Você está na página 1de 24

09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)
(http://jornalismojunior.com.br)

A Jornalismo Júnior
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)

Fale com a gente


(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)

(http://jornalismojunior.com.br)

Home(http://jornalismojunior.com.br/j-
Sociedade
press/)
(http://jornalismojunior.com.br/category/jpress/sociedade/)

Hipersexualização do corpo negro feminino:
entre o desejo e o desinteresse

(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 1/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)

A Jornalismo Júnior
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)

Fale com a gente


(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)
Hipersexualização do corpo negro feminino: entre o desejo e o
desinteresse
(http://jornalismojunior.com.br/foco/)

O SOFRIMENTO QUE ATINGE MULHERES NEGRAS EM VOLTA DA CONSTRUÇÃO


DE UMA IMAGEM HIPERSEXUALIZADA E A CONSEQUENTE SOLIDÃO AFETIVO-
SEXUAL
(http://jornalismojunior.com.br/j-
JPRESS  28 jan 2022 | Por Rosiane Lopes (rosianelopes@usp.br)
press/)

Mais de 12 mil casos de estupros foram notificados no Sistema de Informação de


Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS/MS) em 2016. Mais da metade, 57,6%
dos casos, foram denunciados por adolescentes negras. Aproximadamente
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
30,8% das notificações correspondem às mulheres brancas. No mesmo ano,
ainda segundo dados do SINAN/DATASUS/MS, o Brasil teve 501.385 mães
adolescentes. Do total, 69,7% eram jovens negras, enquanto 24,7% eram
brancas.
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 2/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

Brancas e negras são perpassadas pelo machismo e pela sexualização de seus


corpos. As negras, no entanto, dentro da dimensão racial, lidam com um processo
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
mais intenso de objetificação: a hipersexualização, resultado direto do passado
e-grafia/)
escravista do Brasil. O racismo estruturado na sociedade brasileira,
representado em dados como os do SINAN, é refletido nas desigualdades 
enfrentadas pela parcela feminina negra
hoje, diferente da realidade da parcela
branca.  A Jornalismo Júnior
  (http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)
Passado escravocrata e aFale
formação do povo brasileiro
com a gente
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
Segundo o IBGE (https://brasil500anos.ibge.gov.br/en/territorio-brasileiro-e-
com-a-gente/) cerca de 4 milhões de
povoamento/negros/o-trabalho-dos-negros-africanos),
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
africanos foram deportados para o Brasil. Homens, mulheres e crianças
Sala de imprensa
passaram pela comercialização e pela escravização
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
(https://www.geledes.org.br/historia-da-escravidao-negra-brasil/). Já em solo
de-imprensa/)
brasileiro, além do trabalho compulsório, eram submetidos pelos colonizadores à
violência, ao açoitamento e ao estupro como uma forma de mantê-los
(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
subalternos. 

No cenário da colonização, os negros eram desumanizados e objetificados. Eram


tidos como uma mercadoria barata na visão dos europeus, primeiro porque eram
imbuídos de valor econômico pela lucratividade do tráfico negreiro, e segundo
(http://jornalismojunior.com.br/j-
por sua força de trabalho que beneficiava apenas aos colonos.
press/)
O antropólogo Darcy Ribeiro indicou os portugueses, os indígenas e os negros
africanos como as três matrizes formadoras do povo brasileiro. Nesse sentido,
Gilberto Freyre apontou que o branco, o negro e o indígena, com base no mito da
democracia racial (https://www.uol.com.br/ecoa/reportagens-
especiais/democracia-racial-ideia-foi-adotada-no-brasil-pos-escravidao-e-
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
ajuda-a-explicar-racismo-atual/#cover), viviam em harmonia. No entanto, a
construção do povo brasileiro não foi harmônica, e sim fruto da violência e do
estupro de mulheres negras e indígenas que, dentro da sociedade escravagista e
machista, eram oprimidas e sexualizadas ao extremo. Além de escravocrata, a
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)
sociedade brasileira em sua origem também foi calcada no patriarcalismo.

