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PSICOLOGIA
Transtornos: Humor, Personalidade
Ariete Bittencourt Pinto
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Transtornos: Humor, Personalidade. . ....................................................................................................................4
1. Transtornos de Humor.. .............................................................................................................................................4
1.1. DSM e Sofrimento Psíquico.................................................................................................................................4
1.2. Alterações dos Transtornos de Humor do DSM-IV para o DSM-5...............................................7
1.3. Transtorno Bipolar e Transtornos Relacionados..................................................................................9
1.4. Transtornos Depressivos...................................................................................................................................11
2. Transtornos de Personalidade..........................................................................................................................15
2.1. Contextualizando Transtorno de Personalidade (TP)......................................................................17
2.2. Prevalência do Transtorno de Personalidade (TP). ...........................................................................18
2.3. Etiologia e Fatores de Risco. . .........................................................................................................................20
2.4. Diagnóstico..............................................................................................................................................................20
2.5. Comorbidades.........................................................................................................................................................32
2.6. Tratamento...............................................................................................................................................................33
3. Transtornos Relacionados ao uso e Abuso de Substâncias...........................................................37
3.1. Fatores Associados à Dependência Química e Sua Causalidade...............................................38
3.2. Desenvolvimento de um Transtorno Mental com o Uso Abusivo de Substâncias
Psicoativas........................................................................................................................................................................40
Resumo................................................................................................................................................................................42
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................47
Exercícios............................................................................................................................................................................48
Gabarito...............................................................................................................................................................................57
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................58
Referências........................................................................................................................................................................ 76
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Apresentação
Olá! É uma satisfação fazer parte da sua preparação profissional. Na aula de hoje estu-
daremos: Transtornos de Humor; as Alterações dos Transtornos de Humor do DSM-IV para o
DSM-5; o Transtorno Bipolar e Transtornos relacionados; e os Transtornos Depressivos. Além
disso, veremos sobre os Transtornos de Personalidade e os Transtornos relacionados ao Uso e
Abuso de Substâncias. A aula foi elaborada visando explanar aspectos que permitem compre-
ender de forma detalhada o conteúdo. Em caso de dúvidas, estarei à disposição.
Ótimo estudo!
Profª. Ariete
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1. Transtornos de Humor
1.1. DSM e Sofrimento Psíquico
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Assim, verifica-se a extinção de termos como neurose e psicose e, diante dessa situa-
ção, torna-se cada vez mais desnecessária a escuta do paciente, uma vez que seu saber não
mais influenciará na construção diagnóstica. Com isso, há um deslocamento do saber sobre
o sofrimento psíquico. Se antes ele vinha dos relatos do paciente, agora ele passa a ser da
ciência psiquiátrica.
Por volta de 1987, essa terceira edição é revisada e ampliada, e o número de categorias
diagnósticas passa para 292. Além disso, a nomenclatura doença mental é substituída por
transtorno mental.
Desse modo, a noção de transtorno mental aponta para duas leituras.
A primeira permite compreender que a utilização desse termo busca solucionar “os im-
passes teóricos existentes no campo da psicopatologia” no ponto em que significa adotar, de
início, uma renúncia de uma descrição fisiopatológica completa em termos médicos, mas que
permite, a partir de critérios objetivos e compartilháveis, recortar quadros clínicos sobre os
quais se pode interferir psiquiatricamente.
Algumas vezes, todo o trabalho clínico passa pela desconstrução de um diagnóstico:
Tem-se, portanto, uma racionalidade prática que renuncia a uma explicação de natureza
ontológica, na qual a doença é um ser com explicação de natureza prática, em que se deduz
que determinado grupo de sintomas melhora mediante um tratamento específico.
A segunda leitura possibilita verificar que um diagnóstico de transtorno imputa sempre
uma fase de equilíbrio, isso porque ele faz com que a interpretação da realidade passe pelo en-
tendimento de que a normalidade se encontra nesse equilíbrio, em que a sociedade estabelece
como comportamentos aceitáveis. Assim, os desviantes terminam por causar um transtorno
que precisa ser corrigido para o retorno do estado de ordem.
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Retomando a história das edições dos manuais, em 1994, é publicado o DSM-IV com 297
categorias de transtornos mentais. Essa quarta versão apagou todo vestígio de etiologia e
instaurou o modelo nosográfico de diagnóstico. Desse modo, o DSM-IV passa a ser consi-
derado um método infalível de diagnóstico psiquiátrico “quase” automático que pressupõe
somente um checklist.
Nessa esteira de pensamento, também a versão mais recente do DSM é publicada em
2013, contendo mais de 300 categorias diagnósticas fundamentadas. Assim, o DSM-5 se tor-
na o manual de referência da maneira contemporânea de subjetivar vivências emocionais, no
ponto em que passa a apostar no diagnóstico dimensional que tem a pretensão de englobar o
indivíduo por completo, uma vez que busca classificar todos os aspectos presentes no com-
portamento e sofrimento humanos.
Frances (2015) ainda nos chama a atenção para o fato de que além da criação de novas
classes de transtornos, houve uma redução dos requerimentos para diagnosticar transtornos
já existentes como o luto, no qual “duas semanas de luto normal se transformaram em Trans-
torno Depressivo Maior”, e o TDAH adulto que teve seus critérios afrouxados, “podendo ser
confundido com distração normal e facilitando o uso ilegal de estimulantes prescritos para
aumento de desempenho ou propósitos recreativos”.
Mediante a síntese da trajetória das edições dos DSMs e a vigência atual de sua última
versão, pode-se ressaltar como a tarefa classificatória termina assumindo um discurso clínico
extremamente prático em que se substituem “as grandes categorias”:
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No DSM-IV, as alterações de humor aparecem como uma classe diagnóstica das Perturba-
ções do Humor que, em síntese, envolvem quadros clínicos nos quais se verificam oscilações
de humor (ou estado de ânimo.
Para muitos pesquisadores, o humor representa um somatório ou síntese dos afetos pre-
sentes na consciência em um dado momento. Constitui o estado afetivo base e fundamental,
que se caracteriza por ser difuso, isto é, não relacionado a um objeto específico, e por ser em
geral persistente e não reativo. O humor oscila entre os polos da alegria, da tristeza e da irrita-
bilidade, assim como entre a calma e a ansiedade.
Esses sintomas devem persistir por um período igual ou superior a duas semanas, poden-
do comprometer a capacidade funcional física, social e de trabalho do indivíduo.
Entretanto, ao estudar a configuração do DSM-5, verificou-se que essa classe dos Transtor-
nos de Humor foi excluída. Tal extinção originou duas novas classes:
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O termo bipolar foi utilizado na psiquiatria pela primeira no final do século XIX, mas ga-
nhou visibilidade a partir de 1980, com o DSM-III, pois anterior a esse manual falava-se em
psicose maníaco-depressiva. O Transtorno Bipolar, em geral, corresponde a uma psicopatolo-
gia que causa alterações acentuadas e periódicas de humor, tendo como extremos episódios
maníacos e depressivos.
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A fase maníaca é caracterizada por “uma alegria (euforia, ou melhor, hiperforia) ou irritabi-
lidade patológicas (exaltação afetiva).
A fase depressiva envolve “uma tristeza patológica (exaltação afetiva), que costuma ser
caracterizada como uma tristeza vital. Em alguns pacientes podem ocorrer ansiedade ou
irritabilidade intensas.
