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1876:
“Se chorar, vai viver, se gemer, vai morrer” – Papiro Ebers,
século 16 aC
Essa frase relaciona-se com o desconforto respiratório no
momento do nascimento.
As crianças por muitos anos foram tratadas como “mini
adultos”, sem nenhuma consideração pelos aspectos
relacionados ao seu crescimento e desenvolvimento.
Na França, as crianças eram chamadas de “Infante”, ou seja,
quietinhos.
1880:
- Eram considerados objetos da esfera doméstica,
como um móvel. Dr. Étienne S. Tarner propôs o uso de incubadoras para
pintinhos adaptadas para o tratamento de bebês
- As crianças não tinha voz, não eram ouvidas. prematuros e de baixo peso;
Após a revolução francesa foram concentrados esforços Dr. Pierre Budin, decidiu expandir esta nova tecnologia para
para reanimação neonatal, nessa época foram descritos o mundo, porém na época, muitos médicos não
alguns passos como: acreditavam que a incubadora pudesse ajudar os bebês.
- Remover muco da boca Dr. Martin Courney surgiu com a ideia: Expor os bebês
- Envolver as extremidades com toalhas quentes prematuros dentro das incubadoras nos circos de horrores
(atração famosa no qual eram expostas pessoas com
- Após cinco minutos sem resposta, iniciar banho algum tipo de anormalidade)
morno.
- Uma pessoa saudável deve soprar a boca do RN 1930:
enquanto fecha suas narinas.

1900-1960: Atua por meio de variações de pressão positiva e negativa,


simulando o movimento da caixa torácica e do diafragma
no processo de respiração
Consistia em balançar o RN de baixo a cima para conseguir
abrir os pulmões (estimular inspiração e expiração).

1971:
Primeiro relato de uso de pressão positiva para tratamento
de DMH em RNPT (Recém-nascido pré-termo)  Fisioterapia respiratória
 Prevenção e tratamento de sequelas neuromotoras
A doença das membranas hialinas (DMH) é uma patologia
 Neuroproteção
pulmonar que afeta sobretudo recém-nascidos (RN) pré-
termo. É devida a deficiente produção de surfactante por O trabalho da neuroproteção objetiva a manutenção de
imaturidade pulmonar. A doença manifesta-se por um desenvolvimento sustentável do recém-nascido.
dificuldade respiratória de grau variável.
Segundo Marba, esse processo reúne uma série de
O surfactante é uma substância que é produzida dentro estratégias, além do simples uso das tecnologias
dos alvéolos pulmonares e que permite que estes disponíveis, que qualificam o estado do recém-nascido
funcionem bem durante a respiração. prematuro. Exemplo: Método canguru
Na ausência desta substância os alvéolos tendem a não se
abrir tão facilmente e o ar que o recém-nascido inspira
não consegue entrar nos alvéolos, pelo que o RN fica com Criança: 0º dia de vida -18 anos
“falta de ar”.
Classificação por faixa etária: RN, lactente, pré-escolar,
1970 escolar, pré-puberal, puberal, adolescente tardio.

Primeiras UTIN’s no Brasil, em São Paulo e Brasília.  Neonato: Do momento do nascimento até o 28º dia
de vida.
 Lactente: Até os 24 meses de vida.

Formação e crescimento do sistema respiratório em


indivíduos saudáveis: Não ocorrem em um padrão
simétrico e rígido, antes e após o nascimento, tendo
distinções entre indivíduos e gêneros.
Esses fatores somados à variabilidade natural do número
de alvéolos e das dimensões das vias aéreas poderão
Em 1980 deu-se início da atuação fisioterapia na UTIN
determinar risco para o aparecimento de doenças ou
Portaria 432 de 12 de agosto de 1998: Atribui e considera padrões de sintomas mais graves.
a importância das UTIN’s no Brasil, estabelece o
As crianças apresentam certas características
fisioterapeuta como componente da equipe básica de
anatomofisiológicas que as tornam mais vulneráveis aos
atendimento;
quadros de insuficiência respiratória quando comparadas
RDC N.7 de 24 de fevereiro de 2010: Estabelece e aos adultos.
regulamenta as normas de funcionamento para UTI’s, e
 Calibre das vias aéreas
coloca o fisioterapeuta como profissional essencial ao
cuidado do paciente crítico; Reduzido em vias superiores e inferiores (em comparação
aos adultos)
Portaria 930, de 10 de maio de 2012: Estabelece a
obrigatoriedade da presença 24 horas de fisioterapeuta O peso e tamanho da cabeça do RN favorece postura de
exclusivo a UTIN, com proporção de 1 fisioterapeuta a cada flexão cervical.
10 leitos/pacientes;
A mandíbula é mais pequena e arredondada, e a língua é
Resolução N.402/2011 COFFITO: Cria a especialidade maior em relação ao tamanho da cavidade oral
profissional Fisioterapia em Terapia intensiva, afirmando
Esses fatores causam maior resistência nas vias aéreas e
como uma de suas áreas de atuação a assistência
maior probabilidade de obstrução das mesmas.
fisioterapêutica em neonatologia.
A respiração é predominante nasal até o 4º ao 6º mês
de vida

