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Terapias Integrativas e Complementares

Aluno: Alexander Carcelen Martins


RA: 125111378364
Atividade Prática Supervisionada (APS)

Escolha do fitoterápico
Valeriana (Valeriana officinalis)
Indicações/Ações terapêuticas: Insônia leve, sedativo e ansiolítico.

Para as indicações da Valeriana, existem diversas intervenções


medicamentosas, muitas podem gerar dependência e tolerância, o que pode,
ocasionalmente, fazer com que o paciente precise de doses maiores para se obter o
mesmo efeito de antes e também poderá causar síndrome de abstinência. A
população tende a praticar a automedicação como uma forma de manterem o sono
minimamente em dia, para alguém com insônia e que precisa ir trabalhar todos os
dias, não ter noites de sono podem impactar sua vida profissional. Também a lentidão
do sistema de saúde público, e o conhecimento popular sobre formas alternativas de
tratamento que se espalha rapidamente, somados com a urgência que as pessoas têm
e a falta de tempo para ir atrás de soluções através dos meios corretos, corroboram
com esta automedicação, seja de fármacos ou plantas medicinais (xenobióticos)
(Nicoletti et al., n.d.).
O medicamento fitoterápico têm a característica de não possuir substância
isolada nele ou outras associações com óleos vegetais. Estas plantas possuem um
poder de tratamento comprovado, porém o cuidado no preparo tão bem quanto saber
a fonte da planta medicinal na hora da aquisição são importantes, não se limitando à
isto, a consulta com um profissional farmacêutico ou médico antes de fazer o uso
destas é importante, por mais que sejam isentas de prescrição, pois os produtos da
biotransformação podem gerar efeitos adversos e toxicidade.
A Valeriana officinalis é um exemplo destas plantas com bom potencial
sedativo, muito procurada para tratar insônia. Como todas estas plantas podem
oferecer interações com outras substâncias, a Valeriana têm como interações
importantes os benzodiazepínicos (diazepam, midazolam, clonazepam, entre outros),
barbitúricos (ex., fenobarbital), alguns antidepressivos (ex., fluoxetina), álcool e
anestésicos. Quando administrada com fármacos como dissulfiram e metronidazol,
pode gerar náusea e vômitos (Nandhini et al., 2018; Nicoletti et al., n.d.).
Então, outros depressores do Sistema Nervoso Central (SNC) podem prolongar
o efeito sedativo e duração deste efeito da Valeriana, o que inclui evitar o consumo de
álcool concomitantemente com esta planta. Também encontra-se na literatura
possíveis interações com anti-diarréicos (ex., loperamida). O potencial de influenciar a
metabolização de outras substâncias nãos e restringe as interações medicamentosas
mencionadas, e mais estudos são necessários, inclusive sobre as enzimas do
complexo CYP450 que são induzidas ou inibidas por este fitoterápico, por exemplo
doses excessivas dos extratos de valeriana podem reduzir a expressão das isoformas
CYP3A4, CYP2D6 e CYP2C19, enzimas responsáveis por metabolizar muitos outros
fármacos (Alexandre et al., 2008).

As atividades terapêuticas se dão pelo complexo da planta, no caso da


Valeriana componentes como o ácido valerênico, glutamina, GABA, possivelmente
seriam alguns dos responsáveis dos efeitos sedativos da planta, porém maiores
estudos são necessários para elucidar melhor esta questão (Alexandre et al., 2008).
Portanto, entende-se que a Valeriana atende o requisito de ser um complexo
de plantas e não possui substância isolada, sendo considerada fitoterápico, têm seu
efeito sedativo comprovado, é de venda livre e pode gerar toxicidade ou interação
medicamentosa, principalmente com fármacos que são metabolizados pelo complexo
enzimático CYP450. O riso depressor do SNC com uso concomitante com outros
depressores do SNC é um dos maiores riscos associados à esta planta e deve-se
consultar um profissional antes de usa-lo.
Algumas interações com Valeriana
Interação moderada
Aumentar e prolongar os
efeitos de sonolência,
tontura, confusão,
sedação e dificuldade em
Benzodiazepínicos concentração. Idosos
podem sentir ainda
dificuldade para pensar,
podem ter o julgamento
prejudicado e na
Valeriana coordenação motora
officinalis Aumentar e prolongar os
efeitos de sonolência,
Álcool tontura, confusão,
sedação e dificuldade em
concentração
Aumentar e prolongar os
efeitos de sonolência,
Barbitúricos tontura, confusão,
sedação e dificuldade em
concentração
Pode provocar delírio e
Loperamida confusão, agitação e
desorientação
(Alexandre et al., 2008)
Referências
Alexandre, R. F., Bagatini, F., & Simões, C. M. O. (2008). Potenciais interações
entre fármacos e produtos à base de valeriana ou alho. Revista Brasileira de
Farmacognosia, 18(3), 455–463. https://doi.org/10.1590/S0102-
695X2008000300021
Nandhini, S., Narayanan, K. B., & Ilango, K. (2018). VALERIANA OFFICINALIS: A
REVIEW OF ITS TRADITIONAL USES, PHYTOCHEMISTRY AND
PHARMACOLOGY. Asian Journal of Pharmaceutical and Clinical Research ,
11(1), 36. https://doi.org/10.22159/ajpcr.2017.v11i1.22588
Nicoletti, M. A., Antônio Oliveira-Júnior, M., Bertasso, C. C., Caporossi, P. Y.,
Paula, A., & Tavares, L. (n.d.). PRINCIPAIS INTERAÇÕES NO USO DE
MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS.
 

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