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 3/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

Dados preliminares do Projeto DNA do Brasil


(https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/dna-preserva-historia-de-
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
indigenas-e-escravos-no-genoma-dos-brasileiros/) corroboram com a
e-grafia/)
demonstração de que a formação do povo brasileiro foi fruto do estupro
(https://super.abril.com.br/ciencia/estupro-de-mulheres-negras-e-indigenas- 
deixou-marca-no-genoma-dos-brasileiros/).
Os resultados do sequenciamento
genético mostraram que 70% das mães que deram origem
A Jornalismo Júnior à população brasileira
são africanas e indígenas, enquanto (http://jornalismojunior.com.br/a-
75% dos pais são europeus. Dados como
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
esse explicitam o tratamento dado às mulheres, que não fossem europeias, e
jornalismo-junior/)
como elas eram objetificadas e ligadas à servidão, até mesmo na esfera sexual. 
Fale com a gente
Segundo Elisa Hipólito, antropóloga(http://jornalismojunior.com.br/fale-
pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e mestranda em Antropologia na Faculdade de Filosofia, Letras e
com-a-gente/)
Ciências Humanas (FFLCH) da USP, a caracterização que se tem hoje de corpos
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
negros, por exemplo, “enquanto um Sala deque
‘objeto’ imprensa
está ali para servir” está ligada a
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
uma construção histórica que remonta “desde o período da escravização em que
de-imprensa/)
esses corpos são tidos para realizar trabalhos braçais na lavoura ou para
satisfazer sexualmente os dominadores”. 
(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
 

As especificidades da mulher negra: dimensão racial 


“As mulheres negras e brancas sofrem certas privações por serem mulheres,
compartilham certas vivências por assim serem, mas as mulheres negras,
(http://jornalismojunior.com.br/j-
além dopress/)
machismo e do sistema patriarcal, também sofrem do racismo”.
– Elisa Hipólito
 

Apesar da resistência da população negra, apenas depois de três séculos de um


Brasil ancorado na escravidão, ocorreu, em 13 de maio de 1888, a abolição do
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
trabalho escravo, quando foi assinada a Lei Áurea. Os negros estariam então
libertos. A libertação, no entanto, não veio junto a uma reparação histórica ou à
inclusão social. Antes escravizados, depois excluídos socialmente, os negros
ainda assim eram tidos como inferiores. 
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 4/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

Depois da abolição (https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?


option=com_content&id=2673%3Acatid%3D28), a população negra não teve
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
acesso a terras, nem a oportunidades de trabalho que não fossem informais.
e-grafia/)
Barreiras sociais como essas em conjunto com a perpetuação do pensamento
discriminatório abriu espaço para o racismo estruturado nas camadas sociaise
refletido em desigualdades

(https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/05/13/interna-
A Jornalismo Júnior
brasil,680301/130-anos-apos-abolicao-populacao-negra-ainda-sofre-com-a-
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
desigualdade.shtml#:~:text=Exatos%20130%20anos%20depois%20da,R%24%201
jornalismo-junior/)
que afetam com maior força os negros e seu acesso à direitos básicos.
Fale com a gente
A mulher negra, dentro dessa estrutura desigual, se comparada com a mulher
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
branca, sofre, além do machismo comum a ambas, também na dimensão racial. A
com-a-gente/)
especificidade das problemáticas da parcela feminina negra
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(https://www.brasildefato.com.br/2019/11/19/racismo-e-machismo-mantem-
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
mulheres-negras-no-grupo-de-menores-salarios-do-pais) são aparentes nas
de-imprensa/)
disparidades sociais (https://www.ipea.gov.br/retrato/pdf/primeiraedicao.pdf)
vivenciadas entre brancas e negras.
(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
No quesito da educação, conforme dados da pesquisa “Estatísticas de gênero –
indicadores sociais das mulheres no Brasil”
(https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101551_informativo.pdf), o
percentual de mulheres brancas com ensino superior completo, em 2016, era 2,3
vezes maior do que o calculado para as mulheres pretas ou pardas. Em relação a
(http://jornalismojunior.com.br/j-
mortes no país, segundo o “Atlas da Violência de 2021
press/)
(https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/1375-
atlasdaviolencia2021completo.pdf)”, em 2019, 66% das mulheres assassinadas
no Brasil eram negras. O risco relativo de uma mulher negra ser vítima de
homicídio é 1,7 vezes maior do que o de uma mulher não negra.
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
 

