentos debatidos durante a sessão para a procura de oportunidades de emprego.

DIGA Cada formando deverá trazer detalhes de pelo menos três anúncios que
encontrou/potenciais oportunidades de emprego preferencialmente adequadas à área de
formação na próxima sessão.

EXPLIQUE que este trabalho nos ajudará na próxima sessão a:


▪ Preparar uma candidatura;
▪ Comparar o nosso perfil e competências com os requisitos da vaga/posto de trabalho para
seleccionar as vagas de emprego mais adequadas para candidatura

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) o tempo e participação deles.


PEÇA uma salva de palmas para todos.

44
SESSÃO 3.2 ELABORA O CV E A CARTA DE APRESENTAÇÃO

Duração 75 Minutos
Critérios de ▪ Elabora o CV e carta de apresentação
desempenho

Material ▪ Folhas de bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas,


necessário notas adesivas
▪ Ficha secções principais de um CV (1 por cada par de formandos)
▪ Exemplos de CV (bom e mau) (1 por formando)
▪ Ficha Modelo de CV (1 por formando)
▪ Ficha de análise de CV (1 por cada grupo) e Lista de controlo de
aspectos chave a considerar para escrever um CV
▪ Quebra-cabeça de uma Carta de Apresentação (1 por grupo)
▪ Bloco gigante “Elementos da Carta de Apresentação”
▪ Modelo de carta de apresentação (1 por formando)

REVISÃO SESSÃO 3.1 2 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO como: Vamos rever juntos as aprendizagens do TEMA anterior.

PROCURE perceber se todos os formandos fizeram o TPC e se a listagem de métodos de


procura de empregos foi útil para procurar vagas.

PERGUNTE: Conseguiram encontrar algumas vagas interessantes? Se sim, onde encontraram


essas vagas?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Anúncio num jornal;
▪ Pesquisa num site;
▪ Pesquisa numa agência de emprego.

PEÇA a alguns formandos que partilhem rapidamente os principais detalhes de uma vaga que
encontraram.

PERGUNTE: Agora que já sabemos como identificar oportunidades de emprego e já identificámos


algumas vagas qual é o próximo passo?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Elaborar o CV.

INTRODUÇÃO 3.2 2 MINUTOS

EXPLIQUE: No processo de nos candidatarmos a um emprego, o curriculum vitae é uma


ferramenta essencial. Este é geralmente acompanhado por uma carta de apresentação.

DIGA: No fim desta sessão você serão capazes de:


● Identificar os elementos principais de um curriculum vitae (CV);
● Criar um curriculum vitae completo;
● Identificar quais são as informações pessoais e profissionais que devem ser destacadas
numa carta de apresentação.;
● Elaborar uma carta de apresentação.

45
ABRA ESPAÇO para questões e RESPONDA às questões que surgirem antes de continuar.

ACTIVIDADE: Características essenciais de um bom CV 10 Minutos

EXPLIQUE: Um documento essencial que geralmente precisamos quando nos candidatamos a


um emprego é o Curriculum Vitae, ou CV. O CV é um documento que resume as nossas
principais competências e habilidades, bem como o nosso histórico escolar/de educação e
profissional para nos candidatarmos a um emprego.

CONVIDE os formandos a levantarem a mão se alguma vez escreveram um CV?

DIGA Vamos agora olhar para alguns exemplos.

DIGA aos(às) formandos(as) para imaginarem o seguinte cenário: São o Gestor de Recursos
Humanos de um hotel local muito conhecido, responsável por contratar novos funcionários. Diga-
lhes que acabaram de receber 2 candidaturas de emprego de pessoas que querem ser
contratadas como novo chefe de cozinha.

Distribua uma cópia da ficha “Exemplos de CV” a cada participante.

[Nota para o(a) formador(a): Esta ficha inclui dois exemplos de CVs: Jorge Malévolo (1° exemplo
de CV) que é um exemplo de um CV “mau” e pouco atractivo e Jorge Bom amigo (2° exemplo de
CV) que em comparação ao exemplo n° 1 é um exemplo de um CV “bom”.]

FICHA
EXEMPLOS DE CV

1° Exemplo de CV

(20) CURRICULUM VITAE

(b) Jorge Malévolo


Morada: Rua do Parque, Inhambane
Inhambane

€ Nacionalidade: Moçambicana
Data de Nascimento: 01 de Fevereiro de 1990
Estado Civil: Solteiro

(d) Formação Académica: 1989 – 1996 Escola Primária Metodista


1996 – 2001 Escola Secundária do Bairro C
2008 NSDC

Experiência Profissional: trabalhou no Hotel Jubileu como servente e fazendo muitas tarefas.
Trabalhou no Delícias do Mar como cozinheiro. início

(e) Qualificações: programa de formação de 8 meses na NSDC em Comidas e Bebidas.

Conhecimento detalhado de vinhos requintados, licores e organização de mesas.

Competências excepcionais de relações interpessoais e capacidade para se relacionar com todos


os tipos de clientes.

Capacidade para estar sentado, ou de pé, durante muitas horas e trabalhar de forma eficaz.
Proficiente no uso do Pacote Microsoft Office.
46
(f) Referências: João Carlos-4500000; José Cossa-4533333

2° Exemplo de CV

Jorge Bom Amigo


Rua do Parque, Inhambane
Telemóvel: 2899900 jorgeb@geormail.com

FORMAÇÃO/QUALIFICAÇÕES
Programa de Certificação em Comida e Bebidas – Nível 1
Centro Nacional de Desenvolvimento de Competências Jan.-Ago. 2011
Graduado com classificação de inteiramente competente

Certificado de Primeiros Socorros


Cruz Vermelha de Inhambane Set. 2011

5 certificados incluindo Inglês nível 1 e Comida e Nutrição nível 1


Escola Secundária do Bairro C 1996-2001

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Servente – Hotel Jubileu, Maxixe, 2001-2005
▪ Trabalhou como membro de uma equipa dinâmica, algumas vezes sob pressão.
▪ Prestou serviço excepcional aos clientes.

Cozinheiro – Delícias do Mar, Vilankulo, 2005-2007


▪ Preparou pequenos-almoços e almoços tradicionais moçambicanos.
▪ Preparou menus sozinho.
▪ Foi responsável pelos custos de ingredientes e comida para a cozinha.
▪ Serviu às mesas em períodos movimentados.

APTIDÕES E COMPETÊNCIAS
▪ Conhecimento detalhado de vinho requintado, licores e organização de mesas.
▪ Competências excepcionais de relações interpessoais e capacidade para se relacionar
com todos os tipos de clientes.
▪ Capacidade para estar sentado ou de pé durante muitas horas e trabalhar de forma eficaz.
▪ Proficiente no uso do Pacote Microsoft Office.

Referências disponíveis mediante solicitação.

5 min
PEÇA aos(às) formandos(as) para lerem os dois CVs, durante 5 minutos e decidirem qual dos CV
é que os convence mais e porquê.

LEIA o nome de cada candidato no exemplo de CV e PEÇA ao grupo para votar, pondo a mão no
ar, qual dos dois potenciais funcionários é que eles considerariam para o emprego com base nos
seus CVs.

PERGUNTE: Porque é que escolheram o CV do Jorge Bom Amigo?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ O CV é mais atractivo;
▪ A estrutura é mais organizada;
▪ É mais fácil identificar informações sobre cada âmbito (Qualificações, experiências
profissionais, aptidões e competências);
47
▪ Não tem erros ortográficos;
▪ É específico nas tarefas que desempenhou em empregos anteriores.

[Nota para o(a) formador(a): escrever os tópicos no bloco gigante]

Explique O Exemplo n°2 tem algumas características positivas, mas pode ainda sem dúvida ser
melhorado. Ao longo desta sessão iremos perceber todas as regras fundamentais que o nosso CV
deve respeitar.

PERGUNTE: Quais acham que devem ser algumas dessas regras e porquê?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Perfeito nos detalhes - não deve conter erros de ortografia, ou gramática, ou de digitação
que descredibilizam o nosso CV.;
▪ Focado – devemos personalizar/ajustar o CV para cada trabalho para que ele esteja
alinhado com a posição específica a que nos estamos a candidatar (ex. usando palavras-
chave da vaga de emprego que façam parte da minha experiência/habilidades);
▪ Limpo e organizado – devemos organizar a informação no CV para que seja fácil de ler e
entender, agrupando a informação por temas. Se possível deve ser digitado a computador
e apresentado de forma esteticamente agradável;
▪ Ser curto O currículo não deve ser por norma superior a 2 faces de uma folha A4 e no
inicio da carreira é aconselhável não ultrapassar 1 página – currículos longos tendem a
não ser lidos, porque geralmente os empregadores têm pouco tempo;
▪ Honesto e positivo - nunca devemos dar informação falsa ou enganosa para tornar o
nosso CV mais atractivo ao empregador. Ex. mentir ou aumentar cargos, datas de
graduação ou contratação. Por outro lado, devemos sim enfatizar conquistas, pontos
fortes, sucessos. Muitas vezes os empregadores fazem uma verificação das informações,
mas mesmo quando não o fazem não queres ser apanhado a mentir numa entrevista
porque isso far-te-ia perder uma oportunidade de emprego!

COMPLEMENTE os pontos que não forem referidos pelos formandos.

RESUMA: O nosso CV é muitas vezes a primeira e única impressão que um empregador tem de
nós. Por isso é fundamental ter um bom CV quando estamos à procura de trabalho de forma a
tornarmo-nos candidatos atractivos para os empregadores e termos mais probabilidades de
conseguir a atenção do empregador e o trabalho.

PERGUNTE: Antes de continuarmos, há alguma pergunta?

ACTIVIDADE: As secções principais de um CV 15 Minutos

EXPLIQUE: Como vimos, o CV é uma ferramenta importante usada para apresentarmos o nosso
conjunto único de aptidões, competências, conhecimentos e experiências aos potenciais
empregadores, com o objectivo de conseguir uma entrevista. Em todos os CV há secções que é
essencial ter.

PEÇA aos(às) formandos(as) para se juntarem em pares.

DISTRIBUA a Ficha “Secções principais de um CV” a cada par.

EXPLIQUE que no lado esquerdo da ficha temos todas as secções que um CV deve ter e no lado
direito temos a definição/ explicação do que cada secção deve conter.

PEÇA a cada par de formandos para em 2 minutos conectar os nomes da secção à esquerda com
as descrições do conteúdo à direita.

48
Ficha
As secções principais de um CV

SECÇÃO DEFINIÇÃO/ EXPLICAÇÃO

Nome(s) da(s) escola(s) que você


estudou, data(s) de conclusão ou de
Cabeçalho e Detalhes de graduação e área(s) de estudo.
Contacto DICA: Lista em ordem cronológica,
com o programa mais recente em
primeiro lugar.
O(s) nome(s) e informações de
contacto de 2 ou 3 pessoas que
podem recomendá-lo para a
Educação
posição.
Não use os membros da família.

Suas informações de contacto,


Experiência profissional incluindo e-mail e número de
telefone

Quaisquer talentos especiais ou


capacidades que você tem que não
são representados em outras partes
do CV, por exemplo, conhecimentos
Voluntariado
de informática ou
exemplos das competências que
possui e que satisfazem os critérios
do empregador
Nome(s) de empresa(s) ou de
pessoa(s) que você tenha
trabalhado, incluindo o período de
Habilidades especiais tempo, título do cargo e
responsabilidades. Lista em ordem
cronológica, com a posição mais
recente em primeiro lugar.
Incluir trabalho comunitário ou
voluntário, bem como estudo e
trabalho remunerado para prova. Os
nomes das organizações onde tem
Referências
trabalhado como voluntário – se for
relevante para a vaga – assim como
o período de tempo e
responsabilidades.

49
[Nota para o(a) formador(a): utilize o seguinte esquema para se guiar na correcção do trabalho
feito pelos formandos]

SECÇÃO DEFINIÇÃO/ EXPLICAÇÃO

Nome(s) da(s) escola(s) que você


estudou, data(s) de conclusão ou de
Cabeçalho e Detalhes de
graduação e área(s) de estudo.
Contacto
DICA: Lista em ordem cronológica,
com o programa mais recente em
primeiro lugar.
O(s) nome(s) e informações de
contacto de 2 ou 3 pessoas que
podem recomendá-lo para a
Educação
posição.
Não use os membros da família.

Suas informações de contacto,


Experiência profissional incluindo e-mail e número de
telefone

Quaisquer talentos especiais ou


capacidades que você tem que não
são representados em outras partes
do CV, por exemplo, conhecimentos
Voluntariado
de informática ou
exemplos das competências que
possui e que satisfazem os critérios
do empregador
Nome(s) de empresa(s) ou de
pessoa(s) que você tenha
trabalhado, incluindo o período de
Aptidões e Competências
tempo, título do cargo e
responsabilidades. Lista em ordem
cronológica, com a posição mais
recente em primeiro lugar.
Incluir trabalho comunitário ou
voluntário, bem como estudo e
trabalho remunerado para prova. Os
nomes das organizações onde tem
Referências
trabalhado como voluntário – se for
relevante para a vaga – assim como
o período de tempo, e
responsabilidades.

PEÇA a um voluntário para apresentar uma das combinações que fez, repetindo o processo até
que todas as combinações sejam revistas. Caso algum formando faça uma associação incorrecta
pergunte à turma se concordam e qual acham que seria a relação correcta.

COMPLEMENTE com o seguinte material após cada combinação.

▪ Cabeçalho e Detalhes de Contacto: O cabeçalho deve incluir os dados pessoais


essenciais. O nome oficial/ do BI (não alcunha) deve aparecer em cima e deve destacar-se
50
de tudo o resto na folha. Queres que o empregador se lembre de quem és. Inclui
geralmente também a nossa morada e número de telefone. Se usarmos email, inclui
também o endereço de email. No caso da inclusão da data de nascimento, nacionalidade e
fotografia há diferentes opiniões e hábitos culturais da relevância da inclusão, ou não.

▪ Perfil pessoal: Esta é uma declaração pessoal opcional no início do CV para mostrar as
nossas principais aptidões, experiências e qualidades pessoais. Inclui geralmente palavras
positivas e de acção tais como “competente”, “adaptável”, “responsável” e “organizado”.
Notem que e é importante rever esta declaração de cada vez que nos candidatamos a um
emprego diferente de forma a destacar aspectos específicos relevantes dessa vaga e ir de
encontro aos requisitos de cada emprego. Esta declaração deve ajudar a tornar claro que
somos a pessoa certa para o emprego. Geralmente quando o nosso CV é acompanhado
por uma carta de apresentação (documento que vamos ver depois) não precisamos de
incluir esta declaração

▪ Formação académica/profissional e outras qualificações: Serve para destacar os


nomes e datas de graduação (ou datas previstas para a graduação) de toda(s) a(s)
formação(ões) que recebeste, ou instituições de ensino que frequentaste. Inclui eventuais
qualificações e formações em trabalhos anteriores (por exemplo, formação em saúde e
segurança ou um certificado em higiene alimentar). Deve-se colocar o mais recente
primeiro.

▪ Experiência profissional: Nesta secção devemos incluir os antigos empregadores, as


suas moradas/localizações, as datas em que estivemos contratados por eles e os títulos
dos cargos assumidos. Pode ser importante criar um título adequado para descrever as
funções se não tínhamos um cargo com nome especificado e devemos incluir pelo menos
uma ou duas linhas de descrição sobre as principais funções e responsabilidades para que
o empregador tenha mais informação. É importante organizar os dados relacionados com
emprego/trabalho/empreendimento ou negócio, a partir dos mais recentes aos mais
antigos; o mesmo se aplica em relação à formação académica.

▪ Voluntariado: Os empregadores gostam de ver pessoas que se envolveram em


actividades comunitárias ou escolares. Nesta secção, lista as actividades em que
participaste e as organizações de que fizeste parte (ex.: grupos de jovens, clube de teatro,
associação de estudantes, desportos, etc.). Esta secção pode reforçar a tua candidatura
se os passatempos e actividades de lazer destacarem responsabilidades e competências
relevantes para o emprego a que te estás a candidatar. Por exemplo, pertencer a um clube
ou a uma sociedade na qual organizas actividades pode-te ajudar a destacar
competências de liderança. Ou teres realizado um desporto de equipa pode ajudar-te a
destacar competências de trabalho em equipa.

▪ Referências: Serve para listar pessoas que possam atestar a nossa experiência, pessoas
credíveis que possam falar sobre o nosso carácter e testemunhar que somos um bom
trabalhador. Antigos empregadores, professores, directores, conselheiros e amigos adultos
da família são boas referências. É sempre necessário incluir os seus números de contacto
caso o empregador os queira contactar para pedir informações. Nunca devemos usar
amigos ou familiares como referências profissionais. Além disso devemos sempre informar
e pedir autorização às potenciais pessoas de referência a incluir no CV para que possam
estar preparadas para um eventual contacto.

PERGUNTE aos(às) formandos(as) se eles têm dúvidas ou outras ideias para partilhar sobre a
redacção de um CV com base na sua experiência pessoal.

RESUMA: De uma forma resumida, na base do que acabámos de conversar, um CV:


▪ Descreve as nossas qualificações académicas;
51
▪ Menciona as experiências profissionais que tivemos;
▪ Menciona pessoas de referência;
▪ Comunica aptidões, interesses e passatempos relevantes;
▪ Fornece os detalhes para o empregador poder contactar-nos.

FAÇA a seguinte pergunta aos(às) formandos(as) em formato “leilão”.

PERGUNTE: Quanto tempo é que os empregadores geralmente gastam a olhar para um CV?

ANUNCIE quem foram os formandos que ficaram mais próximos da resposta correcta.
REPSOSTA CORRECTA: Menos do que 30 segundos.

EXPLIQUE: Normalmente os empregadores recebem centenas de CVs para uma única vaga. Não
têm tempo para ler todos.
Por isso, temos que chamar à atenção com cada palavra que escrevemos, ser sucintos e escrever
apenas o que é relevante.

ACTIVIDADE: Análise de um CV 10 Minutos

EXPLIQUE que com base nas nossas aprendizagens até agora vamos agora ajudar o Jorge a
melhorar o seu CV.

PEÇA ao(a) formando(a)s para se juntarem em pequenos grupos e voltarem a ter à sua frente o
CV de Jorge Malévolo usado antes e ENTREGUE a cada grupo uma Ficha de Análise de CV e o
lista de controlo de aspectos chave a ter em consideração para escrever um excelente CV.
EXPLIQUE que podem usar o lista de controlo como ajuda para preencher a Ficha de análise.

Ficha de analise

Sessões do CV Dicas para um CV mais eficaz Dicas para corrigir os erros


mais comuns

52
Ficha
Lista de controlo de aspectos chave para escrever um excelente CV

▪ Não incluir as palavras “Curriculum Vitae” em cima. É óbvio o que o documento é;
▪ Acrescenta o endereço de email e telefone, indicando, se necessário entre parêntesis o
meio mais conveniente para os empregadores te contactarem.
▪ O cabeçalho deve ser atractivo, por isso devemos centrar e colocar esta secção a negrito
para ajudar a destacar esta informação;
▪ Também não precisas de incluir informação como a tua Nacionalidade (a não ser que seja
solicitado), data de nascimento, idade e estado civil, uma vez que esta informação não
deveria estar na base da decisão de um empregador;
▪ A Formação deve ser listada cronologicamente de forma descendente com a informação
mais recente (e normalmente mais importante) primeiro;
▪ A formatação deve evitar espaçamentos desnecessários, datas desalinhadas, para não
dar a impressão de ser um documento feito à pressa e desorganizado;
▪ Devem evitar-se abreviaturas que não sejam pelo menos uma vez descritas porque os
leitores podem não saber a que se refere;
▪ A data de conclusão dos estudos deve ser incluída assim como as principais disciplinas
frequentadas (especialmente se forem relevantes para a área em que estás à procura de
emprego);
▪ Não é necessário incluir o ensino primário.
▪ A experiência listada deve incluir as datas de início e conclusão, destacar as principais
funções e as competências desenvolvidas no trabalho;
▪ Não ter erros;
▪ Incluir o endereço postal e de email das pessoas de referência;
▪ A expressão “Referências disponíveis mediante solicitação” pode ser usada como
alternativa, uma vez que normalmente as referências são consideradas na fase de
entrevistas.

PERGUNTE: Que pontos identificaram que poderiam ser melhorados com base na lista de
controlo e como poderiam ser melhorados?
RESPOSTAS ESPERADAS
● Uso da abreviatura NSDC – escrever por extenso;
● Falta incluir data de conclusão dos estudos;
● Formatação;
● Erros ortográficos – fazer uma nova revisão no final;
● Falta o endereço postal e de email das pessoas de referência;
● Não incluir as palavras “Curriculum Vitae” em cima. É óbvio o que o documento é;
▪ Acrescenta o endereço de email e telefone, indicando, se necessário entre parêntesis o
meio mais conveniente para os empregadores te contactarem;
▪ O cabeçalho deve ser atractivo, por isso devemos centrar e colocar esta secção a negrito
para ajudar a destacar esta informação;
▪ A Experiência Profissional e a Formação devem ser listadas cronologicamente de forma
descendente com a informação mais recente (e normalmente mais importante) primeiro;

PERGUNTE: Antes de continuarmos, há alguma pergunta?

ACTIVIDADE: Elaborar o meu CV 8 Minutos

ENTREGUE uma ficha “Modelo de CV” a cada formando.

