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Organização Industrial

1a Lista de Exercı́cios

1. Duas empresas atuam no mercado de chocolate e podem optar por produ-


zir chocolate de alta qualidade (A) ou de baixa qualidade (B). Os lucros
resultantes de cada estratégia encontram-se apresentados na matriz abaixo
(em cada célula, o lucro da esquerda é o da Empresa I e o da direita da
Empresa II).

Tabela 1: Matriz de Payoffs


Empresa II
B A
B -20 , -30 900 , 600
Empresa I
A 100 , 800 50 , 50

(a) Quais estratégias são equilı́brios de Nash?


• Se II joga B, I escolhe A
• Se II joga A, I escolhe B
• Se I joga B, II escolhe A
• Se I joga A, II escolhe B
Empresa II
B A
Empresa I B -20,-30 900,600
A 100,800 50,50
∴ Existem dois equilı́brios de Nash, AB e BA.
(b) Qual seria a estratégia cooperativa, ou seja, aquele que maximiza
o lucro conjunto das empresas? Qual das empresas teria maior be-
nefı́cio em decorrência dessa estratégia? Quanto esta empresa estaria
disposta a oferecer a sua rival para persuadi-la a entrar em conluio?

1
Se fosse possı́vel cooperação terı́amos (B,A)=(900,600). A empresa I
teria o maior payoff possı́vel. Esta empresa estaria disposta a oferecer
entre [200, 800), o que dependeria do poder de barganha de cada uma
das empresas. Se a empresa I tem maior poder de barganha, ela daria
aproximadamente 200 para a firma II, se a firma II tivesse um grande
poder de barganha receberia aproximadamente 800.

2. Considere o seguinte jogo sequencial: Dois comerciantes, C1 e C2 tem que


decidir sua localização numa rua. C1 decide inicialmente se ficará à direita,
ao centro ou à esquerda da rua e na sequencia C2 decide sua localização
dentre as mesmas opções. Os payoffs, dados pela parcela de consumido-
res que cada comerciante retem, dada sua localização são indicados na
representação extensiva abaixo.
C1

D C E

C2 C2 C2

D C E D C E D C E

( 12 , 12 ) ( 14 , 34 ) ( 12 , 12 ) ( 34 , 14 ) ( 12 , 12 ) ( 34 , 41 ) ( 12 , 12 ) ( 41 , 34 ) ( 12 , 12 )

(a) Qual o equilı́brio de Nash desse Jogo?


Para encontrar o equilı́brio devemos resolver o jogo de trás para
frente. Note que C2 sempre escolherá se posicionar ao centro da
praia, independente da escolha de C1. Assim, a estratégia de C1 que
lhe dará o melho retorno, dado as preferências de C2, será C. Por-
tanto, em equilı́brio os dois comerciantes se localizam no centro da
rua e dividem os consumidores igualmente.
(b) Se o jogo fosse jogado simulâneamente, qual seria o equilı́bri de Nash?
(Dica: Desenhe o jogo na forma normal)
C2
D C E
1 1 1 3 1 1
D 2,2 4,4 2,2
3 1 1 1 3 1
C1 C 4,4 2,2 4,4
1 1 1 3 1 1
E 2,2 4,4 2,2
Em equilı́brio, no jogo simultâneo, os dois comerciantes também se
localizam no centro da rua e dividem os consumidores igualmente.

2
3. Duas empresas estão considerando investir em um projeto. Elas podem
decidir investir ou não. O payoff das empresas nesse jogo é dado de acordo
com a matriz abaixo: onde θ ∈ ℜ.

Tabela 2: Matriz de Payoffs


Jogador 2
Investir Não Investir
Investir θ,θ θ−1 , 0
Jogador 1
Não Investir 0 , θ−1 0,0

(a) Suponha que o jogador 1 investe com probabilidade p e que o jogador


2 invista com probabilidade q. Calcule o payoff esperado de um dos
jogadores em função de (p; q; θ). Note que a do outro jogador é igual,
pois esse jogo é simétrico.
Iremos calcular o payoff esperado do jogador 1. Para isso basta notar
que para cada estratégia escolhida pelo jogador 1 com a probabilidade
do enunciado, há uma probabilidade q do jogador 2 investir e 1 − q
de não investir, portanto teremos:

E[π1 (p, q; θ)] = p(qθ + (1 − q)(θ − 1)) + (1 − p)(q(0) + (1 − q)(0))

E[π1 (p, q; θ)] = p(θ + q − 1)


Analogamente:

E[π2 (p, q; θ)] = q(θ + p − 1)

(b) Encontre a função melhor resposta de um jogador em função de θ e


da probabilidade do outro jogador escolher investir.
Vamos avaliar qual a melhor estratégia do jogador 1 para os possı́veis
valores de θ e q:
• θ < 0 - (θ + q − 1) ≤ 0 para qualquer valor de q, portanto a
melhor estratégia de 1 é p = 0
• θ > 1 - (θ + q − 1) ≥ 0 para qualquer valor de q, portanto a
melhor estratégia de 1 é p = 1
• 0 ≤ θ ≤ 1 - O sinal de (θ + q − 1) depende de q
i. q < 1 − θ - (θ + q − 1) < 0, portanto a melhor estratégia de
1 é p = 0
ii. q = 1 − θ - (θ + q − 1) = 0, portanto a melhor estratégia de
1 é p ∈ [0, 1]
iii. q > 1 − θ - (θ + q − 1) > 0, portanto a melhor estratégia de
1 é p = 1