Nas especificações categóricas da classe diagnóstica Transtorno Bipolar e Transtornos
Relacionados, tem-se:
As alterações descritas evidenciam como o Transtorno Bipolar, que antes era tratado como
uma categoria, é elevado a condição de classe diagnóstica.
O transtorno bipolar tipo I foi comumente igualado à clássica doença maníaco-depressiva,
mas o transtorno bipolar tipo II baixou drasticamente o limiar, exigindo meramente um episó-
dio depressivo e um período de produtividade aumentada, inflação da autoestima e redução da
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necessidade de sono [...] Hoje em dia, existe até o “bipolar leve”, o que significa que o paciente
“reage intensamente às perdas”.
Com essas novas categorias, muitos pacientes passam a se enquadrar em algum nível de
transtorno bipolar, de forma leve ou mais ampla.
O termo depressão pode ser encontrado em dicionários médicos datados de 1860, que
consistia em identificar um comportamento de “rebaixamento dos espíritos” de pessoas que
eram acometidas por essa doença mental. Assim, percebe-se que a palavra depressão remete
tanto a um sintoma quanto a uma patologia.
Enquanto sintoma, ela “pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais:
transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas
etc. Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a circunstâncias sociais
e econômicas adversas”.
Como doença, ela tem sido classificada de várias formas de Transtornos Depressivos.
No DSM-5, o que leva ao diagnóstico dos Transtornos Depressivos é a presença de humor
triste, vazio ou irritável e alterações somáticas e cognitivas que afetam significativamente a
capacidade de funcionamento do indivíduo.
O transtorno depressivo maior representa a condição clássica desse grupo de transtornos.
Ele é caracterizado por episódios distintos de pelo menos duas semanas de duração (embora
a maioria dos episódios dure um tempo consideravelmente maior) envolvendo alterações níti-
das no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas, e remissões interepisódicas.
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Tem-se, portanto, que também proveniente das Perturbações do Humor do DSM-IV, o Trans-
torno Disruptivo da Desregulação do Humor (TDDH), Transtorno Depressivo Maior e Transtorno
Depressivo Persistente (Distimia), foram deslocados para uma nova classe do DSM-5 denomi-
nada Transtornos Depressivos. A essa classe foram acrescidas cinco novas categorias:
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da síndrome pré-menstrual [SPM], mais severa ou extrema, com a oscilação do humor apresen-
tada como fator mais perturbador e debilitante [...]”. Nesse conseguinte, os autores definem a
SPM como sendo a ocorrência repetitiva de um conjunto de alterações físicas, do humor, cogni-
tivas e comportamentais com a presença de queixas de desconforto, irritabilidade, depressão
ou fadiga, geralmente acompanhadas da sensação de intumescimento e dolorimento de seios,
abdome, extremidades, além de cefaleia e compulsão por alimentos ricos em carboidratos,
acrescidos ou não de distúrbios autonômicos, com início em torno de duas semanas antes da
menstruação e alívio rápido após o início do fluxo menstrual (VALADARES et al, 2006, p. 118).
Entretanto, Miranda et al. (s./d.) nos chama a atenção para o fato de que devido ao elevado
número de sintomas atribuídos à SPM (mais de 150 relacionados a vários órgãos e sistemas),
não há “um consenso quanto a uma definição mais exata, mas há a suposição de que ocorram
diversos subtipos desse distúrbio, cada um com sua gravidade e sustentados por um com-
plexo conjunto de fatores biológicos, psicológicos e ambientais” (s./p.). Entre esses subtipos
se encontra o TDPM que, pelo mesmo motivo, apresenta uma etiologia pouco definida, como
aponta Brito et al. (2019).
De acordo com os critérios diagnósticos do DSM-5 (APA, 2014), o TDPM pode ser diagnos-
ticado a partir dos seguintes critérios:
a) apresentar no mínimo cinco sintomas que devem estar presentes na semana anterior ao
início menstrual e ter sua minimização ou ausência na semana pós-menstrual;
b) um (ou mais) dos seguintes sintomas: labilidade afetiva acentuada, tristeza ou choro re-
pentinos ou sensibilidade aumentada à rejeição, irritabilidade ou raiva acentuadas ou aumento
nos conflitos interpessoais, humor deprimido acentuado e pensamentos autodepreciativos e
ansiedade acentuada, tensão e/ou sentimentos de estar nervosa ou no limite;
c) um (ou mais) dos seguintes sintomas: interesse diminuído pelas atividades habituais,
sentimento subjetivo de dificuldade em se concentrar, letargia, fadiga fácil ou falta de energia
acentuada, alteração acentuada do apetite, hipersonia ou insônia, sentir-se sobrecarregada ou
fora de controle, sintomas físicos como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor articular ou
muscular, sensação de “inchaço” ou ganho de peso;
d) esses sintomas devem estar associados a sofrimento clinicamente significativo ou a
interferência nas atividades cotidianas;
e) essa perturbação deve ser diferenciada de outros transtornos possíveis;
f) o Critério A deve ser confirmado por pelo menos dois ciclos sintomáticos consecutivos;
g) esses sintomas não devem ser consequência dos efeitos fisiológicos de uma substân-
cia ou de outra condição médica.
É interessante não perdermos de vista que o diagnóstico do TDPM exige que os sintomas
acima descritos devem surgir “durante a fase pós-ovulatória, isto é, o período pré-menstrual.
Fase lútea e remitir com a menstruação” (COSTA et al., 2020, p. 367), além disso, devem ser
graves o suficiente a ponto de interferir no funcionamento diário. Nesses termos, o consenso
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atual sugere que a função ovariana normal seja o desencadeador dos eventos bioquímicos re-
lacionados ao TDPM no sistema nervoso central e em outros tecidos que influenciam o humor,
o comportamento e a cognição. Vale ressaltar que não estamos desconsiderando o sofrimen-
to existente nesse período feminino, porém consideramos problemático classificar esse sofri-
mento como um transtorno mental que afeta o humor. Isso porque tal classificação quando
feita indiscriminadamente abre espaço para se medicar uma condição do ser mulher, além de
rotulá-la como doente.
Nessa linha de raciocínio, esse tipo de consenso parece um retorno, por outras vias, a uma
situação a qual Freud já denunciava em suas teorizações sobre o tratamento da histeria no
século XIX, na época, buscava-se controlar a sexualidade feminina para que ela trabalhasse a
favor da necessidade estabelecida pela sociedade burguesa. Vieira (2002) também encontra
essa medicalização do corpo feminino, na sociedade atual que, sob as vestes do reconheci-
mento da mulher como um ser “útil” à sociedade, estimula o uso constante do anticoncepcio-
nal e de fármacos que eliminem os sintomas menstruais para que não haja uma redução da
produtividade feminina.
Por fim, Frances (2015) menciona a introdução do TDDH como problemática, no sentido
de que incita a patologização e consequente medicalização infantil, pois, trata-se de uma pa-
tologia para “descrever crianças que têm constantes problemas de temperamento” (p. 47). Em
psicanálise, verifica-se como pode ser danoso fechar um diagnóstico infantil, no ponto em que
a estrutura psíquica da criança está em formação e, por esse motivo, as oscilações de humor
podem ser intensas e frequentes, mas nem por isso se apresentarão como enfermidades.