PEÇA que cada formando que elabore o seu currículo.

SUPERVISIONE a tarefa circulando pela sala, para garantir que os formandos estão a preencher
o modelo correctamente e para responder a eventuais perguntas.

53
DÊ-lhes 13 minutos para preencherem o modelo.

EXPLIQUE: Os empregadores podem solicitar um CV, ou um formulário de candidatura (que tem


geralmente a mesma informação que um CV, mas é preenchido num formulário específico
fornecido pelo empregador).

54
Modelo de CURRICULO VITAE

_________________________________[O Teu Nome]

__________________________[Rua] ____________________________ [Cidade]

_________________________________[Número de Telefone],
___________________________[Endereço de Email]

FORMAÇÃO ACADEMICA /PROFISSIONAL


Nome da Escola/Organização
Localização da escola/instituição
Datas de inicio e graduação
Qualificação (Ex.: Certificado, Diploma)
Tópicos/Conteúdos principais

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Nome da Empresa:
Local da empresa:
Período de emprego:
Cargo:
Descrição principais actividades/responsabilidades

Nome da Empresa:
Local da empresa:
Período de emprego:
Cargo:
Descrição principais actividades/responsabilidades

APTIDÕES E COMPETÊNCIAS
Enuncia aqui aptidões informáticas, linguísticas ou outras aptidões pessoais

REFERÊNCIAS

Nome da Pessoa
Cargo
Número(s) de Telefone
Endereço de Email

Nome da Pessoa
Cargo
Número(s) de Telefone
Endereço de Email

55
ACTIVIDADE: Carta de apresentação 15 Minutos

EXPLIQUE aos(às) formandos(as) que quando preparamos a nossa candidatura para um


emprego, para além do CV teremos que elaborar um outro documento muito importante: a carta
de apresentação. O nosso CV e a carta de apresentação são as duas principais ferramentas para
preparar as nossas candidaturas durante a procura de emprego.

DIGA aos(às) formandos(as) que ter uma boa carta de apresentação é tão importante como um
aperto de mão firme – determina o tom da nossa candidatura e serve como apresentação ao
potencial empregador, despertando-lhe ou não o interesse para continuar a ler o CV e
eventualmente chamar-nos para entrevista.

DIVIDA os formandos em pequenos grupos.

ENTREGUE a cada grupo um envelope contendo o “Quebra-cabeça de uma Carta de


Apresentação” recortado por bloco:

QUEBRA-CABEÇA DE UMA CARTA DE APRESENTAÇÃO

Sra. Jacinta Macamo


Rua Principal,
N.o 123 Cidade Boa,
País Maravilhoso
23 de Julho de 2021
Sr. José Matola
Director de Recursos Humanos Cidade da Praia
País Maravilhoso
Exmo. Sr. José,

O meu nome é Jacinta Macamo e escrevo-lhe porque o seu anúncio de uma vaga para
assistente de cozinheiro chamou a minha atenção, uma vez que estou a começar a minha
carreira profissional em Artes Culinárias, no seguimento da minha graduação junto do Centro de
Formação Top em Maio do presente ano.

Como parte integrante do meu curso, realizei um estágio de quatro meses na cozinha de um
hotel local e trabalhei regularmente ao longo dos últimos anos, adquirindo experiência valiosa,
que me qualifica para me apresentar à sua empresa. Também trabalhei muitas vezes na área
da culinária em regime de voluntariado, oferecendo os meus serviços semanalmente à
comunidade e a programas da igreja. A seguir ao meu estágio, passei no Exame Nacional e
recebi a classificação “A” em “Alimentação e Nutrição”.

Além disso, assumi um cargo de liderança como Presidente do Clube de Futebol da minha
Comunidade ao longo dos últimos dois anos. Sou responsável pela coordenação das
actividades do clube para uma equipa de 30 pessoas. Através desta experiência, desenvolvi
fortes competências sociais e de liderança. Agora sou capaz de pensar rapidamente em
situações de emergência e tomar decisões adequadas. Ao lidar com preocupações diversas de
membros do clube, de várias idades e diversos níveis de habilitações, tornei-me perito em
combinar a dose adequada de autoridade, diplomacia e tacto pessoal.

Gostaria de saber mais sobre esta oportunidade no seu hotel e posso ser contactado a qualquer
momento através do +(258) 897566734 ou j.macamo@geomail.com para discutir as minhas
aptidões para este cargo.

Desde já agradeço por me considerarem para este cargo.

56
Atenciosamente, Jacinta Macamo

INFORME os formandos que terão 5 minutos para ordenarem correctamente as partes do


Quebra-cabeça, de forma a montarem um exemplo de carta de apresentação para um cargo no
hotel local.

DIGA aos(às) formandos(as) para porem a mão no ar quando terminarem. VERIFIQUE se está
montada correctamente, PEÇA a cada grupo para ler a carta em voz baixa.

Quando todos os grupos tiverem terminado o Quebra-cabeça, PERGUNTE: De que forma


decidiram ordenar a carta?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Nome e os Dados de Contacto ;
▪ Data;
▪ Dados de Contacto do Empregador, Cargo e endereço;
▪ Saudação;
▪ Parágrafo Introdutório – onde a Jacinta explica porque escreve e explicita o interesse na
vaga e apresenta a sua motivação;
▪ Parágrafo(s) Intermédio(s) onde a Jacinta apresenta a sua experiencia, competências e
habilidades que podem ser úteis para o trabalho em questão;
▪ Parágrafo final onde demonstra o próprio interesse no trabalho;
▪ Fórmula de Despedida;
▪ Anexos (CV, cartas de recomendação, etc.).

PERGUNTE: Imaginem que são Gestores de Recursos Humanos no hotel. O que é que se
destaca nesta carta de apresentação?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ O candidato tem experiência anterior;
▪ Destaca algumas das suas competências interpessoais;
▪ Apresenta-se bem, de forma clara.

PERGUNTE: Com base nesta carta de apresentação, convidariam este candidato para uma
entrevista? Porquê ou porque não?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Sim, porque tem experiência valiosa para o sector;
▪ Não posso avaliar. Não temos os requisitos da vaga para comparar com as competências
dele;
▪ Não sabemos se a experiência do jovem é suficiente para aceder à posição;
▪ Não sei, faltar-nos-ia avaliar o CV também para ter mais informação.

PERGUNTE: Será que podemos usar a mesma carta de apresentação para nos candidatarmos a
empregos diferentes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Não, porque a carta se encontra dirigida a uma pessoa específica;
▪ Depende se o cargo e requisitos são parecidos;
▪ Podemos usar a estrutura, mas o conteúdo deve ser adaptado na base do anúncio da
vaga.

DIGA ALGO como: Da mesma forma com o CV, a carta de apresentação deve ser redigida em
resposta às vagas específicas seleccionadas. Apenas dessa forma poderemos salientar as
características/ habilidades específicas referidas na vaga de emprego.

PERGUNTE: Quem é que já alguma vez escreveu uma carta de apresentação? Quem gostaria de
partilhar a sua experiência na redacção de uma carta de apresentação? Quais são os elementos
chave incluídos na sua carta?
57
LEVANTE a experiência dos formandos e anote as contribuições dos formandos num bloco
gigante,

DIGA aos(às) formandos(as) que existem oito elementos chave numa boa carta de apresentação.

MOSTRE o bloco gigante “Elementos da Carta de Apresentação” previamente preparado,


conforme informação abaixo:

ELEMENTOS DA CARTA DE APRESENTAÇÃO


▪ Nome e os Dados de Contacto
▪ Data
▪ Dados de Contacto do Empregador, Cargo e endereço
▪ Saudação
▪ Parágrafo Introdutório -
▪ Parágrafo(s) Intermédio(s) ou Corpo da Carta
▪ Parágrafo final
▪ Fórmula de Despedida
▪ Anexos (CV, cartas de recomendação, etc.)

PEÇA aos(às) formandos(as) para voltarem aos pequenos grupos formados durante a actividade
do Quebra-cabeça. Diga aos grupos para identificar os elementos chave incluídos na ficha de
trabalho “Quebra-cabeça de uma Carta de Apresentação”.

PEÇA a cada grupo para escrever o nome do elemento chave, na parte correspondente da Carta
de Apresentação.

PASSE por todos os grupos e VERIFIQUE que todas as partes da carta foram identificadas
correctamente.

Quando todos os grupos tiverem terminado de etiquetar a carta, Analize em maior detalhe com os
formandos os elementos de uma carta de apresentação, explicando cada um dos elementos, bem
como a sua função na carta.

PERGUNTE: Por que é que é importante incluirmos sempre a nossa identificação, a data e a
identificação do empregador?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ A carta de apresentação é geralmente a primeira impressão que o recrutador tem de você
e deve sempre ter uma aparência formal;
▪ O empregador deve também ter logo todos os nossos detalhes.

PERGUNTE: No Parágrafo Introdutório que informações apresenta a Sra. Jacinta? São


suficientes? Para que serve o parágrafo introdutório?
RespostaS EsperadaS
▪ Deve referir a vaga a que a pessoa se está a candidatar – por vezes as organizações têm
mais de uma vaga, ou o candidato pode estar a fazer uma candidatura espontânea;
▪ Deve demonstrar entusiasmo com a empresa e do cargo;
▪ Deve dar uma explicação breve de por que é que nos estamos a candidatar para essa
vaga.

PERGUNTE: No Parágrafo (s) Intermédio (s) ou Corpo da Carta que informações apresenta a
Sra. Jacinta? São suficientes? Qual é o objectivo do corpo da carta?
RespostaS EsperadaS
▪ Deve referir em maior detalhe o que é que o candidato tem para oferecer à organização;
▪ Deve referir porque é que o candidato se quer candidatar a esta organização dentro de
todas as organizações existentes (ex. comentários positivos sobre a reputação ou o
desempenho da empresa no mercado);
58
▪ Deve realçar como é que o candidato responde aos requisitos do trabalho/vaga, por
exemplo, que qualificações, experiência, qualidades, capacidades, aptidões transferíveis
tem;
▪ Deve descrever quaisquer outros pontos a favor do candidato que o tornam o candidato
ideal para o trabalho – dentro do possível deve destacar o que torna o candidato um
candidato único.

PERGUNTE: No Parágrafo final que informações apresenta a Sra. Jacinta? São suficientes? Qual
é o objectivo do parágrafo final?
RespostaS EsperadaS
▪ Recapitular por que quer/ está motivado para trabalhar nesta posição para esta
organização;
▪ Mostrar-se disponível para uma entrevista/ ser contactado.

PERGUNTE: Como concluímos uma carta?


RespostaS EsperadaS
▪ Reitere o seu entusiasmo com a vaga e explicite que está a anexar o seu curriculum vitae
e outros elementos para informação adicional;
▪ Usando expressões cordiais como “Atenciosamente”;
▪ (Assinatura) Nome próprio, Apelido.

COMPLEMENTE as respostas dos formandos sempre que necessário.

ACTIVIDADE: Elaborar uma carta de Apresentação 10 Minutos

DISTRIBUA as fichas “Modelo de Carta de Apresentação” aos(às) formandos(as) (1 por cada


formando).

DIGA aos(às) formandos(as) que eles vão passar o resto da aula a trabalhar na sua carta de
apresentação, usando o “Modelo de Carta de Apresentação” para um dos anúncios de emprego
que recolheram ao longo da sua procura de emprego.

CIRCULE pela sala certificando-se que os formandos estão a elaborar as suas cartas
correctamente e ESCLAREÇA quaisquer dúvidas.

59
MODELO DE CARTA DE APRESENTAÇÃO

[Nome]
[Dados de Contacto]
[Data]

[
[Nome da Pessoa de Contacto e Título do Cargo
Empresa
Morada]

[Saudação]
Exmo. Sr. /Exma. Sra, [Primeiro e Último Nome]

[Parágrafo Introdutório:
O primeiro parágrafo da carta de apresentação diz ao empregador qual é o cargo a que te
candidatas, como é que tiveste conhecimento da vaga e porque é que estás interessado nela.]

[Parágrafo (s) Intermédio (s) ou Corpo da Carta]:


O corpo da carta de apresentação deverá explicar com maior detalhe porque é que te qualificas
para o cargo, destacando experiências académicas e formativas relevantes. Menciona
especificamente como é que as tuas qualificações se aplicam ao emprego a que te estás a
candidatar. Lembra-te, estás a sintetizar o teu CV e não a repeti-lo.]

[Parágrafo Final
Conclui a tua carta de apresentação, agradecendo ao empregador por te considerar para o cargo
e inclui informação sobre como poderá ser contactada.]

[Fórmula de Despedida]
Atenciosamente,

[Assinatura]
[Nome e Apelido]

60
ENCERRAMENTO 3.2 3 MINUTOS

PEÇA aos(às) formandos(as) que em 2 minutos escrevam no seu caderno pelo menos duas
coisas que foram importantes para eles ou que pretendem colocar em prática da sessão de hoje.

EXPLIQUE: criar um bom CV e uma boa carta de apresentação é uma parte essencial de ser um
candidato eficaz.

INCENTIVE os formandos a digitar e formatar o seu CV em formato digital, prestando particular


atenção ao tipo de letra e espaçamento. Reforce que eles devem usar espaçamento adequado
entre as secções para ser mais fácil de ler.

EXPLIQUE que eles deverão trazer o CV impresso, assim como a sua carta de apresentação e
vagas de emprego que encontraram para discutir no início da próxima sessão

PERGUNTE se há alguma dúvida.

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) pelo seu tempo e diga que está entusiasmado para vê-los
novamente na próxima sessão.

PEÇA uma SALVA de palmas para todos.

61
SESSÃO 3.3 PERFIL, COMPETÊNCIAS E REQUISITOS DA VAGA

Duração 30 Minutos
Critérios de ▪ Compara o seu perfil e competências com os requisitos da vaga/posto
desempenho de trabalho

Material ▪ Folhas A4 , marcadores de diferentes cores, canetas


necessário

REVISÃO SESSÃO 3.2 10 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO como: Vamos rever juntos as aprendizagens da sessão anterior. Mencione que
primeiro irão passar algum tempo a rever os CVs e cartas de apresentação uns dos outros .

PERGUNTE se todos trouxeram o seu CV e carta de apresentação.

DIGA aos(às) formandos(as) para trocarem o seu CV e carta de apresentação com o seu colega
do lado.

DÊ 8 minutos para analisarem os CVs e cartas de apresentação uns dos outros e para fazerem
comentários concretos sobre os pontos positivos e darem feedback construtivo caso acreditem
que existem pontos de melhoria.

EXPLIQUE que deverão usar o método de feedback “sanduíche”.

PERGUNTE: Quem é que já usou o método feedback de sanduiche e gostaria de partilhar com a
turma em que consiste?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Primeiro devemos mencionar 1-2 coisas que foram bem-feitas;
▪ Depois devemos explicar 1-2 coisas que achamos que poderiam ser melhoradas
partilhando sugestões que irão ajudar o nosso colega a melhorar o seu CV para o futuro;
▪ No final partilhar 1-2 comentários gerais, incentivos, ou conselhos, para ajudar o colega a
ter mais sucesso na procura de emprego.

Depois de 8 minutos convide os formandos a apresentar dúvidas ainda existentes, ou os


aspectos mais desafiantes deste processo.

INTRODUÇÃO 3.3 2 MINUTOS

DIGA ALGO como: a sessão de hoje é dedicada a três aspectos principais:


▪ Saber identificar numa vaga de emprego quais são as principais competências e requisitos
de uma vaga;
▪ Analisar até que ponto o nosso perfil e competências se ajusta a uma dada vaga de
emprego;
▪ Reflectir sobre a importância de adequar os nossos CVs e cartas de apresentação às
necessidades e requisitos da vaga a que nos vamos candidatar.

Para isso teremos sempre de fazer uma comparação entre os nossos conhecimentos, aptidões e
competências com os requisitos definidos pelo empregador na vaga.

Nesta sessão, entre outras actividades, iremos analisar os requisitos de algumas vagas “reais” e
comparar o nosso perfil de competências com os requisitos das vagas em questão.

62
ACTIVIDADE: Que competências e conhecimentos são importantes 16 Minutos
para o Trabalho?

DIGA ALGO como: Durante a procura de emprego, devemos estar cientes das nossas
competências e habilidades e saber avaliar até que ponto nos adequamos a uma função, ou vaga
específica. Por exemplo: Se uma vaga diz que procura alguém com um curso superior em gestão
e temos apenas a 4ª classe, talvez não faça sentido gastar muito tempo a candidatar-me a uma
vaga, que tenho poucas hipóteses de conseguir.

No essencial, as competências chave numa vaga são um grupo de competências ou atributos de


que os empregados necessitam para realizar o seu trabalho de forma eficaz. As competências e
habilidades necessárias geralmente variam entre diferentes indústrias e níveis de
responsabilidades.

PERGUNTE: Apesar de existirem alguns tipos de competências que são específicas de diferentes
indústrias, que competências procuram geralmente todos os empregadores?
RESPOSTAs ESPERADAs
▪ Capacidade de resolução de problemas;
▪ Pensamento Crítico;
▪ Trabalho em equipa;
▪ Criatividade;
▪ Boa comunicação verbal e escrita;
▪ Capacidade de estabelecer boa relação com outras pessoas;
▪ Adaptabilidade;
▪ Resiliência;
▪ Capacidade de tomada de decisão;
▪ Organização;
▪ Capacidade de negociação;
▪ Liderança;
▪ Honestidade;
▪ Sentido de responsabilidade.

PERGUNTE: E as competências mais específicas de uma função, onde as podemos encontrar?


respostas esperadaS
▪ Nas vagas de emprego!

EXPLIQUE: Cada empregador é diferente, mas felizmente para nós, normalmente dizem-nos
quais são as competências que procuram na descrição da vaga do trabalho.

EXPLIQUE: Vamos primeiro rever juntos algumas competências e requisitos chave dos exemplos
de vagas que vocês trouxeram.

[Nota para o(a) formador(a): cada formando deve rever a vaga real que trouxe na sessão
anterior, ou uma nova, contudo, é recomendável trazer algumas vagas adicionais que podem ser
de interesse dos formandos.]

PERGUNTE: Quais são os requisitos em termos de grau académico e área de estudos?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ 4ª classe;
▪ 9ª classe;
▪ Formação técnica em Hotelaria e turismo;
▪ Nível médio.

PERGUNTE: Quais são os requisitos ao nível de experiência profissional e habilidade


necessárias?
63
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Não pede experiência profissional prévia;
▪ Cinco (5) anos de experiência de trabalho com pelo menos dois (2) anos de experiência
em vendas;
▪ Experiência de trabalho em ambiente de vendas rurais;
▪ Capacidade de gerir stocks e a gestão do processo pós venda;
▪ Demonstrar Capacidade para atingir metas de vendas;
▪ Experiência e capacidade de recrutar e trabalhar efectivamente com equipes de vendas
remuneradas com base em comissões.

PERGUNTE: A vaga refere algum requisito de línguas ou conhecimento de informática?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Nenhum conhecimento;
▪ Especifica o conhecimento excelente escrito e oral da língua Inglesa;
▪ Domínio do Office (Word, Excel e Power Point).

PERGUNTE: Quais são os requisitos ao nível de disponibilidade de tempo? É um trabalho a


tempo inteiro, a tempo parcial, etc.?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ A tempo inteiro;
▪ A tempo parcial;
▪ 20 dias distribuídos em 4 meses.

PERGUNTE: A vaga é na proximidade de nossa casa? Requer viagens frequentes?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Não é especificado;
▪ É um trabalho baseado em casa;
▪ É compatível com a minha disponibilidade.

PERGUNTE: E quais são os requisitos ao nível de outro tipo de competências?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Espírito dinâmico;
▪ Trabalhar em Equipe;
▪ Integridade e Honestidade;
▪ Demonstrar capacidade de executar tarefas-chave e implementar projectos para a
resolução;
▪ Forte organização e habilidades de pensamento crítico;
▪ Habilidade e impulso para trabalhar de forma independente;
▪ Humildade, honestidade e flexibilidade.

DIGA: Agora peguem nos vossos marcadores e leiam novamente as descrições de trabalho que
encontraram. Usem uma cor para sublinhar, ou destacar cada uma das competências que
pensam ter.

PERGUNTE: Depois de analisarem com mais atenção as vagas de emprego que encontraram,
quem encontrou uma vaga que se ajusta bem ao seu perfil? Porquê?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ A experiência requerida está perfeitamente alinhada com o meu perfil;
▪ Tenho suficientes anos de experiência, o nível e/ou qualificação requerida;
▪ A vaga requer competência que posso demonstrar ter através do meu trabalho anterior
/um curso que fiz, etc...;
▪ O meu CV cobre facilmente todos os pontos mencionados.

PERGUNTE: Quem é que achou que as vagas que encontrou não se adaptam bem ao seu perfil
de habilidades e competências? Porquê?
RESPOSTAS ESPERADAS
64
▪ Não tenho experiência suficiente;
▪ Tenho um nível inferior ao que foi recomendado;
▪ Não tenho competências específicas no meu CV acerca de gestão de pessoal, ...liderança
de equipas, ...capacidades de negociação, etc...;

PERGUNTE: Se tivessem de resumir aquilo que o empregador pretende em algumas palavras-


chave, quais seriam?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Uma pessoa dinâmica com boa comunicação escrita e oral;
▪ Oficiais de Qualidade e Vendas, altamente motivados, criativos e experientes.

