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Da Declaração da Independência à Primeira República Federal dos EUA

A 4 de julho de 1776, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a


Declaração de Independência. O seu principal autor, Thomas Jefferson,
escreveu a Declaração como uma explicação formal do porquê o
Congresso ter votado no dia 2 de julho para declarar a independência da
Grã-Bretanha, mais de um ano depois de irromper a Guerra
Revolucionária Americana, e como uma declaração que anunciava que as
treze Colónias Americanas não faziam mais parte do Império Britânico. O
Congresso publicou a Declaração de Independência de várias formas. No
começo foi publicada como uma folha de papel impressa de grande
formato que foi largamente distribuída e lida pelo público. A Declaração
da Independência dos Estados Unidos da América foi o documento
assinado pelos representantes das treze colónias na América do Norte,
reunidos no 3.º Congresso de Filadélfia, no dia 4 de julho de 1776, onde
declaravam, unilateralmente, a sua independência da Inglaterra esse dia
viria a ser considerado como o dia da independência dos Estados Unidos.
Representantes das Treze Colônias concordavam que a metrópole estava
abusando de altos impostos para pagar os prejuízos das guerras. Diante
disso, tomaram a decisão de tornarem-se independentes da Grã-
Bretanha. Para oficializar tal ato, criaram o documento Declaração de
Independência dos Estados Unidos da América.
O período da historia dos Estados Unidos entre 1783 e 1815 caracteriza-se
pelos primeiros anos de independência dos Estados Unidos, e da união
das treze ex-colônias britânicas para formar um único país. As Treze
Colônias haviam lutado bravamente pela independência durante
a Revolução Americana de 1776. O Reino Unido assumiu a derrota
em 1783, e pelos termos do Tratado de Paris reconheceu oficialmente a
independência dos Estados Unidos.
O período que se estende entre 1783 e 1815 caracteriza-se por três fatos:
O primeiro foi a criação efetiva do governo americano. Durante os
primeiros anos de independência, os Estados Unidos não passavam de
uma Confederação de Estados. Ainda não havia governo nacional
efetivamente. Em 1787, representantes de todos os Estados americanos,
bem como outros oficiais importantes, reuniram-se e escreveram
juntamente a Constituição americana. Esta constituição define
explicitamente o papel e os poderes do governo federal no país. A Carta
de Direitos foi aprovada em seguida. George Washington foi o
primeiro Presidente do país, em 1789.
O segundo fato marcante deste período da história americana foi o início
da expansão territorial, que já se iniciara com a independência. As treze
colônias anexaram um enorme território britânico, como parte dos termos
do Tratado de Paris. Este território estendia-se do sul dos Grandes
Lagos até a Flórida espanhola, e dos Apalaches até o Rio Mississippi.
Em 1803, o território controlado pelos Estados Unidos dobrou, com
a Compra da Louisiana.
O terceiro fato marcante deste período da história americana foi a
instabilidade e as dificuldades enfrentadas pelo governo americano.
Surgiram problemas tais como a falta de fundos, falta de infraestrutura e
atritos nas relações diplomáticas e econômicas entre o recém-formado
país e as potências europeias, especialmente o Reino Unido e a França.
Estes atritos eventualmente levariam à Guerra Anglo-Americana, uma
guerra ocorrida na América do Norte, entre os Estados Unidos e as
colônias britânicas que atualmente compõem o Canadá. Esta guerra
terminou em status quo em 1815, cujos principais efeitos nos Estados
Unidos foram o crescente isolamento do país no cenário mundial e o
crescimento do nacionalismo e patriotismo americano.
Logo após a declaração de independência dos Estados Unidos em 1776, os
principais oficiais das treze antigas colônias britânicas, agora, Estados dos
Estados Unidos passaram a planear a instalação de um sistema de governo
central, que seria válido para todo o novo país. Até então, cada um dos
novos Estados possuía sua própria Constituição, mas não existia uma
Constituição que valesse para todos os treze Estados. Em 1781, ainda
durante a Revolução Americana, um sistema de governo federal
rudimentar foi instalado nos treze Estados, sob as leis e medidas
dos Artigos da Confederação.
