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RECURSOS PARA IMPOSTAÇÃO FONÊMICA

❖ VOGAIS

/a /
CONDIÇÕES DE PRODUÇAO

Lábios: abertos naturalmente

Dentes: maxilares separados

Língua: na posição normal de repouso

Palato: levantado

Laringe: vibração das cordas vocais

PROCESSO DE ENSINO

Pista visual: separação dos lábios e língua.

Pista tátil: vibração da laringe, colocando-se a mão no pescoço.

/E/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Lábios: abertos naturalmente

Dentes: maxilares separados, menos que para o / a/

Palato: levantado

Laringe: vibração das cordas vocais

PROCESSO DE ENSINO

Pista visual: posição dos lábios.

Pista tátil: mão embaixo da mandíbula emitindo / a / e / i / para perceber


vibração.

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/i/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Lábios: os cantos dos lábios tendem a afastar-se

Dentes: maxilares ligeiramente separados

Língua: apoiada atrás dos incisivos inferiores

Palato: levantado (oclusão das fossas nasais)

Laringe: vibração das cordas vocais

PROCESSOS DE ENSINO

Pista visual: posição dos lábios, com recuo das comissuras e postura
semelhante à de um sorriso.

Pista tátil: a) mão sobre a cabeça (bem no centro) para perceber a vibração; b)
dedos embaixo da mandíbula, c) mão na laringe emitindo /a/ e /i / para
perceber a elevação da laringe neste ultimo.

/O/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Lábios: tende-se a arredondar-se

Dentes: maxilares separados

Língua: contraída e elevada na sua parte posterior

Palato: levantado

Laringe: vibração das cordas vocais

PROCESSOS DE ENSINO

Pista visual: posição dos lábios.

Pista tátil: mão no pescoço percebendo o abaixamento da laringe.

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/U/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Lábios: tendem a arredondar-se, contrair-se e adiantar-se

Dentes: maxilares separados

Língua: contraído e elevado

Palato: levantado

Laringe: vibração das cordas vocais

PROCESSO DE ENSINO

Pista visual: posição dos lábios.

Pista tátil: mão no pescoço percebendo que o abaixamento da laringe é maior


do que na emissão das demais vogais.

❖ CONSOANTES

/p/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Bilabial, oclusivo, oral, surdo

Lábios: maxilares separados

Língua: plana (atrás dos incisivos inferiores)

Palato: levantado

Laringe: sem vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: lábios se tocando com o fechamento; explosão do ar entre os lábios;

Visual: lábios fechando e abrindo podem ser vistos facilmente;

Cinestésica: lábios fechando com força suficiente para reter o ar


comprimido brevemente.

EFEITO: explosão do sopro produzida pela separação dos lábios.

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EXERCÍCIOS DE LÁBIOS

● Passar batom e marcar os lábios num papel


● Encher a boca de ar e explodir com força
● Esconder os lábios
● Morder os lábios superiores e inferiores
● Sopro.

PROCESSO DE ENSINO

● Apertar os lábios para que possa provocar a explosão com a corrente


de ar expirado;

● Colocar a mão junto à boca, mostrando o sopro (explosão), sensível


ao tato;

● Imitar o modelo do terapeuta, evitando que o paciente abra


demasiadamente a boca, pois não pode deixar cair à mandíbula;
usar espelho para que monitore sua produção, comparando-a com a
do terapeuta;
● Desenvolver pressão intra-oral, trabalhando-se para conseguir tônus
suficiente dos lábios, a fim de reter o ar numa oclusão total para
posterior relaxamento;
● Manter a pressão intra-oral inflando as bochechas e segurando o ar
por alguns segundos;
● Demonstrar a explosão do ar por impressão visual do movimento
repentino de tiras de papel, penas ou chama, colocados próximos
aos lábios. Evitar exagero de força na explosão;
● Demonstrar a explosão do ar por impressão tátil do sopro na mão do
paciente;
● Manter os lábios fechados usando a via nasal para inspirar e expirar;
tapar as narinas de repende e, após alguns segundos, deixar o ar
sair pela boca;
● Manter os lábios unidos e soprar continuamente o ar expirado até
que a pressão rompa a oclusão;
● Demonstrar a maneira de produção por analogia com outras plosivas
quando o paciente apresenta alguma delas;
● Se necessário, manipular a produção: ou empurrando as bochechas
infladas do paciente, ou, com as bochechas infladas, apertar os
lábios e separá-los então rapidamente ou, ainda, parar a corrente de
ar pelo fechamento dos lábios e relaxá-los depois.

/b/
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CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Bilabial, oclusivo, oral, sonoro

Lábios: cerrados (fazendo pressão do ar)

Dentes: maxilares separados

Língua: plana (atrás dos incisivos inferiores)

Palato: levantado

Laringe: com vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: lábios se tocando com o fechamento; vibração da sonorização pode


ser sentida antes da explosão do ar;

Visual: lábios fechando e abrindo podem ser vistos facilmente;

Cinestésica: lábios fechados ligeiramente, com menor força do que na


emissão do / P /;

Auditiva: numa sílaba pode ser ouvida, mas a duração é muito breve.

EFEITO: ligeira explosão produzida pela separação dos lábios e vibração


das cordas vocais.

EXERCÍCIOS DE LÁBIOS

● Roçar os dentes nos lábios, como se estivesse mordendo primeiro com


o superior e depois com o inferior;
● Esconder os lábios

EXERCÍCIOS DE PALATO

● Escarrar

PROCESSOS DE ENSINO

● Imitar o modelo do terapeuta, evitando abertura demasiada da boca


e pressão excessiva dos lábios. Produzir uma série de fechamento e
abertura dos lábios com voz contínua (ubububububub). Se
necessário, usar espelho;
● Conscientização do trabalho da laringe, fazendo vibração contínua
das pregas vocais para que o paciente perceba através de sua mão
no pescoço do terapeuta e tente imitar. Após conseguir a vibração
das pregas vocais, mantê-la contínua enquanto abre e fecha os
lábios;

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● Treino com a propriocepção e tônus dos lábios, semelhante ao / p /,
porém exigindo menor pressão e tempo de contato;
● Desenvolver o / b / por analogia com o / b /, demonstrando a
ausência de explosão forte no / b / e a presença de sonorização.
Evitar a produção de ambos os sons com força igual. Esta
diferenciação é importante quando o paciente substitui o fonema / b /
por / p /;
● Demonstrar, com objetos leves como: pedacinhos de papel, pó de
giz, penas etc., o deslocamento destes na produção do / b / numa
série de sílabas, interrompendo-se apenas para a inspiração nasal.
Se o paciente substitui o / b / pela nasal / m /, aperte suavemente
suas narinas, enquanto ele produz a série. Evitar pressão excessiva
dos lábios requerida para a produção do / p /.

