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Ciência Do Comportamento - Conhecer e Avançar (Vol. 6)
Ciência Do Comportamento - Conhecer e Avançar (Vol. 6)
7/7/2015
conhecer e avançar
256p. 23cm
CD D 155.2
C D U 159.9.019.4
E S E T e c E d ito re s A s s o c ia d o s
conhecer e avançar
ESETec
Editores Associados
2007
A gradecimentos
S u m á r io
É t ic a e C o n t r o l e n a C l í n i c a C o m p o r t a m e n t a l
Sônia dos Santos Castanheira 9
A te n d im e n to C l í n i c o E m b a sa d o n a T e r a p ia p o r C o n t in g ê n c ia s de R e fo r ç a m e n to (TCR)
Ana Paula Basqueira, Marisa Isabel dos S. de Brito, Patrícia Piazzon Queiroz 21
T e r a p i a p o r C o n t i n g ê n c ia s d e R e f o r ç a m e n t o c o m C r i a n ç a s
Patrícia Piazzon Queiroz 40
V a r i á v e i s q u e in t e r f e r e m no p r o c e s s o t e r a p ê u t i c o ; C ô n j u g e
Denise de Lima Oliveira 66
A RELAÇÃO TERAPÊUTICA NO MODELO ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL: SERÁ QUE FIZEMOS A MELHOR
ESCOLHA?
Nicodemos Batista Borges 77
O B r in c a r c o m o u m I n s t r u m e n t o de I n t e r v e n ç ã o n a T e r a p ia A n a l ít ic o - c o m p o r t a m e n t a l
I n f a n t il
Rodrigo Lopes Miranda 82
D i a g n o s t i c a r : u m a q u e s t ã o a t u a l n a A n á l is e C o m p o r t a m e n t a l A p l i c a d a a o C o n texto C l ín ic o
Lucirley Guimarães de Sousa Araújo 88
0 M e d o de M o r t e n a I n f â n c i a : U m E s t u d o o e C a s o
Regiane de Souza Quinteiro 93
A n á l is e F u n c io n a l e I n t e r v e n ç ã o n a C l ín ic a I n f a n t il : u m estu d o de c a s o .
a m b i e n t a i s e c o m p o r t a m e n t a is r e l a c i o n a d o s , n o p e r ío d o d e j a n e i r o d e 2 0 0 1 a d e z e m b r o de
2002.
João Carlos Muniz Martinelli, Marco Antônio Amaral Chequer, Paula Barcellos
Bullerjhann, Érika Oliveira Souza e Silva 179
7
7/7/2015 INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões!
INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões! 7/7/2015
A v a l i a ç ã o de p r o o e t o s e d u c a c i o n a i s e m s a ú d e e m e io a m b i e n t e
André Luiz Freitas Dias, Carolina Corrêa Vilaça, Isabella Janot Pacheco Carneiro, Ana
Christina Passarelli 193
H i s t ó r ia C o m p o r t a m e n t a l : n o ç õ e s e d e f in iç õ e s n a l it e r a t u r a e m A n á l i s e do C o m p o r t a m e n t o .
André Luiz Freitas Dias, Carlos Renato Xavier Cançado, Paulo Guerra Soares, Sérgio
Dias Cirino 200
O p r e c o n c e it o e m r e l a ç ã o a o h o m o s s e x u a l e o de s e n v o l v im e n t o d e u m r e p e r t ó r io s o c ia l m e n t e
HÁBIL
Vivian Cristina Caixeta 208
O l u g a r d a s r e g r a s n a a n á l i s e d a s p r á t i c a s d is c r i m i n a t ó r i a s
Fábio H. Baia 218
H is t ó r i a C o m p o rta m e n ta l: Um e s tu d o com s u je it o s n ã o hu m a n o s
Joana Pettersen Ferreira e Roberto Alves Banaco 234
I n t e r v e n ç ã o C o m p o rta m e n ta l em um c a s o de a fa s ta m e n to do t r a b a lh o p e lo INSS
Hérika de Mesquita Sadi e Luciana Leão Moreira 250
É t ic a e C o n tr o le na C l ín ic a C o m p o r t a m e n t a l *
vontade, pode ser tornado responsável pelo que for e pelo que fizer: digno,
quando seu comportamento é avaliado positivamente; e punido, quando seu
comportamento produz alguma ofensa. Entretanto, o homem behaviorista está
muito mais próximo do "humanismo efetivo" do que parece, de imediato. A
posição mais humanista é aquela que retrata o homem mais fielmente e não
aquela que o retrata de forma mais digna, mesmo que falsa (Rangé, 1988).
Quando a Ciência do Comportamento, mais especificamente, o
behaviorismo radical, enumera as variáveis que controlam o comportamento
do homem, não perde sua autonomia e liberdade. Na pior das hipóteses, o
indivíduo descobre que tem limites insuspeitãveis, mas não perde nada que
possuía. Os limites são os mesmos impostos pelas leis da natureza e não as
leis dos cientistas. Nenhum cientista pode, na verdade, criar controle. Ele pode
apenas revelá-lo (Rangé,1998).
T e r a p ia C o m p o r ta m e n ta l - c o n t r o l e e l iv r e - a r b it r io
C o n s id e r a ç õ e s fin a is
R e f e r ê n c ia s B ib l io g r á f ic a s
20
A te n d im e n to C lín ic o E m b a s a d o n a T e r a p ia
C o n tin g ê n c ia s de R e fo r ç a m e n to (TCR)
Desse modo, espera-se que o novo termo seja mais descritivo em rela
ção ao referencial conceituai, experimental e em relação a uma aplicação de
procedimentos mais sistemáticos, tecnologicamente descritivos, identificando
e manejando a rede de contingências envolvidas na vida do cliente.
A ação terapêutica estará baseada na identificação dos excessos, déficits
e reservas comportamentais do cliente e não ficará sob controle exclusivo da
queixa apresentada. O terapeuta deve direcionar sua intervenção para as
dificuldades detectadas, visando ampliar repertórios deficitários e diminuir a
emissão de respostas de fuga-esquiva ineficazes.
I d e n t if ic a ç ã o e M a n e jo de C o n t in g ê n c ia s que P r o d u z ir a m D é f ic it S o c ia l
numa C r ia n ç a de 4 anos
I d e n t if ic a ç ã o
Q u e ix a e D e s cr içã o do C aso
"A minha mulher não consegue falar sobre as dificuldades do nosso filho.
Ela aceitou que eu procurasse atendimento depois da reunião que tivemos na
escola. Mas, preferiu que eu viesse sozinho na sessãor.
"Há 2 anos o pediatra do Léo pediu que o trouxéssemos a terapia, mas nós
achávamos que ele não precisava, mas agora achamos que sim. Meu filho não quer
ficar na escola. Ele é diferente das crianças lá. Não sei o que fazer, Ele só quer ficar
em casa. Eu e a minha esposa achamos que ele tem algum problema neurológico.
Ele não consegue aprender: não sabe brincar, divióir os brinquedos, correr... Ele é
muito doente: tudo o deixa doente. Ele também bate em mim e na minha esposa
quando não fazemos o que ele quer. Ele bate porta, xinga...".
do, mas também quero ajudá-los para que ele aprenda a agir como as outras
crianças". A terapeuta observou a ausência de cicatrizes na criança. E tam
bém, seu repertório motor global e fino era descoordenado e sem vigor.
A terapeuta também identificou que o repertório comportamental da cri
ança era mantido pelas regras descritas pela mãe. Assim, a criança tinha um
repertório bem instalado de seguir regras, não variando os comportamentos
emitidos. Com isso, ele não emitia outros comportamentos, que não os descritos
pela mãe, e não testava as conseqüências naturais produzidas por estes.
Então, iniciaram-se nas sessões atividades para a criança desenvolver
o repertório motor adequado para sua idade e, ainda, levá-lo a ficar sob con
trole das conseqüências naturais produzidas pelos seus comportamentos
emitidos na sessão. Para isso, a terapeuta usou o repertório de seguir regras
já instalado pela mãe ao propor as atividades e os comportamentos a serem
emitidos, Começou então a realizar procedimentos de introdução gradual
{fading in) nas atividades de coordenação motora como andar, andar rápido,
correr, pular em um pé só, cair como morto, subir no sofá e pular, abrir objetos
etc, Ela determinava o comportamento a ser instalado e criava contingências
na sessão para que ele se comportasse e seu repertório produzisse conseqü
ências reforçadoras positivas naturais. Quando a resposta estivesse instala
da, a terapeuta aumentaria o grau de exigência até chegar ao comportamento
final. A terapeuta dava instruções de como o cliente deveria se comportar,
dava modelos e, ainda, inicialmente, o ajudava fisicamente nas atividades,
removendo a sua ajuda gradualmente (fading oul).
Por exemplo:
T : "Léo, hoje tenho um desafio para você: vou querer saber se você é capaz de
andar começando bem devagarzinho e chegando a andar rápido. Você topa?".
L: "Claro!"
T: "Bom, primeiro vamos precisar tomar medidas de segurança. Como nós
vamos aumentar a velocidade devagarzinho, precisamos tirar a pantufa e a
meia, Com o pé no chão você terá mais firmeza para andar".
L: "Eu posso ficar assim, eu consigo".
T: "Poxa Léo, olha aqui para mim. Eu vou fazer para você ver, descalça".
Enquanto a terapeuta andava descalça pela sala, ela disse:
T: "Olhe como estou andando firme! Devagar e com firmeza. Será que você
consegue fazer igual?"
L: "Mais eu posso ficar doente se eu ficar descalço", (evidenciou-se para a
terapeuta mais uma das dificuldades da mãe que mantinham esse repertório
deficitário de Léo).
T: "Não, olhe para mim! Eu não sou forte e saudável? Olhe o meu muque. Eu
sempre ando descalça na minha casa e até piso na grama! Hoje está um dia
quente, o chão não está frio e você pode tirar a meia e o chinelo tranquilamente.
Eu garanto".
Léo seguiu as instruções da terapeuta. Tirou as meias e começou a
andar como ela tinha feito.
T: "Que beleza! Olha a firmeza que você está andando! Você consegue andar
mais firme?''.
Ele realizou adequadamente.
T: "Gostei! Agora, olhe como eu ando firme e um pouco mais rápido. Faça
você. (ele conseguiu), Estou gostando de ver. Agora aumenta um pouquinho a
velocidade. Vamos ià'\
Ele faz e falou:
L: "Viu como eu consigo!’’.
T: "Você tem toda razão, Você está demais!".
Ao sair da sessão, Léo comentou com a mãe que tinha conseguido
andar rápido, sem cair. A terapeuta completou:
"Viu que beleza, mãe. Para garantir que ele fizesse isso com segurança,
nós tiramos o chinelo e a meia porque eles não dão firmeza nos movimentos das
crianças. Quem sabe em uma das nossas próximas sessões você consegue trazer
o Léo de ténis"
T: "Você tem razão. Cair a gente pode, mas também se eu for te ajudando,
devagarzinho, você pode aprender a pular de um pé só. Vamos tentar? Fique
tranqüilo que eu vou te segurar bem forte para você não cair,r.
L: "Então tá bom!".
T: "Olha como você deve levantar uma perna, ta? Agora, eu vou te segurar e,
devagarzinho você vai tirar uma perna do chão. Estou te segurando firme,
pode ir tirando".
Conforme Léo foi emitindo a resposta, a terapeuta foi falando:
T: "Isso! Você está indo muito bem. Você tá vendo que eu estou te segurando
também. Agora eu vou te ajudar a pular de uma perna só. Pode apoiar em mim.
Vamos lá! 1,2..."
Léo fez um pequeno movimento para frente. A terapeuta falou:
T: "Muito bem! Você deu seu primeiro passo de saci! Vamos tentar outra vez.
Boa/ (quando Léo pulou). Agora vamos tentar um pouquinho mais longe".
Assim, a terapeuta foi exigindo gradualmente que Léo pulasse um pou
co mais longe com uma perna só. Quando esse repertório estava bem instala
do, ela começou a remover gradualmente a sua ajuda física: diminuindo a
força com que segurava; depois uma das mãos e ele se apoiava na parede; as
duas mãos e ele se segurava na parede; então ela se afastou um pouco mais
e ele foi pulando até que conseguiu tirar a mão da parede e pular sozinho.
Em uma sessão, a terapeuta criou contingências especificas para con
testar uma regra da mãe e dar uma outra possibilidade de atuação.
T: "Vamos tomar água Léo? Corremos bastante e está calor".
L: "Vamos, mas eu só tomo sem gelo e filtrada para não ficar doente. Você sabe
o prazo de validade dessa garrafa?".
T : (a terapeuta assustou com a pergunta) . "Nossa Léo. Eu não sei. Enem sabia
que existia validade. Até podemos procurar na garrafa. Mas, até hoje tomei
água sem saber a validade e nunca tive nada. Aliás, eu também tomo água
gelada e não fico doente”.
Os dois pegaram a água: Léo, água sem gelo e a terapeuta pegou
gelada. A terapeuta foi descrevendo:
T: "Nossa! Com esse calor, essa aguinha gelada, está uma delícia! Hum, hum!
Tá tão gostoso! Você não quer um golinho só para experimentar? Mas só um
golinho para você ver que não tem problema e o quanto é gostoso.".
L: "Quero (tomou). Diferente né?'.
T: "Você tem toda razão, mas o diferente também pode vir a ser bom'1.
30
T: 1/ocê está certa em contê-lo para que ele não atravesse a rua de qualquer
jeito. Mas, você vai contê-lo sim e vai explicar que precisa parar, olhar para os
dois lados, segurar firme na mão dele e mostrar como se faz. Quando ele conse
guir fazer aquilo que você está propondo, você vai elogiá-lo, falar que ele está
de parabéns, que é assim mesmo, como ele é esperto. I t ó tem sido muito ativa
no processo de mudança de vocês, sem você nada disso seria possível!”.
0 manejo das contingências na sessão e na relação com os pais possibi
litou a alteração dos padrões comportamentais e de sentimentos tanto da criança
quanto deles. Léo passou a se expor às conseqüências naturais do próprio com
portamento e adquiriu maior variabilidade comportamentai. O comportamento de
seguir regras manteve-se de maneira adequada, no entanto, sob controle de re
gras menos arbitrárias advindas da mãe. 0 pai, ao interagir mais com a criança,
criou novas contingências, possibilitando uma maior exposição de Léo a novos
ambientes. Léo também passou a descrever tanto os próprios comportamentos e
sentimentos como os dos outros de maneira adequada. A mãe participou ativa
mente do processo de mudança dos padrões pessoais e da criança, possibilitan
do que Léo se expusesse ào se expusesse do que L processo de mudane senti
mentos de maneira adequada e, ainda, le de regras na manutennas atividades,
rems novas contingências e mantendo-os. Ela também desenvolveu um novo
padrão de comportamento de se expor a novos ambientes e atividades.
O processo terapêutico descrito ilustrou como a terapeuta manejou as
contingências em operação. Assim:
P a r a l is ia C o r p o r a l P a r c ia l : u m e s tu d o d e c a s o cl in ic o
I d e n t if ic a ç ã o
Q ue ix a e D e s c r iç ã o do C as o
pensei em fazer terapia (...) agora estou aqui, precisei ficar com paralisia para
ver que não daria conta sozinha (...) sei que o problema não está no trabalho
(...) na verdade, ele é que está me ajudando a conseguir segurar a situação
(...) não estou conseguindo me concentrar e ter a rapidez de raciocínio que
tinha até um tempo atrás. Me sinto extremamente cansada e sozinha".