Além disso, a inclusão desse diagnóstico no DSM-5, “se baseia em mínima pesquisa e foi
justificada apenas pela necessidade de reduzir o excesso de diagnóstico de Transtornos Bipo-
lares Infantis” (FRANCES, 2015, p. 47). Dentre as dificuldades encontradas na utilização desse
diagnóstico, o autor destaca três:
1ª) a impossibilidade de “distinguir TDDH de ataques de humor que ocorrem em crianças
saudáveis” (p. 48) que apresentam um humor irritadiço;
2ª) a impossibilidade de “distinguir TDDH de ataques de humor que ocorrem em outros
transtornos psiquiátricos” (p. 48);
3ª) “Assim como nos Transtornos Bipolares Infantis, pode haver um esforço das compa-
nhias farmacêuticas de usar medicamentos prejudiciais, particularmente antipsicóticos, que
podem causar grande ganho de peso (elevando o risco assim, de obesidade infantil, diabetes
e doença cardíaca)” (p. 48).
Mediante essa realidade desenhada pela nova versão do DSM, Araújo e Lotufo Neto (2013)
afirmam que tais mudanças possibilitam “que indivíduos que estejam passando por um sofri-
mento psíquico grave recebam atenção adequada, incluindo a farmacoterapia quando esta se
fizer necessária” (p. 106). Não se desconsidera a veracidade dessa assertiva, porém, parece-
-nos importante questionar se as alterações descritas acima não são indícios de que vemos
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2. Transtornos de Personalidade
Personalidade pode ser definida como as características individuais que correspondem
a um padrão de emoções, pensamentos e comportamentos. Os traços da personalidade têm
consequências, no sentindo de que suas características estão associadas a uma variedade
importante de indicadores nos níveis individual, interpessoal e social, tais como:
A partir disso, um transtorno da personalidade (TP) pode ser caracterizado como “padrão
persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das ex-
pectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou início
da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo”. É comum que
pessoas com TP tenham um repertório limitado de emoções, atitudes e comportamentos para
lidar com os problemas e estresse da vida cotidiana.
A definição anteriormente descrita de TP se aplica, de modo geral, aos dez tipos vigentes de ca-
tegorias diagnósticas específicas, reunidos em três grupos, com base em semelhanças descritivas.
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são comumente relatados por indivíduos com TP, sendo os tipos mais atingidos pelos os
borderlines e antissociais. Em tais casos, está presente a interação de fatores genéticos e
mediação de características pessoais, como, por exemplo, a capacidade de resiliência.
2.4. Diagnóstico
As desordens da personalidade podem ser consideradas entre os transtornos mentais
mais complicados de diagnosticar e tratar. O diagnóstico é dificultado em parte pela própria
natureza dos sintomas, pouco diferenciados e com fronteiras menos nítidas com a normalida-
de, e pela necessidade de uma avaliação longitudinal e em vários contextos.
Além disso, muitas das características consideradas para o diagnóstico são egossintô-
nicas, ou seja, o indivíduo tem um insight limitado da natureza de suas dificuldades. Sendo
assim, em geral, não identifica ou não se incomoda com o que considera componentes de “seu
jeito de ser”, e por isso não há iniciativa para procurar ou há resistência para uma avaliação
clínica e tratamento especializado.
É observado que pacientes com TP tendem a ser atendidos em períodos de crise ou em
decorrência de sintomas de depressão, ansiedade e problemas relacionados ao uso de subs-
tâncias psicoativas, que representam comorbidades muito prevalentes. Características que,
no entanto, emergem ou se acentuam frente a estressores situacionais específicos e estados
mentais transitórios (que ocorrem como sintomas de outros transtornos mentais ou como
manifestação do uso de drogas) devem ser diferenciados de traços disfuncionais persistentes
e generalizados que constituem o TP, e que, em geral, estão presentes desde o final da adoles-
cência e início da vida adulta.
Nesse sentido, o processo diagnóstico pode ser facilitado pela presença de um informante,
que poderá fornecer relato sobre sua perspectiva dos problemas apresentados pelo paciente
ao longo de um período maior e relacionados ao seu funcionamento interpessoal.
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Uma observação independente para o diagnóstico também é dificultada pelo fato de que
um TP como, por exemplo, o borderline, afeta a relação médico-paciente. Dessa forma, pelas
dificuldades nos relacionamentos presentes nestas desordens, muitas vezes, esses pacientes
são reconhecidos como “difíceis”.
Embora o diagnóstico de TP possa ser considerado, é importante evitar diagnosticar pa-
cientes que se apresentam como de difícil manejo, despertam raiva ou outras emoções inten-
sas e demandam muita atenção, em situações críticas, atendimentos de urgência e a partir de
uma única avaliação, já que evidencia-se uma disparidade do diagnóstico realizado nessas cir-
cunstâncias comparado ao estabelecido a partir de uma entrevista sistematizada apropriada.
As descrições e critérios diagnósticos para cada um dos tipos de TP, de acordo com o
DSM-5, são reproduzidos nos quadros 2 e 3, que apresentam, respectivamente, o grupo A e B.
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2.5. Comorbidades
O diagnóstico de um TP implica em maior risco de comorbidade psiquiátrica e outros pro-
blemas de saúde em geral.
A ocorrência de outros TP é variável de 25 a 90% dependendo do instrumento diagnóstico
utilizado e da população estudada. Mas essa alta comorbidade entre TP é, em parte, atribuível
a problemas nos atuais sistemas categoriais de classificação e poderia ser minimizada por
definições mais multifacetadas desses diagnósticos.
A comorbidade com outros transtornos mentais, como depressão, ansiedade, e depen-
dência de álcool e outras drogas, por exemplo, são comuns em pessoas com TP. A presença
de uma desordem da personalidade complica o tratamento da maioria dessas condições, em
grande parte pela dificuldade em aderir aos tratamentos psicoterapêuticos e medicamentosos
apresentados pelos pacientes. Por fim, com ou sem tratamento, o prognóstico da maioria dos
transtornos mentais é agravado por TP coexistente, que representa um fator de risco importan-
te para gravidade e cronicidade.
As desordens da personalidade são associadas a um uso excessivo dos serviços de saú-
de e morbimortalidade médica, especialmente por doenças cardiovasculares. Refere-se que
pacientes com TP apresentam maiores índices de queixas clínicas (por exemplo, 60% relatam
cefaleia), doenças físicas e complicações no tratamento.
Por fim, o suicídio, que permanece como a maior causa de morte de pacientes com TP. Es-
pecificamente no borderlines, os comportamentos suicidas (definido como qualquer ação que
poderia causar a própria morte) são observados em aproximadamente 80% dos pacientes. O
risco de suicídio entre essa população é estimado entre 8 e 10%, o que representa um risco 50
vezes maior do que na população geral.
Cabe mencionar ainda que, devido ao surgimento precoce dos TP, ainda em períodos como
a infância e a adolescência, o prognóstico não costuma ser favorável.
Com o envelhecimento, os TP podem melhorar ou piorar. Sua prevalência em idosos é um
pouco menor do que a prevalência em adultos jovens. Observações longitudinais geralmente
sugerem que os transtornos “imaturos” de personalidade (grupo B) mostram uma melhora ao
longo do tempo, enquanto os mais “maduros” (grupos A e C) são caracterizados por um curso
mais crônico. Além disso, um grupo de pacientes com esquizofrenia de início tardio ou trans-
torno delirante tem um TP do grupo A pré-mórbido, indicando uma evolução mais desfavorável
com agravamento do quadro clínico em alguns casos.
