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Respostas questões - Resolução Alternativa de Litígios

1) Porque é que se afirma a mediação como um amortecedor de conflitos?

Além deste recurso ser menos oneroso e mais célere, funciona como um ''amortecedor de conflitos'' na
medida em que é um processo externo ao poder jurídico., visa alcançar a conciliação das partes antes
mesmo de um possível processo judicial, que é sempre a melhor forma de solucionar conflitos de forma
rápida e fácil, uma vez que isto eleva as chances de sanar a questão antes de um processo.
Na minha opinião, podemos considerar a mediação como um ''amortecedor de conflitos'' porque por este
meio as partes podem expor o seu pensamento e têm uma oportunidade de solucionar questões importantes
de um modo cooperativo, sem conteúdos e, portanto, de forma construtiva, o que torna a mediação uma
possibilidade de mudar a ''cultura do conflito'' para a ''cultura do dialogo''.
Em conclusão, o objetivo da mediação é prestar assistência na obtenção de acordos, o que pode constituir
um modelo de conduta pacificadora para futuras relações, num ambiente colaborativo em que as partes
passam a dialogar produtivamente sobre as duas necessidades.
A visão positiva do conflito e a cooperação são os caminhos para ''amortecer o conflito'' e alcançar o objetivo
de resolver ou evitar um conflito na mediação.

2) O mediador está sujeito às regras da mediação?

O mediador está sujeito as regras de mediação inscritas na Lei n.º 78/2001, de 13 de Julho, quando presta os
seguintes serviços:

a) No caso de prestarem todas as informações e esclarecimentos sobre a mediação;


b) Se auxiliarem o interessado na escolha do mediador de conflitos, que consta necessariamente da lista de
mediadores do julgado de paz qualificados para a prestação do correspondente serviço;
c) Quando informam o interessado acerca dos honorários praticados;
d) E se procederem à marcação da sessão de pré-mediação e da primeira sessão de mediação.

3) Quais as garantias de segurança jurídica das partes nos MRAL?

As garantias de segurança jurídica das partes nos MRAL baseiam-se nos princípios da mediação:

A voluntariedade (art 4) significa que nenhuma das partes poderá ser obrigada a fazer parte de um
procedimento de mediação, implicando a participação no mesmo do consentimento esclarecido e informado
das partes integrantes, podendo as mesmas revogar a qualquer momento o consentimento prestado. 
A igualdade e imparcialidade (art 6) do procedimento de mediação manifesta-se no facto de as partes
litigantes merecerem ser tratadas de forma igual no âmbito do procedimento, devendo o mediador de
conflitos agir com imparcialidade durante todo o procedimento e não ser parte interessada no litígio.
O princípio da confidencialidade (art 5) obriga o mediador de conflitos a manter sob sigilo absoluto todas as
informações de que tenha conhecimento no âmbito do procedimento, não podendo fazer uso delas em
proveito próprio ou de outrem, nem podendo comunicá-las ou partilhá-las com as restantes partes envolvidas
no procedimento sem o consentimento destas. O dever de confidencialidade apenas poderá cessar para
proteção de um interesse público superior (quando esteja em causa a defesa da integridade física ou
psíquica de qualquer pessoa) ou para efeitos de aplicação ou execução do acordo obtido por via da
mediação. O conteúdo das sessões de mediação não pode ser valorado em tribunal ou em sede de
arbitragem, salvo em execução do acordo obtido.
No que respeita ao princípio da competência e da responsabilidade (art.8), este impõe que o mediador de
conflitos deve ter experiência, habilidade ou tenha frequentado ações de formação que lhe atribuam as
aptidões teóricas e práticas adequadas ao exercício da sua atividade. Neste contexto, prevê-se a criação de
um curso de técnicas de mediação de conflitos realizado por entidade formadora certificada pelo Organismo
da Administração Pública responsável pela resolução extrajudicial de litígios. Por conseguinte, o mediador
que viole os deveres inerentes à sua atividade será civilmente responsável pelos danos causados.
O princípio da executoriedade (art 9) confere ao acordo final de mediação força executiva, sem que este
tenha de ser objeto de homologação judicial. Para o efeito, são exigidos os seguintes requisitos:

(i) O objeto do acordo deve ser mediável, ou seja, deve versar sobre matéria civil, comercial, laboral, familiar
ou penal, e desde que digam respeito a direitos disponíveis;
(ii) A mediação deverá seguir os trâmites do diploma;
(iii) As partes devem ter capacidade e legitimidade para a sua celebração;
(iv) O conteúdo não poderá violar a lei, ordem pública e os bons costumes;
(v) A mediação deverá ser conduzida por mediador inscrito na lista organizada pelo Organismo da
Administração Pública responsável pela resolução extrajudicial de litígios

4) Quais os momentos obrigatórios da mediação e explique-os?

Existem dois momentos obrigatórios na mediação, a pré-mediação e o protocolo da mediação. O primeiro, a


pré-mediação, consiste numa sessão em que as partes são informadas sobre o funcionamento e as regras do
procedimento. O segundo, protocolo de mediação consiste no acordo das partes para prosseguir a mediação
tendo este que ser reduzido a escrito onde ambas as partes e o mediador tem de assinar.

5) O que é a pré-mediação?

A pré-mediação é entendida como a sessão preparatória onde o mediador, explica o procedimento


da mediação, os seus objetivos, limites, regras e finda a qual, as partes decidem, livre e informadamente, se
aceitam ou não prosseguir para mediação.

Artigo 8º

1 - A sessão de pré-mediação decorre na presença de ambas as partes.

2 - Na sessão de pré-mediação o mediador informa as partes sobre a possibilidade de resolução do litígio


com recurso à mediação, elucidando-as acerca da natureza, da finalidade e das regras aplicáveis à mesma.

3 - Caso as partes se apresentem inicialmente em conjunto no julgado de paz, a sessão de pré-mediação


pode, desde logo, ser agendada ou realizada de imediato, se houver concordância de ambas as partes e
disponibilidade de mediador.
4 - Afirmada positivamente a vontade de as partes realizarem a mediação, é por elas assinado,
conjuntamente com o mediador que realizou a pré-mediação, um termo de consentimento, que contém as
regras a que obedecerá o processo de mediação.

6) Quais os critérios de qualificação dos MRAL?

Os critérios de qualificação podem ser 3:

Voluntários - Depende unicamente da vontade das partes aderir ou não


Ou
Obrigatórios - A sua jurisdição não está na vontade das partes

Adjudicatórios - Atribuem o poder de decisão a um terceiro


Ou
Consensuais - permanece nas partes a capacidade de decisão dos litígios (Acordo)

Centrados nos interesses - busca-se a pacificação do conflito – desconsideração do que o Direito


determina
Ou
Centrado nos direitos - Baseiam-se na discussão dos argumentos legais de cada parte

7) Requisitos formais do protocolo de mediação?

Os requisitos formais do protocolo são os elencados no artigo 16º do LRAL, sendo estes:

Identificação das partes,


Identificação e domicílio profissional do mediador,
Declaração do consentimento das partes,
Declaração das partes e do mediador, referente á confidencialidade,
Descrição sumária do litígio,
Regras do procedimento acordadas entre as partes,
Honorários do mediador,
Data.

8) Qual a importância do caracter informativo da pré-mediação?

Sem a aplicação da pré-mediação, as partes acabarão não tendo um espírito colaborativo, poderão não
realizar um acordo ou gerar mais conflitos internos entre elas.
Muitas vezes uma pessoa participa da mediação sem entender exatamente como funciona essa modalidade
de solução de conflitos, não sabe quando emitir sua versão dos fatos ou propostas de acordos, como agir,
entre outros detalhes.

