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UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI - UNIVATES

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM FOTOGRAFIA

AS RELAÇÕES ENTRE A FOTOGRAFIA FINE ART E O


ROMANTISMO

Bianca Caroline Schneider

Lajeado/RS, novembro de 2022


Bianca Caroline Schneider

AS RELAÇÕES ENTRE A FOTOGRAFIA FINE ART E O


ROMANTISMO

Memorial Descritivo apresentado ao Curso de


Fotografia, da Universidade do Vale do
Taquari - Univates, como parte da exigência da
disciplina de Projeto Fotográfico.

Orientadora: Prof. Dra. Renata Lohmann

Lajeado/RS, novembro de 2022

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AS RELAÇÕES ENTRE A FOTOGRAFIA FINE ART E O
ROMANTISMO

Bianca Caroline Schneider


Renata Lohmann

Resumo: A fotografia é vista como algo que envolve técnicas, que documenta acontecimentos, mas
também como uma forma de se expressar. Assim como a pintura, a fotografia também é uma arte.
Considerando a fotografia fine art e a vanguarda artística do Romantismo, o presente trabalho busca
relacionar suas características para a realização de um ensaio fotográfico de autorretratos. Tendo em
vista que, seja possível libertar o lado artístico e se expressar através das fotografias, podendo criar
imagens que sejam únicas e que remetam a obras de arte.

Palavras-chave: Fotografia; Fotografia fine art; Romantismo; Autorretrato.

Abstract: Photography is seen as something that involves techniques, documenting events, but also
as a way of expressing yourself. Just like painting, photography is also an art. Considering fine art
photography and the artistic avant-garde of Romanticism, this work seeks to relate their characteristics
to the realization of a photo essay of self-portraits. Bearing in mind that it is possible to release the
artistic side and express yourself through photographs, being able to create images that are unique
and that refer to works of art.

Keywords: Photography; Fine art photography; Romanticism; Self portrait.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: A alma da rosa..............................................................................................8


Figura 2: A liberdade guiando o povo..........................................................................9
Figura 3: Pescadores no mar.......................................................................................9
Figura 4: Anita Malfatti autorretrato............................................................................11
Figura 5: Scott Hutchison autorretrato........................................................................11

LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 1: Amparo..................................................................................................20
Fotografia 2: Escolhas................................................................................................21
Fotografia 3: O caminho.............................................................................................22
Fotografia 4: Em busca de outro mundo....................................................................23
Fotografia 5: Liberta-te...............................................................................................24
Fotografia 6: Desvendando a calmaria......................................................................25
Fotografia 7: Quietude do jardim................................................................................26
Fotografia 8: Vislumbrando a serenidade...................................................................27
Fotografia 9: Crepúsculo vivaz...................................................................................28

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………..5

2. REFERENCIAL TEÓRICO………………………………………………………….6
2.1 Levantamentos sobre a vanguarda artística do Romantismo…………….6
2.2 Autorretrato………………………………………………………………………..10
2.3 Fotografia Contemporânea e Fotografia Fine Art…………………………..12
2.4 Relação entre a Fotografia Fine Art e o Romantismo……………………...13

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS…………………………………………15

4. RESULTADOS……………………………………………………………………….18

5. CONCLUSÃO………………………………………………………………………..30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………………31

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho se propõe a estudar as relações entre a fotografia fine art e o


Romantismo. Deste modo, este estudo tem como objetivo explorar as características
dos temas abordados, para auxiliar na produção de um ensaio fotográfico, composto
por autorretratos. Para que nas fotografias que forem obtidas, possam expressar o
lado artístico e emocional da autora. A fotografia fine art e o Romantismo são, antes
de tudo, sobre o artista, é sua visão particular que é transmitida para a imagem/obra.