(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 5/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)

A Jornalismo Júnior
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)

Fale com a gente


(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)

(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/)

(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

 
 

Além dos dados concretos, as mulheres negras, assim como os homens,


(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)
diferentemente da população branca, sofrem com o preconceito em locais
públicos (https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2021/04/28/6-a-

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 6/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

cada-10-brasileiros-ja-viram-negros-serem-discriminados-em-locais-
comerciais-diz-pesquisa-encomendada-pelo-carrefour.ghtml). Ana Carolina, de
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
20 anos, é auxiliar de saúde bucal e relata ter sido inferiorizada por ser negra
e-grafia/)
diversas vezes em lojas (https://exame.com/bussola/7-em-cada-10-negros-
sofreram-preconceito-em-loja-restaurante-ou-mercado/) em que foi mal 
atendida, mas principalmente no trabalho.
“Muitas vezes percebo o olhar das
pessoas me diminuindo. Me perguntam até se sou da
A Jornalismo área de limpeza, não
Júnior
desmerecendo a profissão, mas acredito que se fosse uma pessoa de pele clara
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
não teria esse mesmo julgamento”.  jornalismo-junior/)

“As mulheres negras e brancas sofrem certas privações por serem mulheres,
Fale com a gente
compartilham certas vivências por assim serem, mas as mulheres negras, além do
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
machismo e do sistema patriarcal, também sofrem do racismo”, pontua Elisa.
com-a-gente/)
Assim como indicado pela antropóloga, as duas parcelas femininas estão
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
inseridas em um corpo social machista Sala deasimprensa
que sexualiza, mas a mulher negra, pela
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
dimensão racial, passa pela hipersexualização do seu corpo. 
de-imprensa/)
 

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
Hipersexualização: estereótipos e
contemporaneidade
Conforme Elisa Hipólito, hipersexualização significa sexualizar ao extremo
(https://sul21.com.br/opiniao/2014/09/a-objetificacao-e-hipersexualizacao-da-
(http://jornalismojunior.com.br/j- Esse processo é muito presente quando se
mulher-negra-por-jarid-arraes/).
press/)
pensa em mulheres e homens negros, em que seus corpos são universalizados e
atribui-se a eles um caráter de objeto puramente sexual. “São corpos
sexualizados ao extremo e até genitalizados, de certa forma. Com as suas
humanidades diminuídas, aproxima-se esse corpo a um caráter mais animalesco
e irracional que age só pelo impulso sexual”.
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
A hipersexualização da mulher negra tem sua origem específica no passado
escravocrata brasileiro e perdura até os dias atuais. Elisa explica que existiram
duas principais imagens da mulher negra no período da escravidão que permitem
entender essa sexualização intensa: o da mãe preta e o da mucama. 
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 7/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

A mãe preta (http://www.maepreta.net/pesquisa/) representava as mulheres


mais velhas, as amas de leite que cuidavam dos filhos dos senhores. Estas, além
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
de ligadas ao estereótipo racista do cuidado, passavam também por um processo
e-grafia/)
de dessexualização. Já as mucamas (https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-
br/artigo/mucamas/) eram mulheres negras mais jovens e responsáveis pelos 
afazeres domésticos. Estas, mais joviais
e vistas como mais belas, eram alvos da
ultrasexualização. “As mucamas queAsão as hipersexualizadas,
Jornalismo Júnior que tem esse
imaginário da mulata, as faladas mulheres com mais curvas”, complementa a
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
antropóloga.  jornalismo-junior/)
 
Fale com a gente
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)

(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/)

(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 8/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)

A Jornalismo Júnior
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)

Fale com a gente


(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)

(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/)

(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

Mãe Preta (1912), de Lucílio de Albuquerque [Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons]

 
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 9/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

Existem diversas imagens impostas às mulheres negras ainda presentes


contemporaneamente. Adjetivá-las como portadoras de uma beleza exótica, por
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
exemplo, é um estereótipo racista. O exotismo, nesse caso, está ligado à oposição
e-grafia/)
à estética eurocêntrica. Os traços da branquitude seriam o normal, já os traços
negróides, que fogem desse padrão e causam estranheza, seriam exóticos.  