PERGUNTE: O que devemos fazer quando as vagas que encontrámos não se encaixam bem no
nosso perfil?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Continuar a procurar novas vagas, procurando vagas dentro do meu perfil de habilidades e
competências!

PERGUNTE: Depois de termos aprofundado a nossa compreensão sobre o empregador


pretende, o que devemos fazer?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Adaptar o nosso CV genérico e carta de apresentação para esta nova vaga e nos
candidatarmos a uma vaga usando as palavras chave do que o empregador pretende no
nosso CV e carta!

ENCERRAMENTO 3.3 2 MINUTOS

PERGUNTE: O que aprenderam com esta sessão que poderá ser útil em adaptar o vosso CV e
carta de apresentação cada vez que vocês encontram uma nova e interessante vaga?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Devemos organizar o nosso CV e carta de apresentação de acordo com as prioridades do
empregador expressas na vaga de emprego, e não de acordo com as nossas próprias
opiniões do que será para ele mais relevante;
▪ Temos que destacar as experiências, competências e habilidades chave do nosso CV que
se alinham com a vaga;
▪ Podemos dar exemplos concretos de por que razão achamos que temos uma determinada
habilidade, ou competência. Por exemplo: Destaquei-me no papel de líder de equipa
quando me foi dada a oportunidade nos meus cargos anteriores em ____ e ____.

65
SESSÃO 3.4 ENTREVISTAS DE TRABALHO

Duração 75 Minutos
Critérios de ▪ Prepara-se adequadamente para uma entrevista de trabalho
desempenho ▪ Realiza com sucesso uma entrevista de trabalho

Material ▪ Bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas


necessário ▪ Ficha “O que fazer e o que não fazer na entrevista” (1 por formando)

REVISÃO SESSÃO 3.3 3 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

PERGUNTE: Porque é fundamental adequar o nosso CV e a carta de apresentação aos requisitos


do empregador?
RESPOSTA ESPERADA
▪ Dar-me a melhor oportunidade possível de obter uma entrevista porque o empregador vai
encontrar o que procura no meu CV e carta de apresentação.

PERGUNTE: De que forma eficaz podemos ajustar o nosso CV e carta de apresentação aos
requisitos do empregador?
RESPOSTA ESPERADA
▪ Identificando na vaga de emprego as competências e habilidades chave que o empregador
procura e escrevendo-as no meu CV e carta caso se apliquem ao meu perfil.

NTRODUÇÃO 3.4 2 MINUTOS

EXPLIQUE: A sessão de hoje será sobre entrevistas de selecção. No final desta sessão vocês
vão ser capazes de:
▪ Entender o processo de entrevistas e como este se enquadra no processo de procura de
trabalho;
▪ Se preparar adequadamente para uma entrevista de trabalho para um trabalho ao qual se
candidataram;
▪ Fazer uma entrevista de emprego com sucesso.

PERGUNTE: Alguma pergunta antes de avançarmos?

ABRA ESPAÇO para questões e RESPONDA às questões que surgirem antes de continuar.

ACTIVIDADE: Preparar-se para uma entrevista 18 Minutos

EXPLIQUE: PARABÉNS! O vosso CV e carta de apresentação foram recebidos e lidos pelo


empregador, despertaram o interesse dele e por isso foram convidados para uma entrevista de
emprego!

PERGUNTE: Por que é que acham que geralmente os empregadores fazem entrevistas antes de
admitir alguém para um emprego?
[Nota para o(a) formador(a) escreva as respostas no bloco gigante]
RESPOSTAS ESPERADAS
O empregador quer determinar:
▪ O candidato é capaz de fazer o que esperamos?

66
▪ O candidato vai-se encaixar bem na cultura da empresa?
▪ Quem é o melhor candidato para a vaga?
▪ O empregador geralmente gosta de conhecer mais pessoalmente e a fundo o candidato
antes de o empregar;
▪ O empregador valida o grau de proficiência de algumas habilidades ou competências.

PERGUNTE: E o candidato, pode tirar algum beneficio da entrevista?


RESPOSTAS ESPERADAS
O candidato pode aproveitar para determinar/validar:
▪ Eu quero mesmo esse emprego?
▪ Eu posso mesmo fazer esse trabalho? Tenho as competências e outros requisitos
necessários?
▪ Eu vou-me ajustar bem à cultura da empresa?
▪ Este emprego vai-me oferecer boas oportunidades para crescimento na minha carreira?
▪ Com quem vou trabalhar? Vou lidar bem com meu supervisor?
▪ Que condições remuneratórias oferecem nesse emprego?

EXPLIQUE: Assim como é importante para nós aproveitarmos a entrevista para determinar se a
posição é a opção certa para nós, é também importante para a organização/empregador
determinar se nós somos a pessoa certa para o cargo.

PERGUNTE: Quem é que já alguma vez teve uma entrevista de emprego? Como é que se
prepararam para essa entrevista?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Revendo os documentos de candidatura (vaga, CV, carta de apresentação, etc.)?
▪ Pensar nas perguntas que o entrevistar poderá fazer e preparar as respostas.

PERGUNTE: O que é que devemos fazer para nos prepararmos adequadamente para uma
entrevista?
[Nota para o(a) formador(a) escreva as respostas no bloco gigante e complemente no final com
o que não for referido pelos formandos.]
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Pesquisar antecipadamente sobre o empregador - descobrir o máximo que pudermos
sobre:
o Tamanho e organização do negócio;
o Ano da fundação e alguns marcos importantes da sua história;
o Produtos e serviços que oferece;
o Missão no mercado;
o Projectos importantes recentes;
o Concorrentes e o mercado em que o negócio se insere.
▪ Rever os documentos de candidatura (vaga, CV, carta de apresentação, etc.);
▪ Pensar nas perguntas que o entrevistador poderá fazer e praticar as respostas;
▪ Preparar perguntas para serem feitas ao entrevistador;
▪ Planear a logística – Onde será a entrevista e como consigo chegar lá? Com que
antecedência devo ir para garantir que chego a horas?
▪ Pensar o que irá vestir na entrevistar e verificar se está limpo e é adequado.

PERGUNTE: Por que é que acham que é importante pesquisar antecipadamente sobre o
empregador?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Mostra interesse no empregador e no seu negócio;
▪ Permite-nos fazer perguntas inteligentes e dar respostas adequadas à realidade desse
negócio/vaga;

PERGUNTE: Que formas temos de pesquisar sobre o empregador?


RESPOSTAS ESPERADAS
67
▪ Conversar com pessoas que conhecemos que trabalhem na organização/negócio;
▪ Conversar com pessoas que conhecemos que trabalhem em negócios parecidos;
▪ Pesquisar na internet.

PERGUNTE: Por que é que acham que é importante pensar nas perguntas que o empregador
nos pode fazer?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Para nos mostrarmos preparados;
▪ Para mostrarmos confiança nas nossas respostas.

PERGUNTE: Por que é que acham que é importante planear perguntas para fazer ao
entrevistador?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Mostra que temos interesse na vaga/empregador e queremos saber mais;
▪ Permite-nos retirar mais informação da entrevista.

PERGUNTE: Que tipo de perguntas acham que nos podem ajudar nesses objectivos?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Perguntar como é que esta função se enquadra na organização;
▪ Perguntar que oportunidades de formação há nesta organização;
▪ Perguntar que oportunidades de progressão de carreira tem esta vaga;
▪ Perguntar sobre o que o empregador acredita ser o futuro desse negócio;
▪ Perguntar como é que o negócio se posiciona face à sua concorrência.

PERGUNTE: Por que é que pensar no que vamos vestir é importante?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Há impressões que ficam sobre nós no empregador que não são apenas decorrentes do
que dizemos, mas sim da nossa aparência, postura, etc.

EXPLIQUE: As primeiras impressões são formadas rapidamente, por isso é muito importante
estar bem preparado e apresentarmo-nos de forma adequada!

ACTIVIDADE: O que fazer e não fazer numa entrevista 18 Minutos

DISTRIBUA o exercício “O que fazer e o que não fazer numa entrevista”.

PEÇA aos(às) formandos(as) para fazerem o exercício individualmente.

PEÇA a um voluntário para ler em voz alta as instruções do exercício.

PEÇA aos(às) formandos(as) para completarem a actividade em silêncio em 5 minutos.

68
O QUE FAZER E O QUE NÃO FAZER EM ENTREVISTAS

Escreva ao lado de cada item abaixo “SIM” se é algo que acredita que deve fazer antes, ou
durante uma entrevista, ou “NÃO” se é algo que acredita que não deve fazer.

1. ______ Mencionar assuntos pessoais, como problemas financeiros ou de saúde, etc. para
explicar por que é que quer este emprego.
2. ______ Mostrar interesse na vaga.
3. ______ Usar “por favor” e “obrigado” quando apropriado.
4. ______ Chegar um pouco antes da hora.
5. ______ Abanar a cabeça em momentos certos durante a entrevista para demonstrar que
está a ouvir, ou que está em concordância com o entrevistador.
6. ______ Olhar para o chão, ou para o tecto, durante a entrevista se estiver envergonhado,
ou não souber responder.
7. ______ Dizer que está desesperado para conseguir esse emprego.
8. ______ Criticar o seu último emprego para explicar por que é que saiu desse emprego.
9. ______ Exigir um copo de água, ou um café, antes de poder começar a entrevista porque
está muito cansado.
10. ______ Dizer que não tem perguntas se o entrevistador o perguntar.
11. ______ Usar roupas muito descontraídas, ou de festa, ou que estejam um pouco sujas.
12. ______ Interromper o entrevistador enquanto ele fala, ou faz as perguntas, porque já sabe
o que ele vai dizer ou perguntar.
13. ______ Falar sobre as suas qualificações e o porquê de se considerar qualificado para
esta posição.
14. ______ Perguntar imediatamente no início da entrevista sobre o salário, benefícios e dias
de folga.
15. ______ Trazer o seu namorado(a), esposo(a), amigo(a) para a entrevista porque queria
apoio na entrevista.
16. ______ Responder a uma mensagem que recebeu no seu telemóvel rapidamente.
17. ______ Pedir para repetir uma pergunta se não tem a certeza que a percebeu.
18. ______ Usar linguagem desrespeitadora sobre o seu antigo chefe porque não gostava
dele(a).
19. ______ Dizer que acha que uma pergunta não faz sentido.
20. ______ Perguntar quando poderá esperar novidades sobre se conseguiu, ou não, o
emprego.

PEÇA a um voluntário de cada vez para partilhar a sua resposta a uma das afirmações e explicar
o porquê da sua escolha. ENVOLVA a turma na discussão sobre se concordam ou não. Repita o
procedimento até completar todos os itens da ficha.

CONCLUA cada discussão da actividade usando as respostas entre parênteses abaixo como um
guia de respostas correctas.
1. Mencionar assuntos pessoais, ex.: problemas financeiros, de saúde, etc. [NÃO FAZER –
devemos focar-nos em partilhar aspectos como habilidades profissionais e as nossas
qualificações]
2. Mostrar interesse na vaga. [FAZER - O entrevistador quer contratar alguém que tenha
interesse na vaga!]
3. Usar “por favor”’ e “obrigado”, quando necessário [FAZER - Ser educado e cordial é
importante! Ninguém gosta de trabalhar com pessoas mal educadas ou desrespeitadoras]

69
4. Chegar um pouco antes da hora. [FAZER - Chegar mais cedo é sempre melhor que
chegar atrasado]
5. Abanar a cabeça em momentos certos durante a entrevista para demonstrar que está a
ouvir ou que está em concordância com o entrevistador. [FAZER - Fique focado na
entrevista e dê feedback não verbal durante a entrevista para o entrevistador saber que
está a ouvir]
6. Olhar para o chão ou o tecto durante a entrevista. [NÃO FAZER – Mantenha contacto
visual com o entrevistador]
7. Dizer que está desesperado para conseguir esse emprego. [NÃO FAZER - Mostre que
está entusiasmado, mas não desesperado]
8. Criticar o último emprego. [NÃO FAZER - Isso faz-nos parecer uma pessoa não
profissional]
9. Exigir um copo de água ou um café. [NÃO FAZER - Tente dar uma boa impressão com
todos os funcionários que encontrar e durante todos os momentos, mesmo antes da
entrevista começar]
10. Dizer que não tem perguntas se o entrevistador perguntar [NÃO FAZER - Prepare
perguntas antes da entrevista para fazer ao entrevistador. Isso mostra que temos interesse
na vaga]
11. Usar roupas muito descontraídas ou de festa. [NÃO FAZER - O ideal é usar roupas sóbrias
e discretas para não distrair o entrevistador das nossas habilidades e conhecimentos, que
deve ser o mais relevante na entrevista]
12. Interromper o entrevistador enquanto ele fala ou faz as perguntas. [NÃO FAZER -
Devemos escutar os outros até que terminem o que estão a dizer]
13. Falar sobre as suas qualificações e por que é que se considera qualificado para esta
posição. [FAZER - A entrevista é uma oportunidade de se vender a si mesmo]
14. Perguntar imediatamente sobre o salário, benefícios e dias de folga. [NÃO FAZER -
Aguarde que o entrevistador fale sobre remunerações ou benefícios. Falar imediatamente
sobre isso pode fazer o entrevistador questionar-se sobre qual é o seu verdadeiro
interesse nessa vaga]
15. Trazer o seu namorado (a), esposo(a), amigo (a) consigo para a entrevista [NÃO FAZER -
devemos apresentar-nos nas entrevistas sozinhos]
16. Responder a uma mensagem que recebeu no seu telemóvel rapidamente [NÃO FAZER –
Caso estejamos à espera de uma chamada, ou mensagem urgente, devemos avisar o
entrevistador logo no início da entrevista, mas devemos evitar essas situações]
17. Pedir para repetir uma pergunta se não tem a certeza que a perceber [FAZER – Devemos
evitar responder a perguntas antes de a termos percebido para evitarmos responder sobre
alguma coisa sobre a qual o entrevistador não está interessado em ouvir]
18. Usar linguagem desrespeitadora [NÃO FAZER – Entrevistas não são um espaço para usar
calão nem linguagem desrespeitadora, mesmo que a use em casa ou com amigos]
19. Dizer que acha que uma pergunta não faz sentido [NÃO FAZER – Devemos sempre tentar
responder a tudo o que o entrevistador pergunta. Se necessário podemos pedir que
explique melhor o contexto dessa pergunta, mas sempre de forma cordial]
20. Perguntar quando poderá esperar novidades sobre se conseguiu ou não o emprego
[FAZER – Mostra interesse na vaga]
EXPLIQUE: Como discutimos, prepararmo-nos para a entrevista é muito importante. Parte da
preparação é praticar as nossas respostas para as perguntas, que provavelmente nos vão fazer
na entrevista.

PERGUNTE: Quais é que acham que são algumas destas perguntas?


[Nota para o(a) formador(a) aponte no bloco gigante]
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Qual é a sua motivação para ter este emprego?
70
▪ Quais são os seus pontos fortes e fracos?
▪ Quando pode começar?

[Nota para o(a) formador(a) Complemente com os pontos que não forem referidos pelos
formandos e adicione no bloco gigante as perguntas abaixo que não tiverem sida mencionadas]

Fale-me sobre si.


Quais são as suas fraquezas?
Por que é que quer este emprego?
Porquê nesta empresa e não num concorrente?
Qual é a sua expectativa salarial?
O que é quequer ser/estar a fazer daqui 5 anos? E daqui a 10?
Quais são os seus pontos fortes?
Por que é que saiu do seu último emprego?
Vejo que não trabalhou no último ano. O que esteve a fazer nesse tempo?
Dê-me um exemplo de um trabalho em equipa que tenha realizado.
Qual é a sua maior realização profissional?
Dê um exemplo de uma situação dificil que tenha enfrentado no seu último
emprego.

EXPLIQUE: Estas são algumas das perguntas mais comuns em entrevistas e vocês devem estar
prontos para respondê-las durante qualquer entrevista.

PERGUNTE: Quem gostaria de praticar como responder a estas perguntas?

PEÇA a cada voluntário que escolha apenas uma pergunta e diga como responderia.

[Nota para o(a) formador(a) À medida que os formandos vão respondendo dê as dicas abaixo.
Algumas perguntas são específicas para certa vaga, ou emprego, então pergunte que tópicos-
chave realçaria na resposta a essa pergunta.]

▪ Fale-nos sobre si? Mantenham as respostas breves e directas. Diga o seu nome fale
brevemente sobre a sua educação, experiência profissional interesses e objectivos de
carreira;
▪ Quais são os seus pontos fracos? Não neguem que têm pontos de melhoria, todos
temos! Dêem exemplos de coisas que não são as principais responsabilidades do cargo e
complementem a vossa resposta explicando o que é que estão a fazer para melhorar esse
ponto; ou optem por falar sobre coisas que são boas características no geral, por exemplo,
ser um perfeccionista, mas que levadas ao extremo podem ter inconvenientes, por
exemplo ser perfeccionista pode impedir de realizar as tarefas rapidamente.
▪ Por que é que quer esta vaga? Mostrem que têm pesquisado sobre o empregador e
alinhem o vosso conhecimento sobre a organização com as vossas habilidades e
interesses, que vos levaram a candidatar-se para a vaga.
▪ Porquê esta empresa e não num concorrente? Evitem respostas como “Era a única que
estava a recrutar” Devem focar pontos diferenciadores da organização para a qual se
estão a candidatar, por exemplo a sua boa reputação no mercado, bom ambiente de
trabalho, etc.
▪ Qual é a sua expectativa salarial? Descubram quanto é que posições semelhantes
pagam em média. Independentemente do valor, digam sempre que estão abertos para

71
negociação. Se já tiveram um trabalho similar antes, comecem por dizer um valor com um
aumento face ao vosso salário actual. Evitem referir valores excessivamente altos porque
isso pode limitar as vossas hipóteses de conseguir a vaga (pode ser um valor que o
empregador não consegue pagar).
▪ O que é que quer ser/estar a fazer daqui a 5 anos? E daqui a 10? Falem sobre como
vêem a vossa carreira a avançar com essa organização. Que novas responsabilidades
gostariam de ter? Ex. gerir uma equipa, ter mais autonomia, etc.
▪ Quais são os seus pontos fortes? Considerem as exigências do trabalho e comparem
com as vossas próprias habilidades e talentos pessoais. Ilustrem os pontos fortes que
sejam mais relevantes para este trabalho com exemplos reais.
▪ Por que é que deixou o seu último emprego? Sejam breves e honestos, por exemplo,
“eu estava pronto para um novo desafio”. Nunca devem falar mal do vosso empregador
anterior.
▪ Vejo que não trabalhou no último ano. O que esteve a fazer nesse tempo? Sejam
breves e honestos, mas evitem respostas em que possam soar a algo como preguiçosos,
ou pessoas pouco ambiciosas.
Qual é a sua maior conquista ou realização profissional? Dêem um exemplo que
destaca as habilidades que são relevantes para o trabalho, como a vez que fizeram um
trabalho em equipa e atingiram determinado objectivo de clientes, vendas, etc.

PERGUNTE: Alguma pergunta antes de avançarmos?

ACTIVIDADE: Praticar Entrevistas 30 Minutos

DIVIDA os formandos em grupos de três.

EXPLIQUE que iremos praticar entrevistas. Para a primeira rotação, cada grupo deve seleccionar
um entrevistador, um entrevistado e um observador.

DIGA Os entrevistadores vão fazer perguntas ao entrevistado, preferencialmente da lista de


perguntas comuns de entrevistas que vimos anteriormente, em 5 minutos. O entrevistado deve
responder às perguntas como se estivesse numa entrevista real. O observador deve tirar notas
sobre pontos fortes e pontos de melhoria do entrevistado.

DIGA aos(às) formandos(as) que o entrevistado poderá definir qual é a vaga a que se quer
candidatar e para a qual está a ser entrevistador. Diga que deverá ser o mais real possível dentro
dos objectivos profissionais do(a) formando(a).

EXPLIQUE: Após 5 minutos de entrevista, o observador deve fornecer feedback ao entrevistado


em 2 coisas que acha que ele fez bem e 2 coisas que poderiam ser melhoradas. Depois disso os
formandos devem inverter os Folhas até que todos tenham a oportunidade de ser entrevistados.

CIRCULE pela sala e tente assistir ao máximo de entrevistas que conseguir, apontando aspectos
fortes ou pontos de melhoria que identifique para partilhar com os formandos no final da
actividade.

DISCUTA E CONCLUA a actividade.

PERGUNTE: O que é que aprenderam com esta actividade?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Preparar e praticar as respostas para algumas perguntas chave me faz sentir mais
preparado e confiante;
▪ É mais fácil preparar-se sabendo o tipo de perguntas que irão fazer;
▪ Aprendi que preparar-me é a melhor oportunidade que tenho para ter sucesso;

72
▪ é importante preparar-se mas também ser pronto para adaptar as suas respostas ou ser
flexível, porque poderão vir perguntas que não esperavas.

PERGUNTE: Qual foi a pergunta mais difícil responder e porquê?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ É muito difícil responder sobre os meus pontos fracos;
▪ É difícil falar de expectativa salarial porque não estou acostumado.

PERGUNTE Que pontos de melhoria identificaram para vocês, ou o que gostariam de ter feito de
outra forma?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Percebi que não estava a manter o contacto visual com o entrevistador. tenho que praticar
este aspecto;
▪ Tenho que aprender a lidar com a minha emoção. Me emocionei e não consegui dizer o
que tinha preparado ou o que estava ao meu alcance;
▪ Tenho que melhorar como falar sobre as minhas qualificações e por que é que se
considera qualificado/ os pontos fortes /fracos.