Segundo Ito (2018) a fotografia fine art compartilha uma lógica de raciocínio
teórico que faz relação com a arte. A fotografia artística é diferente da fotografia que
é utilizada para fins jornalísticos ou documentais, pois a mesma deve seguir uma
pauta ou algo que ofereça uma visão objetiva dos fatos do interesse jornalístico. Já a
fotografia fine art parte do lado conceitual artístico do fotógrafo onde é possível ter
maior liberdade de criação sobre o que vai ser retratado. É uma imagem que
demonstra uma visão mais particular, pois a fotografia é construída, não apenas
registrada, e não tem necessariamente um compromisso com a verdade.
Conforme Rosenfeld e Guinsburg (2005) na vanguarda artística do
Romantismo são abordados temas como heroísmo, aventura, ficção, fantasias e
amor. Porém, o foco das obras também tem o intuito de remeter ao interior do
artista. O romântico designa aquilo que é produzido pela imaginação, o inacreditável,
que reflete deste modo o gosto pessoal do artista. Ele cria algo mais
sentimentalista, que desperta o sonho e a comoção da alma (RIBEIRO, 2010).
Os temas tratados neste presente trabalho serão abordados separadamente,
para que se possa ter esclarecimento sobre ambos os assuntos. Somente depois
vão ser abordados conjuntamente, fazendo uma conexão entre a fotografia fine art e
a vanguarda artística do Romantismo. Esta pesquisa limita-se a compreender as
características dos assuntos abordados para que se possa utilizar a técnica
fotográfica e o Romantismo para criar fotografias artísticas autorais.
Sendo assim, a justificativa para a realização deste trabalho é retratar a visão
particular da autora perante suas emoções e sentimentos. Criando fotografias únicas
e de cunho artístico. Sendo que a fotografia também é uma arte e que é possível se

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expressar através da mesma. Não são somente imagens, elas fazem parte do íntimo
do fotógrafo, que transporta para as fotografias suas emoções. A importância da
realização deste trabalho é mostrar que a fotografia vai muito além de ser apenas
um registro de uma imagem que possui luzes, sombras e um assunto principal. A
fotografia em si possui significados e sentimentos por trás de sua realização. Com
isso, os objetivos propostos para este trabalho são descrever e analisar as
características da fotografia fine art e do Romantismo, utilizando elementos da
primeira geração da vanguarda artística, para com base nisto, realizar um ensaio
fotográfico de autorretrato inspirado em ambos os temas.
Este trabalho irá se basear na fotografia fine art e na primeira geração do
Romantismo para a criação de fotografias artísticas, onde as quais estarão
submetidas ao íntimo da autora. Para trazer deste modo, a fotografia enquanto arte.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, serão apresentados os referenciais teóricos que dão suporte a


este trabalho. Primeiramente, abordaremos a vanguarda artística do Romantismo,
suas características e gerações. Em seguida, são apresentados autores que trazem
a representação do autorretrato. Após, serão apresentadas a fotografia
contemporânea e fotografia fine art e, por fim, será feita a relação entre a fotografia
fine art e o Romantismo.

2.1 Levantamentos sobre a vanguarda artística do Romantismo

Conforme Ribeiro (2010) o Romantismo surgiu no século XIX como


contradição a outra vanguarda artística, o Classicismo. O Romantismo então surge
em uma época onde o ambiente intelectual era marcado por rebeldia; o sistema do
governo estava oprimido e acabou surgindo o liberalismo político; as pessoas eram
dominadas pelo inconformismo; no campo artístico havia grande repúdio pelas
regras e isso acaba gerando um grande movimento. Surgindo assim o espírito

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romântico, que se baseia em temas históricos da época para poder captar o
interesse nestes acontecimentos e também em temas sobre o individualismo. Com o
passar do tempo se inicia a Idade Moderna, girando em torno do capitalismo
trazendo então um grande crescimento econômico e populacional, enfatizando a
democratização. É então que a arte deixa de ser acessível somente para pessoas
da alta sociedade e se torna mais popular. Pode-se destacar que algumas
características que representam o Romantismo são: liberdade, paixão, movimento e
a busca pelo inacessível. É marcado também por carência e de procura pela
perfeição que não se pode alcançar. O artista romântico utiliza em sua criação de
obras sua imaginação, sentimentos, instintos, drama humano, amores e desejos,
algo voltado sempre para a emoção e pelo Eu. Os sentimentos que antes eram algo
íntimo do artista passam a ser confiados à obra de arte.
Ribeiro (2010) acrescenta que o Romantismo se divide em três gerações: a
primeira é marcada pelo lirismo, o exagero, onde os artistas buscam algo mais
excêntrico; a segunda é voltada para gostos mórbidos, o pessimismo toma conta
das obras; a terceira foi uma espécie de transição para o realismo, onde podemos
perceber que a objetividade e olhar crítico sobre a sociedade estão mais presentes.
Ainda conforme Ribeiro (2010), na pintura, o elo do Romantismo era o desejo
de expressar o individual, emocional, irracional, intenso e espontâneo. Os temas
característicos que podemos observar nas pinturas são os acontecimentos
históricos, sonhos, pesadelos, visões místicas, mitos, percepções de sensibilidade e
o mundo invisível que se tornava visível perante a mão do artista que transfere para
a tela, pode-se observar estas características nas figuras 1, 2 e 3. Os românticos
dão ênfase para a cor, privilegiam a mancha de pinceladas expressivas, utilizam de
composições movimentadas e a luz possui um contraste mais presente. A pintura A
Alma da Rosa de John William Waterhouse, figura 1, é baseada em uma obra
literária, onde os pensamentos de uma mulher com o coração partido são a
narrativa. Pode-se perceber que existe um toque de sensualidade e comoção na
pintura. Na pintura A Liberdade Guiando o Povo de Eugène Delacroix, figura 2, é
retratado a revolução de 1830, um grande acontecimento histórico que ocorreu na
França, sua maior representação se dá pela luta por liberdade. A pintura Pescadores
no Mar de William Turner, figura 3, mostra a fragilidade da vida humana, ao redor