Sarah Baartman

A Jornalismo Júnior
(https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160110_mulher_circo_africa_
nomeada antigamente como A Vênus (http://jornalismojunior.com.br/a-
Hotentote, é um exemplo da visão do
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)
negro como exótico. A africana que por apresentar traços e estatura física
diferentes do padrão branco, foi transformada em atração circense. A mulher
Fale com a gente
tinha seu corpo exibido em feiras de(http://jornalismojunior.com.br/fale-
Londres e de Paris por ser considerada
exótica. Até depois de sua morte, Sarah (https://www.ufrgs.br/africanas/sara-
com-a-gente/)
baartman-1789-1815/) teve seus órgãos genitais, esqueleto e cérebro exibidos
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
no Museu do Homem de Paris até 1974. Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
  de-imprensa/)

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)

(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/)

(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

Sarah Baartman morreu aos vinte e seis anos de idade, provavelmente de pneumonia, sífilis ou alcoolismo [Imagem:
Flickr/Kyndall Donalson]

(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)
 

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 10/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

Outros estereótipos
(https://revistaglamour.globo.com/Lifestyle/noticia/2017/11/22-frases-que-
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
toda-mulher-negra-esta-cansada-de-ouvir.html) estão diretamente ligados à
e-grafia/)
hipersexualização da mulher negra e influenciam o imaginário social em relação à
representação feminina negra. “Há a hipersexualização das mulheres negrascom
a ideia de que são sensuais, que sabem
sambar e seduzir como ninguém, de que
são boas parceiras sexuais”, diz Elisa.AAlém disso, a antropóloga
Jornalismo Júnior também chama
atenção para a formação do imaginário de que homens negros
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
(https://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/download/9281/6949)
jornalismo-junior/) são viris, são
sedutores, conquistadores e bem dotados, pensamentos que também os
objetificam.  Fale com a gente
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
A mídia, dentro do cenário da hipersexualização, age como agente contribuinte
com-a-gente/)
com(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
a sexualização excessiva da mulher negra. Telenovelas, propagandas,
músicas e outras representações culturais Sala de imprensaa criação de uma imagem
influenciam
sexualizada. Para Elisa, as novelas, os(http://jornalismojunior.com.br/sala-
filmes
de-imprensa/)
(https://www.scielo.br/j/ref/a/5zzSXRTXZgsN8CMcYjhYQvg/?lang=pt) ea
literatura de décadas atrás reforçam a representação da negra como um corpo
(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
erotizado.

Gregório de Matos (https://mafua.ufsc.br/2003/o-preconceito-racial-na-obra-


de-gregorio-de-matos/), por exemplo, escritor do período do barroco,
representa a mulher negra em sua poesia com caricaturas depreciativas, do
ponto de vista sexual, relacionando-a com a promiscuidade e com a sexualidade
(http://jornalismojunior.com.br/j-
exacerbada, enquanto
press/) a mulher branca está ligada a pureza e ao romantismo em
seus poemas.

 
INDO O POETA PASSEAR PELA ILHA DA CAJAÍBA, ENCONTROU LAVANDO
ROUPA A MULATA ANICA E LHE FEZ ESTE – (MATOS, 2013, p. 273 – 274)
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

“Achei Anica na fonte

lavando sobre uma pedra

mais corrente, que a mesma água, 


(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)
mais limpa, que a fonte mesma. 

