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Língua Portuguesa

Professora Isabel Vega


Módulo Hera – Aula 07
CACD 2015 - Questão 1
Acerca das ideias do texto de M. Said Ali, julgue (C ou E) os itens que se
seguem.

1. Infere-se do desenvolvimento das ideias no segundo parágrafo do texto que


pessoas instruídas inicialmente rejeitam uma inovação na língua; entretanto,
passado algum tempo, incorporam-na à escrita, de forma refletida, assim como à
linguagem empregada nos relacionamentos íntimos e no cotidiano. (E)

“Imita o vulgo, se não escrevendo com meditação, em todo o caso no trato


familiar e falando espontaneamente.”

2. Segundo o autor, os escritores portugueses, tendo adotado, após 1500, o falar


comum da gente instruída em suas obras literárias, refinando-o, atingiram seu
intento de transformar a língua oral e reformar o português antigo. (E)
“Não é de crer que poucos anos depois de 1500, quase que bruscamente e sem
influxo de idioma estranho, cessassem em Portugal inveterados hábitos de falar e
se trocasse o português antigo em português moderno. Nem podemos atribuir a
escritores, por muito engenho artístico que tivessem, aptidões e autoridade para
reformarem, a seu sabor, o idioma pátrio e sua gramática.”

3. Depreende-se do texto que, nas crônicas escritas em português moderno, a


linguagem, fortalecida e renovada, atingiu seu mais alto grau de aperfeiçoamento
e estilo. (E)

“Robustecida e enriquecida de expressões novas, a linguagem usada nas crônicas


desse segundo período, que relatam os descobrimentos em África e Ásia e os
feitos das armas lusitanas no Oriente, culmina no apuro e no gosto do
português moderno d’Os Lusíadas (1572).”
4. As noções de tempo “hodierno”, “atual” e “recentemente” têm como
referência o século XX. (C)
“Reservo a denominação de português hodierno para as mudanças
características do falar atual criadas ou fixadas recentemente, ou recebidas do
século XIX, ou que por ventura remontam ao século XVIII.”

CACD 20015 - Questão 2


Julgue (C ou E) os itens a seguir, a respeito de elementos coesivos e do
vocabulário do texto de M. Said Ali.
1. Na linha 11, a expressão “os diversos períodos” refere-se não só à oposição
entre português antigo e moderno, mas também aos períodos que compõem o
português moderno, como o seiscentista, o setecentista e até o do português
hodierno. (C)
“Limites entre os diversos períodos não podem ser traçados com rigor.
Ignoram-se a data ou o momento exato do aparecimento de qualquer alteração
linguística.”
2. O vocábulo “inveterados” foi empregado como sinônimo de obsoletos,
podendo ser substituído por essa palavra sem prejuízo para o sentido e para a
correção gramatical do texto. (E)

3. As formas verbais “sucumbe” e “desterrando”, que poderiam ser corretamente


substituídas, respectivamente, por não resiste e livrando-se de, foram assim
empregadas no texto: a primeira, em sentido denotativo, e a segunda, em
sentido conotativo. (C)

“A gente culta e de fina casta repele-a, a princípio, mas, com o tempo, sucumbe
ao contágio.” / “Consistiria a sua obra antes em elevar à categoria de linguagem
literária o falar comum, principalmente o das pessoas educadas, tornando-o mais
elegante e desterrando locuções que lhe dessem aspecto menos nobre.”
4. Em textos contemporâneos, a expressão “por ventura” tem como variante o
vocábulo porventura, cujo sentido equivale a talvez. (C)

“Reservo a denominação de português hodierno para as mudanças características


do falar atual criadas ou fixadas recentemente, ou recebidas do século XIX, ou
que por ventura remontam ao século XVIII.”

CACD 2007
3) No que se refere a funções da linguagem, predomina, no texto, a função

Frente à tradição hindu que há 2.500 anos divide a sociedade indiana em mais de
2.000 castas, os 60 anos dos ideais liberais de Gandhi e os 10 anos da legalização
do casamento entre castas revelam-se impotentes para transformar a
organização hierárquica da sociedade. Em confronto direto com o costume
milenar, o governo da Índia oferece uma recompensa de R$ 2.400 para homens e
mulheres de diferentes grupos sociais que formalizem sua união.
(A) fática, visto que o autor do texto busca, de forma sutil, convencer os
leitores dos benefícios do projeto que visa a incentivar o casamento entre
pessoas pertencentes a castas diferentes.

