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LIAE USP - BAURU

19/04/2021
https://www.youtube.com/watch?v=sbGu-UxxzAs

Oficina de Mascaramento

A "Oficina de Mascaramento" promovida pela Liga Acadêmica Interdisciplinar de Audição e Equilíbrio da


USP Bauru (LIAE - USP Bauru) no dia 19 de abril de 2021 teve o objetivo de promover uma visão prática
do mascaramento, ampliando os conhecimentos e raciocínio clínico sobre esse tema tão relevante para
estudantes e profissionais das áreas de Fonoaudiologia e Otorrinolaringologia.

A oficina foi ministrada pelas professoras Kátia de Freitas Alvarenga e Lilian Cássia Bórnia Jacob-
Corteletti, professoras do Departamento de Fonoaudiologia da USP Bauru e autoras do livro "O
mascaramento na avaliação audiológica: Um guia prático".

Anotações

Mascaramento suficiente: quando a intensidade utilizada de mascaramento provoca uma sensação


auditiva do ruído que não permite que o estímulo-teste seja percebido.

Mascaramento insuficiente: quando a intensidade utilizada de ruído não elimina a participação da


orelha não testada na resposta obtida na orelha testada.

Audição cruzada - curva sombra


Raciocínio clínico - caso 1 - pesquisa do limiar aéreo

A exemplo a frequência de 2000. Sabe-se que o estímulo está chegando na orelha direita em 20 db
(15 dbNS):

Para mascarar essa orelha, precisamos de no mínimo, colocar o mascaramento em 30. Esse será o
mascaramento mínimo e efetivo. Se o paciente não responder na OT, aumentar o tom puro e repetir
o raciocínio novamente.

Raciocínio clínico - caso 1 - pesquisa do limiar ósseo

1º preciso mascarar OD para encontrar VO da OE. Obs: lembrar do seguinte raciocínio, a AI é zero e
para mascarar precisamos de 10db acima do limiar, ou seja, se a resposta da óssea em OE é 30
(igual ao caso acima), vai chegar em 30 também em OD, eu posso então colocar 40db em OD que
estarei mascarando. Não esquecer de ir aumentando conforme modifica a resposta da óssea.
Por que fazer desse jeito? Porque se eu considerar o cálculo (VO de OT + AI - 5) | (30 + 45 - 5) e
colocar 70 de mascaramento direto, eu posso, além de mascarar a OD, atrapalhar a resposta de OE
(se bem que esse é o cálculo no mascaramento mínima, chegaria em 25 - não atrapalha).

Raciocínio clínico - caso 2 - pesquisa do limiar ósseo

Em OD a resposta foi em 35, abriu GAP, utilizou-se 75db de masc em OE (mínimo). Como ter certeza
que não está atrapalhando a resposta? 75 - 40 (AI) = 35, sendo que a óssea da OE está em 40 (não
está atrapalhando!!!). Também podemos trabalhar com o conceito de mascaramento mínimo (10db
acima da aérea) então com 50db de ruído em OE já está mascarando. Masc máximo = 75 Masc
mínimo 50. (isso se aplica apenas NESSE CASO em que com o mínimo já fez descer a óssea e ser
neuro), com gaps maiores talvez não funcione.

Raciocínio clínico - caso 3 - pesquisa do limiar aéreo

1º saber onde está a óssea = 20db. Então o nível de sensação de tom puro na cóclea esquerda é de
15dbNS. Pensando que para mascarar eu preciso de 10db acima do nível de sensação (15 +10 = 25) e
colocar esse valor acima da via aérea da ONT (45db). Mascaramento = 45+25=70.

Raciocínio clínico - caso 3 - pesquisa do limiar ósseo

Pesquisando VO DE OE = em 20 (GAP!). Fazendo o cálculo de mascaramento máximo, precisaríamos


colocar 65db de masc em OD (mas o limiar aéreo é de 85!!!).
O que fazer nesse caso para mascarar VO de OE? O ideal é tentar o mascaramento máximo para ver
como a óssea de OE se comporta. No exemplo dado, ao colocar o masc em OD de 65 a óssea da OE
desceu 5 e a cada incremento na OD foi descendo mais a OE. Esse é um caso clássico de super
mascaramento, pois o mascaramento aumentado começou a influenciar a resposta da OE. Nesse
caso, mesmo conseguiremos mascarar a VO de OD mas não conseguiremos mascarar a VO de OE.
Deve-se colocar a observação no laudo (e não marca VO de OE, porém, a timp ajuda a laudar).

Raciocínio clínico - caso 4 - pesquisa do limiar ósseo

Por onde começar?


Antes…
Aqui é ressaltada a importância do WEBER. Vibrador na testa, pesquisa-se por frequência, exemplo:
2000hz, pega-se o valor da óssea das 2 orelhas, faz a média e acrescenta 15db. No exemplo acima
ficaria 5+15=20.

Antes de responder a anterior, uma aplicação prática de como o weber pode ajudar:

Como saber se nesse caso não houve super mascaramento? Realmente é uma perda neuro
unilateral? Faz o WEBER! Pensando na frequência de 1000hz: 45+0 (pensando em acoplamento) =
45!/2 + 15 = 40db pro weber). Essa vibração vai chegar a 40db nas duas cócleas. Pergunta onde o
paciente está ouvindo, se for uma perda neuro mesmo, ouvirá em OD (pensa em nível de sensação).

Cálculo para o weber em 1000hz: 5 + 0 / 2 + 15 = 20db. Se o meu mascaramento foi suficiente e essa
realmente for uma condutiva, irá lateralizar para a esquerda. Por que? Porque as ósseas são iguais,
não existe lesão coclear, mas há componente condutivo (é como se tapasse ouvido esquerdo, então
parece que ouve mais)
De novo sobre a aplicação do WEBER. Pensando que a VO de OE acima está mascarada, como saber
se eu super mascarei? Ao fazer o Weber, se lateralizar para a esquerda - sendo que há lesão coclear
pois é uma mista e que o “certo” é lateralizar para a orelha melhor, da para se pensar que na
verdade essa óssea está bem melhor, mas desceu por causa do super mascaramento.

Vista a aplicação do WEBER, voltamos ao primeiro exemplo:

Considerando todas ósseas em 5db, qual eu mascaro? WEBER! Se está ouvindo na cabeça, significa
que as duas cócleas estão iguais. Para esse caso, a profa falou que NÃO PRECISA MASCARAR E QUE
SE DEFINE COMO CONDUTIVA (sei não, GAP sempre mascara).

LOGOAUDIOMETRIA

Logicamente, mascara-se sempre a melhor orelha. Média tritonal em OE = 60db, menos a


atenuação, chega em OD em 15db (lembrando que sempre considera que precisa mascarar se pegar
mesmo que 1 óssea). (não gostei da explicação de cálculo de valor, não vou usar)

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