A estabilidade do diagnóstico ao longo do tempo tem sido tradicionalmente considerada uma
característica definidora de desordens da personalidade, mas estudos recentes têm desafiado
esta noção, demonstrando evidências de que esses transtornos parecem remitir mais vezes e
mais rápido do que se pensava anteriormente, com uma taxa de reincidência relativamente baixa
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As causas da melhora da personalidade são pouco conhecidas, mas assim como nos
fatores precipitantes, sugere-se que envolvem efeitos genéticos e ambientais inter-relacio-
nados, com fatores evolutivos relativos aos mecanismos adaptativos, experiências de vida e
contexto sociocultural.
Estudos recentes têm identificado altas taxas de remissão (78-99%) ao longo do segui-
mento de 16 anos de pacientes com TP, com recuperação de 40 a 60% entre pacientes com
diagnóstico de borderline e 75 a 85% entre os outros TP. Embora parte desse resultado possa
ser atribuído à presença de sintomas transitórios na caracterização de alguns TP e à conside-
ração de que os critérios diagnósticos vigentes apresentam baixa confiabilidade, é relevante
reconhecer que a evolução dos TP pode ser favorável e, sendo assim, exige investimento no
seu tratamento.
No entanto, o curso dos TP ainda necessita ser melhor compreendido. Tendo em vista que
os pacientes apresentam trajetórias altamente heterogêneas, não estão claros os fatores as-
sociados ao progresso observado e há manutenção de comprometimento psicossocial muito
tempo depois de remissão sintomática.
2.6. Tratamento
Um aspecto fundamental relativo ao tratamento dos TP é o reconhecimento de que há pos-
sibilidades de tratamentos viáveis e efetivos, a fim impedir que o estigma prejudique o acesso
dos pacientes às abordagens terapêuticas disponíveis. Desta forma, reforça-se a necessidade
de engajamento do paciente e que o mesmo execute um papel ativo em seu tratamento para
que, com isso, resultados favoráveis sejam atingidos sofrimento.
O campo de pesquisa em TP tem evidenciado que tanto os tratamentos psicoterapêuticos
quanto os farmacológicos são benéficos.
A psicoterapia é considerada o tratamento de primeira linha. Não há medicamentos especí-
ficos recomendados para o tratamento dos TP, assim, são indicadas medicações para controle
de sintomas nucleares e tratamento de comorbidades frequentemente presentes. Ambos os
tratamentos devem ser considerados de longo prazo.
Considerando que, entre os TP, o tipo borderline apresenta a maior demanda por tratamento
e as evidências mais consistentes de intervenções terapêuticas eficazes, vão ser enfatizados
os princípios básicos indicados no seu tratamento.
O tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) inclui o manejo de crises,
com controle de reações emocionais intensas, avaliação do risco de auto ou heteroagressivi-
dade e comportamento suicida. Além disso, no acompanhamento médico, os pacientes devem
ser ajudados a desenvolver habilidades de enfrentamento de estresse, através da identificação
de recursos próprios eficazes para lidar com estresse em outras situações, busca de apoio,
expressões emocionais diretas e menos destrutivas.
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A Terapia Comportamental (TC) é conhecida como uma das abordagens de maior eficácia
no tratamento de TPB. Essa abordagem é conhecida por ser baseada no treino de habilidades
sociais e no uso de metáforas para enfretamento de situações adversas, dois aspectos extre-
mamente importantes na regulação das disfunções presentes no paciente com esse tipo de
transtorno da personalidade.
Embora nenhuma medicação específica seja aprovada para o tratamento do TPB, várias
classes de psicofármacos podem ser úteis para manejo de sintomas e sua escolha depende
do objetivo definido individualmente para cada paciente, com evidências controversas da efi-
cácia de cada uma das medicações utilizadas na prática clínica.33 As opções farmacológicas
são antipsicóticos e estabilizadores de humor, cuja ação esperada refere-se à regulação emo-
cional, controle de raiva, impulsividade e sintomas psicóticos transitórios; além dos antide-
pressivos para o tratamento de sintomas depressivos, que estão comumente presentes.
Os estudos sugerem que a maior parte dos pacientes com o diagnóstico de TPB (70%)
recebem tratamento ao longo da vida, com psicoterapia e uso contínuo de medicações. Altas
taxas de polifarmácia são relatadas, com 40% dos pacientes tomando 3 ou mais medicações
regulares, 20% tomando 4 ou mais e 10% tomando mais de 5 tipos diferentes de medicação.
No entanto, também é alta a ocorrência de abandono ou tratamento irregular, com falhas de
adesão e automedicação; assim como relatos de efeitos colaterais, especialmente metabóli-
cos, com destaque para a obesidade.
Sendo assim, a necessidade e potencial benéfico da prescrição de medicação deve ser
considerada junto aos riscos inerentes à sua utilização. Deve-se evitar a prescrição de benzo-
diazepínicos, pelo potencial abusivo e efeito paradoxal com desinibição do comportamento,
reservando sua indicação para situações de crise com elevada ansiedade e optando-se por
benzodiazepínicos de meia-vida mais longa. Além disso, é importante adequar o esquema
de receituário no acompanhamento desses pacientes para evitar que eles tenham acesso a
grande quantidade de medicamentos, considerando risco de abuso e comportamento suici-
da. Nesse sentido, o quadro 4 ressalta alguns aspectos, também deve-se ter cuidado com os
prestantes que devem ser levados em conta pelo crição de medicamentos com alto potencial
de toxiterapeuta no manejo de pacientes com diagnóstico cidade, como antidepressivos tricí-
clicos e lítio 45, de TPB:
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Muitos jovens iniciam o consumo de substâncias psicoativas pelos 12 a 15 anos, com fre-
quente uso de álcool ou maconha. O crescente uso dessas substâncias vem aumentando na me-
dida em que ocorre atualizações na sociedade, e aumenta de acordo com a evolução das culturas.
Através de pesquisas feitas, foi possível ver a evolução do uso de substâncias psicoativas
e os transtornos mentais relacionados. A psicose é um dos transtornos mais comuns entre os
usuários, podendo estar presente na abstinência e no uso contínuo. Diante dos estudos feitos
foi possível identificar que na maioria dos casos o tratamento não é adequado.
Ainda existem vários questionamentos sobre como ocorre esse fator, se existe uma predis-
posição, se os transtornos mentais aparecem em todos os indivíduos que tem a dependência
ou fazem o abuso de substancias psicoativas, ou se os efeitos são diferentes ou iguais para
sujeitos distintos.
Esse tema é de extrema importância para o desenvolvimento de habilidades diante de uma
realidade tão comum na sociedade atual, onde o consumo de álcool e outras drogas é frequen-
te e precoce. Além de ser útil para subsidiar ações de prevenção, intervenções e também para
a elaboração de políticas públicas.
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É possível identificar que a dependência química ocorre com frequência em pessoas com
características depressivas e esquizofrênicas, e podem desenvolver sintomas psicóticos devi-
do ao surgimento de alucinações e delírios causados pelo alto grau de intoxicação por drogas,
vale ressaltar que a droga utilizada pode provocar efeitos diferentes em momentos distintos
para um único indivíduo, e os sintomas não necessariamente acontecerão para todos eles.
Essas características da personalidade do indivíduo são fatores que podem causar algum tipo
de estresse que por muitas vezes pode ser amenizado pelo uso de substâncias psicoativas.
