"subme1er o id à força adap1ativn do ego, mas de enriquecer o eao"
i ntegrnndo nele a pulsionalidnde do icl. o que resultará em uma
Assi1n co1no as repet idas experiancis feliZC8 de ser n "rrido e ""'nlJldo são instn1mcoH1\. na infância.para o ?.tabclet:1-" rncn10 . llro do obl.?to boin.tainbém duran1e u1na anahsc cxpe- libertação das pOlências afetivas. com a ampliação da capacidade de .seg .1- • · .· t>elidas cricói.:ia e \•erdu<lc dtts lcrpre1_ - • da ncn . rc du • in obaçocs - : "amur, reparu1', agrndecer. Ma.<, para isso, é imprescindível faur" ctu.s ....o ori1•i- "conta10 e recuperar -as:.umindo as - as pocencias destnitivas. cm especia l as da i nveja, que tanto arucnm as possibilidades de boas experiências,experiências de s:uisfução." "A análise <leve proporcionar u n1 an1bientc de rnáx ima toler3nda para com a vida pubional, que favoreça sua integração ao ego:" "I m a 4ue o analis111 -e rc1rospoottvamcn1c o ,_. c-" :ioe aseju1n c1;gid(\. conlo figuras boa .'>. (ibid..v.111.p.265) EIOJ considera que. o l rofu ndo sen1imc1110_de segu r nça ssíve1 de ser obtido por n1eio do ..:ontato co1n a inae. 0 1 m<l1u1 te "pa ·1·se decorre de repelidas rntroj-ões de um ob,1eto u11 1ro u1na na · • .. ,·o· arcrucos" danificado. e isso é possível 4uando !IS process "O inslghl ganho uo pro<es>0 de u11cgraçlo 1om1""°""'ívcl ao paciente.no dccu1'SO da análise, reconhecer que exis1cm partes de seu sei/ potencialmente perig0$L"" MM qmndo u amor pode ser suficie111cn1ente reunido ao ód io e h inveja que cs1:1vum excinf.lidos,c.\Sas cruoc;ões tornam--&e toJenlvcis e diminuem porque:" "são mitigadas pelo amor.(ib1d.,v. m. p. 265)" "Para concluir esta exposiçiio sobre o livro l11veja • gratidllo, podemos di?.cr que, sempre que houver perturbações """" capacida de de viver o praocr e n capacidade de lrabalhnr e criar.é possível levaniar a hipó1ese de algum cs1rago provocado pelo - às vezes" 0 csão possibilitam uma boa discriminação entre o ob)CO bom e _e Quando há predomí nio da i nveja. o ataque ao Objeto bom o mau. rocesso de "---·• a .:stad<» de confu:;ão entre bom e mau, e os 1>" "tarão Para 1rabalhnr en1 cistlo levun1 a cslados de mu1or r,1gmen Y . . . ... . ." "anihir..e esses.cstados de f.ragn=1arlio, é preclSO dcurnr c.mergtt as" ''nicnio•ru.1s en1 sent'1n1ç'nto·' - isto é• as n1emón s inn1.s an11gas. ". • b· 1·.·•ç""ao - e po<ler criar uma nova uutudc com" reloçiio às mais antigasfrustrações. Ve· o eh descreve esse processo: Pnrn cx.111'\:sSar de ou1ro rnodo. i\ ª''sieadc 1>ersecutórl:t e basrnnte silencioso trabulho du inveju. E um dos maiores proble n.ecanísrnos c.. ",•.,......d'11n•1nucm.e 0 r-.-.i.çnte pode elaborar" mas dos indivíduos movidos (e paralisados)pela inveja inconsciente "é a ex istência de um superego invejoso que ataca e destrói todas as tentativas de fazer reparações e criar. Esses pacientes contam com uma voz interior que insinua a inutilidade de todos os esforços - oomo o conhecido mote ""não vale a pena"".repetido à exaustão pe los dct>rimidos -, <lc manei ra que acabam condenando ao fracasso os moviment de interesse e real ização nomundo.O sentimento de culpa e exigências exortitantes de consertar os estragos promovi dos pcl i1 inveja ga nham Ulll car:íter persecutório. Em vcida culpa tomar-se uma força propulsora de reparações, em razão de ter se" "tornado muito persecu tória, transforma·se em necessidade de pu· nição e esta, por sua vez, passa a a limenrnr o circu i to de desvnlorii.açfio ele si. Conlo reverter esseciclo vicioso originudo pela diminuição de si'/" Melanie Klein compara o tlcsenvolvintcnlo nos prin1eiros anos de vida ao que ocorre em uma análise: a l osiçllo dcpresi;iva. Quando ele $Uf)efa. itc c:cl' O pnl?• .su irM.:apactdadc iniial de t!iitabelecer um bom objCtQ. a inveja d11111nu1 "sua ca1>1.1cidade de fnuçãu graudão aumcnla pnl\so a r.asso e · , a pectos da pcrsonnl1dade" Hssas rrnichu\ças estendc1n-sc 'L nn111o:s s . "do paciente e""·'O desde a vida.e.mocional mai:, arcaica :Hé ai\" "experiências e relações l'\(h 1lca . (1b1d ., v. LU. p. 267)" "Cremos que 0 ponto pri ncipal d isto é a criaç.ã u. cnpaciclude de fruiçtío do objeto, pois em.grande medida a ln'e predomina qu•ndo de alguma mane1m a cnançu toma se incapaz" usar o objeto como sua fonte de pra:t.er. s emelhante U'!!!.'..9.lle.s' vi:_nj>a • sent·cu lpa e preocupação em "relação a ele. Frisamos esse aspecto porque esse raciocínio vai nos ajudar a entender o caminho pelo qual Melan ie Klein chegou à h ipótese do com p lexo de édipo arca ico e à idéia de posição depressiva, o que será melhor explicado adiante." "Va1nos sugerir o seguinte esquen1a, para aqueles que desejarem ler os primeiros escritos ele Melanie Klein:suponhamos que a relação · de objeto parcial, de um lado, e do outro. a relação de abje to 101<1/ , isto é, aquela e1n que já exjsre un1 prinleiro reconhecin1entodo ouLro como um outro sujeito desejante, sejam as polaridades que estão organizando as observações da autora nessesprimeiros escritos. Por falta desses conceitos,ela coswmava referir-se àsrelações de objeto pardal chamando-as de "" pré-genitais"",e as relações de \W;!Q..!Q.li°!L de ""tendências oitais""." Mas retomemos ao tema principal dos primeiros trabalhos de "Klein,a inibição i ntel ectual. Suas primeiras teorias sobre a inibição intelectualencontram-se nos seis texlos iniciais da sua obra corn pleta ,3 1nas forarn sendo acrescidas de tuna interessante teoria sobre o simbolismo, que se desenvolveu mais profundamente nos textos que vão de 1926 até 193 1, principalmente em ''A importância da formaçã<) de símbolos no desenvolvimen to do ego"", de 1930. e ""Uma contribu ição à teoria da inibição intelectual''. de 1931 . U m estudo minucioso desse proto-sistern a kleiniano pode ser encontra do na obrJ de Pétol,4 não cabendo aqniun1 aprofundan1ento 1naior." "Entretanto, é preciso aponrar que ela partiu de alguns trabalhos <!"". . ·" Ferenczie Jones. que faziarn considerações sobJ'e o interesse J?ri· mordia!pelo próprio corpo e colocavam a orj.Jle. m da capacidade d "3. O desenvolv i1ncnto de u1na criança (1921), Inibições e dificuldudes na puberdade (1922), O papel dn escola no dcscnvolvimenLO libidi:naJ da cdnnça (1923), Umf! contribuição à psicogênese do.s tiques (1925), Princípios psicológicos daa11álisc de crianças pequenas (1926)." "4. J . 1. Pét.ot. f.1elanie Klein I e /f . São Pau1o: Perspectiva 1987: ver, também, a dissenação de mestrado de Elisa l\tlaria Ulhoa Cintra. Rníz.es dq pensamento kleiniano. defendida no Pl'og:rarua de &-.tudos Pós- ·. g.roduados em Psicoh)gia CUnicn da PUC-SP." "faz°er símbo_! _!!]!!_ necessidade de S2,_ lecer re" . tns-ões entre partes do corpo e aspectos do a m bi Nessas "Teori as. sugere-se que , co1n base no erotismo do próprio t.:Orpo. ha-" ",veria um transbordamento libidina l em direão ao ll!!llldo, sendo que" llt ansferê.ncia de l i bi do de partes i nl ernas a partes ex reJ'nas garan- "Fcrcnczi afinna qui; a base da idcurjficn ção . urn csttíg,io preliminar do imbolis1no. é o falo de que numa etapa inicialde seu' desenvolvimento, A criança tenta rcdc.o;cobrir os órgãos de seu çorpo e SUilS ati vi<ludcs e111 tollo objeto con1 que se dépan1. Ao estabelecer u1na co1npHração cmelhante dentro de seu próprio organisnlo, ela provavelmente encontra na par1e !