A partir do relato da cliente, a terapeuta investigou as contingências
presentes que estavam produzindo e mantendo seu sofrimento. A terapeuta
identificou que Raquel tinha assumido há pouco tempo uma empresa de trans
portes endividada. A princípio, ela imaginou reverter a situação com o próprio
trabalho. Entretanto, por mais que trabalhasse, as dificuldades da empresa se
mantinham. Além disso, problemas com os motoristas agravavam a situação.
Um dos motoristas da empresa era o seu sogro. Raquel não conseguia que
ele seguisse as normas da empresa como os demais funcionários: levava
multas e não queria pagá-las; recusava-se a fazer algumas viagens que lhe
eram determinadas; não cumpria horários etc. Suas tentativas de conversar e
fazer com que ele seguisse as regras eram ineficazes, deixando-a em desam
paro. Esta situação trazia ainda problemas no seu relacionamento com o na
morado, pois ela pedia ajuda a ele para falar com o pai, o que não acontecia.
Diante da empresa endividada e a sua necessidade de pagar as con
tas, ela arrumou um emprego à noite. Tal contingência a ajudaria financeira
mente. Contudo, o cansaço físico era grande.
A sua relação familiar também era difícil: a mãe lhe emprestou dinheiro e,
mesmo Raquel já tendo pago, ela dizia que ainda faltava e continuava cobran
do-a. Com isso, as brigas eram freqüentes e, para minimizá-las, ela continuava
pagando, sentindo-se injustiçada e explorada. A relação com o pai era distante,
não conversavam nem interagiam. A irmã do meio morava em outra cidade e
elas se falavam pouco. A irmã caçula trabalhava com festas infantis e a mãe a
ajudava, freqüentando diariamente a casa. Esta irmã participava das discussões
da mãe com a cliente e chegava a agredir Raquel fisicamente.
Diante das contingências em operação na vida de Raquel, a terapeuta
concluiu: apesar da alta freqüência de respostas emitidas, seus comportamen
tos não evitavam conseqüências aversivas e nem produziam reforçadores posi
tivos sociais. Tanto em casa como no trabalho, por mais que ela fizesse: ou as
coisas não davam certo; ou eram insuficientes; ou era criticada por não fazer da
maneira que o outro esperava; e, ainda, não era elogiada. Com a mãe, a irmã
caçula, o namorado e o sogro ela se sentia desamparada, triste, deprimida.
"Nunca senti que a casa dos meus pais fosse a minha casa desde
quando voltei. Ninguém nunca me disse que a casa também era minha, a não
ser meu pai".
"Eu falo, falo para o meu namorado o que o pai dele faz, mas ele não faz
nada!!!".
34
"Eu devo e fico estipulando prazos para pagar porque isso me incomo
da, mas não consigo cumprir".
A terapeuta investigou a história de contingências as quais Raquel foi
exposta na sua vida. A mãe dela era freira quando conheceu seu pai. Ela
engravidou e precisou abandonar a carreira religiosa, casando-se. Segundo a
cliente, durante toda a vida, a mãe a culpou pelo ocorrido. Sua mãe tornou-se
comerciante e seu pai enfermeiro do trabalho. O pai era uma figura ausente
por ter dois empregos e, após alguns anos, resolveu montar o próprio negócio.
Aos onze anos, Raquel começou a auxiliar o pai no escritório e fez curso
técnico em contabilidade para ajudá-lo. Nessa mesma época, ele enfrentou
problemas com sócios e a empresa passou por dificuldades financeiras. O pai
ficou agressivo e quebrava objetos da casa. Ele também agredia a esposa
nesta fase.
Seus pais não tinham vida conjugal há 16 anos, desde quando a mãe
retirou o útero. Raquel estava com 18 anos quando sua mãe decidiu sair de
casa, mudando também de cidade. As irmãs de Raquel foram com a mãe e ela
ficou com o pai. O marido não aceitou separar-se. Nessa época, ela fazia
cursinho e curso de dança. A empresa do pai faliu e ele foi atrás da mãe.
Raquel tornou-se assistente de coreógrafa no curso de dança e não quis se
mudar. O pai voltou para buscá-la, mesmo contra a vontade de Raquel. Na
nova cidade em que moravam, ela prestou vestibular para o curso de dança.
Para se sustentar durante a faculdade, lecionou em escolas do Estado (nada
relacionado ao que fazia). A cliente implementou um projeto de dança que não
conseguiu formar nem a primeira turma. Ao final da faculdade, teve uma lesão
no joelho, impedindo de prosseguir a carreira de bailarina. Essa situação foi
muito difícil para a cliente. Ela passou a fazer pesquisas, ser coreógrafa e
pretendia pós-graduaçâo. Entretanto, a sua área de interesse exigia curso de
biologia. Ela prestou vestibular, mas não deu continuidade aos estudos.
Diante da situação, começou a trabalhar na área de tefemarketing. En
trou em uma empresa de turismo coorporativo e tornou-se sócia desta. Então,
implementou projetos. Passando por problemas com sócios, comprou a em
presa endividada. Para conseguir mantê-la e saldar as dívidas, Raquel ven
deu o apartamento, o carro, fez empréstimos e voltou para a casa dos pais.
Tentando diminuir os custos e viabilizar os negócios, terceirizou os serviços.
Considerando os dados de história de contingências passadas e atu
ais de Raquel, os padrões comportamentais instalados e mantidos ao longo
de sua história de vida foi constituído por contingências aversivas introduzidas
gradualmente, tornando-se mais intensas e, ainda, por escassas contingênci
as de reforçamento positivo. A somatória de tais contingências produziu um
padrão comportamental em que as respostas eram mantidas em alta freqüên
cia, apesar de pouca disponibilidade de reforçadores positivos.
T: "Como você ficou quando disse à sua mãe que não pagaria o cartão? Você
percebeu que ficou irritada e passou mal depois? Será que esta era a melhor
solução?".
Logo após o início da terapia, o namorado terminou o relacionamento,
agravando os sentimentos de desamparo e solidão. A cliente desejava rever
ter à situação, a terapeuta fazia-lhe perguntas sobre o seu relacionamento,
procurando identificar contingências reforçadoras existentes no namoro e ainda
as situações com função reforçadora tanto para o namorado como para ela.
Além disso, pedia a ela descrições de eventos ou coisas com função reforçadora
positiva para o namorado. Raquel se conscientizou que o relacionamento
baseava-se nos seus relatos dos probíemas da empresa, sem realizarem
atividades com função reforçadora positiva para ele e, mais ainda, ela não era
capaz de descrever os reforçadores. Assim, as descrições da terapeuta dos
comportamentos emitidos pela cliente durante o relacionamento e as conse
qüências que tais padrões produziam no namorado, levaram-na a ficar sob
controle das contingências que produziram o fim do namoro. A terapeuta pas
sou, então, a discutir com a cliente alternativas de comportamentos a serem
emitidos para reconquistã-lo, jã que este era o desejo de Raquel. Ela passou
a emitir uma ampla variedade de comportamentos em relação ao namorado e
as conseqüências que tais comportamentos produziram selecionaram o novo
padrão. Neste processo, a cliente aprendeu a ficar sob controle e emitir com
portamentos com possível reforçadora para o outro e relatava sentir-se bem
com as conseqüências produzidas por taí padrão. A relação com o namorado
melhorou e eles passaram a ficar juntos praticamente todas as noites.
Simultaneamente às aiterações de comportamento emitidas em rela
ção ao namorado, a cliente também passou a emitir novos comportamentos
na empresa: aprendeu a negociar os prazos para os pagamentos, sentindo-se
menos ansiosa e irresponsável; optou por demitir o sogro, já que ele insistia
em não atender as suas orientações; passou a contratar os funcionários por
serviço, diminuindo os custos de cada operação.
Na relação com a mãe, também passou a emitir novos comportamentos dei
xando de pagar as contas que esta exigia. Raquel saiu da casa dos pais e
alugou um kitnet, dentro das suas possibilidades financeiras, mantidas pelo
outro emprego. Ela também decidiu procurar outro trabalho que pudesse ga
nhar mais.
Por fim, a apresentação dos casos clínicos, possibilitou demonstrar a
aplicação do Modelo de Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR) e
a eficiência da identificação das contingências em operação. Mas, principal
mente, o manejo adequado por parte do terapeuta de novas contingências
emitidas na sessão e generalizadas para o ambiente natural, produziram a
alteração das queixas trazidas pelos clientes, diminuindo as contingências
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7/7/2015 INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões!
INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões! 7/7/2015
R e f e r ê n c ia s B ib l io g r á fic a s
Azrin, N.H. (1959). Punishment and Recovery Durirtg Fixed-Ratio Performance. Journal of
lhe Experimental Analysis ofBehavior, 2, 301 -305.
Baer, D. M.;Wolf, M. M. & Risley, T. R. (1968). Some currentdimensions of applied behavior
analysis. Journal of Applied Behavior Analysis, 1, pp. 91 -97.
Guilhardi, H.J.; Queiroz, P.B.RS.(1997). A análise funcional no contexto terapêutico: o
comportamento do terapeuta como foco da análise. In: Delitti, M. (1997) (org). Sobre
Comportamento e Cognição: a prática da Análise do Comportamento e da Terapia
Cognitivo-Comportamentaf, Santo André: Arbytes.
Guilhardi, HJ. (2004). Terapia por Contingências de Reforçamento. In: Abreu, C. N.;
Guilhardi, HJ. (org) (2004). Terapia Comportamentale Cognitivo-Comportamental-
práticas clínicas. São Paulo: Editora Roca.
Queiroz, P.P.; Guilhardi, HJ. (2001). Identificação e análise de contingências geradoras de
ansiedade: caso clínico. In: Guilhardi, H.J.; Madi, M. B.B.P.; Queiroz, P.P.; Scoz, M.C.
(org) (2001). Sobre Comportamento e Cognição - expondo a variabilidade. Santo
André, SP: ESETec Editores Associados, v. 7.
Skinner, B.F. (1967). Ciência e Comportamento Humano. Brasília: Ed. Universidade de
Brasília (obra originalmente publicada em 1953).
Skinner, B. F. (1995). Questões Recentes na Análise Comportamental. Campinas: Papirus
Editora, 2aedição (obra originalmente publicada em 1989).
C ria n ç a s 1,2
"Opoder inicial do terapeuta como agente controlador se orígina do fato de que a condição do
paciente é aversiva e, portanto, qualquer promessa de alivio é positivamente reforçadora"
(Skinner, 1994/1953, p. 349)
40
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INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões! 7/7/2015
E studo de C aso
I d e n t if ic a ç ã o
Q u e ix a d o s P a is
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7/7/2015 INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões!
INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões! 7/7/2015
fica bravo e irritado. Ele desenha bem, mas nos preocupamos com o conteúdo
deles. Sempre são monstros horrorosos, tem sangue, armas, faltam membros
do corpo etc. Enquanto ele faz essas atividades, fica quieto. Ele gosta muito
dos desenhos, o que nos deixa mais preocupados ainda.
"Luiz briga muito com o irmão menor. Tem ciúmes dele, faz chantagens
para conseguir o que quer. Mas, sempre que precisa pedir algo para aiguem,
pede para o irmão fazer por ele. Luiz tem poucos amigos e acaba brincando
com os amigos do irmão."
I d e n t if ic a ç ã o das C o n t in g ê n c ia s em O pe r a ç ã o
não ficava quieto estudando. Além disso, tinha brigado com seu melhor ami-
g°-
Seria possível supor que o cliente estava exposto a contingências
aversivas, nas quais não tinha comportamentos de fuga-esquiva eficazes. A
terapeuta não lidará diretamente com o terror noturno, mas sim, construirá
repertórios de fuga-esquiva para enfrentar as situações que o produziram.
Podendo também, instalar repertório nos pais para o manejo adequado de
novas contingências quando Luiz desejasse dormir com eles. O contato com a
criança determinará os repertórios a serem desenvolvidos e o ritmo de tal
construção.
P r o c e d im e n t o s A d o ta d o s com a C r ia n ç a
50
Então:
T: ”Do que você e seu irmão brincaram essa semana?”.
L: "De muitas coisas
T: "Quando vocês brincam, sai muitas brigas?".
L: (ri) "Bastante".
T: "Por que você briga com ele?”,
i ; "Ele me provoca
T: "(ri) Imagino que um provoque o outro”.
L: "É, você tem razão!”, etc.
Mais adiante:
T: "Você foi na casa do João e brincou bastante. Como você se sentiu lá?
Parece que você se divertiu bastante.".
L : "Ihhh, muito!''.
T: "O que você gostou de fazer?".
L: "Gostei do videogame".
T: "Você ganhou ou perdeu?".
L: "Perdi (e ri)”.
T: "Ihh! Como você se sentiu? Ficou muito bravo?".
L: nÉ, um pouco...".
T: "Gostei de ver! Você consegue perceber como se sente quando perde no
jogo. Realmente, não é legal perder. E, como seu amigo ficou por ter ganho o
jogo?".
L : "Ele gostou, né. E riu muito da minha cara".
Por último:
T: "E aí. Como foi a semana?”.
L: "Foi legal. Fui na casa do João outra vez. Nós brincamos de videogame e
dessa vez eu ganhei e eu quem ri no final".
0 Uso d o D es e n h o
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7/7/2015 INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões!
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F ig u ra 2 - E x e m p lo s d e cards" tra z id o s p o r L u iz n a s s e s s õ e s .
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Na sessão seguinte, o cliente logo disse que não queria jogar. Ficou
evidente o seu comportamento de fuga-esquiva. A terapeuta disse: 'Judo bem.
Seio que está acontecendo, mas não tem problema. Você escolhe o que quer
fazer hoje. Outro dia vou querer jogar de novo” E, continuou a interação com
o cliente descontraidamente.
L: "Então casquinha.",
T: ''Que bom. Vamos pedir.”.
L : "Você pede.".
T: nEu vou com você, eu peço a casquinha e vocc o sabor.".
L: "Tábom.".
Em outra sessão:
T: "Interessante como você briga com o Thiago (irmão). Mas, já reparou que
toda vez que você tem que fazer alguma coisa, pede para ele?".
L:(ri)
O P ai
0 pai de Luiz não quis participar dos atendimentos. Ficou claro para a
terapeuta a ausência do pai na relação familiar, não se engajando na altera
ção dos comportamentos do filho. Além disso, o pai era modelo para os com
portamentos de Luiz: irritação, imediatista (esquema de reforçamento CRF)
etc. Ele não acompanhava as atividades académicas do filho e tinha reações
explosivas quando a mãe solicitava sua participação nos cuidados com os
filhos. O pai gostava de sair para restaurantes, nadava e jogava futebol com os
filhos. O valor reforçador desses eventos era intensificado diante das contin
gências de privação de contato com o pai.
