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1) CARACTERIZE A CRISE DA URSS NOS ANOS 1980`s,

DEMONSTRANDO AS TENTATIVAS DER AUTO-REFORMA DO


REGIME COM A "GLASNOST" E A "PERESTROIKA".

“Algumas vezes encontra-se o próprio destino tomando-se o caminho para evitá-lo.”,


essa frase ilustra bem as tentativas de Mikahil Gorbachov de reformar a URSS durante
os seis anos que levariam ao fim do regime soviético. No entanto, é necessário entender
o que ele queria reformar, para isso, é necessário revisitar seus antecessores, a começar
por Breshiniev.

Leonid Brejnev começou seu governo após deposição de Nikita Krushov e se propôs a
fazer justamente o oposto de seu antecessor. Recentralizou o poder (sem incentivar o
culto a personalidade); estabeleceu relações conflitantes com as potências ocidentais,
sempre procurando frustrar as ambições capitalistas (patrocinando grupos armados, por
exemplo); Aumentou a repressão sobre adversários políticos; manteve o socialismo de
mercado (monopartidarismo, controle social, controle de salários e preços).O governo
de Brejinev também foi marcado pela inserção da URSS no contexto de crise global, no
caso a crise do petróleo (o que não aconteceu em 1929). Eric Hobsbaw aponta que a
URSS foi beneficiada pela crise na medida em que viu o preço de um produto de
exportação disparar. O dinheiro foi usado para pagar o grande número de importações
do governo, que as utilizava para resolver problemas imediatos ao invés de propor
resoluções efetivas para o declínio da economia; este também foi utilizado para
patrocinar as campanhas militares anticapitalistas; Para manter os subornos da máquina
estatal; e para proporcionar o bem estar social, atendendo mais demandas do povo.

A segunda benesse foi a possibilidade de gordos empréstimos dos países da OPEP


devido á grande entrada de dólares, os países soviéticos que tomaram o empréstimo o
usariam para acelerar o crescimento econômico e proporcionar melhores condições de
vida ao povo. No entanto, isso só acentuou a crise, pois Europa reduziu seu consumo de
petróleo encarecendo mais a produção da URSS; Muitas repúblicas soviéticas se
afundaram mais ainda em dívidas, o que desvalorizou os salários e aumentou a inflação;
a escassez de alimentos aumentou, pois a URSS já sofria com dificuldades na
agricultura e embargos americanos (devido sua política agressiva). Em suma, esse
governo ficou marcado por seus opositores como “a era da estagnação”.

Em 1985, depois da morte Breshinev e seus dois breves sucessores linha duras
(Andropov e Chernenko), o reformista Mikahil Gorbachev assumiu. Hobsbawm elenca
duas condições que permitissem sua chegada ao poder: A priemira seria a crescente e
intensa corrupção O novo líder fazia duras críticas ao período de Breshinev. A segunda
seria o apoio das camadas educadas e técnicas, que mantinham a economia
funcionando, e que sabiam que a inflexibilidade e ineficácia do sistema que eram
agravadas pelos requerimentos de uma superpotência militar não poderia se manter por
muito tempo. Hobsbawm ainda acrescenta que as reformas viriam de cima para baixo,
de um grupo que é fruto de uma fermentação política durante o período de Breshinev (o
que justifica a rápida aceitação das reformas), no entanto o povo soviético não
compartilhava dessas críticas, uma vez que foram muito beneficiados durante esse
período.

O objetivo desses reformistas era democratizar e liberalizar o socialismo, esses


objetivos seriam atingidos com dois planos de mudança. O primeiro foi a Glasnost, que
propunha estabelecer um estado constitucional democrático, ou seja, era preciso separar
estado do partido, sendo necessário com o monopartidarismo e trazendos de volta os
sovietes na forma de assembléias representativas eleitas, todavia, essa alternativa civil
não estava pronta, e tudo que fez foi destruir a entidade que poderia agir e dar direção.
Já a Perestróika por influência do livre mercado reaganista e suas promessas de soluções
drásticas mas automáticas, foi permitido a criação de empresas de capital privado e que
as empresas públicas e privadas fossem direcionadas por um “centro de tomada de
decisões econômicas”. O resultado foi que a glasnost enfraqueceu a autoridade e a
Perestróika findou os antigos mecanismos econômicos, nenhuma das duas dando uma
opção viável de ser seguida. A URSS funcionava numa rede interdependência entre as
repúblicas em que Moscou era o centro de comando, e mesmo com a corrupção e a
ineficiência, este era vital para reger uma economia baseada no mando do estado através
dos planos, o fim desse mecanismo e dos planos se criou um vácuo de autoridade e de
economia nacional efetiva.

Os reformadores também foram buscar apoio com os nacionalistas (que se


radicalizariam em 1990 contribuindo para o fim da URSS) das republicas que
compunham o bloco contra hierarquia do partido. Boris Ieltsin, presidente russo, ao
transformar a Rússia numa república como as outras passou a ter mais independência
ainda das ordens de Gorbachev, ajudou a desintegrar mais ainda a união soviética. E já
em 1989, haviam começado a ocorrer movimentos separatistas nas repúblicas soviéticas
e mesmo que os governos locais não tivessem uma grande resistência organizada
(exceto a polônia), todos os governos se retiraram pacificamente, para hobsbawm, esses
dirigentes não estavam dispostos á morrer pela causa, já não acreditavam no ideal, o
colapso financeiro estava no auge, Moscou havia deixado de intervir para ajudar, não
havia mais como defender o sistema.

Em 1991, ocorreu uma tentativa de golpe para anular a Perestróika, um comitê de


emergência assumiria o controle, no entanto, o golpe não teve apoio popular algum, foi
Boris Ieltsin que reuniu tropas russas, pronto para a guerra civil, os conspiradores
desistiram e então Ieltsin realizou o contragolpe, separou a Rússia da URSS enquanto se
apropriava do resto de seus bens e proibiu o partido comunista na Rússia. Assim
levando ao fim da União Soviética.

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