-iupcrior do corpo nm equi\'alentc para cada detalhe da parte inferior imbuído de in1portâ11t:ia afetiva. (Klein. ObrflS con1pl<•tas. v. 1.p. 109)" "Melanic argu1nenta <rue era o ""valor de,prazer"" de certas" "partes do corpo da criança que conferia a elas um ""sign i ficado" "·if1!. lico-sexual11 esle, por sua ve- .ent atri buído a partes do corpo da mãe,que adquiriain, assirn, urna ..equivalência si1nb61ica"" con1 ocO_ infantil, base-ada a nas nesse vc.ilorde razer ou des razer. Oqhes.se já é un11ratmlho da imaginação: con1eçtt, assim, a idéia da con$trução de um mundo interno,pois é dessa rede de equivalências q'óesu rgirão os primeiros elos de ligação simból ica que, por sua ve:L, vão forrnar a primeira tran1a do ""tecido"" da fantasia. Te1nos aí. também , o germe do ""objeto i111erno"" (concei10 essencial ao pensamento klein iano), por exemplo,quando o prazer oral pcJmi1c que:boca e seio materno seja m equacionados (ou iden1ificados)" . segndo seu valor de prnzer e desprazer: isso cria os objetos "Jll ç_mos .''seio botn'' ou ..seio mau"", representantes da experiência" de-prazer e desprazer no i nterior do psiquismo. Vtile :1ssinalar que issà·ênfilse na construção e no dina1nis1no dos objetos internos foi "_, ,uma das grandes inovações klejni anas,e duranle um certo tempo, já' nac década de 1930, algu ns de seus adeptos se organ izaram em qm_gn1pode trabalho e estudos que se aulodeuominava ""grupo dos objetos i nternos""." Uma outra sugestão para diminuir um pouco a estranheza fanto o ódio quanto o amor intensos. Quando este 1ne.canismo é produzida pela descrição kleiniana das fanta$ias sádico orais e usado para modular ou rchttivi:t:ar a excessiva intensidade das eino- "sádico-anais é a observação do comportamento de criminosos. É çóes, funciona como um importamc rccur.;o de regulação do pruzcr. comum que os ladrões que assaltam urna casa, não apenas tentem. O problcrn<1 surge q""ando a negação maciça da realid ade psíqu ica apoderar-se de tudo que te1n algurn valor, mas tentem suja r e produz un1 estado ''anestesiado"". Muitas pessoas relatam que, an- detroir0 interior da casa e façan1suas necessidades dentro de salas tes de co1neça.r urn trabalho de análise. não conseguia1nest::tbeleccr e quartos,10 que pode ser considerado con10 uma fonna prin1itiva ·CQoato con1as próprias emoções, nen1 nomeá-las para si mesinas," "de agressão . neste caso, un1a verdadeira atuação, calcada nestes Br! Ocipnlmente no que Langc às en1oçõcs derivadas d:l dinâinica do primitivos roteiros fantasfslicos. ódio, conu) ressentin1eoto, inveja, ciúme. rivalidade. É un1 estado Volt.cmos ao texto de 194{;. Neste, Melan ie Klein recorda o de profunda indiferença ainda mais básico e rndical que 0 de u mü" "°'""""'" leitor a respeito das defesas típicas da posiçrío csquizo-paranóide: """''·.""""'""""''d<;prcssão melancólic<i." l'5< """os mecanismos de cisão de objetos e de im pulsos, idea l ização," 0 Um dos casos tnais extremos da negação da re. tidadc psíqui- "ncgação da realidade interna e externa e abafamento das emoções"" e éo ""abafa mento da. emoções"",uma cstrntégia rndical de tornar-" "(il>id .• v. JT1, p.21). se- insensível que aconteceu no caso clínico de Dick, o men ino psi-" "A cisão dos objetos é a responsável pela criação de objetos cólico tratado por Melanie Klein, em 1930,e que parecia ter-se 10,._ bons e n1aus, a cisão dos impulsos é a que separa o arnor do ódio.. nado i.ntLi fcrenle a tudo e co1npJetarncnLc desinteressado no nlundo. A idealização, na posição esquiro- paranóide. é muito intensa , não = Quando os medos 1>ersecutórios são 1nuito intensos, não é apenas porque a111or e ódio permanecem amplamente cindidos, mas ;,t'>SsívI passar cln posição cqui:to-paranóid para a posição porque a construção de uro objeto muito bom (idcali,ado) é éprcss1va e todo o dcsen volvornento da capucidade afciivu lica necessária para combater a pericu losidade extreina dos objetos ·' foterrompiJo.Uma observação interessante feita por Melanie Klei n persecutórios. Outras razões para a idealização do bom objeto :é n de qu e a in ibição da vi da afetiva provoca também u m podem ser atribuídas, do lado da pulsão de vida, à insaciabilidad°' l! S]àrtcamento da curiosidade e da ca11acidade imelectual.de maneira da deinanda de amor, já que as pulsões de vida ""aspiran1 a un1a ' · qrie n1uitos casos de deficiência n1ental podem ter, em sua oi·igern, gra tif icação il im itada"", leva ndo à construção ""de u m seio.· .problemas afetivos 1>., raves (psicóticos), que alteraram rndicalmen te inexaurível e sempre generoso -um seio ideal"" (ibid., v. IO, p.26),; ·a aceitação da realidade psíqu ica e da real idade externa e i nibimm" "Mas a i dealização provoca uma superin tensificação do; .,......,, ""'° ca·pacid ade simbólica. Com isto, ela pode retornar com mais" "aspectosgratificantes da realidade (idealização),com o objetivo de.· te<lursos teóricos ao seu velho interesse pela i ni bição i ntelectual e" anu lar a percepção de t udo aquilo que provoca desprazer e pelas dificuldades de aprend i;oagem. "ctesconfo110.e estas intensidade exageradas podem vir a ser ems - Melanie Klein faz a seguinte dcscriç.ão do ego arcaico um ego mesmas fontes de muito desconforto e perturbação. - gue. de fonna embrionária,j<í está ern ação desde o começo da vida É aí que se aciona un1 outro mecanismo; a ""negação da rea.: síquica , desde o nascin1en10 e, quem sabe, n1es1no anLes," "lidade i nterna"" consiste em negar os aspectos da realidade psfquica - xerccndo funç(ics defensivas e org•nizadorasda vida mental:" "que provocam un1 aumento 1nuito grande de excitações , ou sej ," 7. O co1npo1·tamen10 de defecar dentro da casa é tQ típico que recebeu "dcno1llinação cm lttlin'l, por parle dosc.o;.1udiosos de diito criminal." ". Eu diria que falta, cn1 gr;;nde n1edida, coesão uo ego" arcaico e que un1a tendência à integração e alterna con1 U(Oll :: : len<Jência l' desintegração.N um despc<.11.1çamcnto. /.\credito que ", essas flutuações são <.:'lnl.Clcrísticas dos prin1eiros n1escs de vida ." "(ibid .,v.l t(, p.23)" PEQUENA m::oNSTITUIÇÃO DA HIS'IDRIA DOS SISTEMAS KLEINTANOS A década de 1920 e as questões do conhecimento eda inibição intelectual Melanie Klein. como se viut começou a .ía.ter suas observa ções clínicas e a escrever e apresentar seus 1r:1balhos em congrcs "!«lS no início da década de 1920, e scr:1 essa primeira parte de sun obra que ircn1os agon.t considerar. Nc.sc pcr{odo cihtdo. ainda não e.xi.s.L61 nnturnllncntc, um pensan1ento klcinia110 estruturado. n1ns chi já é capai. de chan1ar a atenção de seus n1cs1res e colegas pela ori.. ginulidadc ôc muita< de suas intuiçõc>, e pel u coragem de >uus pro poslas clinicas e teóricas. apesar de >er uma recém-chegada." "Como vimos no capítulo unterior. o perspectiva e oestilo klei lliaoos revelam a importância por ela conferida à violência dos ins tintos, dns crnoç<'l<:,s e dos conílitos mais precoces entre força< an taf,õn1cas. Uma imensidade de aíe1os e impulsos desproporcional à capacidoclc de co111enção e orgonh.nçilo do psiquismo infantil.A noçilo !!rcgn de hybris como 111ptur11 do mhmn,dn ""ju srn medida"". foi por el a invoc11d11 em um de seus tíl1i mos trabalhos, ""Algumas tcflcxões sobre a Oréslia"". publicmJo após suu morte, em 1963;" "porém, a preocupação com o excesso, a desn1esura e a insaciabi lidado do desejo marcou o seu peosamcn10 <k:s<lc os primórdios. Em seus primeiros textos. Klein fala dessa /1ybrís por excelência que é" /V "Quando lemos Mclanie Klcon, lemos. em alguns mo1neolos, a" "impressão de que, paru ela, 1udo o que é cssencinl brow de deniro da realidade psíquica.de deo1ro das pulsões ou dos i11s1in1os ou das p/Ja111miOJ originárias - 1udojá estava lá dentro da criança. desde sempre. Essas i111erprc1ações esl1io de ncordo com seu jeilO inicial de pensar,mas, à medida que esse pensamen10 foi amadurecendo, Klein íoi conferindo mais impon5ncia aoi. ingredientes que vinham do n1nbicnte da criança: ºao ser amado e sentir prazer e conforto junto a outras pessoas''." Vejamos oomo a autora descreve a si1uaçlio de caos in1emo ampliado: "Na criança pequena. a experiências dcagrada\vcis e a falta cJc c.xperiências prazcro!