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E.E.

CARLOS GOMES
NOME ___________________________________________________ SÉRIE_____

ATIVIDADE DE ORIENTACAO DE ESTUDOS

OBJETO DE CONHECIMENTO - Práticas de Leitura e Escrita


EM13LP49 Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários (a
apreensão pessoal do cotidiano nas crônicas, a manifestação livre e subjetiva do eu lírico diante do mundo
nos poemas, a múltipla perspectiva da vida humana e social dos romances, a dimensão política e social de
textos da literatura marginal e da periferia etc.) para experimentar os diferentes ângulos de apreensão do
indivíduo e do mundo pela literatura.
às onze horas. Mas para vir à praia todo mundo
Leia a crônica e depois resolva as questões 1 - parece ter medo de ser
provinciano.
12 PRAIA O leve calor do sol me reconforta. Chega
uma senhora gorda com dois meninos e duas
Rubem Braga meninas. Senta-se no raso, e as duas crianças
menores sobem pelos seus ombros e sua cabeça,
chutam água e espuma, todos se riem na maior
felicidade. Suas roupas de banho não são
elegantes; devem ser como eu, gente do interior.
Aparece depois um rapaz; mas é um atleta. Faz
alguns minutos de ginástica, dá um mergulho,
volta a fazer exercícios com a maior eficiência.
Esse não é de nossa raça, os vagabundos
matinais. Está ali a negócios: negócios de saúde
ou atletismo, em todo caso, negócio.
Eu, a senhora e as quatro crianças nos
entendemos. Levo duas crianças um pouco mar a
dentro, para receberem algumas lambadas de
onda. Dão gritos, dão risadas, sentem medo,
Acordo cedo e vejo o mar se espreguiçando; o sol sentem coragem. Somos gente do interior e
acabou de nascer. Vou para a praia; é bom chegar somos, seguramente, boa gente.
a esta hora em que a areia que o mar lavou ainda
está limpinha, sem marca de nenhum pé. A manhã Rubem Braga
está nítida no ar leve; dou um mergulho e essa
água salgada me faz Publicado na Folha da Tarde, sábado, 13 de
bem, limpa de todas as coisas da noite. Era novembro de 1954.
assim, pelas seis e meia, sete horas que a gente
ia para a praia em Marataízes. Naquele tempo,
diziam que era bom para a saúde; não sei se
ainda dizem. Para mim, tem um sabor tão antigo e 1. O texto que você leu é uma crônica, isso se
todo novo, essa praia bem de manhã. Para um justifica porque ela apresenta uma linguagem
lado e outro diviso apenas dois ou três vultos simples e espontânea, como também:
distantes. Por que não vem mais gente à praia? a) narração de situações cotidianas sob uma ótica
Muita gente, é claro, tem de estar na cidade cedo; individual do autor.
mas há um número imenso de funcionários e b) linguagem poética e hiperbólica, demonstrando
pessoas de muitas profissões que nesta cidade emoções coletivas.
onde se dorme tão cedo parece ter algum c) informar sobre fatos históricos, mostrando
preconceito contra acordar cedo. Basta olhar dados importantes de Marataízes.
qualquer edifício de Copacabana e Ipanema; às d) discorre sobre um tema e apresenta
dez horas começam a se apagar as luzes, e meia características subjetivas da praia.
hora depois da última sessão de cinema há
edifícios inteiros completamente às escuras. O 2. Segundo o texto, o narrador-personagem
grosso da população ressona. provincianamente a) costuma ir à praia de manhãzinha
frequentemente com sua família.
b) acredita que a água salgada possibilita bem b) serem consideradas ultrapassadas. c) que a
estar para o corpo e para a mente. praia não traga segurança e saúde. d) serem
c) assegura não haver pegadas na praia à noite chamadas de vagabundas.
porque as pessoas dormem cedo.
d) vai à praia muito cedo para praticar uma 8. Por que o narrador acredita que a mulher com
atividade esportiva matinal. os dois meninos e as duas meninas são do
interior assim como ele? E por que o rapaz que
3. Assinale o trecho da crônica que revela uma chega logo depois ele o considera de outra raça?
inquietação do personagem: ______________________________________
a) “Muita gente, é claro, tem de estar na cidade _
cedo...” ______________________________________
b) “Basta olhar qualquer edifício de _
Copacabana...” ______________________________________
c) “Por que não vem mais gente à praia?” _
d) “A manhã está nítida no ar leve; dou um ______________________________________
mergulho...” _
4. A personificação é uma figura de linguagem ______________________________________
que atribui sensações e sentimentos humanos a _
objetos inanimados ou seres irracionais. Desse
modo, NÃO há uma personificação em: 9. No trecho: “Mas para vir à praia...”, a palavra
grifada estabelece uma oposição com o que foi
a) “... vejo o mar se espreguiçando...”
dito anteriormente pelo narrador, já que é uma
b) “... o sol acabou de nascer.”
conjunção:
c) “O leve calor do sol me reconforta...”
a) explicativa.
d) “Levo duas crianças um pouco mar
b) condicional.
adentro..."
c) aditiva.
d) adversativa.
5. Na crônica, o autor Rubem Braga recorre a
10. Para o narrador, ele, a mulher e as crianças
uma linguagem familiar, cujo objetivo é aproximar
são vagabundos matinais porque:
o leitor dos fatos por ele apresentados. Assinale
um trecho da crônica que mostra uma expressão a) estão na praia sem nenhum compromisso,
pertencente a linguagem informal/coloquial: apenas para se sentir felizes.
a) “Dão gritos, dão risadas, sentem medo...” b) não trabalham durante o dia, apenas vão
b) “... devem ser como eu, gente do observar a praia com frequência.
interior.” c) “O grosso da população c) caminha pela praia sem um rumo determinado,
perambulando sem objetivo.
ressona.”
d) “Eu, a senhora e as quatro crianças nos d) se comportam como malandros, sem nenhuma
entendemos.” responsabilidade com a vida.

6. “Era assim, pelas seis e meia, sete horas que a 11. No trecho: “Está ali a negócios: negócios de
gente ia para a praia em Marataízes. Naquele saúde ou atletismo...”, o uso dos dois pontos tem
tempo, diziam que era bom para a saúde; não sei a finalidade de:
se ainda dizem. Para mim tem um sabor tão a) apresentar um discurso direto.
antigo e todo novo, essa praia bem de manhã.” b) revelar uma citação de outra pessoa.
Nesse trecho, é possível observar que o narrador c)mostrar uma explicação de uma
personagem transmite um sentimento palavra.
de d) iniciar uma síntese do que foi dito.
a) ansiedade.
12. Há uma opinião no trecho:
b) frustração.
a) “... a gente ia para a praia em Marataízes.”
c) aversão.
d) nostalgia. b) “... e somos, seguramente, boa gente.”
c) “... às dez horas começam a se apagar as
7. Segundo o texto, o personagem acredita que luzes...”
as pessoas não vão à praia porque têm medo de: d) “Eu, a senhora e as quatro crianças nos
a) serem confundidas de outras províncias. entendemos.”

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