A te n d im e n to dom a M ãe
N a E sc o l a
T: (Risos) "Bom, realmente. Se você não estudar ela vai tomar a lição: você não
vai saber e vai ter que estudar de novo. Mas, por outro lado, se estudar direito
será uma vez só e não ficará de recuperação. Bem melhor, hein! De qualquer
jeito, algo que você não gosta terá que ser feito: estudar agora ou na recupe
ração. Isso é inevitável:,
A terapeuta descreveu para a mâe como deveria se comportar em
relação ao comportamento de estudar de Luiz: se ele estudasse, valorizava e
dava atenção; senão, mandava estudar de novo. Ela não ficaria insistindo
(sairiam brigas e não instalaria o repertório adequado de estudar sem insis
tência dela), deixaria ele ir mal na prova - arcando com as conseqüências do
próprio comportamento. Depois as duas contingências seriam descritas: quan
do estudou ou não e as conseqüências produzidas. A possibilidade de Luiz ir
mal na prova produzia sentimentos aversivos na mâe e comportamentos de
fuga-esquiva (insistir para estudar). No entanto, até o momento, estes compor
tamentos não se mostravam eficazes. A terapeuta descreveu para a mãe esta
contingência, e discutiu as desvantagens de colocar os comportamentos de
Luiz sob controle das contingências naturais. A mâe ficou sob controle das
descrições da terapeuta. Em uma das matérias Luiz não quis estudar e foi mal
na prova. As conseqüências naturais selecionaram seu comportamento:
L: "Eu não quis que minha mãe verificasse porque não tinha estudado direito.
Fui mal e vou refazer a prova. Agora vou sempre pedir para ela me ajudar.".
O desempenho de Luiz melhorou e ele atingia as médias escolares,
não ficando mais de recuperação. Cabe aqui enfatizar que os estudos não
passaram a ter função reforçadora positiva para ele a ponto de estudar e tirar
notas altas. O objetivo dos procedimentos terapêuticos era evitar as situações
aversivas, tanto para o cliente como para a mâe de tirar notas baixas ou ficar
de recuperação.
S ep ar aç ão do s P ais
L: (abaixou a cabeça)
T: "Como você ficou com a noticia da separação de seus pais?".
L: "Tudo bem!”.
T: "Não me parece ser bem assim... Você está de cabeça baixa e me parece
bem triste...".
L: "É... (em tom baixo)”.
T: "Como você se sentiu quando sua mãe contou?".
L:"Chorei e fiquei triste.".
T :"Imagino como você ficou... E, ainda está. 0 que sua mãe contou?".
L: "Eles vão se separar, mas que meu pai não vai sair de casa agora. Ele vai
mudar depois, mas não vai para longe...".
T: "Você está preocupado se seu pai se mudará?”.
L: "Ê. Talvez ele mude para São Paulo.".
T :"Estou percebendo como você não gostaria disso:
L: "É, não muito. Ele já viaja e eu vejo pouco:
T: "Toda mudança não é fácil: gera medo, insegurança e não sabemos o que
fazer. Você não sabe como será e nem como seu pai agirá. Entendo seus senti
mentos. Mas, vamos pensar o que você poderá fazer caso existam coisas das
quais você não goste. 0 que você poderia fazer para mostrar a seu pai como
gostaria de vê-lo com freqüência ou passar os fínais-de-semana com ele7'.
L: "Não sei.".
T: "Você gostaria de falar para ele T.
L: "Pode ser.".
T: "0 que mais? E, se pedisse a eíc para não mudar de cidade?".
L: "É você tem razão. Mas, tenho medo de não dar certo.”.
T: "0 que você sente não e gostoso, mas diante de mudanças e natural. Você
não consegue prever os acontecimentos. Atém do mais, seu contato com elejá
vem sendo pouco e isso o deixa mais inseguro. Falar o que a gente quer não
significa dar certo. Mas, estamos tentando..:
L: T /e viaja muito e fica pouco com a gente:
T: "Realmente, você fica pouco com seu pai, o relacionamento de vocês nâoé
tão fácil... a sua mãe ê mais acessívele presente. Isso gera sentimentos ruins
como medo, insegurança... Mas veja, você pode fazer coisas para tentar evitar:
falando, pedindo e indo ficar com ele. Sei que não é legal a separação e você
continua triste. Mas, é importante saber que há coisas a fazer. .:
Na outra sessão, a terapeuta continuou com os procedimentos de des
crever os comportamentos e sentimentos envolvidos na separação. Diante da
dificuldade do cliente em relatar tais eventos, a terapeuta criou uma nova con
tingência que facilitou para o cliente a emissão destes comportamentos, O
cliente relatava seus comportamentos e sentimentos como se fossem de outra
pessoa:
T: "E como você está hoje?”.
L: 'Tudo bem.’’.
T: "O seu pai continua na sua casa?".
L: "Continua:.
T: "E você como se sentiu essa semana?".
L: "Tudo bem. Sem problemas..:
T: "Ihl O que eu faço para o Mister Mistério me contar seus segredos?".
L: "Mister Mistério esconde seus segredos!! (Ri)”.
T: "Você é muito misterioso. Você não fala dos seus sentimentos..:
L; (ri) "Mister Mistério vai revelar: ele está triste.".
T: "Boa, Mister Mistério! Você continua triste com a separação, não é?".
L: "Sim, responde Mister Mistério..:.
T: "Gostei. Você é demais! Seus sentimentos não mudarão rápido porque está
acontecendo algo que você não sabe como será resolvido. Aconteceu alguma
outra coisa?”
L: "Não. Meu pai viajou iguai:
T: "Você falou com a sua mãe sobre seu medo?".
L: "Não.".
T: "Por quê? O que o preocupa de falar para ela, Mister Mistério?".
L: "Ela ficar preocupada.".
T: "Ela cuida de você ou não?”
L: "Cuida.".
T: "Você acha que ela gostaria de ajudá-lo; diminuindo os seus medos, expli
cando como será, ajudando com o seu pai, ou não?".
L: "Ela vai ajudar.".
T: Você consegue perceber bem como a sua mãe se comporta - cuida e se
preocupa com vocês. Mas, você tem dificuldades de falar dos seus sentimen
tos com ela, né, Mister?".
L'£:
T: "Talvez seja uma boa situação para você: falar das suas preocupações e
observar o que ela fará. Eu faço uma aposta Mister Mistério:
L: "Qual?".
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T: "Aposto que ela explicará tudo e será carinhosa com você. Nós sabemos
como ela o ama e se preocupa. Aposta?
L: "Assim é fácil... Mas vamos ver,".
Na sessão seguinte o cliente contou a sua interação com a mãe. Esta
foi muito afetiva e explicou como eia lidaria para ela ajudá-lo a manter o
contato com o pai. No atendimento de Luiz, a terapeuta continuou levando-o
a descrever seus comportamentos e sentimentos na situação da separação
dos pais e o ajudando a desenvolver comportamentos de fuga-esquiva das
situações que lhe eram aversivas. No entanto, em função da separação, a
família mudou-se para a cidade dos avós maternos, impossibilitando a conti
nuidade do processo terapêutico.
R ef e r ê n c ia s B ib l io g r á f ic a s
Ferster, C.B.; Culberston, S.; Perrot Boren, M.C. (1982). Princípios do Comportamento.
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Editora, 2aedição (obra originalmente publicada em 1989).
V a r iá v e is que in t e r f e r e m no processo
t e r a p ê u t ic o : C ô njug e
Denise de Lima Oliveira
"Em geral apenas pessoas que atentam para nós reforçam nosso com
portamento. A atenção de alguém que poderá com certa nos reforçar - os pais, o
professor, alguém que amamos - é um reforçador generalizado especialmente bom
e produz um comportamento de atrair atenção extremamente forte." (Skinner;
1953, p. 87)
P a s s o 1 : E n t r e v is ta c o m o c ô n ju g e / c o m p a n h e ir o .
P a s s o 2 : A n á l is e dos dados
P a s s o 3: O rie nta çã o
C o n ju g e / co m p a n h e ir o co labo rador
Além disso, o terapeuta deve cuidar para não aliar-se ao cônjuge no pro
cesso de mudanças comportamentais do cliente, esquecendo que o cliente é o
foco do trabalho e que a outra pessoa é uma fonte de apoio apenas e não o cliente.
C ô n ju g e o p o n e n te
o CÔNJUGE
resposta final.
Essas respostas preventivas poderiam ser consideradas respostas de
tomada de decisão, pois o cliente manipulará variáveis que aumentarao a
probabilidade dele emitir a resposta final e garantir sua manutenção.
Segundo Skinner (1953), respostas de tomada de decisão consistem
em manipular variáveis que aumentam a probabilidade de escolher esse ou
aquele curso de ação, significa também produzir conhecimento a cerca das
conseqüências envolvidas.
Neste sentindo o cliente deve desenvolver (aprender) dois tipos de
respostas. Em primeiro lugar, respostas que ampliem suas fontes de
reforçadores, geralmente o cônjuge exerce controle pessoal muito forte sobre
o cliente porque este não possui outros reforçadores, ou outras fontes de
obtenção de reforçadores. Sendo assim, o primeiro passo é descobrir com o
cliente quais outros eventos são reforçadores para ele e quais respostas po
dem ser emitidas para produzi-los, ampliando assim suas fontes de
reforçadores, tais como amigos, trabalho e atividades físicas, que são possí
veis fontes de reforçadores que manterão novas respostas mais adequadas.
Isso diminuirá o controle exercido pelo cônjuge/companheiro e aumentará a
probabilidade de emissão da resposta final.
O segundo tipo de respostas que deve ser aprendido pelo cliente são
respostas de contra-controle.
Respostas de contra-controle são aquelas que diminuem ou cessam a
estimulação aversiva produzida pelo controlador. Segundo Skinner (1953), o
controle pessoal em que à vantagem final do controlador se opõe ao interesse
do controlado, o induz a tentar contra-controle. De acordo com o autor a opo
sição ao controle é mais freqüente contra as formas mais censuráveis, mas
pode ser usado para qualquer forma de controle.
Desta forma o cliente deve emitir respostas que diminuem a estimulação
aversiva produzida pelo cônjuge em oposição à emissão de respostas inade
quadas que produzem conseqüências reforçadoras para o cônjuge e aversivas
para o cliente. Isto diminuirá o controle do cônjuge sobre o cliente, o que
aumentará a probabilidade de emissão da resposta final.
Desta forma o cliente estará pronto para "suportar" as reações adver
sas emitidas pelo cônjuge em conseqüência à resposta emitida pelo cliente,
pois terá outros meios "mais adequados” de obter os reforçadores e terá um
repertório de contra-controle para se opor a essas reações.
C o n c lu s ã o
R e f e r ê n c ia s B ib l io g r á f ic a s
Banaco, R.A.e Martoni, R. C. (2001). Terapia comporta mental de família: uma experiência
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Skinner.. B. F. (1953/1998). Ciência e comportamento humano. Tradução: João Carlos
Todorov. São Paulo: Martins Fontes.
ESCOLHA?
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terapêutico na nossa abordagem; "Não teria Freud sido mais 'esperto' que
nós ao colocar seus pacientes de costas para ele?".
IMum primeiro momento a resposta parecia óbvia: claro que fizemos
bem, afinal podemos observar melhor o comportamento não vocal de nosso
cliente. Entretanto, pensando melhor sobre o assunto, acredito que é necessá
rio ter cautela antes de defender tal posição, pois assim como nós temos
acesso aos comportamentos não vocais de nossos clientes, eles também po
dem observar os nossos. Essa variável não poderia interferir no processo
terapêutico? Em que grau essa interferência pode afetar o processo? A neu
tralidade não-vocal é possível ao terapeuta?
A apresentação dos objetivos da terapia analftico-comportamental que
apresentei inicialmente no texto não foi por acaso. Ela serve para dar susten
tação à relevância do estudo dessas questões sem resposta, pois como pode
remos ajudar nossos clientes se não sabemos o quanto nossa escolha de
atendimento "genuíno" interfere ou não sobre eles?
Por esse motivo, fazem-se necessários estudos visando esse terceiro
tipo de comportamento envolvido no processo terapêutico. Seus resultados
poderão d7ar contribuições valiosas para a área de comportamento verbal,
mas principalmente servirão de feedback para nossa atuação enquanto clíni
cos, norteando os rumos que devemos seguir para produzir o que se espera
de nós, a resolução dos comportamentos-problema de nossos clientes.
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0 B r in c a r c o m o um I n s t r u m e n t o de I n te r v e n ç ã o
na T e r a p ia A n a l it ic o - c o m p o r t a m e n t a l I n f a n t il
Rodrigo Lopes Miranda
UFMG
1 O autor gostaria de agradecer à equipe do Laboratório do Brincar - UFMG. Além disso, agradece ao
professor pós-doutor Alysson Massote Carvalho por ter fomentado o interesse pelo assunto. Agradece
ainda â professora mestre Sônia dos Santos Castanheira pelas criticas e sugestões ao presente texto.
‘A primeira data que consta de cada citação se refere àquela na qual o exemplar utilizado foi publicado.
A segunda, por sua vez, se refere à data de publicação original.
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D ia g n o s t ic a r : u m a q u e s t ã o a t u a l n a A n a l is e
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Já a partir dos anos 80, aparecem sensíveis mudanças nas diretrizes apre
sentadas enquanto características da avaliação comportamental. Há a inserção da
análise íuncional de comportamentos-alvo (observáveis e não-observáveis) e a
preocupação com o histórico do caso. São incluídos critérios mais significativos, do
ponto de vista social na seleção desses comportamentos. Estas alterações são
acompanhadas do reconhecimento (valorização) de categorias psicopatoíógicas
que estabeleçam referência ao trabalho clínico: CID5 e DSM6. Neste cenário, ga
nha força o modelo chamado de avaliação comportamental, ou como define Silva
res (2005), da avaliação diagnostica comportamental - ressaltando a importância
da utilização de classificações diagnosticas:
5 C la s s ific a ç ã o In te rn a c io n a l da s D o e n ç a s.
6 M a n u a l D ia g n ó s tic o e E s ta tís tic o de T ra n s to rn o s M e n ta is .
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R e f e r ê n c ia s B ib l io g r á f ic a s
0 M edo de M o r te n a I n f a n c ia : U m E s tu d o de C aso
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neste contexto íamiliar, muitas vezes não entende o que está acontecendo e
começa a se comportar de diferentes formas (e.g., falando alto, xingando, baten
do, ficando calada, etc.) para interagir com as pessoas e buscar explicações para
o seu próprio sofrimento e de seus familiares. Essa família, ou um de seus mem
bros, acaba tornando-se insensível às contingências em vigor, não respondendo
de forma adequada aos eventos ambientais disponíveis. Consequentemente, a
criança também não recebe qualquer tipo de atenção da família e seus compor
tamentos (tentativas de interação) começam a entrar em extinção.
A ocorrência da extinção por um determinado período dependerá da his
tória de reforçamento da criança. Ela pode perder o interesse por suas atividades
e eventos habituais, deixar de ter acesso aos reforços disponíveis e isolar-se
socialmente. Ou, em outro contexto, alguns comportamentos da criança podem
tornar-se resistentes à extinção, ou seja, ela continua variando seu comportamen
to e a família volta sua atenção para a criança fazendo exigências e cobranças
acerca das responsabilidades escolares e domiciliares desta última (e.g., tarefas
de casa, organização do quarto, etc.). A criança aprende que ao deixar de cumprir
suas "obrigações" é o momento em que recebe atenção e, portanto, continua
emitindo esses comportamentos inadequados que são mantidos por
reforçamento.
A criança pode, dependendo do nível de seu repertório verbal e de sua
história de reforçamento, criar regras de que seus comportamentos públicos ou
encobertos podem causar ou reverter a morte (e.g., se eu rezar todos os dias, a
pessoa querida volta). A atenção e o apoio da família nos momentos adequa
dos, ouvindo e aceitando os medos da criança sem julgamentos e explicando
porque eles ocorrem, podem alterar as regras apresentadas pela criança.