Quanto à vulnerabilidade social, os indivíduos que apresentam transtornos mentais induzi-
do por uso de substâncias representam uma população bastante heterogênea. Porém existem
evidências de baixa escolaridade, que podemos relacionar com as dificuldades cognitivas que
o uso de drogas pode causar e isso é um fator que causa o afastamento das unidades de
ensino. O abuso e dependência de substâncias psicoativas faz com que muitos indivíduos se
afastem do seio familiar, percam o emprego e desestruturem a própria vida social, além de
enfrentar os preconceito e estigma da sociedade que assume a dependência e seus efeitos
como um problema de fraqueza de caráter e não como um problema social, que por outro lado
dificultam a aceitação do transtorno associado a dependência pelo doente e família, por isso é
necessário uma reorganização e suporte psíquico.
Não foi possível identificar na literatura, ações específicas sobre tratamento. Levando em
consideração que o diagnóstico muitas vezes é tardio, a falta de informações pode fazer com
que o doente, familiares e alguns especialistas da área de saúde interpretem os sintomas
como simples alucinações causadas pelo uso de substância.
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RESUMO
Retomando a história das edições dos manuais, em 1994, é publicado o DSM-IV com 297
categorias de transtornos mentais. Essa quarta versão apagou todo vestígio de etiologia e
instaurou o modelo nosográfico de diagnóstico. Desse modo, o DSM-IV passa a ser consi-
derado um método infalível de diagnóstico psiquiátrico “quase” automático que pressupõe
somente um checklist.
Nessa esteira de pensamento, também a versão mais recente do DSM é publicada em
2013, contendo mais de 300 categorias diagnósticas fundamentadas. Assim, o DSM-5 se tor-
na o manual de referência da maneira contemporânea de subjetivar vivências emocionais, no
ponto em que passa a apostar no diagnóstico dimensional que tem a pretensão de englobar o
indivíduo por completo, uma vez que busca classificar todos os aspectos presentes no com-
portamento e sofrimento humanos.
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Cabe mencionar ainda que, devido ao surgimento precoce dos TP, ainda em períodos como
a infância e a adolescência, o prognóstico não costuma ser favorável.
Com o envelhecimento, os TP podem melhorar ou piorar. Sua prevalência em idosos é um
pouco menor do que a prevalência em adultos jovens.
A estabilidade do diagnóstico ao longo do tempo tem sido tradicionalmente considera-
da uma característica definidora de desordens da personalidade, mas estudos recentes têm
desafiado esta noção, demonstrando evidências de que esses transtornos parecem remitir
mais vezes e mais rápido do que se pensava anteriormente, com uma taxa de reincidência
relativamente baixa
As causas da melhora da personalidade são pouco conhecidas, mas assim como nos
fatores precipitantes, sugere-se que envolvem efeitos genéticos e ambientais inter-relacio-
nados, com fatores evolutivos relativos aos mecanismos adaptativos, experiências de vida e
contexto sociocultural.
Um aspecto fundamental relativo ao tratamento dos TP é o reconhecimento de que há pos-
sibilidades de tratamentos viáveis e efetivos, a fim impedir que o estigma prejudique o acesso
dos pacientes às abordagens terapêuticas disponíveis. Desta forma, reforça-se a necessidade
de engajamento do paciente e que o mesmo execute um papel ativo em seu tratamento para
que, com isso, resultados favoráveis sejam atingidos sofrimento.
O campo de pesquisa em TP tem evidenciado que tanto os tratamentos psicoterapêuticos
quanto os farmacológicos são benéficos.
Muitos jovens iniciam o consumo de substâncias psicoativas pelos 12 a 15 anos, com fre-
quente uso de álcool ou maconha. O crescente uso dessas substâncias vem aumentando na me-
dida em que ocorre atualizações na sociedade, e aumenta de acordo com a evolução das culturas.
Existem evidências da utilização de substâncias psicoativas pelos seres humanos desde
os primeiros tempos da humanidade, associadas a situações muito variadas, como práticas
mágicas, religiosas, curativas, filosóficas e recreativas. O uso dessas substâncias no Brasil é
crescente. Como exemplo temos o álcool, que os indivíduos têm várias justificativas para a uti-
lização. Também é possível observar o aumento crescente do uso de outras classes de drogas,
para além da maconha, crack e cocaína.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2001) a dependência química se carac-
teriza como uma doença crônica, onde acorre a existência de comportamento impulsivos e
recorrentes de utilização de uma determinada substância para obter sensações de prazer e
bem-estar, e aliviar algum sofrimento psíquico.
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2001) também caracterizou a dependência quími-
ca como craving, que tem como características o desejo de repetir a experiência dos efeitos de
uso de uma substância. Esse desejo ocorre na fase de alto consumo e no início da abstinência
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e pode surgir após um longo tempo sem o uso e abuso de substâncias. É um estado motiva-
cional subjetivo influenciado pelas expectativas associadas a um resultado positivo.
Para o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), dependência é
facilmente confundida com o termo adição, mas os conceitos que antes definiam dependência
são respostas normais a ação dos medicamentos usados que afetam o sistema nervoso cen-
tral e não indicam necessariamente a presença de uma adição química.
O desenvolvimento de transtornos mentais relacionados ao abuso e dependência de subs-
tâncias ocorre em maior frequência em pessoas predispostas a desenvolverem os transtornos
mentais. Também estão relacionados aos fatores genéticos, onde surgem em maior frequ-
ência em indivíduos que tem parentes de primeiro grau que fazem o abuso de substâncias,
onde as mulheres têm maior herdabilidade para o desenvolvimento de transtornos, entretanto
desenvolvem reações diferentes em cada indivíduo.
É possível identificar que a dependência química ocorre com frequência em pessoas com
características depressivas e esquizofrênicas, e podem desenvolver sintomas psicóticos devi-
do ao surgimento de alucinações e delírios causados pelo alto grau de intoxicação por drogas,
vale ressaltar que a droga utilizada pode provocar efeitos diferentes em momentos distintos
para um único indivíduo, e os sintomas não necessariamente acontecerão para todos eles.
Essas características da personalidade do indivíduo são fatores que podem causar algum tipo
de estresse que por muitas vezes pode ser amenizado pelo uso de substâncias psicoativas.
Quanto a vulnerabilidade social, os indivíduos que apresentam transtornos mentais induzi-
do por uso de substâncias representam uma população bastante heterogênea. Porém existem
evidências de baixa escolaridade, que podemos relacionar com as dificuldades cognitivas que
o uso de drogas pode causar e isso é um fator que causa o afastamento das unidades de
ensino. O abuso e dependência de substâncias psicoativas faz com que muitos indivíduos se
afastem do seio familiar, percam o emprego e desestruturem a própria vida social, além de
enfrentar os preconceito e estigma da sociedade que assume a dependência e seus efeitos
como um problema de fraqueza de caráter e não como um problema social, que por outro lado
dificultam a aceitação do transtorno associado a dependência pelo doente e família, por isso é
necessário uma reorganização e suporte psíquico.
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TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
DE SUBSTÂNCIAS
TRANSTORNOS DE HUMOR
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EXERCÍCIOS
001. (INÉDITA/2022) Sobre transtornos de humor: A partir da segunda metade do século XX,
ganha consistência a necessidade de se criar uma padronização de categorias dos sofrimen-
tos psíquicos tratados como doenças pela comunidade psiquiátrica. Assim, a Associação
Americana de Psiquiatria (APA) em 1952, instituiu:
a) Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
b) Manual de Políticas e Diretrizes de Doenças Mentais.
c) Manual de Atendimento à Saúde Pública.
d) Manual de Orientação Psiquiátrica.
e) Manual Diagnóstico de Atendimento à Saúde Pública.