PERGUNTE: Há alguma dúvida que ainda tenham sobre entrevistas?

RESPONDA a todas as perguntas antes de concluir a sessão.

ENCERRAMENTO 3.4 4 MINUTOS

PEÇA aos(às) formandos(as) para anotarem as perguntas e os aspectos que irão requerer maior
prática para se prepararem para a próxima entrevista de trabalho.

Lembre aos participantes que o momento da entrevista é muito importante para o candidato
também para perceber melhor as competências e outros requisitos necessários para o trabalho,
se o emprego vai-lhe oferecer boas oportunidades para crescimento na carreira, ou que condições
remuneratórias oferecem nesse emprego.

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) pelo tempo deles.

PEÇA UMA SALVA de palmas para todos.

73
Tema 4: Demonstrar Compreensão Sobre O Funcionamento De Uma Organização

SESSÃO 4.1 AS ORGANIZAÇÕES E AS CHAVES PARA SER UM BOM TRABALHADOR

Duração 90 minutos
Critérios de ▪ Reconhece as organizações como um conjunto de áreas ligadas entre
desempenho si
▪ Demonstra compreensão sobre a necessidade de cada área da
organização para a consecução dos seus objectivos globais
▪ Lista e descreve as cinco chaves para ser um bom trabalhador
▪ Reconhece o impacto que a violação das cinco chaves pode ter nos
trabalhadores e na produtividade da empresa
Material ▪ Bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ Ficha “O que fazer e o que não fazer na entrevista” recortada por cada
aspecto
▪ Cartolinas com números (2 conjuntos por grupo)

REVISÃO DO TEMA 3 14 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO como: Vamos rever juntos as aprendizagens do TEMA anterior.

PERGUNTE: O que agora sabem fazer ou estão prontos para pôr em prática, como resultado da
aprendizagem do tema candidatar-se a um emprego?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Sei onde procurar vagas relevantes para a minha área de interesse;
▪ Sei como actualizar o meu CV e preparar uma carta de apresentação;
▪ Tenho competências para analisar os requisitos de cada vaga e alinhar o meu CV com as
competências exigidas;
▪ Dizer saber fazer uma coisa, não é a mesma coisa de demonstrar que sei fazer! Estou
pronto para dar exemplos e falar dos meus pontos fracos e como melhorá-los;
▪ Sei como preparar as respostas a possíveis perguntas de entrevistas de trabalho.

DIGA ALGO COMO: Para encerrar esta revisão, vou pedir turma para se dividir em dois grupos:
cada grupo deve formar pares; cada par receberá um aspecto do que fazer e o que não fazer em
entrevistas. Cada par terá 30 segundos de preparação para representar o aspecto que irá
receber; cada grupo receberá 30 segundos por par para adivinhar o aspecto. Qualquer um dos
grupos pode adivinhar o aspecto representado. Quem adivinhará mais aspectos irá ganhar uma
salva de palmas.

INTRODUÇÃO 4.1 2 MINUTOS

O quarto tema do Módulo de Habilidades para a Vida responde ao resultado de aprendizagem:


▪ Demostrar compreensão sobre o funcionamento de uma organização.

DIGA ALGO COMO: PARABÉNS! Causaram boa impressão na vossa entrevista de emprego e
foram contratados!

PERGUNTE: E agora, qual o passo seguinte?


RESPOSTAS ESPERADAS

74
▪ Começar a trabalhar;
▪ Familiarizar-se com a organização.

DIGA ALGO COMO O passo seguinte a conseguirmos um emprego será percebermos como a
nossa organização estará estruturada, os seus valores e protocolos para ter a maior clareza
possível no nosso papel e responsabilidades dentro da organização.

Nas duas sessões deste TEMA iremos explorar as formas como as organizações geralmente
estão estruturadas e divididas entre áreas de trabalho e como é feita a gestão das actividades e a
comunicação entre os seus diferentes sectores, ou áreas de trabalho. Depois, iremos identificar as
características de um bom trabalhador e o que são comportamentos adequados no local de
trabalho, os benefícios de ser um bom trabalhador, ou ter comportamentos adequados no local de
trabalho e as implicações de não respeitar essas boas características, ou não ter comportamentos
adequados no local de trabalho.

No fim desta sessão os formandos serão capazes de:


▪ Reconhecer as organizações como um conjunto de áreas ligadas entre si;
▪ Entender a necessidade de cada área da organização para a consecução dos seus
objectivos globais;
▪ Descrever as cinco chaves para ser um bom trabalhador;
▪ Reconhecer os impactos da violação das cinco chaves.

ABRA ESPAÇO para questões e RESPONDA às questões que surgirem antes de continuar.

ACTIVIDADE: O que é uma organização? 12 Minutos

PERGUNTE: Qual é a primeira coisa na qual pensam quando falamos de “organização”?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ordem;
▪ Método;
▪ Gestão;
▪ Arrumação;
▪ Disciplina;
▪ Sistema.

EXPLIQUE: Organização no âmbito deste tema é um grupo de pessoas unidas por um objectivo
de trabalho comum. É a forma como as pessoas, numa empresa, ou num negócio, se inter-
relacionam entre si com vista a uma mesma finalidade.

Pergunte: Quais são as únicas coisas das quais qualquer organização não pode prescindir,
independentemente da dimensão da empresa, ou da indústria em que se encontra?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Pessoas ou empregados!
▪ Ter uma missão/ objectivo.

DIGA ALGO COMO: Mesmo em empresas pequenas são necessárias pessoas para
desempenhar diversas funções; Pessoas que trabalham juntas para determinado objectivo.

PERGUNTE: Que tipo de funções é que geralmente as pessoas de uma empresa, ou negócio têm
de desempenhar?
RESPOSTAS ESPERADAS
● Vender;
● Planear compras;
● Fazer as contas do negócio.

75
DIGA Geralmente nas organizações há uma pessoa que exerce um papel de liderança, assim
como há também funcionários que podem ter diferentes responsabilidades: a responsabilidade de
planear e controlar os recursos humanos e outros recursos materiais, a responsabilidade de gerir
recursos financeiros e tecnológicos disponíveis na empresa, etc.
Em empresas muito pequenas esses papeis podem ser todos desempenhados pela mesma
pessoa, mas em empresas ligeiramente maiores costuma haver a necessidade de ter pessoas
especializadas na realização de certas actividades, porque uma pessoa não consegue
desenvolver todas as actividades em simultâneo.

[Nota para o(a) formador(a) Desenhe um organograma de um restaurante simples no bloco


gigante]

PERGUNTE: Quem sabe o que é que acabei de desenhar no bloco gigante?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Um organograma;
▪ Uma árvore que define os sectores e as diferentes áreas de uma organização.

Em seguida, DISCUTA com os formandos as funções de algumas das pessoas do organigrama.

PERGUNTE: Quais acham que são as funções de um Chefe de Cozinha?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Receber pedidos de refeições;
▪ Cozinhar!

PERGUNTE: E quais é que acham que são as funções de um ajudante de cozinha?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Cortar legumes;
▪ Lavar a loiça.

PERGUNTE: Será que o cozinheiro e o ajudante de cozinha têm de se coordenar para o


restaurante servir comida aos seus clientes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Sim, se não o ajudante de cozinha corta alimentos que o cozinheiro não vai precisar;

76
▪ Sim, se não o cozinheiro pode ficar sem pratos para servir as refeições.

PERGUNTE: Será que têm de se coordenar com mais alguém para o cliente comer a sua
refeição?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Com os empregados de mesa para que recolham e levem os pedidos de refeições de e
para os clientes;
▪ Com a pessoa que faz as compras para garantir que têm os ingredientes que precisam
para cozinhar.

DIGA: As organizações são um conjunto de áreas ligadas entre si. Sem cada uma das funções,
não seria possível cumprir o propósito final do negócio, que neste caso é servir refeições ao
cliente!

ACTIVIDADE: Como ser um bom trabalhador 36 Minutos

6 min
DIGA aos(às) formandos(as) que o emprego tem dois momentos principais: candidatar-se e ser
contratado, que foi o âmbito do tema anterior e manter o emprego sendo um bom trabalhador.
Esta actividade vai focar-se no momento de manter um emprego sendo um bom trabalhador.

DIGA aos(às) formandos(as) que há muitos comportamentos associados a ser-se um bom


trabalhador, dos quais dependemos para manter o emprego que tanto trabalho nos pode ter dado
conseguir!

PERGUNTE: Na vossa opinião quais são as principais características de um bom trabalhador?

DIVIDA os formandos em 5 grupos para identificarem as principais características e dê dois


minutos para discussão.

CONVIDE um voluntário de cada grupo a apresentar uma característica.

REGISTE as respostas num bloco gigante.


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ser pontual;
▪ Não faltar sem avisar;
▪ Ser trabalhador;
▪ Não roubar a empresa;
▪ Ser simpático com os clientes;
▪ Dar-se bem com os colegas;
▪ Saber tomar decisões.

10 min
PERGUNTE: Se apenas quiséssemos chegar às 5 mais importantes, a que chamaremos as 5
chaves para ser um bom trabalhador, quais acham que seriam?

DÊ novamente alguns minutos para que o grupo discuta.

ESCREVA no bloco gigante as 5 chaves, relacionando com a lista inicial de características de um


bom trabalhador.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Assiduidade;
▪ Pontualidade;
▪ Produtividade;
▪ Atitude positiva;

77
▪ Cooperação.

DIGA Como conseguem ver, algumas das características que vocês indicaram inicialmente
podem ser agrupadas em características mais gerais, o que nos permite chegar a 5
características principais.

INCENTIVE uma conversa para caracterizar aspectos essenciais das 5 chaves.

PERGUNTE: Quais são as características que definem o comportamento de um trabalhador


assíduo?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Apresenta-se todos os dias pronto para o trabalho;
▪ Vai trabalhar todos os dias sem excepção;
▪ Avisa com antecedência no caso de ausência ao serviço;
▪ Apresenta-se descansado e sóbrio.

PERGUNTE: Quais são as característica de um trabalhador pontual?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Não se atrasa ao trabalho;
▪ Sai cedo de casa para evitar atrasos;
▪ Cria um plano para o seu transporte, ou seja, pensa antecipadamente como vai chegar ao
local de trabalho;
▪ Cria um plano B para se alguma coisa correr mal com o seu primeiro plano de transporte
(ex. se o seu chapa se atrasar).

PERGUNTE: O que é que um trabalhador produtivo faz?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Cumpre a tarefa que lhe foi atribuída em tempo útil ou dentro do prazo estabelecido;
▪ Organiza o seu trabalho de forma a executar todas as tarefas que lhe são atribuídas, por
exemplo recorrendo a uma lista de tarefas;
▪ Começa logo a trabalhar quando chega ao local de trabalho;
▪ Não faz pausas desnecessárias;
▪ Cria um ambiente de trabalho eficiente sem distracções (ex. não consulta constantemente
o seu telefone para assuntos pessoais);
▪ É organizado para cumprir as suas tarefas dentro do plano de trabalho que tinha feito;
▪ Todos os dias conclui todo o trabalho com os recursos e tempo disponíveis.

PERGUNTE: Como é que um bom trabalhador pode manifestar uma atitude positiva no trabalho?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Demonstra interesse no trabalho para o qual foi contratado, sendo comprometido com as
suas tarefas;
▪ Mostra vontade de aprender e melhorar as suas habilidades e competências.

PERGUNTE: Como pode um trabalhador demonstrar cooperação no seu ambiente de trabalho?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Dá-se bem com os outros;
▪ É amigável e procura criar relações positivas com os seus colegas, supervisores e
clientes;
▪ É sensível para com as limitações dos outros e ajuda-os sempre que possível;
▪ Tem espírito de equipa e demonstra empenho para alcançar as metas da equipa/da
empresa.

DIGA aos(às) formandos(as) que essas 5 chaves para ser um bom trabalhador aparentam ser
muito simples, mas muitos trabalhadores têm dificuldades em cumpri-las de forma consistente.

78
DIVIDA agora os formandos em pequenos grupos e atribua a cada grupo uma das cinco chaves
de ser um bom trabalhador.
PEÇA a cada grupo para trabalharem em conjunto e criarem uma pequena representação teatral
de no máximo 2 minutos, para ilustrar a chave que lhes foi atribuída. DIGA que todos os membros
do grupo devem participar e que devem criar uma pequena representação para um trabalhador
que cumpre essa chave e outra representação para um trabalhador que não cumpre essa chave.

EXPLIQUE que durante a representação de cada grupo os outros formandos devem ser levados a
reflectir nos motivos, ou desculpas, que os trabalhadores podem dar para não cumprir a “chave”
atribuída a esse grupo, assim como se devem comportar caso queiram ser bons trabalhadores.

20 min
DÊ às equipas 4 minutos para se prepararem antes de fazerem a sua apresentação ao grupo
grande.

PEÇA a cada grupo para apresentar à turma.

Depois de cada apresentação, PEÇA ao restante grupo para dizer qual foi a chave representada
por esse grupo e dizer quais foram os motivos e/ou desculpas que o grupo representou para não
cumprir essa chave.

[Nota para o(a) formador(a) Registe as principais ideias num bloco gigante.]

Grupo “Assiduidade”:
Respostas Esperadas
▪ Nesse dia há um evento mais animado, tal como um jogo, ou uma festa em casa de
amigos [Não aceitável]
▪ Está doente. [Aceitável, mas deve avisar]
▪ Um familiar dependente está doente. [Aceitável, mas deve avisar]
▪ O trabalho está aborrecido e nesse dia não lhe apetece ir. [Não aceitável]
▪ Teve um acidente fora do trabalho e está ferido [Aceitável, mas deve avisar]
▪ Esqueceu-se de ir trabalhar. [Não aceitável]
▪ Consumiu drogas, ou álcool com amigos até tarde. [Não aceitável]

REVEJA com os formandos a lista que registou. LEIA um a um os motivos/desculpas e PEÇA


aos(às) formandos(as) para levantarem a mão se acharem que o motivo é aceitável para um
empregador.

DEBATA com os formandos se o motivo seria aceitável ou não.

REPITA o processo para cada grupo.

Grupo “Pontualidade”:
Respostas Esperadas
▪ Acordou tarde [Não aceitável]
▪ Estava a fazer uma coisa antes de vir trabalhar e não acabou essa actividade
suficientemente cedo para chegar ao serviço a tempo. [Não aceitável]
▪ O transporte para o serviço falhou, ou foi mais lento que o costume. [Aceitável desde que
não ocorra todos os dias]
▪ Esqueceu-se do vestuário apropriado, como o uniforme e voltou para casa para buscar.
[Aceitável desde que não ocorra todos os dias]
▪ Saíste até tarde na noite anterior e dormiste demais. [Não aceitável]
▪ Foi levar os filhos à escola, mas a escola estava fechada [Aceitável, mas deve avisar que
vai chegar tarde]

Grupo “Produtividade”,
79
Respostas Esperadas
▪ É uma tarefa aborrecida por isso não quis acabar. [Não aceitável]
▪ Foi distraído por outras tarefas. Por exemplo, o trabalho é lavar panelas e tachos, mas
ofereceu ajuda a um colega para descarregar um camião de entregas. [Aceitável desde
que aprovado pelo chefe]
▪ Faz demasiadas pausas para conversas com os outros trabalhadores. [Não aceitável]
▪ Telefonou para um amigo após chegar ao serviço para falar sobre o encontro que ele teve
na noite anterior [Não aceitável]
▪ Surgiu uma tarefa mais importante [Aceitável desde que aprovado pelo chefe]

Grupo “Atitude positiva”,


Respostas Esperadas
▪ Sente-se frustrado porque teve que lidar com um cliente difícil. [Aceitável desde que não
seja recorrente]
▪ Sente que o supervisor o está a tratar de forma injusta. [Aceitável desde fale com o chefe
para resolver o assunto]
▪ Perdeu interesse no trabalho, ou está desmotivado por outros motivos. [Aceitável desde
que fale com o chefe para resolver o assunto ]
▪ Não aceita feedback de como melhorar nas suas actividades [Não aceitável]

Grupo “Cooperação”.
Respostas Esperadas
▪ Queria concentrar-se em completar bem as suas tarefas, portanto não ajudou a um colega
quando lhe pediu. [Aceitável desde que não seja recorrente]
▪ Sente que a sua forma de fazer, ou pensar, é a “correcta” e não quer fazer concessões
[Não aceitável].
▪ Não “gosta” do colega ou do supervisor [Não aceitável – devemos distinguir o âmbito
pessoal do profissional, sendo capazes de trabalhar de forma positiva com todos.

ACTIVIDADE: Impactos da violação das 5 chaves 20 Minutos

FORME 3 grupos.

DISTRIBUA 2 conjuntos de 20 cartolinas por cada grupo. Um conjunto terá os números escritos
em vermelho de 1 a 20. O outro conjunto terá os números escritos em preto de 1 a 20.

PEÇA a um membro de cada grupo para baralhar as cartas do seu grupo e distribuí-las de forma
que cada membro tenha aproximadamente o mesmo número de cartas.

EXPLIQUE a tarefa. Cada grupo terá dois conjuntos de cartas, igualmente distribuídos pelos
membros do grupo. O grupo deverá, num minuto, empilhar as cartas do primeiro conjunto
começando com o número 1 e indo até o número 20. Depois, com o segundo conjunto deverão
empilhar as cartas começando com o número 20 e indo até ao número 1.

DIGA aos(às) formandos(as) que devem realizar a actividade como um trabalho e não como um
jogo divertido.

Depois de uma primeira ronda DIGA aos(às) formandos(as) de um dos grupos que também se vai
juntar como um colega com o mesmo número de cartas que os outros membros do grupo.

PEÇA a um membro do grupo para recolher novamente as cartas do grupo, baralhar e redistribuí-
las acrescentando-o/a a si como um dos membros. Convide os formandos dos outros grupos a
observarem.

80
[Nota para o(a) formador(a) Junte-se como membro de um dos grupos. No entanto, irá violar
uma das cinco chaves para ser um bom trabalhador e o resto dos membros de cada grupo terão
que se ajustar/ reagir às suas acções.]

Assim que as cartas forem redistribuídas, COMECE a actividade.

[Nota para o(a) formador(a) Demonstre “faltar ao serviço” sem o anunciar ao grupo, ao deixar as
suas cartas sobre a mesa com a face voltada para baixo e ao retirar-se do grupo. Deixe que o
grupo encontre a sua própria solução para o problema que criou.]

Quando o grupo tiver terminado a tarefa, PEÇA aos membros do grupo e aos observadores para
apontarem como se sentiram em realizar e observar a actividade e como resolveram o problema
criado pelo(a) formador(a).
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ficaram sem saber o que fazer porque faltava uma pessoa;
▪ Um dos membros do grupo pegou nas cartas do(a) formador(a)e continuaram a actividade

SELECCIONE um segundo grupo para fazer uma nova ronda do exercício.

PEÇA a um membro desse grupo para recolher as cartas do seu grupo, baralhar e redistribuí-las
acrescentando-o/a a si como um dos membros. CONVIDE os formandos dos outros grupos a
observarem

Assim que as cartas forem distribuídas, INICIE a actividade.

DEMONSTRE “atrasar-se” ou “falta de produtividade”, sem o anunciar ao grupo, ao deixar o grupo


por um momento, com a sua pilha de cartas com a face voltada para cima para atender o telefone
de forma fictícia. Depois de o grupo ter cumprido parte da tarefa, volte a juntar-se ao grupo e exija
as suas cartas. Se os membros do grupo tiverem distribuído as suas cartas entre eles, tire
algumas cartas a dois membros do grupo e diga “Desculpem o meu atraso, mas gostaria mesmo
de ajudar agora que estou aqui”.

[Nota para O(a) formador(a) pretende demonstrar claramente o transtorno que pode ser causado
quando um colega chega tarde ao serviço.]

Quando o grupo tiver terminado a tarefa, PEÇA aos membros do grupo e aos observadores para
apontarem como se sentiram ao realizar e observar a actividade e como resolveram o problema
criado pelo(a) formador(a)
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Não conseguiram cumprir a actividade num minuto devido ao atraso do(a) formador(a) e
ficaram chateados;
▪ Sentiram que o(a) formador(a) atrapalhou duplamente o grupo: querendo ajudar se
integrou numa situação que já estava a ser resolvida sem ele e acabou criando
transtornos.

PEÇA agora a um membro do terceiro grupo para recolher as cartas do seu grupo, baralhar e
redistribuí-las acrescentando-o/a a si como um dos membros. CONVIDE os formandos dos outros
grupos a observarem.

Assim que as cartas forem distribuídas, inicie a actividade.

DEMONSTRE “falta de atitude positiva” ou “falta de cooperação”. Por exemplo, discuta com os
membros do grupo que têm uma forma mais rápida de fazer a actividade, que na verdade não o é,
sendo pouco flexível na sua opinião.

81
[Nota para o(a) formador(a) Sabote completamente o trabalho do grupo, evitando que cumpram
a tarefa em menos de 1 minuto.]

Quando o grupo tiver terminado a tarefa, PEÇA aos membros do grupo e aos observadores para
apontarem como se sentiram ao realizar e observar a actividade e como resolveram o problema
criado pelo(a) formador(a)
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Não conseguiram cumprir a actividade e ficaram chateados;
▪ Foi frustrante ver que o(a) formador(a) era tão inflexível nas suas ideias;
▪ Perderam vontade de fazer o exercício.