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dos pescadores tudo parece sombrio e a única coisa que guia aquelas pessoas é
uma pequena luz de um pescador.
Segundo Rosenfeld e Guinsburg (2005) o Romantismo vê no particular aquilo
que é sujeito a expansão, algo que seja possível conceituar, todo fato é novo e
nunca é igual. O idealismo desta vanguarda artística é valorizar o indivíduo,
analisando as questões sociais, seus sentimentos e suas particularidades, aquilo
que diferencia uma pessoa da outra.

Figura 1 - Artista: John William Waterhouse, 1908. (Fonte Wikipédia)

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Figura 2 - Artista: Eugène Delacroix, 1830. (Fonte Wikipédia)

Figura 3 - Artista: William Turner, 1796. (Fonte: Wahooart)

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2.2 Autorretrato

Conforme Rauen e Momoli (2015), o autorretrato seria uma representação de


si mesmo, onde podemos encontrar a individualidade do autor, como uma espécie
de reflexão do mundo particular do artista, valorizando sua singularidade. Foi no
Renascimento que o autorretrato teve crescimento, onde o ser humano e suas
noções como indivíduos tornam-se focos perante a sociedade. O registro da própria
imagem retratada para que futuramente seja possível lembrar coisas de si próprio,
como gostos, ações, atitudes e comportamentos. Os pintores utilizavam a técnica do
autorretrato para expressar sentimentos interiores, pensamentos, ideias, provocando
sensações aos espectadores.
Ainda segundo Rauen e Momoli (2015), a produção artística do autorretrato
se transforma de maneira mais visível perante as modificações sociais e
tecnológicas no século XIX, alterando assim a visão que se tinha sobre o mundo e
sobre si próprio. Nos autorretratos modernistas, como no caso de Anita Malfatti,
figura 4, se torna algo para ser compartilhado com a sociedade, onde o artista libera
sua imaginação revelando então uma identidade fragmentada. Nos autorretratos da
contemporaneidade, como Scott Hutchison, figura 5, pode-se perceber que a
semelhança com sua fisionomia não está presente, mas está distante em sua
representação. Os artistas contemporâneos carregam conceitos novos, novos
sentidos, não apenas trazendo sua aparência física, mas questionando sua
identidade. Por fim, o autorretrato designa a afirmação de presença, onde o artista
representa o que ele é, imagina, deseja ou quer ser.
Segundo Bittencourt (2021) a prática do autorretrato carrega muito sobre o
seu autor, nesta auto representação pode-se trazer desejos e ficções como parte da
reflexão da imagem. A construção de um autorretrato é um processo pessoal, pois
ele nasce no íntimo do fotógrafo. Na área da fotografia é onde se permite expressar,
encenar ou ser intuitivo, que pode apresentar seres possíveis e que foram
imaginados pelo seu autor, podem ser traços reais ou algo que parte totalmente do
imaginário. O autorretrato é uma elaboração poética do que somos, do que
queremos ser e de como nos apresentamos para o mundo.

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Silva (2014) enfatiza que o autorretrato do indivíduo investiga seu
autoconhecimento, é a busca da percepção do “eu”. Os artistas contemporâneos se
retratam trazendo reflexões que estão ligadas diretamente a sua busca pela
identidade, desconstruindo a representação de sua aparência podendo chegar à
abstração.