Os Artigos da Confederação davam ao governo federal o poder de
declarar guerra e de manejar seu próprio departamento de relações
internacionais. Porém, os Artigos da Confederação não davam ao governo
americano o poder de coletar impostos em todo o país, regular o
comércio interestadual ou internacional, ou direcionar o governo destes
Estados. Segundo os Artigos da Confederação, cada Estado seria
responsável por manejar o próprio governo e cada um dos estados seriam
também os únicos com poder de criar impostos e leis próprias.
A Revolução Americana de 1776 havia criado um sério problema para os
Estados Unidos: a criação de uma gigantesca dívida por parte do governo
americano. Porém, o pagamento desta dívida era impossível, uma vez que
o governo americano não tinha o poder de coletar impostos no país. O
governo americano sofria muito com a falta de fundos, até mesmo para
manter um sistema de defesa nacional. Durante os primeiros anos como
um país independente, os Estados Unidos enfrentavam uma séria
recessão econômica.
Em 1786, a Virgínia persuadiu cinco Estados a enviarem representantes a
uma convenção constitucional em Annapolis, Maryland, para discutir
temas como o comércio interestadual. Os representantes dos cinco
Estados mais a Virgínia decidiram em conjunto que as políticas dos Artigos
da Confederação precisavam ser mudadas. Assim sendo, estes seis
Estados pressionaram os sete restantes a enviarem representantes à uma
nova convenção constitucional, que seria realizada na Filadélfia. Esta
convenção constitucional ocorreu durante o verão de 1787. Todos os
Estados enviaram representantes com exceção de Rhode Island, que era
contra qualquer tipo de intervenção extra-estadual dentro de seus limites
territoriais. A Convenção Constitucional de 1787 foi presidida por George
Washington, por decisão dos oficiais e representantes presentes na
Convenção.
O modesto objetivo inicial desta convenção constitucional era a sugestão
e mudanças aos Artigos da Confederação. Porém, rapidamente (e
secretamente), todos os oficiais presentes nesta convenção começaram a
trabalhar em uma nova Constituição, logo após o primeiro encontro. A
Constituição proposta pela convenção pedia por um sistema federal de
governo. Este governo trabalharia de forma independente e seria superior
em relação aos Estados. Este governo teria a capacidade de cobrar
impostos, e seria equipado com os três ramos: o Executivo, o Legislativo e
o Judiciário.
O Poder Legislativo do país — o Congresso — foi, ao longo da convenção,
o tema de maior controvérsia. Os estados de maior população queriam
que a representação no Poder Legislativo por parte de cada estado fosse
feita através do número de habitantes, ou seja os estados de maior
população seriam dotadas de maior representação no Legislativo. Já os
Estados de menor população queriam manter o poder que eles tinham
segundo os Artigos da Confederação, na qual cada Estado possuía um
único representante com direito a um único voto nas decisões. Durante a
convenção, decidiu-se que o Legislativo seria composto por um congresso
bicameral.
A casa superior seria composta pelo Senado, onde cada estado teria
direito a dois representantes escolhidos pelo próprio governador. A casa
inferior seria composta pela Câmara dos Representantes, cuja
representação dos Estados seria proporcional em relação à população de
cada estado, e cujos representantes seriam eleitos pelo povo dos distritos
com número de habitantes aproximadamente iguais entre si.
As regras da Constituição exigiam que a adoção de uma emenda
constitucional ou de uma nova Constituição precisava ser aprovada pelos
Estados para entrar em vigor. Assim sendo, a própria Constituição
americana precisaria ser ratificada, ou seja, assinada, por cada Estado. Os
oficiais e representantes da Convenção Constitucional de 1787 pediram
pela realização de Convenções Constitucionais de ratificação em cada
Estado, para a ratificação da Constituição americana por parte destes
Estados.
Esta reforma do Congresso americano foi aprovada com facilidade pelos
Estados de menor população. O Delaware, por exemplo, tornar-se-ia o
primeiro Estado a ratificar a Constituição, em 7 de dezembro de 1787,
tornando-se assim oficialmente o primeiro estado dos Estados Unidos.