003. (INÉDITA/2022) Está correto ou incorreto afirmar que no Manual Diagnóstico e Estatís-
tico de Transtornos Mentais (DSM-IV), as alterações de humor aparecem como uma classe
diagnóstica das Perturbações do Humor que, em síntese, envolvem quadros clínicos nos quais
se verificam oscilações de humor (ou estado de ânimo).
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b) O diagnóstico clínico não utiliza os critérios do DSM- IV e CID-10, pois eles não contemplam
as diferenças na apresentação clínica, quando comparado com os adultos.
c) O tratamento psicofarmacológico é bastante simples, pois vale-se dos mesmos esquemas
utilizados para os adultos e apresenta eficácia e tolerabilidade bem estabelecidas.
d) A incidência familiar é questionável nesse transtorno, apesar de, eventualmente, parentes de
primeiro grau também serem portadores de transtornos de humor, inclusive o transtorno bipolar.
e) Não existe o transtorno bipolar em crianças e adolescentes, sendo que os primeiros episó-
dios somente ocorrem a partir dos 25 anos.
010. (INÉDITA/2022) O termo bipolar foi utilizado na psiquiatria pela primeira no final do
século XIX, mas ganhou visibilidade a partir de 1980, com o DSM-III, pois anterior a esse
manual falava-se:
a) Psicose maníaco-depressiva.
b) Mania/hipomania.
c) TDAH.
d) Autismo.
e) Transtorno de Humor.
011. (INÉDITA/2022) Caracterizada por “uma alegria (euforia, ou melhor, hiperforia) ou irritabili-
dade patológicas (exaltação afetiva)”. O conceito refere-se à fase da Bipolaridade denominada:
a) fase maníaca.
b) fase depressiva.
c) fase inicial.
d) fase mais grave.
e) fase intermediária.
014. (INÉDITA/2022) O transtorno bipolar tipo I foi comumente igualado à clássica doença
maníaco-depressiva, mas o transtorno bipolar tipo II aumentou drasticamente o limiar, exigindo
meramente um episódio depressivo e um período de produtividade reduzida, inflação da auto-
estima e redução da necessidade de sono.
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015. (INÉDITA/2022) O paciente considerado “bipolar leve” significa que “reage de forma re-
duzida às perdas”.
A sequência correta é:
a) V, V, F, F.
b) V, F, V, F.
c) F, F, V, V.
d) V, F, F, F.
e) V, V, V, V.
019. (INÉDITA/2022) Personalidade pode ser definida como as características individuais que
correspondem a um padrão de emoções, pensamentos e comportamentos. Os traços da per-
sonalidade têm consequências, no sentindo de que suas características estão associadas a
uma variedade importante de indicadores nos níveis individual, interpessoal e social.
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022. (INÉDITA/2022) A Era Moderna dos TP pode ser considerada a partir de 1952, com a pu-
blicação do primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) pela As-
sociação Americana de Psiquiatria (APA). Nessa versão inicial, as patologias da personalidade
tiveram breves descrições e incluíram um amplo campo diagnóstico para o TP antissocial, com
subtipos como desvios sexuais, alcoolismo, dependência de drogas e reações dissociais.
024. (INÉDITA/2022) Estima-se que 3 a 15% dos adultos apresentem ao menos um transtorno
da personalidade.
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031. (INÉDITA/2022) A suspeita, sem fundamento suficiente, de estar sendo explorado, mal-
tratado ou enganado é considerado transtorno de personalidade:
a) Paranoide.
b) Esquizoide.
c) Esquizotípica.
d) Antissocial.
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a) Paranoide.
b) Esquizoide.
c) Esquizotípica.
d) Antissocial.
034. (INÉDITA/2022) O indivíduo tem sentimentos crônicos de vazio, raiva inadequada ou in-
tensa, instabilidade afetiva. Essas são caraterísticas do Transtorno de Personalidade:
a) Histriônica.
b) Esquizoide.
c) Esquizotípica.
d) Antissocial.
e) Boderline.
036. (INÉDITA/2022) O indivíduo apresenta exigência de admiração excessiva. Essas são ca-
raterísticas do Transtorno de Personalidade:
a) Histriônica.
b) Narcisista.
c) Esquizotípica.
d) Antissocial.
e) Boderline.
037. (INÉDITA/2022) O indivíduo vai a extremos para obter carinho e apoio, desconforto ou
desamparo quando está só. Essas são caraterísticas do Transtorno de Personalidade:
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a) Histriônica.
b) Narcisista.
c) Esquizotípica.
d) Dependente.
e) Boderline.
038. (INÉDITA/2022) Preocupação com críticas ou rejeições em situações reais. Essas são
caraterísticas do Transtorno de Personalidade:
a) Histriônica.
b) Narcisista.
c) Esquiva.
d) Dependente.
e) Boderline.
042. (INÉDITA/2022) Estudos recentes têm identificado altas taxas de remissão (78-99%) ao
longo do seguimento de 16 anos de pacientes com TP, com recuperação de 40 a 60% entre
pacientes com diagnóstico de borderline e 75 a 85% entre os outros TP.
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046. (INÉDITA/2022) A Terapia Comportamental Dialética (TCD) é conhecida como uma das
abordagens de maior eficácia no tratamento de TPB. Essa abordagem é conhecida por ser ba-
seada no treino de habilidades sociais e no uso de metáforas para enfretamento de situações
adversas, dois aspectos extremamente importantes na regulação das disfunções presentes no
paciente com esse tipo de transtorno da personalidade.
048. (INÉDITA/2022) Os estudos sugerem que a maior parte dos pacientes com o diagnós-
tico de TPB (70%) recebem tratamento ao longo da vida, com psicoterapia e uso contínuo de
medicações.
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Transtornos: Humor, Personalidade
Ariete Bittencourt Pinto
GABARITO
1. a 37. d
2. C 38. c
3. C 39. a
4. E 40. C
5. a 41. C
6. e 42. C
7. a 43. C
8. e 44. C
9. a 45. C
10. a 46. C
11. a 47. C
12. c 48. C
13. C 49. C
14. E 50. C
15. E
16. a
17. c
18. c
19. C
20. b
21. e
22. C
23. C
24. E
25. E
26. E
27. C
28. a
29. C
30. b
31. a
32. b
33. d
34. e
35. a
36. b
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Transtornos: Humor, Personalidade
Ariete Bittencourt Pinto
GABARITO COMENTADO
001. (INÉDITA/2022) Sobre transtornos de humor: A partir da segunda metade do século XX,
ganha consistência a necessidade de se criar uma padronização de categorias dos sofrimen-
tos psíquicos tratados como doenças pela comunidade psiquiátrica. Assim, a Associação
Americana de Psiquiatria (APA) em 1952, instituiu:
a) Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
b) Manual de Políticas e Diretrizes de Doenças Mentais.
c) Manual de Atendimento à Saúde Pública.
d) Manual de Orientação Psiquiátrica.
e) Manual Diagnóstico de Atendimento à Saúde Pública.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-I) que apresentava 106 cate-
gorias de psicopatologias. Essa primeira versão do manual era pautada em uma compreensão
psicossocial da doença mental. Dezesseis anos depois, o DSM-II é publicado. Esse, por sua
vez, continha 180 categorias diagnóstica.
Letra a.