3



 p = 0 se θ<0
p = 0 se 0≤θ ≤1 e q <1−θ



R1 (q, θ) = p ∈ [0, 1] se 0 ≤ θ ≤ 1 e q = 1 − θ

p = 1 se 0≤θ ≤1 e q >1−θ





p = 1 se θ>1

Para o jogador 2 a função de melhor resposta é construı́da da mesma


forma e terá os mesmos valores acima para os valores correspondentes
de p
(c) Encontre o conjunto de equilı́brios de Nash para cada valor de θ.
Os equilı́brios serão:
i. θ < 0 - O equilı́brio será {Não investe, Não investe}
ii. θ > 1 - O equilı́brio será {Investe, Investe}
iii. 0 ≤ θ ≤ 1 - Há dois equilı́brios {Não investe, Não investe} e
{Investe, Investe}

4. Duas empresas, a Carro Novo e a Nova Auto, competem no mercado


automobilı́stico. A empresa Carro Novo já tem seu modelo de utilitário,
que é um sucesso, enquanto a Novo Auto ainda não oferece nenhum modelo
de utilitário. A Nova Auto tem três opções:

(a) importar o utilitário de sua matriz estrangeira;


(b) produzir o utilitário nacionalmente;
(c) simplesmente permanecer fora do segmento de utilitérios, decidindo
não competir com a Carro Novo.

A empresa Carro Novo pode responder às escolhas da Novo Auto de três
formas:
i. mantendo o preço do seu modelo;
ii. diminuindo o preço do seu modelo;
iii. lançando uma nova versão do seu modelo
Vamos supor que ambas as empresas tomam suas decisiões ao mesmo
tempo, sem observar as decisões uma da outra. Contudo, como são em-
presas experientes no mercado e que já competiram entre si em outras
oportunidades, conhecem o comportamento dos consumidores e fazem uma
estimativa bastante razoável dos seus lucros e dos lucros da rival em cada
situação. A tabela ?? apresenta as estimativas de lucros (em milhões de
R$) de cada combinação de ações das duas empresas, que resultam tanto
dos custos de cada opção quanto da reação da demanda a novidades dos
produtos e aos preços:

4
Tabela 3: Estimativa de Lucros
Carro Novo
Nova Versão Manter Preço Reduzir Preço
Lançar Modelo Próprio 1,4 4,1 1,3
Nova Auto Importar da Matriz 2,2 2,1 2,3
Não Competir 1,1 0,6 1, 0

(a) Elimine de maneira iterativa as estratégias dominadas e monte o jogo


resultante na forma normal.
A primeira estratégia que podemos eliminar é ”Não Competir”da em-
presa Nova Auto, essa estratégia é dominada pela estratégia ”Impor-
tar da Matriz”. Com o jogo resultante da primeira eliminação a es-
tratégia ”Manter Preço”da Carro Novo passa ser dominada por suas
duas outras estratégias e pode, portanto, ser eliminada. Eliminada as
duas estratégias uma nova estratégia da Nova Auto passa a ser domi-
nada, ”Lançar Modelo Próprio”tem payoffs menores que ”Importar
da Matriz”, restando somente a linha ”Importar da Matriz”e final-
mente podemos eliminar a estratégia ”Nova Versão”da Carro novo e
o jogo resultante é limitado a uma estratégia para cada empresa.
(b) Encontre todos os equilı́brios de Nash do jogo simultâneo (Dica: você
pode encontrar os equilı́brios do jogo resultante da eliminação iterada
de estratégias dominadas pois as estratégias dominadas não farão
parte de nenhum perfil de estratégia que resulte em um equilı́brio de
Nash.)
Como o item anterior deixou o jogo com só uma alternativa para
cada jogador, esse será o EN {Importar da Matriz, Reduzir Preço}.
Resolva o EN sem eliminar as estratégias e verifique que esse será o
único equilı́brio.
(c) Suponha agora que o jogo seja sequencial e a Nova Auto decide
no primeiro estágio sua estratégia e a Carro Novo, após observar
a estratégia da Nova Auto, define sua estratégia. Utilize os mesmos
payoffs do jogo simultâneo, mas agora considere que se a Nova Auto
decidir não competir a Carro Novo não é chamada a jogar e o par de
payoffs será (0, 6).
i. Monte o jogo descrito na forma extensiva

5
NA

MP IM NC

CN CN (6,0)

NV MP RP NV MP RP

(1,4) (4,1) (1,3) (2,2) (2,1) (2,3)


ii. Encontro os equilı́brios de Nash Perfeitos em Subjogos em es-
tratégias puras do jogo (Esses equilı́brios são encontrados re-
solvendo o jogo de trás pra frente (seção 28.7 - Varian)). Há
alguma mudança comparando com o que foi encontrado no jogo
simultâneo?
O primeiro passo é identificar as melhores estratégias da Carro
novo no segundo estágio do jogo
NA

MP IM NC

CN CN (0,6)

NV MP RP NV MP RP

(1,4) (4,1) (1,3) (2,2) (2,1) (2,3)


Agora podemos montar o jogo reduzido e identificar a melhor
estratégia da Nova Auto
NA

MP IM NC

(1,3) (2,3) (0,6)


No equilı́brio de Nash Pefeito em Subjogos Nova Auto jogará
”Importar da Matriz”no primeiro estágio e Carro Novo jogará
”Reduzir Preço”sempre que for chamada a jogar no segundo
estágio. O resultado é o mesmo que o encontrado no jogo si-
multâneo.
5. Uma empresa monopolista opera com custo C(y) = 5y. A curva de de-
manda do mercado é D(p) = 550 − 10p.
(a) Calcule o preço, a quantidade de equilı́brio e o lucro obtido pela
empresa monopolista.
Resposta
O monopolista maximizará o lucro igualando a receita marginal ao
custo marginal. A curva de demanda inversa será
p = 55 − 0.1y

6
a receita
R = y × (55 − 0.1y)
a receita marginal
δR
= 55 − 0.2y
δy
assim maximizará o lucro quando

55 − 0.2y = 5

y = 250
O preço será
p = 55 − 0.1 × 250
p = 30
O lucro do monopolista será

Π = 250 × 30 − 5 × 250

Π = 6250

(b) Calcule o preço e a quantidade que seriam praticados neste mercado,


se vigorasse a competição perfeita (com custo igual para todas as
empresas).
Resposta
Em competição perfeita a firma iguala o custo marginal ao preço,
portanto. p = Cmg, assim:

p=5

y = 550 − 10 × 5
y = 500

(c) Calcule o ônus do monopólio.