/m/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Bilabial, oclusivo, nasal, sonoro

Lábios: cerrados

Dentes: maxilares separados

Língua: plana (atrás dos incisivos inferiores)

Palato: baixo (para nasala a corrente de ar)

Laringe: com vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: lábios se tocando com o fechamento; vibração da sonorização pode ser


sentida facilmente nos lábios, nariz ou bochechas; sente-se alguma emissão do
sopro pelas narinas.

Visual: lábios fechados são facilmente visíveis.

Auditiva: a sonorização pode ser ouvida.

EFEITOS: separação dos lábios com vibração da maça do rosto e asa do nariz.

EXERCÍCIOS DE LÁBIOS

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● Apertar os lábios um contra o outro
● Roçar os dentes nos lábios
● Esconder os lábios
● Sugerir o canto da boca fechado: umm... ummm

PROCESSOS DE ENSINO

● Imitar o modelo do terapeuta, evitando a produção com lábios


pressionados muito apertados;
● Cuidar para não apertar muitos os lábios;
● Pronúncia-se, mas com um sustento prolongado de /m/ e um
afrouxamento lento, passando do /m/ ao /a /; fazer as vibrações nos
lábios e, depois, nas asas do nariz;
● Demonstrar que, na produção do /m/, há saída de ar pelo nariz , pela
colocação de um pequeno espelho embaixo das narinas , que ficara
embaçado após a produção ;

É necessária tonicidade adequada dos lábios. Para demonstrar qual a


apropriada, colocar o dedo do paciente entre os lábios do terapeuta, enquanto
este da diferentes graus de pressão, comparado-os com a adequada . Às
vezes, torna-se necessário fazer exercícios anteriores para propriocepçao e
tonicidade dos lábios.

/t/
CONDIÇÕES PARA PRODUÇÃO

Linguodental, oclusivo, oral, surdo

Lábios: ligeiramente abertos

Dentes: maxilares separados

Língua: apóia-se na arcada dentaria superior

Palato: levantado

Laringe: sem vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS:

Tátil: a ponta da língua toca os alvéolos dos incisivos e suas bordas tocam os
molares; o ar explodido é sentido entre a língua e os alvéolos;

Visual: levantamento da ponta da língua através da ligeira abertura dos dentes;

Cinestésica: movimento ligeiro da língua para cima.

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EFEITO: explosão produzida pela repentina separação da língua e dos
dentes.

EXERCÍCIOS DE LÍNGUA

● Levantar a ponta da língua atrás dos incisivos superiores e apertar


com força;
● Pronunciar /tch/ (inglês);
● Bater a ponta da língua nos alvéolos dos incisivos superiores,

PROCESSOS DE ENSINO

● Levantar a ponta da língua para apoiar-se nos incisivos superiores ou


toda arcada dentaria superior;

● Levar a mão junto à boca, mostrando a explosão que é percebida


pelo tato;

● Imitar o modelo do terapeuta; se necessário, segurar o queixo do


paciente, evitando uma abertura maior da cavidade oral, que dificulte
o contato das bordas da língua com os molares, impedindo a oclusão
total;

● Trabalhar com toda estrutura da língua, a fim de se conseguir


tonicidade satisfatória para a oclusão da cavidade oral, mantendo a
pressão intra-oral necessária à explosão posterior do ar;

● Treinar a pressão intra-oral, fazendo o paciente ocluir à cavidade oral


pelo levantamento da língua e contato de suas bordas com os
alvéolos. Em seguida, fazê-lo soprar o ar expirado que ficará
pressionado na cavidade ocluida. Se houver escape de ar pelo nariz,
deverá tampá-lo;

● Havendo pressão intra-oral, demonstrar a maneira de produção por


analogia com o / p /;

● Demonstrar a explosão do ar, pela impressão tátil do sopro na mão


do paciente;

● Demonstrar a explosão do ar, pela impressão visual do movimento


repentino de tiras de papel, flocos de algodão, peninhas, chama, pó
de giz. Evitar o exagero na força de articulação;

● Demonstrar quais os pontos de contato dos OFAs na articulação do /


t /, passando suavemente a espátula pela ponta e bordas da língua e
pelos alvéolos, fazendo o paciente, em seguida, procurar contatar os

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locais estimulados. Se for necessário manter o estímulo, passar
creme de chocolate, pó de gelatina etc., realizando o exercício da
mesma forma sugerida;

● Usar desenhos para explicar a postura dos OFAs na emissão do / t /,


quando o paciente tiver possibilidade de transferir essa pista visual
mais abstrata para seus próprios OFAs;

● Demonstrar o lugar de produção, vagarosamente, dando um exagero


visual de sua formação: com a boca bem aberta, o terapeuta coloca
a ponta da língua atrás dos dentes superiores e suas laterais atrás
dos demais dentes da arcada superior. Vagarosamente mantendo a
língua no local, estreita a abertura para a posição normal e produz o /
t /. Fazer o paciente tentar imitir sua produção com auxilio de um
espelho, se não puder fazer sem ele;

● Para treinar o alargamento da língua e o contato de suas bordas com


os alvéolos, fazer o paciente prender a língua entre os dentes em
todo seu contorno.

/d/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Linguodental, oclusivo, oral, sonoro

Lábios: ligeiramente abertos

Dentes: maxilares separados

Língua: apóia-se na arcada dentaria superior

Palato: levantado

Laringe: com vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: ponta da língua tocando os alvéolos e suas bordas tocando os molares;


contato mais leve e rápido do que no / t /; vibração da sonorização pode ser
sentida antes da explosão do ar.

Cinestésica: movimento ligeiro da língua para cima.