PERGUNTE: Qual seria a vossa atitude/reacção perante um colega que falta/se atrasa/não
cumpre as tarefas/não coopera frequentemente no serviço?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Perda de confiança nele;
▪ Não gostaria de cooperar com ele;
▪ No inicio tentaria de perceber se ele precisa de uma ajuda, ou se é mesmo por falta de
interesse;
▪ Muito frustrado porque assim fazendo influencia negativamente o meu trabalho.

PERGUNTE: Qual poderia ser o impacto negativo para a organização como um todo?
Respostas Esperadas
▪ Não cumprimento das metas;
▪ Atrasos na produção;
▪ Perda de clientes;
▪ Má reputação / Conflitos entre trabalhadores.

PERGUNTE: Qual poderia ser o impacto para o trabalhador que falta/se atrasa/ não cumpre/ não
coopera?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Perda de confiança do seu chefe;
▪ Conflitos com os seus colegas;
▪ Despromoção para actividades menos relevantes;
▪ Perda de emprego.

EXPLIQUE: Esta actividade foi uma simulação para reflectirmos sobre o impacto negativo que a
violação das 5 chaves pode ter no trabalho, não somente para nós, mas também para os nossos
colegas e para a organização no geral.

ENCERRAMENTO 4.1 6 MINUTOS

PEÇA aos(às) formandos(as) para reflectirem individualmente sobre qual foi para si a
aprendizagem mais significativa da sessão e para anotar qual das 5 chaves para ser um bom
trabalhador será mais difícil para si e por que motivos.

PEÇA a alguns voluntários para partilharem as suas reflexões.

RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Foi interessante perceber as organizações como um conjunto de áreas ligadas entre si,
onde o trabalho de cada departamento contribui para o mesmo resultado;
▪ A aprendizagem mais significativa foi a de ver no concreto como um simples atraso pode
ser motivo de frustração para muitos colegas, porque atrapalha a organização de uma
equipa.

82
PERGUNTE Qual foi a chave mais difícil para pôr em prática?

RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Manter uma atitude positiva porque facilmente me sinto frustrado por alguma razão no
trabalho;
▪ Ser pontual porque dependo do transporte público e porque tenho que levar os filhos para
a escola;
▪ Ser produtivo quando é uma tarefa aborrecida e poderei fazer demasiadas pausas para
conversas com os outros trabalhadores;
▪ Queria concentrar-se em completar bem as suas tarefas, portanto não ajudou a um colega
quando lhe pediu;
▪ Sente que a sua forma de fazer ou pensar é a “correcta” e não quer fazer concessões;
▪ Não “gosta” do colega ou do supervisor

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) o tempo deles.

PEÇA uma SALVA de palmas para todos.

83
SESSÃO 4.2 PROTOCOLO NO LOCAL DE TRABALHO

Duração 30 minutos
Critérios de ▪ Explica o conceito de protocolo no local de trabalho
desempenho ▪ Identifica comportamentos adequados no local de trabalho
▪ Explora os benefícios de escolher comportamentos do protocolo
adequado no local de trabalho
Material ▪ Bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ Cartões com os elementos de um protocolo de trabalho

REVISÃO SESSÃO 4.1 3 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

PERGUNTE: Quem se lembra quais são as 5 chaves para ser um bom trabalhador?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Assiduidade;
▪ Pontualidade;
▪ Produtividade;
▪ Atitude positiva;
▪ Cooperação.

PERGUNTE: Por que é que acham que os empregadores procuram trabalhadores que não faltam
ao serviço(sem motivo plausível), não se atrasam, que cumprem as suas tarefas de forma
produtiva, com atitude positiva e de forma cooperativa? Quais são as vantagens para a empresa e
para os seus trabalhadores de estas chaves serem cumpridas?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ A empresa é mais produtiva;
▪ Há menos conflitos entre trabalhadores;
▪ O ambiente de trabalho é mais saudável;
▪ A empresa precisa manter uma óptima reputação no mercado.

INTRODUÇÃO 4.2 3 MINUTOS

EXPLIQUE que hoje iremos aprofundar os comportamentos que são esperados dos trabalhadores
nas organizações, tendo em conta o seu protocolo de trabalho.

No fim desta sessão os formandos serão capazes de:


▪ Compreender o que é um protocolo de trabalho;
▪ Perceber quais são os comportamentos mais adequados no local de trabalho de acordo
com esses protocolos;
▪ Reconhecer os benefícios de respeitar o protocolo no local de trabalho.

ABRA ESPAÇO para questões e RESPONDA às questões que surgirem antes de continuar.

ACTIVIDADE: Protocolo no local de trabalho 20 Minutos

PEÇA aos(às) formandos(as) para darem exemplos de boas práticas de trabalhadores no seu
local de trabalho que ainda não tenham sido mencionadas em relação às 5 chaves para ser um
bom trabalhador.

REGISTE as ideias deles no bloco gigante.


84
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Sugerir novas ideias úteis para um determinado trabalho da empresa;
▪ Não estragar os bens materiais da empresa;
▪ Ser honestos e abertos nas relações profissionais com os colegas;
▪ Não partilhar informação confidencial, ou segredos do negócio;
▪ Tomar iniciativa, poupar recursos da empresa quando possível.

EXPLIQUE: Quando estamos no trabalho, devemos seguir regras e comportarmo-nos de forma


apropriada. Esse conjunto de comportamentos, normas, procedimentos e atitudes chama-se
protocolo de trabalho. A vossa lista de boas práticas é de certa forma uma parte dos protocolos e
acções que são esperados dos colaboradores numa certa organização. Os protocolos podem
variar de empresa para empresa, mas existem elementos gerais que se aplicam a praticamente
todas as organizações, se não todas.

PEÇA aos(às) formandos(as) para formarem pares.

DISTRIBUA um dos cartões com os elementos do protocolo no local de trabalho pelos pares.

Uso de linguagem apropriada Pedir dispensas para ausências

Respeito pelos horários de entrada e saída Dever de confidencialidade


do trabalho

Reportar problemas Socializar no trabalho

Respeito pelos espaços comuns e os bens


Uso ou consumo de álcool, drogas ou
da empresa
armas

Cumprir as normas de higiene e segurança Estar vestido e equipado de forma


no trabalho adequada

DIGA aos(às) formandos(as) que o que está escrito nos seus cartões é um dos possíveis
elementos gerais do protocolo de trabalho.

PEÇA aos pares para identificarem três exemplos de acções, ou comportamentos que um
trabalhador pode ter para colocar em prática o elemento do protocolo no local de trabalho que
lhes foi atribuído. Dê-lhes dois minutos.

CONVIDE agora os pares a apresentarem os exemplos em que pensaram, sem identificar qual é
o elemento do protocolo, para que os restantes elementos da turma tentem adivinhar Acrescente,
se necessário às ideias deles com os exemplos, ou acções listados abaixo para cada elemento.
85
EXEMPLOS DE RESPOSTAS ESPERADAS
Estar vestido e equipado de forma adequada
▪ Apresenta-se ao trabalho preparado com o seu capacete e botas;
▪ Mantém o uniforme ou as roupas limpos.

Respeitar os espaços comuns e bens da empresa


▪ Mantém as casas de banho, ou outras áreas comuns limpas e arrumadas depois de as
utilizar;
▪ É respeitoso quando ouve música, ou está a usar o telefone no local de trabalho, para não
incomodar os seus colegas
▪ Cumpre as regras da empresa relativamente ao uso da internet (ex. uso do Facebook, ou
outras redes sociais);
▪ Não leva consumíveis/materiais da empresa para casa para uso pessoal;
▪ Devolve equipamentos que lhe foram emprestados pela empresa.

Pedir dispensa para ausências


▪ Avisa o empregador com a maior antecedência possível de prováveis ausências;
▪ Segue as regras do empregador sobre como fazer pedidos de dispensa;
▪ Dá uma razão para pedir a dispensa;
▪ Se o pedido de ausência for aceite agradece ao supervisor/empregador. Se o pedido for
negado, pergunta cordialmente porquê e se for caso disso negocia para outra altura;
▪ Avisa o supervisor sobre quando espera voltar ao trabalho.

Usar linguagem apropriada


▪ Usa linguagem correcta nas interacções com clientes, supervisores e outros funcionários;
▪ Evita usar linguagem vulgar, ou ofensiva;
▪ Evita gritar no trabalho;
▪ Evita linguagem agressiva no trabalho.

Uso ou consumo de álcool, drogas ou armas


▪ Nunca vai para o trabalho sob a influência de álcool ou drogas;
▪ Fuma apenas nas áreas indicadas para o efeito.

Reportar problemas
▪ Reporta eventuais problemas ao supervisor assim que possível;
▪ Se estraga algum equipamento, é honesto/ Comunica ao supervisor.

Respeitar o horário de chegada e saída do trabalho


▪ Segue as regras e procedimentos do empregador no que concerne a horários;
▪ Regista apenas a sua própria entrada e saída;
▪ Cumpre as regras relativamente ao número e duração das pausas no trabalho e pausas
para refeições;
▪ Usa pausas no trabalho e pausas para as refeições para socializar com os colegas.

Socializar no trabalho
▪ Relaciona-se de forma positiva com os seus colegas de trabalho;
▪ Certifica-se que a socialização não o distrai a si e aos outros das suas funções;
▪ Evita boatos sobre colegas de trabalho;
▪ Consome álcool de forma apropriada e legal nos eventos sociais relacionados com o
trabalho;
▪ Aplica as regras da empresa sobre relações pessoais com colegas de trabalho.

Dever de confidencialidade
▪ Não partilha sem autorização segredos do negócio (ex. receitas, combinações de
elementos, etc.);
▪ Não partilha sem autorização informação que pode ser sensível (ex. novo investimento).
86
Cumpre as normas de higiene e segurança no trabalho
▪ Cumpre regras de higiene no protocolo da empresa (ex. lavar as mãos, mudar de
sapatos);
▪ Cumpre as regras de segurança no trabalho (ex. apenas realiza certa actividade com outro
colega presente).

8 min
PEÇA aos pares para discutirem a seguinte questão relativamente ao protocolo no local de
trabalho. Dê-lhes 3 minutos.
▪ Quais podem ser as consequências de não praticarmos estes comportamentos do
protocolo?

PEÇA aos(às) formandos(as) para partilharem as suas respostas com o grupo.


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Comprometer os resultados do trabalho;
▪ Ser despedido, dependendo da violação ao protocolo;
▪ Criar transtornos operacionais;
▪ Desorganização;
▪ Pôr a sua vida em risco, ou a dos seus colegas;
▪ Receber uma acção disciplinar.

PERGUNTE: E quais podem ser os benefícios de seguir o protocolo no local de trabalho?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ser respeitado pelos seus colegas;
▪ Evitar acidentes de trabalho;
▪ Maior produtividade no trabalho;
▪ Evitar acções disciplinares, ou despedimentos;
▪ Ambiente de trabalho mais saudável.

RESUMA: Todos os empregadores têm um conjunto de regras que os funcionários devem seguir
para que o trabalho seja feito atempadamente, de forma segura e organizada. Seguir o protocolo
no local e trabalho ajuda-nos a ser mais produtivos e apreciados enquanto trabalhadores, assim
como torna toda a organização mais produtiva, o que poderá ter ganhos adicionais para nós (ex.
remunerações mais altas).
Se o vosso empregador tiver um manual do funcionário, ou outro semelhante, é importante que se
familiarizem com ele de forma a não comprometer o desempenho das vossas funções.

ENCERRAMENTO 4.2 4MINUTOS

PEÇA aos(às) formandos(as) para identificarem um elemento do protocolo no local de trabalho


que acharam particularmente relevante.
CONVIDE alguns voluntários a partilharem as suas ideias e as suas razões para seleccionarem
aqueles elementos em particular.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Relacionar-se de forma positiva com os seus colegas de trabalho é algo motivador, que te
ajuda a trabalhar bem;
▪ A confidencialidade no trabalho é uma forma de mostrar respeito pelo protocolo de
trabalho;
▪ Outros.

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) pelo tempo deles.

PEÇA uma SALVA de palmas para todos.


87
Tema 5: Saber Trabalhar Em Equipa

SESSÃO 5.1 A IMPORTÂNCIA DE TRABALHO EM EQUIPA

Duração 60 Minutos
Critérios de ▪ Demonstra compreensão sobre os conceitos de equipa, membros da
desempenho equipa e importância de trabalho em equipa
▪ Interage com os membros da equipa de acordo com as características
essenciais

Material ▪ Bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ Caixas de fósforos (1 por grupo)
▪ Panos para fazer de vendas
▪ Fotografia da fogueira de fósforos em tamanho grande

REVISÃO DO TEMA 4 8 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA que vão começar por rever as principais aprendizagens do tema passado

PEÇA aos(às) formandos(as) para pensarem na primeira letra do seu nome. Se tiverem dois
nomes, PEÇA-lhes para usarem aquele de que gostam mais. Aqueles com nomes começados por
“A” até “M” vão ficar numa ponta da sala e os que têm nomes começados pelas letras “N” até “Z”
vão ficar na outra ponta da sala.

PEÇA a cada grupo para escolher um nome para a sua equipa.

ESCREVA os nomes das equipas num bloco gigante.

EXPLIQUE as seguintes regras para o jogo. A equipa com menos pessoas no seu grupo vai
começar. O(a) formador(a) irá ler uma explicação, ou dar um exemplo de um elemento típico do
protocolo no local de trabalho. A primeira equipa a responder correctamente ganha essa ronda.
Por cada resposta correcta, a equipa recebe um ponto. A equipa com mais pontos ganha.

[Nota para o(a) formador(a) Lembre-se de usar os mesmos elementos do protocolo no local de
trabalho que apresentou na sessão anterior.]

COMECE o jogo. Registe um ponto por cada resposta correcta debaixo do nome da equipa em
questão.

Quando tiver abordado todos os elementos do protocolo, pare o jogo e anuncie a equipa
vencedora.

PARABENIZE as duas equipas pelo seu bom trabalho.

INTRODUÇÃO 5.1 4 MINUTOS

EXPLIQUE que hoje daremos início ao TEMA que responde ao resultado de aprendizagem:
▪ Saber trabalhar em equipa.

88
DIGA ALGO COMO: Vimos no processo de preparação das nossas candidaturas para um
emprego que uma das competências mais procuradas pelos empregadores é saber trabalhar em
equipa.

Durante as 3 sessões dedicadas a este TEMA iremos:


▪ Entender a importância de trabalhar em equipa;
▪ Identificar formas específicas de ser um bom membro de equipa;
▪ Fortalecer as nossas capacidades para sermos bons membros de equipa, como por
exemplo, melhorar a nossa comunicação, escuta, a forma de dar feedback, etc...;
▪ Compreender mais sobre como fazer eficaz e activamente parte de uma equipa.

Na sessão de hoje começaremos com uma reflexão sobre os conceitos de equipa, membros da
equipa e importância de trabalho em equipa através de algumas dinâmicas de grupo.

PERGUNTE se alguém tem perguntas antes de continuarem.

ENCORAJE e RESPONDA a todas as perguntas antes de continuar.

ACTIVIDADE: Conceito de equipa 4 Minutos

PEÇA aos(às) formandos(as) para enunciarem equipas das quais já ouviram falar, ou de que
fizeram, ou fazem parte.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Equipa de futebol do meu bairro;
▪ Equipa de basquetebol da minha escola;
▪ Equipa de trabalho.

SINTETIZE dando uma breve definição de “equipa”:


▪ Uma equipa são duas, ou mais pessoas, que precisam de trabalhar juntas para fazer
alguma coisa.

PERGUNTE: Nos exemplos que deram por que é que é preciso mais que uma pessoa para atingir
o objectivo?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Uma equipa de futebol precisa que muitos jogadores trabalhem em conjunto para
marcarem golo e evitarem que marquem golos contra si;
▪ Um grupo de funcionários que estão a fazer um inventário, precisam de trabalhar juntos
para garantir que a tarefa é feita de forma rápida, correcta e eficiente;
▪ Um empregado de mesa precisa de trabalhar com o cozinheiro para garantir que a comida
é servida quando já está pronta.

DIGA: Vamos agora formar as nossas próprias equipas de trabalho para uma actividade.

ACTIVIDADE: A Fogueira de palitos 20 Minutos

PEÇA que os alunos formem trios e decidam quem será: O OBSERVADOR, O EXECUTOR e O
COMUNICADOR.

EXPLIQUE que cada trio receberá uma caixinha de fósforos e deverá montar uma fogueira com
os palitos.

89
EXPLIQUE as regras:
▪ O executor deverá estar com os olhos vendados e não poderá ver a forma que deverá
construir;
▪ O comunicador irá olhar para a figura desenhada no bloco gigante, ou impressa e passar
as orientações de como montar a fogueira ao executor. Só poderá usar linguagem verbal e
não poderá tocar na caixa de palitos, ou no executor;
▪ O observador pode dar sugestões ao comunicador sem que seja ouvido pelo executor e
deve tirar notas do que observar.

EXPLIQUE que os trios que terminarem antes do tempo poderão ir observar os que ainda não
terminaram, mas devem permanecer em silêncio.

EXPLIQUE que eles terão 10 minutos para executar a tarefa. A equipa que conseguir primeiro
acabar de montar a fogueira ganha. Assim que as equipas terminarem a actividade, PEÇA-lhes
para removerem as vendas aos executantes para lhes mostrarem as figuras construídas.

No final dos 10 minutos pergunte: As figuras de todos os grupos são iguais à original? Porquê, ou
por que não?

RESPOSTAS ESPERADAS
Porque não…
▪ Foi difícil comunicar eficazmente sem poder tocar na caixa e mostrar;
▪ Não conseguimos respeitar os papéis que cada um de nós tinha (o observador atrapalhou,
o comunicador passou uma informação que não era certa, o executor ficou confundido);
▪ Não consegui apoiar o meu colega, queria fazer em vez de observar;
Porque sim…
▪ Conseguimos trabalhar juntos, percebendo onde acabava o papel de cada um de nós e
começava o do outro;
▪ Mantendo a calma e a concentração;
▪ Observando primeiro, comunicando, escutando activamente, aceitando os conselhos para
melhorar.

PERGUNTE: O que é que cada um dos 3 no trio sentiu durante a actividade?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Observador: por exemplo, senti que fazia parte de uma equipa onde cada um tinha uma
tarefa importante, mas sozinho não podia concretizar o objectivo da actividade;
▪ Executor: por exemplo, senti-me totalmente dependente dos outros e não gostei / senti
que estava a ser bem encaminhado para a realização da actividade;
▪ Comunicador: por exemplo, não gostei do meu papel, acho que prefiro fazer as coisas e
não dizer ao colega como deve fazer.

PERGUNTE: Para as equipas que foram bem sucedidas, como é que os membros da equipa
conseguiram realizar a actividade? Que competências usaram?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Comunicação passo a passo;
▪ Escutar atentamente

90
▪ Ter papeis claros ajudou a cada membro;
▪ Esperar o momento certo para dar/receber um feedback adicional;
▪ Manter uma atitude positiva e um espírito de equipa;
▪ Estar disposto a ajudar (o observador), aberto a receber explicações (o executor), ou apoio
para melhorar o meu desempenho com humildade (comunicador).

PERGUNTE: De que forma é que vocês relacionam esta actividade com o que acontece no
ambiente de trabalho real?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Em qualquer ambiente de trabalho é importante clarificar o papel de cada membro da
organização e das expectativas da organização sobre qualquer membro/trabalhador;
▪ Boa comunicação é fundamental para ter sucesso, criar uma ambiente de cooperação
e maior produtividade;
▪ Humildade é importante (ou seja reconhecer as fraquezas e pedir ajuda quando
necessário);
▪ Respeito e valorização das diferenças dos vários membros da equipa.

EXPLIQUE que o foco da actividade foi na importância do trabalho em equipa e nas vantagens de
ter uma equipa bem estruturada e equilibrada, na qual os pontos fortes e fracos individuais dos
membros se complementem mutuamente e em que entre todos os membros da equipa existem
todas as competências e habilidades necessárias.

PERGUNTE: Por exemplo, o que aconteceria se o comunicador não pudesse falar com o
executor?
RESPOSTA ESPERADA
▪ Não iam conseguir construir a fogueira.

PERGUNTE: E o que aconteceria se o executor não tivesse uma venda na cara?


RESPOSTA ESPERADA
▪ Não iria precisar do comunicador para realizar a actividade.

EXPLIQUE, por exemplo: numa pequena florista, alguém tem que ter conhecimentos sobre as
flores; alguém tem que ser bom(boa) a falar com clientes; alguém tem que ser bom(boa) em
matemática para gerir o orçamento e alguém tem que ser bom(boa) a negociar com os
fornecedores. Sem algum destes elementos o negócio pode não ter sucesso.

ACTIVIDADE: Características essenciais dos membros de equipa 20 Minutos

AFIRME que na maioria dos casos uma pessoa sozinha não consegue atingir um objectivo
desejado. Tem que trabalhar em equipa, de forma eficaz.

PEÇA aos(às) formandos(as) para discutirem em pares o que é ser um bom membro de equipa.
Dê-lhes um minuto. Depois PEÇA a um voluntário de cada equipa para partilhar uma ideia da sua
dupla.

