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Educação Antirracista
Teoria e prática na EMEI Pedreira
Ana Gilda Leocadio
Prof.ª Ensino Fundamental II e Médio – Inglês
EMEF Prof.º Nelson Pimentel Queiroz – DRE Santo Amaro
E
ste artigo tem como objetivo apresentar uma proposta de
ação pedagógica antirracista a partir da experiência reali-
zada na EMEI Pedreira durante os anos de 2019 (de forma
presencial) e de 2020 (de forma online) uma vez que foram
constatadas atitudes racistas presentes nas brincadeiras e nas falas das crian-
ças durante sua permanência na unidade educacional. Para a execução des-
ta ação, realizou-se formação para as(os) docentes durante o horário coletivo
( JEIF) e durante os horários de atividades livres (HAs). Por meio de leituras
e exposições online foi possível a discussão do tema Racismo na Educação In-
fantil e estratégias para combatê-lo. A participação do grupo docente, bem
como da equipe gestora no processo de construção de atividades destinadas
a tratar de assuntos como diversidade racial, equidade e inclusão foi fun-
damental para a inclusão das crianças e seus responsáveis no processo. O
resultado das ações executadas por professoras(es) e equipe gestora foi apre-
sentado na Mostra Cultural (para familiares/responsáveis) e na II Jornada
Pedagógica da Educação Infantil da SME realizadas no ano de 2019 (para
docentes e gestores da DRE Santo Amaro).
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Introdução
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tom da voz, no toque, no olhar, na brinca- preconceitu-
deira, nas brigas e nos xingamentos. osas e discri-
minatórias,
As primeiras instâncias de racismo na
xingando e
educação infantil devem ser observadas e
ofendendo as
discutidas por toda equipe gestora e pro-
crianças ne-
fessoras(es) e, posteriormente, apresentadas
gras, atribuin-
aos pais e demais funcionários durante as
do caráter nega-
reuniões para que ações que visem o com-
tivo à cor da pele.
bate ao racismo sejam realizadas por todos.
Espaços coletivos como o parque, o refeitó- Para Almeida
rio, o pátio e a quadra esportiva, propiciam (2019), o racismo estrutu-
- ral, é uma decorrência da pró-
ralmente é nesse ambiente que as primeiras pria estrutura social, ou seja, do modo
manifestações racistas acontecem. Portan- normal com que se constituem as relações
to, a atenção deve ser redobrada. políticas, econômicas, jurídicas e até fami-
liares. Portanto, dizer que não há racismo
De acordo com os Indicadores de Qua-
na escola é uma inverdade, uma vez que
lidade da Educação Infantil Paulistana
esta reproduz várias situações que inferio-
(SÃO PAULO, 2016), a construção coletiva
rizam a criança negra.
e a consolidação de uma educação pautada
na igualdade implicam a constituição de De acordo com os Indicadores de
um currículo que vise à reeducação das re- Qualidade da Educação Infantil Paulis-
lações étnico-raciais e de gênero e a quebra tana (SÃO PAULO, 2016), vários estudos
do silêncio sobre estas questões, principal- demonstram que as crianças percebem
mente quando estamos a falar de bebês e as diferenças, sejam elas raciais e/ou de
crianças bem pequenas. gênero, ainda muito pequenas. A inter-
venção do adulto próximo fará toda a di-
As reuniões pedagógicas e com os fa-
ferença para que a criança estruture seu
miliares/responsáveis são espaços em que
pensamento e desta forma não reproduza
o tema Racismo na Educação Infantil
o preconceito presente na sociedade. Por
deve ser abordado, de forma que haja a
esta razão, é importante apresentar ma-
escuta de todas as partes. Os Indicadores
teriais pedagógicos que dialoguem com a
de Qualidade da Educação Infantil Pau-
educação para a diversidade, sejam ela de
listana (SÃO PAULO, 2016) convidam a
etnia, de gênero etc.
sobre e como o racismo tem se perpetuado A visibilização de histórias de vida de
no espaço educacional e como são valo- pessoas negras pode propiciar para as
rizadas e representadas as diferentes po- crianças, sejam elas negras ou não, o
pulações negras, indígenas, brancas e mi- resgate da riquíssima história e cultura
grantes e, deste modo, ajudam a construir dos povos africanos e afro-brasileiros,
caminhos que orientam o fazer e o pensar repletas de inovações científico-tecno-
da educação para que esta seja, efetiva- lógicas, sociais, políticas, intelectuais,
mente, para todas(os). e a ajuda na reconstrução da imagem
da participação digna e ativa dos negros
Segundo Cavalleiro (2003), crianças ne- em todas as dimensões da experiência
gras já apresentam uma identidade negativa humana (SÃO PAULO, 2019, p. 46).