 Suporte ventilatório
Qualquer obstrução nasal pode resultar numa  Complacência Pulmonar reduzida
elevada resistência à passagem do ar e desconforto
O interstício pulmonar apresenta menor quantidade de
respiratório que, muitas vezes, é acompanhado de cianose
elastina, o que leva a menor capacidade de recolhimento
e dispneia.
elástico e tendência ao colapso alveolar;
Além do tamanho da via aérea, o suporte cartilaginoso da
A deficiência de surfactante também auxilia na diminuição
traquéia não encontra-se totalmente desenvolvido, tendo
da complacência pulmonar, resultando na necessidade de
de 5 a 6 cm de comprimento e 4 mm de diâmetro
maiores variações de pressão para um mesmo volume
durante o primeiro ano de vida.
pulmonar.
 Imaturidade pulmonar e do sistema imunológico
Deficiência na ventilação colateral;
Menor quantidade de comunicações interalveolares e
interductais (poros de Kohn e canais de Lambert) e
inexistência dos canais de Martin.

 Superfície alveolar  Metabolismo respiratório elevado

Aproximadamente, de 80 a 85% dos alvéolos se formam Nas crianças até os 2 anos de idade, a ventilação alveolar
após o nascimento, e os 20 milhões de sacos alveolares é maior e apresenta níveis metabólicos mais elevados do
presentes no nascimento aumentam para cerca de 300 que os do adulto, o que leva ao aumento do consumo de
milhões até os 8 anos de idade; oxigênio e o incremento da perda de calor e água,
secundários à taxa respiratória mais elevada.
Menor área de superfície para troca gasosa = Menor VC
e maior FR. Somado a esses fatores, a criança apresenta um
suprimento precário de energia muscular, o que predispõe
 Caixa torácica mais rapidamente à fadiga muscular.
É circular e os arcos costais são cartilaginosos e
horizontalizados;

 Anamnese
- Antecedentes maternos:
Pré-natais:
Registro de como foi a gestação – Foi planejada?
Ganho de peso
 Diafragma Uso de vitaminas e medicamentos
O diafragma se insere dentro do calabouço torácico em Infecções
um plano mais horizontal, o que reduz sua mobilidade
Frequência de acompanhamento médico
durante a inspiração;
Exames realizados
Predominância de fibras musculares tipo II;
Condição de saúde geral da mãe
Natais:
Registro da evolução do parto
Tipo de parto
Duração
Complicações
Boletim de Apgar
Neonatais:
Avaliação do RN em relação a DR
Cianose
Frequência respiratória
Suporte ventilatório
Icterícia neonatal
Perímetro cefálica
Os RN’s ainda são classificados de acordo com:
Idade gestacional (IG)
 Avaliação da dor
Peso do nascimento
Neonatal Infant Pain Scale (Nips):
Gráfico de crescimentointrauterino desenvolvido
por Battaglia e Lubchenco..
 Exame físico
Estado geral: Bom, regular e mau.
 Comportamento motor
Na população pediátrica os principais itens a serem
avaliados: Avaliação da dor que utiliza basicamente sinais
comportamentais;
- Tônus Muscular;
Seu escore total pode variar de 0 a 7 com a seguinte
- Força Muscular; classificação:
- Postura; 0 = Sem dor,
- Reflexos e reações. De 1 a 2 = Dor fraca,
 Outros dados De 3 a 5 = Dor moderada
Estado de Hidratação: Pode ser avaliado por meio da Menos de 6 a 7 = Dor forte
elasticidade da pele ou presença de ressecamento de
língua e mucosas;  Sinais de desconforto respiratório:

Temperatura corporal: Podem estar associadas a Representam a tentativa do paciente de compensar a piora
alterações metabólicas, vasoconstrição periférica, distúrbios da troca gasosa por meio do aumento do trabalho
hemodinâmicos e outros sinais e sintomas associados a respiratório.
infecção. Entre os mais importantes destacam-se:
- Normotermia: Entre 36 e 37o; - Taquipnéia;
- Hipertermia: Acima de 37,5o; - Cianose;
- Hipotermia: Inferior a 35o. - Batimento de Asa de Nariz;
Coloração da pele: Cianose central e/ou periférica - Estridor laríngeo;
- Extensão cervical;
- Balanço de cabeça;
- Retração de Tórax;

Maior causa de mortalidade e morbidade em recém


nascidos;
Acomete, em geral, os prematuros;
Causa: produção inadequada de surfactante pulmonar
associada a uma imaturidade estrutural;
 Manifestações clinicas
- Taquipnéia logo após o nascimento;
- Gemidos expiratórios;
 Boletim de silverman-andersen
- Tiragens;
- Respiração `paradoxal;
- Batimento de asa de nariz;
- Cianose.
 Diagnóstico
IG < 34s
Gasometria = Hipercapnia, Hipoxemia refratária a FiO2;
Radiografia de tórax: Padrão reticulogranular difuso,
 Prematuridade broncogramas aéreos, apagamento da silhueta cardíaca,
dependendo do grau de severidade.
RN nascido antes de completar as 37 semanas de
gestação; - Radiografia de tórax
Classificação: IG, PN;
Grau I – leve: Broncogramas aéreos mínimos, com
30 milhões de partos prematuros por ano no Mundo visualização completa da área cardíaca;
(OMS, 2021);
 Brasil x Prematuridade:
10º país com mais partos prematuros;
12% do total de partos = 340 mil partos prematuros/ano
= 6 nascimentos prematuros a cada 10 minutos;
Custa R$ 8 bilhões por ano ao país;
60% dos RNPT de baixo peso nascidos no Brasil não Grau I – moderado: broncogramas aéreos se estendem
sobrevivem; para fora do mediastino, mantendo a visualização completa
 Definição da área cardíaca;

Imaturidade de órgãos e sistemas neurológico,


hemodinâmico e cardiorrespiratório;
Principal fator desencadeante de riscos e complicações
neonatais;
Maior propensão a complicações futuras (DNPM, cognição,
problemas respiratórios, etc);
Grau I I – grave: Broncogramas aéreos se estendem para  Fisiopatologia:
fora do mediastino e alcançam a periferia. Nesse grau a
Obstrução mecânica de vias aéreas;
área cardíaca torna-se pouco perceptível.
Inativação do surfactante;
Hipóxia e hipertensão pulmonar;
Inflamação pulmonar e sistêmica.
Condição do neonato termo ou pré termo tardio;
 Sinais e sintomas:

Grau IV – opacidade total: Opacificação total dos campos Apgar < 5 no 1 minuto.
pulmonares, sem visualização da área cardíaca.
Vérnix, cordão umbilical e unhas do neonato impregnados
por mecônio;
Presença de mecônio em traquéia
Sinais de DR (cianose, taquipnéia, tiragens, aumento do
diâmetro antero-posterior do tórax)
Antero-posterior com roncos após o nascimento;
Achados radiológicos.