Por isso, a importância dessa fase decorre do fato de que ela esclarece todo o procedimento para os
indivíduos presentes, dando a possibilidade de que eles declarem a sua vontade de participar. Além disso,
eles saberão exatamente como agir durante a reunião para garantir que a mediação seja bem-sucedida.

Aqui as partes são esclarecidas sobre como funcionará a mediação, qual é o procedimento adotado e as
técnicas usadas pelo mediador. Algumas das informações que devem ser apresentadas são os horários das
reuniões, tempo de duração, divisão de custos entre os participantes, entre outras.
Também é importante que todos saibam os seus direitos, limites e deveres, assim eles não deixam de
exercer os seus direitos ou efetuar as suas obrigações por falta de conhecimento sobre o assunto.
É recomendável que as partes sejam recomendadas a tomar uma conduta pacífica e colaborativa.

9) A negociação é um MRAL autónomo?

A negociação, em todos esses casos, destina-se a uma decisão consensual, a uma solução conjunta. A
negociação é, de facto, utilizada no âmbito de outro mecanismo de solução de disputas, mas pode ser um
meio autônomo de resolução de conflito.

10) Quando podemos afirmar que estamos perante uma negociação?

Processo de resolução de conflitos em que uma das partes, ou ambas, modificam as suas exigências até
alcançarem um compromisso aceitável para ambas, nessa altura podemos afirmar que estamos perante uma
negociação. Pode esta ser competitiva quando o negociador pretende ganhar a discussão, e cooperativa
quando o negociador busca a resolução do conflito.

11) Quais as vantagens dos MRAL face à via judicial?

A mediação constitui uma alternativa complementar aos Tribunais, sendo aplicados num ambiente informal.
A sua natureza voluntária, a maior celeridade pela flexibilidade de procedimentos, o menor custo, o sigilo, a
confidencialidade, a imparcialidade, a promoção do sentido de responsabilidade e a aproximação do diálogo
entre as pessoas.

12) Qual é de facto da definição de procedimento de mediação?

A mediação é um processo voluntário que oferece àqueles que estão a vivenciar uma situação de conflito, a
oportunidade e o espaço adequados para conseguirem encontrar uma solução que atenda a todos os
envolvidos.
Na mediação a parte expõe o seu pensamento e têm a oportunidade de solucionar questões importantes de
um modo cooperativo e construtivo.

O objetivo da mediação é prestar assistência na obtenção de acordos, que poderá construir um modelo de
conduta para futuras relações, num ambiente colaborativo em que as partes possam dialogar produtivamente
sobre seus interesses e necessidades.

Artigo 16º

1 - O procedimento de mediação compreende um primeiro contacto para agendamento da sessão de pré-


mediação, com carácter informativo, na qual o mediador de conflitos explicita o funcionamento da mediação e
as regras do procedimento.

13) O que significa a cooperação ativa na mediação?

São meios não adversarias que dão especial enfoque às pessoas e ao caso concreto, permitindo-lhes o
protagonismo na decisão, através da sua participação ativa e direta.

Na resolução de um conflito dá-se prioridade ao melhor resultado para os intervenientes, favorecendo a


comunicação numa lógica cooperativa ganha-ganha.

Na mediação as partes em conflito tomam posição ativa na resolução do conflito. A ideia subjacente é a de
que as partes, numa perspetiva de responsabilidade e cooperação, sabem qual a melhor solução para o seu
conflito.

14) O que é o método dos princípios?

Os métodos dos princípios, baseia se numa negociação que centra no seu mérito do problema, assentando
se em quatro ideias principais:

 Pessoas - despersonalizando os problemas, separando do pessoal o assunto negociado e implica ter


a capacidade de entender o problema no ponto de vista do outro.
 Interesses - focando se nos reais interesses e procurando a sua satisfação.
 Opções - criando um grande número e variedade de opções que satisfaçam os seus interesses,
mesmo que implique a mudança de posições.
 Critérios - relacionando os com as restantes ideias principais deste método e que estes critérios
sejam objetivos.
15) O que é a confidencialidade da mediação?