No fim dos anos 70, algumas divergências diagnósticas estadunidenses e europeias levaram
a APA “a aperfeiçoar a uniformidade e a validade do diagnóstico psiquiátrico, assim como
padronizar as práticas de diagnóstico” (MARTINHAGO; CAPONI, 2019, p. 2). Assim, verifica-
-se a extinção de termos como neurose e psicose e, diante dessa situação, torna-se cada vez
mais desnecessária a escuta do paciente, uma vez que seu saber não mais influenciará na
construção diagnóstica.
Certo.
003. (INÉDITA/2022) Está correto ou incorreto afirmar que no Manual Diagnóstico e Estatís-
tico de Transtornos Mentais (DSM-IV), as alterações de humor aparecem como uma classe
diagnóstica das Perturbações do Humor que, em síntese, envolvem quadros clínicos nos quais
se verificam oscilações de humor (ou estado de ânimo).
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Transtornos: Humor, Personalidade
Ariete Bittencourt Pinto
Para muitos pesquisadores, o humor representa um somatório ou síntese dos afetos presen-
tes na consciência em um dado momento. Constitui o estado afetivo base e fundamental, que
se caracteriza por ser difuso, isto é, não relacionado a um objeto específico, e por ser em geral
persistente e não reativo. O humor oscila entre os polos da alegria, da tristeza e da irritabilida-
de, assim como entre a calma e a ansiedade.
Certo.
Para muitos pesquisadores, o humor representa um somatório ou síntese dos afetos presen-
tes na consciência em um dado momento. Constitui o estado afetivo base e fundamental, que
se caracteriza por ser difuso, isto é, não relacionado a um objeto específico, e por ser em geral
persistente e não reativo. O humor oscila entre os polos da alegria, da tristeza e da irritabilida-
de, assim como entre a calma e a ansiedade.
Errado.
Para muitos pesquisadores, o humor representa um somatório ou síntese dos afetos presen-
tes na consciência em um dado momento. Constitui o estado afetivo base e fundamental, que
se caracteriza por ser difuso, isto é, não relacionado a um objeto específico, e por ser em geral
persistente e não reativo. O humor oscila entre os polos da alegria, da tristeza e da irritabilida-
de, assim como entre a calma e a ansiedade.
Letra a.
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c) II e III.
d) I e II.
e) I, II e IV.
“O paciente portador de THB apresenta, ao longo de sua vida, a predominância de fases depres-
sivas, quando comparada com fases de mania e hipomania”. A maioria realmente apresenta
predominância de sintomas depressivos, entretanto existem paciente com predominância de
sintomas maníaco/hipomaníacos ou até mesmo “mania pura”.
Letra e.
O transtorno bipolar é uma doença grave que deve ser tratada por profissionais. Também é
conhecida como uma doença maníaco-depressiva. As crianças com transtorno bipolar expe-
rimentam mudanças de humor incomuns. Às vezes se sentem muito felizes e são mais ativas
do que o normal (episódios de mania) e outras vezes elas se sentem muito tristes e decaídas,
não estão nada afetivas e esta fase se chama depressão.
Letra a.
010. (INÉDITA/2022) O termo bipolar foi utilizado na psiquiatria pela primeira no final do
século XIX, mas ganhou visibilidade a partir de 1980, com o DSM-III, pois anterior a esse
manual falava-se:
a) Psicose maníaco-depressiva.
b) Mania/hipomania.
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c) TDAH.
d) Autismo.
e) Transtorno de Humor.
O Transtorno Bipolar, em geral, corresponde a uma psicopatologia que causa alterações acen-
tuadas e periódicas de humor, tendo como extremos episódios maníacos e depressivos.
Letra a.
011. (INÉDITA/2022) Caracterizada por “uma alegria (euforia, ou melhor, hiperforia) ou irritabili-
dade patológicas (exaltação afetiva)”. O conceito refere-se à fase da Bipolaridade denominada:
a) fase maníaca.
b) fase depressiva.
c) fase inicial.
d) fase mais grave.
e) fase intermediária.
O termo bipolar foi utilizado na psiquiatria pela primeira no final do século XIX, mas ganhou
visibilidade a partir de 1980, com o DSM-III, pois anterior a esse manual falava-se em psico-
se maníaco-depressiva. O Transtorno Bipolar, em geral, corresponde a uma psicopatologia
que causa alterações acentuadas e periódicas de humor, tendo como extremos episódios
maníacos e depressivos.
Letra a.
O que vai diferenciar a depressão unipolar da depressão bipolar é a presença episódio maníaco
ou hipomaníaco. Até um destes se apresentar, o episódio depressivo do transtorno bipolar vai
ser considerado como depressão maior. Quando (e se) ocorrer o episódio maníaco, o diagnós-
tico deve ser alterado para transtorno afetivo bipolar.
Letra c.
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O que vai diferenciar é a presença episódio maníaco ou hipomaníaco. Até um destes se apre-
sentar, o episódio depressivo do transtorno bipolar vai ser tratado como depressão maior.
Certo.
014. (INÉDITA/2022) O transtorno bipolar tipo I foi comumente igualado à clássica doença
maníaco-depressiva, mas o transtorno bipolar tipo II aumentou drasticamente o limiar, exigindo
meramente um episódio depressivo e um período de produtividade reduzida, inflação da auto-
estima e redução da necessidade de sono.
O transtorno bipolar tipo I foi comumente igualado à clássica doença maníaco-depressiva, mas
o transtorno bipolar tipo II baixou drasticamente o limiar, exigindo meramente um episódio
depressivo e um período de produtividade aumentada, inflação da autoestima e redução da
necessidade de sono.
Errado.
015. (INÉDITA/2022) O paciente considerado “bipolar leve” significa que “reage de forma re-
duzida às perdas”.
A sequência correta é:
a) V, V, F, F.
b) V, F, V, F.
c) F, F, V, V.
d) V, F, F, F.
e) V, V, V, V.
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A hipomania pode estar associada a vários transtornos de humor diferentes, portanto, saber
com qual condição médica você está lidando é importante para controlá-los.
Letra c.
019. (INÉDITA/2022) Personalidade pode ser definida como as características individuais que
correspondem a um padrão de emoções, pensamentos e comportamentos. Os traços da per-
sonalidade têm consequências, no sentindo de que suas características estão associadas a
uma variedade importante de indicadores nos níveis individual, interpessoal e social.
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A partir disso, um transtorno da personalidade (TP) pode ser caracterizado como “padrão per-
sistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expec-
tativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou início da fase
adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo”. É comum que pessoas
com TP tenham um repertório limitado de emoções, atitudes e comportamentos para lidar
com os problemas e estresse da vida cotidiana.
Certo.
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022. (INÉDITA/2022) A Era Moderna dos TP pode ser considerada a partir de 1952, com a pu-
blicação do primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) pela As-
sociação Americana de Psiquiatria (APA). Nessa versão inicial, as patologias da personalidade
tiveram breves descrições e incluíram um amplo campo diagnóstico para o TP antissocial, com
subtipos como desvios sexuais, alcoolismo, dependência de drogas e reações dissociais.
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024. (INÉDITA/2022) Estima-se que 3 a 15% dos adultos apresentem ao menos um transtorno
da personalidade.
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a influência de fatores ambientais não compartilhados. É possível afirmar que apesar da im-
portância legítima do fator genético, o ambiente desempenha um papel crucial na manifesta-
ção de um TP, não sendo nenhum dos fatores anteriormente citados determinante em isolado.
Certo.