Resposta

7
60 p

40 Demanda

20 RM g

A
CM g
q
100 200 300 400 500 600

Figura 1: Ônus

O ônus do monopolista será dado pela área A no gráfico acima


250 × 30
= 3750
2
∴ O ônus do monopolista será de 3750
(d) Calcule o markup praticado pelo monopolista.
Resposta
O preço de mercado do monopolista será um markup sobre o custo
marginal, dado por:
Cma(y∗)
P (y) =
1 − (1/|ε|)
onde ε é a elasticidade.
Assim, teremos que o markup será:
P (y)
m= = 30/5 = 6
Cma(y∗)
Podemos calcular pela elasticidade:
δy p
ε= ×
δp y
30
ε = (−10) × = −1.2
250
assim:
1
m= =6
1 − (1/| − 1.2|)

8
6. Considere um monopolista com função demanda inversa p = 90 − 5q e
custos iguais a C = 200 + 10q.
(a) Calcule a quantidade e preço que maximizam o lucro do monopolista.
Resposta
Temos que:
RT = 90q − 5q 2
RM g = 90 − 10q
e
CM g = 10

Igualando RMg e Cmg

90 − 10q = 10

q=8
p = 50

(b) Calcule o lucro do monopolista.


Resposta

π = q ∗ p − c(q) = 120

(c) Suponha que um regulador queira implementar o nı́vel eficiente de


produção. Obtenha o preço, quantidade e lucro da firma nesse caso.
Você acha que seria uma polı́tica regulatória adequada?
Resposta
O nı́vel de produção eficiente se dá no equilı́brio do mercado compe-
titivo, ou seja, igualando preço ao custo marginal

p = 90 − 5q = 10 = Cmg

q = 16
O lucro do monopolista π = −200. Portanto, se fosse obrigada a
atuar nos nı́veis competitivos, a
firma teria prejuı́zo e sairia do mercado, prejudicando os consumido-
res que não mais teriam a oferta do bem. Não seria, portanto, uma
regulação adequada. Este é um caso tı́pico de monopólio natural.
(d) Uma regulação alternativa seria obrigar a firma produzir no ponto
onde o custo médio iguala a receita média. Calcule o nı́vel de produto,
o preço e lucro da firma com essa polı́tica regulatória.
Resposta

9
Igualando a receita média e o custo médio:

CM e = RM e
200
q + 10 = 90 − 5q
q1 = 12.9
q2 = 3.1

Os valores são aproximações da resolução da equação quadrática re-


sultante do problema.
Temos que q2 irá gerar lucros negativos, portanto não é viável. q1
resulta em p = 25.5 e lucro nulo (verifique).
(e) Argumente através da forma das curvas de custo médio e marginal
qual das duas polı́ticas é mais adequada.
Resposta
Este exercı́cio mostra uma caso tı́pico de monopólio natural, onde o
CM e > CM g (se igualam quando q tende a infinito), pois a firma tem
custos marginais pequenos e um custo fixo elevado. Uma regulação
que colocasse a firma para produzir a quantidade e
eficiente levaria a lucros negativos e não seria adequada. Uma solução
seria impor o preço e quantidades em que a firma terá lucro nulo, onde
a demanda (receita média) iguala-se ao custo médio. Nesse ponto,
como foi visto no item anterior, a produção é superior a de monopólio.
7. Considere o problema de um monopolista em um mercado com função
demanda inversa
P (Q) = 20 − Q

O custo total de produção é dado pela função:

CT = 25 + Q2

Responda

(a) Calcule a decisão ótima de produção do monopolista, o lucro do mo-


nopolista e o preço que será cobrado no mercado.
Resposta
Igualando a receita marginal ao custo marginal:

CM g = RM g
2q = 20 − 2q
q = 5
p = 15
Lucro = 25

10
(b) A empresa vislumbra a possibilidade de ser monopolista em mais um
mercado com função de demanda inversa

P2 (Q2 ) = 15 − 2Q2

Se decidir entrar no novo mercado, qual será a quantidade comerciali-


zada em cada mercado e o lucro total da firma? (Dica: No problema
de maximização do monopolista você deve considerar a receita dos
dois mercados e a quantidade considerada no custo deve ser a soma
dos dois mercados CT = 25 + (Q1 + Q2 )2 )
Resposta
Agora precisamos resolver o problema de maximização do monopo-
lista considerando a quantidade nos dois mercados:

max (20 − Q1 )Q1 + (15 − 2Q2 )Q2 − (25 + (Q1 + Q2 )2 )


Q1 ,Q2

As CPOs para Q1 e Q2
(
20 − 2Q1 = 2(Q1 + Q2 )
15 − 4Q2 = 2(Q1 + Q2 )
Resolvendo teremos
Q1 = 4.5
Q2 = 1
P1 = 15.5
P2 = 13
Lucro = 27.5