Figura 4 - Artista: Anita Malfatti, 1922. (Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural)

Figura 5 - Artista: Scott Hutchison, Displaced, s/d. (Fonte: Uol)

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2.3 Fotografia Contemporânea e Fotografia Fine Art

Diante das câmeras os sonhos, medos e fantasias são representados.


Conforme Entler (2009) é imposta uma ideia de que a fotografia reconstrói somente
a realidade, então se desmistificarmos que ela apenas retrata o real, podemos ver
que por trás disso existe algo a mais, o intangível também pode ser retratado nas
imagens.
As imagens contemporâneas estão cada vez mais longe do mundo real e se
aproximam da ficção, ultrapassando barreiras e permitindo assim sua expansão.
Segundo Junior (2006), a fotografia contemporânea se tornou um apoio para
algumas manifestações imagéticas, exigindo que o espectador possua uma
capacidade de leitura diferenciada. Pois cada vez mais é apresentado uma ideia de
trabalho artístico que propõe a estruturação de um pensamento para que se
desperte o interesse diante de outras imagens. Não interessa ao fotógrafo apenas
as questões técnicas da fotografia, mas sim considerar os contextos para a
produção e as intervenções que surgem antes, durante e depois da realização da
imagem. Buscando assim compreender a fotografia diante uma reflexão sobre o
tangível e o sensível que são encontrados em sua estética.
Junior (2006) ainda enfatiza que a fotografia contemporânea não traz consigo
a serenidade, mas sim a inquietação, ruídos, ausências, um processo de
desconstrução. Articulando para que seja criado uma narrativa visual de
encantamento, tendo a capacidade de nos transportar para outro mundo.
Ito (2018) fala que a fotografia fine art é primeiramente sobre o artista, em
segundo o assunto tratado e por último a técnica que foi utilizada. O fotógrafo deve
se considerar um artista, pois a fotografia fine art vem das experiências, abordagens
e objetivos do mesmo. A imagem é feita com o objetivo de criar uma obra de arte,
transportar uma emoção para se tornar algo que possa ser interpretado pelas
pessoas, tornando este sentimento tangível. Isto pode ser alcançado utilizando
formas diferentes de composição, paleta de cores, linhas, elementos visuais e tudo
que possa contribuir para auxiliar na criação da imagem.
Para completar, Ito (2018) enfatiza que o pós-processamento expressa a
visão do artista, onde a câmera captura a imagem diferente de como o olho humano

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enxerga, pois a câmera é um aparelho que não possui sentimentos. Deste modo,
deve-se buscar compreender o que a câmera registrou. A fotografia fine art
transporta o seu espectador para outro mundo, fazendo com que se entre no
ambiente criado pelo artista.
Segundo Salles (2018), a fotografia artística busca uma imagem absoluta,
com potencial estético, profunda, uma ideia a ser realizada, algo puro e com
sentimentos por trás da mesma. A fotografia fine art parte da necessidade de
expressar e de seu caráter artístico.
Conforme Bittencourt (2021) quanto ao termo fine art, muitos pensam que
seria apenas "glamourizar" um processo que já existe, porém a fotografia fine art vai
muito mais além disso, é uma ferramenta de expressão. A fotografia fine art é
reconhecida por valorizar o emocional e não é voltada para a parte comercial de
criação. Ressalta-se que a fotografia construída artisticamente não é a mesma em
todos os lugares, pois cada fotógrafo, como autor das imagens, está inserido em um
contexto social e cultural diferentes, o que irá interferir na produção da fotografia
obtida. O fotógrafo artístico deve levar em consideração dois aspectos antes de
realizar suas imagens: o primeiro, é saber bem as ferramentas que irá utilizar para
ser mais preciso em seu resultado; o segundo, é entender que a fotografia é uma
ferramenta de expressão e que existem diversas possibilidades como forma de se
expressar.