>'.15. principalmente 1 falt3 de conra10 íntimo e feliz con\ pessoas a1nadris, atnncn1a1n a 11.1nb1vulência, diminuem a confilinça e a Ci)peranç.a e confirn111m as anicdadcs a respt;ito d-a aniquilação interna e a perseguição externa:além disso, rctardanl ou inter,01npern pcm1anentemcnte os processos benéficos all·avé.. dos quais se atinge a segurança iutenla o longo pnun. (ibid.,v.1.p.390)" "As experiências <lc ""conlato ínlin10 e feliz'' :;:101 portanto, decisivas para equilibrar a tendência mais ''par.mói<lc..do psiquismo nascenle.Na posição paranóicle. trabalha se em uma dinâmica ""pré. confli tual"", i s10 é, qua ndo os persegu idores aparecem , são acionados mecanismos de defe>a radicais e os maus objetos são sumariamen1e eliminados, abolindo-se o connilo.Talvez resida af a atração pelos filmes de super-hc1·óis , que com seus superpodere- conscgue1n executar co1n exatidão es.sa dinâmica ºcvacuativa"". É fácil atacar e matar os inimigos, eliminando todos os objetos perseguidores. Por ou1ro lado,quando emerge a posição de1>rcssivn, além da manul enção da guen·a ""paranóide"", insialam-se a culpa. o medo de destru ir,o pc.<ar de já ter des1ruído e uma intem1inável la mcn1ação pela perda dos ""bons tempos de antanho"", quundo a sa1ifoção era maisplena e mais imedialJI. Nessa posição,começam realmcote a ser vividos os connitos, uma dinâmica na qual de fato tem infcio o confronto entre amor e ódio. É a posição pam onde connucm todos os medos. angtlstias, sentimenlos e defesas: é isso o ""caos interior"".Éclaro que isso oão aconlece apenas com o bebê" "no momenlo do desmame , mas nas múl1iplas sit uações da vida" "adulrn - quando, por exemplo, nlguérn e.<1 atli10. n ngusliado com" "o fal o de 1er rnchucado a pessoa que nnia. dcsoJado coin 1 pctspectiva de ""ter estragado tudo"";ou.enrllo. alguém tenninoo um rclacion.ameruo e, passado um tempo, entra cm desespero para" reconqu 1star n pessoa abandonada. que já foi crnborn. Éum estado "desofrimento 1n1enso.de desejo que pu lsa dcsasso.segado. é um penar. M_el:m1e K lein fala ""dos sen1imen1os de pesar e preocupação pel?s ObJeloS amados '.o medo de perdê-los e o desejo <le recuperá" "los , dando a c<ie 61umo aspeclo o nome de ·anseio pelo objero amado''." "Anseio? Sin1, é ansej o 1an1bém. O termo cn1 inglês que corresponde a ..anseio'', pi11i11x. pode ser traduzitJo ainda por" "..penar "". rauçrío mais poétic.. e n1ais exata que ··unseio'"". pois" "contn a 1é1n.de um penar.de u1na dor aguda en1reh1çad1:1 a u1n desc.JO tn•alJSÍCllO.Penar M>frcr pelo oojelo amado; isso pre..supõe quese de a ele muita irnportância. muito valor.Bpor essa r""dzRo que as defesas 1naníacas. ex isLentes pnra dimi nuir c;:.sse penar (anseio). envolvem sempre algo como depreciação. rctirnda de valor e de" imponiincia.diminuiç-Jo de valor do obje10 de:.ejado. Soo estratégias "de n1enosprczo <1uc v 1surn exercer con1role sobre a excci;siva im!'°nãncia e O> :.entimentos de pesar, penar e preocupação pelo ob.JClO amado." ". Nn posiçiio deprcssi vu, us defesas 1nuníucas 1nui tas Vl.!zes marufestõlm sua onipotência por in1cn00clio da micromania _ isto é daestrnrégia de di.rninuir u impon5ncia e o vulor dos objetos ama< (como u r.1posa d1unte dns uvas inucessívei s) -e. ou1ras vezc.. . da mega_lomania ampliando ao 1náximo e de forma mágica a" "caac1dnc de r stuunr.reparar e consertar lodos os trago.o:; re110. pelo Slhsmo . E preciso negar de manei rn onipotente a forçn da dcsuu11v1e ao mesmo lernpo engrnndecer e ideali>A1f os poderes de reparaçao: as defesas man íacas rea liam esse trabalho de neaçüo da própria deslnllividadc e, no mesmo 1empo, enfraquecem os laços de dependência em relação :ioobje10 amado.conquistando uma cena autonomia paru o ego. que la mbém é um ingrediente neccssr.10 a dcsc1volvi1ncn10. A li io que .se pode tjrur <laí é que tanlo • hgaçao ufet1va com um objelo amado. quanlo a autonomia" Só é possível obter satisfação se houver capacidade de fru ir "o bom objeto, e isso depende ela gru1idão e daquela ""capacidade inn. ta para o un1or'·.""que já discutimos ;:icima. Mclauic Klein enraíl.U :' gratidão tanto na cnpacidudc innta par.:t o amor quanto nos aspec tos maternos que ujudam a criar uma boa relação com n criança e afloram o êxtase da nmumcnL•ção - ligado a um sentirnento de per tencer. tle poder unir-se com outru pe. soa e estar felit." Essa soma de experiências felizes com o seio bom permite a "boa introjcçlo de.o,se objeto que funciona como um ntlcleo de amor e pro1eção. e que sertl, para sempre, a fonte última de toda a pulsao de vida do sujeito. A grat idão aprofu nda a capacidade de ""usar o seio bo111"", e este se torna cada vez 1nelhor quanto mais gralidl'io houver. o que chi início a um ciclo benigno. ""Por meio da riqueza intern<1 e sun 1·cin1rojccr1o, há u1n enriquecimento e aprofundanu.:nto" "do ego... A grut idfio está i ntimamente ligada à generosidade"" (ibid .," "V. llJ , p. 220)," "Adentais, esse 1uJc leo de amor e proteção decorrente da introjeção do bom obje10 é lnmbém o cenlro de 1oclos os valores éticos do sujei10. hso levo Melanie Klein a 1ecer considerações sobre ""altcraçõe.o, do cardtcr"" ligadas à falta de u ma fume introjeção do objeto bom. Es1e úhimo não é apenas o fundamento da conliança que o sujci10 tem no mundo, mas desua própria ""cooliabilidadc""."" islo é. sua capacidade de comprometer-se com valores e pr.l1icas" "e, além disso. a capacidade de manter o compromisso ao longo do" "lempo. As pessoas com al1ernções de car.íter sofrem de ""... ânsia por poder e pres1ígio. ou a necessidade de apaziguar perseguidores a qualquer custo; [estes) estão entre os aspectos de mudança de" "caráter lJUe lenho em menLe""(ibid,, v.m,p.221 ). Klein expl icn que" "as pessoas que não esrnbeleceram o bom objeto interno, no se sentirem ameaçadas e perseguidas, perdem complelamenle o co111ato com essa re:;ervn irncrnu de conlinbilidade, e são levadas a ugir de" "13. Vol1a it esclarecer que a ..capacidade: inata para o amor""' nlo prcci<a ser entendida no plano puramente genélico. m:I.$ decorre de cenas c1rac1crísucu in<1.llS, sobrecudo a maN>r capacidade detolerar frus1raç6es." 14.Em ingl!s.lcmoo a r<liabiliry. "qualquer maneira (é o ""vale tudo""), pois consideram que ""n o 1 111" "nada a perder'' . Umn peso:t excess iva 1nen1e ambic iosa. que procura ob1cr prestígio a qualquer custo, revela que es1á em busca de uma garantia de ser amada, en1indo que. par.i isso. precisa ter" "poder. não imponando o cus10 ou as lr•nsgressões necessários para chegar a esse obje1ivo. Aqui hil uma grande variedade de pa1ologia• possíveis:de um lado. as ahcrações de canl1er que conduzem à• diversas formw. de ""aluaçilo"" e transgressão de leis. levando dos menores aos maiorco> delitos; de 01111·0 lado. certas allcrações de caráter que não envolven1 n ques1ão é1ica. mas são significaLivas mudanças oo componamento social -tal como a hoje diagnoslicada ""sínc-ome do pânico""- em que h:! uma gradual perda de conlalo com o objeto interno born e u1n sc111imcnco agudo de dcsa1nparo, que leva aos ""refúgios m11is1as"".