ANOTE as respostas num bloco gigante.

RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Tem respeito pelos outros;
▪ Colaborativo(a);
▪ Aberto(a);
▪ Flexível;
▪ Alguém que sabe ouvir;
▪ Alguém que sabe motivar os outros.

91
REFORCE e SINTETIZE as ideias deles e COMPLEMENTE se necessário com as características
abaixo.
Alguém disponível para ajudar os outros, é alguém que…
▪ Mostra como fazer algo de uma forma melhor;
▪ Dá conselhos úteis;
▪ Explica alguma coisa para ajudar alguém a entender melhor o que deve fazer;
▪ Voluntaria-se para ajudar a cumprir determinada tarefa.

Alguém que faz a sua parte


▪ Chega a tempo;
▪ Trabalhar e executa bem a sua função;
▪ Não faz pausas desnecessárias que comprometem o trabalho dos outros;
▪ Não se distrai facilmente do seu trabalho.

Alguém que é positivo, motivador e empático


▪ Demonstra preocupação quando os outros têm problemas;
▪ Tratar os outros com simpatia;
▪ Diz aos outros quando eles fazem um bom trabalho para os motivar.

DESCREVA os seguintes comportamentos. PEÇA aos(às) formandos(as) para escutarem


atentamente e para cada um, PEÇA-lhes para se levantarem se considerarem que é um hábito de
um bom membro de equipa e para se manterem sentados se acharem que é um hábito de um
mau membro de equipa.

Caso haja opiniões divergentes PEÇA para fundamentarem as suas opiniões.

A Sra. Luísa perguntou à Sra. Lina se ela podia, por favor, fazer uma
chamada ao telefone sobre assuntos pessoais porque é um tema urgente.
Bom Hábito de Equipa

O Sr. Mário chega com frequência atrasado ao trabalho porque tem de


deixar os filhos na escola.
Mau Hábito de Equipa: Não fazer a sua parte

A Sra. Gina grita com o Sr. Osvaldo dizendo-lhe que ele é mais
descuidado do que qualquer outra pessoa. As outras pessoas da equipa
conseguem ouvir .
Mau Hábito de Equipa

O Sr. José pede ao seu empregador para o deixar fazer uma pausa devido
à sua dor de cabeça.
Bom Hábito de Equipa

O Sr. Manuel diz à Sra. Mónica que os outros pensam que ela é muito
tímida e que as pessoas não gostam dela.
Bom Hábito de Equipa: se a informação for partilhada para ajudar a
pessoa
Mau Hábito de Equipa: se a Pessoa queria envergonhar ou
ridicularizar a outra

A Mónica pede ajuda à Tânia porque ela é boa numa determinada tarefa.
Bom Hábito de Equipa

PERGUNTE: Quais acham que são então os benefícios de trabalhar em equipa, em vez de
sozinho?
RESPOSTAS ESPERADAS
92
▪ Os membros de equipa geralmente têm características complementares que permitem ao
grupo obter melhores resultados;
▪ Pensar num tema/tópico em equipa permite chegar a mais, melhores e mais sólidas ideias;
▪ Ter mais pessoas a trabalhar por um objectivo permite agilizar a concretização de uma
actividade.

ENCERRAMENTO 5.1 4 MINUTOS

Dê a cada participante um cartão, ou tira de papel.

PEÇA aos(às) formandos(as) para reflectirem sobre as características que acham que têm de
bons membros de equipa e outras que acham que deveriam melhorar.

PERGUNTE se alguém quer partilhar uma característica que gostaria e vai tentar melhorar.

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) o tempo deles.

PEÇA uma SALVA de palmas para todos.

93
SESSÃO 5.2 UMA BOA COMUNICAÇÃO

Duração 90 Minutos
Critérios de ▪ Explica a importância de uma boa comunicação
desempenho ▪ Explica a importância de dar e receber feedback no desempenho
individual dos membros da equipa
Material ▪ Bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ Texto Sobre o Cometa Halley
▪ Texto Nossa História
▪ Bloco gigante com o título “Receber feedback positivo”

REVISÃO SESSÃO 5.1 4


MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO COMO: Vamos rever rapidamente alguns pontos chave da sessão anterior.

PERGUNTE: Quais acham que são os benefícios de trabalhar em equipa em vez de sozinho?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Os membros de equipa geralmente têm características complementares que permitem ao
grupo obter melhores resultados;
▪ Pensar num tema/tópico em equipa permite chegar a mais, melhores e mais sólidas ideias;
▪ Ter mais pessoas a trabalhar por um objectivo permite agilizar a concretização de uma
actividade.

PERGUNTE: Quais são as características que mais gostaria de ver nos membros da sua equipa?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Respeito pelos outros;
▪ Colaborativo;
▪ Aberto;
▪ Humilde;
▪ Motivador.

INTRODUÇÃO 5.2 2 MINUTOS

DIGA ALGO COMO: Na actividade da construção da fogueira de palitos vimos a importância de


uma boa comunicação. Hoje vamos praticar habilidades importantes para fortalecer as nossas
capacidades para sermos bons membros de equipa. Durante a sessão de hoje irão:
▪ Aprofundar a importância de uma boa comunicação;
▪ Praticar como dar e receber feedback construtivo.

PERGUNTE se alguém tem perguntas antes de continuarem.

ENCORAJE e RESPONDA a todas as perguntas antes de continuar.

ACTIVIDADE: Telefone estragado 12 Minutos

EXPLIQUE: Um elemento importante em equipas de trabalho é as pessoas da equipa serem


capazes de comunicar de forma eficaz uns com os outros. Por isso, vamos treinar nesta sessão
formas de transmitir mensagens.

PERGUNTE: Alguém quer partilhar o que significa comunicação?


94
RESPOSTA ESPERADA
▪ Processo de partilha de informações, pensamentos e sentimentos;
▪ Pode ser verbal, escrita, ou linguagem corporal.

PERGUNTA: O que será então comunicação eficaz?


RESPOSTA ESPERADA
▪ Tem a mesma definição de comunicação, MAS também inclui o facto de que as
informações partilhadas são recebidas e compreendidas da mesma forma com que foram
concebidas pela pessoa que as transmite.

DIGA aos(às) formandos(as) que vão fazer uma actividade para entenderem melhor este
conceito.

PEÇA aos(às) formandos(as) para se levantarem e formarem uma linha, ou fila.

EXPLIQUE que vão ter de partilhar uma mensagem da primeira à última pessoa na linha. A
primeira pessoa vai partilhar a mensagem com a pessoa atrás de si e assim sucessivamente até
que a mensagem seja passada por todos da linha.

DIGA Cada pessoa só pode repetir a mensagem ao seu colega uma vez!

VÁ até ao primeiro participante na linha e SUSSURRE a seguinte frase:


“Uma hiena ágil saltou sobre um leão preguiçoso que estava a comer um hambúrguer”.

[Nota para o(a) formador(a) Caso a aula tenha muitos formandos pode dividir em 2 grupos e ao
outro grupo transmitir outra frase, por exemplo: “O cabrito castanho preguiçoso e dorminhoco
saltou a vedação verde”.]

PEÇA para a primeira pessoa da linha repetir a frase que lhe disse à pessoa seguinte na linha.

Quando a mensagem chegar ao fim da linha, PEÇA à última pessoa para partilhar o que ouviu.

Depois PEÇA à primeira pessoa da fila para transmitir ao grupo a mensagem que lhe foi
transmitida por si

PERGUNTE: A mensagem partilhada pelo último(a) formando(a) foi a mesma que a transmitida
ao primeiro(a) formando(a)? Em que ponto da linha a mensagem mudou?
RESPOSTA ESPERADA
▪ Não, alguns detalhes foram alterados ou perdidos.

PERGUNTE: Por que é que acham que a nossa mensagem não chegou correctamente ao
destino?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Baseou-se na comunicação verbal e teria sido mais eficaz ter sido por comunicação
escrita, porque era uma mensagem complexa;
▪ Havia ruído externo – foi difícil ouvir com clareza;
▪ A pessoa sussurrou, ou não falou claramente;
▪ Não houve tempo, ou permissão para fazer perguntas quando não percebemos a
mensagem;
▪ A informação não foi breve, nem concisa;
▪ Não estava concentrado na mensagem.

EXPLIQUE: A Comunicação eficaz não é fácil porque há muitos componentes que influenciam a
transmissão correcta da nossa mensagem!

95
PERGUNTE: Quem é que quer partilhar uma história onde a comunicação falhou? O que
aconteceu como resultado disso?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Pedi ao meu marido que ele fosse no dia seguinte buscar as crianças à escola, mas pelos
vistos ele não me ouviu porque estava a ver televisão e as crianças tiveram de esperar
muito tempo na escola até termos percebido o mal entendido;
▪ Pensei que era o meu colega a pessoa responsável por certa tarefa e pelos vistos ele
achava que era eu então acabou por ninguém a fazer durante vários dias até nos
apercebermos desse problema de comunicação.

PERGUNTE: Por que é que é então importante comunicarmos de forma eficaz?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Impede mal-entendidos e possíveis conflitos entre os trabalhadores;
▪ Aumenta a confiança e torna as relações mais fortes;
▪ Fortalecer relações positivas que contribuem para o ambiente de cooperação;
▪ Economiza tempo e melhora a produtividade;
▪ Evita erros resultantes de má interpretação;
▪ Conseguimos o que queremos.

DIGA ALGO como: Agora vamos fazer uma outra actividade.

ACTIVIDADE: O cometa Halley 18 Minutos

FAÇA a leitura do texto ilustrativo sobre comunicação numa pequena empresa em Moçambique:

O DIRECTOR INDUSTRIAL disse ao GERENTE DE DIVISÃO enquanto ele revia o quadro dos
turnos na fábrica:
Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17 horas, o cometa Halley estará visível nesta área.
Trata-se de um evento que ocorre somente a cada 76 anos. Assim, por favor, reúna os
funcionários no pátio da fábrica, todos com capacete de segurança e explicarei o fenómeno a
todos. Se estiver a chover não poderemos ver nada; nesse caso, reúna os funcionários no
refeitório e mostro-lhes um filme científico sobre o cometa.

O GERENTE DE DIVISÃO disse então ao GERENTE DE PRODUÇÃO:


Por ordem do Director Industrial, na sexta-feira, às 17 horas, o cometa Halley vai aparecer sobre a
fábrica. Se chover, por favor, reúna os funcionários, todos usando capacetes de segurança no
refeitório onde o raro fenómeno que acontece a cada 76 anos terá lugar.

O GERENTE DE PRODUÇÃO disse ao CHEFE DE PRODUÇÃO:


A convite do Director Industrial, o cientista Halley, de 76 anos, vai aparecer no refeitório da fábrica
na sexta-feira, usando capacete, para fazer uma demonstração sobre fenómenos celestes. Se
chover, o Director Industrial dará outra ordem.

O CHEFE DE PRODUÇÃO , que entretanto falou com o director industrial, DISSE AO LÍDER
DE PRODUÇÃO:
Todos devemos estar no pátio da fábrica na próxima sexta-feira, às 18 horas. O Director Industrial
e o senhor Halley, um cientista famoso, estarão lá para falar sobre os fenómenos da chuva. Caso
comece a chover, é para irmos para o refeitório..

Na sexta-feira:
Na sexta feira, o Director Industrial estava às 17 horas, no pátio da fábrica, mas ninguém
apareceu. Mais tarde os funcionários justificaram-se que receberam informação incorrecta porque
achavam que era apenas para estar no pátio às 18h.

96
PERGUNTE: O que correu mal na comunicação desta empresa?
REPOSTAS ESPERADAS
A mensagem foi logo no início mal percebida pelo gerente de divisão que depois a transmitiu de
forma incorrecta ao seu gerente de produção, que por sua vez a transmitiu incorrectamente aos
seus funcionários;
▪ O gerente de produção confundiu o nome do fenómeno com o nome de uma pessoa e
transmitiu uma mensagem incorrecta.

PERGUNTE: Como poderia ter sido evitada esta falha de comunicação?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ O director industrial poderia ter enviado a comunicação por escrito para que nenhum
pormenor falhasse;
▪ O gerente de divisão poderia ter tirado notas para garantir que se iria lembrar de todos os
pormenores a transmitir;
▪ Um dos chefes poderia ter enviado uma mensagem na sexta-feira a recapitular o plano
para evitar desentendimentos, ou esquecimentos;
▪ O chefe de produção, que entretanto também falou com o director industrial, poderia ter
sinalizado ao director industrial ou ao gerente de produção que recebeu uma mensagem
diferente de cada um e poderiam ter clarificado a situação;
▪ O director industrial poderia ter escolhido um momento melhor para falar com o gerente de
divisão, que estava distraído a fazer outra tarefa, ou pedido que ele parasse o que estava
a fazer para ouvir com atenção;
▪ O director industrial poderia ter escolhido um lugar mais tranquilo e com menos barulho
para falar com o gerente de divisão;
▪ O director industrial poderia ter pedido ao gerente de divisão para recapitular a mensagem
para garantir que a tinha percebido bem.

COMPLEMENTE com as soluções que não forem referidas pelos(as) formandos(as).

ACTIVIDADE: Ouvi dizer que... 20 Minutos

EXPLIQUE que agora vamos vivenciar uma situação de formas diferentes de escutar a
informação transmitida por pessoas diferentes.

SOLICITE dois voluntários para desenvolver a tarefa e pedir a eles que se retirem da sala, uma
vez apresentados.

PEÇA aos(às) formandos(as) que permanecem na sala que anotem, conforme a leitura, todos os
detalhes pertinentes à história que será lida.

ESCLAREÇA que devem prestar muita atenção, pois deverão, posteriormente, contar a mesma
história a um dos companheiros que estão do lado de fora.

LEIA a história proposta.

97
PEÇA para os formandos prepararem em duplas um breve resumo para apresentar os detalhes
mais importantes da história aos colegas que esperam fora da sala (2 minutos).

FAÇA entrar um dos alunos que estão fora da sala. SOLICITE que um dos alunos conte a história
a seu colega.

Todos os demais deverão anotar, na folha de observação, as discrepâncias ou igualdades


encontradas na história que está sendo contada. Quando este aluno terminar, pedir para que o
segundo entre e faça a mesma coisa.

REPITA com o segundo aluno.

PERGUNTE: Quais foram as principais discrepâncias? A partir de que momento a história


mudou?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Muito provavelmente os formandos irão dizer que a mensagem tornou-se confusa;
▪ A falta de compreensão tornou-se numa transmissão de mensagens discrepantes.

PERGUNTE: Por que acham que o guarda foi despedido?


SOLUÇÂO: Como guarda-nocturno ele não poderia ter sonhado, deveria estar acordado.

PERGUNTE: O que você pode fazer para garantir que você está sendo compreendido da maneira
como planejou?
[Nota para o(a) formador(a): escreva as respostas no bloco gigante.]
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Pense cuidadosamente sobre o que você quer dizer, p. ex., pense antes de falar;
▪ Escolha um bom momento para falar quando o(a) receptor(a)/ a pessoa que recebe a
mensagem não está cansado(a) ou distraído(a);
▪ Fale em um lugar tranquilo para reduzir ruídos externos e o receptor possa ouvi-lo bem;
▪ Assegure que está sendo compreendido por meio da observação, fazendo perguntas e
reafirmando o que disse;
98
▪ Conquiste a confiança do receptor e tente conhecê-lo melhor;
▪ Fale claramente e de forma simples;
▪ Outros...

ACTIVIDADE: Estilos de Feedback 15 Minutos

5 min
Diga ao grupo que irá dar-lhes uma série de instruções e que eles devem segui-las sem fazer
perguntas.

[Nota para o(a) formador(a) Não diga aos(às) formandos(as) mas forneça feedback de forma
diferente em relação a cada instrução.]

DÊ a Instrução 1: Ponham-se todos de pé e segurem o pé.


Espere que os formandos executem a sua instrução
Dê Feedback pouco construtivo: “Não, estão a fazer errado”.

Dê a Instrução 2: Dedo no nariz


Feedback: Fantástico, mas podem por favor usar todo o vosso dedo indicador esquerdo. Isso
mesmo!

Instrução 3: Tentem alcançar o céu


Feedback: Ok, mas podem ficar todos em pontas de pés e esticar bem os braços?

PERGUNTE: O meu feedback ajudou-vos a entender as instruções e a segui-las melhor?


RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ No caso da primeira instrução não conseguimos perceber o que estávamos a fazer mal;
▪ No caso da segunda e terceiras instruções o feedback ajudou.

EXPLIQUE que muitas vezes damos feedback aos outros, mas que nem sempre ele é construtivo
ou ajuda os outros a fazer melhor.

[Nota para o(a) formador(a) Escreva os três tipos de feedback construtivo no quadro ou bloco
gigante]

EXPLIQUE que existem três estilos principais de como dar feedback construtivo:
▪ Estilo directo;
▪ Estilo sanduiche;
▪ Estilo com ênfase na correcção.

PERGUNTE: Entre os três feedbacks que eu dei anteriormente qual deles representaria um estilo
directo?
RESPOSTA ESPERADA
▪ Ex. Não, estão a fazer errado.

EXPLIQUE: No Estilo Directo vamos dizer à outra pessoa, de forma muito directa, exactamente o
que ela fez de certo ou de errado. Nesta caso o feedback não era construtivo porque apenas se
focou nos aspectos errados.

DIGA ALGO COMO: Usei também um estilo Sanduiche, onde intercalei o feedback menos
positivo de estarem a usar o dedo errado com elogios e mensagens de apoio. Comecei com um
elogio, depois introduzi o feedback menos positivo e terminei novamente com um elogio.

PERGUNTE: Qual dos meus feedback representa este estilo?


RESPOSTA ESPERADA
▪ Ex. Fantástico, mas podem por favor usar o vosso dedo indicador esquerdo. Isso mesmo!
99
PERGUNTE: Que estilo representará então um feedback como: “Ok, mas podem ficar todos em
pontas de pés e esticar bem os braços”? Porquê?
RESPOSTA ESPERADA
▪ Estilo com ênfase na correcção: Em vez de colocar a ênfase no erro colocamos a ênfase em
termos de como corrigir da melhor forma possível.
Empreendedorismo
PERGUNTE: Por que é que devemos dar feedback uns aos outros?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ É importante que uma pessoa perceba o que fez de errado para poder fazer melhor da vez
seguinte... para perceber melhor se tiver alguma dúvida;
▪ É uma oportunidade para crescer;
▪ Podemos perceber melhor os nossos pontos fortes e fracos.

EXPLIQUE: O objectivo principal de dar feedback a outra pessoa deve ser o de promover uma
mudança de comportamento para melhorar o desempenho de um colega e por consequência da
empresa, ou negócio.

PERGUNTE: Quais acham que são as regras fundamentais que temos de respeitar antes de dar
feedback a alguém?
[Nota para o(a) formador(a) complemente as respostas dos formandos com a informação a
seguir. Utilize um bloco gigante para evidenciar as regras.]
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Pensar em formas de melhoria, ou formas para resolver o problema que podemos
sugerir. Sugerir melhorias concretas, ou formas de resolver o problema mostra não só que
pensámos bem no que estamos a dizer como dá ao receptor do feedback os passos que
este deve fazer para melhorar. Sem isso, o receptor pode receber o feedback, mas não
fazer nenhuma alteração no seu comportamento por não saber o que pode fazer para
melhorar;
▪ Decidir qual é o objectivo do feedback. Devemos certificar-nos que antes de dar
feedback, sabemos por que é que o estamos a fazer e o que é que queremos mudar no
comportamento de alguém. Se estamos a dar feedback apenas para aborrecer alguém e
mostrar que tínhamos razão então já não pode ser considerado feedback construtivo e é
melhor ficarmos com ele só para nós;
▪ Pensar como avançar na conversa devagar e cuidadosamente. Não queremos que a
pessoa que está a receber o feedback fique à defesa. Devemos introduzir o feedback
construtivo lentamente, avaliando a reacção da outra pessoa à medida que o vamos
dando, evitando que ela fique à defesa;
▪ Reconhecer que podemos não saber a história toda. Antes de tirar conclusões de uma
situação devemos perguntar à pessoa que está a receber o feedback construtivo qual é o
seu entendimento da situação. A outra pessoa pode saber de algo que nós não sabemos,
ou interpretar a situação de outra forma justificadamente e isso justificar o seu
comportamento;
▪ Evitar a pergunta “Porquê”. O pronome interrogativo “Porquê” pode fazer com que as
pessoas fiquem à defesa e pressupõe que alguém tem culpa. Em vez disso, usamos
palavras como: como, quando, onde, o que aconteceu, etc.

EXPLIQUE: Até aqui falámos sempre de dar feedback e como o devemos fazer. Mas quem
recebe feedback, tem também de estar preparado a lidar com ele.

DIGA que irá ler algumas frases e que quem concordar se deve levantar e quem não concordar
deve permanecer sentado.

LEIA as seguintes frases:


▪ Quando recebo feedback de alguém devo justificar-me para todos os pontos levantados
imediatamente;
▪ Se não compreendo bem algum ponto do feedback devo fazer perguntas para esclarecer;
100
▪ Apenas devo receber com boa cara o feedback dos meus superiores;
▪ Se ficar chateado com o feedback que me estão a dar devo ficar calado, mas fazer má
cara para que percebam que não gostei do feedback;
▪ Quando sei que alguém não gosta de mim posso não prestar atenção ao feedback porque
sei que apenas estão a dizer isso por não gostarem de mim;
▪ Quando recebo feedback devo imediatamente pensar como posso fazer melhor na
próxima vez.