em relação ao grupo étnico ao qual perten-
cem. Em contrapartida, crianças brancas Gomes (2003) considera que construir
revelam um sentimento de superioridade, uma identidade negra positiva em uma so-
assumindo em diversas situações atitudes ciedade que, historicamente ensina ao ne-
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gro, desde muito cedo, que para ser aceito volve o tenso processo de construção da
identidade negra.
enfrentado pelos negros brasileiros.
As crianças me xingam de preta que não
A escola, bem como a família, deve pos- toma banho. Só porque eu sou preta. Só
sibilitar às crianças desde pequenas vivên- porque eu sou preta, elas falam que eu não
cias que estimulem o amor e a construção tomo banho. Ficam me xingando de preta
da autoestima, contando histórias de seus cor de carvão. Elas me xingaram de preta
ancestrais africanos, valorizando a cultura fedida. Eu contei para a professora e ela não
e a tradição silenciadas pelos anos de escra- fez nada (CAVALLEIRO, 2001, p.146).
vidão no Brasil.
Segundo Cavalleiro (2001), a ausência
Segundo Gomes (2003), a escola pode de atitude por parte das professoras (es) si-
ser considerada, então, como um dos espa- naliza à criança discriminada que ela não
ços que interferem na construção da identi- pode contar com a cooperação de suas edu-
dade negra. Daí a importância de não se ne- cadoras (es). Por outro lado, para a criança
gligenciar a reclamação feitas pelas crianças que discrimina, sinaliza que ela pode repetir
quando são xingadas e perseguidas e achar a sua ação visto que nada é feito, seu com-
que este comportamento é “normal”. Ser portamento nem sequer é criticado.
chamada de macaca(o), não é um elogio e
tampouco uma “brincadeira”. Fazzi (2006), durante observação de
crianças para sua pesquisa, notou que há
De acordo com Cavalleiro (2001), o de-
- -
belece um processo de negociação, mani-
prejuízos da população negra se dão uni- -
camente no espaço escolar, tampouco que do como um exemplar da categoria preto/
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víduos pertencentes ao grupo de atingidos Infantil é a contação de histórias a partir
pelos preconceitos a reconquista de uma do referencial negro. Kiusam de Oliveira,
identidade positiva dotada de amor e or- em seu livro “O Mundo no Black Power
gulho próprios. de Tayó”, da Editora Peirópolis, 2013,
ilustrado por Taísa Borges, nos apresenta
De acordo com o Currículo da Cidade
Tayó, menina negra de seis anos que tem
para a Educação Infantil (SÃO PAULO,
orgulho de sua negritude e enfrenta as
2019), as desigualdades não podem ser con-
atitudes racistas de seus colegas de escola
sideradas como algo natural; é preciso lutar
com altivez e sabedoria. Tayó tem orgu-
contra elas, pois são injustas com as crian-
lho de seu Black Power e tem ciência que
ças. Porém, frente às diversidades e diferen-
carrega na sua cabeça uma “coroa” antes
ças, é necessário reconhecê-las, compreen-
usada por suas ancestrais.
dê-las e incorporá-las. De acordo com este
documento, essa é uma ação complexa, pois Bem-humorada, quando seus colegas de
classe dizem que seu cabelo é ruim, ela
sobre si mesmo, sobre os seus modos de pen- responde:
sar, os seus limites emocionais e morais, os
- Meu cabelo é muito bom, porque é
seus próprios preconceitos.
fofo, lindo e cheiroso. Vocês estão com
Segundo Gomes e Silva (2011), a forma- dor de cotovelo, porque não podem carre-
ção de professores para a diversidade não gar o mundo nos cabelos, como eu posso.