Se ela tem a oportunidade de conversar sobre o seu medo e de com
partilhar experiências (seja na família, na escola ou na terapia), entendendo
que o medo está presente na vida das pessoas (e que algumas vezes ele
pode ser funcional por questões de sobrevivência do indivíduo), ela pode
aprender a lidar melhor com esse novo contexto (Conte, 1999).
O medo infantil é uma classe de respostas que pode englobar compor
tamentos respondentes (e.g., palpitação, tremores, sudorese, tensão da mus
culatura, sobressalto) e operantes (com topografias diferentes), eliciados ou
emitidos diante de eventos ou situações aversivas. A aquisição e manutenção
desses comportamentos podem ocorrer em função de diferentes variáveis
antecedentes e conseqüentes conforme o contexto familiar de cada criança.
Em função de algumas variáveis, como o nível sócio-econômico e aspec
tos culturais, pode ser comum a criança assumir responsabilidades de adulto e/
ou papel de cuidador para proteger e ajudar a sua família. Nesse contexto, é
importante que ela não deixe de vivenciar a sua infância, participando de brinca-
deiras (sozinha ou com outras crianças) como forma de favorecer o seu cresci
mento e desenvolvimento. Assumir o papel de adulto repentinamente não ga
rante a discriminação dos sentimentos envolvidos com a perda, nem a compre
ensão do que vem a ser a morte.
É importante, respeitando as idiossincrasias de cada família, que a
criança participe do processo de luto (e.g., ir ao velório, ir ao enterro, confortar
os adultos enlutados, levar flores para o altar, fazer um desenho da pessoa
para colocar no caixão, levar flores no cemitério, assinar o livro de agradeci
mentos), sem obrigá-la, para aprender a lidar com a perda (Associação Brasi
leira de Cuidados Paliativos, 2003). Proteger a criança de enfrentar o proces
so de luto e da possibilidade de apresentar sentimentos (tristeza, medo, raiva)
referentes à perda pode aumentar, a longo prazo, a ocorrência de comporta
mentos de fuga e esquiva em situações futuras que envolverão perda e, a
curto prazo, aumentar a confusão da criança perante a situação de perda.
Oferecer condições para a criança se comportar de forma mais adequa
da pode envolver formas de expressões nâo-verbais, tais como o desenho, a
construção com argila ou massa de modelar, ou de expressões verbais, como
metáforas, escrita e leitura de estórias, entre outras, Outra possibilidade é en
contrar situações do cotidiano para explicar para a criança sobre a morte e como
lidar com ela no dia-a-dia, como a perda de um bichinho de estimação, a expli
cação do ciclo de vida de uma planta, ou comentários de alguns programas de
televisão que a família assiste (Stuart, 2004).
Quando a criança chega ao setóm/terapêutico, conforme a sua história
de aprendizagem, ela pode apresentar alguns conceitos aprendidos sobre a
morte e uma forma especifica de interpretá-la. Para compreender melhor como
esses comportamentos foram adquiridos, o psicoterapeuta infantil precisa
entender a relação da criança com cada membro da família (ou responsáveis);
como esta família lida com o tema morte (no presente e no passado); como o
tema foi conversado com a criança durante e após o processo de perda e luto.
Pode acontecer de a família não conversar sobre a morte com a criança, omi
tindo informações para a mesma, ou apresentar conceitos distorcidos que
deixam a criança confusa sobre como falar de morte e como enfrentar situa
ções de perda.
Dessa forma, o psicoterapeuta infantil precisa coletar, dentre outras
informações, dados sobre a história atual e passada da criança, como a famí
lia está lidando com a perda, como ela está orientando a criança a vivenciar a
perda, qual (is) a(s) queixa(s) apresentadas pela família, ou seja, os compor
tamentos inadequados que a criança vem emitindo e suas possíveis variáveis
mantenedoras.
Outros recursos podem ser utilizados para o levantamento de informa-
D es e n v o lv im e n to
A CLIENTE
Trata-se de uma menina de nove anos, portadora de paralisia cerebral,
filha mais nova (casal de irmãos adolescentes, sendo o irmâo mais velho
falecido) e que cursava a 2a série do ensino regular.
A criança, que se locomovia por meio de cadeira de rodas, tinha um
acompanhamento semanal num hospital de reabilitação, onde participava de
atividades de lazer para favorecer a integração social e de treinos de locomo
ção da cadeira de rodas de forma independente.
A QUEIXA
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C o n c lu s ã o
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dos pais e o banheiro), visto que esses ambientes estavam envolvidos na queixa
da criança (medo de ficar sozinha no próprio quarto, na hora do banho).
Uma das limitações do atendimento clínico infantil é trazer a família para
participar das sessões terapêuticas. Ela é o elemento essencial no desenvolvi
mento social da criança, sendo o seu modelo para interagir em outros ambientes
como a escola, a rua, etc. Trabalhar somente com a criança no seff/ngterapêutico
tem a sua relevância, no entanto, o tempo de contato entre terapeuta e criança é
bastante reduzido. É importante a família participar das sessões regularmente,
acompanhando o processo terapêutico e aplicando o que fora aprendido em
outros ambientes, principalmente o ambiente familiar (Silvares, 2000). Entretan
to, algumas famílias mostram-se resistentes em mudar seus comportamentos
em relação ã criança visto que eles entendem que tudo o que fizeram até o
presente momento foi buscando o melhor para a criança.
No presente caso clínico, a mãe participou ativamente do processo en
quanto que o pai manteve-se mais afastado. O ponto positivo foi que a mãe come
çou a alterar as contingências em outros contextos (em casa, nos passeios) favore
cendo a participação do pai nos cuidados com a filha e nos momentos de lazer.
Uma sugestão é trazer o familiar para dentro do setting terapêutico,
sendo uma oportunidade de observar a interação deste com a criança; ofere
cer um momento bastante reforçador para ambos; oferecer modelos sobre
como comportar-se com a criança e como reforçar positivamente seus com
portamentos (Shriver, 1998). Esse pai participou de uma sessão terapêutica
num dos dias em que levou a criança para a terapia. Foi possível coletar
informações sobre o modo como interagia com a criança, a terapeuta também
teve a oportunidade de mostrar como interagir com a criança sem ser tão
exigente com as regras de um jogo, por exemplo.
A proposta de trabalho apresentada mostrou a importância da relação
entre a terapeuta, a cliente e os familiares para o desenvolvimento de um
processo terapêutico satisfatório.
Verificou-se a importância de ensinar a criança a emitir comportamen
tos alternativos e incompatíveis ao medo, como também a necessidade de
realizar alterações nos contextos familiar e escolar para o alcance dos objeti
vos terapêuticos. Tal experiência mostrou para a família, principalmente, como
oferecer condições para a criança se comportar de forma mais adequada,
aprendendo a utilizar recursos como, por exemplo, o reforçamento diferencial,
a auto-observação e a observação dos comportamentos da criança.
R e f e r ê n c ia s B ib l io g r á f ic a s
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A n á l is e F u n c io n a l e I n t e r v e n ç ã o n a C l in ic a
I n f a n t il : u m e s t u d o de c a s o . 1
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A va liaç ão I nicial
Sendo assim inicia-se com uma entrevista cujos sujeitos são os pais,
oportunidade esta em que busca-se a compreensão do probiema além de poder
constituir um momento para confortar os pais quanto ao que estão vivendo ao lado
da criança. Alguns dos pontos mais importantes a serem abordados na entrevista
são aqueles que compõem uma anamnese como os dados reiatiws aos anteceden
tes pessoais do dicnte e suas inter-reiaçòes, as maneiras como os pais lidam com
o filho, formas de divertimento etc.
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Após tal contato com aqueles que são mais próximos no cotidiano da
criança, pode-se determinar quais outros ambientes deverão ser investigados
para possibilitar uma avaliação fidedigna de seu contexto. Apesar da investi
gação muitas vezes se estender a diversos âmbitos da vida do cliente, de
acordo com o caso, aqui destaca-se a investigação que ocorre sobre o ambi
ente escolar, porque ele representa mais uma das peculiaridades da
psicoterapia comportamental infantil.
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sem função aparente. Podem estar associados outros aspectos como medo/
fobias, perturbações de sono e alimentação, ataques de birra e agressão,
comportamento autolesivo, carência de espontaneidade, iniciativa e criatividade
na organização de seu tempo de lazer
As indicações encontradas nas diretrizes diagnosticas do Cl D-10 pu
deram, em grande parte, ser relacionadas ao quadro que se apresentava à
psicóloga até aquele momento. Por não coincidir em todos os critérios diag
nósticos para autismo, ela acabou por indicar o autismo atipico em razão de
sua definição se aplicar adequadamente ao que ela havia averiguado.
O CID pode fornecer dicas importantes sobre os aspectos a serem
investigados acerca de um cliente, mas não fornecem explicações funcionais
nem permitem predição e controle dos comportamentos (Meyer, 1997). A de
terminação deste diagnóstico, como todo processo de tal natureza, envolve
uma série de avaliações e obtenção de dados os quais ainda não haviam sido
averiguados para o caso em questão. Não é raro que isso aconteça. Em fun
ção do seu conjunto sindrómico típico, são criados estereótipos do autismo
que por vezes conduzem a diagnósticos imprecisos. Baseados em pouca
informação, muitas vezes se observa uma classificação prematura que negli
gencia a totalidade do indivíduo examinado.
A ná lise F u n c io n a l
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condição em que a hipótese muitas vezes não pode ser testada, contando,
assim, com contribuição grande dos registros e trazendo para a intervenção o
papel de comprovar ou refutar a formulação acerca do problema. Também se
prevê a existência de duas partes distintas, sendo a microananãlise íuncional
um conjunto de hipóteses para comportamentos isolados, enquanto a
macroanálise funcional tenta explicar a situação atual do cliente de acordo
com as interrelaçòes entre seus diversos comportamentos (Hayes, 1987 in
Silvares, 1998; Gonçalves, 1993 in Meyer, 1997).
A n á u s e F u n c io n a l do C aso
Igor era filho único, e morava com o par parental. Fora sempre muito
"apegado”ao pai, ao tio e à babá, segundo a mãe, e passava a maior parte do com
uma destas pessoas. Mas ha dois anos o pai faleceu e Igor, que tinha então 2 anos
de idade, não foi informado de forma direta a esse respeito.
Como a mãe relata, ele ainda não havia tido contato com esse tipo de
situação (de morte) através de formas mais brandas, como assistir a alguém que
conhecesse receber esse tipo de notícia, ou ver alguém da sua idade que não
tinha o pai etc, Portanto, evitaram lhe trazer estímulos relacionados ao fato, mas
Igor, uma vez em contato com aquela situação, provavelmente sentiu-se muito
triste5 como as pessoas que estavam no enterro, pois toda a situação a que foi
exposto poderia evocar tais respostas.
Na mesma época, por motivos pouco esclarecidos, o tio e a babá aos quais
Igor era muito apegado desapareceram. Mais uma vez nada foi conversado com o
menino a respeito e ele apenas não recebia mais suas visitas e contatos. A mãe
também relata que desde esse tempo sentiu muito medo, tendo recorrentes pen
samentos sobre o perigo de andar nas ruas mesmo perto de sua casa e passou a
sair com menor freqüência de casa. Ela comentava com seu filho sobre os medos
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que tinha e não o deixava sair de casa, apenas raramente o levava a algum lugar.
Em decorrência de tais posturas, ambos passaram a ter menos contato com outras
pessoas além da convivência que tinham um com o outro.
Pôde-se obter, também através de entrevista com mãe, dados mais
específicos a respeito dos comportamentos inadequados de Igor. Para uma
melhor organização e efeito de comparação intra-individual, os comporta
mentos apresentados por Igor serão aqui divididos de acordo com a forma em
que se apresentaram em relação ao evento do falecimento do pai. Os compor
tamentos por parte de Igor já presentes antes do evento eram os seguintes:
- Puxar o próprio cabeio;
- Colocar a mão quase inteira na boca;
- Roer unhas;
- Quebrar brinquedos;
- Comportamento verbal e contato físico com poucas pessoas (pai, tio, babá);
- Não olhar nos olhos de pessoas estranhas.
Alguns destes comportamentos impróprios se agravaram e outros sur
giram em seu repertório após o falecimento do pai e são aqueles mesmos que
deram origem à hipótese diagnostica de autismo atípico durante a fase de
psicodiagnóstico. Também foram incluídos outros que, durante uma entrevista
mais detalhada foram apontados pela mãe como preocupantes:
- Bater a cabeça na parede;
- Ferir a mão ao colocar grande parte na boca;
- Morder os lábios;
- Morder os braços;
- Gritar, sem motivação aparente;
- Tamborilar os dedos;
- Comportamento verbal e contato físico apenas com a mãe (não havia mais as
outras pessoas com quem se relacionava);
- Não inicia diálogos com ninguém, nem mesmo com a mãe;
- Verbalizações sobre reencontro com o pai (Igor pedia para ir ao seu trabalho
ou para se mudar para o céu onde seu pai estava);
- Dificuldades para dormir.
Os déficits e excessos comportamentais encontrados se deviam a uma
história de reforçamento limitada a poucas pessoas. Este déficit de repertório foi a
plataforma que ocasionou uma queda ainda maior de suas habilidades. Destaca-
* Segundo Banaco (1999) "estar triste" faria alusão a um sentimento, definindo-o como um nome dado
a um conjunto de estados/mudanças corporais, neste caso desagradáveis.
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Comportamento Motor * de
Cowpoftamento Vertal Expressão Ftótal
SosaSea Exploração do Ambiente
Não iniciou délogo, utiizob palavras Gestos limitados, pouco criativos
com a presença de movimentos Apático triste náo sorriu
Terceira amptes como W e "nác" para
estereotipados (tamborilar os ou mudou sua fisionomia
responder ao que ha ta perguntado
dedos eobnea mesal
Quarta Ausente, comunicou-se através de
Inalerado Inalerado
movimentos oom a cabeça
tnicnu dtiiogo pela pnmeira vez,
Redução dos movimentos
conversando sobre a atividade
encaminhada para fazer em casa. estereotipados, presentes apenas
Quinta Esboçou um pequena
Durante a sessáo tatou sobre sua quando a terapeuta pedia uma
atNxbbeque exkpsse sua sorriso
femika, mencionou o pai como se ete
locomoção
eslwssevrvo
Quase inexistente, comunicou-se
Limrtou-sea cumprir as atrwdades
Saria através de movmentos com a cabeça, Apático, triste
propoetas
lírritando-se a nomear seu desenho
Manteve uma conversa de Começou a oTar e manputar Indiferente, mas em alguns
Sétima aproximadamente dois minutos oom a bmquedoc espaShados peia sala momentos interessado nas
terapeuta sent ireruçáo da terapeuta brincadeiras
Ao ser abordado o assunto da famlla Durante a brincadeira (azia gestos Enquanto conversava
0«a*a ou o pai o dienle diria que seu pai te oomemotaçèo (levantar os sobre sua família i pei o
cliente demonsvava algum
eslava vivo. braços)
incômodo
Intervenção no caso
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R esultado s e C o n s id e r a ç õ e s F ina is
R e f e r ê n c ia s B ib l io g r á fic a s
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C o m p o r t a m e n t o V e r b a l : A l g u n s C o n c e it o s e
I m p l ic a ç õ e s
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S k in n e r e o C o m p o r ta m e n to V erbal
humanos (Skinner, 1983). Skinner inicia seu livro dizendo que "os homens agem
sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez sào modificados pela conseqüên
cia de sua ação" (Skinner, 1957/1978 p. 15). Como salientado por Serio e Andery
(2002), tal frase, que define de forma clara o conceito de operante, dita no início
de um livro sobre comportamento verbal deixa clara a intenção do autor em
identificar o comportamento verbal como comportamento operante. Sendo as
sim, o comportamento verbal não se diferenciaria no que diz respeito a sua
aquisição e manutenção, dos demais comportamentos. "Uma concepção muito
mais produtiva é de que o comportamento verbal é comportamento. Tem caráter
especial tão só porque é reforçado por seus efeitos sobre as pessoas" (Skinner,
1974/1982 p. 79). Princípios básicos como modelagem, discriminação, extinção,
generalização seriam assim, aplicáveis também ao comportamento verbal. Como
todo e qualquer comportamento, o comportamento verbal tem como suas variá
veis controladoras o contexto no qual é emitido e, pelo menos ocasionalmente,
é reforçado. Dessa forma, a análise do comportamento verbal deve ater-se às
variáveis ambientais controladoras, indicando assim a sua função.
