Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
eompurtumcnto
39
l'SICO I.U{J IA DA. t:.OUCA(ÁO
Seja q ual for a vertente a que esteja mos nos re ferindo - se à for-
mulação paradigmática de Watson ou às perspectivas abertas por
Skinner - , o fato é que o comporta1nentalismo traz consigo umd
concepção de educação bastante util1tansta . Retire m os a cunota-
çào pejorativa que tal expressão possui - e que os críticos desse
paradigma não se cansdm d,· repetir - para compree nd e rm os o
seu sentido mais amplo.
A v isão elaborada pe los comportamentalistas sobre o ser h u-
mano implica a possibilidade de serem co nhecidos os fatores que
determinam o comportam e nto de indivíduos e mesmo de g rupos .
Podemos perceber os fator e s que const it uem o ambiente domés-
tico, qu e r o modo co rn o pron'dl' m os membros da família, qu e r a
t'XistC:mia dl' brinquedos. e , no caso da escola , as atitudes J o pro-
fesso r, <l dispo si~;io d os nh1 etos na sa la dt! au l.i, como estím u los
4ue mu!Jd111 o LU111portamento da criança
Se tive r mos co mo estabelecer rel ações objelivas e ntre certos
fatos dn ambi,•11 1,• l' certJs atitudes da cr ian~a, podt> rt>mos in te rfe-
rir n essas relações de maneira a o blt•r comportamentos d t'ss:jávei~.
Em outras palavras, o cumpolldinen t a li srno for n ec e u m a persp12c-
tiva d e entendi m ento do ser humano qut' v ia b iliza m o di tfra r o
comportan1ento numa d ireçà o previsível, viariilizando o controle
das ações da pt>sso<1 e a obten ção seg ura de resultados .
40
PAVLOV , \'\-ATSIJ!\1 t-. \ K I N 1\ t- f{ - C0'\1 POR 1 :\ M [NT A. l.l SM O F.. fl) I K A I . ..\e; )
41
YSI CO LOGI .~ I)~ EDUCA(;'AO
42
PAVLOV, WATSON E SKINNE.R - COMl'ORIA\HNTAUSMO [ [DIK A(A,·I
43
1'S1(O LOGIA DA EDUCAÇAO
44
O corre qu e o co mport a men ta lism o é um p.ir ad igm<1 co n cc
b ido por inte rméd io de rec ursos experimcnt.i is q ut! d esc r evem
comport.imentos em s eus ,1sp ectos mol ec ulares , isto é, traços ele-
m e ntares que fo rm a m u rn a conduta . Os estudos feitos co m in-
fra - humanos são úteis porql1e m u itos d e nossos com por tam entos
p od e,n ser mais bem anali s ados nesse s ani ma is , se111 que haja
n ecessidade d e submeter pe sso as a d e t e rm in a da s s ituações <le
la bo ratório .
A crítica d irigida a es se tópico d o p dradigma ass inala qut! o s
comporta men ta listas igualam h ome n s e ani ma is inferi o res. des-
consid era nd o a pe cu li ari d ade psico lógica . his t ór ica e c ultu ra l d os
pri 11a•i rns. Segu nd o o oitico Stc,e n Rose , ell) seu liHo O cére-
bro rnn.sc,enre. o b eha ,·io ns mo sc,i auma l·i e n c ,a d1 i 1t1 pom o rli std .
p o is reduz o ser hu ma no à s ca r aneristi cas lk um chi mp a n z é.
Esse é um p rob lema que tem raí zes n a filosotia que fund a -
m e nta o cornportdm e nta lis mo, o que n ão se rá p o ssí vel a b o rd ar
aqui . Tenham os em \'i s ta , dpenas. a coe rência d o co rpo teó r ico
d esse paradigma . q ue sus te nta a imposs ib il iddde de ad e n t ra r no
uni ve rso p síqui c o do ser hum an o . o u qoe , n d ve rsão sk inn er ian a ,
só aceita lidar co rn fa t o res in t t>rn os desde qu e estes sejam convc , -
tidos em e xpressões o b jetiva mente ve ri ficáveis. Talve z a dife r ença
en tre n ós e no ssos antepa ssad os filogen é ticos esteja justamente n es-
se espa ço ina cessível recu sa do p o r Wa t so n e objeti vado por Sk inner ,
tese q u e n ão f ve rifi cáve l no ã rnhito d e u ma ciênc ia natura l.