Visual: levantamento da ponta da língua através da ligeira abertura dos dentes.

Auditiva: numa silaba pode ser ouvido, mas a duração é muita.

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EFEITO: ligeira explosão do sopro e vibração das cordas vocais, sensíveis ao
tato.

EXERCÍCIOS DE LÍNGUA

● Levantar a língua atrás dos incisivos superiores e apertar com força;


● Levar a ponta da língua atrás dos incisivos superiores e fazer pequenas
batidas

EXERCÍCIOS DE PALATO

● Levantar e baixar a ponta da língua


● Bocejar
● Escarrar

PROCESSO DE ENSINO

● Pronuncia - se /d/ fazendo perceber a explosão do sopro e a vibração


das cordas vocais no queixo;

● Menos pressão com a língua contra a arcada dentaria superior; o


contato com o palato e menor que para/ t /;

● Imitar o modelo da terapeuta em silabas, evitando grande abertura da


boca e produção com pressão excessiva. Se necessário, o paciente terá
um espelho para monitorar sua produção;

● Desenvolver o / d / por analogia com o / t /, demonstrando a ausência de


explosão e a presença de sonorização em /d/.A sonorização será
sentida colocando –se a mão do paciente nas bochechas , no pescoço
ou embaixo do queixo da terapeuta , antes da explosão do ar .Evitar a
produção/ t / e /d/ com força igual .

/n/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Lábios: ligeiramente abertos

Dentes: maxilares separados

Língua: apóia-se na arcada dentaria superior

Palato: abaixado

Laringe: com vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS
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Tátil: ponta da língua toca os alvéolos e suas bordas tocam os molares; a
pressão da língua e menor do que em/ t /e /d/ ; sonorização pode ser sentida

Cinestésica: movimento ligeiro da língua para cima

Visual: ponta da língua elevada pode ser vista através dos dentes ligeiramente
abertos

Auditiva: sonorização pode ser ouvida

EFEITO: a expiração se difunde para a cavidade nasal, com vibração da asa


do nariz.

EXERCÍCIOS DE LINGUA

● Levar a língua atrás dos incisivos superiores e apertar com força;


● Abaixar e elevar a língua

PROCESSO DE ENSINO

● Imitar o modelo do terapeuta, fazendo o paciente sentir à vibração da


voz no nariz: colocar a suas mãos do lado do nariz do terapeuta e, a
seguir, comparar a si próprio. Alguma emissão de sopro nasal pode ser
sentida , colocando –se o dedo horizontalmente em frente as narinas .

● Desenvolver o modo de produção por analogia com o/m.Mostrar ao


paciente o fechamento da ponta da língua nos alvéolos e , por diagrama
mostrar que a parte de trás da língua não se fecha com o palato ao
véu.Emitir /m/ e/ n/ em sucessões alternadas .

● Desenvolver o ponto de articulação por analogia com /d/. Fazer o


paciente tomar a posição da língua para /d/(se ele já tiver desenvolvido
aquele som) e tentar produzir a vibração da voz no nariz, enquanto a
posição da ponta é mantida. Fazê-lo perceber que, a fim de conseguir a
vibração nasal, o véu abaixa-se para a passagem do ar; para isso,
produzir alternadamente d e n sem completar suas articulações, ou seja,
sem explodir o ar.

/ℓ/

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CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Alveolar, constritivo, lateral, oral, sonoro

Lábios: abertos instintivamente por um movimento reflexo

Dentes: maxilares separados

Língua: a ponta toca os alvéolos dos incisivos superiores

Palato: levantado

Laringe: com vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS:

Tátil: ponta da língua apoiada atrás dos incisivos superiores; bordas laterais
livres, permitindo a passagem lateral do ar;

Visual: mandíbulas entreabertas, ponta da língua elevada;

Cinestésica: elevação da ponta da língua em direção aos incisivos superiores.

EFEITO: o ar expira-se pelos bordos da língua, apoiada nos molares e a


vibração é sensível ao tato.

PROCESSOS DE ENSINO

● Treinar a elevação da ponta da língua;


● Desenvolver a sensação de distensão;
● Desenvolver a possibilidade de passagem de ar lateral, mantendo a
respiração bucal com a ponta da língua, fixa no ponto de articulação;
● Idem, sonorizando a expiração;
● Idem, seguido da produção da vogal / a /.

/λ/
INFORMAÇÃO SENSORIAL:

Tátil: região anterior da língua alargada em contato com o palato duro; bordas
posteriores livres, permitindo a passagem de ar lateral;

Visual: mandíbulas entre-abertas, língua elevada;

Cinestésica: elevação da porção anterior da língua.

PROCESSOS DE ENSINO

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● Treinar o contato da região anterior da língua com o palato, efetuando
estalos de língua;
● Não permitir abertura exagerada da mandíbula;
● Manter a língua no ponto de articulação, efetuar inspiração e expirações
bucais;
● Idem, sonorizando a expiração;
● Idem, seguido da vogal / a /;
● Caso a criança possua o / ℓ /, efetuar aproximações sucessivas,
levando-o a emitir “lia” seguidamente.

/ɾ / (anterior simples)

INFORMAÇOS SENSORIAIS

TÁTIL: bordas da língua em contato com a face interna dos molares e parte do
palato; ponta da língua tocando rapidamente os alvéolos dos incisivos
superiores.

VISUAL: elevação da ponta da língua em direção aos alvéolos dos incisivos


superiores.

CINESTÉSICA: movimento de deslocação rápida da ponta da língua em


direção ao ponto de articulação.

PROCESSO DE ENSINO

● Desenvolver a propriocepção da ponta da língua


● Treinar o afilamento da língua
● Treinar o controle da contração e descontração dos músculos da
língua
● Exercitar a movimentação rápida de ponta de língua, produzindo
as silaba-te e de alternadamente
● Desenvolver a sensação do ponto de articulação produzindo
estalos de língua através do contato de sua ponta com a região
alveolar. Esse movimento deve ser efetuado com a boca aberta,
a fim de dificultar o contato do dorso da língua com o céu da
boca
● Produzindo modo continuo uma vogal, elevar sucessivamente a
ponta da língua em direção ao ponto de articulação. Cuidar para
que as bordas posteriores mantenham-se em contato com os
molares, impedindo a saída do ar lateral. Fazer o uso de vibrador
acoplado a uma espátula, colocando-a ponta da língua que deve
estar em postura próxima e necessária para a produção do /r/.