(c) Se a firma tivesse que escolher um dos mercados para operar, qual
mercado escolheria? Justifique
Resposta
O lucro no segundo mercado seria de 6,5 (verifique) a firma perma-
neceria no primeiro mercado.
8. Considere o modelo de Hotelling (cidade linear). Suponha que 2 produtos
( 1 e 2) estão localizados nos extremos do intervalo [0,1]. Suponha que
as firmas tenham custo marginal constante e idênticos e que maximizam
seus lucros. Consumidores estão uniformemente (x) distribuı́dos no inter-
valo e incorrem em desutilidade em viajar (linearmente) até o produto.
Considere a utilidade indireta do consumidor como r − τ |li − x| − pi , em
que τ é ocusto de transporte, li é a localização do produto i e r é a dis-
posição a pagar do consumidor. Se o consumidor compra uma unidade do
produto i, unidades adicionais deste produto não aumentam a utilidade
do consumidor.
Resolvido em sala de aula. O desenvolvimento do modelo de Hotelling
pode ser visto a partir da página 92 e na página 129 do livro Industrial
Organization - Belleflamme e Peitz

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(a) Escreva o problema de maximização do consumidor;
(b) Encontre as demandas dados p1 e p2;
(c) Dadas as demandas qual a função lucro dos jogadores (payoffs);
(d) Dados os payoffs encontre o equilı́brio de Nash;
(e) Como os preços de EN variam em funcão do custo de transporte.

9. Refaça os itens do exercı́cio anterior considerando n firmas competitivas.


Suponha que as firmas estão localizadas de forma equidistante em um
cı́rculo com circunferência 1 e os consumidores estão uniformemente dis-
tribuı́dos neste cı́rculo. (Modelo de Salop - cidade circular).
O modelo de Salop pode ser visto a partir da página 132 do livro Industrial
Organization - Belleflamme e Peitz

10. Considere o exercı́cio anterior, porém assuma que a disposição a pagar


do produto 1 é maior que a do produto 2 na localização ideal li , isto é
r1 > r2 , mas que para alguns consumidores, o produto 2 é mais atrativo
que o produto 1, isto é r2 + τ > r1 .
Esta extensão do modelo de Salop pode ser vista a partir da página 134
- 3.1.4 Asymmetric competition with differentiated products - do livro
Industrial Organization - Belleflamme e Peitz
11. Um monopolista cujos custos de produção são dados por c(q) = q 2 + 100
defronta-se com a demanda de mercado p = A − 3q, em que A > 0 é uma
constante. É correto afirmar:
Resolvido em sala de aula

(a) Se A < 40, o monopolista, no equilı́brio, terá prejuı́zo.


(b) A alocação eficiente nesse mercado é q e = 52 A .
(c) Se A = 45, será possı́vel regular o monopólio de modo que este pro-
duza quantidade competitiva sem ter prejuı́zo.
(d) Considerando A = 48, um regulador que estipule um preço mı́nimo
de R$ 30,00 estará agindo conforme o interesse do monopolista de
maximizar lucro em detrimento do ótimo social.
(e) O peso morto do monopólio quando A = 48 é 36.

12. Seja um setor com duas empresas, 1 e 2, ambas produzindo um bem


homogêneo. O custo total da empresa 1 é c1 = 5q1 e o da empresa 2 é
c2 = 0, 5q22 . A demanda é dada por Q = 200 − 2p.

Considerando sempre o setor descrito acima, calcule no equilı́brio quais


serão o preço, a quantidade produzida por cada empresa e o lucro de cada
empresa para cada uma das situações a seguir:

12
(a) As empresas decidem as quantidades simultaneamente (Cournot).

Resposta

No modelo de Cournot precisamos encontrar a função resposta de


cada firma e resolver o sistema resultante, ou seja, devemos resolver
o problema de maximização de cada firma em que a quantidade pro-
duzida pela firma adversária será a quantidade que maximiza o lucra
dela.
Note que o enunciado nos da a demanda direto, para montar o pro-
blema de máximo precisamos obter a demanda indireta:

p = 100 − 0, 5Q onde Q = q1 + q2

Podemos então montar o problema de maximização de cada uma das


firmas.

Firma 1: max(100 − 0.5(q1 + q2∗ ))q1 − 5q1


q1

Firma 2: max(100 − 0.5(q1∗ + q2 ))q2 − 0, 5q22


q2

CPO Firma 1:
100 − q1∗ − 0.5q2∗ − 5 = 0
q1∗ = 95 − 0, 5q2∗

CPO Firma 2:
100 − 0, 5q1∗ − q2∗ − q2∗ = 0
q2∗ = 50 − 0, 25q1∗

Das condições de máximo ficamos com o seguinte sistema de equações:


(
q1∗ = 95 − 0, 5q2∗
q2∗ = 50 − 0, 25q1∗

Agora basta resolver o sistema para obter as quantidades que maxi-


mizam o lucro das firmas:
q1 = 80
q2 = 30
p = 45
π1 = 3200
π2 = 900

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(b) A empresa 1 é a firma lı́der e decide a quantidade produzida antes
da firma 2 (Stackelberg).

Resposta

Vale notar que o problema se trata de um jogo sequencial, em que,


no primeiro estágio a firma 1 decide a quantidade a ser produzida
e a firma 2 após observar a produção da firma 1 decide sua quanti-
dade. Nesse caso o equilı́brio é encontrado por indução retroativa. A
solução consiste nos seguintes passos
i. Resolver o problema de maximização da firma 2 para uma quan-
tidade qualquer da firma 1.
ii. Encontramos o q2∗ em função de q1
iii. Substituir q2 = q2∗ (q1 ) no problema de maximização da firma 1.
iv. Encontramos q1∗ que permite encontrar q2∗ .
Passo i. e passo ii.:

max(100 − 0.5(q1 + q2 ))q2 − 0, 5q22


q2

100 − 0, 5q1 − q2∗ − q2∗ = 0


q2∗ = 50 − 0, 25q1

Passo iii. e iv.:


max(100 − 0.5(q1 + q2∗ ))q1 − 5q1
q1

max(100 − 0.5(q1 + 50 − 0, 25q1 ))q1 − 5q1


q1

max(75 − 0.375q1 )q1 − 5q1


q1

75 − 0, 75q1 − 5 = 0
280
q1∗ =
3
∗ 80
q2 =
3
p = 40
π1 ≈ 3266, 66
π2 ≈ 711, 11

(c) A empresa 1 é a firma lı́der e decide o quanto cobrar (liderança de


preço).