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 11/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

(…)  (http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)
 

Tanto deu, tanto bateu  

Co’a barriga, e co’as cadeiras, 


A Jornalismo Júnior
Que me deu a anca fendida  (http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
Mil tentações de fodê-la.  jornalismo-junior/)

  Fale com a gente


(http://jornalismojunior.com.br/fale-
(…) 
com-a-gente/)
  (http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
De quando em quando esfregava  (http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)
a roupa ao carão da pedra, 

e eu(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
disse “mate-me Deus 

com puta, que assim se esfrega.”

À mesma D. Ângela
(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/) “Anjo no nome, Angélica na cara,

Isso é ser flor, e Anjo juntamente,

Ser Angélica flor, e anjo florente,

Em quem, senão em vós se uniformara?


(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
Quem veria uma flor, que a não cortara

De verde pé, de rama florescente?

E quem um Anjo vira tão luzente,


(http://jornalismojunior.com.br/sala33/) Que por seu Deus, o não idolatrara?

Se como Anjo sois dos meus altares,

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 12/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

Fôreis o meu custódio, e minha guarda

(http://jornalismojunior.com.br/traco- Livrara eu de diabólicos azares.


e-grafia/)
Mas vejo, que tão bela e tão galharda,

Posto que os Anjos nunca dão pesares,

Sois Anjo, Que me tenta, e não me guarda”.


A Jornalismo Júnior
  (http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)
Entre o desejo e o desinteresse, a solidão da mulher
negra Fale com a gente
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
“Pensar os relacionamentoscom-a-gente/)
afetivos-sexuais na interface de raça e dos
atravessamentos do racismo, podem
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/) propiciar outras perspectivas, de que
as estruturas sociais também Sala tem
dealgo a ver com isso. É um fenômeno
imprensa
experienciado de forma(http://jornalismojunior.com.br/sala-
coletiva, embora tenha suas incidências e
particularidades no um a um”.
de-imprensa/)
– Camilla Vieira, em entrevista à J.Press
  (http://jornalismojunior.com.br/foco/)

O processo da hipersexualização das mulheres negras as objetifica e as


desumaniza. Junto aos estereótipos que servem como base para a sexualização
excessiva, a mulher negra é retirada de sua diversidade, de sua condição
enquanto ser humano e de suas necessidades afetivas. É com base nisso que uma
(http://jornalismojunior.com.br/j-
problemática específica
press/) toma espaço: a solidão da mulher negra
(https://cdn.revistaforum.com.br/wp-content/uploads/2015/09/cp056761.pdf). 
Camilla Gomes Vieira, psicóloga, mestranda em Psicologia Social na UFMG e
autora do projeto de pesquisa intitulado “Experiências de solidão afetivo-sexual
em mulheres negras como repercussão do racismo estrutural”
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
(http://periodicos.pucminas.br/index.php/pretextos/article/view/22458), explica
que não há um consenso acerca de uma definição fixa da solidão da mulher
negra, mas que “no campo afetivo-sexual pode ser entendida como a intersecção
de fatores sociais como o racismo estrutural que cria condições para
preterimento destas de forma que não sejam vistas e escolhidas como objeto de
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)
afeto em uma frequência mais alta que outros segmentos de mulheres, por
motivos de imposição social, não por desejarem estar espontaneamente sós”. Ou

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 13/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

seja, frequentemente, as mulheres negras não são consideradas dignas de


escolha em relacionamentos afetivos, muitas vezes devido a questões específicas
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
de gênero, raça e consequentes racismo e sexismo.
e-grafia/)
Dentro do que seria a solidão da mulher negra