às in ibições e às fobias de" contato. "O contato con1 a ''rescrvu interna de confiabili<ladc"" é, pois. equivaleme n capacidade de 1olen1r frustrações,sendo aquilo que permite experimentar u gralidão. Além disso. a fir.me inlrojcção do" "objeto bom protege contra us alterações de car;íter que (lrivam de traços orais e anais. ou scj:i, umbição desmesurada, rival idade. desejo de controle e pos_o;essividade." Considere-se. ainda.qucmesmo as lendi':JlCias mais voraLeS da sexualidade infa ntil podem!ICr inlcgradas aoego.enriquecendo-o; os problemw. surgem jus1amen1e quando 1al iniegração não foi pos· sível por un1emprego excessivo do nlecanismo de cisão. "Melanie Klein dcdica !C a reíletir sobreosvários tipos de ci,ão. es1abelecend o uma d i ferenciação entre os diversos tipas de cislio que ocorrem no ego arcaico. llm pri meiro lugar, há uma cisão" ".prirrlQrdiaJ: urna cisão cn1re bo1ne 1nau objeto, com a concorniLarnc" "divisão do ego; eh.1 é nool!ssárin oo dc.senvolvimenf (), pois garantt: que o born objeto seja prescrvudo <los ataques dirigidos ao 1nnu obje10. Essa é a ""bon cisão"", ti!o necess:íria nos primórdio'da vida quanto a tendência à inlc!!raçi!o; el a garante alguma cstabilidade.jú que o bom objclo preservado continua sendo a fo111e das pu lsões de vida necessárias pnru contmbalançar 1end ências coo1rárias. >\ ""malignidade"" da inveja decorre deendereçar-se justameole ao bom objeto - o bom objelo invcjudo. em vez de ser preservado dos" posi çüo para nói de os objetos são quase sem p re parcia is é descartá veis. isto é. só interessam enqua nto proporcion am salisfoç1lo; coso comrário. devem ser eliminados:ei< por que são "é fundurnClltalmeme uma relação de desconfiança . é freqüente que ns crfanç<ts apresentem dificuldades com a aliment.açfio ou tenham dimi nufclu • sua capacidade de 1\-.ceber e acolher qualquer ""oferta"" do ambiente q uando predomina essa d inâm ica de desconfiança. Podemos assoc iar todas as formas ma is graves de inibição simbólica e das demais capacidudes egóicas ao predomínio da" posição parnnóide.que está n• base das psicoses. "Por outro lado. ao secomeçar a perceber o objeto como um todo. é possível identificar-se com ele e temer por su a perda, e a seguinte 1ransformação co1ueça u uconteccr:" "Quando a t:riu1tça (ou o adulto) se idcntif'icn de íom1a mais co.-nple1n com um objeto bom, o anseios l ibidin;aj,; l\lmcntam; eJa· desenvolve amor e desejo vorazes de dcvorur ec objeto, e o mecanismo de introjcçio reforçado. Alm dit:o,ela se vê" "(i. .a repetição do ato 1ern ô objetivo de lei.lar a re.. lidnde dos seus medos e refutá-los), crn parte porque tenlC cê-los pcrtljdo por c11usn de seu canibu lisn10 e tarnbérn porq ue 1c1n rncdo dos persegu idores i ntcrnalizodo.i, precisando do obje10 bonl para ajudá-la a combatê-Los. Ncs.se estágio, mais do que nunca, o ego é impelido pelo amor e pcht nccessi<ladc de introjerar o objeto. (Klein. Obras <:Qm/>ltuu,v.1.p.306)" "Nesse caso. predomina uma relação de confiança na bondade dos objetos, e o processo de i nu'Ojeção do objeto bom converte-se na fonte de segurança e bomludc que assegura a intensi licnção das trocas co1n o ;unbiente e o processo de desenvol vi 1ncn10 con10 u1n" lodo. O que torna difícil a in<t.alação da nova dinâmica depressiva "é que os processos típicos d a posição paranóide cont inu am existindo; na verdade, como voltaremos a enfati.ar mais tarde. as duas posições coexistem durante a vida toda, e essa coexistência é fonte de um perpétuo conflito." "Mcl an ie Klein acrcditu que o sofri mento l igado posição depressiv11 tende ajogar n pessoude volta para a posição paranóide," "r c,vu1:1•1• ···"" •" poí' é no momento em que i nlrojcta o objeto como um todo que 'º tom• capaz ele dimensionar melbor o desastre ...criado pelo seu sudismo e princi1)l1)mcn1c pelo cuoibalis1nu . Só então etc sofre por causa disso (...). é pn:ciso uma idenrificação 1 complclO de 'iCU valor parn que O et;O perceba O est;1clo de dC· "sintegru\:ilO u que o rcdu1.iu, e contin\i:la reduzi r. O ego cnllfo se depara con1 u real idade psíquicn de que seus objetos tunuru sos estão num C$1ado de dissoluç:to-e1n pedaços. O de:tCSpc· ro. os remorns e a ansiedade oriundos desa constatac,'io •lo por u""ás de v•rin si1uaçõcs de an,iedade. Plra cit.ar apenas 11· gu1nas: hf' u aniccJ:itlc de c;o1no juncur o pedaços de n1aneira correia e no ocasião adeq uada; de como escolher os 1>etla1;0:;" csle foi 1nont1u.lo <lc ser pcrlurbudo durante csl)tt lilrefn 1)()r ob "jcto 1naus e pelo seu próprio ódio etc. (ibid., v. l .p. 31l )" "No momento cm que escreveu esse tex to (1935). Melan ie ((leio posrulava a existência de uma posição depre<Siva, de uma maníaca e de umu obsessiva. Com o pw.sur do tempo, agrupou as três posições sob o nome de posiçiio depressiva, dando- se conta de que, nas três, a angilst io era sempre a mesma - angústia de perder o objeto bon1 i ntrojc1ndo - e que as divcr a dcfcas (rnanfuca e obsessiva) en.1n1 clifcrentes estratégins parn l i dar coru a me!i1nu angústi a, en4uanto o capacidade de uma uutênt ica reparação nfio estivesse bem in.su1lada." "o momento de assinalannos clarame111e que, a partir dnf. sua concepção de ..1>0siç3o'"" ganha 1nai. cun1plexidade e ao rne. .. mo tempo, um car:her mais estrutural: cadn posição abrange um certo tipo de angústin, be1n corno ns d iversos defesas 01obiliznda para lidar com essa nngõstia e as relações de objeto que são c11rnc-" 1erísticas daquela posiço. "Podenlos tan1b6m a firmar que a cisão entre ""figura excessi vameote boas ou más""' é o que caracteriza a posiç-.ío paranóide, no passo que o desenvolvimento da posição depressiva envolve a uni ficação e a relativi11çiío de.•sa ""bondade"" e ''maldade"",conduzindo a imagos mais moderudas." "Por firn , potle1nos a fir1nar que a suúde psíquica e a cnpnci" dade de amar e reparar dependeriio da clnbornçffo da posição 1\maior preocupaçno de Melanic Klein no escrever este artigo "foi. porianto, compreender o modo de funcionamento do ego arcaico e seu estadode não-integração.Ili.te estado éoque favorece a de.,integração, fragmcntaçi!o e despersonalização, freqüentes na< psicoses. Embora elu já t ive.<se dado in ício a u ma.reflex lio sobre estes ussuntos, desde a época em que folnvu da posição parnnó1de, no t exto de 1946, a própria mudança de nome para esqulzo parnnóidc revelaque ela tinha percebido u_ma oscilação entre dois pólos por parte do ego arcaico. Este oscila entre momentos de profu ndo isola men to, como se entrasse em um estado quase aut ista , alternando-se com o mergu lho cm estados de fuscro (e" "c;iso d a ident ificação p rojetiva. Por u m lado. excesso de difercnciaçiio rígida e incomunicável - estado esquizóide -, por outro lado, momentos fu<ionais de absoluta indiferenciaçilo estado pamnóide.Devemos,contudo, advenir o lei1or de que esta dffcrença entre mo1nent.o mais csq11iz6ides e nlo1nentos mais p.aranó1des não foi oilida1ncntc fciln por Melanic Klein, endo no entanto uma p0ssibilidade de leitura bastante plausível e apta a esclarecer certos desenvolvimentos psicopató logiCóS." Embora muito permaneça ainda por serdesvendado no campo "das psicoses. as novas teorias e idéias klein ianas ootidas nste te.io abrirão novos horizontes e ajud arão a eluc i dar muitos fonômenos da esqu izofren ia , da paranóia, dos estnd os de despersonalização e fragmentação do ego e farão con l ribuições importru1tes para o estudo de todas as psicoses. Vamos, ngora, ao" texto propriamente dito. "No começo do tex10 de 1946, Melnn ie K lein recorda que a" "cisllo entre um objeto bom e outro nu1u já havia sido detectada desde os seus pri moiros cextos e esta sepuração tem um crcito or ganizador importante, pennitindo que u""rnãc boa"" 1ln1n.cnha-se como tal, enquanto a ""mãe má"" seja eliminada transitoriamente metlinnte a pmjcção.A ""boa'"" é aquela cuja presença corresponde. às necessidades e anseios do bebê; a ""má"" é a que não corres ponde e, principalmen1e, a ausente. Como se irá esclarecer na obra de uni de seus seguidores 1nais originuis - Wilfred Bion - ncsre. nível de funcionamen lo não há uma e•periêocia de nusancia ou" de falta. pois o objeto ausente é tornndo presence na forma de u m mau objeto.Não há vazios. há um plenameut c bum e u m pie namente n1au. Melante Klein nftrma o .eguinle: "Os medos per.stculórios decorrentes dos i111pulso.s stídit:o-orai<t do hebê, de u.snhnr o corpo nH1tcrno e retirar 0$ contetíc.lo'( bon.:., m conu.