 Tratamento  Radiografia

Suporte ventilatório:
VNI: Cpap-B como terapia de primeira escolha.
VMI: Indicada quando:
PaO2 < 50 mmHg ou dificuldade de manter Spo2
> 90-92% em uso de Cpap/Fio2 50-70%;
PaCo2 > 50-60 mmHg;
Apneia significativa e repetida  Tratamento
Esforço grave, exaustão iminente, evolução óbvia Aspiração de VAS e traqueal;
para piora ou choque associado
Oxigenoterapia;
Terapia de reposição de surfactante – Tem como
objetivo reverter os efeitos ocasionados por sua disfunção Pressão Positiva: VNI; VMI
endógena no sistema respiratório do prematuro. Terapia de reposição de surfactante.
Em todos os tipos de suporte ventilatório, é obrigatório o
uso de aquecimento e umidificação adequada do ar
É um desconforto respiratório em nascidos com líquido ofertado.
amniótico meconial cujos sintomas não podem ser
explicados de outra forma.
Causa Importante de doença respiratória grave em RNs  Barotrauma x Neopediatria:
Pode ocorrer intra-útero ou durante os primeiros Tórax complacente energia mais facilmente transferida aos
movimentos respiratórios após o nascimento; órgãos internos;
1 -2% de todos os RN ́s apresentam pneumotórax
espontâneo logo após o nascimento.
Frequentemente atribuídos ao uso de ressuscitação  Pneumomediastino:
pulmonar e ventiladores mecânicos;
Distúrbio onde o ar livre atravessa os espaços pleurais e
Principais ocorrências: invade a área circunjacente ao coração.
Pneumotórax;
Pneumomediastino;
Pneumopericárdio;
 Pneumotórax
Manifestação mais comum de barotraumas em neonatos;
Ruptura do ar alveolar na superfície externa do pulmão  Pneumopericárdico
para os espaços pleurais;
Barotrauma no qual o ar livre atravessa o espaço pleural,
- Classificação: o mediastino, envolvendo as estruturas do coração;
Espontâneo: Presença de ar livre nos espaços pleurais, Diminui a capacidade de batimento cardíaco eficaz;
resultante de enfraquecimento da membrana alveolar;
Sintomas: Taquicardia, hipotensão arterial, sons cardíacos
Tensão: Ocorre quando o parênquima pulmonar já sofreu abafados;
algum injúria.
Diagnóstico: Rápido, através de ultrassonografia
Os pulmões tendem a sofrer reparo por meio da
Tratamento: Drenagem de urgência.
formação de tecido cicatricial, o que torna a parede
pulmonar rígida, impedindo o fechamento dessa área. Sintomas comuns a todas síndromes de escape aéreo:
Assim o ar que ingressa no parênquima pulmonar Taquicardia;
não tem por onde escapar e a pressão intrapulmonar
aumentada exerce impacto sobre todas as estruturas Taquipnéia;
intratorácicas. Cianose;
- Diagnóstico: Radiografia; transiluminação de toráx Inquietação;
Padrões patológicos no pneumotórax: Colapso pulmonar; Hipotensão;
região hipertransparente do hemitórax comprometido;
Ausência da trama vascular; Desvio contralateral das SP diminuídos ou ausentes;
estruturas mediastinais; Aumento dos espaços intercostais Queda da SPO2;
do lado comprometido.
Distensão venosa jugular;
Assincronia tóraco-abdominal;
Desvio da posição da traqueia;
 Pneumoperitônio
Presença de ar na cavidade abdominal
Causada por perfuração intestinal  Enterocolite
Necrosante
Enterocolite necrosante trata-se de uma inflamação que
acontece em partes da superfície interna do intestino, o
que pode causar infecção por bactérias e leva a necrose
neste órgão dos recém-nascidos (RN) prematuros
Sintomas: Distensão abdominal, êmese biliosa, melena,
choque séptico;
Diagnóstico: Clínica, Radiografia e Ultrassom; RN com labilidade nos níveis de oxigenação arterial,
considerado como 2 ou mais episódios de queda da Spo2
Tratamento: Interrupção da alimentação, NPT,
< 85% no período de 12 horas, necessitando de aumento
Antibioticoterapia e Cirurgia;
do suporte ventilatório;
Labilidade significa instabilidade
Diferença da PaO2/Spo2 entre os sítios pré e pós ductal,
quando gradiente de PaO2 > 20 mmHg e/ou de Spo2 >
5 %;
Evidência ecocardiográficas de hipertensão pulmonar;
 Tratamento
Minimização do estímulo ambiental em razão da labilidade
desses neonatos;
Analgesia e sedação;
Correção de distúrbios metabólicos;
Antibioticoterapia: em razão da gravidade da doença e da
incerteza da presença de infecção ativa;
Suporte hemodinâmico;
Suporte ventilatório:
- VMI: Ventilação mecânica invasiva
- Apresenta-se como um suporte
respiratório para pacientes em quadros de insuficiência
respiratória aguda. O método garante que as trocas
gasosas aconteçam no organismo do indivíduo, além de
ajudar na atuação da musculatura respiratória.
- VAFO: Ventilação de Alta Frequência Oscilatória
- É a aplicação de pequeno volume
Síndrome clínica caracterizada por hipoxemia grave e
corrente (menor que o espaço morto), em padrão
refratária, proveniente da diminuição do fluxo sanguíneo
oscilatório usando frequência respiratória para manter troca
pulmonar e shunt direito-esquerdo, através do forame oval
gasosa adequada.
e/ou canal arterial;
-ECMO: Oxigenação por Membrana
Isso decorre do aumento relativo da pressão da artéria
Extracorpórea
pulmonar em relação à sistêmica;
- É uma técnica em que o sangue é
Pode ocorrer de forma primária ou secundária a uma
captado por via venosa, com o auxílio de uma bomba
grande de variedade de doenças cardiorrespiratórias
centrífuga, oxigenado por uma membrana e, depois, é
neonatais, como SDR, SAM, hipoplasia pulmonar,
devolvido ao corpo de maneira arterializada.
cardiopatias congênitas, sepse, pneumonia, asfixia perinatal,
entre outras,
 Critérios diagnósticos:
Sequela respiratória mais importante que acomete
RN em VM (ventilação mecânica) com Fio2 de 100%, neonatos que necessitam de internação prolongada em
mantendo cianose central ou PaO2 < 100 mmHg ou Spo2 UTIN e uso de VM e oxigenoterapia nesse período.
< 90%;
Doença pulmonar crônica mais comum da infância.
Condição crônica resultante da lesão ao pulmão em O desenvolvimento caudo-cefálico do tônus muscular é
desenvolvimento e à vasculatura pulmonar, como uma fase afetado pela redução do tônus flexor passivo e pelo
prolongada de cura da SDR, causada por toxicidade do aumento do tônus muscular ativo dos extensores
oxigênio, ventilação por pressão positiva e intubação
Resultando na fixação da postura em
traqueal, a sua definição continua em constante
hiperextensão de cabeça e de tronco, em retração
modificação.
escapular e em extensão de MMII.
Clinicamente é definida como a necessidade de oxigênio
Tal postura, ainda, é favorecida por longos
suplementar por um período mínimo de 28 dias após o
períodos de VM invasiva.
nascimento, sendo sua gravidade graduada de acordo com
o suporte respiratório necessário com 36 semanas após a Quando o decúbito ventral é necessário por tempo
data da última menstruação. prolongado, a inabilidade do RNPT de elevar sua pelve leva
ao desenvolvimento da postura em pernas de rã (“frog
 Alterações da Biomecânica respiratória:
legs”), caracterizada por excessiva abdução e por rotação
Em decorrência das anormalidades do parênquima externa de MMII.
pulmonar e das VA, ocorre um aumento da resistência ao
fluxo aéreo, com consequente aumento crônico da carga
respiratória.
A adaptação a esse acréscimo de carga pode levar a
alterações biomecânicas:
- Tiragens intercostais;
- BAN (Batimento de asa de nariz)
- Elevação dos ombros;  Tratamento
- Uso de musculatura acessória; Suporte ventilatório (oxigenoterapia e pressão positiva);
- Assincronia toracoabdominal - Fisioterapia:
Respiratória: TRS;
Motora: Alongamento e mobilização de musculatura
cervical, cinturas escapular e pélvica; Posicionamento;
Hidroterapia, osteopatia. Hidroterapia.