2.4 Relação entre a Fotografia Fine Art e o Romantismo

Segundo Rouillé (2009) o fotógrafo-artista está sempre evoluindo no campo


da fotografia, estabelecendo um equilíbrio entre sua profissão e a arte. Sendo que a
imagem fotográfica se baseia no gosto do artista, no que ele sente sobre a arte em
si, é algo voltado para o sentimental e não somente para questões técnicas,
trazendo deste modo um espaço para interpretações das imagens.
Conforme Cotton (2013) podemos observar a fotografia como a
fotografia-quadro, ou seja, os elementos que compõem a imagem e tudo aquilo que
foi pensado antes de realizar a fotografia, podendo assim criar uma narrativa, a

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imagem construída.
A fotografia fine art é uma maneira de se expressar visualmente, podendo
então produzir uma imagem que será única e que possa ter um grande impacto
visual. Um dos atributos que podem contribuir com o fotógrafo é conhecer as
técnicas que serão utilizadas em termos técnicos da fotografia; o que fará parte da
composição de cena; fazer um planejamento de imagem se torna fundamental neste
tipo de criação. Por fim, quando se analisar o resultado que se obteve através
destes atributos, verificar se está fiel ao que foi planejado e imaginado
anteriormente.
O Romantismo possui uma linha de raciocínio similar à fotografia fine art.
Nesta vanguarda artística, o individualismo é muito forte, pois os sentimentos e
particularidades de cada um se tornam obras de artes e é assim que funciona a
fotografia fine art, ela parte das experiências do fotógrafo. O que antes era do íntimo
do artista acaba sendo transmitido para a tela/fotografia. Os pintores do Romantismo
davam ênfase à paleta de cores, às composições e ao jogo de luzes e sombras. Na
fotografia não é diferente: estes processos também são encontrados para a
composição e realização da imagem.
Como visto anteriormente, algumas características que estão presentes no
Romantismo são a liberdade, paixão, sonhos, visões, pesadelos e etc. Na fotografia
fine art podemos perceber estes temas presentes, já que este estilo de fotografia
desperta a liberdade de criação para desenvolver as ideias que partem do íntimo, de
modo que a fantasia e o lúdico possam estar presentes neste tipo de imagens
relacionadas à fotografia fine art.
Conforme Lemos (2019) primeiramente a fotografia era vista como a
representação do real e passou por transformações, tanto sobre como é produzida
quanto entendida. Com os avanços tecnológicos podia-se encontrar novas
possibilidades de criação, surgindo novos pontos de vista estéticos, podendo ser
questionado então, o que era real do que era a representação de uma realidade
atribuída para a fotografia. Pode-se entender que a fotografia é compreendida como
a construção de um novo real, é a possibilidade de vê-la distante de sua função
inicial, fazendo com que os fotógrafos assumissem uma ideia mais expressiva e
criativa na produção de suas imagens.

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Foi possível observar neste capítulo que o idealismo do Romantismo
destaca-se pelas seguintes características: expressar o individualismo do artista,
seus sonhos, as percepções sensíveis, seus instintos e a liberdade. No autorretrato
temos a busca da percepção do “eu”, fazendo reflexões de si mesmo e de seu
mundo particular perante a construção da imagem. A fotografia fine art parte da
necessidade de expressão/criação e do caráter artístico, sendo possível transportar
o espectador para o mundo íntimo do artista.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho tem como tema a fotografia fine art e suas relações com o
Romantismo. A pesquisa se classifica como qualitativa, que, conforme Hernández
Sampieri, Fernández Collado e Baptista Lucio (2013), explora a profundidade das
informações do ambiente, onde analisa diversas realidades e não se preocupa com
números. Com base nos objetivos principais do trabalho, a pesquisa utilizada é de
natureza exploratória que tem como objetivo nos tornar cientes de algo novo ou
desconhecido, sobre o qual temos muitas dúvidas para encontrar uma resposta.
(SAMPIERI et al., 2013). Como procedimento técnico se usou a pesquisa
bibliográfica que segundo Pereira (2016) é desenvolvida a partir de materiais já
existentes, sendo eles artigos científicos, teses, livros e dissertações.

Após a construção da parte teórica, parte-se para a parte prática deste


trabalho, a criação de um ensaio fotográfico usando as relações que a fotografia fine
art e o Romantismo possuem. A realização das fotografias foi dividida em duas
partes, tendo a autora como sua própria modelo, deste modo fazendo autorretratos.
Antes da realização das fotografias, foram feitos alguns esboços de possíveis
composições de cena e o que cada uma significaria em relação ao íntimo da autora.