(https://www.otempo.com.br/interessa/racismo-e-sexismo-aumentam-solidao-
da-mulher-negra-1.2453919), existe
o apontamento recorrente de que no que
concerne a relacionamentos amorosos A Jornalismo Júnior
(https://claudia.abril.com.br/sua-vida/a-
(http://jornalismojunior.com.br/a-
mulher-negra-nao-e-vista-como-um-sujeito-para-ser-amado/), interraciais ou
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)
não, a mulher negra sempre corre o risco de ser trocada ou é trocada por uma
mulher branca. Além disso, quando se relacionam com alguém não negro, não
Fale com a gente
são assumidas com a facilidade que uma mulher branca seria. 
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
Resta à mulher negra enfrentar a dualidade com-a-gente/)
do desejo e desinteresse. Desejo
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
pelo imaginário social formado que a hipersexualiza e a estereotipa como um ser
Sala de imprensa
erótico, exótico, interessante ao homem pelo apelo sexual que o causa, da mesma
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
maneira que há também o desinteresse. de-imprensa/)
Existe o imaginário de que a mulher negra deve ter o corpo cheio de curvas,
ainda que magra, seguindo a representação da globeleza, modelo do carnaval.
(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
Quando não se encaixa nesse padrão, ela se torna desinteressante. “Muitas das
vezes e como mulher negra, fui chamada a atenção ou por estar acima do peso ou
por estar abaixo dele, pois a visão que muitos tinham é de que a mulher negra
deve ter um corpão, com várias curvas e sem barriga.” conta Ana Carolina. Ela
(http://jornalismojunior.com.br/j-
relata ainda que essa situação afetou sua autoestima, condição psicológica e a
press/)
maneira que lida com seu corpo hoje.
Entre o desejo por ser hipersexualizada e o desinteresse por não seguir padrões
estéticos (http://jornalismojunior.com.br/a-padronizacao-da-beleza-e-a-
afetividade-em-vidas-negras/), a mulher negra é prejudicada em seus
relacionamentos e na maneira que enxerga seu próprio corpo. Camilla explica
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
que a mulher que é frequentemente vista como um corpo e sem subjetividade,
caso ela tenha o desejo de ter relações de compromisso e essa não for a
realidade, podem surgir questionamentos que a responsabiliza em um âmbito
individual: ‘o que há de errado comigo?’.
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 14/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

Quanto às consequências da solidão para a mulher negra, Camilla aponta que


quando a mulher negra tem a percepção do “preterimento quanto a ser escolha
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
afetiva”, o modo como ela se apresenta para o outro pode ser influenciado:
e-grafia/)
“frequentemente voltado a um padrão estético da branquitude, que difere de seu
fenótipo, mas que é visto como desejável ao outro”. Além disso, “para sustentar 
relacionamentos, pode acontecer a naturalização

de submissão a situações
danosas e de violências como parte aAser suportadaJúnior
Jornalismo para evitar a ausência de
parceria amorosa ou até o celibato”, (http://jornalismojunior.com.br/a-
complementa.
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
  jornalismo-junior/)

Fale com a gente


A mulher negra hoje: pluralidade 
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
“É necessário avançar em não reduzir a mulher negra como categoria única,
com-a-gente/)
caminhando para a não-universalização e o reconhecimento que a mulher
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
negraSala de imprensa
é plural em suas vivências e experiências”.
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
– Camilla Vieira
de-imprensa/)
 

A hipersexualização pode afetar a maneira como as mulheres negras lidam com a


(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
sua sexualidade e inibí-las de terem experiências. Entender como as dimensões
racista e sexista as perpassam, especificamente, permite não só à comunidade
negra, mas também aos brancos combaterem o machismo, o racismo e as
estruturas que perpetuam imagens objetificadoras e que, consequentemente,
(http://jornalismojunior.com.br/j-
corroboram com a solidão da parcela feminina negra. 
press/)
A mulher negra, independente da maneira que escolhe lidar com seu próprio
corpo e sexualidade, é um ser humano plural com necessidades afetivas e digna
de amor, seja nas relações externas ou internas e identitárias. “Como bell hooks*
bem aponta, o amor tem potencial curativo e de mudança. O amor não se trata
de redução a relacionamentos afetivos-sexuais românticos, mas de adição e
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
amplitude de relações e afetos, como o amor a si e à comunidade”, diz Camilla.