(OLIVEIRA, 2013. p. 27).
diversidade, antes, ela resulta na apropria-
ção de espaços, discussões e vivências em Trancoso e Oliveira (2019, p.15), pro-
que se compreenda a estreita relação entre põem o rompimento das práticas que si-
a diversidade étnico-racial, a subjetividade lenciam e marginalizam corpos negros,
e a inserção social do professor e da profes- apresentando o caminho da Pedagogia
sora, os quais, por sua vez, se prepararão Eco-Ancestral. De acordo com a autora, a
para conhecer essa mesma relação na vida Pedagogia Eco-Ancestral promove o resta-
de seus estudantes. belecimento de laços de reconhecimento,
valorização e empoderamento de quem en-
Um dos caminhos mais importantes tra em contato com ela.
para a educação antirracista é o investi-
mento na formação de educadores. Uma Djamila Ribeiro, em sua obra Peque-
- no Manual Antirracista, da editora Com-
da pela Lei nº11.645/2008, para inclusão panhia das Letras, 2019, destaca a impor-
de histórias e culturas indígenas) estabe- tância da educação antirracista para a
lece a inclusão da cultura afro-brasileira descolonização do pensamento, de forma
que negras e negros estejam inseridos na
necessário, pensar em como deve ser este história do Brasil como protagonistas e
processo. A escolha dos materiais a serem não coadjuvantes.
apresentados às crianças é uma das etapas Quando criança, fui ensinada que a po-
mais importantes, uma vez que uma parte pulação negra havia sido escrava e pon-
destes ainda “servem mais para constran- to, como se não tivesse existido uma vida
ger a criança perante as outras do que para anterior nas regiões de onde essas pesso-
promover a aceitação e o respeito à diver- as foram tiradas à força. Disseram-me
sidade” (CAVALLEIRO, 2001, p.154-155). que a população negra era passiva e que
“aceitou” a escravidão sem resistência
Um exemplo positivo para a introdu-
(RIBEIRO, 2019, p. 7).
ção da educação antirracista na Educação
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Disponibilizar aos docentes e demais DE SAMBA ESTAÇÃO PRIMEIRA
funcionárias(os), obras como o Pequeno DE MANGUEIRA, 2019).
Manual Antirracista, da autora Djamila
Ribeiro, é fundamental para que a discus- Segundo Munanga (2005), não existem
leis no mundo que sejam capazes de erradi-
são sobre a educação antirracista de fato
car as atitudes racistas existentes na cabeça
se estabeleça. O professor(a) deve inten-
das pessoas, atitudes estas provenientes dos
sistemas culturais de todas as sociedades
outros espaços além da escola. Cursos ofe- humanas. Para o autor, entretanto, a edu-
recidos pela SME e pelo NEER 3 são um cação é capaz de oferecer tanto aos jovens
exemplo desta prática. quanto aos adultos a possibilidade de ques-
Estabelecendo uma relação entre o tionar e desconstruir os mitos de superiori-
samba-enredo da escola Estação Primeira dade e inferioridade entre grupos humanos
que foram ensinados pela cultura racista
de Mangueira (2019) Histórias para Ninar
na qual foram socializados.
Gente Grande e a educação antirracista,
Portanto, a educação antirracista exi-
espaços escolares contar “a história que a ge que todos educadores e educadoras re-
história não conta”. pensem sua formação, apropriem-se das
leis acerca do tema, dos materiais didáti-
cos e paradidáticos e dos vários cursos ofe-
Brasil, meu dengo a Mangueira chegou
recidos pela SME e outras redes para ofe-
com versos que o livro apagou. Desde 1500
recer aos estudantes negros e não negros
tem mais invasão do que descobrimento.
práticas pedagógicas que contemplem e
Tem sangue retinto pisado atrás do herói
estimulem a diversidade e o respeito entre
emoldurado. Mulheres, tamoios, mulatos.
todas as culturas.
Eu quero um país que não está no retrato.
(GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA
Segundo Cavalleiro (2003, p.13), escola (SÃO PAULO, 2016), assumir o compro-
e família, juntas, representam a possibili- misso com a educação antirracista requer
dade de transformação do pensamento so- que as educadoras e os educadores, assim
bre a realidade social construída sob ideo- como o Projeto Político-Pedagógico, consi-
logias como o mito da democracia racial. derem os pressupostos legais, ou seja, que
De acordo com a autora, só uma discussão as práticas pedagógicas, as relações esta-
profunda dos problemas relacionados ao belecidas, os materiais (livros, brinquedos,
preconceito e à discriminação pode con- -
correr para a transformação da sociedade. jados e organizados de forma a combater
o racismo, preconceito e discriminação ra-
De acordo com os Indicadores de Qua-
cial/gênero, bem como construir a percep-
lidade da Educação Infantil Paulistana
ção positiva das diferenças.