Resposta

14
No modelo de liderança de preço, de forma semelhante ao Modelo
de Stackelberg, temos um jogo sequencial que deve ser resolvido por
indução retroativa.
Os passos a serem seguidos são.
i. Resolver o problema de maximização da firma 2 tomando preço
como dado e uma quantidade residual q2 .
ii. Encontramos o q2∗ em função de p
iii. Resolver o problema de maximização da firma 1 como monopolist
e considerando a demanda residual.
iv. Encontramos q1∗ e p∗ que permite encontrar q2∗ .
Passo i. e ii.:

max π2 = p × q2 − 0, 5q22
q2

q2 = p

Note que a condição encontrada é justamente o ponto em que a


firma 2 iguala o preço ao custo marginal, que caracteriza o equilı́brio
quando as firmas não tem poder para influenciar o preço.
Agora precisamos encontrar a demanda residual.

q1 = 200 − 2p − q2 = 200 − 3p

E a demanda inversa será

200 − q1
p=
3
Passo iii. e iv.:
Receita Marginal:
200 − 2q1
Rmg =
3
Igualando Receita Marginal ao Custo Marginal

200 − 2q1
=5
3
q1 = 92.5
p = q2 ≈= 35.83
π1 ≈ 2852, 08
π2 ≈ 642, 01

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(d) As empresas decidem formal um Cartel.

Resposta

Na formação de Cartel devemos encontrar a solução de monopólio


com as duas firmas atuando conjuntamente.

max π(q1 , q2 ) = p × (q1 + q2 ) − 5q1 − 0, 5q22


q1 ,q2

Substituindo a demanda inversa, teremos:

max π(q1 , q2 ) = (100 − 0.5(q1 + q2 ))(q1 + q2 ) − 5q1 − 0, 5q22


q1 ,q2

CPOS:
[q1 :] 95 − q1 − q2 = 0
[q2 :] q1 + 2q2 − 100 = 0

Resolvendo o sistema teremos

q1 = 90
q2 = 5
p = 52, 5
π1 ≈ 4275
π2 ≈ 250

13. Suponha uma estrutura de mercado duopolista em que as firmas possuem


as seguintes funções de custos:

Firma 1: C(q1 ) = 2q1


Firma 2: C(q2 ) = 2q22

Assuma a seguinte demanda de mercado:

P (Q) = 200 − Q, com Q = q1 + q2

Pede-se:
a) O problema de maximização de cada empresa.

Resposta

16
De forma geral, para i = 1, 2 o problema de maximização de cada
firma será:

max P (q1 + q2 )qi − C(qi ) (1)


qi
No caso do problema
max(200 − q1 − q2 )qi − C(qi ) (2)
qi

b) Encontre a função de melhor resposta para as duas firmas. Faça o


gráfico em q1 e q2 .

Resposta

Resolvendo a equação (2) para as duas firmas obtemos:


[CPO Firma 1:] 200 − 2q1 − q2 − 2 = 0
(3)
[CPO Firma 2:] 200 − 2q1 − q2 − 4q = 0
Das equações acima obtemos a função de melhor resposta para as
duas firmas:
198−q e
(
Firma 1: q1 = 2 2
200−q e (4)
Firma 2: q2 = 6 1
Graficamente:

200 q
1

150

100

50 q2

q1
q2
50 100 150 200

Figura 2: Ônus

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c) Encontre o equilı́brio de Nash-Cournot (simultâneo) e o perfeito em
subjogo (seqüencial) (Stackelberg), assumindo que a firma 1 seja a
lı́der.

Resposta

Para Cournot, basta resolver o sistema (4):

q1 ≈ 89, 81 e q2 ≈ 18, 36 (5)

Para Stackelberg devemos substituir a função de melhor resposta da


firma 2 (equação (4)) no problema de maximização da firma 1 (2):

200 − q1
max(200 − q1 − )q1 − 2q1 (6)
q1 6

 
1000 − 5q1
max q1 − 2q1 (7)
q1 6
Resolvendo

1000 − 10q1 = 12
q1 = 98, 8 e q2 ≈ 16, 88

d) Suponha mudança nos custos da firma 2 para C(q2 ) = q22 . Qual o


novo equilı́brio de Nash? Explique a alteração no equilı́brio. O que
ocorre com o market-share das firmas?

Resposta

A firma 2 terá uma nova função de melhor resposta:


200 − q1e
q2 =
4
Resolvendo o novo sistema iremos obter:

q1 ≈ 84, 57 e q2 ≈ 28, 85

A diminuição nos custos marginais fez com que a firma 2 aumentasse


sua participação no mercado.

18
e) Assuma a entrada de uma terceira firma:

Firma 1: C(q1 ) = 2q1


Firma 2: C(q2 ) = 2q22
Firma 3: C(q3 ) = 10q3

Calcule o equilı́brio de Nash e o lucro.

Resposta

Agora teremos um sistema com 3 funções de melhor resposta:

198−q2e −q3e

Firma 1:
 q1 = 2
200−q1e −q3e
Firma 2: q2 = 6
(8)
 190−q1e −q2e
Firma 3: q2 =

2

Resolvendo o sistema iremos obter:

q1 ≈ 77, 23 → q2 ≈ 8, 92 → q3 ≈ 34, 61
π1 ≈ 5665, 24 → π2 ≈ 688, 98 → π3 ≈ 2673, 27

14. Considere um cartel entre duas empresas. Diz-se que uma empresa coopera
com o cartel quando restringe sua produção para aumentar os lucros do
cartel, e diz-se que uma empresa não coopera quando ela mantém sua
produção ao nı́vel determinado pela solução de Cournot, ainda que a outra
empresa coopere e restrinja a sua produção. Suponha que o lucro de uma
delas quando não coopera e a outra empresa coopera é de $ 1.600, que
o lucro da empresa quando ambas cooperam com o cartel é de $ 1.400,
e que o lucro de cada uma das empresas se ambas não cooperam é de $
1.200. Expresse em percentual o valor mı́nimo do fator de desconto para
promover o sucesso do cartel, se ambas as empresas adotarem a estratégia
gatilho.

