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AS RELAÇÕES ENTRE A FOTOGRAFIA FINE ART E O
ROMANTISMO
Resumo: A fotografia é vista como algo que envolve técnicas, que documenta acontecimentos, mas
também como uma forma de se expressar. Assim como a pintura, a fotografia também é uma arte.
Considerando a fotografia fine art e a vanguarda artística do Romantismo, o presente trabalho busca
relacionar suas características para a realização de um ensaio fotográfico de autorretratos. Tendo em
vista que, seja possível libertar o lado artístico e se expressar através das fotografias, podendo criar
imagens que sejam únicas e que remetam a obras de arte.
Abstract: Photography is seen as something that involves techniques, documenting events, but also
as a way of expressing yourself. Just like painting, photography is also an art. Considering fine art
photography and the artistic avant-garde of Romanticism, this work seeks to relate their characteristics
to the realization of a photo essay of self-portraits. Bearing in mind that it is possible to release the
artistic side and express yourself through photographs, being able to create images that are unique
and that refer to works of art.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 1: Amparo..................................................................................................20
Fotografia 2: Escolhas................................................................................................21
Fotografia 3: O caminho.............................................................................................22
Fotografia 4: Em busca de outro mundo....................................................................23
Fotografia 5: Liberta-te...............................................................................................24
Fotografia 6: Desvendando a calmaria......................................................................25
Fotografia 7: Quietude do jardim................................................................................26
Fotografia 8: Vislumbrando a serenidade...................................................................27
Fotografia 9: Crepúsculo vivaz...................................................................................28
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………..5
2. REFERENCIAL TEÓRICO………………………………………………………….6
2.1 Levantamentos sobre a vanguarda artística do Romantismo…………….6
2.2 Autorretrato………………………………………………………………………..10
2.3 Fotografia Contemporânea e Fotografia Fine Art…………………………..12
2.4 Relação entre a Fotografia Fine Art e o Romantismo……………………...13
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS…………………………………………15
4. RESULTADOS……………………………………………………………………….18
5. CONCLUSÃO………………………………………………………………………..30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………………31
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1. INTRODUÇÃO
Segundo Ito (2018) a fotografia fine art compartilha uma lógica de raciocínio
teórico que faz relação com a arte. A fotografia artística é diferente da fotografia que
é utilizada para fins jornalísticos ou documentais, pois a mesma deve seguir uma
pauta ou algo que ofereça uma visão objetiva dos fatos do interesse jornalístico. Já a
fotografia fine art parte do lado conceitual artístico do fotógrafo onde é possível ter
maior liberdade de criação sobre o que vai ser retratado. É uma imagem que
demonstra uma visão mais particular, pois a fotografia é construída, não apenas
registrada, e não tem necessariamente um compromisso com a verdade.
Conforme Rosenfeld e Guinsburg (2005) na vanguarda artística do
Romantismo são abordados temas como heroísmo, aventura, ficção, fantasias e
amor. Porém, o foco das obras também tem o intuito de remeter ao interior do
artista. O romântico designa aquilo que é produzido pela imaginação, o inacreditável,
que reflete deste modo o gosto pessoal do artista. Ele cria algo mais
sentimentalista, que desperta o sonho e a comoção da alma (RIBEIRO, 2010).
Os temas tratados neste presente trabalho serão abordados separadamente,
para que se possa ter esclarecimento sobre ambos os assuntos. Somente depois
vão ser abordados conjuntamente, fazendo uma conexão entre a fotografia fine art e
a vanguarda artística do Romantismo. Esta pesquisa limita-se a compreender as
características dos assuntos abordados para que se possa utilizar a técnica
fotográfica e o Romantismo para criar fotografias artísticas autorais.
Sendo assim, a justificativa para a realização deste trabalho é retratar a visão
particular da autora perante suas emoções e sentimentos. Criando fotografias únicas
e de cunho artístico. Sendo que a fotografia também é uma arte e que é possível se
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expressar através da mesma. Não são somente imagens, elas fazem parte do íntimo
do fotógrafo, que transporta para as fotografias suas emoções. A importância da
realização deste trabalho é mostrar que a fotografia vai muito além de ser apenas
um registro de uma imagem que possui luzes, sombras e um assunto principal. A
fotografia em si possui significados e sentimentos por trás de sua realização. Com
isso, os objetivos propostos para este trabalho são descrever e analisar as
características da fotografia fine art e do Romantismo, utilizando elementos da
primeira geração da vanguarda artística, para com base nisto, realizar um ensaio
fotográfico de autorretrato inspirado em ambos os temas.
