Você está na página 1de 5

SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO RIO GRANDE DO SUL

CURSO PRÁTICO DE FORMAÇÃO PASTORAL

LUCAS DUARTE FRANCISCO

PRIMEIRO TRABALHO - CRISTOLOGIA


Demonstrar compreender a cristologia

PIMENTA BUENO - RO
2023
LUCAS DUARTE FRANCISCO

PRIMEIRO TRABALHO - CRISTOLOGIA


Demonstrar compreender a cristologia

Trabalho apresentado no curso de


formação pastoral do Seminário
Teológico Batista do Rio Grande
do Sul.

Disciplina: Teologia Sistemática II


Orientador: Brandon Jones

PIMENTA BUENO - RO
2023
1. PARTE 1
Tanto a escola alexandrina quanto a escola antioquina, em minha análise,
estão corretas em afirmar que coexistem em Jesus, tanto a natureza divina quanto a
natureza humana. Tanto a escola alexandrina quanto a antioquina afirmavam que
Jesus tinha uma natureza humana completa e uma natureza divina completa.
No entanto, me parece incoerente pensar que, como a escola antioquina
afirmava, que as duas naturezas de Jesus, estariam dissociadas, mesmo
“habitando” a mesma pessoa. Para mim, essa ideia não encontra base bíblica, pois
não temos indicação de conflito ou conversa, ou até mesmo luta entre as naturezas
divina e humana de Jesus, o que seria plausível, uma vez que a natureza humana
jamais entraria em acordo com a natureza divina sendo, para tanto, necessário, em
minha limitada e infantil forma de pensar, uma união entre as duas naturezas, em
que mesmo unidas, permaneceriam distintas.
Uma passagem em especial, facilita para mim o entendimento dessa união
coesa entre natureza divina e humana, defendida pela escola de Alexandria. Em Mt
8.23-27, Jesus, aparentemente cansado fisicamente após uma maratona de curas e
libertações, dormia e é então, acordado pelos discípulos pois são assolados por uma
tempestade muito forte, a ponto de eles pensarem que iriam perecer. Jesus,
contudo, os exorta quanto a fé, e repreende os ventos e o mar que, imediatamente
se põem em calmaria plena. Para mim, é nítido que o cansaço de Jesus é fruto de
sua natureza humana ao mesmo tempo em que sua onipotência, demonstrada ao
acalmar plenamente os ventos e o mar, é fruto de sua natureza divina. Como dito
por Grudem (2022):
“[...]Cansado e ainda assim onipotente! Aqui a frágil natureza
de humana de Jesus escondeu por completo sua onipotência
até que essa onipotência irrompeu numa palavra soberana do
Senhor.”

Essa divergência de entendimento entre a escola alexandrina e a escola


antioquina, culminou, em 461 d.C. no Concílio de Calcedônia. Nesse concílio
estabeleceu-se a doutrina que foi chamada de união hipostática, que em suma,
ensina que Jesus Cristo é uma só pessoa, em duas naturezas, divina e humana,
distintas, completas e sem confusão ou separação.

2. PARTE 2
Durante seu ministério terreno, Jesus foi tentado pelo diabo no deserto (Mt 4.1-
11). O diabo tentou Jesus para usar seu poder para satisfazer suas próprias
necessidades físicas, buscar riqueza e glória terrena e sua fidelidade a Deus.
Contudo, frente a essas tentações, Jesus responde rebatendo o diabo, também
usando as Escrituras.
2
É preciso ter como premissa dessa discussão o fato de que Jesus não pecou.
Isso é facilmente encontrado em todo o novo testamento. Diversos são os textos que
atestam a impecabilidade, ou seja a incapacidade de pecar, de Jesus. Jesus é
chamado de “O Santo e Justo” em Atos 3.14. Paulo, inclusive, demonstra cuidado ao
comparar a “humanidade” de Jesus, quando em Romanos 8.3 afirma que Deus
enviou seu próprio Filho, à semelhança do ser humano pecador. Pedro afirma sobre
Jesus ser “o cordeiro sem defeito e sem mancha” (1Pe 1.19) e categoricamente
afirma que Ele não cometeu pecado (1Pe 2.22). João também afirma que não havia
pecado nEle (1Jo 3.5). E claramente, o escritor aos hebreus afirma claramente que
Jesus foi tentado de todas as formas, mas porém, sem pecar (Hb 4.15b).
Mesmo que Jesus estivesse perfeitamente em posse de seus poderes, bem
como nunca esvaiu-se de sua natureza divina, Ele veio à terra para obedecer a
Deus perfeitamente e em tudo. Ele deveria fazer isso em nosso lugar e, para tanto,
deveria fazê-lo como sendo um homem, ou seja, apenas com o poder de homem.
Gosto de pensar como Grudem (2022) que afirma que a tentação para Jesus seria
recorrer a seus poderes para “fraudar” mesmo que levemente o cumprimento dessa
exigência, usando seus poderes para tornar a obediência “mais fácil”, ou de alguma
forma “sofrer menos” para cumprir tudo o que precisava ser cumprido.
Essa resistência à tentação, valendo-se apenas do poder humano, lhe foi
possível à medida que Jesus fortalecia-se à medida que amadurecia. Isso pode ser
visto em Lucas 2.52 (se desenvolvia em sabedoria, estatura e graça na presença de
Deus e de todas as pessoas), e também “[...]aprendeu a obediência por intermédio
das aflições que padeceu” (Hb 5.8). Portanto ele obedeceu a Deus, em todas as
coisas, para se tornar nosso representante legítimo junto à Deus, onde Adão falhou,
onde nós também falhamos.
Sendo assim, para que todo o plano redentor pudesse ser válido, para que a
justiça divina fosse aplacada frente ao pecado do homem, Jesus não poderia pecar,
e dessa maneira,

3
3. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GRUDEM, Wayne A. Teologia sistemática / Wayne Grudem; tradução de Norio
Yamakami...[et al]. 2. ed ver. ampl. – São Paulo: Vida Nova, 2022.

Você também pode gostar