> dos impulsos slidico..anais de pôr dentro da 1nk os próprios ccrt""men1os (incluindn o desejo ck inu'Odu1ir-)C em seu corpo. para de dcnlm controli-la) são de grande i1nponância para o dcsenvolv imcnlo do pun1nóit1 e da csquiZOÍl'CllÍll. (ibid..V, ll l. p. 21 )" "futtt.s fantasieis primitivas expressus assim em un1u ""lingugen1 de órgãos"" constituem u m dos n>pcctos da obra klciniana que desperta as maiores resistências cm seus leitores. Achamos que a melhor mancir3 de ampl i ur a con1preensfto para esta ""fantasmagoria louca"" é a leinira sis1emática e cuid adosa de alguil$ relacos dfnicos (de psi coses). com o. por exemplo. o caso Schreber, esludndo por Freud e publicado em 1911. O constante" ",medo,expn:sso por Schrcbcr. de ter o seu COllX> invadido e de ter seus órgãos roubados. além dos inúmeros episódios hipocondríacos agudos - nos quais o paciente ficava em urn cscado de quase estupor e imóvel enquanto sentia dore. que estava m no limite do suportável -.dc1n011Str;i que as rnntaSiilS de ""corpo invadido"" São conluns e1n casos ele paranóia e de esquizofrenia. ou en1 situaç. como o do presidente Schreber. 111 que há momentos.como aquele do início de sua internação.em 4uc componava sc como se fos.'IC um esquiz.ofrênico e outros 1no1nen1os, como aquele e.m que começou a conscruir o delírio. cn'I que se con1poni1va n1ais co1no um paranóico. No fi1n deste Cexto kJeiniano<1uc ea;unos nnulisan<lo, ela redige um 110.i·t scri111u11J de três páginas,chu1nando il atençiio do leitor para u ma rcleitu ra do caso Schreber. luz de suas considerações neste artigo. A própria oscilação que o caso deste paciente apresenta encre os dois diagnósticos, de esquizofrenia (logo no in ício de sua segunda incernaçilo) e de para nóia (a punir da instalação do delíiio), servem ao pmpósito kleinia110 de exempli lic>lf, utUizando-se de u1n caso, o diníHnisn10 primitivo que é uo rnesmo tempo esqui1.óide e paranóide." "concepção, d i fertlllc da de Freud, de que não hii projeção apenas de pulsões, mas ioda projeção envolve a lguma ""perdo"" do ego" que viaja junio com as pu lsões para fora.Esta dimensão do ego que "viaja para fom junco com as pulsões é o conjunco de identificações l igadas oo dc.ejn de descruir. t o ego violenco, descruidor que t" assim elim inado. Isco levará Mela n ie K lein a falar d e u m empobrccimcnco do ego quando ocorre um uso exagerado da idcncificação projcciv a. Podemos alimiar que os aspectos mais patológicos dei. e tipo de estra1égin evacuativa derivam de seu uso excessivo. pois é inquestionável a necessidade de um certo quantum de idencificação projetiva por pu rce do ego ai·caico.• Outro aspecro doentio que podemos associar à posição esquizo-paronóide é a criação de um estado n1ui10 pcrsis1c11tc de isolamento e re.1raünento ern relaç.üo no "ambient·e, isto é, u m fechumento narcfsico excessivo. C!ntrctnnto será apenas nu é1>0ca de elaboração do texto lnvej(I e grntidOo'" (1957) que Mclunie Klein poderá diferenciar com maior precisão os aspectos mais normais e os mais patológicos da posição esquizo paranóide. "Um ponto importan te é queo mecanismo de ideotilieaçllo pro jetiva ,inicialmente descrico romooprotótipo de uma relação de ob jeto agressivo, será. mm o tempo, desdobrado em uma série de mecanismos dife.rcntcs, nos quais há sempre panicipaçlio de cisão e projeção, mas que terão diferentes funções; e, além disto. serilo diferenciados em formas mais hnonnais"" e•estrururantes'') ou ""anor mais""("" trutunrntc<""). A identificação projetivu moderada par cicipa ela gênesc,porexcmplo,daempatia,mas pode cambém ser usn da para alcançar unm pseud<r ideutidade,como é postulado no texto Sobre "" itle111ijicflç Ot1, de 1955. O que podemos afirmar. porufra seando Melanie K lei n que afoma que ""a identificação projetiva é o protótipo de umn rcluçiio de objeto agressiva"". é que ""a idcnt incu ção projctiv• é o procócipo de uma relação de objeto narcisi,ca em" 6. A importSncia de uma idcnt.iíteução pr<>jcliva oonnaJ para os processos <lc desenvolvunento psfquioo e pan a comunicação do bcbC com o a1nbicn1e íoi R:S..qhact. por umdiscípulo de Klein. \Vilfttd B . "que há uma pmfu nda i ndifcrenciaçITo entre etH>utro"". Os seguido" res de MeJttnie Klein irão desenvolver várius novas teodas a pnrtir destaprimcii-a descriçfio da idcnti licação projetiva efetuada cm 1946. No tex to sobre os mecani<mos csquizóides. a f)reocupaçiio maior de Melanie Klein serú desvendar melhor o funcionamento da posição paranóide. que passa encão a ser chamada de posição esquizc>-paranóide. "Se. por um lado, suas observações anteriores são mantid•se complementados. • mudnnçu de nome da posição significa que Melanie K l ein leve sua utcnção cha m ada para os ""est ados esquizóides"" de rnaneira 1nui10 1nnis inlensa do que nas prin1eirus descrições da posição parnn óitJe. !!la dará o nome de metanismos esquizóides a Iodas us dere•s cf ric•s desta posição; entreta n to," !cotaremos mostrnr que é 1 1il perceber que há defesas que têm um "cu11ho mais paranóide o outras u m traço mais csqu izóide. Vamos considerar que os 1nccnnis n1os esquizóides são aqueles que possuem a propriedade de isolar o ego do ambiente e panesdo ego entre si. prodti>.indo estsdos de incomunicabilidade e solidão que costumamos chamar de ""estudos esquiz.óides·. Estes mecanisrno operam por meio de cisões que levam a um rlgido fechamento do" "aparelho psíquico sobre si mesmo. visundo à auto-suficiência, e." "neste sentido, negando a 1mporcância da relação de objeto e da dependência em relação aos oucros." "Por outro lado.o que e>1amos aqui chamando de ..mecanis mos paranóides"" são os que crinrn um estado de indiferenciação entre o ego e O\. objetos ex1ernos. corno no cnso da identificação projetiva; o efeico disto é n i nstalação de u m estado de fusão, de caráter narcf sico, cmrc o ego e o •eus objetos. Voltaremos ainda a esta diferença cncre o ""c•qu iwide"" e o ""paranóide""." "De qualq uer forma . é i ntcress1111te considerar que Mclanie Klein adota o 1e111u1S/Jlittlng 1>)}' - lr-.tduzí do por excisão - parn se referi r aos dois movimenios em seu conju nto dinâm ico que é o t"".flr'ac.terístico da posiçiío esquil.O·puranóidc:: não se traLa apenus de uma cisão (embora elas scjtl m severas e rad icais). nem apenas de uma projeção para loru. de u ma evacu ação, mas de uma cisão de partes de si que silo imcdiatamcnlc expulsas e colocadas" em alguma parte do ambiente.Os termos spliting off ou ex-ciu1o procuram expor esces dois aspcccos do mei;mo mecanismo. "Devemos subl i nh ar que.noo seus primeiros trabalhos, o s ndi s:" "mo e a sexuafülude cncontrnm -se ai nda bastante en t re l açados,.!!. que se pode vcri ricnr até os textoo de 1926. Iless<i daUt em diante, é oomose Klei n f06se ficando cada ve-t mais impressionada