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Fonte: Da autora (2022)

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Também foi pensado na vestimenta para as fotos que foram utilizadas em
ambos os dias. Foi escolhido um vestido azul claro para transmitir serenidade e uma
peruca loira de cabelos longos para harmonizar com a vestimenta escolhida. Outra
parte fundamental sobre as fotografias que seriam obtidas, foi pensar no conceito
que elas iriam abordar. As imagens possuem uma narrativa, contando sobre um
momento vivido pela autora. A ideia é mostrar uma espécie de ritual de passagem,
começando por baixo, ultrapassando barreiras e medos, para depois ser possível
enfrentar tudo isso e seguir em frente.
A primeira parte das fotografias aconteceu no dia 07 de Setembro no Parque
Histórico de Lajeado/RS, pela parte da manhã. A autora/fotógrafa chama-se Bianca
Caroline Schneider, de 22 anos, e ao se autorretratar pôde pensar na sua jornada ao
longo destes cinco anos na universidade e em sua vida particular. Foram muitos
questionamentos que surgiram, saber se havia feito a escolha certa em relação ao
seu curso e se daria conta deste novo desafio que estava enfrentando, se realmente
seria capaz de confiar mais em si mesma e acreditar em seu potencial, se seria
possível conquistar o que queria. Por este motivo as fotografias obtidas neste dia
são mais sombrias e tentam transmitir a sensação de incertezas.
A segunda parte das fotografias aconteceu no dia 17 de Setembro no Refúgio
Heimatland em Arroio do Meio/RS, pela parte da tarde. Estas fotografias obtidas são
como uma espécie de virada de chave, saindo daquele mundo sombrio e se
libertando para conhecer a sua melhor versão.
Foi pensado que os lugares onde as fotografias seriam obtidas, deveriam ser
em um ambiente externo, onde a autora já tivesse conhecimento dos locais, pois
deste modo seria mais direto para fazer a construção de cena planejada. Também
foi pensado em trazer a natureza como um elemento de composição.
Nas produções foi utilizada a câmera Canon T6i, alternando entre as lentes
75-300mm e 50mm também da Canon. Em termos de iluminação, foi somente
utilizada luz natural. A câmera foi colocada em um tripé, configurada para múltiplos
disparos e foi selecionada a opção do temporizador de 10 segundos. As
configurações da câmera variavam de acordo com o local posicionado para realizar
as fotografias. Foram obtidas aproximadamente 200 fotografias que passaram por
um processo de curadoria, excluindo aquelas que não deram certo ou que de

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alguma forma não se adequaram ao resultado esperado. Após esta etapa,
chegaram-se às nove fotografias que foram as escolhidas e assim passaram pelo
processo de edição. A ordem de apresentação das imagens foi selecionada de
acordo com a narrativa que seria abordada através das fotografias. Para obter-se
um resultado mais significativo, cada imagem possui um título, simbolizando o que
cada uma representa para a autora.
Com relação às cores sobre as fotografias, na primeira parte foi escolhido
trazer tons sombrios para trazer a sensação de estar em um lugar triste e sem vida,
porém os tons de amarelos que estão presentes é como se eles fossem uma luz
guiando para o outro mundo. Na segunda parte, temos tons de cores mais vívidos e
alegres, simbolizando que neste novo mundo a qual se chegou, o ambiente é mais
feliz e livre de sentimentos pessimistas.

4. RESULTADOS

O presente trabalho teve como objetivo discutir a relação da fotografia fine art
com o Romantismo, e a partir disso realizar um ensaio artístico de autorretratos. A
partir da pesquisa bibliográfica, pudemos observar que estes dois temas possuem
relação entre si. As características da fotografia fine art e do Romantismo foram
apresentadas para que fosse possível fazer uma ligação entre ambos os temas.
Através das imagens obtidas busquei o meu lado autoral, sensível e artístico,
podendo então produzir fotografias que quando observadas por outras pessoas
possam remeter a uma pintura ou uma obra de arte. Cada fotografia tem um valor
simbólico, todas elas fazem parte de uma narrativa que foi construída em cima da
minha história, tendo a Bianca fotógrafa no centro. Deste modo, trago um breve
relato para que seja possível entender um pouco sobre o processo das fotografias.