O comportamento verbal, enquanto definido por Skinner (1957), seria
iodo e qualquer comportamento (podendo ser oral gestual ou escrito) onde a
conseqüência é mediada por um ouvinte treinado a responder a estímulos ver
bais por uma comunidade verbal. Na definição, Skinner deixa claro o que dife
rencia o comportamento verbal do comportamento não-verbal. A presença do
ouvinte, como sendo aquele que disponibiliza conseqüências ao falante faz
com que a ação deste último seja realizada de forma indireta sobre o ambiente,
diferindo assim, do comportamento não verbal onde a ação sobre o ambiente se
dá de forma direta e mecânica. A resposta verbal do falante serviria como oca
sião para que o ouvinte emita algum tipo de resposta, para que essa sim, sirva
como conseqüência para o comportamento do falante. Isso deixa clara a impor
tância da segunda parte da definição (í.e., o ouvinte treinado a responder a
estímulos verbais), o ouvinte precisa passar por um treino específico da comuni
dade verbal para que ele seja capaz de modelar e manter o comportamento de
falante. O comportamento do ouvinte, apesar de extremamente importante para
a compreensão do comportamento verbal, não é necessariamente verbal, ele,
se comportando diante de uma resposta verbal do falante, está apenas emitindo
um responder discriminado a um estímulo, no caso verbal (Skinner, 1989). Uma
pessoa privada de água que vai até a geladeira e pega a garrafa d'água está
realizando uma modificação direta sobre o ambiente, sendo que sua ação sobre
o ambiente gerará de forma mecânica a conseqüência de sua ação. Esse mes
mo indivíduo emitindo a resposta verbal "água" não alterará de forma direta o
ambiente. Sua resposta verbal funcionará como estímulo discriminativo para
que uma segunda pessoa, o ouvinte, se comporte reforçando assim a resposta
verbal emitida pelo falante.
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C o m po r ta m e n to V e r b a l e S ig n if ic a d o
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C a t e g o r iza ç ã o do C o m p o r ta m e n to V er b a l
V a r iá v e is antecedentes:
R e s po sta s V e r b a is :
V a r iá v e is co nseqüentes:
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T ip o s de c o n t r o l e
O pe r a n t e s v e r b a is
O Mando
O operante verbal denominado de mando é definido como "um operante
verbal em que a resposta é reforçada por uma conseqüência característica e
está, portanto, sob o controle funcional de condições relevantes de privação
ou estímulo aversivo" (Skinner, 1957/1978 p. 56). Dessa forma o mando pode
ser identificado como um operante verbal que constitui uma relação funcional
onde a forma (ou topografia) da resposta é determinada por uma conseqüên
cia específica, não tendo uma relação direta, como no caso dos demais
operantes, com um estímulo discriminativo.
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O Tato
O tato, como definido por Skinner (1957), é "um operante verbal, no qual
uma resposta de certa forma é evocada (ou pelo menos reforçada) por um
objeto particular ou um acontecimento ou propriedade do objeto ou aconteci
mento" (Skinner, 1957/1978 p. 108). Dessa forma o operante verbal tato pode ser
identificado como um operante verbal que constitui uma relação funcional onde
a forma (ou topografia) da resposta é controlada por um estímulo antecedente
não-verbal e mantida por um reforço genérico. Um exemplo bastante simples de
uma resposta definida como tato seria uma criança diante de um copo de água
dizer "água" e receber elogios (e.g.r "muito bem", "parabéns") por parte dos pais
ou de qualquer outra pessoa. É importante ressaltar aqui que o que vem identi
ficado pelo termo estímulo discriminativo pode ser um objeto, parte de um objeto
ou mesmo um grupo de objetos ou evento. O que define o tato então é o controle
direto exercido por esse estímulo discriminativo não verbal sobre uma resposta
específica do falante (Skinner, 1957).
Para que se possa compreender o controle exercido pelo estímulo
discriminativo sobre o tato, é importante esclarecer o papel do reforço no estabe
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0 Intfaverbal
Quando o estímulo verbal apresenta controle temático sobre a respos
ta sem apresentar correspondência ponto a ponto e a conseqüência é gené
rica, a resposta é definida como intraverbal. Normalmente é se utilizando des
se tipo de operante que se ensina, por exemplo, tabuada à criança; "duas
vezes dois é igual a?" é estímulo discriminativo verbal para a emissão da
resposta verbal "quatro” que será conseqüenciada com reforço genérico. Da
mesma forma, pode se dizer que em um poema aprendido de cor uma
verbalização serviria de estímulo para a próxima.
O ecóíco
Quando a resposta verbal é falada apresentando similaridade formal e
correspondência ponto a ponto com o estímulo verbal que também é falado
recebendo reforço genérico (e.g.r elogios), o operante é denominado ecóico.
Seria quando a criança diz "água" logo após ouvir alguém dizer "água".
O operante verbal ecóico é de extrema importância nos estágios inici
ais da aquisição do repertório verbal. Desde bem cedo os bebês apresentam
uma série de vocalizações espontâneas. Através do ecóico, pais e pessoas
próximas à criança selecionam as vocalizações mais próximas as produzidas
pela comunidade verbal a que fazem parte.
Cópia
O operante cópia é bastante similar ao ecóico, mantendo o mesmo tipo
de relação de controle entre o estímulo discriminativo e a resposta e o tipo de
reforço, mudando apenas o tipo de estímulo e a forma da resposta. Na cópia
tanto o estímulo quanto a resposta são verbais escritos. Nesse sentido, no
comportamento de cópia um estimulo escrito controla formalmente ou ponto a
ponto uma resposta escrita. O produto da resposta duplica em parte o estímulo
antecedente. Um exemplo de cópia é quando alguém diante da palavra escri
ta água, escreve água.
Jack Michael (1982) agrupa os dois operantes (ecóico e cópia) em um só,
que ele denomina dúplice, já que o produto da resposta verbal duplicaria o estímulo.
O Textual
O operante textual é definido como uma resposta falada a um estímulo
verbal escrito apresentando correspondência ponto a ponto sem similaridade
formal e tendo como conseqüência o reforço genérico. O operante textual é
identificado como sem similaridade formal porque o produto da resposta e o
estímulo antecedente não compartilham a mesma modalidade.
Quando diante da palavra escrita água a pessoa diz "água", a resposta
seria classificada como textual.
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0 Ditado
Pode-se dizer que o operante tomar ditado é o inverso do textual. Nesse
caso, a resposta é escrita diante de um estímulo verbal faiado apresentando
correspondência ponto a ponto, sem similaridade formal e com reforço genérico.
Um exemplo de tomar ditado seria escrever a palavra água após ouvir "água".
Os operantes textual e tomar ditado sâo classificados por Michael (1982)
como códice, a resposta verbal apenas mudaria o meio do estímulo, em outras
palavras, codifica o estímulo.
I n d e p e n d ê n c ia F u n c io n a l e n tr e O p e r a n t e s V e r b a is
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U ma b r e v e c o n s id e r a ç ã o
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premências quotidianas.
Em suma, ensinar inicialmente um repertório que propicia a maior
possibilidade de sucesso do sujeito para então ensinar os outros repertórios
verbais só é possível quando se entende a aquisição do comportamento
verbat nos diferentes contextos, com variáveis controladoras, tanto antece
dentes como conseqüentes distintas. Nem sempre os programas instrucionais
desenvolvidos para as populações com dificuldade de aprendizagem do com
portamento verba! são eficazes. Logo, saber as variáveis controladoras dos
diferentes operantes verbais é de suma importância, pois permite o desenvol
vimento de uma tecnologia própria, eficiente e direta que pode ter sucesso
onde outros métodos instrucionais íalham (Stafford, Sundberg e Braam, 1988).
Compreender o comportamento verbal como comportamento, regido pe
los mesmos princípios gerais da aprendizagem permite uma análise mais ade
quada das variáveis ambientais que estão interferindo ou facilitando a aquisição
dos repertórios. Além disso, entender que os diferentes repertórios são funcional
mente independentes obriga os pesquisadores e profissionais a desenvolverem
métodos de ensino mais abrangentes que abarquem todas as necessidades dos
sujeitos seja qual for a problemática apresentada por eles. Esse tipo de análise
serve de guia para o desenvolvimento de programas instrucionais específicos
para as diferentes populações e, evidentemente, devem ser contextualizado e
adaptado aos sujeitos. Talvez o mais importante dentro dessa perspectiva seja
uma disposição para ver déficits no desenvolvimento de repertórios dos indivíduos
como questões de análise das relações entre organismo-ambiente, mais que
propriamente dificuldades ou deficiências da pessoa como tal.
R e f e r e n c ia s B ib l io g r á f ic a s
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G rupos de P e s q u is a em P s ic o l o g ia
P re a m b u lo
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G rupos de p e s q u is a
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■' Definição construída para abordar grupos de pesquisa que possuem pesquisadores que atuam nas
areas de análise do comportamento, analise experimental do comportamento e behaviorismo.
:i Acesso em janeiro de 2006.
CV-Lattes, teve como fim criar um ambiente integrador, chegando a dar entrada
em mais de 100 currículos/dia no sistema (Balancieri, 2004). Como descreve
Sabatini (2001 apud Balancieri, 2004), a Plataforma Lattes vem mudando a face
das informações em C&T do País, tornando-se um recurso para a comunidade
científica brasileira (Sabbatini, 2001).
Nesse sentido, o Diretório oferece um banco de dados com todos os
grupos de pesquisa cadastrados e em atividade no país. Dispõe de informa
ções como: quem são os pesquisadores envolvidos nos grupos, as linhas de
pesquisa, produção científica e tecnológica (C&T), campo para atualização
dos grupos, certificação pela instituição. Oferece ainda informações sobre os
grupos na forma de censos realizados nos anos 1993, 1995, 1997, 2000,
2002 e 2004, Dispõe, também, do acesso à Base Corrente, onde os grupos
apresentam conteúdos atualizados.
Outra das funções do CNPq (assim como outras agências federais e
privadas de apoio à pesquisa) é o incentivo da formação científica através de
financiamento de pesquisa. Grupos de pesquisa parecem estar sendo valori
zados na oferta de recursos e fomento.
A formação de grupos de pesquisa é estimulada pelos meios acadêmi
cos e científicos como uma estratégia e uma prática cultural científica para
garantir a produção de conhecimento. Pressupõe o estímulo à produção siste
mática e uma formação mais sólida sobre o objeto de estudo. Esta prática é
incentivada por facilitar trocas de conhecimento e produção com pesquisado
res de mesma formação ou formação diferentes, lotados na mesma instituição
ou de diferentes instituições (http://lattes.cnpq.br/grupos/grup_apresent.htm4).
U n id a d e s d e a n á l is e
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M é to d o
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R esultados
E Grupo com ênfase no cognitivismo, mas foi incluido como grupo de psicologia comportamenlal por
algumas contribuições feitas á ârea.
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D is c u s s ã o
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pesquisa são elaboradas à partir de temas gera is, entretanto, numa segunda
verificação da produção científica dos autores observa-se uma grande varia
bilidade de temas, incluindo pesquisas entre áreas do conhecimento.
A análise das linhas de pesquisa de forma mais adequada deverá ser
proposta para complementação da identificação dos trabalhos realizados pe
los grupos. A generalização dos temas das linhas de pesquisa ainda dificultou
que fosse feita a relação entre a área dos pesquisadores e da produção
cientifica realizada por eles em função das linhas de pesquisa em que atuam.
Um dado relevante é a diferença de linhas entre grupos, o que pode dificultar
a produção entre pesquisadores de diferentes instituições.
Assim, o grande número de linhas de pesquisa encontrado em alguns
grupos mostra a diversidade de temas que cada grupo abarca. Outra possibi
lidade é a divisão do grupo de pesquisa em sub-grupos visando atender aos
interesses pessoais de cada pesquisador.
Com relação à produção, uma vasta bibliografia tem sido descrita pelos
grupos, mas não necessariamente em psicologia comporta mental, ou mesmo
psicologia. A relação de pesquisadores de áreas diversas pode levar ao au
mento da produtividade do grupo, o que não quer dizer que haja uma contri
buição para o desenvolvimento da psicologia comportamental, em específico.
No entanto, pouco se conhece sobre a produção dos grupos, sua relevância,
assim como os meios de divulgação deste conhecimento. São necessários
novos estudos para que se conheça o tipo de produção realizada pelos pes
quisadores e sua repercussão, assim como a tecnologia desenvolvida pelos
grupos e sua utilização, em outras palavras, é necessária uma avaliação da
relação existente entre os avanços científicos e o uso de seus produtos visan
do a melhoria da qualidade de vida da sociedade mineira e nacional, como
citado em Mensagem ao Congresso Nacional (2003)9: "Há muito o que fazer
para complementar e aperfeiçoar esse sistema, mas a lacuna mais evidente é
o descompasso entre o avanço científico e a apropriação de seus frutos por
toda a sociedade", (p.215)
Conclusão
O presente estudo se caracteriza por avaliar algumas condições na qual a
ciência do comportamento é produzida no estado de Minas Gerais. A formação de
grupos de pesquisa no estão tem se mostrado bastante lenta, levando em conside
ração o número de instituições no estado que oferecem o curso de psicologia, 32
instituições somadas à oferta de cursos de psicologia em uma mesma instituição
em campus diferentes (http://www.educacaosuperior.inep.gov.br/inst.stm), talvez
3 Acessado em www.presidenciadarepublica.gov.br/noticias/publicacoes/mens_cong2003
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R e f e r ê n c ia s B ib l io g r á f ic a s
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A nexos
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G rá fic o 1 - T itu la ç ã o d o s p e s q u is a d o re s em re la ç ã o a o s c e n s o s
F o n te : C N P q
G rá fic o 2 - T itu la ç ã o d o s e s tu d a n te s em re la ç ã o a o s c e n s o s
F o n te : C N P q
T a b e la _ 6 - Á re a p r e d o m in a n te p o r c e n s o
Á re a p re d o m in a n te
A no do C enso T o ta l
P s ic o lo a ia S a ú d e C o le tiv a
2002 3 1 4
2004 3 1 4
T o ta l 6 2 8
Fonte: C N Pq
J a b e ja Z - N o m e d o s g ru p o s re la c io n a d o s a o n ú m e ro d e lin h a s d e p e s q u is a s
N o m e do qruD o C enso 2 0 0 2 C enso 2004 Total
C iê n c ia do C o m p o rta m e n to e da C o q n iç ã o 2 - 2
G ru p o d e P e s q u is a e m S a ú d e M e n ta l e
7 11 18
R e in s e rç ã o S o c ia l
H is tó ria da P s ic o lo g ia e c o n te x to s o c io
- 5 5
c u ltu ra l
N U P E T i - N ú c le o U n iv e rs itá rio de
10 10 20
P e s q u is a S o b re a T e rc e ira lo a d e
N ú c le o d e E s tu d o s e m A n á lis e d o
3 4 7
C o m p o rta m e n to e P rá tic a C u ltu ra l A C PC
T o ta l 22 30 52
F o n te ; C N P q
T a b e la 8 - P ro d u tivid a d e p o r ce n so
T íd o d e C e n so C e n so
D ro d u c ã o 200 ? 2004
P ro d u ç ã o
593 1052
b ib lio g rá fic a
P ro du çã o
360 4 72
té cn ica
O rie n ta ç õ e s
120 2 62
C o n clu íd a s
D e m a is
316 -1250
tra b a lh o s
T o ta l 1389 3 036
F onte: C N P q
Anexo 1 • Grupos de pesquisa divididos por censo relacionados aos pesquisadores por linhas de pesquisa
Censo aiw
Nom e d o G i u x i n h a de D cstursa Pcsaurw itV nes U nna d e o c m u i s í P e s tn ra d o r c s
1 'b iX rlR A A d e ta M ana Santos
Anasodo
M E D E IR O S : C arlos Augusto
C o n jo r ia n e n tii e da
dc: P IK H FIR G A - tid a M -ina
C iência C < x p i(,iíl
Vieira: 8A IE R C laves Alves
C o m p o rta m e n to e da
AriFjlise tte TEIXEIRA. Adfilia Hferis
C o g riç ã o
d e s e n w fv im c o io S ario s ; M ACHAD O. Ana Mana
r o m p o n s im it ;: ] e L e S e n e c n íl; C A 5 T A N H -IR A .
coqnrüvG Sonia d o s S a n o s
S TR A l FN , Cornells
S T R A L E N .C c m e iiS J o n a n w s
Johannes w n :
A valiação (Je Sefw con dc van: BAN DEIRA. M a m a d o AvaliacSu d c Serviços de
BAN DEIRA. M arins de
Síiuóe M ental B i c c r r n ir FUR TADO . J u a re j Saúde '/e rr a i
B itlo n u n r: FUR TADO .