A confidencialidade é um dos mais importantes princípios da mediação, pois garante a certeza de que as
informações prestadas nas sessões de mediação, não serão partilhadas no processo judicial e vai fazer com
que os mediandos exponham de forma fidedigna os seus sentimentos e reais pretensões.

Obriga o mediador de conflitos a manter sob sigilo absoluto todas as informações de que tenha
conhecimento, não podendo comunicá-las ou partilhá-las com as restantes partes envolvidas no
procedimento sem o consentimento destas.

Apenas poderá cessar para proteção de um interesse público superior e quando esteja em causa a defesa da
integridade física ou psíquica de qualquer pessoa.

16) O que é a voluntariedade na mediação?

A mediação tem como princípio basilar o princípio da voluntariedade, de acordo com o qual as partes se
encontram em pleno domínio do processo, cabendo-lhes a opção de recorrer ou não à mediação; após
iniciada a mediação, cabe-lhes manterem-se ou não na mediação.

17) O que é o princípio da executoriedade?

O princípio da executoriedade confere ao acordo final de mediação força executiva, sem que este tenha de
ser objeto de homologação judicial.

18) O que são os MRAL? E quais conhece?

São todos os meios de resolução de conflitos que sejam diferentes da decisão por julgamento em Tribunal.
Negociação, Mediação, Conciliação, Arbitragem e Julgados de Paz

19) O que é conflito de litígio?

O conflito surge quando há a necessidade de escolha entre algumas situações que podem ser consideradas
incompatíveis. Todas as situações de conflito perturbaram a ação ou a tomada de decisão por parte da
pessoa.
Conflito é quando há um assunto de interesse comum entre duas ou mais pessoas, que venham a ter
opiniões divergentes sobre esse tema e que não conseguem lidar com as diferentes opiniões apresentadas,
vindo a gerar uma situação tal que poderá acarretar a necessária gestão do fato em litígio, pois a situação
envolve expectativas, por vezes, valores e inspirações próprias.
20) Identifique os fundamentos históricos de crescimento dos MRAL?

Evolução do pensamento jurídico, afastamento do pensamento de que o Direito é a lei positivada,


aproximação do diálogo entre pessoas e tradições e por isso um aprofundamento da democracia e crescente
desejo do cidadão em participar na resolução dos seus conflitos

21) Podemos afirmar que a não obrigatoriedade de constituição de mandatário é uma


manifestação do empowerment do cidadão?

Sim, podemos afirmar que é uma manifestação do Empowerment do cidadão a não obrigatoriedade de
constituição de mandatário. Pois o Empowerment significa "descentralização de poderes" pelo que dá ao
cidadão uma motivação maior de participação e autonomia de decisão e responsabilidades face ao
conhecimento adquirido e pelo seu próprio compartilhamento extensivo de informação, o que implica a
capacidade de influenciar o sistema social e político, conhecimento e competências interativas para dominar
esses sistemas e conhecimento das ações individuais que os influenciam os sujeitos no processo de
participação e desenvolvimento nas decisões dos seus conflitos.

22) Qual a consequência da não inscrição do mediador na lista de mediadores e não frequência
dos cursos de formação de mediadores, nos acordos celebrados por esse mediador?