(B) referencial, dado que a ênfase recai nas informações a respeito de


determinado assunto.

(C) emotiva, dado que são as falas das autoridades entrevistadas que
direcionam a forma como as informações são apresentadas.

(D) conativa, visto que as opiniões expressas estão devidamente referenciadas,


não havendo, portanto, perda de objetividade na transmissão das informações.

(E) metalinguística, haja vista o foco em aspectos intertextuais, como


demonstram as diversas vozes que acompanham a informação divulgada.
(A) fática, visto que o autor do texto busca, de forma sutil, convencer os
leitores dos benefícios do projeto que visa a incentivar o casamento entre
pessoas pertencentes a castas diferentes.

(B) referencial, dado que a ênfase recai nas informações a respeito de


determinado assunto.

(C) emotiva, dado que são as falas das autoridades entrevistadas que
direcionam a forma como as informações são apresentadas.

(D) conativa, visto que as opiniões expressas estão devidamente referenciadas,


não havendo, portanto, perda de objetividade na transmissão das informações.

(E) metalinguística, haja vista o foco em aspectos intertextuais, como


demonstram as diversas vozes que acompanham a informação divulgada.
CACD – 2015
4) Julgue (C ou E) os itens seguintes, relativos ao poema de Manoel de
Barros.

Sei que fazer o inconexo aclara as loucuras.


Sou formado em desencontros.
A sensatez me absurda.
Os delírios verbais me terapeutam.
Posso dar alegria ao esgoto (palavra aceita tudo).
(E sei de Baudelaire que passou muitos meses tenso
porque não encontrava um título para os seus poemas.
Um título que harmonizasse os seus conflitos. Até que
apareceu Flores do mal. A beleza e a dor. Essa antítese o
acalmou.)

As antíteses congraçam.
VTDI OI ISTO = OD
I. No trecho “E sei [de Baudelaire] [que passou muitos meses tenso]” (v.6), a
omissão da vírgula necessária para isolar a oração adjetiva explicativa introduzida
pelo pronome “que” é desvio da norma gramatical circunscrito à denominada
licença poética. (E)

II. O último verso do poema — “As antíteses congraçam” — resume o que a


própria composição dos demais versos demonstra. (C)

III. As palavras “inconexo” (v.1) e “absurda” (v.3) foram formadas pelo mesmo
processo de derivação, que resulta em mudança de categoria gramatical de um
vocábulo, sem que haja alteração morfológica. (E)

IV. O uso da função fática da linguagem na oração “palavra aceita tudo” (v.5)
ressalta o didatismo que permeia o poema. (E)
CACD 2015
5) Com referência às ideias e às estruturas do texto acima, julgue (C ou E) os
itens que se seguem.

O subúrbio de S. Geraldo, no ano de 192..., já misturava ao cheiro de estrebaria


algum progresso. Quanto mais fábricas se abriam nos arredores, mais o subúrbio se
erguia em vida própria, sem que os habitantes pudessem dizer que transformação os
atingia. Os movimentos já se haviam congestionado e não se poderia atravessar uma
rua sem desviar-se de uma carroça que os cavalos vagarosos puxavam, enquanto um
automóvel impaciente buzinava atrás lançando fumaça. Mesmo os crepúsculos eram
agora enfumaçados e sanguinolentos. De manhã, entre os caminhões que pediam
passagem para a nova usina, transportando madeira e ferro, as cestas de peixe se
espalhavam pela calçada, vindas, através da noite, de centros maiores. Dos sobrados
desciam mulheres despenteadas com panelas, os peixes eram pesados quase na mão,
enquanto os vendedores em mangas de camisa gritavam os preços. E quando, sobre o
alegre movimento da manhã, soprava o vento fresco e perturbador, dir-se-ia que a
população inteira se preparava para um embarque.
I. Os segmentos “um automóvel impaciente buzinava” e “entre os caminhões que
pediam passagem” expressam a mesma figura de linguagem. (C)

