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Aula 1

Fundamentos da História da Conversa Inicial


Filosofia no Brasil

Prof. Lucas Lipka Pedron

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João da Cruz Costa e Álvaro Vieira Pinto

História da filosofia no Brasil Nesta aula, abordaremos alguns dos


primeiros debates sobre filosofia brasileira e,
em particular, como isso se atrelava ao
esforço nacionalista brasileiro na metade do
século XX

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O tema 3 versa sobre a contribuição dos


No tema 1, veremos a Escola de Recife e sua
jesuítas ao pensamento brasileiro, bem
importância para a difusão do positivismo no
como do seu papel político no contato
Brasil
com os indígenas, na sua proteção e no
No tema 2, conheceremos um pouco sobre desenvolvimento político e econômico de
João da Cruz Costa e sua contribuição à regiões mais afastadas
filosofia no país. Veremos também o princípio
No tema 4, veremos um pouco dos confrontos
de sua obra para refletirmos sobre as origens
que Cruz Costa estabelece com sua obra, e os
e os povos constituintes do pensamento
objetivos que o levam a contestar a falta de
nacional
identidade do pensamento nacional

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Por fim, no tema 5, veremos um pouco sobre
a obra e o esforço intelectual de Álvaro Vieira A escola de Recife
Pinto em uma de suas principais obras
Consciência e Realidade Nacional (1960)

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Bento Prado Júnior

É Tobias Barreto, juntamente com outros


A Escola de Recife surge entre as décadas membros da Escola de Recife, que trará para
de 1860 e 1880, na Faculdade de Direito do o Brasil a corrente positivista de Antonio
Recife Comte
Tem seu maior expoente em Tobias Barreto, Forte influência na filosofia e literatura, em
mas outros notáveis são Sílvio Romero, enfrentamento ao romantismo brasileiro do
Clóvis Beviláqua, Capistrano de Abreu e período
Joaquim Nabuco

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Influências políticas

A corrente positivista da Escola de Recife


tinha em sua composição filosófica algo
Fundação do Partido Republicano do Brasil,
fortemente humanista e progressista
em 1870
Modernização do Brasil e reformas
Sociedade Positivista do Brasil, em 1876
urbanísticas no Distrito Federal
Forte componentes no movimento
Civilizar o Brasil a partir do centro
republicano que decorre na
da cultura mundial (Paris)
proclamação da República, em 1889

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Criação da identidade nacional
Embranquecimento da população pela João da Cruz Costa e as origens
miscigenação, aculturamento, genocídio e do pensamento brasileiro
imigração europeia
Produção sociológica e antropológica do
período de grande caráter racista

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João da Cruz Costa Origens do pensamento brasileiro


Primeiro aluno do recém inaugurado curso
de filosofia da Universidade de São Paulo Pensar as origens do pensamento brasileiro
Contribuição à História das Ideias do Brasil no Brasil, na intersecção dos povos que dão
(1955) origem à cultura brasileira
“[A obra] esboça um balanço do movimento A filosofia em território brasileiro é o
de ideias que aportaram e se enraizaram resultado do confronto e do diálogo
por aqui, deste a herança portuguesa até de várias correntes de pensamento
as correntes positivistas e nacionalistas e modos de vida
da Primeira República” (Giannotti, 1978)

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“Do índio subsistem ainda na nossa


maneira de ser traços antinômicos que
transparecem talvez no sentimento de
Portugueses e espanhóis, desde sua chegada, rebeldia e de resignação do nosso caboclo,
já trazem consigo uma bagagem filosófica no deslumbramento e, ao mesmo tempo, na
desconfiança que êle manifesta em relação
diferente da cultura filosófica cristã europeia,
ao estrangeiro. [...] Na multidão de negros
marcada pela forte presença árabe na cultura importados, que veio alicerçar a nossa
e filosofia dos ibéricos economia, mergulha também a contraditória
e dramática história de sensualidade e de
abnegação que iria marcar a psicologia do
nosso povo” (Cruz Costa, 1967, p. 15)

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A chegada dos jesuítas

Os jesuítas Controvérsia de Valladolid (1550-1551)