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/k/
CONDIÇOES DE PRODUÇÃO

Velar, oclusivo, oral surdo

Lábios: separados, acompanham o movimento da mandíbula

Dentes: maxilares separados

Língua: parte posterior levantada tocando o palato e formando com este uma
oclusão; a ponta apóia nos incisivos

Palato: levantado

Laringe: sem vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS:

Tátil: fechamento da parte posterior do dorso da língua, no véu ou palato,


dando pequena informação por essa pista. OBS.: o ponto de contato no véu ou
no palato duro varia de acordo com as vogais vizinhas;

Cinestésica: levantamento da parte posterior do dorso da língua, dando


pequena informação;

Visual: por ser um fonema produzido na região posterior da cavidade oral, seu
lugar de produção só é visível com abertura exagerada da boca.

EFEITO: explosão produzida pelo rebaixamento brusco da língua e da


mandíbula. Pelo movimento reflexo a laringe se eleva.

EXERCÍCIOS DE LÍNGUA

● Elevar e abaixar a língua;


● Empurrar a língua para trás;

EXERCÍCIOS DE PALATO

● Escarrar
● Tossir

PROCESSOS DE ENSINO

● Prender a ponta da língua, mantendo-a junto aos incisivos inferiores;


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● Empurrar a língua para trás, delicadamente, ate que a face dorsal da
língua, alcance a abobada palatina;

● Imitar o modelo do terapeuta, evitando a abertura exagerada da boca


(se necessário, segurar o queixo), o que dificultará a emissão total do
ar. OBS.: pelas suas muito pobres características sensoriais, o / k / é um
fenômeno difícil de desenvolver por imitação;
● Desenvolver a nível proprioceptivo o ponto de articulação, já que, por ser
fonema posterior, é difícil de ser visualizado; para isso, passar espátula,
creme de chocolate, pó de gelatina etc., nos locais correspondentes no
palato e dorso da língua. Fazer gargarejo que, atuando a nível
involuntário, pode fornecer a conscientização da região de contato;
● Desenvolver a pressão intra-oral, levando o paciente a ocluir a
passagem do ar, ao colocar o dorso da língua no palato nos pontos já
sensibilizados. Fazer em seguida, com que o paciente sopre o ar
expirado que pressionará a cavidade ocluída. Se houver escape de ar
pelo nariz, tampar as narinas;
● Demonstrar o modo de produção por analogia com o / p / e / t / ocluindo
os lábios para o / p /, ocluindo a língua e alvéolos para o / t / e ocluindo
dorso da língua e palato para o / k /. Em todos, demonstrar a pressão
intra-oral formada e conseqüente explosão;
● Demonstrar a explosão pela impressão tátil do sopro na mão do
paciente e pela impressão visual do movimento repentino de tiras de
papel, penas ou chama. Evitar o exagero de força da articulação;
● Desenvolver boa propriocepção e tonicidade de toda estrutura da língua;
● Colocar a mão do paciente no pescoço, logo a baixo do queixo do
terapeuta, para que aquele perceba o levantamento do dorso da língua e
o golpe obtido na sua produção. Posteriormente, para sua
auto-avaliação, fazê-lo colocar a mão em seu pescoço e comparar os
movimentos;
● Demonstrar, através de desenhos e gráficos, a postura e movimentos
dos OFAs na emissão do / k /;
● Fazer movimentos preparatórios, mostrando a variação da posição da
língua: ora da ponta nos alvéolos com o dorso rebaixado, ora da ponta
atrás dos dentes inferiores e o dorso no palato ( movimento de
barquinho);
● Demonstrar o local de produção dando vagarosamente um exagero
visual da sua formação: com a boca bem aberta, o terapeuta coloca o
dorso da língua contra a porção posterior do palato mantendo a ponta
atrás dos dentes inferiores; a seguir, vagarosamente, estreita a abertura
da boca, mantendo a língua no lugar, para a posição normal e explode o
/ k /. Fazer o paciente tentar imitar essa produção usando um espelho,
se necessário;

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● Desenvolver o / k / em associação com a vogal / i /, em cuja produção a
língua está muito perto do véu-palato, ajudando a evitar o abaixamento
excessivo do queixo na produção do / k /. O fechamento do / k / nas
sílabas ik oi ki, provavelmente, dá-se na parte posterior do palato duro
mais do que no véu, evitando-se o ruído indesejável do fechamento na
parte posterior do véu e úvula;
● Enquanto o paciente tenta produzir o / t /, manter a ponta da língua para
baixo com auxilio do dedo ou espátula atrás dos dentes incisivos
inferiores e não deixar a parte de trás da língua mover-se para fora.
Após várias repetições desse exercício, em que o paciente atuou junto
com o terapeuta ou sozinho levá-lo a tentar produzir o som sem os
recursos auxiliares;
● Fazer o paciente, sentado, manter a boca ligeiramente aberta e respirar
profundamente somente pelo nariz (para conseguir isso seu véu e a
parte posterior da língua deverão estar ocluindo a passagem do ar para
a cavidade oral). Deixar a ponta da língua deitada, contra os dentes
incisivos inferiores. Enquanto expele o ar pelo nariz, fazer o paciente,
após uma inspiração, ocluir suas narinas, rapidamente, com o polegar e
o indicador, forçando o ar a separar o véu e parte posterior da língua.
Repetir várias vezes esse exercício, para ajudar a formação imagem
acústico-articulatória do / k /;
● Fazer o paciente deitar-se de costas, relaxado (nessa posição o véu e
parte posterior da língua ficam muito pertos). Fazê-lo respirar através da
boca ligeiramente aberta e tentar a explosão / k /. OBS.: a produção
deverá ocorrer pela parte posterior do véu e mais tarde, deverá ser
trazida para um pouco adiante;
● Se necessário, colocar os dedos polegar e indicador do terapeuta no
pescoço do paciente, logo abaixo da parte posterior da língua,
pressionar para cima e para fora e, então, para baixo rapidamente.
Demonstrar a explosão na produção do paciente para tentar o mesmo,
usando seu próprio polegar e indicador no pescoço;
● Se o paciente produzir o / k / com pressão excessiva, reduzi-la fazendo
com que ele produza uma série de rápidos sons / k / (kkkkkkk) num
sopro. A seguir produzir sílabas (kikikikiki) num outro simples sopro.