 Oxigenoterapia
Tipos de dispositivo de entrega:
Baixo fluxo: Fornecem oxigênio suplementar às vias aéreas
por fluxos que não atendem à demanda inspiratória dos
pacientes e variam entre 0,3 até 10L/min.
 Alterações funcionais
Dessa forma, o fluxo inspiratório é superior ao valor
As alterações motoras decorrentes da DBP podem estar ofertado. Portanto, o oxigênio fornecido será diluído com
relacionadas ao desequilíbrio entre a força muscular ativa e o ar, resultando em uma FiO2 baixa e variável.
passiva, característico do RNPT;
A FIO2 final depende da FR, do tempo e da profundidade
A postura em extensão e a inabilidade do RNPT de alterar inspiratória do paciente.
sua postura estática levam ao favorecimento da
musculatura extensora sobre a flexora, padrão inverso do Exemplos: Cno2, máscara facial simples.
presente no RN a termo.
Alto fluxo: Fornecem concentração de oxigênio fixa e
determinada, com fluxo que atende ou excede a demanda
inspiratória do paciente.
Exemplos: Máscara de venturi, Cnaf.
Reservatório: Incorporam um sistema de coleta e
armazenamento de O2 entre as inspirações do paciente,
onde é utilizado esse suprimento sempre que o fluxo
inspiratório do paciente for maior que o do dispositivo.
Exemplos: máscara reservatório (reinalante e não  Spo2 alvo e projeto coala
reinalante, hood, tenda).
 Cânula Nasal:
Fluxo variável de 0,5 a 5* l/m;
Vantagens: Baixo custo, confortável, fácil adaptação e
acesso;
Desvantagens: Fio2 desconhecida e variável,
ressecamento e irritação da mucosa nasal.