As mulheres negras hoje são resistência. São seres diversos, plurais e que lutam
para quebrar a ótica construída no passado escravocrata do Brasil de que corpos
negros são inferiores, servis e reduzidos a erotização.
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)
 

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 15/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

*bell hooks [1952-2021] é o nome artístico de Gloria Jean Watkins, adotado em


homenagem à bisavó. A escritora, autora, professora, teórica feminista, artista e
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
ativista antirracista estadunidense utilizava ‘bell hooks’ escrito em minúsculo
e-grafia/)
como forma de enfatizar, segundo ela, “a substância de meus livros, não quem eu
sou”.  

A Jornalismo Júnior
TAGS (http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)
Carolina Borin Garcia , Escravidão , Murillo César , relacionamentos , Rosiane Lopes ,
sexualização feminina , solidão negra
Fale com a gente
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
J.Press
A J.Press é uma agência de grandes reportagens que procura novas perspectivas
de mundo. Com forma e conteúdo plurais, quer explorar assuntos a fundo, mesmo
sabendo não ser possível esgotá-los. Em nossa agência, questões de interesse
(http://jornalismojunior.com.br/j-
público ganham novos ares. Todos os textos da J.Press começam com uma
press/)
pergunta, mas não pretendem chegar a uma única resposta.

POST ANTERIOR PRÓXIMO POST


(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
Morar na Bela Vista: a vida e a disputa de Vai um cafézinho? — Um perfil histórico e
espaço na maior metrópole da América do emocional do café no Brasil
Sul (http://jornalismojunior.com.br/cafe-no-
(http://jornalismojunior.com.br/morar- brasil-historia-e-impacto-emocional-
na-bela-vista-a-vida-e-a-disputa-de- vai-um-cafezinho/)
espaco-na-maior-metropole-da-
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)
america-do-sul/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 16/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

VOLTAR PARA HOME (http://jornalismojunior.com.br)


(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)


DEIXE SEU COMENTÁRIO

A Jornalismo Júnior
Nome*

(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)
E-mail*

Fale com a gente


(http://jornalismojunior.com.br/fale-
Facebook

com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)
Comentário*

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)

(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/)

ENVIAR
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

CATEGORIAS

CULTURA (HTTP://JORNALISMOJUNIOR.COM.BR/CATEGORY/JPRESS/CULTURA/)
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

ECONOMIA (HTTP://JORNALISMOJUNIOR.COM.BR/CATEGORY/JPRESS/ECONOMIA/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 17/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

EDUCAÇÃO (HTTP://JORNALISMOJUNIOR.COM.BR/CATEGORY/JPRESS/EDUCACAO/)

ESPORTE E LAZER (HTTP://JORNALISMOJUNIOR.COM.BR/CATEGORY/JPRESS/ESPORTE-E-LAZER/)


(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)
POLÍTICA (HTTP://JORNALISMOJUNIOR.COM.BR/CATEGORY/JPRESS/POLITICA/)

SAÚDE (HTTP://JORNALISMOJUNIOR.COM.BR/CATEGORY/JPRESS/SAUDE/)

A Jornalismo Júnior
SOCIEDADE (HTTP://JORNALISMOJUNIOR.COM.BR/CATEGORY/JPRESS/SOCIEDADE/)

(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)
LEIA TAMBÉM
Fale com a gente
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)
Quem frequenta o CCSP?
 26 jan 2019
(http://jornalismojunior.com.br/foco/)

(http://jornalismojunior.com.br/um-olhar-latino-sobre-a-cobertura-politica/)

(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/)

Um olhar latino sobre a cobertura política (http://jornalismojunior.com.br/um-


(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

olhar-latino-sobre-a-cobertura-politica/)
 12 ago 2018

(http://jornalismojunior.com.br/discutindo-politica-nas-escolas/)
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 18/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)

Discutindo política nas escolas (http://jornalismojunior.com.br/discutindo- 


politica-nas-escolas/)

 01 out 2014
A Jornalismo Júnior
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
(http://jornalismojunior.com.br/o-incendio-na-cinemateca-e-o-descaso-com-a-cultura/)
jornalismo-junior/)