/g/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

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Velar, oclusivo, oral, sonoro

Lábios: separados, acompanham o movimento da mandíbula;

Dentes: maxilares separados;

Língua: parte posterior levantada tocando o palato e formando com este


uma oclusão; a ponta da língua apóia-se nos incisivos;

Palato: levantado

Laringe: com vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS:

Tátil: fechamento do dorso da língua no véu ou palato dá pequena informação;


vibração da sonorização pode ser sentida antes da explosão. OBS.: o ponto de
contato no véu ou palato duro varia de acordo com as vogais vizinhas;

Cinestésica: elevação do dorso da língua dá pequena informação; o


fechamento é mais leve, com menor pressão e duração do que no / k /;

Visual: lugar de produção visível apenas com abertura exagerada da boca;

Audição: na sílaba, a vibração da laringe pode ser ouvida, mas a duração é


muito breve.

EFEITO: ligeira explosão produzida pelo rebaixamento brusco da língua e


vibração sensível ao tato.

PROCESSOS DE ENSINO

● Imitar o modelo do terapeuta em sílabas; evitar a abertura exagerada


da boca e pressão excessiva na produção. Produzir uma serie de
fechamentos / g / com voz contínua (gugugugugugu).
● Demonstrar o ponto e modo de articulação do / g / por analogia com
o som / k /, diferenciando-o deste pela ausência de explosão forte e
presença de sonorização;
● Demonstrar, por impressão tátil, a vibração da sonorização,
colocando a mão do paciente no pescoço e bochechas do terapeuta
e em seu pescoço e bochechas para perceber a diferença. Essa
diferenciação é importante quando o paciente substitui o /g / pelo / k
/. Fazê-lo tentar a sonorização com os Horas posicionados para a
produção do / k / e então, explodir o ar;
● Demonstrar o ponto de articulação, lentamente, dando um exagero
da formação como em / k /;
● Demonstrar o ponto e modo de articulação, dando uma produção
exagerada passo-a-passo como em / k /;

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● Demonstrar o modo de articulação por analogia com o / b / e / d /,
enfatizando-se os pontos de articulação. Se o / b / e / d / já possuem
pressão e relaxamento apropriados, associar o / g / àqueles sons,
nas séries de sílabas. Budugu, budugu, budugu, num sopro
mesmo sopro;
● Desenvolver o / g / em associação com a vogal / i /, na qual a
posição da língua está muito próxima ao véu-palato;
● Todo trabalho de propriocepção e tonicidade de língua,
propriocepção de palato e pressão intra-oral desenvolvidos no treino
do / k / são necessários para se desenvolver o / g /. Assim, também
serão de ajuda desenhos e gráficos dos movimentos e postura dos
OFAs;
● Enquanto o paciente tentar produzir o / d /, manter a ponta da língua
para baixo atrás dos dentes incisivos inferiores com o auxilio do dedo
ou espátula. O dorso da língua não deve mover-separa frente. Após
várias repetições desse exercício fazer o paciente tentar a produção
sem a ajuda dos recursos citados;
● Levar o paciente a produzir o / n /. Enquanto está sendo produzido,
fazê-lo ocluir as narinas rapidamente com os dedos, continuando a
sonorização e forçando, assim, a separação do véu e dorso da
língua;
● Pedir ao paciente ao paciente que emita a vogal / a / de modo
contínuo e então, colocar a língua na posição do / k / e abaixá-lo
novamente;
● Se o paciente abrir muito a boca para a produção do / g /,
prejudicando-a, fazê-lo segurar com os dentes uma espátula ou lápis
enquanto produz o / g /, sem deixar cair o objeto.
● OBS.: todos os artifícios utilizados para se desenvolver o / k / serão
empregados para treinar o / g /, acrescentando-se a este último, a
sonorização contínua.

/n/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Linguopalatal, oclusivo, nasal, sonoro

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Lábios: entreabertos

Dentes: maxilares separados

Língua: a ponta toca os incisivos inferiores, a parte media toca o palato

Palato: baixo

Laringe: com vibrações

INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: o dorso da língua toca o véu ou palato e as bordas os molares. OBS. o


ponto de contato no véu ou palato varia de acordo com as vogais vizinhas. A
pressão da língua é menor que a necessária para a emissão do/ k /e/g/. A
sonorização pode ser sentida. Em menor intensidade de que nas produções de
/m/ , /n /e com mais intensidade na região do pescoço

Visual: por ser um fonema produzido na região posterior da cavidade oral, seu
lugar de produção só é visível com a abertura exagerada da boca

Cinestesica: movimento rápido do dorso da língua em direção ao véu ou palato.

EFEITO: o som passa para a cavidade nasal devido à obstrução caracterizada


pela língua. A língua destaca-se progressivamente de diante para trás.

PROCESSO DE ENSINO

● Imitar o modelo do terapeuta fazendo o paciente sentir à vibração da voz


no nariz, ao colocar sua mão no nariz do terapeuta e, a seguir, em si
mesmo pode ser sentido uma pequena emissão nasal colocando-se o
dedo horizontalmente em frente às narinas.
● Fazer o paciente produzir o som nasal com os lábios fechados; a seguir,
levá-lo a emitir o mesmo som, ocluindo a língua com os lábios
superiores que logicamente, deverão estar separados; em seguida fazer
o paciente produzir o som nasal ocluindo a língua com alvéolos e, por
fim, solicitar-lhe que produza o fonema nasal, ocluindo a língua (dorso)
com o véu. O terapeuta poderá através de toques nas duas superfícies
que deverão se ocluir, orientar o paciente nesta analogia.
● Para conseguir a perfeita pronuncia do/ nh /, começar o treinamento com
a articulação /nie/, ate chegar mais rápido do som exato.