II. No primeiro período do texto, Clarice Lispector, em linguagem figurada, refere-


se ao contexto híbrido do subúrbio de S. Geraldo na década de 20 do século
passado, resultante da chegada do progresso. (C)

III. A relação estabelecida entre as duas primeiras orações do segundo período do


texto expressa a proporcionalidade da mudança em curso no subúrbio de S.
Geraldo. (C)

IV. Sem prejuízo para o sentido da oração “que transformação os atingia”, a autora
poderia ter optado pelo emprego do artigo a logo após o termo “que”, empregado
como conjunção integrante. (E)
CACD 2006
6) Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue (C ou E) os itens a
seguir.

A história do Brasil, nos três primeiros séculos, está intimamente ligada à


da expansão comercial e colonial europeia na Época Moderna. Parte integrante
do império ultramarino português, o Brasil-colônia refletiu, em todo o largo
período de sua formação colonial, os problemas e os mecanismos de conjunto que
agitaram a política imperial lusitana. Por outro lado, a história da expansão
ultramarina e da exploração colonial portuguesa desenrola-se no amplo quadro da
competição entre as várias potências, em busca do equilíbrio europeu; dessa
forma, é na história do sistema geral de colonização europeia moderna que
devemos procurar o esquema de determinações no interior do qual se processou
a organização da vida econômica e social do Brasil na primeira fase de sua história
e se encaminharam os problemas políticos de que esta região foi o teatro.
I. No trecho “ligada à da expansão comercial e colonial europeia”, o acento grave
indica crase de preposição e pronome, o qual substitui “história”. (C)

II. O emprego do artigo “o”, no trecho “em todo o largo período de sua formação
colonial” (l.3), reflete opção estilística do autor, visto que o artigo poderia ser
eliminado, sem prejuízo para o sentido da frase. (E)

III. A substituição de “no interior do qual” por em cujo interior seria justificada
pela prescrição gramatical. (C)

“esquema de determinações no interior [do qual se processou a organização]”


esquema de determinações [em cujo interior se processou a organização]

IV. O pronome “que”, na última oração, tem como antecedente “os problemas
políticos”. (C)

“os problemas políticos [de que esta região foi o teatro].”


CACD 2010
7) Com relação a vocabulário e aspectos gramaticais do texto, julgue C ou E.

I. Seria mantida a correção gramatical do texto, caso fosse suprimido o acento


indicativo de crase empregado em “à aceitação na sua própria época” (l.2). (C)
“Que a obra de boa qualidade sempre se destaca é uma afirmação sem valor, se
aplicada a uma obra de qualidade realmente boa e se por “destaca” quer-se fazer
referência à aceitação na sua própria época.”
a aceitação na sua própria época.

II. Na frase “Quais as qualidades que formam não o incidental, mas o crítico
competente?”, o emprego da palavra de realce “que” e a oposição estabelecida por
“não..., mas” são recursos de ênfase. (C)
III. Pelo desenvolvimento das ideias do texto, verifica-se que a referência do
sujeito elíptico de todas as orações do período iniciado por “Se for original”
corresponde à expressão “o crítico competente”. (C)

“Se [o crítico competente] for original, afastar-se-á em alguma coisa — e, quanto


mais original, mais se afastará — das obras de arte do Passado.”

IV. O emprego do pronome “nos”, no segmento “tornaram-nos conhecidos” (último


período), evidencia que o autor do texto se inclui entre os homens “aceitos pela
multidão”. (E)

“O público ledor vê, nos jornais, notícias das obras daqueles homens cuja
influência e camaradagens tornaram-nos conhecidos, ou cuja secundariedade fez
que fossem aceitos pela multidão.” eles
8) Complete as lacunas adequadamente com uma das formas a seguir: a, à,
as, às.

a) Estendeu o passeio _a_ Copacabana, _a_ Ipanema e _à_ Gávea.