Fale com a gente


(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)
Observatório | Incêndio na Cinemateca mostra o descaso da cultura no atual
governo (http://jornalismojunior.com.br/o-incendio-na-cinemateca-e-o-descaso-
(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
com-a-cultura/)
 08 ago 2021

(http://jornalismojunior.com.br/especial-os-conflitos-no-egito/)

(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/)

(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
Especial: os conflitos no Egito (http://jornalismojunior.com.br/especial-os-
conflitos-no-egito/)
 12 jul 2013

(http://jornalismojunior.com.br/inteligente-sim-humana-talvez/)
(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 19/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)


Inteligente, sim. Humana… talvez? (http://jornalismojunior.com.br/inteligente-

sim-humana-talvez/)
 25 abr 2019
A Jornalismo Júnior
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)

Fale com a gente


MAIS LIDAS (http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Educação
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
Desenhos animados: muito além do superficial

Sociedade
(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/)

Por que as mulheres não se tocam?


(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

De que maneira funciona o sistema político na Rússia?

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 20/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

De que maneira funciona o sistema político na Rússia?

(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)
Sociedade

A Jornalismo Júnior
BDSM para baunilhas (http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)

Fale com a gente


Cultura
(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)
A formação da arte brasileira a partir da miscigenação cultural
(http://jornalismojunior.com.br/foco/)

(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/)

(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 21/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

Vídeo Institucional - Jornalismo Júnior E…


E…
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)

A Jornalismo Júnior
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)

Fale com a gente


(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)

VÍDEO INSTITUCIONAL - JORNALISMO


(http://jornalismojunior.com.br/j- JÚNIOR (2022)
press/)

(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)
NOS RASTROS DO CORONAVÍRUS:
CLOROQUINA

(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 22/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

VISÕES DE UM FINAL
(http://jornalismojunior.com.br/traco-
e-grafia/)

A Jornalismo Júnior
(http://jornalismojunior.com.br/a-
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)
jornalismo-junior/)

Fale com a gente


(http://jornalismojunior.com.br/fale-
com-a-gente/)
(http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/)
Sala de imprensa
(http://jornalismojunior.com.br/sala-
de-imprensa/)

(http://jornalismojunior.com.br/foco/)
   
(https://www.facebook.com/jornalismojunior/)

(https://twitter.com/jornalismojr)

(https://www.youtube.com/user/jornalismojr)

(https://www.instagram.com/jornalism

CURTA NOSSA PÁGINA


(http://jornalismojunior.com.br/j-
press/)
Jornalismo Júnior …
17.292 curtidas

Curtir Página Compartilhar


(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

EDITORIAS

(http://jornalismojunior.com.br/sala33/)
ARQUIBANCADA (551)
(http://jornalismojunior.com.br/arquibancada/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 23/24
09/06/22, 18:30 A hipersexualização e a solidão da mulher negra - Jornalismo Júnior

CINÉFILOS (http://jornalismojunior.com.br/cinefilos/) (2355)

FOCO (http://jornalismojunior.com.br/foco/)
(http://jornalismojunior.com.br/traco- (73)
e-grafia/)
J.PRESS (http://jornalismojunior.com.br/j-press/) (535)

LABORATÓRIO (371)
(http://jornalismojunior.com.br/laboratorio/)

SALA 33 (http://jornalismojunior.com.br/sala33/) (1256)

TRAÇO E GRAFIA (44)


(http://jornalismojunior.com.br/traco-e-grafia/)

(https://www.instagram.com/p/CJ9KWzahauv/)

(https://www.instagram.com/p/CJ89iYwHG-3/)

(https://www.instagram.com/p/CJ4iyJTBwQ7/)
veja mais >
(https://www.instagram.com/jornalismojunior/)

Copyright © 2018 JornalismoJunior - Direitos reservados


Desenvolvido por Vox Digital (http://voxdigital.com.br/)

jornalismojunior.com.br/hipersexualizacao-do-corpo-negro-feminino-entre-o-desejo-e-o-desinteresse/ 24/24

Você também pode gostar