Este trabalho irá se basear na fotografia fine art e na primeira geração do
Romantismo para a criação de fotografias artísticas, onde as quais estarão
submetidas ao íntimo da autora. Para trazer deste modo, a fotografia enquanto arte.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
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romântico, que se baseia em temas históricos da época para poder captar o
interesse nestes acontecimentos e também em temas sobre o individualismo. Com o
passar do tempo se inicia a Idade Moderna, girando em torno do capitalismo
trazendo então um grande crescimento econômico e populacional, enfatizando a
democratização. É então que a arte deixa de ser acessível somente para pessoas
da alta sociedade e se torna mais popular. Pode-se destacar que algumas
características que representam o Romantismo são: liberdade, paixão, movimento e
a busca pelo inacessível. É marcado também por carência e de procura pela
perfeição que não se pode alcançar. O artista romântico utiliza em sua criação de
obras sua imaginação, sentimentos, instintos, drama humano, amores e desejos,
algo voltado sempre para a emoção e pelo Eu. Os sentimentos que antes eram algo
íntimo do artista passam a ser confiados à obra de arte.
Ribeiro (2010) acrescenta que o Romantismo se divide em três gerações: a
primeira é marcada pelo lirismo, o exagero, onde os artistas buscam algo mais
excêntrico; a segunda é voltada para gostos mórbidos, o pessimismo toma conta
das obras; a terceira foi uma espécie de transição para o realismo, onde podemos
perceber que a objetividade e olhar crítico sobre a sociedade estão mais presentes.
Ainda conforme Ribeiro (2010), na pintura, o elo do Romantismo era o desejo
de expressar o individual, emocional, irracional, intenso e espontâneo. Os temas
característicos que podemos observar nas pinturas são os acontecimentos
históricos, sonhos, pesadelos, visões místicas, mitos, percepções de sensibilidade e
o mundo invisível que se tornava visível perante a mão do artista que transfere para
a tela, pode-se observar estas características nas figuras 1, 2 e 3. Os românticos
dão ênfase para a cor, privilegiam a mancha de pinceladas expressivas, utilizam de
composições movimentadas e a luz possui um contraste mais presente. A pintura A
Alma da Rosa de John William Waterhouse, figura 1, é baseada em uma obra
literária, onde os pensamentos de uma mulher com o coração partido são a
narrativa. Pode-se perceber que existe um toque de sensualidade e comoção na
pintura. Na pintura A Liberdade Guiando o Povo de Eugène Delacroix, figura 2, é
retratado a revolução de 1830, um grande acontecimento histórico que ocorreu na
França, sua maior representação se dá pela luta por liberdade. A pintura Pescadores
no Mar de William Turner, figura 3, mostra a fragilidade da vida humana, ao redor
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dos pescadores tudo parece sombrio e a única coisa que guia aquelas pessoas é
uma pequena luz de um pescador.
Segundo Rosenfeld e Guinsburg (2005) o Romantismo vê no particular aquilo
que é sujeito a expansão, algo que seja possível conceituar, todo fato é novo e
nunca é igual. O idealismo desta vanguarda artística é valorizar o indivíduo,
analisando as questões sociais, seus sentimentos e suas particularidades, aquilo
que diferencia uma pessoa da outra.
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Figura 2 - Artista: Eugène Delacroix, 1830. (Fonte Wikipédia)
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2.2 Autorretrato
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Silva (2014) enfatiza que o autorretrato do indivíduo investiga seu
autoconhecimento, é a busca da percepção do “eu”. Os artistas contemporâneos se
retratam trazendo reflexões que estão ligadas diretamente a sua busca pela
identidade, desconstruindo a representação de sua aparência podendo chegar à
abstração.