Pereira RO C H A, S a w ta Srtra
Juaniz Pcr««a
QU AGLIA. Mcna A m d n C om pele n u a Sociaí de Q U A C LIA , Mana Am elia
C om petência S ocial dc
C csan: BANO El RA. M ê riis de E s lu d a n tts Universitários c Cesari, BANDEIRA,
Estudantes L iniversvirios
B t a tí iu l F ij'r ra c a o A c a d fttiir .1 Mlsnna de tíitle n c o irt
C o/tipetenria so c m I dn BAN DEIRA, Vlarinadf? C o m p d n n c ia soctar .dc BAN DEIRA. M a m a de
pacientes psiquiál ricos Bittencourt pa ciem os psK iuatricos H nencourt
O rie n a çS o Piofissiunal, O rie ira ç â o ftn fe s to iw l,
M O R E N O , (lísm zc V aleria dns
Integração o S atislsçao h ic g ra ç â o d Satisfação MO RENO. Iv ;:ri7 e Valm ia
S anlos Lim a: BAN DEIRA,
A cadém ica ran A cadem ics cm Estudantes dos Sa:)tns lim it
Ma ona de B rtte n c o tft
E s:udanire U niv o rs tó rio s U niversitários
R K S h N D !.. C c ríld O Luiz
S s ü d c PAíiUal e Saúde M ental c RES EN D E C era ld c Luiz
O liw ira de BAN DEIRA, M im na
Dependência Ouim rca Dependência Q iim ic a O liueira de
de Biltenooijn.
KAN DEIRA. Marina oe
LEAL. R ns? n g d a Mana
Saude M ontai í ; T ra lw lh o B ittc n c o u r; L EAL Rosângela Saiide Vteotal e T rabaho
de A lm c id í C a ria ra m
G rn o o d e P esquisa « r i M ana de Alm eida C am aranu
Saúde M ental e LIM A. Lticia Abelha
R tírn sffca o Social BAN DEIRA. V ls iira rle
LIM A, Lücia t e lh a ; BittencouR. O íJAG I IA.
Vaiitteção tra n s rttlU ra l de VatdaçãQ t r a is t ií ju ir J de
G O N Ç A LV E S Sylvia Rosa: Mana Am elia Cesan:
e s i;a la s d e tnedids em escalas de m cdids em
B A M JLIR A , Marin? de G O NÇA LVES. Sylvia
saúde .mental saúde m enial
B ittc n c o u r Rosa; C ALZAVAR A.
Ma ha Cla n a a P ite s
C ALZAVAR A. Vtaria
G ia ijn a Pires,
D c fio s s á o Pús pan o
BAN DEIRA, M n rn a dc
B ile r o u r t
C A V ALC AN TE, R ra
Educação e saúde mental Laura A velino: RO CHA
Sandr;: Silva
Haail idad es S ociais dc BAN DEIRA. * . 0:1:1 de
r s l ii d f l t e s d o 'in s h o B itte iro L it; R O C H A
Funda-non Ui 1 Sandra Silva
P esquisa avêliaxw ; de
STARLIN G, Rflosevaf.
rnle ivençoes anataco-
R iston
c o .n pnrtrT nena is
C O M E S , t v a M aria dos Reis;
In te rv c n ç ío C H E Q U F R , y » rc o A.nlânin
C om D oram cm a! A m aral: M ARTINELLI, Joao
C arios M u iiz
Investigação e estu do do Investigação c esludo do G O M E S. Eva M ana dos
c o m p o rta ire n to in d i\id u a l M A R T IN L IL I, Joao Carlos c o m po ra-nenm in á v id u a l e Re/s: C H EQ U E R , '«/larcn
r> grupai: a m h c n tc U uniz: CH EQ UE R, Manco grupai: am t o r t a controlado A n á n io Am aral;
c ttitro ía d o Q a to ra ó n o ) o. Antônio A m aral fc b o ra t& riii), ü ira ie n le MAÇ-tl IH tL U , Joao C a lo S
am biente r e tu a l natural M un2
N ü flc o d e E s .u d o s e m Q uestões leòricc- C H EQ U E R , M a ta i
MA RTINELLI, Joao C atlos QuestOes le fjrico-fltasoficss
A nalise do tloS óticõs no A«tõn<i A tia ra L
tA jm z; CH EQ UE R, Merco no befiavionsm o e análise
C o m portam e nto e íehau in ris m c e analise M A R TIN ELLI, João C írio s
A ntónio Am aral do com portam ento
Prática C iit iíS l A C PC d o com portaTiento U unz
CH EQ U E R , Marco
M etodologia c tta a d o s dc A n tú le A naral,
p e s q u s a co m p o rti m ental M A R TIKELLI, Joâo CailOS
IAjiiíí
T u a p a Com portam ental:
CH EQ UE R, Marcn
to rm açao prtrtssion al;
Antómo Am arai:
avaliação (b e liív io ra l
M A R TIN ELLI, J o a tic s rio s
ss ín s s T ie n l). im ita d o s e
Vlunz
ICcnitvas
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O U V E IR A A lla L u c ie
O L IV E IR A , A n a L u d a R ib e iro
E n v e lh e c im e n to R ib e iro d e ; R E Z E N D E ,
d e ; R E Z E NOE, C d lto s E n r e h e c im e n to C e re b ra l
C e re b ra l C s r io s H e n riq u e A lv e s
H e n n q u c A tu e s d e
de
O l'V F IR A . A n a UlCiS R iboiro O LIV E IR A Ana Lücia
EpiiJom iologid u E ir ie m o lo g ia na T o to tr a
rtf': R E Z E N D E . C a d o s R ib o rn iJ d : R E Z E N O c
T e rce ira Idade Idade-
H enrique A lv o s do C arlos H m rio u t! Al</es do
NU P E T1 - N t íd e o ■
O LIV E IR A . A n a Lucia R iD ciro 01 'VF.IRA, Ana L ucíh
U i m e r s iU m d e G e ro n in W jia Social G c ro n :o ia g ia S oaal
de Rib e iro do
P e s q u s a S o tx e a
T u r r e i ra Id a d e O LIV E IR A , A n a L u a a R io c iro
O U V E IR A . A ia Lucra
Polílpcas d o A lm ç á o ao d o: R F 7 E N D E C ario? P o lític a s d e A te n ç ã o ao
RiSoiro do; RE2EINLJL
Idoso H enrique A lv e s de Idoso
C arlos H enrique A lv e s do
LO P E S , E òeraldo J o s f; L O P E S , E d e ia k to Jow.;
R e p re s e n ta çã o M o ntai.
LO P E S . Rena 13 i-n rra ro ? R eprese íta ç a n M e tüal IC P E S , R enata Ferraroz
Im agem o M e m ú ria
F ernandes Image,n e M o m riria H m a n a f orn a n d e s
H u m a na
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C id a d ã o em t r â n s it o : a c id a d e em fo co
0 T r â n s it o .
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E ainda,
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"0 ser humano, a via e o veículo são focos de atuação do Programa Pare16
P s ic o l o g ia d o tr a n s it o
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"...a unidade de análise que descreve a relação funcional entre uma classe
de operantes, cada operante possuindo sua própria conseqüência imediata e única,
e uma conseqüência a longo prazo comum a todos os operantes que penencem a
metacontingência. Metacontingências devem ser medidas por contingências de
reforçamento socialmente organizada. (...) As contingências de medição são plane
jadas e implementadas em virtude de sua relação com o efeito a longo prazo."
(Glenn, 2005).
A c id e n t e s a u t o m o b il ís t ic o s e p e s q u is a s em s a ü d e p ú b u c a
1,1 GLENN, S. S. (1986) Metacontingencies in Walden Two. Behavioral Analysis and Social Action, 5,
2-8, publicada com a autorização do Behaviorists for Social Responsibility
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n GRAYSON, G. B & HAKKERT, A. S. (1987). Accident Analysis and Conflict Behaviour. In: J. A.
Rothengatter & R. A. Bruin, eds. Roa ri u w r na Traffic Safolv. Assen/Maastricht, van Gorcum
” http ://www. sc ielo.brrfcQi-bin/wxis .exe/iah. acesso disponível em 23 de abril de 2006.
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sando pelo tema. Alguns estudos procuram retratar a realidade dos acidentes
em cidades, regiões ou mesmo no país (Andrade & Mello Jorge, 2000, 2001;
Oliveira & Sousa, 2003; Ott, Favaretto, Neto & Zechin, 1993; Deslandes & Silva,
2000; Farage, Colares, Capp Neto, Moraes, Barbosa e Branco, 2002; Klein, 1994;
Koizumi, 1992; Scalassara, Souza & Soares, 1998; Sousa, Regis & Koizumi,
1999; Kilsztajn, Silva, Silva & Ferraz, 2001), outros descrevem a epidemiologia
de grupos específicos (Barros, Ximenes & Lima, 2001) aspectos metodológicos
relacionados aos acidentes de trânsito (Ladeira & Guimarães, 1998) e práticas
preventivas (Leitão, 1997; Malvestio & Sousa, 2002; Pinsky, Labouvie & Laranjei
ra, 2004). Tais estudos sugerem que a pesquisa sobre acidentes automobilísti
cos é uma área de investigação de interesse nacional abarcando diferentes
áreas do conhecimento, sendo fonte importante de informações para órgãos
públicos que atuam no trânsito das cidades, para a tomada de decisões sobre
locais de risco, fatores relacionados ao comportamento humano e variação nos
índices através dos anos em sua relação com a oferta de políticas públicas.
O projeto Impactos Sociais e económicos dos acidentes de trânsito
nas aglomerações urbanas brasileiras" (IPEA, 200314), realizado a partir dos
boletins de ocorrência disponíveis na secretaria de Segurança de São Paulo,
evidencia que a maior freqüência de vítimas na amostra pesquisada é carac
terizada como composta de pedestres que sofrem acidentes leves (40%), pos
suindo idade inferior a 17 anos; já no caso de pedestres com ferimento grave
e óbitos mais de 30% possui idade entre 35 e 50 anos. No caso das vítimas
ocupantes de veículos a faixa etária de 18 a 25 anos é a que reúne a maior
parte dos acidentados: 38,5% dos levemente feridos, 31,6% dos gravemente
feridos; e 36% dos óbitos.
A mesma pesquisa aponta que o tipo de acidente mais comum envolven
do pedestres foi por atropelamento, e no caso de vitimas ocupantes de veículos,
a colisão; no caso de acidentes leves e graves, a colisão lateral respondeu por
51,28% e 33,34% dos casos observados, respectivamente, e nas situações em
que houve óbitos, a colisão frontal foi a que se destacou com 38,46%.
Outro resultado importante dessa pesquisa é quanto ao uso de equipa
mentos de segurança obrigatórios por lei. Das vítimas ocupantes de veículos
de duas rodas, 68% usavam equipamento de segurança no momento do aci
dente e, no caso de ocupantes de veículos de quatro rodas, esta percentagem
caiu para 35,1%. (IPEA, 2003)
Os estudos de mortalidade por causas externas e, especificamente,
por acidentes de transporte terrestre, tèm fornecido importantes indicações
quanto às características das vítimas e quanto à sua magnitude e
transcendência em diversas localidades, proporcionando subsídios para a
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maior incidência de acidentes foi janeiro de 2003, com 21, o mês de julho de
2003r com 20 e dezembro de 2002, com 19. Foram notificados 224 acidentes
que resultaram em 334 vítimas, sendo 28 fatais, a maioria foi do sexo masculi
no, com idades entre 21 a 50 anos. As vítimas não fatais também apresentam
maior incidência entre o sexo masculino, com idade mais freqüente entre 21 a
30 anos. As vítimas cuja situação nào foi informada correspondem a 11,1% do
total, evidenciando que o número de informações ignoradas a respeito da situ
ação da vítima (fatal ou não) é alto.
No período a julho de 2001 a junho de 2002, a maior incidência de
acidentes foi no final de semana. No domingo, os horários em que mais ocor
reram acidentes foi de 18:00 às 21:00. Na sexta-feira e no sábado, os horários
com maior incidência foram de 22:00 ã 1:00. Na segunda-feira, os horários
entre 18:00 às 21:00 apresentam uma freqüência elevada em relação ao
demais dias da semana. No período de julho de 2002 a junho de 2003, os
acidentes também tiveram maior incidência no final de semana, mas sua dis
tribuição foi mais uniforme do que no período de julho de 2001 a junho de
2002. No domingo, os horários em que mais ocorreram acidentes foi de 14:00
à 15:00; no sábado, de 18:00 às 21:00 e na sexta-feira, de 14:00 às 17:00 e
de 22:00 à 1:00. Os tipos de acidentes que prevaleceram neste município
foram choque, com 17%; colisão, com 14,3% e abalroamento com 11,7%. O
tipo de veículo com maior incidência foi o carro, com 47,3% e depois, a moto,
com 22,4%.
Martinelli, Chequer & Bullerjhann (2006) descreveram a incidência e a
prevalência de acidentes automobilísticos em Governador Valadares, no perí
odo de janeiro de 2001 a dezembro de 2002, tendo como fonte dos dados os
boletins de ocorrência do 6o Batalhào da Policia Militar, nesse período foram
registrados 4.212 acidentes, sendo 2.160 em 2001, e 2052 em 2002.
