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Procedimentos

Injetáveis em
Biomedicina
Estética
Prof.ª Suianne Leticia Antunes Mota
Prof.ª Suzana Gonçalves Carvalho

Indaial – 2022
1a Edição
Elaboração:
Prof.ª Suianne Leticia Antunes Mota
Prof.ª Suzana Gonçalves Carvalho

Copyright © UNIASSELVI 2022

Revisão, Diagramação e Produção:


Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI

M917p

Mota, Suianne Leticia Antunes

Procedimentos injetáveis em biomedicina estética. / Suianne


Leticia Antunes Mota; Suzana Gonçalves Carvalho. – Indaial: UNIASSELVI,
2022.

139 p.; il.

ISBN 978-85-515-0495-6

1. Biomedicina estética. – Brasil. I. Carvalho, Suzana Gonçalves II.


Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 610

Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Procedimentos Injetáveis em
Biomedicina Estética!

A biomedicina estética está em constante evolução, por se tratar de uma


ferramenta importante quando pensamos em beleza, autoestima e qualidade de vida.
Essa área da biomedicina teve início em 2011 com a criação da Resolução nº 197, de 21
de fevereiro de 2011, do Conselho Federal de Biomedicina. Nessa disciplina, faremos
uma revisão da legislação no que concerne à biomedicina estética, aprenderemos sobre
a estrutura e a avaliação da pele, além da avaliação dos aspectos faciais e corporais
e suas disfunções. Veremos, também, procedimentos injetáveis em biomedicina
estética, como: toxina botulínica, preenchedores, bioestimuladores, mesoterapia
(intradermoterapia) e Procedimentos Estéticos Injetáveis para Microvasos (PEIM).

Na Unidade 1, abordaremos a avaliação facial e corporal relacionada a


procedimentos minimamente invasivos, para isso, será realizada uma abordagem de
conceitos básicos, necessários para o entendimento da estética e dos procedimentos
minimamente invasivos. Começaremos a unidade abordando sobre a biomedicina
estética e as legislações envolvidas com essa profissão, posteriormente, aprenderemos
sobre a anatomia da pele, bem como as disfunções faciais e corporais que podem
ocorrer nesse tecido, por que ocorrem e como corrigir essas disfunções e, por último,
abordaremos conceitos básicos sobre procedimentos minimamente invasivos.

Em seguida, na Unidade 2, estudaremos sobre a toxina botulínica e os
preenchedores, dando ênfase aprofundada de como realizar procedimentos com essas
substâncias, a legislação envolvida e suas aplicações gerais. Além disso, veremos
as características envolvidas com essas substâncias, como e quando aplicar, suas
possíveis reações e como evitá-las.

Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre a mesoterapia e PEIM, dando ênfase
aprofundada de como aplicar essas técnicas, a legislação envolvida e suas aplicações
gerais. Além disso, veremos as características envolvidas com essas técnicas, como
e quando aplicar e suas possíveis reações adversas. Em adição, veremos outros
procedimentos minimamente invasivos, como bioestimuladores, acupuntura estética,
microagulhamento e carboxiterapia.

Bons estudos!

Prof.ª Suianne Leticia Antunes Mota


Prof.ª Suzana Gonçalves Carvalho
GIO
Olá, eu sou a Gio!

No livro didático, você encontrará blocos com informações


adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender
melhor o que são essas informações adicionais e por que você
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais
e outras fontes de conhecimento que complementam o
assunto estudado em questão.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos


os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada
também digital, em que você pode acompanhar os recursos
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que
também contribui para diminuir a extração de árvores para
produção de folhas de papel, por exemplo.

Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,


apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Preparamos também um novo layout. Diante disso, você


verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.

QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
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Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
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do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
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LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conheci-


mento, construímos, além do livro que está em
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,
por meio dela você terá contato com o vídeo
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de
auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que


preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


SUMÁRIO
UNIDADE 1 - AVALIAÇÃO FACIAL E CORPORAL RELACIONADA A PROCEDIMENTOS
MINIMAMENTE INVASIVOS.................................................................................................... 1

TÓPICO 1 - BIOMEDICINA ESTÉTICA E LEGISLAÇÃO ..........................................................3


1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................3
2 A ESPECIALIZAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA............................................................4
3 A LEGISLAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA.....................................................................4
RESUMO DO TÓPICO 1............................................................................................................ 7
AUTOATIVIDADE.....................................................................................................................8

TÓPICO 2 - SISTEMA TEGUMENTAR – A PELE.....................................................................11


1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................11
2 SISTEMA TEGUMENTAR E TECIDO ADIPOSO................................................................... 12
3 A AVALIAÇÃO DA PELE...................................................................................................... 16
3.1 CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PELE........................................................................................17
3.2 DISFUNÇÕES ESTÉTICAS FACIAIS.................................................................................................. 18
4 AVALIAÇÃO E DISFUNÇÕES ESTÉTICAS CORPORAIS................................................... 23
4.1 FIBROEDEMA GELOIDE (FEG)............................................................................................................23
4.2 ESTRIAS.................................................................................................................................................24
RESUMO DO TÓPICO 2..........................................................................................................27
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 28