/R/
INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: ponta da língua tocando a região interna dos incisivos inferiores (ou
próximo a eles); bordas posteriores roçando a face interna dos molares e parte

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do palato; região dorsal em leve contato com a região velar. A sensação de
vibração pode ser sentida tocando-se as regiões laterais do pescoço logo
acima da laringe;

Visual: dada a impossibilidade de observação direta, podem ser empregados


outros recursos, como esquemas;

Cinestésicas: movimentos sucessivos de aproximação e afastamento da língua


e do véu.

PROCESSOS DE ENSINO

● Possibilitar o conhecimento da sensação tátil de vibração. Utilizar, de


preferência, produções da própria criança, tais como vibrações de
lábios ou de ponta de língua;

● Desenvolver a sensação do ponto articulatório através de produções
da mesma região, como o / k /, emitidas sem a vogal;
● Exercícios de gargarejo com água sonorizando;
● Imitação do gargarejo sem água;

Iniciar com a imitação do gargarejo seguido de vogais

/F/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Labiodental, constritivo, fricativo, oral, surdo

Lábios: entreabertos

Dentes: os incisivos superiores apóiam-se no lábio inferior

Lingua: no estado de repouso

Palato: levantado

Laringe: sem vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: lábio inferior toca levemente os dentes superiores frontais; sente-se a


fricção continua da corrente de ar restrita através do lábio inferior.

Cinestésica: lábio inferior move-se para cima aproximando-se dos dentes


superiores.

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Visual: a aproximação do lábio inferior e dentes frontais superiores pode ser
vista facilmente.

Auditiva: fricção audível.

EFEITO: passagem do ar pelo lábio superior, sensível ao tato.

EXERCÍCIOS DE LÁBIOS

● Juntar e estirar os lábios usando o indicador e o polegar


● Soprar bolinha de papel
● Roçar os dentes com os lábios

PROCESSOS DE ENSINO

● O lábio superior apóia-se nos incisivos superiores. O contato


estabelece-se um pouco atrás da linha médio-horizontal do lábio;

● Levar a mão na altura do lábio superior, sentido pelo tato o sopro


provocado pela corrente expiratória (o sopro escapa, em parte, obliquo
de baixo para cima);

● Fazer a emissão surda e sonora do fonema;

● Imitar o modelo da terapeuta, evitando pressão excessiva do ar na


produção. Usar o espelho, se necessário;

● Desenvolver a propriocepção do ponto de contado do lábio inferior a ser


tocado pelos dentes superiores, passando - se a espátula, ou creme de
chocolate, ou pó de gelatina, para que o paciente toque com seus
dentes o local estimulado;

/s/e{S}
INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: fricção da corrente de ar restrita através dos alvéolos, dentes frontais e


língua; a ponta da língua toca os dentes frontais inferiores; as bordas da língua
tocam os alvéolos e dentes;

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Cinestésica: muito pouco feed-back da língua estriada, que forma um canal
central e de seu dorso elevado;

Visual: estreita abertura entre os lábios e entre os dentes frontais;

Auditiva: fricção audível.

PROCESSOS DE ENSINO

● Demonstrar o modo de articulação por analogia com o / f /, no que se


refere ao sopro contínuo e constrição da corrente de ar;
● Desenvolver propriocepção e tonicidade adequados dos lábios e língua;
● Treino preparatório de inspiração e expiração, aumentando-se
gradualmente o tempo de expiração em forma de sopro;
● Demonstrar a emissão do sopro contínuo na superfície da mão do
paciente ou tiras de papel, pena, chama, pó de giz etc.;
● Desenvolver a propriocepção dos pontos de contato na produção do / s
/, passando a espátula, creme de chocolate, gelatina em pó etc., nas
bordas da língua, alvéolos a face interna dos dentes superiores laterais,
levando o paciente a contatuar esses pontos estimulados; fazer o
mesmo com a ponta da língua e face interna dos dentes frontais
inferiores;
● Frente ao espelho, mostrar ao paciente a linha central existente no dorso
da língua, explicando que esta área deve formar um canal para a
passagem do ar, não podendo encostar no palato. Estimular, riscando
várias vezes com a espátula esta área, de trás para a frente até a ponta,
para treinar sua propriocepção. Treinar também o abaulamento da
língua, formando a estria central; depois que o paciente atingir esse
objetivo, colocá-la em posição para emissão do / s / para que seja
tentado.
● Demonstrar o lugar de produção, vagarosamente, dando um exagero
visual da formação: com a boca do terapeuta bem aberta, mostrar a
ponta da língua atrás dos dentes frontais inferiores e estriada no centro;
estriar a abertura da boca para a posição normal, manter a língua o
lugar e produzir o / s /;
● Desenvolver em associação com o / f /: enquanto o paciente produz um /
f / prolongado, puxar seu lábio inferior para baixo com dois dedos; o / s /
surgirá, quando o paciente tentar manter a restrição da corrente de ar
com a sua língua;
● Desenvolver em associação com o / i /: fazer o paciente produzi-lo cada
vez com menor intensidade, até sussurrá-lo, quando soará como / s /.
Para sentir o sussurro, colocar as costas da mão frente à boca. Mostrar
ao paciente que sua língua está estriada no centro e que sua ponta
aproxima-se dos dentes inferiores;

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● Para demonstrar que com o canal fechado central formado a ponta da
língua não deve ocluir a passagem do ar, colocar a ponta do lápis ou
pequeno objeto redondo entre a língua e os alvéolos, demonstrando a
apropriada abertura linguo-alveolar. É útil também colocar-se um tubinho
ou canudinho nesta abertura, para que o paciente sinta a saída do ar
através dela;
● Para demonstrar a postura da língua, colocar uma espátula na frente,
entre os dentes, a fim de que o paciente a segure com eles; em seguida,
fazê-lo colocar sua língua presa em baixo da espátula, enquanto suas
bordas elevadas fecham-se contra a face internados dentes laterais.
Tentar, então, a emissão do / s /. Este recurso é importante, quando
ocorre protrusão da língua na emissão deste fonema.
● Demonstrar por diagramas ou desenhos, os pontos de contato e a
postura da língua;
● Se houver escape lateral do ar, devido à não oclusão das bordas laterais
da língua contra os dentes, pressionar as bochechas contra os molares,
impedindo a saída do ar por ali e obrigando-o a escapar através dos
incisivos. Comparar um escape difuso inaceitável do ar, com o escape
central necessário, se houver protrusão de língua;
● Utilizar o canudinho preso antes dos caninos inferiores para facilitar a
posição da língua.