Al é m de p refer e n c ialm e nte fe it as com animai s inferi o r e s . as
p esqu i~ dS co mporta m ental ,stas adotam certo~ prntedimc 11 t os de
co ntrol e t'Xpc rimen ta l q ue vi sam dl:'li near, com a. ma io r cla re za
possívd, o s fato res implic.idos n aqui lo que t>stá se ndo estudado . Ê o
que se co nhece como co nt ro le (1\: variáveis .
Vejam os um exemplo d ,•~se procedi m ento . Um .1 pe ssoa acur-
d a pre c isa m L'n t e à s s e is h oras da m a n h,1. n o t>xa t o in std nte em
que d ois o ut ros eve n t o s ocorr 0: m : toça o de spt> rtad o r e a luL so la r
ent ra p l!!.1 ja ne la do qu<Ht o . Um o bs erva d o r (h ,scu 1d a d o 11 50 terá
dúv id a cm afirmar q ue a pe ssoa .~ corda po r ,nus a d o ,0 111 do d es -
pe rta dor , mas ~e', um expe rime11 to que co nLrole to da~ <1 s va r iávt> is
presente s µod e ch egar a u111<1 co n c lusão defini tiva , o bre isso.
Tal exper imento deveri a começar pela ident ificaç ão d as va -
r iá vei s . DP um lado, te m os as variáv e i~ d e pend e n tes. aque la s que
s upostamente oca sio nam o desperta r : o som do d espertdd o r e a
lu z d o so l, ambas mensuráveis por meio d e d lgum instrument o
45
l'Sl(OtOC.IA PA EIJLICA (,iO
47
l'SICl) LOGIJ\ OA EOliCAÇAO
O comportumrntalismo nu escola
máquina de cns in .:ir. Na époc.:i. meados dos anos 19 50, era uní
m et:a ni s mo bastant e tosco. m as ho je po de mos ima giná-l o funcio-
nand o co m o o s n•cursos da info rmá tica : as unidades <le con teúdo
sendo fornecidas por m e io <l c páginas - o u telas - co mpostas por
refinado s artifíc io s m ultimídia, as respostds corretas e inco rretas
scndo a co mpa nhadas por efeito s sonoros e vi suai s adap tados às
preferên c ias do a luno. e dssi m por dia nte.
Skínner rn n siderav a que dS esco la s vin h am perden do muito
tempo pa ra 1!11 sina r - e mal. d iga-se de passagem - conteúdus que
pode r i.:im ser e nsin ados nnnl o ma is rápid a e efic ie ntemente. Pa ra
realizar essd meta , basta ria que os n,nhed m eu to s esco la res fos -
se m ela bora dos de fo rm a si mples , se m gra nd es divogdções, e que
se exi gi ss em do a lu no res post ds objet ivas sobre os a ssu nt os abor-
dados . Ao empregar esqu e 111ds de refo rc;dinento co mo os qut· vim os.
a m á qu ina dt:> 1•11sinar ins ta ld e s up1ime co m portd1nentos co m ro tai
objet ivida de, e é isso o que a eJucaçiio esco lar t'Spera faz.- r.
Co111portamentu/i5mo e tecnicismo
A escola e afcibrica
53
I SICO LOGIA DA EDUCAÇÃO
Educação e .rnciedc1de
54
P1\VLU V, WA TSUN f. SK IN Nl R . C OMPU~TA M~.NI,\LI S~1 0 [ EDI K J\(.A<I
Um problema epistemológico