Resposta

A estratégia do gatilho implica que sempre que uma firma não cooperar
em um perı́odo a partir do próximo perı́odo a outra firma não irá mais
cooperar.
Seja γ o fator de desconto 0 < γ ≤ 1 então o lucro de uma das firmas a
valor presente quando elas sempre cooperam será:

19

X 1400
1400γ t−1 =
t=1
1−γ

A igualdade acima vem da soma infinita de uma PG.


O lucro da firma quando ela não coopera, e a estratégia do gatilho é
acionada será:


X 1200
1600 + 1200γ t−1 = 400 +
t=2
1−γ

Portanto para que o Cartel seja sustentável, precisamos que:

1400 1200
> 400 +
1−γ 1−γ
1
γ> = 50%
2

15. Veja um trecho de uma reportagem da Folha de São Paulo de 11/05/2011:

“EUA viram duopólio de Em-


braer e Bombardier”
“A disputa comercial entre Embraer e Bombardier, iniciada em meados
dos anos 1990, só teve trégua após as fabricantes acordarem em dividir
as encomendas, segundo telegramas secretos da diplomacia americana,
publicados pelo site WikiLeaks.
A brasileira nega, e a canadense se recusa a comentar.
Desde 1996, Bombardier e Embraer, lı́deres na fabricação de aviões regio-
nais, se acusavam de usar subsı́dios indevidos dos seus governos.
A disputa, segundo documento de 2005 da embaixada americana em Ot-
tawa, esfriou entre 2002 e 2003 devido ao acordo no qual ”Bombardier e
Embraer dividiram as principais encomendas...”

a) Suponha que foi feita uma investigação e tenha sido comprovada


a formação de cartel. Suponha a demanda de mercado dada por
P (Q) = 1.000.000 − Q, com Q = qE + qB .
qE : quantidade produzida pela Embraer.
qB : quantidade produzida pela Bombardier.
Suponha que Embraer e Bombardier tenham os respectivos custos:
C(qE ) = 800.000qE e C(qB ) = 800.000qB . Monte o problema de
maximização e encontre o lucro de cada firma nessa situação.

20
Resposta

Nesse caso resolvemos o problema do monopolista para as duas firmas


conjuntamente. Note que o custo marginal é igual para duas firmas,
portanto o mercado será dividido e podemos resolver o problema para
uma quantidade q.

Rmg = Cmg
1.000.000.000 − 2q = 800.000
q = 100.000 (9)
qE = qB = 50.000
πE = πB = 5.000.000.000

b) Compare o lucro acima caso as fabricantes de avião seguissem o


modelo de Cournot. Discorra sobre a estabilidade do equilı́brio al-
cançado por este conluio.

Resposta

Para Embraer:

max(1.000.000.000 − qE − qB )qE − 800.000qE


qE

CPO: 1.000.000 − 2qE − qB − 800.000 = 0 (10)


qB
qE = 100.000 −
2
Como o problema é simétrico, ficamos com o sistema:
(
qB
qE = 100.000 − 2
qE (11)
qB = 100.000 − 2

Temos qE = qB ≈ 66.667, 67 e πE = πE = 4.444.444.222


Para verificar a estabilidade do Cartel, vamos analisar o lucro de uma
empresa se elá não cooperar. A empresa, supondo que a concorrente
manterá sua oferta que maximiza o lucro do Cartel irá maximizar
seu lucro sobre a demanda residual.

21
max(1.000.000 − qE − 50.000)qE − 800.000qE
qE

CPO: 1.000.000 − 2qE − 50.000 − 800.000 = 0


qE = 75.000 (12)
πE = 5.625.000.000
πB = 3.750.000.000

O equilı́brio obtido com o cartel não é estável uma vez que as firmas,
neste caso a Embraer ou a Bombardier, teriam incentivos a aumentar
a produção e obter um lucro maior até que o lucro de monopólio.

πN C > πCartel > πCournot > πTraı́da

A outra firma que manteve sua produção veria seu lucro cair.

c) Suponha que as duas fabricantes possam reajustar seus preços dado


um certo perı́odo e que ambas trabalhem com um horizonte de tempo
infinito, ou seja, seria um jogo infinito. Discorra sobre o comporta-
mento das fabricantes neste caso, descrevendo a estratégia adotada.

Resposta

Em um jogo finito como do item anterior o equilı́brio de Nash Per-


feito em subjogos implica que a firma ira trair no primeiro perı́odo.
Agora não há um incentivo para se burlar o cartel na última rodada.
A estratégia adotada pela firma aqui seria a do gatilho “trigger”, em
que a firma cooperaria até o momento em que a concorrente desres-
peitasse o acordo, e a partir daı́ competir com ela. Neste caso, o
equilı́brio ser estável ou não dependeria da taxa de desconto.