Quanto à distribuição dos acidentes por meses do anor verificou-se
uma distribuição semelhante no número de acidentes nos dois anos
pesquisados, conforme o mês de ocorrência, com exceção do mês de maio,
onde em 2001 foram registrados 193 acidentes (8,9%), havendo redução na
freqüência no ano seguinte (73/ 3,6%). Uma terceira variável analisada foi à
relação entre os acidentes registrados e o local de ocorrência. O Centro da
cidade foi à região que apresentou o maior índice observado nos anos
pesquisados, sendo 31,9% em 2001 e, 36,5% em 2002. Além do Centro, os
bairros com maior número de acidentes foram Vila Bretas (7,5% e 7%, respec
tivamente ao ano 2001 e 2002) e Lourdes (5,5% e 5,8%, respectivamente).
Quanto à via pública, houve um padrão semelhante na distribuição dos locais
para ambos os anos pesquisados, sendo a Avenida JK a via que registrou
maior número de acidentes (8,7%/2001 e 8,1%/2002).
No que se refere à freqüência de acidentes com relação ao ano e dias da
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C o n s id e r a ç õ e s f in a is .
R e f e r ê n c ia s B ib l io g r á f ic a s
Andrade, S. M.e Mello Jorge M. H.P. (2000) Características das vítimas por acidentes de
transporte terrestre em municípios da região Sul do Brasil. Revista de Saúde Pública.
VoL 34, n° 2, p 149-156
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da Região Sul do BrasiJ. Rev. Saúde Publica, vol.35, n°.3, p.318-320.
Andrade, S. M; Soares, D. A; Braga, G. P; Moreira, J. H & Botelho, F. M. N. (2003)
Comportamentos de risco para acidentes de trânsito: um inquérito entre estudantes
de medicina na região sul do Brasil. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 49,
n°. 4, p 439-444.
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Antunes, D. (2003) Cinco acidentes são registrados por dia. Diário do Rio Doce, Governa
dor Valadares, 14 de agosto de 2003. Cidade, p 3.
Barroa, M. D. A, Ximenes, Ricardo e LIMA, M. L. C. (2001) Mortalidade por causas
externas em crianças e adolescentes: tendências de 1979 a 1995. Rev. Saúde Pública,
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Batista, C. G. (1985) Estudo observacional das Relações Comportamento/ambiente no
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I n c id ê n c ia e p r e v a l ê n c ia dos a c id e n t e s
a u t o m o b il ís t ic o s em G overnador V aladares e
aspectos a m b ie n t a is e c o m p o r t a m e n t a is
r e la c io n a d o s , no p e r ío d o de ja n e ir o de 2001 A
dezem bro de 2 0 0 2 .1
1 A pesquisa teve a colaboração da aluna do curso de psicologia Caren Cristina Souza Maciel.
Endereço para correspondência; Nucleo dc Estudos em Análise do Comportamento Universidade
Vale do Rio Doce - Rua Israel Pinheiro, 2000 - Bairro Universitário
- CEP 35020-220 - Governador Valadares, Minas Gerais - e.mail: nucleoacpcí-univale.br
■ Bolsista Fapemig, processo: SHA 0158/04-10
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M ét o d o
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R esultados
Tabela 1: Distribuição absoluta e percentual por mês dos acidentes em 2001 e 2002.
Ano
2001 2002
Mês Freqüência Freqüência Freqüência Freqüência relativa
Absoluta íciativa absoluta
JANEIRO 149 6,9% Ui 6,9%.
FEVEREIRO 153 7,1% 136 6,6%
MARÇO 174 8,1% 135 6,6%
ABRIL 171 7,9% 138 6,7%
MAIO 193 8,9% 73 3,6%
JUNHO 158 7,3% 192 9,4%
JULHO 183 8,5% 205 10,0%
AGOSTO 191 8,8% 222 10,8%
SETEMBRO 193 8,9% 180 8,8%
OUTUBRO 175 8,1% 212 10,3%
NOVEMBRO 213 9,9% 195 9,5%
DEZEMBRO 207 9,6% 223 10,9%
Total 2.160 100% 2.052 100%
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D is c u s s ã o / C o n c lu s ã o
Com a mensuração dos dados pode-se constatar que não houve ne
nhuma mudança significativa entre os anos de 2001 e 2002 no que diz respei
to à frequência dos acidentes e as demais variáveis independentes que o
afetam. Assim contatou-se que o centro da cidade aparece como a área de
maior risco de acidentes, seguida dos bairros Vilas Bretas e Lourdes, com vias
de escoamento para o centro com maior incidência de acidentes, prevalecen
do a Avenida JK, principal via na região do Vila Bretas.
Quanto à via publica, existe um padrão semelhante ao bairro, conse
qüentemente os maiores índices ocorreram na Avenida JK, Avenida Minas Ge
rais, Rua Israel Pinheiro, Rua Sete de setembro e Marechal Floriano que
correspondem as principais vias de acesso da população ao centro da cidade.
As causas presumíveis dos acidentes no período, conforme registros dos
boletins são em sua maioria informados como falta de atenção. Andrade et al
(2003) ao pesquisar os comportamentos de risco para acidentes de trânsito,
entre os estudantes do curso de medicina da Universidade Estadual de Londri
na, verificou que entre os pesquisados (309 alunos) que relataram participação
em acidentes de trânsito o principal fator percebido como contribuinte para a
ocorrência do ultimo acidente em que estiveram envolvidos foi à falta de atenção
(59,3%), sendo seguida por desrespeito à sinalização e excesso de velocidade.
Nos acidentes investigados em que os dados referentes à carteira de
habilitação constam no boletim, verificou-se a predominância de pessoas que
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haviam obtido a habilitação nos últimos 5 anos. Marin e Queiroz {2000, apud
Kaiser1, 1979) afirmam que foi observado que independente da faixa etária, a
freqüência de acidentes é uma vez e meia maior nos três primeiros anos em
que o motorista adquiriu a habilitação para dirigir, levanto em consideração,
que a juventude somando-se a pouca prática e a falta de adaptação geral no
trânsito está fortemente associada ao acidentes, indicando que esse dado é
confirmado nos acidentes ocorridos em Governador Valadares.
Com relação aos dias da semana em que ocorreram os acidentes, a
distribuição dos valores é semelhante nos dois anos; entretanto, há uma ele
vação desses índices nos valores obtidos no Sábado e no Domingo. Sexta e
sábado comparados com os demais dias da semana são destacados pelo
aumento na freqüência de acidentes a partir das 20hs, sendo que o volume de
veículos em circulação é inferior aos demais dias da semana. Uma pesquisa
realizada por Queiroz e Oliveira (2003) constatou que entre os acidentes, a
maioria ocorreu em fins de semana ou feriados, aqui considerado das 20:00 h
de sexta feira ou véspera de feriado até as 6:00 h da segunda-feira ou 24:00 h
do feriado.
Uma contingência relevante que merece discussão é o fato de que por
ser uma análise documental dos boletins de ocorrência da Policia Militar, muitas
informações foram negligenciadas ao se preencher os boletins, o que dificultou
a análise de algumas informações, como no caso de autores e vítimas. Que de
acordo com Melo Jorge e Latorre, (1994) é importante conhecer sua distribuição
segundo variáveis como sexo e idade, de forma a que esta sirva de embasamento
para programas específicos que objetivem a redução de danos.
Com o delineamento dessas variáveis de risco, podem-se buscar pos
síveis medidas que visem à redução dos danos gerados pelos acidentes.
Medidas essas, que possam ser preventivas, ou mesmo outras pesquisas que
objetivem esclarecer aspectos mais específicos além dos levantados por essa,
como por exemplo, quais as variáveis ambientais e comportamentais que
influenciaram a diminuição dos acidentes no mês de maio de 2002 com rela
ção a maio de 2001.
R e f e r ê n c ia s B ib l io g r á f ic a s
Andrade, S. M. e Mello Jorge M. H.P. (2000) Características das vítimas por acidentes de
transporte terrestre em municípios da região Sul do Brasil. Revista de Saúde Pública.
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A v a lia ç ã o de p r o je to s e d u c a c io n a is em s a ú d e e
MEIO AMBIENTE
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início d e u m d ia lo g o
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No original: "... (he behavior analyst, guided by the demands arising out of the social problems in
Brazil, will, in addition to transforming himself into a powerful social planner, have the conditions to
present the next step in his social commitment - that is, to participate, discuss, and to influence the
definitions of the programs and public policies of this great Brazilian nation, thereby collaborating in an
effort to help it become more just, more equalitarian, and more satisfactory for all Brazilians." (Teixeira,
2004, p. 218)
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H is t ó r ia C o m p o r t a m e n t a l : n o ç õ e s e d e f in iç õ e s
NA LITERATURA EM A n ALISE DO C O M PO R TA M E N TO .
André Luiz Freitas Dias (ÜFMG; Fac. de Filosofia e Ciências Humanas; Depto.
de Psicologia; LabAC - Lab. de Análise do Comportamento)
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S o br e n o ç õ e s e d e fin iç õ e s
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D as N o ç õ e s
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D as d e f in iç õ e s
C o n s id e r a ç õ e s fin a is e in d a g a ç õ e s fu t u r a s
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HÂBIL
Vivian Cristina Caixeta
Centro Universitário Newton Paiva
Pesquisa realizada sob a orientação do Prof.: Eduardo Neves Pedrosa de Cillo - Centro Universitário
Newton Paiva e PUC-MG.
■ Psicóloga, formada pelo Centro Universitário Newton Paiva (B .H .). CRP: 04/25000. E-mail:
vivian_caixeta@ yahoo.com.br.
2 0 padrão heterossexista considera todas as pessoas heterossexuais, até que se prove o contrario.
Ou seja, a heterossexualidade é tida como algo '‘normai''. inato ou instintivo, que não necessita de ser
ensinada ou aprendida (W ikipedia, a enciclopédia livre. H om ossexualidade. Internet: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Homossexuais. Data de acesso: 15/03/2006).
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M eta c o n tin g ê n c ia s e c o n t in g ê n c ia s de r e f o r ç a m e n t o
' GLENN, S. (1985), Some Reciprocai Roles between Behavior Analysis and institutional Economics
in Post-Darwinian Science. The Behavior Analyst, 8, 15-27.
GLENN, S. and MALAGODI, E.F. (1991). Process and Content in Behavioral and a Cultural Phenomena.
Behavior and Social Issues, 1,2, 1-14.
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■ A homofobia é um termo que caracteriza o medo, o desprezo, o ódio generalizado e a repulsa face
às relações afetivas e sexuais entre pessoas do mesmo sexo, que alguns indivíduos sentem. Tal
comportamento ê influenciado por um padrão heterossexista (Wikipódia, a enciclopédia livre. Homos
sexualidade. Internet: http://pl.wikipedia.org/vjiki/Homossexuais. Data de acesso: 15/03/2006).
6 A partir de Dei Prette e Del Prette (1999), as habilidades sociais correspondem a um universo mais
abrangente das relações interpesssoais e se estendem para além da assertividade, incluindo as
habilidades de comunicação, de resolução de problemas, de cooperação e aquelas prõprias dos rituais
sociais estabelecidos pela subcultura grupai. Especificamente, podem ser: fazer e aceitar elogios:
fazer e recusar pedidos; expressar amor, agrado e afeto; iniciar e manter conversações; defender os
próprios direitos; expressar opiniões pessoais, inclusive o desacordo; expressar incômodo, desagra
do ou enfado justificados; pedir a mudança de conduta do ouíro; desculpar-se ou admitir ignorância;
enfrentar as críticas (CABALLO, 2003).
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P la n e ja m e n to e e v o lu ç ã o cu ltu r a l
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A PESQUISA EMPÍRICA
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A n á l is e d o s da d o s
C o n c lu s ã o
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Filho, J.T.R. (2000). Ninguém atravessa o arco-íris: um estudo sobre negros. São Paulo:
Anablume.
Otero, M. R. (2004). Contribuições da Análise do Comportamento para reflexão sobre
responsabilidade social. Em A. Cmvinet (org.). Ciência do comportamento: conhecere
avançar (pp. 1-11). São Paulo: ESETec.
Skinner, B.F. (1972). O mito da Uberdade (L. Goulart e M.F. Goulart, Trad.). Rio de Janeiro:
Bloch Editores (originalmente publicado em 1971).
Skinner, B.F. (1974). Sobre o Behaviorismo (M.P. Villalobos, Trad.). São Paulo: Editora
Cultrix.
Skinner, B.F, (2003). Ciência e comportamento humano (J.C. Todorov e R. Azzi). São
Paulo: Martins Fontes (originalmente publicado em 1953).
Wikipedia, a enciclopédia livre. Homossexualidade. Internet: http://pt.wikipedia.0 r9 /wiki/
Homossexuais. Data de acesso: 15/02/2006.
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D IS C R IM IN A T Ó R IA S
1_A seguinte passagem do livro "Controle de Estímulos e Comportêmento Operante: Umn introdução"
apresenta agradável explicação do processo de discriminação, dizem as autoras, "O estabelecimento do
controle dos estimulos antecedentes sobre a emissão da resposta, é por sua vez produto de uma historia
especifica de reforçamento. Uma historia na qual a resposta foi seguida de reforço quando emitida na
presença de determinados estimulos e não foi seguida de reforço quando emitida na presença de outros
estimulos. Dito de outra forma, uma historia de reforçamento diferencial (reforçamento de algumas respos
tas e de outras não) tendo como critério os estímulos na presença dos quais a resposta é emitida ( a
produção de reforço para determinada resposta depende, não simplesmente da emissão da respostas, mas
sim dos estimulos presentes quando a resposta e emitida). Como resultado dessa história: a) a resposta
será emitida dependendo dos estimulos presentes e b) a apresentação de determinados estímulos alterara
a probabilidade de emissão de resposta. Isso significa que, se a história de reforçamento diferencial for
conhecida, è possível prever quando a resposta ocorrerá e, mais, é possível aumentar a probabilidade de
ocorrência de uma resposta, apresentando os estímulos antecedentes que a controlam. Chamamos de
discriminação o controle de estimulos assim estabelecido.'1 (2002, pág. 1 2 - 1 3 )
'*■Em seu texto Contingências do Reforço de 1966, Skinner apresenta a seguinte definição para conceito:
" Os itens em nossa lista que parecem ser objetivos também tendem a ser enfatizados quando o reforço ê
contingente à presença de um estimulo que é membro de um conjunto definido por uma propriedade. Tal
conjunto, que pode ser encontrado na natureza, ou ser explicitamente construído, é um exemplo de (1). O
comportamento é modelado por estas contingências de tal modo que os estimulos possuidores da
propriedade evocam respostas, o que não ocorre com os demais estimulos. A propriedade definidora é
nomeada numa regra (3) extraída das demais contingências. ( A regra estabelece que uma resposta será
reforçada na presença de um estimulo com tal propriedade, possivelmente sem exposição ás contingênci
as, O ’’conceito' está "no estimulo' como propriedade definidora em (1) e é nomeado ou especificado de
qualquer forma na regra (3). Uma vez que a topografia de resposta emitida ê geralmente arbitraria, é
bastante provável que os comportamentos em (2) e (4) serão similares, e é então particularmente fácil
supor que se responde a (1) porque se "conhece a regra" em (3). (pág. 291 - 292)
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Nem todas as praticas de uma cultura assim como nem todas as caracte
rísticas de uma especie são adaptativasjá que determinadas práticas e caracterís
ticas não-adaptativas podem ser veiculadas por outras adaptativas. Deste modo,
certas culturas e espécies que são pouco adaptativas podem sobreviver durante
muito tempo, (Skinner, 1971/2000pg.107)
3 "O fato é que tem maior probabilidades de sobrevivência uma cultura que, por qualquer razão, induza
seus membros a trabalhar pela sua sobrevivência ou por algumas de suas praticas. (...) Mas qual será
sua resposta â pergunta: "Por que devo trabalhar por uma longa sobrevivência dc minha religião?”