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2.3 Fotografia Contemporânea e Fotografia Fine Art
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enxerga, pois a câmera é um aparelho que não possui sentimentos. Deste modo,
deve-se buscar compreender o que a câmera registrou. A fotografia fine art
transporta o seu espectador para outro mundo, fazendo com que se entre no
ambiente criado pelo artista.
Segundo Salles (2018), a fotografia artística busca uma imagem absoluta,
com potencial estético, profunda, uma ideia a ser realizada, algo puro e com
sentimentos por trás da mesma. A fotografia fine art parte da necessidade de
expressar e de seu caráter artístico.
Conforme Bittencourt (2021) quanto ao termo fine art, muitos pensam que
seria apenas "glamourizar" um processo que já existe, porém a fotografia fine art vai
muito mais além disso, é uma ferramenta de expressão. A fotografia fine art é
reconhecida por valorizar o emocional e não é voltada para a parte comercial de
criação. Ressalta-se que a fotografia construída artisticamente não é a mesma em
todos os lugares, pois cada fotógrafo, como autor das imagens, está inserido em um
contexto social e cultural diferentes, o que irá interferir na produção da fotografia
obtida. O fotógrafo artístico deve levar em consideração dois aspectos antes de
realizar suas imagens: o primeiro, é saber bem as ferramentas que irá utilizar para
ser mais preciso em seu resultado; o segundo, é entender que a fotografia é uma
ferramenta de expressão e que existem diversas possibilidades como forma de se
expressar.
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imagem construída.
A fotografia fine art é uma maneira de se expressar visualmente, podendo
então produzir uma imagem que será única e que possa ter um grande impacto
visual. Um dos atributos que podem contribuir com o fotógrafo é conhecer as
técnicas que serão utilizadas em termos técnicos da fotografia; o que fará parte da
composição de cena; fazer um planejamento de imagem se torna fundamental neste
tipo de criação. Por fim, quando se analisar o resultado que se obteve através
destes atributos, verificar se está fiel ao que foi planejado e imaginado
anteriormente.
O Romantismo possui uma linha de raciocínio similar à fotografia fine art.
Nesta vanguarda artística, o individualismo é muito forte, pois os sentimentos e
particularidades de cada um se tornam obras de artes e é assim que funciona a
fotografia fine art, ela parte das experiências do fotógrafo. O que antes era do íntimo
do artista acaba sendo transmitido para a tela/fotografia. Os pintores do Romantismo
davam ênfase à paleta de cores, às composições e ao jogo de luzes e sombras. Na
fotografia não é diferente: estes processos também são encontrados para a
composição e realização da imagem.
Como visto anteriormente, algumas características que estão presentes no
Romantismo são a liberdade, paixão, sonhos, visões, pesadelos e etc. Na fotografia
fine art podemos perceber estes temas presentes, já que este estilo de fotografia
desperta a liberdade de criação para desenvolver as ideias que partem do íntimo, de
modo que a fantasia e o lúdico possam estar presentes neste tipo de imagens
relacionadas à fotografia fine art.
Conforme Lemos (2019) primeiramente a fotografia era vista como a
representação do real e passou por transformações, tanto sobre como é produzida
quanto entendida. Com os avanços tecnológicos podia-se encontrar novas
possibilidades de criação, surgindo novos pontos de vista estéticos, podendo ser
questionado então, o que era real do que era a representação de uma realidade
atribuída para a fotografia. Pode-se entender que a fotografia é compreendida como
a construção de um novo real, é a possibilidade de vê-la distante de sua função
inicial, fazendo com que os fotógrafos assumissem uma ideia mais expressiva e
criativa na produção de suas imagens.
