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Os motivos que levaram ao fim da União das Republicas Socialistas Soviéticas

(U.R.S.S)

Colégio Engenheiro Salvador Arena


São Bernardo do Campo
2022
Resumo:

Neste trabalho, é analisado um balanço dos motivos que levaram a União das
Republicas Socialistas Soviéticas, a U.R.S.S, a ter sua queda e desmembramento, sendo
que há uma forte investigação das causas históricas, políticas e sociais com base em
analises de especialistas em ciências humanas, também é considerado que há um
conjunto de elementos totais que levou a esse desfecho.
Palavras-chaves: queda e desmembramento; causas históricas, políticas e sociais;
U.R.S.S.

Abstract:
In this work, a balance of the reasons that led the Union of Soviet Socialist Republics,
the U.R.S.S, to have it’s fall and dismemberment, is analyzed, and there is a strong
investigation of the historical, political and social causes based on analyzes by specialist
in human sciences, it’s also considered that there is a set of total elements that led to this
outcome
Keywords: fall and dismemberment, historical; political and social causes; U.S.S.R
Introdução:
Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia (hoje Belarus), Estônia, Geórgia, Cazaquistão,
Quirguistão, Letônia, Lituânia, Moldávia, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia
e Uzbequistão. Todos esses países tem algo em comum (além do fato de estarem todos
no continente europeu), eles já formaram a velha superpotência comunista URSS.
A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi criada em 1917, a partir da
revolução russa por parte do partido Bolchevique, liderada por Vladimir Lênin, que
transformou a antiga Rússia feudal em uma das nações mais importantes do século XX.
O mundo assistiu, a partir de 1917, uma transformação da velha Rússia feudal a uma
das superpotências mundiais, a qual definiu o século XX, essa formação social que tinha
possibilidade de derrotar todas as potências mundiais envolvidas na Primeira Guerra
Mundial estava competindo com um dos principais aliados da Segunda Guerra Mundial,
os Estados Unidos da América, o que levou ao desfecho de quase haver uma guerra
nuclear.
Durante a maior parte de seu “tempo de vida” a URSS teve um crescimento muito
acelerado, apenas perdendo força nos anos 70, quando começou a desintegração do
império soviético.
Para o historiador inglês Eric Hobsbawm, “O breve século XX” é uma linha histórica
que parte “da eclosão da Primeira Guerra Mundial ao colapso da URSS”, e se subdivide
em três partes: A “Era da catástrofe”, a “Era do ouro” e “O desmoronamento” o qual
este artigo está focado, sendo que, vai de meados de 1970 até o colapso da URSS
(1990), onde, “entrou num futuro desconhecido e problemático, mas, não
necessariamente apocalíptico”, ou seja, a União Soviética foi à base de comparação da
sociedade no século XX.
Apesar de ser uma das superpotências no século XX, em 25 de Dezembro de 1991, o
canal CNN e outros milhares de canais de televisão, transmitiram o discurso do
presidente Soviético, Mikhail Gorbatchov em que ele renunciou a presidência, assim
surgiu um questionamento: O que aconteceu afinal?
Desenvolvimento:

Pontos de Destaque

Para melhorar analise, haverá um levantamento de dados os quais visão a reconstrução


do clímax da União Soviética dado em 1970, momento em que a União começou a ter
suas principais e primeiras quebras visíveis no Estado soviético, divididas em três
tópicos:
I. Analise da Crise econômica em 1970, após o inicio da Guerra Fria entre
as duas principais potencias mundiais (Estados Unidos da América e URSS).

II. Estratégia para a sobrevivência da URSS, momento em que Mikhail


Gorbachev, líder da União em 1986, o qual instaurou a Perestroika e a Glasnost.

III. Os imprevistos e as mobilizações restauracionistas que fizeram a União


desaparecer.

Para a conclusão do tema apresentado, é necessário entendermos os tópicos citados:

I Analise da Crise econômica em 1970, após o inicio da Guerra Fria entre as duas
principais potencias mundiais (Estados Unidos da América e URSS).