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No ano de 2019, a EMEI Pedreira, im- escola para a superação do racismo. Uma
plementando o Currículo da Cidade para boa parte dos docentes durante as forma-
a Educação Infantil e enfatizando as re- ções em JEIF relatou a pertinência dos es-
lações étnico-raciais, apresentou no PEA tudos sobre a educação para as relações
(Projeto Especial de Ação) uma proposta étnico-raciais e o combate ao racismo na
de escuta das crianças intitulada O Prota- infância, pois durante o processo de for-
gonismo da Criança na Educação Infan- mação acadêmica eles não tiveram muito
til: valorização dos espaços, das vivências contato com o tema.
e experiências, com a intencionalidade de
No decorrer do ano de 2019, durante
assegurar a escuta atenta das crianças na
os horários coletivos, houve formações en-
elaboração e no desenvolvimento do pla-
volvendo a efetivação do Currículo da Ci-
nejamento. Dentre os objetivos principais
dade para a Educação Infantil, bem como
do PEA da unidade escolar, destacamos: o
a discussão da Lei nº 10.639/03, e a per-
fortalecimento da autoestima dos educan-
tinência da temática étnico-racial para o
dos, o reconhecimento e a valorização da
diversidade das populações indígenas, afri-
da presença de formadoras da própria Uni-
canas e seus descendentes, o atendimento
dade, houve a presença de formadoras(es)
e o cumprimento das Leis nº 10.639/03 e
externos. Foram abordados temas como: A
nº 11.645/08, a constituição de espaços que
Educação para as Relações Étnico-Raciais
colaborem com o fortalecimento da iden-
e a Infância, a Construção da Identidade
tidade étnico racial das crianças e o reco-
Afrodescendente Positiva, A Re(constru-
nhecimento, o respeito e a valorização da
ção) da Subjetividade do Povo Negro, Prá-
diversidade cultural e de gênero. Na unida-
ticas Antirracistas na Educação Infantil
de educacional foram constatadas, desde o
e A Educação para as Relações Étnico-
primeiro semestre, situações de racismo en-
-Raciais e o Currículo da Cidade para a
tre as crianças, que foram relatadas à equi-
Educação Infantil. Durante as formações,
pe gestora pelas(os) docentes. Uma criança
as(os) docentes interagiram com os temas
disse para outra no parque que não daria a
apresentados e muitas delas(es) se emocio-
mão para ela, porque a mão dela era pre-
naram ao contar suas próprias histórias e
ta. Em outra situação, uma mãe trouxe um
traumas em relação ao racismo sofrido na
infância e na adolescência. Temas como o
seria amiga de uma colega de sala de aula
cabelo crespo e o corpo como símbo-
se ela arrumasse o cabelo e passasse uma
lo da identidade negra foram
maquiagem (ela estava se referindo a uma
bastante recorrentes. A es-
colega negra). A docente Manoela Agarie
colha de livros da litera-
realizou um trabalho com mini histórias
tura negra infantil e
para abordar a identidade e perceber como
como trabalhá-los
com as crianças
-
também foi ou-
ram como brancas.
tro tema muito
Após observar situações como as abordado. A
descritas, a equipe gestora decidiu apro- maioria das(os)
docentes rela-
educação para as relações étnico-raciais tou sentir falta
na unidade educacional, analisando e re- da discussão
de temas como
racismo na infância, buscando a criação racismo na Edu-
de projetos e ações efetivas e constantes na cação Infantil du-
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rante o período em que estavam na facul- crianças. Os projetos apresentados pela
dade. De acordo com a equipe gestora da EMEI Pedreira na II Jornada Pedagógica
EMEI Pedreira, as formações ocorridas em da Educação Infantil da SME foram: Eu
JEIF e os trabalhos desenvolvidos pelas do- sou mais Eu, da docente Manuela Agarie,
centes (contação de histórias, roda de con- que tinha por objetivo incentivar as crian-
4 João Pedro, 14, foi assassinado durante operação policial em uma favela em São Gonçalo (RJ), no dia 18
de maio de 2020. George Floyd , 47, assassinado em Minneapolis no dia 25 de maio de 2020, estrangulado pelo
policial branco Derek Chauvin.