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Foi possível observar neste capítulo que o idealismo do Romantismo
destaca-se pelas seguintes características: expressar o individualismo do artista,
seus sonhos, as percepções sensíveis, seus instintos e a liberdade. No autorretrato
temos a busca da percepção do “eu”, fazendo reflexões de si mesmo e de seu
mundo particular perante a construção da imagem. A fotografia fine art parte da
necessidade de expressão/criação e do caráter artístico, sendo possível transportar
o espectador para o mundo íntimo do artista.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este trabalho tem como tema a fotografia fine art e suas relações com o
Romantismo. A pesquisa se classifica como qualitativa, que, conforme Hernández
Sampieri, Fernández Collado e Baptista Lucio (2013), explora a profundidade das
informações do ambiente, onde analisa diversas realidades e não se preocupa com
números. Com base nos objetivos principais do trabalho, a pesquisa utilizada é de
natureza exploratória que tem como objetivo nos tornar cientes de algo novo ou
desconhecido, sobre o qual temos muitas dúvidas para encontrar uma resposta.
(SAMPIERI et al., 2013). Como procedimento técnico se usou a pesquisa
bibliográfica que segundo Pereira (2016) é desenvolvida a partir de materiais já
existentes, sendo eles artigos científicos, teses, livros e dissertações.
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Fonte: Da autora (2022)
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Também foi pensado na vestimenta para as fotos que foram utilizadas em
ambos os dias. Foi escolhido um vestido azul claro para transmitir serenidade e uma
peruca loira de cabelos longos para harmonizar com a vestimenta escolhida. Outra
parte fundamental sobre as fotografias que seriam obtidas, foi pensar no conceito
que elas iriam abordar. As imagens possuem uma narrativa, contando sobre um
momento vivido pela autora. A ideia é mostrar uma espécie de ritual de passagem,
começando por baixo, ultrapassando barreiras e medos, para depois ser possível
enfrentar tudo isso e seguir em frente.
A primeira parte das fotografias aconteceu no dia 07 de Setembro no Parque
Histórico de Lajeado/RS, pela parte da manhã. A autora/fotógrafa chama-se Bianca
Caroline Schneider, de 22 anos, e ao se autorretratar pôde pensar na sua jornada ao
longo destes cinco anos na universidade e em sua vida particular. Foram muitos
questionamentos que surgiram, saber se havia feito a escolha certa em relação ao
seu curso e se daria conta deste novo desafio que estava enfrentando, se realmente
seria capaz de confiar mais em si mesma e acreditar em seu potencial, se seria
possível conquistar o que queria. Por este motivo as fotografias obtidas neste dia
são mais sombrias e tentam transmitir a sensação de incertezas.
A segunda parte das fotografias aconteceu no dia 17 de Setembro no Refúgio
Heimatland em Arroio do Meio/RS, pela parte da tarde. Estas fotografias obtidas são
como uma espécie de virada de chave, saindo daquele mundo sombrio e se
libertando para conhecer a sua melhor versão.
Foi pensado que os lugares onde as fotografias seriam obtidas, deveriam ser
em um ambiente externo, onde a autora já tivesse conhecimento dos locais, pois
deste modo seria mais direto para fazer a construção de cena planejada. Também
foi pensado em trazer a natureza como um elemento de composição.
Nas produções foi utilizada a câmera Canon T6i, alternando entre as lentes
75-300mm e 50mm também da Canon. Em termos de iluminação, foi somente
utilizada luz natural. A câmera foi colocada em um tripé, configurada para múltiplos
disparos e foi selecionada a opção do temporizador de 10 segundos. As
configurações da câmera variavam de acordo com o local posicionado para realizar
as fotografias. Foram obtidas aproximadamente 200 fotografias que passaram por
um processo de curadoria, excluindo aquelas que não deram certo ou que de
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alguma forma não se adequaram ao resultado esperado. Após esta etapa,
chegaram-se às nove fotografias que foram as escolhidas e assim passaram pelo
processo de edição. A ordem de apresentação das imagens foi selecionada de
acordo com a narrativa que seria abordada através das fotografias. Para obter-se
um resultado mais significativo, cada imagem possui um título, simbolizando o que
cada uma representa para a autora.
Com relação às cores sobre as fotografias, na primeira parte foi escolhido
trazer tons sombrios para trazer a sensação de estar em um lugar triste e sem vida,
porém os tons de amarelos que estão presentes é como se eles fossem uma luz
guiando para o outro mundo. Na segunda parte, temos tons de cores mais vívidos e
alegres, simbolizando que neste novo mundo a qual se chegou, o ambiente é mais
feliz e livre de sentimentos pessimistas.