A crise ocorrida em 1970 se deu no governo de Leonid Brejnev, esta foi fortemente
influenciada, em 1980, por conta da Guerra Fria, impulsionada pelos Estados Unidos da
América (EUA), além disso, a crise se intensificou pelo motivo de que os países ao
redor do mundo estavam escolhendo o capitalismo em vez do comunismo, ou seja, por
pressão das superpotências cada um dos países deveria escolher ficar do lado capitalista
ou comunista.
Essa competição das superpotências pelos países do mundo causou diversas polêmicas
envolvendo guerras, revoluções e crises, esses episódios foram:
I. A revolução chinesa
Impulsionado pela Nação Comunista.
II. Guerra da Coreia
Conflito direto entre Comunistas e Capitalistas, sem vencedores.
III. Crise dos Misseis em Cuba
Base militar Comunista em Cuba e pressão dos Capitalistas para essa retirada, caso
não ocorresse haveria guerra.
IV. Guerra do Vietnã
Separação, Norte Capitalista dominou o Sul Comunista.
V. Guerra do Afeganistão
Governo Comunista invadiu esse país e o dominou até 1989.
VI. Alemanha
Separação de Alemanha em dois lados: Comunista (Oeste) e Capitalista (Leste),
estas duas porções de diferentes lados foram separadas por um muro (Muro de
Berlim) que fora derrubado ao fim da Guerra Fria.
Além disso, dados demonstram que apenas, Cuba, Egito, Síria, Etiópia e Vietnã
apoiaram a Nação Soviética, ou seja, com a maioria dos países sendo dominados pelo
capitalismo a crise da URSS foi inevitável.
Sua economia entrou em forte declínio e a população soviética não estava nada
satisfeita com o governo, mas isso mudou quando Mikhail Gorbachev assumiu o
governo, pelo menos em teoria.

II Estratégia para a sobrevivência da URSS, momento em que Mikhail Gorbachev,


líder da União em 1986, o qual instaurou a Perestroika e a Glasnost.

Após anos do começo da Crise houve uma troca de comandantes na União Soviética,
em 1982, Leonid Brejnev ex-comandante faleceu e deixou o governo sob comando de
Mikhail Gorbachev, o qual produziu dois planos que, na teoria, poderiam dar certo, mas
na prática apenas piorou o cenário soviético.
Vale lembrar que antes de Gorbachev assumir o governo, Brejnev também tentou,
diversas vezes, evitar a piora da crise e retomar o lugar da URSS como a maior potência
que já havia surgido, mas todos os seus planos falaram.
Voltando ao novo governante, Gorbachev, após quatro anos de governo instaurou os
planos Perestroika e Glasnost. Segundo suas ideias Perestroika seria o plano de
retomada econômica e a Glasnost seria o plano de retomada politica:
A Perestroika seria constituída de medidas quantitativas e qualitativas na estrutura do
Estado Soviético, segundo o próprio Mikhail:
A perestroika é um processo revolucionário porque constitui
um salto à frente no desenvolvimento do socialismo e na
realização de suas características essenciais. Desde o início
percebemos que não há tempo a perder. É muito importante
não ficar tempo demais na linha de partida para recuperar o
atraso, para escapar do charco do conservadorismo e romper
a inércia da estagnação. Isto não pode ser feito de um modo
evolucionista, através de reformas tímidas e arrastadas.
Simplesmente não temos o direito de descansar por um dia
sequer. Ao contrário, a cada dia temos de somar esforços,
aumentar o ritmo e a intensidade (GORBACHEV, 1987, p. 54).

Ou seja, seus objetivos eram: reduzir o imenso gasto de defesa, os quais sufocavam a
União Soviética, a modernização dos mecanismos produtivos e o atendimento das
diversas demandas sociais.
Em seu livro (Perestroika-Novas Ideias Para O Meu País E O Mundo) ele cita:
Não economizaremos esforços para desenvolver e fortalecer o
socialismo [...] É por isso que achamos estranhas as
propostas, algumas até sinceras, de que alteraremos nosso
sistema social e nos voltemos para métodos e fórmulas típicas
de um contexto social diverso. Os que fazem tais sugestões não
percebem que isso é impossível, mesmo que houvesse alguém
que desejasse converter a URSS ao capitalismo (1989, p.45)

Assim, mesmo que o plano da Perestroika desse errado ele, enquanto estivesse no
comando não permitiria que a União se “curvasse” ao capitalismo.
Por outro lado a Glasnost seriam atos administrativos e jurídicos que deveriam ser de
domínio publico. Segundo Hobsbawm (2008) a expectativa deles era de que:
Na mente dos reformadores, glasnost era um programa muito
mais específico que perestroika. Significava a introdução,
ou reintrodução, de um estado constitucional e democrático
baseado no império da lei e do gozo de liberdades civis como
comumente entendidos. Isso implicava a separação de partido
e estado, e (ao contrário de todo acontecimento desde a
ascensão de Stalin) a mudança do locus de governo efetivo
de partido para Estado. Isso, por sua vez, implicaria o fim do
sistema unipartidário e do “papel condutor” do partido.
Também, obviamente, significaria revivescência do sovietes em
todos os níveis, em forma de assembleias eleitas genuinamente
representativas, que culminariam num Soviete Supremo, uma
assembleia legislativa genuinamente soberana, que concederia
poder a um executivo forte, mas que seria capaz de controlá-
lo. Essa, pelo menos, era a teoria. (HOBSBAWM, 2008, p.
466).