16. Considere o modelo de Cournot, em que 49 empresas produzem um pro-


duto homogêneo. A empresa i produz de acordo com a função de custo
C(qi ) = 2qi , em que qi é a quantidade produzida pela empresa i, com
i = 1, ..., 49. Suponha umaPdemanda de mercado dada por p = 402 − 2Q,
49
em que p é o preço e Q = i=1 qi é a quantidade produzida pelas 49 em-
presas. Calcule a quantidade que cada empresa irá produzir no equilı́brio
de Cournot.
Resolvido em sala de aula
17. Considere um modelo de Bertrand com diferenciação de produtos e duas
empresas. A demanda da empresa 1 é dada por q1 = 100 − 2p1 + p2 e a
demanda da empresa 2 é dada por q2 = 100 − 2p2 + p1 , sendo p1 o preço
do produto da empresa 1 e p2 o preço do produto da empresa 2. Suponha

22
que o custo total da empresa 1 seja C1 = q1 e o custo total da empresa
2 seja C2 = q2 . Determine o preço ao qual a empresa 1 irá vender o seu
produto.
Resolvido em sala de aula
Questões V ou F

18. São corretas as afirmativas:


0 O paradoxo de Bertrand afirma que duopolistas que usam como es-
tratégias os preços dos produtos que oferecem não se comportam
racionalmente.
1 Assuma que uma indústria seja constituı́da por firmas idênticas. É
correto afirmar que a produção da indústria na conjuntura de Cour-
not é maior do que aquela que seria observada se as firmas cons-
tituı́ssem um Cartel.
2 No modelo de Stackelberg, a firma com menor custo médio é a firma
lı́der, por definição.
3 Sejam , os custos totais das firmas 1 e 2, respectivamente. É correto
afirmar que, numa conjuntura de Cournot, a produção da firma 2
será menor que a da firma 1.
Resposta

1 Falso
O resultado do Modelo de Bertrand decorre de um equilı́brio de
Nash (dada a estratégia do adversário o agente escolhe sua melhor
estratégia), portanto, é racional.
2 Verdadeira No equilı́brio de Cournot, o preço é maior do que o de
concorrência perfeita, porém menor do que o de monopólio. Já a
produção é o oposto: ela é maior do que o de monopólio, porém
menor do que o de concorrência perfeita. Dito isso, como cartel é uma
reprodução do equilı́brio de monopólio, a afirmação é verdadeira.
3 Falso
O fato da empresa ter custo médio menor por ser um possı́vel motivo
para ela ser a firma lı́der, mas há outros motivos possı́veis. O que
torna uma firma lı́der é alguma vantagem comparativa sobre a outra
firma.
4 Verdadeira
No modelo de Cournot, quando os custos marginais são iguais entre
as firmas, a produção será dividida igualmente entre elas. Quando há
custos diferentes, a quantidade maximizadora irá depender negativa-
mente do seu custo marginal. Suponha uma demanda D(Q) = a−bQ
Q = q1 + q2 + ... + qn e cada empresa com um custo ci , i = 1, ..n o
problema de maximização para uma firma i será

23
max D(Q)qi − ci qi
qi

[CPO:] D′ (Q)qi + D(Q) − ci = 0


X
−2bqi + a − qj − ci = 0
j̸=i
P
a− j̸=i qj − ci
qi =
2b
A quantidade de equilı́brio depende negativamente dos custos.

19. São corretas as afirmativas:


0 No equilı́brio de Cournot cada firma escolhe a quantidade que ma-
ximiza seu próprio lucro assumindo que as firmas rivais continuarão
vendendo ao mesmo preço.
1 Suponha que a firma de demanda para o produto de uma indústira
seja uma linha reta negativamente inclinada e os custos marginais
sejam constantes e comuns a todas as firmas. Então, quanto maior
o número de firmas produzindo em um equilı́brio de Cournot, menor
será o preço.
2 Um lı́der de Stackelberg escolhe suas ações sobre a suposição de que
seu rival irá ajustar suas decisões de forma a maximizar os lucros do
rival.
3 Um duopólio em que duas empresas idênticas estão envolvidas em
uma concorrência de Bertrand não distorcerá os preços de seus nı́veis
competitivos.
4 No modelo de Cournot, cada empresa escolhe suas ações sob o pres-
suposto de que seus rivais reagirão alterando suas quantidades de
forma a maximizar seus próprios projetos.

Resposta

0 Falso
No equilı́brio de Cournot a firma escolhe a quantidade que maximiza
seu lucro tomando como dada a quantidade da firma adversária. O
equilı́brio é configurado pela escolha de quantidade que maximiza o
lucro da firma, dado que a outra firma também está maximizando
seu lucro.
1 Verdadeiro
Quanto mais firmas no mercado, mais o mercado tende para con-
corrência perfeita e a quantidade total afetada aumenta e o preço
diminui.

24
2 Verdadeira É exatamente como se soluciona o modelo. A indução
retroativa resulta em um equilı́brio que a firma lı́der verifica para
cada nı́vel de quantidade que ela produzir, qual a quantidade que ira
maximizar a escolha da seguidora e internaliza essa quantidade na
sua decisão.
3 Verdadeiro
Este é o resultado do modelo.
4 Falso
No equilı́brio de Cournot a firma escolhe a quantidade que maximiza
seu lucro tomando como dada a quantidade da firma adversária. O
equilı́brio é configurado pela escolha de quantidade que maximiza o
lucro da firma, dado que a outra firma também está maximizando
seu lucro.

20. Considere a teoria da competição monopolı́stica e oligopólio, e indique


quais das afirmações abaixo são Verdadeiras e quais são Falsas:
1 A sinalização de preços pressupõe um acordo explı́cito entre as em-
presas;
2 A liderança de preços pode ajudar as empresas a superar o dilema
dos prisioneiros que afeta os cartéis;
3 No Modelo de Cournot, as empresas obtêm lucros maiores do que no
cartel;
4 No Modelo de Competição Monopolı́stica, novas empresas podem
entrar e sair com facilidade.