b) Aguardo-o desde _as_ nove horas, e só poderei esperá-lo até _as/às_ dez.
c) Chegou _à_ casa dos sessenta esbelto, _à_ custa de regimes.
d) _À_ tardinha, voltou _a_ casa e descansou antes de ir _à_ festa.
e) De hoje _a_ uma semana voltarei enfim _à_ terra onde nasci.
f) Chegando _à_ tradicional Roma, sentiu-se _à_ vontade para entregar-se _à_
contemplação de tão belos monumentos.
g) Agora poderás revelar _a_ qualquer pessoa o segredo que há tempos só _a_ ti
confiei.
h) Preferiu a Faculdade de Campinas _à_ Gama Filho.
i) A joia pertencia _a/à_ Helena.
j) Até _a_ velhinha caiu _a_ seus pés, suplicando-lhe _a_ ajuda necessária.
k) Semana _a_ semana, os meses vão passando.
l) _A_ propósito de Machado de Assis, disse Rui Barbosa que poetava _à_
Camões e que sua prosa se assemelha _à_ de Frei Luís de Sousa.
m) Tinha aversão _a_ festas, e por isso saiu _à_ francesa.
n) O mobiliário do palácio era todo _à_ Luís XV; o que mais me agradou, porém,
foram os quadros _a_ óleo.
o) Fazendo _as_ vezes da dona de casa, saía-se ele, _às_ vezes, _às_ mil
maravilhas.
p) Não dê ouvidos _a/às_ suas palavras nem _a/às_ suas ameaças: elas se
devem _a_ uma irritação que não tarda _a_ passar.
q) Não se negue alimento _a_ quem tem fome.
CACD 2005
9) Com base na análise do vocabulário da estrofe transcrita no texto, julgue
(C ou E) os itens a seguir (adaptada).

I. A Poesia Concreta foi o movimento literário que acendeu a consciência plástica


da linguagem poética, nas dimensões sonora e visual. (C)

II. O autor utiliza os seguintes estrangeirismos: “terratenentes”, “status quo”,


“privé”, “bunker blau” e “fictas”, que deveriam ter sido obrigatoriamente escritos
em itálico. (E)

III. Nos versos 2 e 3, “sonha um admirável / mundo fixo”, a posição dos


adjetivos que modificam o substantivo “mundo” é evidência de que a ordem das
palavras na oração diz respeito à sintaxe e também à semântica. Caso se
alterasse a ordem (sonha um mundo / admirável fixo), haveria significativa
mudança de sentido. (C)
IV. A composição por justaposição, como processo de formação de palavras,
prevalece no texto, tendo como exemplos: “neoliberal”, “multinacionais”,
“terratenentes” e “terrapotentes”. (C)

CACD 2013
10) Julgue (C ou E) os itens seguintes, relativos a aspectos gramaticais do
texto acima.
Conta Darcy Ribeiro (1996) que, entre os Índios Urubu-Kaapor, a Cobra
Grande engolia muita gente e precisou ser morta. “Antes de morrer, teve um
sobressalto. Se levantou, subiu e foi bater no céu. Ficou lá a sombra dela. É a
Via Láctea, que até hoje a gente vê. Depois, caiu lá de cima, com grande
barulho. Veio bater no chão, acabou com a mata toda naquele lugar; só deixou
um buraco. Agora é o mar Parana-Ramiu.” Darcy, com o jeito que lhe era
característico, exclama: “Não é uma beleza? Aqui, o sangue de uma Cobra
gigantesca deu origem à Via Láctea e ao Avô-Mar!”
I. Sem alteração de informação, o primeiro período do texto poderia ser reescrito
da seguinte forma: Entre os índios Urubu-Kaapor, contou, em 1996, Darcy
Ribeiro que a cobra-grande, porque engolia muita gente, morreu. (E)

II. A referência do sujeito elíptico da oração ‘É a Via Láctea’ é a expressão ‘a


sombra dela’, que funciona como sujeito da oração ‘Ficou lá a sombra dela’. (C)

III. Sem que se contrariasse a informação original do texto, o pronome ‘toda’ na


expressão ‘com a mata toda’ poderia estar anteposto ao substantivo de duas
formas: com toda a mata; com toda mata. (C)

IV. A oração ‘Não é uma beleza?’ expressa uma pergunta retórica que
corresponde à frase exclamativa É uma beleza!, sendo o advérbio de negação
empregado como termo de realce na sentença interrogativa. (C)

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