5 Black Lives Matter é um movimento ativista internacional, com origem na comunidade afro-americana,
que luta contra a violência direcionada às pessoas negras.
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vos ( JEIF) e também individuais (HAs). das foram: O que a escola tem feito para
Após assistirem aos vídeos propostos sobre combater o racismo? Com a participação
o tema e analisarem os textos sugeridos, da professora Renata Gibelli; É necessária
as professoras e professores respondiam uma aldeia inteira para educar uma crian-
de forma individual um questionário pro- ça, com a participação do professor e es-
posto pela coordenação pedagógica, para critor Gabriel Messias; Culinária Africana,
posterior debate em grupo. leitura do poema Cabelos Enroladinhos,
da autora Cintia Amorim, e o Dia da Brin-
Após o registro coletivo das atividades
cadeira Africana.
feitos, as professoras e professores progra- De acordo com relatos de familiares/
maram ações e atividades - vídeos curtos responsáveis, das professoras(es) e da equi-
que estimulassem o diálogo entre familia- pe gestora durante as reuniões pedagó-
res e responsáveis e as crianças, diálogo gicas, as atividades foram bem acolhidas
online entre professor(a) e alunos(as) sobre pelas crianças. Isto mostra que, de fato,
o tema diversidade e respeito, atividades ninguém nasce racista e, portanto a educa-
- ção é fundamental para combater qualquer
to das crianças etc. - para uma educação forma de preconceito.
antirracista, que pudessem ser postadas no
Facebook e no Google Classroom para as
da memória coletiva e da história da co-
crianças e famílias.
munidade negra não interessa apenas aos
A partir das questões levantadas pela alunos de ascendência negra. Interessa
equipe gestora e pelas professoras e profes- também aos alunos de outras ascendên-
sores durante as formações para uma edu- cias étnicas, principalmente branca, pois
cação antirracista, surgiram a 1ª e a 2ª Se- ao receber uma educação envenenada
mana Antirracista da EMEI Pedreira, no pelos preconceitos, eles também tiveram
período de 06 a 17 de julho de 2020 com o suas estruturas psíquicas afetadas. Portan-
título Diálogos para uma Educação Antir- to, o argumento de que ao trabalhar com
racista, com atividades postadas nas redes a educação antirracista privilegia-se ape-
sociais pelos docentes e também por forma- nas as crianças negras é uma falácia, pois
dores(as) convidados(as). A 1ª Semana An- crianças não negras percebem que exis-
tirracista da EMEI Pedreira aconteceu de tem outras culturas que devem ser respei-
forma virtual por meio do Facebook, na se- tadas e, dessa forma, são estimuladas a se
mana de 6 a 10 de julho de 2020. As ativi- tornarem cidadãos mais conscientes sobre
dades postadas foram: Animação Currícu- a importância das diferenças e o respeito
lo da Cidade; Dez Maneiras de Contribuir à diversidade.
Para Uma Infância sem Racismo; Normal
é Ser Diferente – Empoderamento das In-
emaranhado de problemas subjacentes às re-
fâncias; Contação de História e Roda de
lações étnico-raciais, cabe a nós, formadores
Conversa Virtual sobre o livro O mundo
de opinião – professores, educadores e pesqui-
no Black Power de Tayó da escritora Kiu-
sadores críticos –, pensar e lutar por práticas
sam de Oliveira. Para as atividades conta-
que objetivem a inclusão positiva de crianças
mos com a participação da professora Ana
e de jovens negros na estrutura educacional.
Gilda Leocádio e apresentação da Roda
De acordo com a autora, é, portanto, indis-
Africana Palavra Cantada.
pensável a elaboração de um trabalho que
A 2ª Semana Antirracista da EMEI
Pedreira também aconteceu de forma vir- das diferenças, a possibilidade de se falar sem
tual por meio do Facebook, entre os dias 13 receio e sem preconceito.
e 17 de julho de 2020. As atividades posta-
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Assim, o trabalho desenvolvido pela cacionais inclusivas, antirracistas e de equi-
EMEI Pedreira não abordando a Educa- dade para todos.
ção para as Relações Étnico-Raciais ape-
É um exemplo do que se espera de uma
escola que tenha no respeito à diversidade,
promovendo uma educação antirracista no
seja ela qual for, um dos seus pilares.
cotidiano das relações sociais na unidade
escolar, caminha em direção a práticas edu-
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