Além disso, muitas das características consideradas para o diagnóstico são egossintônicas,
ou seja, o indivíduo tem um insight limitado da natureza de suas dificuldades. Sendo assim,
em geral, não identifica ou não se incomoda com o que considera componentes de “seu jeito
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de ser”, e por isso não há iniciativa para procurar ou há resistência para uma avaliação clínica
e tratamento especializado.
Letra b.
031. (INÉDITA/2022) A suspeita, sem fundamento suficiente, de estar sendo explorado, mal-
tratado ou enganado é considerado transtorno de personalidade:
a) Paranoide.
b) Esquizoide.
c) Esquizotípica.
d) Antissocial.
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c) Esquizotípica.
d) Antissocial.
Pessoas que têm este transtorno apresentam comportamento agressivo, impulsivo ou irres-
ponsável, manipulam ou tratam outras pessoas com indiferença ou falta de sensibilidade, e
têm uma grande dificuldade em se adaptar às regras da sociedade, desrespeitando-as e vio-
lando-as, sem mostrar culpa ou remorso pelo comportamento (Fonte: https://www.tuasaude.
com/transtorno-de-personalidade-esquizoide/).
Letra d.
034. (INÉDITA/2022) O indivíduo tem sentimentos crônicos de vazio, raiva inadequada ou in-
tensa, instabilidade afetiva. Essas são caraterísticas do Transtorno de Personalidade:
a) Histriônica.
b) Esquizoide.
c) Esquizotípica.
d) Antissocial.
e) Boderline.
Apresenta excessiva emotividade, e busca de atenção que se manifesta no início da idade adulta.
Letra a.
036. (INÉDITA/2022) O indivíduo apresenta exigência de admiração excessiva. Essas são ca-
raterísticas do Transtorno de Personalidade:
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a) Histriônica.
b) Narcisista.
c) Esquizotípica.
d) Antissocial.
e) Boderline.
037. (INÉDITA/2022) O indivíduo vai a extremos para obter carinho e apoio, desconforto ou
desamparo quando está só. Essas são caraterísticas do Transtorno de Personalidade:
a) Histriônica.
b) Narcisista.
c) Esquizotípica.
d) Dependente.
e) Boderline.
038. (INÉDITA/2022) Preocupação com críticas ou rejeições em situações reais. Essas são
caraterísticas do Transtorno de Personalidade:
a) Histriônica.
b) Narcisista.
c) Esquiva.
d) Dependente.
e) Boderline.
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Devido ao surgimento precoce dos TP, ainda em períodos como a infância e a adolescência, o
prognóstico não costuma ser favorável.
Certo.
042. (INÉDITA/2022) Estudos recentes têm identificado altas taxas de remissão (78-99%) ao
longo do seguimento de 16 anos de pacientes com TP, com recuperação de 40 a 60% entre
pacientes com diagnóstico de borderline e 75 a 85% entre os outros TP.
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Embora parte desse resultado possa ser atribuído à presença de sintomas transitórios na ca-
racterização de alguns TP e à consideração de que os critérios diagnósticos vigentes apresen-
tam baixa confiabilidade, é relevante reconhecer que a evolução dos TP pode ser favorável e,
sendo assim, exige investimento no seu tratamento.
Certo.
O encaminhamento para tratamento especializado pode ser difícil pela falta de disponibilidade
e acesso a serviços e profissionais de saúde mental, além da resistência apresentada pelo pa-
ciente também ser um problema algumas vezes. Nesse caso, o paciente pode ser assegurado
da manutenção do vínculo com o profissional de referência, quando for possível, apesar do
encaminhamento, e os profissionais do nível primário e especializado podem se articular para
oferecer os melhores cuidados integrados.
Certo.
Várias técnicas psicoterapêuticas específicas têm sido desenvolvidas, mas o modelo de uma
abordagem mais estruturada e direta sugere apresentar melhores resultados de modo geral,
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046. (INÉDITA/2022) A Terapia Comportamental Dialética (TCD) é conhecida como uma das
abordagens de maior eficácia no tratamento de TPB. Essa abordagem é conhecida por ser ba-
seada no treino de habilidades sociais e no uso de metáforas para enfretamento de situações
adversas, dois aspectos extremamente importantes na regulação das disfunções presentes no
paciente com esse tipo de transtorno da personalidade.
Várias técnicas psicoterapêuticas específicas têm sido desenvolvidas, mas o modelo de uma
abordagem mais estruturada e direta sugere apresentar melhores resultados de modo geral,
incluindo o desenvolvimento de habilidades de autorreflexão, mentalização, regulação emo-
cional e enfrentamento de estresse Psicoeducação, terapia de grupo, terapia familiar e outras
abordagens psicossociais também representam recursos terapêuticos úteis.
Certo.
048. (INÉDITA/2022) Os estudos sugerem que a maior parte dos pacientes com o diagnós-
tico de TPB (70%) recebem tratamento ao longo da vida, com psicoterapia e uso contínuo de
medicações.
Sendo assim, a necessidade e potencial benéfico da prescrição de medicação deve ser con-
siderada junto aos riscos inerentes à sua utilização. Deve-se evitar a prescrição de benzo-
diazepínicos, pelo potencial abusivo e efeito paradoxal com desinibição do comportamento,
reservando sua indicação para situações de crise com elevada ansiedade e optando-se por
benzodiazepínicos de meia-vida mais longa.
Certo.
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A dependência e abuso de substâncias pode ocorrer por fatores diversos, como vulnerabili-
dade do indivíduo que utiliza, facilitação ao uso, fatores socioculturais, sociodemográficos,
psicológicos, biológicos e genéticos.
Uma droga psicoativa é substância que altere o seu humor, altera a sua percepção do ambiente
externo ou interno. Em estudos feitos por Szerman (2010), foi identificado que cerca de cinco
pessoas que fazem o uso de drogas possuem critérios para diagnóstico de dependência, com al-
teração da percepção, humor e consciência, causando dependência mesmo que cause prejuízos.
Certo.
Em estudos feitos por Hess, Almeida e Moraes (2012) foi possível identificar a existência de
diferenças entre os grupos quanto a escolaridade, estado civil e classe social. Essas variáveis
caracterizam a população em geral e indivíduos de certa população, ambos com a mesma fa-
cilidade para o consumo de substâncias, porém uns mais vulneráveis que outros.
Certo.
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Ariete Bittencourt Pinto
Graduação em Psicologia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc – Joaçaba (1999)
e Mestrado em Ciências da Saúde Humana pela Universidade do Contestado – Campus Concórdia
(2005). É docente na Universidade do Contestado – UnC (há 18 anos). Coordenadora do Núcleo Docente
Estruturante (NDE) do Curso de Psicologia e Coordenadora do Núcleo de Serviços em Psicologia (Clínica
Escola). Anualmente é membro de bancas de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Curso de
Psicologia. É professora-orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso I e II do Curso de Psicologia.
Professora-orientadora de Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório de Psicologia Clínica e da Saúde
I e II; e professora-orientadora de Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório de Psicologia Escolar I e
II. É psicóloga clínica e psicóloga credenciada pela Polícia Federal para Avaliação Psicológica para Arma
de Fogo. Foi Coordenadora do Curso de Psicologia da Universidade do Contestado (UnC) – Concórdia.
Foi docente na Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc (2010 a 2016). Docente na graduação
e na pós-graduação. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Contestado. Editora
assistente da Revista Interdisciplinar: Saúde e Meio Ambiente da Universidade do Contestado. Parecerista
no I Congresso Catarinense de Psicologia: Ciência e Profissão (2015).
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