Mas estas reformas no Congresso encontraram grande oposição dos
Estados de maior população, primariamente na Virgínia e especialmente
em Nova Iorque. A nova Constituição tornou-se tema de grande
controvérsia. A Virgínia fora a primeira colônia britânica bem-sucedida
no continente americano, possuía uma grande população, e diversas
pessoas nativas dessa colônia desempenharam um papel essencial ao
longo dos anos da Revolução Americana de 1776. Nessa época, os
políticos da Virgínia eram os mais renomados do país. Já Nova Iorque
possuía uma grande população e também uma extensão territorial
significante, possuindo o mais movimentado e mais bem
localizado porto no país. Ambos os Estados eram e foram essenciais para o
futuro dos Estados Unidos. Porém, Nova Iorque era controlada por uma
elite paroquial, e não se sabia se líderes regionais estariam dispostos a
dividir o poder com políticos nacionais que controlariam o governo
federal.
Muito da controvérsia gerada pela nova Constituição foi causada pelo fato
de que esta não especificava um número adequado de leis para garantir a
liberdade de direitos de cada cidadão. Por isso, um grupo de dez emendas
à constituição foram adicionados à constituição americana, em um ato
conhecido como a Carta de Direitos.
As promessas de uma Carta de Direitos por parte de Madison foram o
suficiente para fazer com que a Virgínia ratificasse a Constituição em 25 de
junho de 1788. Enquanto isso, no Estado de Nova Iorque, os Clintons, que
controlavam então o governo do Estado, cederam às pressões de
Alexander Hamilton, tendo ratificado a Constituição americana em 26 de
julho. Sob os termos da Constituição, o novo governo federal poderia
começar a operar no país, com a Constituição em vigor, quando nove dos
treze Estados ratificassem a Constituição. Isto ocorreu com a ratificação da
Constituição por parte da Nova Hampshire, em 21 de junho de 1788. Com
a adição de Virgínia em 25 e de Nova Iorque em 26, onze Estados
ratificaram a Constituição, incluindo todos os principais Estados.
A Convenção Constitucional de ratificação da Carolina do Norte ocorreu,
porém, sem ter ratificado a Constituição americana. A Convenção,
dominada por Antifederalistas e liderada por um admirador de Jefferson,
decidiu adiar a ratificação da Constituição americana até que o Congresso
se mostrasse disposto a adotar uma Carta de Direitos, que emendaria a
nova Constituição para garantir certos direitos fundamentais. Rhode
Island não iniciou nenhuma Convenção Constitucional de ratificação até
que o novo governo federal e a nova Constituição entrassem em vigor,
entre março e abril de 1789.
O Congresso da ex confederação realizou a primeira eleição
presidencial em 1789.[1] O sistema adotado para a escolha de presidente
foi a divisão do país em distritos (com exceção de territórios). Cada
distrito, conhecido como colégio eleitoral, teria um número similar de
habitantes entre si. Cada distrito tem direito a um voto na eleição
presidencial. Nesta eleição, George Washington foi eleito, por
unanimidade em todos os colégios eleitorais.[1] John Adams foi eleito Vice-
Presidente.[1] A Cidade de Nova Iorque foi escolhida como a primeira
capital nacional, em caráter temporário. Foi nesta cidade que a cerimônia
de inauguração do termo presidencial foi realizada, na Federal
Hall, Manhattan. George Washington seria posteriormente reeleito para
um segundo mandato de presidente, em 1792, novamente tendo sido
reeleito por unanimidade.
Sob a liderança de James Madison o primeiro Congresso finalmente
propôs aos Estados americanos doze emendas, dez dos quais foram
rapidamente adotadas. Elas constituiriam a atual Carta de Direitos. Das
doze emendas, uma foi rejeitada e uma foi posteriormente ratificada
como a 27° Emenda. A Carolina do Norte iniciou uma Convenção
Constitucional logo após a Carta de Direitos ter sido proposta, tendo
ratificado a Constituição americana em 21 de dezembro de 1789. Rhode
Island ratificou a Constituição em 29 de maio de 1790, e a Carta de
Direitos na semana seguinte, em junho. A Carta de Direitos entrou
oficialmente em vigor em 15 de dezembro de 1791.

Bibliografia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_dos_Estados_Unidos_(1783-
1815)
https://www.unidosparaosdireitoshumanos.com.pt/what-are-human-
rights/brief-history/declaration-of-independence.html

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