CONVIDE formandos com opiniões diferentes a explicar a sua opinião.

RECAPITULE com a turma os seguintes pontos-chave de como receber feedback:


▪ Ouvir atentamente – Devemos ouvir o feedback cuidadosamente sem julgamentos, ou
raiva. Devemos lembrar-nos que o feedback pretende ajudar-nos e não deitar-nos abaixo;
▪ Fazer Algumas Perguntas para entender melhor – Devemos demonstrar interesse na
crítica, ou feedback, fazendo perguntas para clarificar alguma parte que não entendemos;
ou tentar entender as razões que levam a pessoa a dar esse feedback;
▪ Pedir indicações sobre soluções – Devemos perguntar como é que podemos melhorar a
situação, em vez de nos focarmos no erro;
▪ Responder – Por vezes pode ser importante explicar algumas circunstâncias que a
pessoa possa não saber, mas não devemos ter uma desculpa para tudo. O foco deve
estar na solução do futuro e não no erro do passado;
▪ Dizer Obrigado(a)! – O feedback pretende ajudar-nos, por isso devemos agradecer a
quem nos dá feedback pelo seu tempo. Uma pessoa que gasta do seu tempo para nos dar
feedback é porque acredita que podemos fazer melhor e isso é um voto de confiança.

EXPLIQUE que na actividade a seguir iremos praticar dar e receber feedback construtivo uns aos
outros.

ACTIVIDADE: Dar e receber feedback 15 Minutos

PEÇA aos(às) formandos(as) para empurrarem as suas cadeiras/secretárias para a parte de trás,
ou lateral da sala e fazerem uma roda grande com as cadeiras. PEÇA a dois voluntários para
levarem as suas cadeiras para o centro da roda e depois PEÇA a todos os outros para se
sentarem nas cadeiras da roda.

AFIXE um cartaz ou folha de papel gigante que diga “Receber feedback construtivo” numa
cadeira e um que diga “dar feedback construtivo” na outra.

EXPLIQUE: A próxima actividade é o jogo “Pára, estou dentro”. O jogo funciona da seguinte
forma:
▪ As duas pessoas no centro vão dar e receber feedback construtivo sobre um determinado
tópico que eu, enquanto o(a) formador(a), vou introduzir;
▪ Após 30 segundos, qualquer pessoa na roda pode dizer “pop”, levantar-se e tirar uma das
duas pessoas da sua cadeira, substituindo-a no centro;
▪ Uma pessoa pode dizer “pop” apenas uma vez para dar oportunidade a várias pessoas de
participar e deve fazê-lo para mostrar de que forma abordariam o tema;
▪ Quando eu, como formador(a), decidir que a sessão de feedback construtivo já foi boa,
vou dizer “pausa” e iremos para uma breve discussão, antes de eu apresentar um novo
tópico;
▪ Sejam tão criativos quanto desejarem na simulação, acrescentando detalhes, criando
nomes, organizações e situações. No entanto, devem manter a enfâse no feedback
construtivo no tópico fornecido.

Tópicos propostos:

101
[Nota para o(a) formador(a): O(a) formador(a) poderá utilizar outros tópicos se considerar que há
tópicos mais relevantes na área de estudo dos formandos. O(a) formador(a) poderá usar quantos
tópicos quanto os necessários para passar as principais mensagens sobre feedback.]
▪ O funcionário que trabalha no turno antes do seu está sempre a pôr todas as notas na
mesma secção da caixa em vez de as dividir por valor;
▪ Desapareceu dinheiro da caixa e acha que foi o seu funcionário;
▪ O fornecedor de comida traz constantemente tomate podre e demasiado maduro;
▪ O carro das entregas volta sempre mais estragado depois do turno do funcionário;
▪ O funcionário tem sempre um aspecto desleixado quando vem para o trabalho com roupas
sujas e cabelo despenteado;
▪ O funcionário chega frequentemente atrasado e sai sempre mais cedo.

Depois de trabalhar cada cenário, PEÇA ao grupo para parar e reflectir sobre o que aconteceu.

PERGUNTE a quem representou o papel de dar feedback: Acham que forneceram feedback
construtivo que foi bom e útil para o trabalhador?.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Foquei-me muito no erro e pouco na solução;
▪ Entrei talvez demasiado depressa no assunto;
▪ Acho que não consegui dar um exemplo positivo;
▪ Foi importante não ter tirado conclusões;
▪ Foi difícil elogiar algo que não gostei.

PERGUNTE a todos: Gostariam de ter dado feedback construtivo de outra forma? Como?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Gostaria de ter tido mais tempo para organizar as minhas ideias e dar um feedback mais
concreto, sugerindo formas de melhoria;
▪ Gostaria de ter introduzido o feedback mais lentamente;
▪ Não deveria ter perguntado porquê logo no início. A pessoa ficou na defensiva.

PERGUNTE aos(às) formandos(as) receptores de feedback: Como é que se sentiram?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Feliz, porque senti que o chefe/colega estava a dar feedback para me ajudar;
▪ Chateado porque me senti acusado;
▪ Confuso, deveria ter feito perguntas e agradecido;
▪ Recebi muitas informações em pouco tempo, não me ajudou.

PERGUNTE: Ficaram chateados e na defensiva, ou entenderam como mudar?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Perdi-me em justificações e esqueci-me de perguntar como poderia melhorar;
▪ Ouvi o feedback cuidadosamente sem julgamento, mas não concordei;
▪ Entendi, sim e concordo com o ponto levantado no feedback;
▪ Não recebi nenhuma ideia de como resolver a situação, foi apontado somente o meu erro,
mas nenhum ponto de superação do erro.

EXPLIQUE Sempre que possível devemos também lembrar-nos de dar feedback positivo. Este
tipo de feedback ajuda os outros a manter-se, ou ficar mais motivados para o trabalho, porque
acreditam que o seu trabalho é valorizado!

ENCERRAMENTO 5.2 4
MINUTOS

PEÇA aos(às) formandos(as) para se juntarem a um colega.

PEÇA a cada par para discutir a seguinte pergunta:


102
▪ Em que situação futura é que podem precisar de dar, ou receber feedback e como é que
podem fazê-lo da forma mais construtiva?

PEÇA a alguns voluntários para partilharem o que discutiram.

RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Poderá ser numa situação relacionada com um encontro de trabalho...um prazo muito
apertado...em casa com um membro da família...numa conversa com amigos sobre
assuntos pessoais;
▪ Poderei receber feedback numa situação de minhas dificuldades para alcançar os
objectivos que tinha traçado;
▪ Para dar um feedback de forma construtiva deve sempre lembrar que o objectivo do
feedback é potencializar o desempenho da sua equipa e buscar os melhores resultados;
▪ Quanto mais claro eu for durante o feedback, mais fácil será para o colaborador entender
todas as mensagens que foram passadas;
▪ O foco principal é pensar e reflectir no futuro, no que tem que ser feito, sem falar nas
acções antigas;
▪ Realçar os pontos positivos do trabalho do profissional, destacando as situações em que
ele(a) mais se saiu bem;
▪ Ouça primeiro, fale depois.

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) pelo tempo deles.

PEÇA uma salva de palmas para todos.

103
SESSÃO 5.3 OUTRAS CARACTERÍSTICAS DE EQUIPAS EFECTIVAS E EFICAZES

Duração 60 Minutos
Critérios de ▪ Identifica estratégias para trabalhar de forma positiva com todos
desempenho ▪ Explica a importância da gestão das emoções fortes para o
estabelecimento de relações positivas
▪ Identifica elementos de equipas efectivas e eficazes e reconhece o
seu impacto nos resultados alcançados
Material ▪ Bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ Instruções para a actividade introdutória (1 por grupo)

REVISÃO SESSÃO 5.2 12 MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO como Vamos começar a sessão por fazer uma actividade que nos permite rever os
tópicos principais das sessões passadas e introduzir a última sessão do TEMA 5.

PERGUNTE se alguém tem perguntas antes de continuarem.

ENCORAJE e RESPONDA a todas as perguntas antes de continuar.

PEÇA que os formandos coloquem os seus pertences de lado para que possam estar sem
segurar nada.

DIVIDA os formandos em grupos de 5 pessoas.

EXPLIQUE que será entregue uma folha a cada grupo, mas que eles não poderão virar até que a
ordem seja dada por si.

EXPLIQUE que quando o sinal for dado o grupo deverá executar as tarefas contidas na folha e
que quem executar tudo em menor tempo ganha.

[Nota para o(a) formador (a): Observar a execução da tarefa pelos formandos, a cooperação
entre os formandos, se surgem líderes e como ocorre a comunicação entre os vários elementos
do grupo.]

Lista de Instruções
O tempo já está a contar! Sejam rápidos, porém, leiam tudo antes de começar a executar
qualquer tarefa:
1. Escrevam os vossos nomes, sublinhando-os, no topo desta folha, à direita;
2. Levantem-se da cadeira e dêem DEZ PASSOS bem espaçados, aqui dentro da sala;
3. Voltem para as vossas cadeiras e desenhem, no verso desta folha, uma casa e uma
árvore;
4. Ponham-se de pé, em cima das vossas cadeiras e pronunciem, bem alto, os vossos
nomes;
5. Troquem de lugar com outra pessoa, de preferência que não esteja perto de vocês;
6. Dêem um abraço a vocês próprios e digam: "Eu me amo!";
7. Agora fiquem, durante aproximadamente vinte segundos, de olhos fechados, em atitude de
reflexão;
8. Abram os olhos, ponham-se de pé e digam: "Eu sou uma pessoa feliz!";
9. Cantem o refrão de uma música qualquer;
10. Dêem uma volta à sala, em círculo, andando de costas;

104
11. Agora que acabaram de ler todas as instruções, executem apenas a número dois e
aguardem.

No final CONDUZA uma discussão sobre o que ocorreu e por que é que a grande maioria não
prestou atenção à primeira instrução: "LEIA TUDO ANTES DE EXECUTAR".

PERGUNTE: O que é que aconteceu nesta dinâmica? Por que é que não prestaram atenção à
primeira instrução?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Queríamos ser rápidos a executar as instruções;
▪ Não atribuímos papéis diferentes, não nos organizamos como equipa;
▪ A mensagem oral do(a) formador(a) “quem executar tudo em menor tempo ganha”, teve
mais peso do que o texto escrito;
▪ Não tivemos uma visão global da tarefa, nos focalizamos em cada passo;
▪ Outros.

PERGUNTE: Como se comportou o grupo na execução das instruções? Houve boa


comunicação? Cada formando agiu por si, ou fizeram tudo em conjunto?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Eu não consegui que a equipa ouvisse a minha voz, cada um quis fazer da sua maneira;
▪ Acho que faltou o espírito de equipa, achando cada um de nós que podia ser o mais
rápido;
▪ Outros.

PERGUNTE: Houve conflitos? Ideias e opiniões diferentes entre os formandos? Houve


necessidades de dar feedback a algum colega que queria realizar de forma diferente a actividade?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Não houve conflitos, deveríamos ter dado um feedback aos membros que queriam realizar
a actividade sozinhos;
▪ Cada um estava com pressa de acabar, não pensamos em dar um feedback;
▪ ...o feedback que dei ajudou-nos a realizar a única tarefa necessária, porque tive a
iniciativa de ler tudo e chamar a atenção da equipa explicando a possível solução.

PERGUNTE: Com base nesta actividade, que outras características identificámos para equipas
eficientes e eficazes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Papéis na equipa devem ser claros e bem distribuídos;
▪ Deve haver alguém nomeado como líder para guiar o grupo;
▪ A responsabilidade de atingir os objectivos deve ser partilhada por todos membros da
equipa;
▪ O propósito a atingir pela equipa deve ser conhecido e relevante para todos;
▪ Os membros de equipa não desistem do objectivo;
▪ Devem ser encorajadas discussões entre todos para a resolução de problemas;
▪ Se alguém está com dificuldades em cumprir uma tarefa não devemos deixá-lo para trás;
▪ Devemos ter respeito por todos os membros da equipa, mesmo quando não concordamos
com eles.

PERGUNTE: Por que é que são importantes?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Sem papéis claros pode haver pessoas a fazer a mesma actividade, ou haver alguma
actividade que fica por fazer;
▪ Outros.

COMPLEMENTE com os pontos que não forem referidos pelos formandos.

105
DIGA Boa comunicação e saber dar e receber feedback construtivo é muito importante, mas há
muitas outras características que devemos ter em conta quando trabalhamos em grupo, para
garantir que somos eficientes e eficazes!

INTRODUÇÃO 5.3 1 MINUTO

No fim desta sessão os formandos serão capazes de:


▪ Identificar as características chave de equipas efectivas e eficazes;
▪ Trabalhar de forma positiva com todos os membros de uma equipa;
▪ Perceber a importância de gerir emoções fortes quando se trabalha em equipa.

ACTIVIDADE: Trabalhar de forma positiva com todos 22 Minutos

ENVOLVA os formandos na revisão rápida dos hábitos de um bom membro de equipa.


PERGUNTE: Quais foram algumas das características que identificámos nas sessões anteriores
de um bom membro de equipa?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Alguém que está disposto a ajudar os outros;
▪ Chega a tempo ao trabalho;
▪ Não fazer pausas desnecessárias;
▪ Faz bem o seu trabalho;
▪ É positivo;
▪ Dizer aos outros quando eles fazem um bom trabalho;
▪ Pedir ideias e ajuda aos outros quando enfrentares um problema ou um desafio;
▪ Dar conselhos úteis.

DIGA Agora, imaginem que estão a lidar com pessoas que não são bons membros da equipa.
Vou ler três cenários, depois vocês terão 3 minutos para pensar individualmente nas estratégias
que podem pôr em prática para trabalhar de forma positiva com essa pessoa. Depois de três
minutos, irão partilhar as vossas estratégias com o colega ao vosso lado. Terão mais 2 minutos
para fazer isso.

▪ Cenário 1 – Filomena acorda muito cedo para chegar ao trabalho pontualmente. Tem um
prazo para a entrega de alguns produtos às clientes e sabe que há ainda trabalho para
fazer com a sua colega. A sua colega chega atrasada sem avisar e perde tempo durante o
trabalho atendendo chamadas desnecessárias;
▪ Cenário 2 – Júnior e Teresa estão encarregados de fazer um balanço da situação
financeira da empresa para o mês em curso. Os dois têm ideias diferentes sobre como
realizar o trabalho. Teresa pensa que o Júnior esteja a atrapalhar para cobrir as lacunas
do seu trabalho desorganizado, é muito pessimista e pensa somente no que correu mal
neste mês;
▪ Cenário 3 – Precisas de organizar um evento, mas o teu colega não quer partilhar contigo
os contactos de e-mail de todos os convidados, nem quer enviar o convite que você
preparou por e-mail.

PERGUNTE para cada cenário: Que estratégias podemos pôr em prática para trabalhar de forma
positiva com essa pessoa?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Cenário 1: Manter a calma e um pensamento positivo. Fale com a sua colega de trabalho
de forma directa, mas gentil para explicar o quão é importante concentrar-se para acabar o
trabalho o mais rapidamente possível;
▪ Cenário 2: Tenta ser compreensiva, para tentar diminuir a tensão. Mostre que o mais
importante não é o que se passou durante o mês. Tente ficar optimista;

106
▪ Cenário 3: Aborde seu colega com perguntas amigáveis, ao invés de acusações. Mesmo
se você não estiver em uma posição de liderança na equipe, considere essa uma boa
oportunidade para praticar suas habilidades de liderar; Relembre que têm um objectivo em
comum.

ACTIVIDADE: Gestão de emoções fortes 20 Minutos

DIGA A última característica de equipas eficientes e eficazes que iremos abordar na sessão de
hoje é a dos membros da equipa serem capazes de gerir emoções fortes.

PERGUNTE: Que tipos de emoções fortes conhecemos, que podemos experimentar no nosso
dia-a-dia?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Euforia;
▪ Medo;
▪ Tristeza intensa;
▪ Raiva extrema.

PERGUNTE: No nosso dia-a-dia, quais são alguns exemplos de situações pessoais que nos
podem levar a este tipo de emoções fortes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ A noticia da morte ou doença de um amigo, ou familiar;
▪ Stress causado por problemas financeiros;
▪ Tiveste um acidente.

PERGUNTE: e no contexto profissional, ou empresarial?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Receber mau feedback do supervisor, ou chefe e ter medo de ser despedido;
▪ O chefe comete uma injustiça acusando-me de alguma coisa que não fui responsável;
▪ Perda inesperada do teu trabalho /fonte de sustento.

DIGA Independentemente da natureza da situação que nos levou a uma emoção forte (se foi
pessoal, ou profissional), ambas têm de ser geridas de forma a não porem em causa o nosso
trabalho

PEÇA aos(às) formandos(as) para discutirem em pares as possíveis consequências de quando as


emoções fortes não são bem geridas.

PEÇA a alguns formandos para partilharem possíveis consequências:


REPOSTAS ESPERADAS
▪ Experienciar problemas físicos ou emocionais;
▪ Prejudicar a sua capacidade para trabalhar correcta ou rapidamente na escola, ou no
trabalho; também pode provocar problemas nas suas relações com os outros.

RESUMA dizendo que as pessoas que não gerem bem as suas emoções podem prejudicar a sua
capacidade para trabalharem correcta, ou rapidamente; também podem provocar problemas nas
suas relações com os outros.

DIVIDA os formandos em pequenos grupos.

PEÇA aos(às) formandos(as) para pensarem numa vez em que alguém reagiu inapropriadamente
a uma situação por causa de emoções fortes que estavam a sentir. Pode ser um exemplo
pessoal, ou de colegas de trabalho.

107
PEÇA aos(às) formandos(as) para descreverem as suas situações num papel e quando
terminarem colocarem o papel dobrado na sua mesa.

DIGA que cada grupo deverá retirar um papel de outro grupo, identificar as emoções fortes que
são retratadas e pensar como poderá representar para a turma, isto é, como seria a situação se
essa emoção fosse mal gerida; depois, outra breve encenação que mostra o que poderia ter sido
feito de forma diferente para gerir a emoção de forma positiva.

DÊ tempo de preparação.

PEÇA a cada grupo para apresentarem a sua encenação. Possíveis exemplos de encenação
poderão ser:

▪ Uma pessoa que sente que o supervisor o trata injustamente: Ele repreende-o quando se
apercebe que voltou do almoço 5 minutos atrasado, mas parece não notar quando outros
colegas de trabalho fazem pausas de almoço mais longas. Ele sente-se muito triste e
injustiçado;
▪ Um individuo sente que alguém no seu trabalho o está constantemente a desrespeitar.
Ele/Ela pede sempre a sua ajuda na realização das suas tarefas, mas nunca está
disponível para o(a) apoiar, interrompe-o(a) constantemente enquanto fala e isso deixa-
o(a) muito irritado(a);
▪ Uma pessoa foi injustamente acusada de ter usado de forma inapropriada para uso
pessoal o carro da empresa ou do negócio. Apesar de ser inocente, não consegue
convencer o seu chefe disso e está com muito medo de ser despedido/a.

PEÇA aos(às) formandos(as) para identificarem as dicas úteis para gerir as emoções fortes que
foram representadas:

REGISTE as respostas no quadro, ou no bloco gigante. Se as ideias seguintes não forem


mencionadas, acrescente:
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Pensar antes de agir;
▪ Fazer uma pausa para beber água;
▪ Fazer exercícios de respiração;
▪ Contar lentamente até 10;
▪ Estar ciente de que está a experimentar emoções excessivamente fortes e fazer por não
exagerar;
▪ Decidir responder à situação mais tarde, dando tempo para pensar e acalmar;
▪ Falar com alguém de confiança e que tem conhecimentos, ou capacidade para poder
ajudar;

EXPLIQUE: Saber gerir emoções fortes e compreender bem as suas emoções antes de reagir é
essencial para ser um bom membro de equipa

RECAPITULE: Porque é que tanto na vida pessoal, como no trabalho, é fundamental saber gerir
emoções fortes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Permite impedir ofensas, mal entendidos, ambientes desagradáveis de trabalho e cortes
de relações com colegas e amigos, ou possíveis despedimentos, por criar ambiente
impróprio ao trabalho.

ENCERRAMENTO 5.3 5 MINUTOS

Pergunte: Quais são as vantagens de gerir emoções fortes?


RESPOSTAS ESPERADAS

108
▪ Manter um equilíbrio de modo a ter uma vida profissional e pessoal saudável e equilibrada;
▪ Reage adequadamente às situações;
▪ Positividade: eles estão sempre olhando para frente e se concentrando em como avançar;
▪ Estabilidade: capazes de controlar suas emoções, tornando o ambiente menos stressante;

INCENTIVE os participantes a pensarem qual das formas de gerir emoções fortes, pensam que
funcionaria melhor com eles.

CONVIDE os formandos a tentarem na semana a seguir as várias formas de gerir emoções fortes
e verem que método funciona melhor com eles. Incentive-os também a tentar várias actividades
que eles gostem para gerir emoções fortes.

DIGA ALGO COMO: Saber o que funciona para gerir emoções fortes vai ajudá-los a saber o que
fazer sempre que alguma coisa acontecer e provocar emoções fortes, também os vai ajudar a
manter relações positivas.

PEÇA uma salva de palmas para todos.