pela im" portância da destruti vidade como força alllônoma em relação ll libiiiõ. "Podemos levantar duas razões para esse movimento de sepa ração das pulsões. A mais óbvia é que ela havia abraçado comple tamente a idéia cfa pulsão de morte proposta por Freud cm ""Além do princf1>io de pr.rt.er"" (1920), uma proposta que não fora muito acolhida em diversos círcu los freudianos, mas que sempre contou com a aceirnção entusiástica de Mclanie Klein.Ela não só ucci t:iva a noção de pulsão de morte (nos seus textos em inglês , npnrece o tenno death instinct , ""i nst i nto de n1orte""), e.orno linha oecessida.. de de separnr nit idamente a pulsão de morte das pulsões sex uais . pois prccisnva metodologicamente do dualismo pulsionul ,ou seja ," "de dois pri nclpios claramente opostos para dar fuodamenm teóri · co ao dinamismo psíquico, sendo que Klein sempre foi estritomcnte freudiana noque diz respeito à ênfase na noção ele confli to psíqu ico." "Mus a sel!unda raálo é que ela preci sava separar bem du diferentes d inflmicas pslquical! ou modos do individuo relacion'!!:_ se aos objetos de amor. Suas observações clínicas a encaminharam a dar uma certa ênfase ao modo de relação das etapas pré-genitais, quando ainda não e•iste a capacidadede cuidar e preocupar-se com o destino do ""outro"".que.aliás, ainda não ésequer reconhecido cm sua existência autônoma e separada. Não podendo reconhecer di reitoo, necesidades ou desejos do objeto, este ac.1ba sendo apenas algo a ser consumido e, portanto, de.,truído, ou algo a ser c" "l ado e submetido. Nesse caso, vigora ainda u ma ""lei da selva"", aquela que ordena ""pega. mata e come""-dinam]smo que é asso ciado por Mclanie K lein ao predomínio da pulsão d e m orte.' Em oposição a cssu ''lei dn selva"", poderá instalar-se. tnaís tarde. tuna ""lei da culturn e do social"", momento de reconhecimento do objt> to como outro sujeito desejante, em que as pu lsões libidinui s pre-" "valecerão, e poden1<.lcscnvolvcr-se uma capucid>1de de reconhecer" outro co1no autônomo ..: como sendo un1 centro de subjetivida e.Gom necessidades e desejos próprios. Podemos afirmar que o "modode relação que então se desenvolve tem como preuússa o re conbeeimento do outro humuno como semelhante,e baseia- se em" ".,ma ""lei da cultura"" ou d:i socicdade humana. A plenitude dessa oova possibi lidade. na qual predomina a pulsão de vida, é uma ocorrência 1.ardia no dcscnvnlvirncnlo. mas os seus rnomcnto.s ini ciaissurgem nos primeiro> ,eis meses de vida. Ou seja. embora desde relativamente cedo huja algu m entrelaçamento dos doi mo dos de se relacionar ao objeto,Klein precisava manter nítida a se paração entre os dois.O primeiro modo de relacionar-se sera, mais tarde. chamado de "" 1'Claçilo de objeto parcial"" e o segundo de ·" "lação de objeto total""." "Essa dunlidnde ••1ei da lvil''.""lei da cultur;i"" reaparece sernpre que se fala em c omplexo de Édi po. Há em ioda a psicanálise uma constante referência il poluridnde ntllureza/cullurn e a consideração de CJO. e o complexo <lc iJdipo celebru a passagem da natureza i1 çulrorn. Embora esses elementos n ão estejam nomeados dessa maneira nos escritos klein innos.cremos poder ser 6til pensar que," "para essa autora, u etapas pré..gcni1ai,; da sexualidade são regidas" "pela «lei da sel va"", e o objeto de amor é fundamentalmente um objeto a ser consumido ou submetido. O que vai gradualmente chamando a atenção de Klein éque,mesmo nos primórdios da vida, Mmomentos fugidios em que u criança parece realizar um primeiro reconhecimento do outro muterno como objeto total, e a autorn" "acabar-.í postulando que no desm amç ,isto é, no momento d<;. rda (embora moment ânea) do objeto p r i mário, há u ma pri meira confi ura ·ão 1nais nítida do ob·clo 101al situando isso r volLa dos seis meses de idade. : interessa n te lembrar que, tarnbérn parn Freud, o objeto se totaliza no rno1Ticnto n1esmo de sua perda.Assi111 sendo . podemos, nesses prin1eiros textos kleinianos, associar <1 dinâmica pré-geniwl <:0111 11 lci da naturc-a1,e, do outro lado, vincular" a eassagen1parJ' "a ..culturJ"" (ou o regirne social) com a prin1eira" "2. Esse lipo de rclaçilo de oonsumo e apropria<,'io doobjeto '"" ·""""'""uarde. chamado de ""ldaçlo deobjeto pan:inr." confi ura·:io do ob'eto tota l. ue marca também o início do complexo de • ipo. impõndo-sc a necessidade de se fazer o luto pelo objeto perdido.para que ele seja entãoreconhecido como outro "tro lado._ esta paciente achava que a única pessoa que valia a pena · , ,.. rqcessos de assimilação mais eficazes, isto é, quando os objetos" "e linha vida era Greta Garbo, que ela mais tarde revelou ser ela pró fwoJetados podem fundir-se ao ego de maneira mais completa. Pois pria, ou seja, havia constrnído um objeto l>om excessivamente 01'r0blema do objeto ideal perfeito ou do persegu idor terrível é que idcali1.adoe entrara em um estado de megalomania intenso. No caso le penn•necem como objetos cindidos do ego - uma forma de do presidente Schreber, analisado por Freud . há esia mesma refe'- enclave superegóico -e as nergias pulsiona is que produzem não rência ao desapareci1neuto dos ""verdadeiros..horncos e a irnpressão .ficam Íldisposição do ego. E fácil irnaginur que se houvesse uou1 de que estas pessoas que estão andando por aí não têm consistên-'· • assimflação m ais profu nd a desces objetos ao ego, este sairia eia nnh1.1n1a, foram ..feitos de última hora'',são unia i1nprovisaçãQ. ,. fotia.lecido. Outro critério de satíde psíquica é que haja inaior" """""" ..; "Um dos traços que caracteriza o funciormmcolo mais pri mí- ti vo do psiquismo é a i ntensidade das emoções, o que leva li" "Ho;;,'.l-'.8 <ntegraçilo entre os objetos bons e maus e entre o ""ego bom"" e o" "n• ·""ego mau"". O enfraquecimen t.o do ego causado por u ma" "constí Luição de objetos cx 1rema1nente bons ou rnaus. Construir uin,. iddptlficação projetiva excessiva torna-o n1enos capaci 1ado a" "objeto idealizado é sempre u ma estratégia para fugir da dor e do asslmi lur os objetos internos. Um dos trabalhos da análise é criar medo dos persegu idores por i ntermédio da fascinação com a exce- J;lí, to.nd içõcs favoráveis para que a assimilação dos ohjetos mais" "lêncía absoluta do objeto ideal. O problema de construir um objeto .. arcaitos possa ocorrer. A criação de u m relacíon•mento de sumamente bom é que alguém tem de ocupar a posição oposta. 0 · confiança ajud ü a diminuir os medos persecutórios, pois quando" "mais comum é que, paralelamente à criação do objeto ideal capai'.° tes são muito incensos acabam impcdimlo a integração do ego. do" "de reter e1n si todas as qualidade-s , 0 ego passe a ser visto como'""'- amor e do ódio e cria1n um scnLimento de aprisiona1nento para o não tendo valor, como sendo um me!'o dejeto.É freqüente obse(:·' 2\l!Y ;"" , jl'a icnte paranóico, por exemplo. que se sente pressionado por vannos o trabalho de autodepreciação das melancolias.sem que se"", silltaçõcs persecutórias internas e externas." possa deteccar con1 clareza que 0 ego denegrido e diminuído está Unia das pri1neiras coisus que Melanie Klein afirma é que as "sendo inconscientemente comparado com um objeto idealizado. 