/∫ /
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Velar, fricativa, oral, surda

Lábios: entreabertos, projetados para frente

Dentes: maxilares separados

Língua: ligeiramente

Palato: levantado

Laringe: sem vibração

EFEITO: explosão sensível ao tato. Com som chiado característico do / x/

PROCESSO DE ENSINO

● A ponta da língua fica em contado com a parte anterior do palato e


forma, um pouco atrás do rebordo alveolar dos incisivos superiores um
orifício maior que para o / s /.os bordos laterais tocam o seu da boca;
● Levar a mão junto à boca, para sentir a explosão do sopro através da
língua e dos dentes, e produzindo um som chiado, peculiar do x.

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● Ensinar o x com a ponta da língua no alto a fim de bem diferenciar este
fonema do s.
● Pede-se para a criança, imitar um após outro os seguintes movimentos:
- abaixa-se o queixo e apóia-se a ponta da língua atrás.

/V/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Labiodental, constritivo, fricativo, oral, sonoro

Lábios: entreabertos

Dentes: os incisivos superiores apóiam-se no palato inferior

Língua: no estado de repouso

Palato: levantado

Laringe: com vibração

INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: o lábio inferior toca suavemente os dentes frontais superiores; sente-se a


fricção da corrente de ar restrita através do lábio inferior ; a vibração da
sonorização pode ser sentida.

Cinestésica: o lábio inferior move-se para cima aproximando-se dos dentes


superiores; produção com menos força e menor duração do que no/ f /.

Visual: a aproximação do lábio inferior e dentes frontais superiores pode ser


facilmente vista.

Auditiva: fricção e sonorização audíveis

EFEITO: vibração percebida pelo tato na laringe e no maxilar inferior

EXERCÍCIOS DE LÁBIOS

● Comprimir o lábio inferior com os incisivos;


● Soprar bolinhas de sabão;
● Unir os lábios e esticá-los para frente, sempre unidos, voltado a posição
inicial;

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● Juntar e estirar os lábios, usando o indicador e o polegar.

PROCESSOS DE ENSINO

● Utiliza-se a analogia: pronuncia-se /f/ e /v/, fazendo perceber as


vibrações no lábio inferior , no queixo ou na laringe ;Há um maior
contato do lábio inferior com os incisivos superiores .A corrente
expiratória e menor do que f ;
● Exercícios de lalaçao, observando-se a posição do órgão fonador para
que a criança não emita o som do seu homorgânico perfeito f;
● Utiliza-se a analogia: pronuncia-se /f/ e /v/, fazendo perceber as
vibrações no lábio inferior , no queixo ou na laringe ;Há um maior
contato do lábio inferior com os incisivos superiores .A corrente
expiratória e menor do que f ;
● O fonema /v / pode ser conseguido mais facilmente, fazendo-se as
bordas dos dentes frontais superiores constatarem internamente ao lábio
inferior.

/z/
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO

Alveolar, constritivo, fricativo, oral, sonoro

Lábios: semiabertos, com tendência a afastar-se;

Dentes: bem aproximados;

Língua: a ponta apóia-se nos incisivos inferiores;

Palato: levantado

Laringe: com vibrações

INFORMAÇÕES SENSORIAIS

● Tátil: fricção suave da corrente de ar restrita através da língua, alvéolos


e dentes frontais; a ponta da língua toca os dentes frontais inferiores e
as bordas da língua tocam os alvéolos e dentes; a vibração da
sonorização pode ser sentida;
● Cinestésica: muito pouco feedback do estreitamento longitudinal da
língua e elevação de seu dorso; a duração e força são menores do que
em / s /;
● Visual: estreita abertura entre os lábios e entre os dentes frontais;
● Auditiva: fricção e sonorização audíveis.

EFEITO: vibração das cordas vocais sensíveis ao tato e um som zumbido do


/z/.

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PROCESSOS DE ENSINO

● Desenvolvê-lo por analogia com o / s /, demonstrando a presença de


sonorização na emissão do / z /. Deixar o paciente sentir a sonorização,
colocando sal mão no queixo do terapeuta, perto da base da língua, ou
as pontas dos seus dedos nos dentes do terapeuta. Perceber, também,
a suave corrente de ar na superfície da mão. Esta corrente será bem
mais fraca do que em / s /. Fazer o paciente comparar todas essas
pistas em si mesmo, ressaltando o momento em que ele trocar o / z /
para / s /;
● Demonstrar a maneira de produção por analogia com o / v /, quando ao
sopro contínuo e constrição da corrente de ar. Constatar, então, o / v /
com o / f / e, em seguida, o / z / com o / s /;
● Todos os exercícios preparatórios utilizados no treino do / s / para se
conseguir boa propriocepção e tonicidade da língua e lábios, bem como
sopro contínuo, podem ser considerados pré-requisitos para desenvolver
o / z /;
● Podemos seguir todos os exercícios utilizados na colocação do fonema /
s /, acrescentando-se a todos a sonorização contínua para a produção
do / z /. Evitar a produção do / z / com força igual à do / s /.

/Ʒ/
INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: fricção suave da corrente de ar restrita através da língua, palato, alvéolos


e dentes frontais; bordas da língua contra a face interna dos molares
superiores; a vibração da sonorização pode ser sentida;

Cinestésica: algum feed-back do estriamento e convexidade da língua, bem


como de sua elevação com a superfície frontal numa posição mais posterior do
que no / Ʒ /; arredondamento e protrusão dos lábios; força menor do que / ∫ /;

Visual: arredondamento e protrusão dos lábios; estreita abertura entre os


dentes;

Auditiva: fricção e sonorização audíveis.