Nos termos do artº 12/3 da Lei 29/2013 de 19 de abril, os atos celebrados por mediador não inscrito na
lista de mediadores e que não frequente os respetivos cursos de mediação é nula.
Com efeito, nos termos do artº 8º/1 do mesmo diploma, a fim de adquirir as competências adequadas
ao exercício da sua atividade, pode frequentar ações de formação que lhe confiram aptidões
específicas, teóricas e práticas, nomeadamente curso de formação de mediadores de conflitos
realizado por entidade formadora certificada pelo Ministério da Justiça, nos termos do artigo 24.º

Refere ainda o nº 2 do mesmo artº que, o mediador de conflitos que viole os deveres de exercício da
respetiva atividade, nomeadamente os constantes da presente lei e, no caso da mediação em sistema
público, dos atos constitutivos ou regulatórios dos sistemas públicos de mediação, é civilmente
responsável pelos danos causados, nos termos gerais de direito.
Face ao exposto e não cumprindo os requisitos da profissão, os atos celebrados por aqueles são nulos,
conforme suprarreferido.

23)Quais os modelos de negociação?

Negociação competitiva quando o negociador pretende ganhar a discussão.


Negociação cooperativa quando o negociador busca a resolução do conflito.
24) Os mediadores podem ser testemunhas?

A lei da mediação rege-se por princípios basilares, princípios esses previstos nos artºs 3º a 9º da Lei 29/2013
de 19 de abril. Assim, nos termos do artº 5º/4 in fine, o conteúdo das sessões de mediação não pode ser
valorado em tribunal ou em sede de arbitragem.
Ainda de acordo com os pontos 1 e 2 do mesmo artº, o procedimento de mediação tem natureza confidencial,
não podendo o mediador fazer uso em proveito próprio ou de outrem das informações que tenha
conhecimento, nem as comunicas à outra parte sem prévio consentimento. Face ao exposto, por regra, o
mediador não pode ser testemunha. Ocorre que, como em qualquer regra existe uma exceção, pelo que nos
termos do nº 3 do artº 5º o dever de confidencialidade cessa se estiverem em causa razões de ordem
publica, pelo que, à contrário senso e na minha opinião, nestas circunstâncias o mediador poderá ter de ser
testemunha.

25) Se António tiver exercido funções na worten e uma vez cessado o vínculo laboral,
exercendo agora a função de mediador, pode ser nomeado para um processo em que a
mesma worten seja parte?

Nos termos do artº 27/4 c) da Lei 29/2013, é circunstância relevante para o pedido de escusa no
processo, devendo, pelo menos, ser reveladas às partes, a atual ou prévia relação profissional com uma
das partes, como seria o caso.
Ainda nos termos do ponto 3 do mesmo artº, o mediador de conflitos que, por razões legais, éticas ou
deontológicas, considere ter a sua independência, imparcialidade ou isenção comprometidas não deve
aceitar a sua designação como mediador de conflitos e, se já tiver iniciado o procedimento, deve
interromper o procedimento e pedir a sua escusa.
E nos termos do ponto 1, o mediador de conflitos deve, antes de aceitar a sua escolha ou nomeação
num procedimento de mediação, revelar todas as circunstâncias que possam suscitar fundadas dúvidas
sobre a sua independência, imparcialidade e isenção.
Face ao exposto e salvo melhor entendimento, o mediador pode ser nomeado, porém e pelas razões já
expostas, é sugerido que não aceite o caso.

26) Qual o papel do mediador?

O mediador atua como um terceiro imparcial, o papel deste é de facilitar o diálogo entre as partes que se
encontraram em conflito.
O mediador deverá assumir um papel neutro, devendo sempre agir apenas como facilitador entre as partes
discordantes para resolver a situação da melhor forma possível e mais rápida.

27) Causas do fim do procedimento de mediação?

1 - O procedimento de mediação termina passado o prazo fixado no protocolo de mediação.


2 - O prazo pode ser prorrogado durante o procedimento de mediação, caso haja acordo das partes e do
mediador e autorização do Presidente do Centro.

O procedimento de mediação termina quando:


a) Se obtenha acordo entre as partes;
b) Se verifique desistência de qualquer das partes;
c) O mediador de conflitos, fundamentadamente, assim o decida;
d) Se atinja o prazo máximo de duração do procedimento, incluindo eventuais prorrogações do mesmo;
e) Não sejam pagos os montantes das provisões previstas.