Ou seja, a Glasnost seria a base de todas as coisas da União Soviética e essa base, como
ele mesmo cita em seu segundo livro (Glasnost- A Politica Da Transparência), “a
própria Perestroika só pode ser consumada através da democracia” (1989, p.33). E
continua “Precisamos da Glasnost como precisamos do ar” (1989, p.86).
Apesar de tudo que fora programado, as tentativas econômicas e politicas avançaram
muito pouco entre 1985 e 1986.

III Os imprevistos e as mobilizações restauracionistas que fizeram a União


desaparecer
Apesar do avanço citado ao final da análise do tópico anterior, nos planos de retomada
politica e econômica, houve diversos imprevistos que fizeram a retomada não funcionar
como deveria.
Um dos principais imprevistos foi o acidente na chamada “Ucrânia Soviética” em 26 de
abril de 1986, o acidente nuclear de Chernobyl.
Esse acidente foi um dos piores na escala global e revelou para o mundo a situação dos
equipamentos soviéticos, o atraso tecnológico dessa nação e a negligencia e
irresponsabilidade dos governantes sobre as questões publicas.
Também há a questão dos movimentos que abalaram a União, esses foram feitos por
restauracionistas.
Os principais movimentos desse grupo se deram na primeira metade de 1990, pois, os
restauracionistas tentavam expor e transformar a URSS em capitalista, desse modo, a
Perestroika foi negada, assim como a Glasnost.
Após essa negação, o grupo apresentou Boris Ieltsin, quem concorreria à presidência da
União Soviética contra Gorbachev.
Ieltsin era caracterizado como uma estrela-guia ao novo sistema capitalista, o qual dera
certo por diversos anos na outra superpotência, assim atraindo uma maior quantidade de
eleitores, apesar de ter um discurso muito radical, além disso, tentou fazer a retomada
da crise, colocando em seu decreto presidencial a proibição do capitalismo no solo
russo.
Para instaurar o capitalismo, Ieltsin usou uma teoria chamada “terapia de choque”, essa
teoria apresentava programas de privatização de terras e liberação econômica, assim,
tornou essa teoria em realidade e em seis de novembro de 1991 decretou o fim da
URSS.
Com isso, é possível afirmar que assim terminava uma das mais ousadas e grandiosas
experiências de transformação social da história humana, que marcou o Século XX e a
vida de quase todos os países e de todas as gerações das ex-republicas soviéticas.

O que parecia impossível acontecera: ao final de 1991, a URSS findou-se.


Conclusão:
É possível concluir que vários elementos levaram ao fim da URSS. Entre estes,
destacamos uma retomada da Guerra Fria no final do ano 1970, impulsionando uma briga,
com os Estados Unidos, além disso, ainda havia a economia totalmente voltada para planos,
focados nos consumos primários e extrativistas, que o caos econômico. Porém, com a
tentativa de mudanças, são editadas a Perestroika, como reestruturação, e a Glasnost, como
transparência. No entanto, ambas não conseguiram acompanhar o compasso, pois nenhuma
das duas deu o resultado esperado.

Quanto à Glasnost, ela separou a Nação ao invés de trazer a união para buscar uma saída da
crise. Assim, foram dois movimentos falhos, principalmente a Glasnost, que levaram a
criticas ao próprio Estado soviético.

No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, os conflitos restauracionistas serviram de
combustível final para impedir a reconstrução do Estado.

Portanto, a URSS caiu no final de 1991, por uma série de acontecimentos que foram se
combinando até ser anunciado o fracasso da União e dos planos que levou ao fim
experiência do comunismo. No entanto, mesmo com o fim do Estado soviético, não
podemos deixar citar o que o historiador Eric Hobsbawm afirmou: “a URSS foi o modelo
que eclipsou o século XX, fazendo com que este, após sua queda, tivesse seu fim”.
Referencias:
BROWN, A. Ascensão e queda do comunismo. Rio de Janeiro: Record, 2012.
GORBACHEV, M. Perestroika: novas ideias para o meu país e o mundo. São Paulo:
Best Seller, 1987.
HOBSBAWM, E. A era dos extremos: o breve século XX. São Paulo: Cia da Letras,
2008.

Bibliografia:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-11072007-112541/publico/
TESE_ROBERIO_PAULINO_RODRIGUES.pdf
https://www.revistas.uece.br/index.php/tensoesmundiais/article/view/355/267
https://www.scielo.br/j/ln/a/GRXdNv9DbZzznMGQsrW5sqt/abstract/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/ln/a/McwPVRzttwVkHQ5NjNnJWct/?format=pdf&lang=pt

https://books.google.com.br/books?hl=pt-
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a&ots=-N35J7Ma-S&sig=cfEFhzRHzyaqEHbRp4cVZ0QtunQ#v=onepage&q&f=false
https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=V5DtCgAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT6&dq=união+soviética&ots=WAAXw
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https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4071685/mod_resource/content/1/Era%20dos
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