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“Estes autorretratos que trago como resultados deste trabalho são uma parte
de mim e contam como foi todo este meu processo da vida acadêmica, que não foi
fácil. Foram os cinco anos mais incríveis e loucos que eu pude vivenciar, nem
sequer imaginava que eles seriam tão marcantes e significativos. Conheci pessoas
maravilhosas, tanto professores quanto colegas e quem dirá as amizades que fiz,
com toda certeza estas pessoas irão ficar marcadas pra sempre no meu coração.
As quatro primeiras fotografias intituladas como Amparo, Escolhas, O
caminho e Em busca de outro mundo, mostram um lado de dúvidas e incertezas, por
isso me retratei de modo cabisbaixo, com olhares vazios e de costas. É um mundo
sombrio, onde não me sinto capaz de me tornar a pessoa/fotógrafa que eu gostaria
de ser. Quanto a edição destas imagens, quis trazer o laranja e o amarelo mais
presentes, como uma espécie de luz, que me guia para o mundo que eu busco ir.
As cinco últimas fotografias intituladas como Liberta-te, Desvendando a
calmaria, Quietude do jardim, Vislumbrando a serenidade e Crepúsculo vivaz, são
como uma virada de chave, é como se eu fosse transportada para o meu mundo dos
sonhos, onde me torno quem eu sempre quis ser. Os medos são deixados de lado e
passo a confiar mais em mim mesma, levando em consideração tudo o que sei que
sou capaz de fazer. É como se nem o céu fosse o limite e eu me tornasse capaz de
qualquer coisa.”

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Fotografia 1 - Amparo

Fonte: Da autora (2022)

Nesta imagem foi pensado em retratar o apoio de familiares e amigos que


estiveram presentes durante a jornada acadêmica da autora. O elemento que foi
escolhido para transmitir isto é a mão no ombro. Estas pessoas mostraram sempre
seu apoio e incentivo diante as escolhas tomadas pela autora. Fazendo com que a
força interior e pensamentos positivos fossem um combustível para alimentar a
busca pelo inalcançável. Sendo eles um amparo para continuar seguindo em frente
e não desistir.

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Fotografia 2 - Escolhas

Fonte: Da autora (2022)

Após o amparo, damos os primeiros passos da nossa jornada, enfrentando


novos desafios tendo assim múltiplas Biancas e múltiplas possibilidades. A imagem
mostra que ao longo da nossa caminhada, iremos nos deparar com muitas escolhas
e caminhos a seguir, podendo nos deixar confusos e sem saber qual direção seguir,
não se sabe se a escolha tomada realmente vai ser a correta. Mostrando que o
importante é ir em frente, apesar dos obstáculos que estão por vir.

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Fotografia 3 - O caminho

Fonte: Da autora (2022)

Nesta fotografia, a ponte simboliza a travessia, pode-se perceber que tudo ao


seu redor é escuro e sombrio, não é possível visualizar o horizonte que virá mais a
frente e a única coisa que guia é a luz do lampião. Se ocorrer uma queda, seria
transportada diretamente para o início da jornada, tendo que me levantar do chão e
fazer uma nova escolha de direção. Nunca sentiu-se o medo iminente da queda,
porém o perigo sempre esteve presente, mas não se deixou levar por este
sentimento. Mostrando que muitas vezes o caminho escolhido pode parecer incerto,
não se sabe o que será encontrado mais adiante. O que virá pela frente?

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Fotografia 4 - Em busca de outro mundo

Fonte: Da autora (2022)

Após atravessar a ponte se encontra uma porta fechada e atrás dela será que
existe algo ou algum lugar a ser descoberto? Não é apenas uma porta, é um rito de
passagem, uma virada de chave entre dois mundos. Esta porta fechada desperta a
curiosidade em ver o que está além dela, para onde ela irá levar?

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Fotografia 5 - Liberta-te

Fonte: Da autora (2022)

A imagem retrata a chegada em um novo mundo, os medos, as incertezas e


as amarras que estavam presas em si foram deixadas para trás, se tornando assim
livre e mais leve. Trazendo então uma sensação de liberdade dentro de sua alma.
Podendo ter a certeza de que tomou a decisão certa ao passar pela porta que
estava em seu caminho e que, o que está por vir são somente coisas boas.

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Fotografia 6 - Desvendando a calmaria

Fonte: Da autora (2022)

Ao explorar este novo mundo ao qual foi submetida através das escolhas,
busca-se ir atrás da purificação, de modo que seja uma espécie de renascimento,
fazendo com que se tenha um novo começo.

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Fotografia 7 - Quietude do jardim

Fonte: Da autora (2022)

A fotografia trazida tem uma borboleta como um de seus elementos, a mesma


é colocada para enfatizar a metamorfose que a autora presenciou em sua vida. É
uma transformação do íntimo de sua alma.