28) Qual a diferença entre protocolo de mediação e acordo de mediação?

Protocolo de mediação
1 — O mediador e as partes devem acordar no modo como a mediação será conduzida, assinando para o
efeito um protocolo de mediação.
2 — O protocolo de mediação contém: a) A identificação das partes, com indicação das suas moradas e, se
possível, endereços eletrónicos;
b) A identificação e domicílio profissional do mediador;
c) A declaração de consentimento das partes;
d) A língua da mediação;
e) A declaração das partes e do mediador de respeito pelo princípio da confidencialidade;
f) A indicação sumária do litígio;
g) As regras de procedimento, incluindo o modo de apresentação do caso, o tipo e data das sessões;
h) A calendarização do procedimento;
i) O prazo máximo de duração do procedimento, ainda que alterável;
j) A data e a assinatura das partes e do mediador.

29) Conte-me a história da Laranja

Esta metáfora é da autoria de William Hilgemberg.

As duas irmãs queriam a única laranja que havia no cesto de frutas, e não conseguiam entrar em um
consenso sobre quem ficaria com ela. O embate persistiu até que nenhuma delas quis ceder, então,
para evitar mais conflito decidiram cortar a laranja ao meio para que cada uma ficasse com a metade.

A história consiste em um impasse acerca de uma laranja por parte de duas irmãs. As duas irmãs queriam a
única laranja que havia no cesto de frutas, e não conseguiam entrar em um consenso sobre quem ficaria com
ela.
O embate persistiu até que nenhuma delas quis ceder, então, para evitar mais conflito decidiram cortar a
laranja ao meio para que cada uma ficasse com a metade.
Cada uma escolheu a sua metade certificando-se de que não haveria pedaço maior ou menor.
Resolvido o impasse na única, justa e melhor forma, correto?
Bom, se analisarmos a intenção das irmãs veremos que o supostamente justo não foi o melhor para
nenhuma delas.
Umas das irmãs queria o sumo da laranja e a outra a casca para fazer bolo.

Ou seja, o desejo de uma não diminuía o da outra e eles podiam se completar, considerando que cada uma
poderia ter extraído para si a totalidade do proveito da laranja (casca + sumo).
A solução a princípio pareceu justa, mas poderia ter sido mais inteligente e proveitosa se uma única pergunta
tivesse sido feita a elas, afinal, para que queriam a laranja?
Certamente, nem sempre as soluções se encontram de forma tão clara, contudo devemos refletir sobre
quantas vezes não acabamos por ficar com uma metade da laranja.
A cultura do litígio, a qual toma conta da nossa sociedade, e é incentivada, infelizmente, por diversos
profissionais da área do direito, é grande responsável pela dificuldade das partes em resolverem os seus
problemas de forma consensual, a famosa "Justiça das partes".
Todo o conflito pode ser mediado, inclusive diversas demandas judiciais resolvem-se sem a discussão
técnica do processo em si.
A mediação é um procedimento técnico utilizado no auxílio de negociações, onde identificam as motivações e
soluções propostas por cada uma das partes, encontram convergências e divergências e ainda aferem o
quanto esse conteúdo de discussão envolve emoção, e o quanto as partes podem ser aproximadas a fim de
criar empatia.
Após este mapeamento, a análise de benefícios na solução do conflito precisa ser demonstrada às partes,
para só a partir de então haver tratamento acerca das necessárias concessões pelas partes.
Vale ressaltar que muitas pessoas ainda acreditam que o acesso à Justiça se dá no acesso a jurisdição, o
que é somente verdade em parte. Existem diversas formas de solução de conflitos como a mediação e a
arbitragem que consistem em meios mais ágeis, baratos e válidos para resolução de conflitos.
Optar por conciliar e aceitar mediar é um exercício de maturidade e responsabilidade.

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