Desafia-se um sistema econômico quando as pessoas não se ocupam de trabalho produtivo, mas o
sistema pode reagir acentuando suas contingências mostrando vantagens a longo prazo. Mas qual
será sua resposta a pergunta:" Por que devo me preocupar com a sobrevivência de um determinado
tipo de sistema econômico T Parece que a única resposta honesta apara uma pergunta dessa especie
seria: Nào existem boas razões para você se preocupar, mas se sua cultura nào o convenceu de que
existem, tanto pior para ela.'’ (Skinner, 1971 /1977. pág. 110 -111)
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sobreviver por muito tempo, é preciso então entendermos tais condutas. Pois,
como disse Comte (1798-1857) "é preciso saber para prever a fim de prover1'.
Entende-se que tais práticas culturais possam ser analisadas através
do conceito de metacontingéncia formulado por Glenn (1986). Uma definição
de metacontingéncia proferida pela autora é
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a regra "não praticar atos homoeróticos” que funciona para que muitos
crentes na fé cristã, tentem suprimir seus desejos homoeróticos. A regra
aqui então é um Sd para esquivar de conduta homossexual, que é reforça
da pela promessa de um lugar no paraíso.
Um exemplo mais complexo pode ser observado no seguinte caso:
* Em meados de 1985 a AIDS era tida como a peste gay. O grande numero
de homossexuais infectados e a baixa incidência em heterossexuais per
mitiu que uma regra fosse criada, todo homossexual é portador da aids,
Trevisan (2000) relata em seu livro Devassos no paraíso uma pratica
discriminatória da época:
T ipo s de R eg r a s
M ando e C onselho
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I Brincadeira onde os meninos revezam na penetração anal. Em um momento o garoto é ativo e depois
comporta-se como passivo. Mo Rio de Janeiro e em determinados estados do Brasil o termo utilizado
è "come-come".
II Esta passaqem traz implícita uma das possíveis analises a cerca do comportamento homossexual.
Acredito que a orientação sexual é multi-determinada. Jâ tive contato com pesquisas que buscam
relacionar a carga genética (fílogenia) com a orientação sexual, tal como Herdt, ou de pratica sexual
tal como em Knauft, Creed, Wikan e outros pesquisadores não analistas do comportamento. Porém
como behaviorista radical acredito que boa parte da orientação sexual é resultado do condicionamento
que o sujeito experiência em sua ontogenia.
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A u t o - re g r a s e I n s t r u íd a s
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Já as regras instruídas são aquelas que são emitidas por outras pes
soas. Ou seja o sujeito aprende a comportar-se com uma instrução oriunda de
terceiros. Quando a Igreja Cristã afirma "Homossexuais são pecadores e não
podem se casar, pois Deus é contra esta união", os cristão recebem uma regra
de outrem, aprendendo a emitir praticas discriminatórias sendo então reforça
dos com a crença de um lugar ao céu.
A q u ie s c ê n c ia e R as tr e a m e n to
6 A Emigê , empresa publicitária , desenvolveu e exibiu uma campanha para a DKT, fabricante dos
preservativos Affair, onde dois homens se beijavam. Porem o Conselho de Ética do CONAR deferiu
liminar obrigando a empresa publicitária a retirada dos out-doors, alegando que muitos cidadãos
reclamaram sentindo-se ofendidos.
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I n s e n s ib il id a d e as C o n t in g ê n c ia s
Essa questão foi investigada (...) por meio de um esquema múltiplo com
quatro componentes. As instruções indicavam que haveria perda de reforços após
10s, 30s e 60s, caso a resposta de esquiva não fosse emitida e também que,
ocasionalmente, não haveria perda de reforços. Quando apenas o componente sem
perda de reforços estava em vigor, seguir as instruções não permitia contato com
a discrepância instruções -contingências e. assim, os participantes não seguiram
as instruções. Quando apenas o componente 10s foiprogramado, entretanto, havia
contato com a discrepância, uma vez que seguir as instruções implicava em perda
de reforços em três componentes (30s e 60s sem perda) e conseqüentemente, o
esquema assumiu o controle do comportamento. Nessa condição, Galizio concluiu
que o contato com a discrepância instrução-esquema é necessário para a reduçãoi
eliminação do controle instwcional (ou aumento na sensibilidade comportamental) e
não apenas a existência dessa discrepância(...) (2005, pág. 154)
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Skinner (1969,1974) citado por Sério (no prelo) "as respostas de descrever
contingências, além de permitir a geração de novas respostas sem o recurso
da modelagem (com tudo que isto traz embutido), podem auxiliar no controle
de respostas que foram instaladas por meio de modelagem.'' (pág.4)
Novamente entrelaçando contingências podemos imaginar que quan
do o individuo através de confissão revela ao padre que emitia comportamen
tos homoeróticos mas que ao ouvir seu sermão passou a suprimir este com
portamento , reforça o padre positivamente a emitir sermões e possivelmente
com maior probabilidade a estes conteúdos.
As regras podem por sua vez especificar uma contingência completa,
ou seja, o estimulo discriminativo , a resposta e sua conseqüência. Um pai
pode dizer a seu filho, "na presença de um gay procure se afastar dele para
que ele não possa abusar sexualmente de você." Neste sentido Gay é o Sd ,
afastar-se a resposta e evitar o abuso sexua) a conseqüência. Como dito
acima, a transmissão de praticas culturais ocorre através de comportamentos
sociais. É preciso então especificar o entrelaçamento. Neste exemplo caso o
filho emita a resposta especificada pelo pai ele reforça positivamente o com
portamento do pai de especificar contingências. É também possível dizer que
o simples fato do filho atentar quando o pai emite a regra já seja reforça dor
suficiente para este comportamento do progenitor.
As instruções podem ainda funcionar como o próprio Sd para a respos
ta discriminatória. Quando então um individuo altera seu comportamento se
xual em função da regra emitida por um padre, podemos dizer que esta regra
é um S15para o comportamento de evitar contato sexual com pares do mesmo
sexo, e que é reforçado pela promessa de um lugar ao céu. Fica claro na
utilização deste exemplo que a regra funciona como Sd somente para aquele
cujo comportamento foi alterado pela descrição da contingência.
Concomitantemente podemos dizer que a regra especificando a tríplice con
tingência é exclusividade de quem a descreve. Fazendo uso desta diferencia
ção entre quem descreve a regra e quem tem seu comportamento alterado
pela mesma, podemos então falar em episodio verbal o que envolve o papel
do ouvinte e do falante. Sendo o falante quem descreve a regra e ouvinte
quem tem seu comportamento alterado por ela. Assim podemos também falar
em operantes verbais, em especial tactos e mandos.
Os tactos, caracterizam-se por uma resposta que de certa forma é evo
ca por um estimulo especifico. Neste sentido podemos dizer que os tactos são
emitidos por quem descreve a regra. Por definição os tactos são descrições
verbais que tateiam as propriedades de um determinado estimulo (Skinner,
1957). Neste sentido podemos dizer que quando um individuo descreve uma
contingência ele esta tateando a mesma. A questão é que o tacto pode não
corresponder corretamente a tal contato com a realidade.
Assim uma regra pode ser um tacto estendido quando uma determinada
propriedade da contingência é estendia a outra contingência. Podemos então
pensar que a regra "gays são afeminados pois são os penetrados no ato sexual"
esta estendendo o papei da mulher ( uma propriedade da contingência) no ato
erótico heterossexual a todos os homoeróticos (propriedade de ser penetrado).
Desta extensão pode surgir então uma distorção do tacto. Um tacto distorcido
é aquele que alonga ou exagera a descrição de uma contingência. Ou seja,
quando uma regra descreve uma contingência que não necessariamente
corresponde com as contingências em vigor. Um possível exemplo é a regra "gays
são homens com uma atma de mulher aprisionada em um corpo masculino".
Já a classe mando parece ser dúbia, podendo estar envolvida tanto no
comportamento de quem descreve a regra quanto no comportamento alterado
por esta. Para fazer tal distinção é preciso primeiro definir o foco da análise, se
estamos dizendo de quem emite o mando estamos considerando então quem
descreve a regra, ou seja mandante. Se estivermos dizendo de quem segue o
mando estamos então focados no ouvinte, ou seja de quem tem seu compor
tamento alterado pela instrução. Os mandos podem ser puros, como por exem
plo "Não fale com bichas". Ou podem ser mandos disfarçados, ou seja a des
crição do pai no exemplo já citado, parece ser um tacto, porém sua função
verdadeira é um mando. Segundo Amália (informação por correio eletrônico7)
’os mandos servem ao falante, e podem produzir revolta por parte do ouvinte,
sendo assim tendem a ser suavizados (pelo falante) ou "escondidos" por vá
rias formas verbais, como modo de aumentar a probabilidade de que sejam
reforçados (mandos disfarçados).
R eg r a s D is c r im in a t ó r ia s
7 Informação obtida por correio eletrônico , enviada por Maxileila Reis, cujas as anotações de classe
permitiram esta citação.
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C o n c lu s ã o
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R eferências B ibliográficas
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"...Parece, então, razoável limitar (no momento) o que nós entendemos por
'história’e incluir somente como 'história experimentai, a exposição a contingências
respondents e operantes cuidadosamente controladas em umambiente de laborató
rio, antes da introdução da 'fase de teste ’desejada"(Wanchisen, 1990p. 32).
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Entretanto, não podemos afirmar que não exista uma história extra-
experimental relevante, mesmo em se falando de sujeitos animais criados em
biotério, que não tenha algum efeito sobre o responder posterior, por exemplo,
a própria manipulação desses sujeitos pelo experimentador ou pelo bioterista
(Cirino, 1999).
Na pesquisa que será apresentada a seguir, foram utilizados como
sujeitos experimentais seis ratos da raça McCowley, experimentalmente "in
gênuos", distribuídos em três grupos experimentais. A resposta requerida du
rante todo o experimento foi a resposta de pressão à barra sendo a água
utilizada como estímulo reforçador.
P r o c e d im e n t o
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R es ultado s e D is c u s s ã o
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FIG UR A 2. Taxa de r* * p o * la a da praaalo à barra d o »uja ita 2, G ru p o 2. (As linhas ira c s js d M separam
as Fjt*i 1. I, 3 # < A i lin h * i continua« uparam At eu uma
tôn lin o è n a a » d * r*íw ça m e r\to dantro
maame Pa*e)
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10 -* -V R C ftL
9 ; MSE) FA S E 2 FA S E 3 f A S £ 4
S tilM l
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FIG U R A 10. Taxa de re fo rç o * d o »u Jeito A. G rupe 3. (Ax Unhas tracejadas separam as Fases 1. 2 a 3.
A s linhas cardlnuas saparam as eocrtingiriQa* de retorçamento dentro de u rra mesma Fase).
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C onclusão
1 No esquema de razão fixa ou FR ( fixed ratio) uma resposta é reforçada após um número fixo de
respostas emitidas, ou seja, o numero de respostas entre as apresentgçòes de reforçadores é
constante. O responder consiste tipicamente de uma pausa apús reforço, seguida por uma alta taxa
de respostas (Catania, 1998/1999).
R ef e r ê n c ia s B ib l io g r á f ic a s
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I n t e r v e n ç ã o C o m p o r t a m e n t a l em um c a s o d e
R es um o
D e s c r iç ã o do caso
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"Quando saio, sinto desconfiança, Já tui assaltado duas vezes. Acho que
é trauma."
lo m o remédio pra dormir, mas mesmo assim não durmo direito. Parece
que meu relógio biológico está alterado
"Antigamente eu era mais atento, até mesmo pelo tipo de serviço, hoje eu
tenho uns esquecimentos às vezes. Acho que e preocupação.*
"Nunca gostei de lugar tumultuado. Fico meio perdido. Fico tenso, cisma
do. Sinto o coração disparado, pressão no peito, ansiedade"
"Quando fui assaltado eu senti isso tudo: pressão, dor no peito, cabeça
bamba, parece que vou desmaiar, minhamãofica molhada, eu Hco todo duro. Hoje
em dia eu ainda sinto isso quando fico preocupado."
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P r o c e d im e n t o s T e r a p ê u t ic o s
S essões d e p s ic o t e r a p ia
Sessões de b io f e e d b a c k
R esultados
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"Às vezes eu saio pra ir na casa de algum colega e para ir à igreja, mas fico
10 minutos e já quero voltar pra casa. Eu não gosto muito de sair. Minha rotina è
essa: eu levanto, cuido do meu cachorro, do meu passarinho, faço a minha cami
nha da.'Y3asessáoJ
"Às vezes eu vou ao clube com a família, lem que pegar dois ônibus para
ir ao clube. Eu vou com freqüência. Eu até fico, mas quando eu cismo de ir embora
eu falo com eles:'Eu vou! Se vocês quiserem ficar, fique".(93sessão)
D is c u s s ã o
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risco que não ofereciam muitas (ou nenhuma) rotas de fuga. Era necessário
que ele estivesse sempre em estado de alerta para cumprir rigorosamente
seus horários como forma de evitar algum tipo de punição (ser submetido a
uma escala de trabalho ainda mais desfavorável ou ser demitido). A situação
do assalto foi uma contingência bastante aversiva.O cotidiano de trabalho de
Paulo impunha a ele grandes sacrifícios e exposição a riscos reais. Quando
Paulo tem uma crise no trabalho e é afastado recebendo licença do INSS,
afasta-se das situações aversivas por ele vivenciadas.
Pergher e Sadi (2003), ao levantar as contingências envolvidas na
distorçáo do relato mencionam contingências de reforça mento negativo e pu
nição produzindo relatos distorcidos como comportamento de fuga ou esquiva
de condições aversivas. Continuar relatando sentir os sintomas presentes nas
situações de intenso estresse que vivenciou fazia com que Paulo obtivesse
prorrogação de sua licença, recebendo o salário do INSS sem ter que traba
lhar e se expor novamente á contingência coercitiva.
Além disso, os dados obtidos nas sessões de biofeedback não de
monstraram alterações quando medida uma das respostas respondentes (con
trações musculares). Contudo, os resultados obtidos nas sessões de
biofeedback não se mostraram conclusivos na medida em que não foram
medidas de maneira precisa e sistemática outras respostas respondentes
apresentadas na queixa de Paulo, tais como a sudorese nas maos e a fre
qüência cardíaca.
O caso foi reencaminhado ao setor de Avaliação Psicológica da clínica-
escola acompanhado de relatório das duas terapeutas-estagiárias, onde foi
realizada nova avaliação psicológica. No relatório, sugeriu-se, caso o cliente
fosse reinserido ao trabalho, que fosse considerada a possibilidade de mudan
ça de atividade ocupacional em face aos dados obtidos nestes processos.
Ao analisar o relato verbal do cliente a partir da perspectiva da Análise
do Comportamento, foi possível ter uma nova compreensão das contingênci
as envolvidas no caso em questão e fornecer dados importantes ao setor de
Avaliação Psicológica, que tinha como demanda inicial o tratamento
comporta mental de um caso de estresse pós-traumático.
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