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RESUMO HISTÓRIA

A primeira revolução industrial/A independência dos Estados Unidos

Apesar de apresentarem algumas características comuns, como o idioma falado pela


população e autonomia para a criação de leis, as Treze Colônias inglesas da América
do Norte possuíam algumas diferenças entre si. As do Norte e do centro gozavam de
certa autonomia em relação à Coroa britânica e, por isso, além da agricultura
baseada na pequena propriedade e na mão de obra livre, possuíam liberdade para
desenvolver o comércio triangular. As colônias do Sul, por sua vez, tinham uma
economia mais dependente da Inglaterra, baseada na grande propriedade e no uso da
mão de obra africana escravizada.

A Revolução Industrial e a Guerra dos Sete Anos foram dois eventos que contribuíram
para modificar as relações entre a Coroa britânica e suas colônias da América do
Norte. Com o crescimento da produção industrial, as colônias se transformaram em
potenciais mercados para o escoamento das mercadorias inglesas. Por isso, era
necessário exercer maior controle sobre as atividades e relações comerciais
desenvolvidas por elas. Já os gastos com a guerra provocaram um rombo nos cofres
públicos da metrópole, que viu no aumento da carga tributária sobre os colonos a
possibilidade de recuperar o dinheiro investido nos confrontos contra a França.

Entre os anos de 1763 e 1774, a Coroa britânica impôs várias leis para promover
maior controle sobre a colônia e também aumentar a arrecadação de impostos. Entre
essas leis, podem ser mencionadas a Lei do Açúcar, a Lei do Selo, a Lei do
Aquartelamento, os Atos Townshend, a Lei do Chá e as Leis Intoleráveis.
Insatisfeitos, os colonos organizaram protestos e boicotes à importação de produtos
da Inglaterra. Dois eventos marcaram esse período de tensões: o Massacre de Boston,
ocorrido em 1770, e a Festa do Chá de Boston, de 1773.

Em um contexto de insatisfação, as ideias iluministas – que chegaram nas colônias


da América através dos próprios imigrantes ingleses e das elites que estudavam nas
universidades europeias – contribuíram para alimentar o sentimento anticolonial e o
desejo de liberdade dos colonos em relação à Coroa britânica. O pensamento do
filósofo John Locke foi fundamental para o processo de independência dos Estados
Unidos, e sua presença é latente na Declaração de Independência e na Constituição
de 1787.

Em 1774, os representantes das colônias inglesas da América do Norte organizaram o


Primeiro Congresso Continental, que aconteceu na Filadélfia. Os colonos elaboraram
um documento, que seria endereçado ao rei Jorge III, da Inglaterra, questionando
sobre as medidas interventivas e o aumento da arrecadação de impostos promovidos
pela Coroa britânica. A metrópole promoveu algumas concessões às colônias, porém
enviou mais soldados para os territórios da América do Norte, com o intuito de
aumentar seu controle sobre as colônias.

A Guerra de Independência se iniciou em abril de 1775, quando as tropas britânicas


entraram em choque com grupos de patriotas armados na cidade de Massachusetts. No
mesmo ano, organizou-se o Segundo Congresso Continental da Filadélfia, no qual foi
elaborada a Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776).

Antes da independência, as Treze Colônias inglesas possuíam autonomia para tomadas


de decisões políticas e econômicas. Para se fortalecerem na guerra contra a
Inglaterra, em 1776, as colônias se uniram e, por meio de um acordo, estabeleceram
um sistema de confederação, no qual o governo central possuía pouca força política,
uma vez que se mantinha a soberania dos estados, que tinham total liberdade para
elaborar e aprovar suas próprias leis.

Com a consolidação da independência, tornou-se necessário repensar o regime


político do país, a fim de garantir a sua unidade. Após muitos debates, adotou-se o
sistema federalista, no qual a soberania dos estados foi transferida para o governo
federal. Apesar disso, os estados continuaram tendo certa autonomia, sendo-lhes
concedida a permissão para a criação de leis, por exemplo, desde que estas não
contrariassem a Constituição estadunidense.

Para criar o sentimento de pertencimento à nação que nascia, tornava-se necessário


forjar uma identidade cultural para os Estados Unidos, baseada em elementos que
levassem a população a se identificar como membros de uma mesma comunidade. Assim,
passou-se a venerar a bandeira, os símbolos e os heróis nacionais – figuras
políticas e intelectuais que participaram do processo de independência do país,
como George Washington e Thomas Jefferson, por exemplo.

Em 1787, a Constituição dos Estados Unidos foi aprovada. O documento, construído


através de uma perspectiva iluminista, oficializava a república federativa no país
e estabelecia a divisão do Estado em três poderes: Executivo, Legislativo e
Judiciário. Em 1791, foi aprovada a Carta de Direitos dos Estados Unidos, que
ampliou os direitos políticos e civis dos cidadãos estadunidenses.

Apesar de estar baseada nos princípios da cidadania e da liberdade, a Constituição


não garantiu a inclusão de todos os grupos sociais no processo de participação
política. Mulheres, indígenas e africanos escravizados e seus descendentes, por
exemplo, não tinham direito ao voto. Nesse sentido, apenas os homens brancos
pertencentes às elites urbanas e rurais eram considerados cidadãos.

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