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Fotografia 8 - Vislumbrando a serenidade

Fonte: Da autora (2022)

Este retrato busca repassar através do olhar que encara diretamente seu
espectador, a sensação de serenidade. Que após sua jornada, finalmente se sente
liberta de tudo aquilo que estava a acorrentando.

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Fotografia 9 - Crepúsculo vivaz

Fonte: Da autora (2022)

Para concluir a narrativa das fotografias, temos a imagem acima que mostra
um campo aberto, significando a liberdade conquistada após a autora se libertar de
suas amarras. Isso mostra o quanto a autora se sente feliz, que dentro de si há um
sentimento ardente, pulsando a vivacidade do momento vivido. Encerrando assim
este ciclo.

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Este conjunto de fotografias é composto pelo que foi explorado até aqui: o
Romantismo, autorretrato, fotografia fine art e fotografia contemporânea. Usando as
características do Romantismo como base fundamental para a realização das
fotografias, podemos analisar que os temas propostos foram de trazer o sentimento
de liberdade, imaginação e sentimentos da autora. Como já abordado, Ribeiro
(2010) cita que no Romantismo o gosto pessoal do artista é refletido, criando-se
assim uma obra sentimental que se dá a partir da imaginação do artista. As
fotografias propostas para este trabalho partiram totalmente da criação e imaginação
da autora, para que se tornasse algo íntimo a ser retratado.
O autorretrato, tem o objetivo, segundo Rauen e Momoli (2015), de encontrar
a individualidade do autor, sendo uma reflexão de seu mundo particular. Sendo
assim, reforça um dos objetivos deste trabalho que era de executar um ensaio
fotográfico de autorretratos, submetendo as fotografias às sensações e emoções
vividas pela autora. Rauen e Momoli (2015) ainda enfatizam que o autorretrato
possa provocar sensações aos seus espectadores, isto é trazido ao longo da
narrativa das imagens, sendo possível trazer o espectador dentro da jornada da
autora, e vendo onde isso a irá levar. Nas fotografias produzidas, o intuito sempre foi
enfatizar o lado individual, emocional e criativo. Passando então a transferir todos
sentimentos para cada fotografia, confiando a elas o poder de expressão.

Ito (2018) complementa que a fotografia fine art é, antes de tudo, sobre o
artista, pois ela parte de suas experiências, transportando assim suas emoções para
a imagem, para que, outras pessoas possam interpretar estes sentimentos.

29
5. CONCLUSÃO

Com base nos dados que foram analisados, pode-se concluir que a fotografia
fine art e a vanguarda artística do Romantismo possuem relação entre si. Foi
possível observar que ambos os temas abordados possuem características técnicas
semelhantes, como a composição de cena, cores utilizadas, luz e sombras. É
possível observar também a semelhança entre os temas que são apresentados
tanto na fotografia fine art quanto no Romantismo, sendo eles: individualismo,
sentimentos particulares de cada artista, o lúdico, fantasioso, paixão, sonhos,
pesadelos, mitos e percepções de sensibilidade.
A visão sobre a fotografia fine art irá variar em como o fotógrafo pretende
abordar este tema em seu trabalho, os impactos culturais também contribuem neste
aspecto. Pode partir de trabalhos mais pessoais, remetendo experiências ou
traumas que já foram vividos pelo próprio artista, como também pode remeter a algo
mais fantasioso e artístico.
Deve-se ressaltar que o planejamento de imagem é indispensável neste tipo
de fotografia. A imagem passa por uma construção antes de chegar ao resultado
final, a fotografia vai muito além do que somente “apertar um botão”. É importante
dominar as técnicas fotográficas e claro, é muito importante conseguir liberar o lado
artístico e se expressar visualmente. A fotografia é arte sim.
O impacto pessoal diante da produção destas imagens é que foi um processo
de realização, onde foi possível colocar minha bagagem de emoções e sentimentos
juntamente com as minhas percepções artísticas em uma só produção fotográfica.
Foi possível também reviver toda jornada que me trouxe até aqui e ver que cada
esforço valeu a pena e que desistir nunca foi uma opção.
O que se abre de possibilidades com a realização deste trabalho, é que
através dos conhecimentos que foram adquiridos ao longo deste processo, eu possa
criar fotografias diferentes e fora do comum, podendo aplicar elementos narrativos
nas imagens, para que as outras pessoas também possam usufruir e se identificar
com os meus trabalhos.

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REFERÊNCIAS

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