Salvação das almas em vez da escravização
Conflito entre os interesses religiosos e
econômicos

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As missões jesuítas

Proteção aos povos indígenas


As missões ou reduções eram aldeamentos Emancipação econômica das missões em
nos quais os padres jesuítas reduziam (no relação à Colônia e à Metrópole
sentido de redirecionar) as várias tribos e
Confronto com a Metrópole pelo
aldeias indígenas de uma dada região para
desenvolvimento econômico, cultural e
a organização da vida sob o regramento da
político das populações indígenas
civilização ocidental europeia

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O banimento da Companhia de Jesus

Foram expulsos das Américas e a ordem,


banida Eurocentrismo, filoneísmo e
Brasil, 1759 filosofia brasileira
América espanhola, 1768
Em 1773, a ordem é dissolvida pelo Papa
Clemente XIV – restaurada posteriormente,
em 1814, pelo papa Pio VII

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A formação da filosofia no Brasil
(...) nestes quatro séculos de esforço de
“A Europa nos impôs as suas línguas, construção de povos e de adaptação da
a sua religião, as suas formas de vida, em civilização ocidental às condições do nosso
suma, a sua civilização. Nós, da América, não continente. [...] Nesse cenário [...] também
temos o direito de falar de uma civilização se fez história e dessa história desprende-se
propriamente americana. [...] Podemos, no uma experiência humana, uma filosofia
entanto, falar de uma multiforme experiência apenas esboçada, mas que, para nós, é do
americana, a que se veio formando mais alto valor” (Cruz Costa, 1967, p. 4)
lentamente, (...)

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“A filosofia era assim considerada como uma


disciplina livresca. Da Europa ela nos vinha já
feita. E era sinal de grande cultura o simples
fato de saber reproduzir as ideias mais Álvaro Vieira Pinto
recentemente chegadas. A novidade supria
o espírito de análise, a curiosidade supria a
crítica. O filoneísmo é, assim, um velho
característico da nossa vida intelectual”
(Cruz Costa, 1967, p. 8)

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Estruturalismo e existencialismo

Era característico do ISEB uma postura


Formado pela Faculdade Nacional de nacionalista e vanguardista, como direção
Medicina do Rio de Janeiro, em 1932, da cultura e do pensamento nacional, que
buscou a filosofia posteriormente se reflete na obra Consciência e Realidade
Nacional, de Vieira Pinto
Ação Integralista Brasileira
Exílio na Iugoslávia e Chile
Estado Novo
Volta ao Brasil e ao trabalho de traduções
Nacional Desenvolvimentismo e ISEB

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A Realidade da Nação e a Dualidade da
Consciência crítica e realidade nacional
Consciência
Crescimento da nação é um processo
histórico de desenvolvimento dos Cabe à consciência crítica unificar a realidade
fatores materiais dela, através do objetiva e subjetiva
seu desenvolvimento intelectual A realidade nacional é seu campo de atuação
Dualidade entre consciência ingênua e A realidade nacional é a conjunção de toda a
consciência crítica objetividade da nação, das instituições até os
Cabe à consciência crítica o desenvolvimento recursos naturais das quais dispõem
social

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O contexto como ferramenta de leitura

Na Prática
Problemas do conceito de nacionalismo e
sua importância para as obras da primeira
metade do século XX

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Contexto histórico e material dos conceitos


Correlação entre os conceitos e os objetivos
dos autores, por um lado, e da sociedade por Finalizando
outro
Compreensão dos textos a partir dos seus
objetivos expressos e aqueles que fogem
até mesmo à compreensão do autor

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O problema da filosofia do e no Brasil
Escola de Recife e influências do positivismo
João da Cruz Costa e sua concepção das
Para os autores trabalhados nessa aula, todo origens ibéricas e dos povos ameríndios e
o pensamento brasileiro não só necessitava africanos
pensar a realidade brasileira, como precisava A presença jesuíta no Brasil
atender a um certo clamor de formação de
Eurocentrismo e filoneísmo
uma elite cultural e intelectual que fosse
capaz de colocar o Brasil no cenário mundial Álvaro Vieira Pinto e o desenvolvimento
social da nação

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