 Hood:
3 tamanhos (p, m. g);
Fluxo variável conforme o tamanho (8, 10, 12 l/m);
Fio2 controlada: 30-100%;
Vantagens: Fio2 controlada mesmo com manuseio do rn
com incubadora aberta;
Desvantagens: Barulho do fluxo de ar, ar não aquecido,
reinalação de 02. Aplicação do suporte ventilatório sem a necessidade de via
aérea artificial;
Fio2= (fluxo AC x 21 + fluxo O2 x 100) / (fluxo AC +fluxo
Evita os efeitos deletérios associados ao uso do tot e vmi;
O2)
Modos: Artesanal (cpap tipo selo d’água), ventilador
mecânico (sincronizado, não sincronizado);
 Efeitos:
Aumento da CRF, otimizando relação P/F;
Melhora da complacência pulmonar e prevenção do
colapso alveolar;
Redistribuição do líquido pulmonar remanescente;
Aumento do VC;
Preservação da função do surfactante;
Estabilização da caixa torácica;  Cuidados com interface
Otimização da atividade diafragmática; Pode causar lesões
Diminuição do trabalho respiratório.
 Contraindicações:
Trauma de face (que impossibilitem a adequação da
interface);
Obstrução total de VAS;
 Prevenção de lesões
Arritmias com alteração hemodinâmica;
Paralisia de cordas vocais;
Hipersecretividade;
Ausência de reflexo de proteção de VA;
Pneumonia com pneumatocele;
Hemorragia digestiva alta com presença de êmese e
distensão abdominal;
Infecções de cavidades paranasais;
Instabilidade hemodinâmica.
 Interfaces
- Pronga nasal (Hudson)
 Modos:
É um dispositivo utilizado para oferta de ventilação, sendo
adaptado à narina do recém-nascido - BIPAP/Bilevel/Nippv:
Pode ser aplicada em diversas modalidades: Tcpl, Pvc, Psv,
etc;
Parâmetros a serem ajustados variam conforme
modalidade escolhida;
Sincronia é importante
Considerar escape aéreo
Observar distensão gástrica (considerar abrir sonda
- Pronga nasofaríngea (Vygon) orogástrica (SOG) 1h antes de dieta).
- CPAP
Benefícios: Evita intubação orotraqueal (IOT), diminui risco
de morte, diminui gravidade de dbp, diminui necessidade
de O2;
Tipos: Artesanal/De bolhas; Ventilador mecânico;
- Máscara nasal:
Terapia de Primeira Escolha
- CPAP Artesanal:
Oscilação de alta frequência
2 níveis de cpap
Recrutamento alveolar PEEP: 4-6 cmH2o;
Estímulo diafragmático FR: Conforme volume minuto e gasometria;
Incremento na atividade mucociliar Fio2: Menor para manter spo2 alvo.
Baixo custo Preferir modo A/C;
Ajustar PIP para manter vc alvo, porém limitar platô em 28
cmh2o e dp em 15 cmh20;
Individualizar TI conforme gráfico de fluxo/tempo, na
ausência desta, ajustar conforme idade e patologia;
Ajustar FR para melhorar ventilação pulmonar, observar
níveis de Co2 arterial e tolere hipercapnia (com ph > 7,20),
quando necessário;
Ajuste PEEP e Fio2 para otimizar.
 Critérios:
Estabilidade cardiovascular (12-24h);
Resolução ou controle da causa que levou a VMI;
Presença de drive respiratório;
PH entre 7,25-7,40, Pao2 entre 50-80mmhg e Paco2
entre 40-50mmhg;
 Principais modalidades utilizadas em neonatologia: Spo2 entre 90-95%;
Pressão Controlada (PCV); Hb maior/igual que 7g/dl/;
Ciclada a Tempo e Limitada a Pressão (TCPL);  Principais fatores para falha:
Volume Garantido (VG); IG menor que 28 semanas;
Pressão de Suporte (PS). PN (peso ao nascer) menor que 1.000 gramas;
OBS: SIMV (ventilação mandatória intermitente VM (ventilação mecânica) prolongada;
sincronizada). O SIMV incorpora válvula de demanda que
PCA (Persistência de Canal Arterial) com repercussão
libera fluxo gasoso mediante os esforços inspiratórios do
hemodinâmica;
paciente. Caso a criança não respire, ciclos mandatórios
predeterminados serão liberados pela máquina. - PCA é quando o vaso não se fecha
 Tempo Inspiratório: DBP (Displasia broncopulmonar);
Histórico de reintubações;
Extubação com parâmetros ventilatórios altos (MAP > 8,
fio2< 40%)
 TRE: (teste de respiração espontânea)
Manter relação i/e de 1:2.0 - 1:3.0; - PSV (ventilação sincronizada com pressão de
suporte)
Observar gráfico de fluxo x tempo.
*** - Cpap;