'tc1ações de objeto csquizóides são narcisistas, envolvendo um estado" dé índiferenciação entre o se!f9 e o objeto. Se o objeto é tomado "As v í.ria for1nns de cisão do ego e dos objetos internos · on1o suporte da prjeção das partes destrutivas e odiadas do selj," têm por 1·c.su1tado o senti1nento de que o ego está despedaçado. ;·-. esfabelecc·se um sentirnento de culpa inconscienle co1n relação à "E. te sentimento corresponde a urn cslado de dcsinlcgração. No,: pe ·soa do oulro, con10 se houvesse um scnLimento obscuro de dcscnvol\lin1ento nonnal., os estados de desintegração vividos · responsabilidade dirigida àquele que recebe.u as projeções da pelo bebê são transitórios. A g.ratificaç5o por pai:tc do objero bom ·' destrulividadc. Tslo dá orige111a uin vínculo que ten1 fortes lraços exren10, entre curroo.; fatores, ajuda reitenidttn1cnte a rranspor esses oóssesivo- compulsivos, ou seja.quen1 projetou sente-se con1pelüJo" "csiados esquizóidcs.(ibid.. v. UI, P· 29) a permanecer vi ncu l ado e dependente do depositário de suas" "A concepção k lein iana prevê, porta n to, estad os de ' projeções, como se precisasse rcsgalar algurru1çoisa importante que despedaça mento transitórios fazendo pane do desenvolvimento , foi perdida." "nonnal e, por ou1ro 1.ado, os fenômenos de despersonalização e de Um dos pl'imeiros ""sinais"" do caníter narcísico deste tipo de" "dissociação esquizofrênica, que sffo a conseqiiência de nina rélação é o desejo de controlar a outra pessoa: isto COl""rcspondc à" regressão persistente a estados infantis de desinccgração. "Achamos que aJém da questlio quantitativa, istn é,de um valor" "ótimo no equ ilíbrio entre introjcção , pro_jeçiío e ident ificação ," "projetiva, a sa(ide psíquiC<l pode ser garantida pela ocorrência de ;-"" A noção de :i·eljcorrcspandc, no pcns;.unento kJeiniano,i1 presença de nm" "Outro importante texto desse primeiro período é ""A impor-" "1Uncia da fonnação de símbolos no desenvolvimento do ego""'.de 19'.lO. inclusive porque é o seu primeiro caso clínico envolvendo uma psicose. Mela nie K lein fat, o relato do Lralamento de Dick, u1na criaoça psicótica: essa foi o prirneiia publicação de u1n e" i11/a11til de psicose. Nesse momento de sua obra. ela pensa que o e•ccsso de "frustração e de privação no início da vida, responsáveis pela" "intensificação do sadismo ""'em todas as fontes t.le prazer Ubidi nal"", obrigavam à crinção de mecanismos de defesa radicais.anterinrc.< ao recalque (à repressão), que provocavam uma excessiva expu lsão do sadismo. O sadismo expu l•O não podia ser sublimado sob_a" "u m a pa ral isação da exploração cio mu ndo e ds.Jl.rOccs.sos simbólicos - a chamada inibição intelectual, C!la vai perceber isso por meio do estado de indiferença em que se encontrava Oick, o garoto de quatro anos de idade cujo desenvolvimento afetivo e intelectual eslava completamente comprometido quando a cio foi cncnminhado." Blc pralicamenlc não aprescn 1a va nenhum s inal de adapiaçlo à rcalidado. nem de 1er cslabelccido relações "dcmon.!Hrava muitos a ieto.s e era indiícrcnte à preNcnça ou ausência da rnãc ou da bnb:t. Ot'..Sde o início, ele raramcrue ex.ibia algu1n LÍl>O de ansiedade e quando isso ocorria. era numa" quantidade c.xcepciona1mentc baixa. Não possuía quase nenhun1 "interesse. com u1na única exceção. a que voltarçi mais 1ardc tambén\ não brincava e não unha ncnhurn conrato con1 o seu ambiente. Nu mtlior p:.irtc do ten1po, 1i1ni1nva-se ajunlar nlguns sons d forJna dclo\conca1cnnda e repetia constan1en1ente dolernlinndos ruídos. Quundo falava, g.cruhncntc emprcaava Q seu paupéni1no vocabul,rio de forma incoJ'rct.a. Não se tratava apenas de uma incapacidac.le de se fa.7.er entender. na verdade" "Costumo-se considerar que o mecanismo de defesa usado 11ur Oick, isto é, 1 excessiva expulsão do sadismo, é um precursor do gue futuramente será desaito sob o nome de ''identificação pml'lu-" ·Segundo esse mecanirno. conseguc·se un1a di1ni11uiçiio grdn "de. embora momen1ânea, da ansiedade. fazendo-se com que o niuodopareç' orn mui10 dcsin1eressan1e,orn muito ameaçador e per secutório. urna vez que ununcia fazer returnur sobre o sujeito a agressividade projetada.O excesso de <u1siedade ou a (alw deln levam a um bloqueio do processo de simbolização; para que ele funcione bem,é preciso quehaja níveis 1nenores.mas nilo muito baixos de an" "siedade, e uma capacidade de suportá-la,oque,OOOi primeiro!; tempos. envolve a(ll\!Sença de uma moo c.1paz de f:izer opapel de ei:u a11,riliar." ". Para Mclane Klein,o priineiro objeto pnrn onde se dirigeino sadismo e o dcsc10 de <-. onhecer é o corpo dtt mãe e seus conteúdos fantasiados:" "As ran1asias s(id1cas dirigida contra o interior dc)SC corpo constituem a pl'iincira e 1nais hásica relação c:<un o n1untlo exten10 e u rc1Jidade. O grou de succslto con1 que un1 indivíduo consegue passar por c,.;1a fase vai <lcrcnn1nor a.ré que pon10 ele" "roali<bdc. (ibid., v. 1.p. 2S2-3)" "e, oo caso de Oick, Melanie Klei n pôde conslnlnr que a mãe do garoto, uma pessoa bastante penurbada e incapaz de manter uma relação afet iva esi:ível, hn vin sido especialmente incapaz de oferecer os cuidados matemos básicos ao menino. Se nindn nilo há no bebê um ego capl1<. de lolcrur as angtíst ins, nos primeiros tempos de ·.ida a li.ie te111 c.Je, ncccss:,riamente. funcjonar con10 un1 ego aOOliár: se lalhar.a criança fica à mercê de <inrnções avassaladoras" dó angústia. Assiro o dcscnvolvinlento do ego u a relação t.:01n o reali dade depcndcn1 da capacidade <lo indivíduo de tolcn1r n presão das primeira situações de ansiedade.Já nu1n período 1nui10 ini "cial. (ibid., v. 1.p.253)" "No caso dessa criança, em vinude das falha.-. maternas e das" "ou1ras pessoas chu1nacias a substituir a n1ãe. os danos fora1n ntu íto profundos e a formação de símbolos foi imobi l iz.ada. No llin desse lblo, a autor•conclui:" palavrn cxprc<;sa: uma nova colocação perante o objeto. Na J>Osição "paranóide. estar diante do objeto ind icava o seu consumo e. invell'•mente,como veremos abaixo.o medo de sua perseguição, pois as partes excluídas ou mahratadus vinham a se tomar uma fonte de ameaças.Na posição depressiva. estar diante do objeto é antes de tudo reconhecê-lo como alguém 4ue desejo preservar e que posso perder. Embora o conceito de fases da libido não tenlm sido abandonado por Mcla n ie Klein , a nova teoria que ela está con>1nundo (e teoria. aqui, quer dizer o novo modo de olhnr para um fenômeno) exige umn nova posição do olhar teórico e a criação de novos ccrmos ." "Voltemos ao 1ex10 da No1a Explica1ivu . E!m sua nova 1>0sição, na quul o ego se idemifica com o seu objeto, mudam os 1ipos de ansiedade que o bebê vai experimentar . Façamos u m pequeno parêntese para comentar a tradução de l111gst por ansiedade.O" "termo original em alemão. usado por Melanie KJein.