4. RESULTADOS
O presente trabalho teve como objetivo discutir a relação da fotografia fine art
com o Romantismo, e a partir disso realizar um ensaio artístico de autorretratos. A
partir da pesquisa bibliográfica, pudemos observar que estes dois temas possuem
relação entre si. As características da fotografia fine art e do Romantismo foram
apresentadas para que fosse possível fazer uma ligação entre ambos os temas.
Através das imagens obtidas busquei o meu lado autoral, sensível e artístico,
podendo então produzir fotografias que quando observadas por outras pessoas
possam remeter a uma pintura ou uma obra de arte. Cada fotografia tem um valor
simbólico, todas elas fazem parte de uma narrativa que foi construída em cima da
minha história, tendo a Bianca fotógrafa no centro. Deste modo, trago um breve
relato para que seja possível entender um pouco sobre o processo das fotografias.
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“Estes autorretratos que trago como resultados deste trabalho são uma parte
de mim e contam como foi todo este meu processo da vida acadêmica, que não foi
fácil. Foram os cinco anos mais incríveis e loucos que eu pude vivenciar, nem
sequer imaginava que eles seriam tão marcantes e significativos. Conheci pessoas
maravilhosas, tanto professores quanto colegas e quem dirá as amizades que fiz,
com toda certeza estas pessoas irão ficar marcadas pra sempre no meu coração.
As quatro primeiras fotografias intituladas como Amparo, Escolhas, O
caminho e Em busca de outro mundo, mostram um lado de dúvidas e incertezas, por
isso me retratei de modo cabisbaixo, com olhares vazios e de costas. É um mundo
sombrio, onde não me sinto capaz de me tornar a pessoa/fotógrafa que eu gostaria
de ser. Quanto a edição destas imagens, quis trazer o laranja e o amarelo mais
presentes, como uma espécie de luz, que me guia para o mundo que eu busco ir.
As cinco últimas fotografias intituladas como Liberta-te, Desvendando a
calmaria, Quietude do jardim, Vislumbrando a serenidade e Crepúsculo vivaz, são
como uma virada de chave, é como se eu fosse transportada para o meu mundo dos
sonhos, onde me torno quem eu sempre quis ser. Os medos são deixados de lado e
passo a confiar mais em mim mesma, levando em consideração tudo o que sei que
sou capaz de fazer. É como se nem o céu fosse o limite e eu me tornasse capaz de
qualquer coisa.”
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Fotografia 1 - Amparo
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Fotografia 2 - Escolhas
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Fotografia 3 - O caminho
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Fotografia 4 - Em busca de outro mundo
Após atravessar a ponte se encontra uma porta fechada e atrás dela será que
existe algo ou algum lugar a ser descoberto? Não é apenas uma porta, é um rito de
passagem, uma virada de chave entre dois mundos. Esta porta fechada desperta a
curiosidade em ver o que está além dela, para onde ela irá levar?
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Fotografia 5 - Liberta-te
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Fotografia 6 - Desvendando a calmaria
Ao explorar este novo mundo ao qual foi submetida através das escolhas,
busca-se ir atrás da purificação, de modo que seja uma espécie de renascimento,
fazendo com que se tenha um novo começo.
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Fotografia 7 - Quietude do jardim
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Fotografia 8 - Vislumbrando a serenidade
Este retrato busca repassar através do olhar que encara diretamente seu
espectador, a sensação de serenidade. Que após sua jornada, finalmente se sente
liberta de tudo aquilo que estava a acorrentando.
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Fotografia 9 - Crepúsculo vivaz
Para concluir a narrativa das fotografias, temos a imagem acima que mostra
um campo aberto, significando a liberdade conquistada após a autora se libertar de
suas amarras. Isso mostra o quanto a autora se sente feliz, que dentro de si há um
sentimento ardente, pulsando a vivacidade do momento vivido. Encerrando assim
este ciclo.