109
Tema 6: Demonstrar Proactividade E Resiliência

SESSÃO 6.1 OPORTUNIDADES DE AUTO-FORTALECIMENTO A PARTIR DAS FORÇAS E FRAQUEZAS E


LIDAR COM CIRCUNSTÂNCIAS ADVERSAS

Duração 90 minutos
Critérios de ▪ Identifica as suas forças e fraquezas
Desempenho ▪ Aplica as suas falhas/fraquezas como oportunidades de aprendizagem
e auto fortalecimento
▪ Demonstra habilidades de resposta a desafios e circunstâncias
adversas
▪ Aplica os três "As" para lidar com o insucesso de forma construtiva
▪ Identifica e procura oportunidades para desenvolvimento profissional
e/ou empresarial
▪ Gere as suas emoções de forma a não prejudicar os resultados que
quer atingir
Material ▪ Bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ Imagem de uma bicicleta

REVISÃO TEMA 5 10
MINUTOS

CUMPRIMENTE os formandos e dê-lhes as boas-vindas à formação.

DIGA ALGO COMO: Vamos juntos fazer um jogo para rever a sessão anterior.
Este exercício é conduzido em duas partes com um breve balanço após cada ronda. Divida o
grupo em 3 grupos mais pequenos. Primeira parte: Diga aos participantes que lhes vai dar um
minuto para pensarem em itens que levariam com eles numa viagem de carro de 5 dias. São
encorajados a trabalhar juntos para criar uma lista do grupo.

DIGA rapidamente: "Prontos, vão!" e COMECE o exercício antes que alguém tenha a
oportunidade de fazer perguntas.

Depois de uns minutos PERGUNTE: Quantos itens têm na lista de cada grupo e como correu a
selecção dos itens?

[Nota para o(a) formador(a) Muito provavelmente surgirá a pergunta-chave: "Para onde
vamos?". Por exemplo, se alguém tiver um mapa na sua lista, pode perguntar: "Um mapa para
onde?"]

DISCUTA a importância de ter um destino comum especialmente quando se trabalha em grupo,


muito provavelmente o grupo tinha problemas porque cada um queria trazer itens pensando num
destino diferente, ou sem uma utilidade específica, não havia ninguém para liderar a conversa,
etc...

Segunda parte, SELECCIONE um lugar que possa ser um destino de viagem realista, com base
na sua localização. Dê mais 1 minuto.

DISCUTA as diferenças entre as listas das rondas 1 e 2. Normalmente, as listas são muito
semelhantes, mas há alguns itens chave na lista da segunda parte que são específicos do
destino.

DIGA: O elemento-chave é- um destino é que influencia decisões importantes. Esta actividade


pode ajudar os participantes a perceber como é difícil trabalhar em equipa sem um claro destino.

110
PERGUNTE: O que isso tem a ver com o que aprendemos no TEMA sobre Saber Trabalhar em
equipa?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ O propósito a atingir pela equipa (o destino neste caso), deve ser conhecido e relevante
para todos;
▪ A responsabilidade de atingir os objectivos deve ser partilhada por todos os membros da
equipa;
▪ Os membros de equipa não desistem do objectivo;
▪ Os membros de equipa comunicam-se sempre de forma positiva, mesmo tendo dificuldade
ou sendo de opiniões diferentes;
▪ Devem ser encorajadas discussões entre todos para a resolução de problemas;
▪ Se alguém está com dificuldades em cumprir uma tarefa não devemos deixá-lo para trás;
▪ Devemos ter respeito por todos os membros da equipa, mesmo quando não concordamos
com eles.

INTRODUÇÃO 6.1 10
MINUTOS

DIGA: Hoje trabalharemos sobre o nosso próprio autoconhecimento e como conhecer melhor as
nossas forças e fraquezas nos permite ter mais possibilidades de conseguir alcançar as nossas
metas profissionais ou empresariais.

DIGA: No final deste módulo devem ser capazes de:


▪ Saber como agir sempre de forma proactiva e resiliente.

PERGUNTE: Quem sabe dizer o que é uma pessoa proactiva e como se comporta?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Alguém que não espera que as coisas lhe caiam no colo sem esforço;
▪ Alguém que antecipa as situações e está preparado para lidar com elas antes mesmo de
acontecerem.

PERGUNTE: E uma pessoa resiliente? Como é e como se comporta?


RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Uma pessoa que não desiste à primeira dificuldade;
▪ Uma pessoa que consegue lidar com problemas;
▪ Uma pessoa que sabe adaptar-se às mudanças mesmo que sejam situações adversas.

PEÇA agora aos(às) formandos(as) para fecharem os olhos e pensarem numa pessoa que
conhecem que é proactiva e resiliente. DIGA que devem tentar desenhar essa pessoa numa folha
de papel.

PEÇA a alguns formandos que partilhem em quem pensaram e por que é que consideram que
essa pessoa é proactiva e resiliente.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ é flexível e dinâmica;
▪ tem confiança e perseverança;
▪ é direccionada para o alcance dos objectivos/resultados não desistindo nas dificuldades;
▪ se mantém positivo nas dificuldades.

DIGA aos(às) formandos(as) que deverão lembrar-se dessa pessoa durante a sessão deste tema.

PERGUNTE se alguém tem perguntas antes de continuarem.

ENCORAJE e RESPONDA a todas as perguntas antes de continuar.

111
ACTIVIDADE: Pontos fortes e fraquezas 20 Minutos

EXPLIQUE: Para sermos pessoalmente eficazes, precisamos de nos compreender bem, incluindo
os nossos pontos fortes e fracos.

PEÇA a cada formando para em silêncio identificar e escrever numa folha os seus principais
pontos fortes e fracos. PEÇA para identificarem pelo menos 3 de cada.

PEÇA agora para cada formando colocar à frente de cada ponto fraco como pode desenvolver-se
de forma a transformar este ponto fraco numa força.

PEÇA agora para reflectirem como podem tornar-se mais parecidos com a pessoa que pensaram
anteriormente em termos de proactividade e resiliência e em que situações da sua vida têm sido
proactivos e resilientes.

PEÇA a alguns voluntários que partilhem o que reflectiram, especialmente focando sobre como
são em termos de proactividade e resiliência e como podem melhorar.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ser mais focado e produtivo, tendo os seus objectivos e metas claros;
▪ Atingir suas metas;
▪ Ser mais produtivo e mais realista;
▪ Manter canais de comunicação abertos e saudáveis com outras pessoas;
▪ Lembrar-se de estratégias que o ajudaram a lidar com momentos difíceis no passado;
▪ Ser consciente dos métodos de auto-fortalecimento.

EXPLIQUE: Cada um de nós tem pontos fortes e fracos Mas podemos trabalhar em potenciar os
nossos pontos fortes e fracos no nosso trabalho e na nossa vida doméstica. Se o fizermos,
seremos mais felizes e mais bem sucedidos!

DESENHE a imagem de uma bicicleta no bloco gigante.

EXIBA a imagem que desenhou de uma bicicleta de duas rodas. Explique como a bicicleta
necessita das duas rodas para se mover facilmente.

DESCREVA como a proactividade e a resiliência de uma pessoa se assemelham a uma bicicleta


de duas rodas.

EXPLIQUE que as pessoas precisam de tentar manter estas duas rodas fortes para conseguirem
avançar nas suas vidas pessoais e profissionais, ou empresariais.

DISCUTA: Quais são as implicações de somente se ter uma das rodas cheia de ar e a outra
estiver vazia?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ A bicicleta já não está a funcional como antes.
▪ As pessoas podem andar numa bicicleta com somente uma roda cheia de ar, mas é muito
difícil. O mesmo se aplica à proactividade e à resiliência. Uma pessoa proactiva pode até
começar um negócio mas se depois não é resiliente a enfrentar os obstáculos não vai
conseguir levar o negócio ao sucesso desejado;
▪ Uma pessoa resiliente teria capacidade de levar um negócio ao sucesso, mas se não é
proactiva talvez nunca chegue a começar esse negócio!

EXPLIQUE: Ao mesmo tempo para o nosso crescimento é importante também sabermos


reconhecer os nossos pontos fracos e vermos isso como oportunidades de aprendizagem e auto
fortalecimento

112
DIGA ALGO como: É mais fácil andar de bicicleta numa estrada alcatroada. Quando a estrada é
esburacada é mais difícil. Isto é como a vida. Às vezes acontecem muitas coisas positivas na vida
das pessoas; ou, o ambiente em que vivemos e trabalhamos é positivo e a vida parece fácil.
Nesses períodos é mais fácil para as pessoas sentirem-se proactivas e resilientes. No entanto,
quando a estrada é esburacada e a vida às vezes é assim, é mais difícil ser proactivo e resiliente.

PERGUNTE: Que tipos de circunstâncias ou situações podemos viver que abalam a nossa
proactividade e resiliência?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Falta de oportunidades de emprego;
▪ Falta de vendas no negócio;
▪ Não receber feedback positivo.

PERGUNTE: Quais são os sentimentos que essas situações podem gerar?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Tristeza;
▪ Falta de confiança em si mesmo;
▪ Falta de comprometimento;
▪ Desmotivação, desinteresse;
▪ Falta de perspectiva futura; Paralisação.

PERGUNTE: Que formas podemos encontrar para minimizar as consequências levantadas por
essas situações e incentivar atitudes de proactividade e resiliência?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Focar-nos nas nossas forças como estímulo para nos ajudar a sair de circunstâncias e
situações difíceis;
▪ Falar com pessoas que para nós são exemplo de força, proactividade e resiliência;
▪ Lembrar-se de estratégias que o ajudaram a lidar com momentos difíceis no passado;
▪ Ser mais flexível e perceber que a mudança é parte da vida;
▪ Manter uma atitude positiva.

ACTIVIDADE: os três "As" para lidar com o insucesso 20 Minutos

LEIA a seguinte história:


“Bom dia a todos! Chamo-me Lua e sou inventora e também co-fundadora
da Fábrica de Bio Sumo Naturais de uma cidade no centro do país. Bem,
estou aqui para partilhar convosco uma experiência muito frustrante que
tive no ano passado. A minha empresa tinha o desafio de produzir sumos
nacionais para serem vendidos a nível nacional. Parece difícil, não é?
Bem, foi mesmo. Tentei muitas vezes e falhava sempre, o sabor não era
bom, a quantidade muito reduzida, estragava rapidamente. Sabem quantas
vezes tentei? QUARENTA! Sim, isso mesmo. Falhei 39 vezes, mas na
tentativa número 40, consegui a solução que funcionava para prevenir os
sumos de se estragar rapidamente. A solução era tão eficaz, que em 1958,
decidimos vendê-la ao público em geral como BS-40, que quer dizer “Bio
SUMO 40”. Literalmente o número de tentativas necessárias para criar a
solução. Agora o BS-40 é o único sumo nacional vendido em todo o país!
Obrigado por me receberem.

PERGUNTE: O que é que podemos aprender a partir da história de Lua?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Devemos ser proactivos para conseguir cumprir os nossos objectivos e sonhos;
▪ Podemos aprender com os erros;
▪ Não faz mal falhar desde que não desistamos;

113
EXPLIQUE que nesta actividade iremos focar-nos no insucesso e em como podemos aprender
com ele.

PERGUNTE aos(às) formandos(as) se eles pensam que o insucesso é uma coisa boa ou má.
Diga-lhes para porem uma mão no ar, se pensam que é uma coisa má e duas se pensam que é
boa.
RESPOSTA ESPERADA A maioria dos formandos irá responder MÁ!

EXPLIQUE que o insucesso nem sempre é uma coisa má. De uma forma geral, o insucesso pode
ser uma oportunidade de crescimento.

DIGA algo como: O melhor processo para aprender e crescer com o insucesso é seguir os “Três
As”.

PERGUNTE: Quem gostaria de adivinhar quais são as palavras que estão por detrás desses três
As?

DIGA que têm dois minutos para em triplas pensarem nestes 3 As.

CONVIDE alguns voluntários a apresentar uma das ideias que tiveram.

RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Admitir;
▪ Aceitar;
▪ Adaptar-se.

[Nota para o(a) formador(a)escreva estas palavras no quadro.]

PERGUNTE: Porque é importante admitir?


RESPOSTA ESPERADA
▪ O primeiro passo importante para aprender com um insucesso é reconhecer que ele
aconteceu. Não devemos tentar o esconder.

PERGUNTE: Por que é importante aceitar?


RESPOSTA ESPERADA
▪ O segundo passo importante é ver o insucesso pelo que ele é, sem tentar imputar culpas,
entender porque aconteceu / olhar para as suas causas de raiz.

PERGUNTE: Por que é importante adaptar-se?


RESPOSTA ESPERADA
▪ O último passo importante é descobrir como usar o insucesso para crescer, fazer
melhorias e não voltar a repetir o mesmo erro.

Diga ao grupo que irão agora analisar os seguintes exemplos em termos dos três As.

[Nota para o(a) formador(a) Seleccione previamente 4 formandos para lerem.]

PEÇA aos quatro(a) formando(a)s que irão ler as situações para se aproximarem da frente da
sala.

EXPLIQUE aos(às) formandos(as) que os quatro colegas que estão na parte da frente da sala
irão explicar como é que está a correr o seu “negócio” actual. A função de cada um dos restantes
formandos é reflectir e anotar qual foi a oportunidade de aprendizagem para cada cenário. DIGA
que para identificaram qual foi a oportunidade de aprendizagem, devem responder a cada um dos
3 As.

114
[Nota para o(a) formador(a) PEÇA a cada leitor para contar a sua história, deixe os pequenos
grupos discutirem imediatamente a seguir e depois modere uma discussão em grupo sobre a
oportunidade de aprendizagem de um aparente insucesso. Abaixo estão os cenários, bem como a
oportunidade de aprendizagem que deve ser abordada sobre esse cenário – não dê essa parte do
texto aos(às) formandos(as).]

CENÁRIOS:
Olá, chamo-me Alzira e tenho uma padaria. As pessoas da minha região
de residência comem cinco tipos de pães. Por isso, decidi fazer e vender
os cinco tipos de pão. De uma forma geral, o negócio tem sido bom, mas
os vários tipos de pão não estão a ter a mesma saída. Um dos tipos de
pão sobra sempre no fim do dia e tenho de o deitar fora porque acaba por
ficar duro. É frustrante porque acabo por gastar dinheiro a produzir este
pão com o dinheiro que faço de vendas dos restantes tipos de pão. Não
faço ideia por que é que não tem saída, já que é o meu preferido! Ponto
de aprendizagem: Parar de fazer o quinto tipo de pão.

Olá, chamo-me Samuel. Recentemente, decidi abrir uma mercearia.


Pensei que a loja deveria estar aberta das 8h até às 22h, por isso contratei
duas pessoas para ajudar. O turno da tarde está a correr muito bem, mas
por alguma razão, de manhã o negócio está muito parado. Quando olhei
para a situação financeira, percebi que estava a pagar quase tanto à
pessoa que trabalha na loja de manhã como aquilo que estava a ganhar
por ter a loja aberta. Acho que cometi algum erro. Ponto de
aprendizagem: Abrir a loja mais tarde.

Olá, chamo-me Sónia. Sou artista e vendo a minha arte principalmente aos
turistas. Vendo todos os quadros que pinto. Tenho vendido muito bem até
há um mês atrás. Não consigo perceber por que é que as vendas
começaram a diminuir, a não ser que tenha a ver com o novo tipo de
quadros que tenho tentado vender. Não sei o que devo fazer, Ponto de
aprendizagem: Voltar ao estilo anterior.

Olá, chamo-me Lúcio. Tenho uma ferragem. Preciso de contratar um novo


funcionário e anunciei que iria pagar 800 Meticais . Anunciei a vaga há um
mês e ainda ninguém se candidatou. Não consigo entender porquê, uma
vez que há muita gente aqui que não tem emprego. Entretanto acabo por
perder clientes porque não tenho quem possa atender os seus pedidos.
Ponto de aprendizagem: Precisa de pagar um salário mais elevado.

DIVIDA agora os formandos em pequenos grupos e diga que irão responder às seguintes
perguntas:
▪ Quais foram as oportunidades de aprendizagem nos vários cenários?
▪ Quais foram os erros cometidos nos vários cenários?
▪ Em que “A” dos 3 As acham que estão os vários donos de negócio?

DÊ algum tempo para que discutam os 3 As e considere uma síntese sobre os 3 As.

ACTIVIDADE: A história do Ernesto 20 Minutos

EXPLIQUE ao grupo que irão ler mais uma história do amigo Ernesto, que de seguida devem
discutir em grupos.

PEÇA ao grupo de formandos para se colocar de pé e fazer uma fila de acordo com o número de
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sapatos que calçam, ficando as pessoas que calçam os números maiores numa ponta da sala e
as que calçam os números menores no lado oposto. Depois PEÇA-lhes que se juntem em grupos
de 4 começando na ponta dos números de sapatos mais pequenos.

PEÇA aos grupos para se sentarem juntos.

LEIA a história

História do Ernesto
O Ernesto terminou um curso de empreendedorismo no ano passado e
decidiu começar um novo negócio. O Ernesto pensou sobre as suas
paixões e decidiu que era muito bom a fazer pão. Por isso, o Ernesto
investiu num forno, no aluguer e inspecção da cozinha e na compra de
todos os ingredientes necessários para fazer pão. O Ernesto estava
entusiasmado com a abertura da sua loja, mas quando abriu, ninguém
apareceu. O Ernesto vendia pão típico da região, mas apenas alguns
turistas foram comprar lá pão. Agora que a época turística acabou, já
ninguém vai lá. O Ernesto tentou fazer alguns pães típicos diferentes, mas
nenhum parece funcionar. O Ernesto agora já só tem dinheiro próprio
suficiente para manter a loja aberta mais um mês e já não consegue pagar
aos funcionários. O Ernesto está a ficar extremamente desmotivado e
pensa desistir. O que é que o Ernesto deve fazer?

PERGUNTE: Será que o Ernesto deve desistir ao seu negócio que claramente não está a ter
sucesso?
RESPOSTA CERTA: Não! Desistir nunca é a primeira solução.

DIGA que cada grupo terá 10 minutos para discutir ideias de como aconselhar o Ernesto a
responder a estes desafios e circunstâncias adversas e de que forma o Ernesto deve gerir as
suas emoções para não pôr em causa a sobrevivência do seu negócio. Diga que podem também
reflectir sobre:
▪ Sobre como orientar o Ernesto através dos 3 As para que o Ernesto possa crescer a partir
do seu insucesso;
▪ Sobre todos os pontos de aprendizagem possíveis a partir deste insucesso.

DIGA que devem pôr a sua lista de conselhos num cartaz ou bloco gigante e depois em grupo,
uma pessoa de cada grupo irá apresentar pelo menos um conselho do grupo ao Ernesto e à
turma.

PERGUNTE: Quais foram os erros cometidos pelo Ernesto? Será que ele pode retirar alguma
aprendizagem desta situação?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ernesto não estudou o mercado, nem a concorrência antes de investir;
▪ Ernesto não fez nenhuma publicidade do seu novo negócio.

PERGUNTE: Como é que o Ernesto poderia responder a estes desafios inesperados?


RESPOSTAS ESPERADAS
▪ O Ernesto pode fazer publicidade do seu negócio;
▪ O Ernesto pode fazer pão que não seja tradicional;
▪ O Ernesto pode pensar sobre como o preço da sua padaria se compara com o preço das
restantes padarias do bairro;
▪ O Ernesto pode tenta identificar conversando com moradores do bairro se há alguma coisa
que pode vender além do pão, ex. talvez algumas sandes, ou um pequeno café com duas
mesas para atrair as pessoas a irem lá pela primeira vez.

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PERGUNTE: O que é que pode acontecer se o Ernesto não conseguir gerir as emoções que está
a sentir? O que é que o Ernesto pode fazer para gerir os seus sentimentos de frustração extrema?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Se não gerir os seus sentimentos de frustração pode acabar por ficar paralisado sem agir,
ou ser levado a pensar que a única solução é desistir;
▪ Pode conversar com amigos e pedir ajuda ou conselhos.

ENCERRAMENTO 6.1 10 MINUTOS

PEÇA a todos os formandos para encontrarem um colega que esteja a vestir uma PEÇA de roupa
de cor igual à sua e para se sentarem juntos.

PEÇA para cada pessoa individualmente pensar numa vez que, a nível profissional ou pessoal,
arriscou e falhou.

PEÇA para partilharem essa a sua experiência com o seu colega de lado.

Depois de eles terminarem de partilhar a situação, PEÇA aos(às) formandos(as) já em grupos


para discutirem juntos os resultados de aprendizagem possíveis a partir dessas experiências de
insucesso.

Finalmente, PEÇA para partilharem se mudaram alguma coisa como resultado dos seus
insucessos. Se não, PEÇA para pensarem em conjunto o que poderiam ter mudado para
demonstrar proactividade e resiliência.

AGRADEÇA aos(às) formandos(as) o tempo deles.

PEÇA uma salva de palmas para todos.


c Jovem, já sabes que:

Reflectir sobre as nossas atitudes em relação aos papéis sociais e ao género, combate o
preconceito e promove melhor relacionamento entre mulheres e homens a nível familiar e
na sociedade;

A planificação, adaptabilidade e resiliência, aliadas a uma boa comunicação, trabalho em


equipa e capacidade de negociação, ajudam na melhoria da gestão dos rendimentos
familiares, bem como a alcançar o sucesso no negócio e na carreira profissional.

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