imperadores anteriores, que tinham representado os interesses da
aristocracia civil. Depois de exilar o patriarca como perigoso adversário
político, Isaac deu-se conta de que crescia a onda de sentimentos populares contra ele. Isso, conjugado com a inimizade de uma poderosa aristocracia civil, precipitou sua abdicação em 1059. A pressão dos eventos externos ainda não impunha a escolha de um imperador militar. □ M. Angold, The Byzantine Empire (1984)
Isabel de França (m. 1357) Esposa de Eduardo II da Inglaterra e filha
de Filipe IV da França. Em conluio com seu amante Roger, conde de March, Isabel organizou a revolta que destronou seu marido em 1327. Em 1330, o novo rei, seu filho Eduardo III, estava suficientemente forte para tomar o poder em suas mãos. Roger foi executado e Isabel confinada às terras de seu dote. A ferocidade dela tornou-se lendária, como é indicado por seu apelido, “a loba da França”.
Isáuria, dinastia Aguerrida dinastia que governou o Império Bizantino
em 717-802 e cuja força se baseava na capacidade militar do planalto anatólio. O fundador da dinastia em sua dimensão imperial foi o imperador Leão III, responsável pela eficaz defesa de Constantinopla contra os muçulmanos. Os isáurios estavam geralmente associados ao movimento puritano iconoclasta do século VIII.
Isidoro, Santo (c. 560-636) Bispo de Sevilha. Pertencia a uma devota
família católica de origem bizantina ou hispano-romana, a qual, ao que se supõe, ter-se-ia mudado de Cartagena, no sudeste da Espanha, para Sevilha em meados do século VI. Como bispo de Sevilha, o irmão de Isidoro, Leandro, foi o instrumento decisivo para conseguir a renúncia oficial ao Arianismo dentro do reino visigodo, proclamada no Terceiro Concílio de Toledo (580). Isidoro sucedeu a Leandro como bispo por volta de 600 e, durante o seu bispado, Sevilha desfrutou de preeminência como centro intelectual, tendo o mais destacado erudito espanhol da época como bispo. Durante todo o seu reinado, o rei visigodo Sisebuto (612-21) foi assessorado por Isidoro em assuntos eclesiásticos e intelectuais, e de modo pouco comum, revelou propensão pela aquisição de saber. Isidoro dedicou ao rei um tratado sobre os fenômenos naturais, Da Natureza das Coisas, e foi por ele encarregado de compor as Etimologias, completadas no início da década de 630. Nesse compêndio, englobando assuntos como artes liberais, medicina, direito e a Bíblia, Isidoro utilizou, com engenho e perspicácia, um sistema de conhecimento no qual o significado essencial de um objeto ou fenômeno é revelado pela suposta origem da palavra usada em relação ao mesmo. A obra foi extremamente influente durante toda a Idade Média. Isidoro também contribuiu para a vitalidade da Igreja espanhola no século VII. Enfatizou a necessidade de um clero educado e criticou o recurso à brutalidade para se obter a conversão da população judaica da Espanha. Presidiu ao Segundo Concílio de Sevilha (619), no qual muitas questões teológicas foram examinadas, e ao Quarto Concílio de Toledo (633), o qual insistiu sobre a uniformidade na liturgia e promulgou a excomunhão por rebelião contra o rei. Os escritos de Isidoro revelam o seu desejo de ver a Espanha prosperar sob o domínio visigótico e sua hostilidade em relação aos francos. Suas obras foram renomadas entre os homens de saber irlandeses desde meados do século VII e influentes durante o renascimento intelectual da Igreja franca no século IX. Isidoro escreveu uma Crônica (c. 615) e uma História dos Godos, Vândalos e Suevos (c. 625), o único registro existente da história visigótica no período de 589- 625/6. Suas outras obras incluem: Das Diferenças e do Significado de Palavras; Lamentações de uma Alma Pecadora; Dos Homens Famosos e Da Fé Cristã, conta os Judeus. Também sobrevivem algumas cartas autênticas, ao lado de muitas falsas. JF □ J. Fontaine, Isidore de Séville et la Culture classique dans l’Espagne wisigothique (1959); [R. Collins, Esparta en la Alta Edad Media, Barcelona, Critica, 1986; San Isidoro de Sevilha, Etimologias, org. por Oroz Reta, 2 vols., Madri, BAC, 1982-1983]