Você está na página 1de 4

Avaliação de Riscos

A avaliação de riscos é o processo que visa analisar os riscos para a segurança e a saúde dos
trabalhadores decorrentes de perigos no local de trabalho.
É uma análise sistemática de todos os aspetos do trabalho, que identifica:
 aquilo que é suscetível de causar lesões ou danos;
 a possibilidade de os perigos serem eliminados e, se tal não for o caso;
 as medidas de prevenção ou proteção que existem, ou deveriam existir, para controlar
os riscos.

Análise de Riscos
A análise e avaliação dos riscos faz-se após auditoria, das condições gerais de segurança,
higiene e saúde, através da observação dos locais de trabalho, que nos permite identificar os
perigos e as consequências associadas, às pessoas expostas e estimar a amplitude do risco.
Assim ao quantificarmos, pretendermos saber se o nível de risco é aceitável ou se outras
medidas devem ser postas em prática para o controlar e/ou reduzir, para tal tivemos em conta a
seguinte equação em que:

Nível de Risco = Nível da Probabilidade x Nível de Consequência

O presente método pode ser apresentado pelo fluxograma seguinte:

Nível de Deficiência (ND)

Designa-se por nível de deficiência (ND), ou nível de ausência de medidas preventivas, a


magnitude esperada entre o conjunto de fatores de risco considerados e a sua relação causal
direta com o acidente.
A tabela que se segue enquadra-nos a avaliação num determinado nível de deficiência.

Tabela 1 – Nível de Deficiência

Nível de Deficiência ND Significado

Não foram detetadas anomalias. O perigo está


Aceitável (A)
1 controlado.
Foram detetados fatores de risco de menor
importância. É de admitir que o dano possa ocorrer
Insuficiente (I) 2
algumas vezes.
Foram detetados alguns fatores de risco
Deficiente(D) 6 significativos. O conjunto de medidas preventivas
existentes tem a sua eficácia reduzida de forma
significativa.
Foram detetados fatores de risco significativos. As
medidas preventivas existentes são ineficazes. O
Muito Deficiente (MD) 10
dano ocorrerá na maior parte das circunstâncias.
Medidas preventivas inexistentes ou desadequadas.
Deficiência Total (DT) 14
São esperados danos na maior parte das situações.

Nível de Exposição (NE)

O nível de exposição é uma medida que traduz a frequência com que se está exposto ao risco.
Para um risco concreto, o nível de exposição pode ser estimado em função dos tempos de
permanência nas áreas de trabalho, operações com a máquina, procedimentos, ambientes de
trabalho, etc. A tabela que se segue enquadra-nos a avaliação num determinado nível de
exposição.
Tabela 2 – Nível de Exposição

Nível de Exposição NE Significado

Uma vez por ano ou menos e por pouco tempo


Esporádica 1 (minutos).

Algumas vezes por ano e por período de tempo


Pouco Frequente 2 determinado.

Ocasional 3 Algumas vezes por mês

Várias vezes durante o período laboral, ainda


Frequente 4 que com tempos curtos – várias vezes por
semana ou diário.
Várias vezes com tempo prolongado ou
Continuada Rotina 5 continuamente.

Nível de Exposição
Pouco Frequente
Esporádica

Frequente
Ocasional

Contínua

1 2 3 4 5
Nível de Deficiência

Aceitável 1 1 2 3 4 5
Insuficiente 2 2 4 6 8 10
Deficiente 6 6 12 18 24 30
Muito Deficiente 10 10 20 30 40 50
Deficiência Total 14 14 28 42 56 70
Nível de Probabilidade (NP)
O nível de probabilidade é função das medidas preventivas existentes e do nível de exposição
ao risco. Pode ser expresso num produto de ambos os termos apresentados na tabela abaixo.

Tabela 3 – Nível de Probabilidade


Nível de
Probabilidade NP Significado

Não é de esperar que a situação perigosa se


Muito Baixa [1;3] materialize, ainda que possa ser concebida.

A materialização da situação perigosa pode ocorrer.


Baixa [4;6]

A materialização da situação perigosa é possível de


Média [8;20] ocorrer pelo menos uma vez com danos.
A materialização da situação perigosa pode ocorrer
Alta [24;30] várias vezes durante o período de trabalho.
Normalmente a materialização da situação perigosa
Muito Alta [40;70] ocorre com frequência.

Nível de Severidade (NS)


Foram considerados cinco níveis de consequências em que se categorizaram os danos físicos
causados às pessoas e os danos materiais. Ambas as categorias devem ser consideradas
independentemente, tendo sempre mais peso os danos nas pessoas que os danos materiais.
Quando os danos em pessoas forem desprezíveis ou inexistentes devermos considerar os
danos materiais no estabelecimento das prioridades. Os acidentes com baixa deverão ser
integrados no nível de consequências grave ou superior. Há que ter em conta que, quando nos
referimos às consequências dos acidentes, apenas se consideram os que forem normalmente
esperados em caso de materialização do risco.

O nível de severidade do dano refere-se ao dano mais grave que é razoável esperar de um
incidente envolvendo o perigo avaliado.

Tabela 4- Nível de Severidade


Níveis de Significado
Severidade NS Danos Pessoais Danos Materiais
Insignificante 10 Não há danos pessoais. Pequenas perdas materiais.

Pequenas lesões que não Reparação sem paragem do


Leve 25 requerem hospitalização. processo.
Apenas primeiros socorros.
Lesões com incapacidade Requer a paragem do processo
Moderado 60 laboral transitória. Requer para efetuar a reparação
tratamento médico.

Grave 90 Lesões graves que podem ser Destruição parcial do sistema


irreparáveis. (Reparação complexa e onerosa)
Mortal ou Um morto ou mais. Destruição de um ou mais sistemas
catastrófico 155 Incapacidade total ou (difícil renovação/reparação)
permanente.

Nível de Risco (NR)

O nível de risco será o resultado do produto do nível de probabilidade pelo nível das
consequências
NR=NPxNS

e que pode apresentar-se na tabela seguinte:


Tabela 4 – Nível de Risco
Nível de
Control NC Significado
o
Situação Crítica. Intervenção Imediata. Eventual paragem
I 3600 a imediata. Isolar o perigo ate serem adaptados medidas de controlo
10850 permanentes

II 1240 a Situação a Corrigir. Adotar medidas de controlo enquanto a


3100 situação perigosa não for eliminada ou reduzida.

Situação a Melhorar. Deverão ser elaborados planos ou


III 360 a 1800 programas documentados de intervenção

IV 90 a 300 Melhorar se possível justificando a intervenção

V 10 a 80 Intervir apenas se uma análise mais pormenorizada a justificar.

Você também pode gostar