é A11gr.1. que foi trnduzido para o i nglês como anxiety. A trndução em portugues da pnlavrn inglesa pode ser nngt,stia ou nosiednde, indiferentcrncnte; porém, nas obras cornple1as pela Imago. a escolha de ""ansiedade"" respei1a n soooridrulc da tradução inglesa.Mas retomemos à queslão da mudança do tipo de angústia seolida. DurJnle a vigência de uma relação de objelo parcial ,o bebê senie angústia paranóide, que mais" "!arde será chamada de nngtlstia perseculória: como ele proje1ou o , seu sad ismo sobre o objc10 (recortando-o e estraçalhando-o, para consumi-lo). tem medo, seme-se perseguido pela ameaça de sofrer, por parte do objeto. os mesmos ataques sádicos que ha via imaginado conU'a ele.Nessa angústia, a maior preocupação é com" "a preservação do próprio ego, o que pode ser cn1endido como um medo de aniquilamen10. Entretanto, quundo se torna cupaz de ver o nbjc10 como uma pessoa, começa a sent i r angús!ia depressiva, que é mnis complexa ciue a primeira, pois en volve o medo de ter feito danos ao objelo amado e do qual o bebê depende .e o medo de que ele morra ou desapareça. É uma angtls1ia culpada. na qual se tem medo dos estragos produzidos no objeto de amor.Duranle a posição depressi va ,n m1gús1ia para116i1Jc níio desaparece, ou seja, o lcmor pela preservução do ego se vê nercscido de temores pela imcgridade do objeto.O lextoda No1a Explicativa afirma que o bebê" ".""'""'"" ""'" ssui agora ·•uni conjunto tnais comple xo de scnlimentos "pbi valentes e an•iedadcs dcprc<sivas"", islo é, •e anie•" "•predominava o ad1 mo e o dCSCJO de devorar e.incorporar o outro, agora o sadisn10 encontra-se conlrtabalançado por sentimentos amorosos e pelo desejo de preservar o objelo v ivo. I sso é a" nnibivafêtrcia. u nii.slura de a1nor e ódio. Esse é um ponto importanlc para quem e>IÚ estudando os "t<:Xt0$ kleinianos cm uma seqiiência hi,tórica: emerge a percepção de que, nos primeiros 15 anos. a aUlora colocou umt1 ênfase muilo maior sobre a dcslrut i vidade, e que foi u partir da teoria da posiÇ<lo depressiva (1935) que ela i ntroduziu .com mais clnrc>.a. o conflito cofre amor e ódio. e pulsões de vidu e de morte ." "Ao entrar nn posição depres<iva, o bebê ""começa a Sénlir culpa pela suu ugse.sividade contra o objeto. tendo o ímpeto de repará-lo por amor"". A reparaçilo é um mccani•mo de defesa que Melanie Klein havia observado, nas sessões de análise, .<empre que as cri.anças sentinn1culpa peloN ataqueN imaginárioN n seus objetos de amor e desejavam devolver a eles a sua in iegriclmte ferida. Nesses rnomen los, é muito fr Ucntc que as crinnças façam desenhos, queiram colar.e con>crrnr os bri nquedos quebrados e expressem com toda a clareza a aspiração ao bem-c<tar e à saúde das pe;ssoas que a1nani." "É in1eressu111c recordar que hil u m tex to de 1929. ""Si tuações" "de a1tsiedade infumil refletidas em uma obra de arte e no impulso criador"", no qual Mclun ic Klein discorre longamente sobre o mecanismo de rtptire1çl10 valendo- se da análise de uma ópera de Ravel.cujo libreto, escri10 por Colene. conta a esulria de um menino que começa a querer destn1ir iudo o que e>tá uo seu redor e, desde que vive o doloroso isoltuncnf o de todos. ern u1n mundo que foi por ele des11t1ído e írag111e111ndo,senlc o forte impulso de cuidar da pata ferid a de um esqu ilo, momen to em que suas tendências à reparação do objeto atacado revelam a profunda transformação do seu mundo de fantasias. Ainda vohnremos a discorrer com ma is vagar a res1>cito da reparação que começa a" $er ativada por 111eio das defesas rnnnfncas. É unu.1 an1ecipaçiio de seis anos ao que veio a ser plena1nen1e pensado e exposto por KJein COI 1935. Negar u realidade psíquica envolve uma tripla opernção para a qual Klein chama a nossa alcnçiio:não é apenas negar os maus se11ti11u!11to.f e o objeto 1nau . mas aniquila-se também a p3.rte do ego que corresponde aos senl1mcn1os de ódio. Qual t o resultado des "ia lripl n operação7 Temos, de um lado, os bons sent imenlos ex1Je1nos e o objeto ideal , que se fuze1n sempre acorupanhnr de un1 ego insuflad o pela mega lomnnia e, do outro lado, senlimentos, objeto e ego diminu ídos, depredados, aniquilados. um quadro que lembra n micromania ou o del írio ele inferioridade.Delírio de grnn. deza. de um lado, delírio de inferioridade. do outro e tel1l<J5 aí os dois pólos radicais que reaparecem nas descriçilcs de casos" "de pa ranóia e esqu izofrenia. Bm Iod a descrição da posição esc1ui?.o-pa ranóide, somos reme1idos a es1c ""bom idenl"", um ideal do narcisismo fálico, absolulo e,do outro tudo, u m ""mau 1oial"", um del írio lamhém absoluto de uulodim inuição, de fcculizaçilo do ob jelo e do eu ." "Ou lra inovação do lC•lO de 1946, que na verdnde dava consiscência e nome a um processojá observado por Melnnic Klein, é o conceito de idenúlicar,;ão projetiva como pm1ó1ipo de l!IUa relaçiio de obje10 narcisista .Di1 ela:" A ourra linha de otuque deriva dos impul:>os onnis e urerrais e hnplica a cxpulsfío de substâncias perigosas (excrementos) do "expel idos com ódio. partes cxcindidas do ego silo também projcradas na mãe ou, como prefito dizer. p._ua dentro da m5c:. s excrementos e essas pan más do 1-lf a.ão usados não apenas para dani ficar, 1nas também para oontrolar e tomar poi,lte do objeto. Na medida cm que a mãe pas.1.1a a con1er as partes nut$ do se!/. ela não é sc111idri 1,,.·01uo um indivíduo scparudo, e sim como sendo o sei/ nu1u. Muito do ódio con1r:i pnrtcs do self é ago1·a dirigido contra a 1n1le. IS$O leva a un>n fon11íl pur1icular dç idcn1ificuçiio que cs1abeleco o protólipo de unrn n:lnçlio de objeto agressiva. Sugiro o lermo ""identificação pmjctiva"" para esses" "proces.<;OS. (ibid•• v. UI,p.27)88" "Estn primeira descrição da idencilicação proje1iva nnscc da consideração de uma relação de objeto agressiva, pois parle da fanrnsin de expelir para de111ro cio corpo da miie iodo o ód io e as" "partes do ego corresponden1es a este ódio. is10 é, o ""ego que odeia""" "iodo fragmen1ado cm pequenas partes que foram excindidas. O objcóvo disto t danilica.r .destir. mas 1nmbém con1rolar e l?rnar passe da mãe. isto é, lrnn<fonua -la em um boneco Val'.IO habnado" "pelos próprios impulsos. Além disso,esla evncuaç.ío para denln> do ootro é a manei1·n 1nais clica de culocnr as forças e partes más do sei/ longe das pa r1es boas que precisnm ser resguardadns. O irabalho da fan1asia envolve sempre esu1 011ipo1ência que pennilc" "alribuir ao outro e nele deposicar aspectos da própria realidade p•lquica e. por isso. chamamo-la de pro161ipo de uma reluçllo narcisista. embora o indivíduo deposile no ou1ro justamente as partes queele nilo suporta ou não pode conler.Assim sendo, ele nílo se reconhece conscic nle1nente neste outro que recebeu ns projeções, e1nborn no plflno inconsciente se n11unenh<lunn1 estrel1a ligação.Poderfllmos nos perguntar: uma reluçfio narcisisla é ain<lu uma relação de objtw,ou o obje10 foi convertido em parte de mim me$mO. mas de uma formn em que me aparece como um outro intolerável e com o qual nilo tenho nada em comum? Em um plano." a idenrificação m i que não há espuo para a separação e a "allelidade: em ou1ro. a suposição dedifel'ençu é iamanha e tão mdical que não htí espaço parn uma al teridade 1·econhecível e acei1ável parn a convivêncifl. Talvez seja este o problen1a de to<la rcla<;ÜO narcisista, de urnn fonna outle outra o objeto não po<le ser lcvudo em consideração. ele é u m mero •Uporte parn que eu tenha u m endereço para onde enviar minhas projeções e que eu pos;a clescanar. Mas. embord esla defesa seju b<mance eficaz em 1em10•. imediatos, ela dá lugur,logo a seguir a grandes 1om1enlos." "Ao projetar obre o oulm a íúriu de 01eu ódio, eu crio o pior tipo de perseguidor, pois u fúr ia que passa en1ão a vir ..dele"" n1e pMece panicu larmcnle real e convince111e. Ú como se eu dissesse: ""não consigo m lembrar bem , mas conheço esta fúria de algum lugar, sei que cha é real. que é verdadeirn e que exige que cu odeie de volta com toda• u> forças de que for capaz"".É o que a leva a dizer. Nos db1úrbios psicó1icos, CS'.lll iden1ilicação de um obJCIO" "com as panes odiuclas do self contribui pnra a in1ensidade do ódio dirigido con1m oul rus pessoas"" (i bid..v. rn .p.27}. Estabelece-se" uma estranha relação cn1re es1a porçlio de ód io que foi projetada e
FRANKL. O Sofrimento de Uma Vida Sem Sentido. - Introdução (p. 9-32); - A Frustração Existencial; O Sentido Do Sofrimento (p. 69-78); e - O Que Diz a Psiquiatria a Respeito Da Literatura Mode
MENESES Ulpiano Bezerra De. Os Paradoxos Da Memória in MIRANDA Danilo Santos de Memória e Cultura A Importância Na Formação Cultural Humana São Paulo SESC SP 2007