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Este conjunto de fotografias é composto pelo que foi explorado até aqui: o
Romantismo, autorretrato, fotografia fine art e fotografia contemporânea. Usando as
características do Romantismo como base fundamental para a realização das
fotografias, podemos analisar que os temas propostos foram de trazer o sentimento
de liberdade, imaginação e sentimentos da autora. Como já abordado, Ribeiro
(2010) cita que no Romantismo o gosto pessoal do artista é refletido, criando-se
assim uma obra sentimental que se dá a partir da imaginação do artista. As
fotografias propostas para este trabalho partiram totalmente da criação e imaginação
da autora, para que se tornasse algo íntimo a ser retratado.
O autorretrato, tem o objetivo, segundo Rauen e Momoli (2015), de encontrar
a individualidade do autor, sendo uma reflexão de seu mundo particular. Sendo
assim, reforça um dos objetivos deste trabalho que era de executar um ensaio
fotográfico de autorretratos, submetendo as fotografias às sensações e emoções
vividas pela autora. Rauen e Momoli (2015) ainda enfatizam que o autorretrato
possa provocar sensações aos seus espectadores, isto é trazido ao longo da
narrativa das imagens, sendo possível trazer o espectador dentro da jornada da
autora, e vendo onde isso a irá levar. Nas fotografias produzidas, o intuito sempre foi
enfatizar o lado individual, emocional e criativo. Passando então a transferir todos
sentimentos para cada fotografia, confiando a elas o poder de expressão.
Ito (2018) complementa que a fotografia fine art é, antes de tudo, sobre o
artista, pois ela parte de suas experiências, transportando assim suas emoções para
a imagem, para que, outras pessoas possam interpretar estes sentimentos.
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5. CONCLUSÃO
Com base nos dados que foram analisados, pode-se concluir que a fotografia
fine art e a vanguarda artística do Romantismo possuem relação entre si. Foi
possível observar que ambos os temas abordados possuem características técnicas
semelhantes, como a composição de cena, cores utilizadas, luz e sombras. É
possível observar também a semelhança entre os temas que são apresentados
tanto na fotografia fine art quanto no Romantismo, sendo eles: individualismo,
sentimentos particulares de cada artista, o lúdico, fantasioso, paixão, sonhos,
pesadelos, mitos e percepções de sensibilidade.
A visão sobre a fotografia fine art irá variar em como o fotógrafo pretende
abordar este tema em seu trabalho, os impactos culturais também contribuem neste
aspecto. Pode partir de trabalhos mais pessoais, remetendo experiências ou
traumas que já foram vividos pelo próprio artista, como também pode remeter a algo
mais fantasioso e artístico.
Deve-se ressaltar que o planejamento de imagem é indispensável neste tipo
de fotografia. A imagem passa por uma construção antes de chegar ao resultado
final, a fotografia vai muito além do que somente “apertar um botão”. É importante
dominar as técnicas fotográficas e claro, é muito importante conseguir liberar o lado
artístico e se expressar visualmente. A fotografia é arte sim.
O impacto pessoal diante da produção destas imagens é que foi um processo
de realização, onde foi possível colocar minha bagagem de emoções e sentimentos
juntamente com as minhas percepções artísticas em uma só produção fotográfica.
Foi possível também reviver toda jornada que me trouxe até aqui e ver que cada
esforço valeu a pena e que desistir nunca foi uma opção.
O que se abre de possibilidades com a realização deste trabalho, é que
através dos conhecimentos que foram adquiridos ao longo deste processo, eu possa
criar fotografias diferentes e fora do comum, podendo aplicar elementos narrativos
nas imagens, para que as outras pessoas também possam usufruir e se identificar
com os meus trabalhos.
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REFERÊNCIAS
ITO, Murilo Alves de Almeida. Fotografia fine art (belas artes) - conceituação,
linguagens e processos de produção. Cascavel: 2018. Disponível em:
https://portalintercom.org.br/anais/sul2018/resumos/R60-0381-1.pdf. Acesso em 23
mai. 2022.
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ROUILLE, André. A fotografia entre documento e arte contemporânea. São
Paulo: 2009.
SAMPIERI, Roberto H.; COLLADO, Carlos F.; LUCIO, María del Pilar B.
Metodologia de Pesquisa. 5 ed. Grupo A, 2013. 9788565848367. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788565848367/. Acesso em: 02
Maio 2022.
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