PIP: Ajustar conforme vc ideal;


- Indicativos de falha: DR, bradicardia, bradipnéia ou
taquipnéia, alteração da PA, queda da Spo2, mudança no
estado de consciência, sudorese intensa.
Redução gradual dos parâmetros;
 Desenvolvimento neuropsicomotor
 Desmame para:
Simulação das vivências intra uterinas
AA;
- Sistema sensorial
Oxigenoterapia;
- Sistema vestibular
Cpap;
- Sistema muscular
BIPAP.
A depender de: IGC, (idade gestacional corrigida) peso,
quadro clínico, patologia e histórico pregresso.

Um dos padrões de cuidados da VM é a umidificação, pois


a respiração prolongada de gases inadequadamente
condicionados por meio de um tubo endotraqueal pode
causar danos ao epitélio.
Manifestados pelo aumento do trabalho
respiratório, espessamento das secreções, destruição do
epitélio traqueobrônquico, atelectasias, ulcerações, redução
da capacidade residual funcional, hipóxia, aumento da
incidência de pneumonia e, em casos de excesso ou perda
de calor, possível hipertermia ou hipotermia do paciente
É essencial assegurar a integridade das vias por meio
desses sistemas, que são necessários para prevenir os O ambiente em que a criança se encontra influencia
efeitos indesejados do frio e dos gases secos no epitélio significamente no DNPM.
traqueobrônquico durante a VM
Exemplo: Uma criança na UTI não terá o mesmo
 Desvantagens desenvolvimento que uma criança que está em casa.
Necessidade de fonte de energia elétrica e a possibilidade
de colonização de bactérias no circuito devido à
condensação de vapor e uso inadequado
Causar aquecimento e umidificação excessivos ou
insuficientes, produzindo uma situação não fisiológica que Asfixia – Dificuldade respiratória que leva à falta de oxigénio
repercute em hipotermia ou hipertermia, lesão térmica de no organismo.
via aérea, pouca fluidificação da secreção, degeneração ou Sepse – Conhecida como infecção generalizada
paralisia dos cílios do epitélio respiratório.
Canal Arterial Patente – O canal arterial patente refere-se
 Temperatura Alvo à manutenção, no período pós-natal, de um conduto
36-37 ºC vascular musculoelástico, que comunica a circulação
sistêmica à pulmonar.
Apnéia – Quando há obstrução total das vias respiratórias,
que faz a pessoa parar de respirar
Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica – Complicação imediata
à asfixia grave
Leucomalácia Periventricular (LPV) – É uma lesão cerebral
geralmente associada a prematuridade e tem como
consequência atrasos no desenvolvimento Intervenção precoce realizada nos neonatos na UTI, que
neuropsicomotor. inclui uma série de estratégias com objetivo de melhorar
RNPT dependentes da UTI neo para sobrevivência; o DNPM pela promoção de estímulos sensoriais e com
base no nível de desenvolvimento funcional, na idade
Vulneráveis ao efeito do ambiente; gestacional ao nascer e no peso dessa população.
Desenvolvimento do sistema nervoso sob condições não Objetivo: Organização dos sistemas* do corpo humano e
fisiológicas ou adversas; de suas combinações;
Procedimentos e exames. * Tátil, Cinestésico, Vestibular, Olfatório, Paladar, Auditivo,
Visual
Facilita o DNPM típico e previne ou minimiza os efeitos
Imaturidade global danosos do ambiente da UTI e suas intervenções no
crescimento pôndero-estatural;
Fatores de risco ou agravantes
Pode ser aplicada para tratar alterações do DNPM
Neuroplasticidade
resultantes da prematuridade, doenças e/ou
Pré disposições a lesões neurológicas alterações/complicações nos períodos pré-natal, perinatal,
intranatal ou após o parto.
Poupar e promover
 Quando iniciar?
32 semanas IG (corrigida);
Mudança periódica; 72 horas após o nascimento;
Prevenção de lesão;  Indicações:
Diversidade de experiências; Peso ao nascer < 1.500 gramas;
Prevenção de deformidades. Riscos Biológicos: PIG, HIPV, anormalidades de tônus, Apgar
5 ́< 6, sepse);
Riscos Estabelecidos: Hidrocefalia, microcefalia,
anormalidades cromossômicas
Riscos Ambientais: Uso/abuso materno de álcool e drogas
Riscos Comportamentais: Anormalidade no
comportamento do RN
 Contraindicações Absolutas:
Instabilidade Hemodinâmica;
ECMO;
Tórax/Abdome aberto;
VAFO;
 Contraindicações Relativas:
VMI
VNI
Oxigenoterapia
Dificuldade de controle térmico
 Comportamento de Retraimento:
Indica estresse ou estimulação excessiva;
Interromper ESM ou retirar estímulos gradualmente;
Sinais: Regurgitar, nausear, soluçar, bocejo, “Asa de avião”,
retração dos lábios, choro intenso.  Estímulo Auditivo:
 Comportamento de Aproximação: Recomendada para aumentar Spo2, reduzir FC e FR,
Indica que o neonato está recebendo uma quantidade melhorar taxa de sucção, melhorar sono;
adequada de estímulos; Utiliza-se: Ruído branco (Som de batimentos cardíacos e
Interação adequada → Iniciar/administrar ESM; imitando a respiração), canções de ninar cantadas pelos
pais, música clássica (Mozart, Brahms).
Sinais: Preensão manual, fixação visual e auditiva com
terapeuta, colocar língua pra fora da boca, emitir sons Hora do soninho.
agradáveis, sucção.
 Tipos de Estímulo:
Tátil;
Vestibular;
Cinestésica;
Visual;  Estímulo Olfatório:
Auditiva; Recomendada para prevenir apneia e diminuir a dor;
Olfativo e Gustativo. Utiliza-se fragrâncias de baunilha e leite materno;
 Estimulação Unimodal:  Estímulo Gustativo:
Inclui intervenções que fornecem um tipo de estímulo Recomendada para diminuição da dor;
sensorial a neonatos/lactentes, em conformidade com a
hierarquia do desenvolvimento fisiológico dos subsistemas Utiliza-se leite materno e soluções doces (glicose, dextrose,
sensoriais: sacarose e sucralose);