PROCESSOS DE ENSINO

● Desenvolver por analogia com o / ∫ /, demonstrando a presença de


sonorização na emissão do / Ʒ /. Deixar o paciente sentir a sonorização,
colocando sua mão no queixo do terapeuta perto da base da língua ou
nos lados do seu pescoço. Fazê-lo comparar todas essas pistas em si
mesmo, principalmente quando ele trocar o / Ʒ / para / s /;
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● Demonstrar a maneira de produção por analogia com o / v / e / z /.
Contrastrar / f / e / v /, / s / e / z /, e então / s / e / Ʒ /. Mostrar ao paciente
que para a produção do / z / a língua é movida mas para trás do que
para a emissão do / z /;
● Todos os exercícios preparatórios utilizados no treino do / ∫ / para se
conseguir boa propriocepção e tonicidade da língua e lábios, bem como
sopro contínuo, são pré-requisitos para desenvolver o / Ʒ /.
● Pode-se seguir todos os exercícios utilizados na colocação do / ∫ /,
acrescentando-se a todos a sonorização continua durante a produção do
/ Ʒ /. Evitar a produção do / Ʒ / com força igual ao / ∫ /.

{R}

INFORMAÇÕES SENSORIAIS:

Tátil: contato sutil da ponta da língua com a protuberância alveolar; bordas em


contato com as paredes internas dos molares;

Visual: movimento de vibração da ponta da língua;

Cinestésica: movimentos sucessivos da ponta da língua que se afasta e retorna


ao ponto de articulação.

PROCESSO DE ENSINO

● Propiciar o reconhecimento da sensação tátil de vibração. De


preferência, utilizar produções da própria criança, tais como vibração
velar ou de lábios;
● Treinar a propriocepção da ponta da língua;
● Desenvolver a sensação de tensão e descontração da musculatura da
língua. Para esta produção não pode haver diminuição de tônus;
● Desenvolver a sensação de pressão da língua no ponto de articulação.
Cuidar para que ela seja leve;
● Mantendo a posição articulatória adequada, iniciar a expiração com a
produção do fonema / t /.

c/ℓ/v
INFORMAÇÕES SENSORIAIS

Tátil: ponta da língua apoiada atrás dos incisivos superiores; bordas laterais
livres, permitindo a passagem lateral do ar;

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Visual: mandíbulas entre-abertas, ponta da língua elevada;

Cinestésica: elevação da ponta da língua em direção aos incisivos superiores.

PARA DESENVOLVIMENTO:

● Treinar a elevação da ponta da língua;


● Desenvolver a sensação de distenção;
● Desenvolver a possibilidade de passagem de ar lateral, mantendo a
respiração bucal com a ponta da língua fixa no ponto de articulação;
● Idem, sonorizando a expiração;
● Idem, seguindo a produção da vogal /a/.

Desenvolver a habilidade para efetuar articulações com espaço de tempo


reduzido entre ambos. Ex.:

● Produzir te de rápida e repetidamente;


● Produzir pe te rápida e repetidamente;
● Produzir pe ke te rápida e repetidamente;
● Efetuar produções sucessivas entre o /ℓ/ e o fonema que o precede.
Iniciar com os grupos compostos por fonemas bastante distantes quanto
as áreas articulatórias, como /k/ e o /ℓ/ seguidos da vogal /Ɛ/. Ex.: kɛ ℓɛ...;
● Produzir a consoante sem sonorizar e a sílaba que o segue sonorizada.
Ex.: /k/.../ℓɛ/;
● A percepção do intervalo de tempo existente entre as articulações pode
se evidenciada através da execução de traçados que acompanham as
produções articulatórias. Iniciar lentamente a passar à produção normal.

c /ɾ/ v
INFORMAÇÕES SENSORIAIS:

Tátil: bordas da língua em contato com a face interna dos molares e parte do
palato; ponta da língua tocando rapidamente os alvéolos dos incisivos
superiores;

Visual: elevação da ponta da língua em direção aos alvéolos dos incisivos


superiores;

Cinestésica: movimento de deslocação rápida da ponta da língua em direção


ao ponto de articulação.

PARA DESENVOLVIMENTO:

● Desenvolver a propriocepção da ponta da língua;


● Treinar o afilamento da língua;
● Treinar o controle da contração e descontração dos músculos da língua;

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● Exercitar a movimentação rápida de ponta de língua, produzindo as
sílabas te e de alternadamente;
● Desenvolver a sensação do ponto de articulação produzindo estalos de
língua através do contato de sua ponta com a região alveolar. Esse
movimento deve ser efetuado com a boca aberta, afim de dificultar o
contato do dorso da língua com o palato duro;
● Produzindo de modo contínuo ema vogal, elevar sucessivamente a
ponta da língua em direção ao ponto de articulação. Cuidar para que as
bordas posteriores mantenham-se em contato com os molares,
impedindo a saída de ar lateral. Fazer uso de vibrador acoplado a uma
espátula, colocando-a na ponta da língua que deve estar em postura
próxima à necessária para a produção do / ɾ /;
● Quando uma criança não possui o / ɾ /, iniciar por seu treinamento.
Embora não seja o mais freqüente, também podem ocorrer casos em
que a criança em que a criança encontra maior facilidade para a
utilização do / ɾ / no grupo, do que na sílaba simples, de forma que é
sempre conveniente testar sua performance também neste tipo de
realização;

Desenvolver a habilidade de efetuar articulações com espaço de tempo


reduzido entre ambos. Ex.:

● produzir te de rapidamente;
● produzir pe te rapidamente;
● produzir pe te ke rapidamente etc;
● Quando a criança possui o / ɾ /, efetuar produções sucessivas do
primeiro e segundo elementos do grupo. Iniciar a produção por fonemas
de áreas articulatórias opostas, pode facilitar essa produção. Ex.: cra.
● Desenvolver a produção descrita acima de forma à reduzir o tempo
entre elas;
● Produzindo o / k / sem vocalizar, elevar a ponta da língua rapidamente,
interrompendo a passagem do ar.

Referências
⦿ SPINELLI Vera, MASSARI Ivani, TRENCHE Maria. Temas de
Fonoaudiologia. Distúrbios Articulatórios. P .123 à 196. Editora
Loyola. São Paulo: 1984.

  

⦿ SOARES, L.S.D. Praticas em Fonoaudiologia. ARTICULATÁRIOS


PARA SURDOS. p. 137 à 162. Editora Enelivros Rio de Janeiro-RJ:
1994.
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