Resposta: Schmidt, Cristiane. Microeconomia

1 Falso
Quando uma empresa divulga que alterará seu preço (isto é, quando
a empresa dá um sinal às concorrentes), na expectativa de influenciar
o preço de outras empresas, ela assim o faz justamente para não ter
que se comunicar explicitamente com as demais empresas. O que
ela quer fazer é um cartel tácito, não explı́cito, lembrando que cartel
é uma prática proibida em qualquer jurisdição, como uma conduta
anticompetitiva. No Brasil, é uma atitude também criminosa.
2 Verdadeiro
Cartel é a pior situação de equilı́brio possı́vel para a sociedade e a
melhor para as empresas. Desta forma, não há qualquer modelo de
oligopólio que tenha lucro maior do que aquele obtido na formação
de um cartel. No caso da liderança de preço, como o resultado é o de
um cartel tácito (em que as demais seguem o preço da lı́der), o lucro
é igual ao do cartel, não maior.

25
3 Falso Em cartel as empresas estão explicitamente maximizando o
lucro agregado de seus membros, logo não há como as empresas ob-
terem lucros maiores escolhendo qualquer outro nı́vel de produção,
inclusive o nı́vel de produção resultante de um modelo de Cournot.
4 Verdadeiro
Esta é uma das suposições do modelo de concorrência monopolı́stica:
as barreiras são baixas, como ocorre no modelo de concorrência per-
feita. De fato, é um modelo entre os dois modelos extremos: o de con-
corrência perfeita e o de monopólio. Os produtos são heterogêneos,
mas são substitutos próximos. Cada empresa tem o monopólio da
sua marca, por exemplo, ou sobre uma outra caracterı́stica qualquer,
mas todos competem acirradamente entre si. O resultado final não
é o de concorrência perfeita (onde P = Cmg), mas P = Cme. Neste
sentido, há certa ociosidade na indústria, pois cada empresa precisa
ter uma planta um pouco maior do que seria o caso se o mercado
fosse de concorrência perfeita.
21. Em um mercado, cuja demanda inversa é dada por P(Q) = 12 – 2Q, opera
um Duopólio de Cournot. Tanto o custo fixo quanto o custo marginal das
duas firmas são nulos. Os presidentes dessas firmas se encontram em uma
churrascaria para discutir a possibilidade de formação de um cartel, com
produção e lucros divididos igualmente. Eles sabem que no mesmo perı́odo
que o cartel começar a operar cada firma deverá incorrer com um custo c,
proveniente das despesas iniciais necessárias para a formação desse cartel.
Responda:
0 O lucro total do cartel será igual a $18; Verdadeiro
1 O acordo custará uma perda de eficiência igual a $4, medida pela
diminuição do excedente do consumidor; Falso
2 Concretizado o acordo, cada firma produzirá uma unidade a menos
do bem; Falso
3 O valor presente dos ganhos com o acordo de cada firma ao longo do
tempo será igual a 2,5, se aplicada uma taxa de desconto temporal
1
de δ = ;Falso
3
1
4 Se δ = , então custos c superiores a $2 inviabilizariam o acordo.
2
Verdadeiro
22. No Modelo de Liderança-preço, a firma lı́der escolhe o preço que deseja
cobrar, levando em conta em sua decisão o fato de que a empresa segui-
dora agirá como tomadora de preços ao maximizar seu próprio lucro. A
demanda inversa enfrentada pelas firmas é P (q) = 100–Qt, sendo Qt a
produção conjunta das duas firmas. Se as funções custo marginal da se-
guidora e da lı́der forem representadas respectivamente por CmgS = 4Q
e CmgL = 0, 4Q, então:

26
0 A firma lı́der, ao cobrar mais caro, além de reduzir a demanda total,
observa parcela maior da demanda atendida pela rival; Falso
1 A firma seguidora age como monopolista, levando em conta a função
de demanda residual para o cálculo da sua receita marginal; Falso
2 A função demanda residual inversa é dada por P (q) = 80–0, 8Q;
Verdadeiro
3 O preço escolhido pela lı́der será P = $48; Verdadeiro
4 A firma seguidora produzirá Q = 16.Falso

23. Com relação à competição monopolı́stica, indique quais das afirmativas


abaixo são verdadeiras e quais são falsas:

0 Uma das hipóteses do modelo de competição monopolı́stica é a existência


de barreiras à entrada e à saı́da significativas; Falso
1 No modelo convencional de competição monopolı́stica a empresa apre-
senta lucros extraordinários no curto prazo; Verdadeiro
2 No longo prazo a empresa continua com poder de monopólio; Verda-
deiro
3 No longo prazo o preço de equilı́brio é maior do que o custo marginal;
Verdadeiro
4 No longo prazo as empresas não operam com excesso de capacidade.
Falso

24. Em um triopólio de Cournot as funções de custos das firmas 1,2 e 3 são,


respectivamente, C1 (q1 ) = 10q1 , C2 (q2 ) = 10q2 e C3 = (q32 ). A demanda
agregada é P (Q) = 20 − Q, em que Q = q1 + q2 + q3 é a quantidade total.
Julgue os itens a seguir:
Resolvido em sala de aula

0 A função de reação da firma 3 é q3 = (20 − q1 + q2 )/4;


1 Se a firma 2 conjectura que as firmas 1 e 3 produzirão, respectiva-
mente, q1 = 1 e q3 = 3, então a firma 2 reagirá produzindo q2 = 2
2 O preço de equilı́brio de Cournot é P ∗ = 8;
3 Seja Si = qi∗ /Q∗ o market share da firma i=1,2,3 em Equilı́brio de
Cournot, em que Q∗ = q1∗ + q2∗ + q3∗ é quantidade total de equlı́brio,
e seja HHI = Si2 + Si2 + Si2 o ı́ndice de concentração industrial de
Hirschmann-Herfindahl desse triopólio. Então HHI = 0, 375.
4 No equilı́brio de Cournot a elasticidade-preço da demanda é η = −1, 2
.

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