Tátil → vestibular → paladar → olfatório → auditivo → Associada a sucção assistida;


visual  Estímulo Gustativo:
 Estímulo Tátil: OBS 1: Técnica de Sucção não nutritiva (SNN);
Reduz estresse, intensidade da dor, frequências cardíaca e OBS 2: Estímulo associado a gavagem.
respiratória, melhora o sono;
Gavagem é o método de alimentação através de um
Aplicada com uso do toque humano suave (THS) cateter oro/nasogástrico ou jejunal
 Estímulo Vestibular:  Estímulo Visual:
Recomenda-se alguns dos métodos de posicionamento Intervenção na qual se utilizam, no campo visual da criança,
funcional, que também podem ser utilizados para figuras contrastantes ou outros objetos adequados à idade;
estimulação vestibular.
Pode-se avaliar o desempenho da visão observando a
Exemplo: Hammock. atenção e o interesse da criança pelos objetos.
 Estimulação Multimodal
Inclui intervenções que combinam um ou mais tipos de
estímulos sensoriais, como estimulação tátil-cinestésica,
massagem terapêutica, contato pele a pele e estimulação
multissensorial.
 Estimulação Tátil-cinestésica:
Facilita ganho de peso;
Reduz tempo de hospitalização;
Aumenta a fase do sono REM;
Melhora da força muscular e mineralização óssea;
Favorece a organização dos sistemas sensoriais,
contribuindo para evolução dos padrões de movimento e
postura.
 Massagem Terapêutica:  Estimulação Multissensorial:
Promove ganho de peso; Combina diferentes tipos de estímulos que não precisam,
Melhora do peristaltismo cólicas e de disquesia; necessariamente, ser oferecidos ao mesmo tempo.

Reduz dor e estresse; Seus benefícios dependem da maturidade do sistema


nervoso central e dos subsistemas sensoriais de recém-
Reduz níveis transcutâneos de bilirrubina; nascidos
Melhora do sono;
Aumenta o estado de alerta após a massagem.
Obs.: Shantala.
Shantala é uma massagem de origem indiana que
proporciona relaxamento e bem-estar, ampliando o
contato entre mãe e bebê.
 Contato pele a pele:
Reduz dor, alivia estresse;
Melhora controle de temperatura corporal;
Melhora a eficácia da amamentação e do ganho de peso.
Posicionamento canguru

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