TÓPICO 3 - BASE DOS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS............................. 31


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 31
2 TOXINA BOTULÍNICA......................................................................................................... 31
3 PREENCHEDORES............................................................................................................ 34
4 BIOESTIMULADORES....................................................................................................... 35
5 MESOTERAPIA (INTRADERMOTERAPIA)........................................................................ 35
6 PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS (PEIM)........................... 36
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................. 38
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................... 43
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 44

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 46

UNIDADE 2 — PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS: TOXINA BOTULÍNICA


E PREENCHEDORES ............................................................................................................ 49

TÓPICO 1 — LEGISLAÇÃO..................................................................................................... 51
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 51
2 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................... 51
3 APLICAÇÕES GERAIS DOS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS ................. 55
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................... 58
AUTOATIVIDADE...................................................................................................................59
TÓPICO 2 - TOXINA BOTULÍNICA......................................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 61
2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS ................................................................................... 61
3 APLICAÇÕES..................................................................................................................... 64
RESUMO DO TÓPICO 2..........................................................................................................70
AUTOATIVIDADE................................................................................................................... 71

TÓPICO 3 - PREENCHEDORES.............................................................................................73
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................73
2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS ...................................................................................73
3 APLICAÇÕES......................................................................................................................75
LEITURA COMPLEMENTAR..................................................................................................79
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................... 85
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 86

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 88

UNIDADE 3 — PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS: MESOTERAPIA


(INTRADERMOTERAPIA) E PEIM.........................................................................................97

TÓPICO 1 — PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS II: MESOTERAPIA


(INTRADERMOTERAPIA) E PEIM .........................................................................................99
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................99
2 MESOTERAPIA (INTRADERMOTERAPIA).......................................................................100
3 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS.................................................................................. 101
4 APLICAÇÕES....................................................................................................................103
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................106
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................107

TÓPICO 2 - PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS – PEIM............109


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................109
2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS..................................................................................109
3 APLICAÇÕES.....................................................................................................................111
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................ 112
AUTOATIVIDADE................................................................................................................. 113

TÓPICO 3 - OUTROS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS.............................. 115


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 115
2 BIOESTIMULADORES...................................................................................................... 116
3 ACUPUNTURA ESTÉTICA.................................................................................................117
4 MICROAGULHAMENTO.................................................................................................... 119
4.1 REJUVENESCIMENTO DA PELE...................................................................................................... 122
4.2 CICATRIZES......................................................................................................................................... 122
4.3 ACNE VULGAR.................................................................................................................................... 122
4.4 ALOPECIA ANDROGÊNICA E ALOPECIA AREATA....................................................................... 123
5 CARBOXITERAPIA...........................................................................................................124
5.1 FATORES EPIDEMIOLÓGICOS E VARIAÇÃO NA RESPOSTA DE PROCEDIMENTOS
ESTÉTICOS........................................................................................................................................... 126
5.2 MECANISMOS DE DEFESA DO PACIENTE FRENTE A PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE
INVASIVOS............................................................................................................................................ 127
5.3 ENTENDENDO A IMPORTÂNCIA DOS ATIVOS PARA APLICAÇÃO EM BIOMEDICINA
ESTÉTICA..............................................................................................................................................128
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................130
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................135
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................136

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................138
UNIDADE 1 -

AVALIAÇÃO FACIAL E
CORPORAL RELACIONADA
A PROCEDIMENTOS
MINIMAMENTE INVASIVOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer a legislação vigente da biomedicina estética no que concerne às técnicas


invasivas;

• avaliar as características faciais para a aplicação de técnicas de procedimentos


minimamente invasivos em biomedicina estética;

• avaliar características corporais para a aplicação de técnicas de procedimentos


minimamente invasivos em biomedicina estética;

• compreender a base das técnicas e procedimentos com o uso de toxina botulínica,


preenchedores, bioestimulantes, mesoterapia (intradermoterapia) e PEIM.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – BIOMEDICINA ESTÉTICA E LEGISLAÇÃO


TÓPICO 2 – SISTEMA TEGUMENTAR – A PELE
TÓPICO 3 – BASE DOS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!

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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
BIOMEDICINA ESTÉTICA E LEGISLAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
Desde o surgimento da biomedicina, em 1966, diversas modificações foram
realizadas no curso. Atualmente, o curso de biomedicina oferece oportunidade em mais
de 31 áreas de atuação, em que podemos citar a biomedicina estética como uma dessas
áreas.

A biomedicina estética é responsável por cuidados relacionados ao bem-estar,
à saúde e à beleza do paciente, envolvendo procedimentos minimamente invasivos e
estando em consonância com a legislação vigente da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) e com o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM). A estética trata do
estudo filosófico da beleza e do gosto. Está intimamente relacionada à filosofia da arte,
que se preocupa com a natureza da arte e os conceitos em termos dos quais as artes
individuais são interpretadas e avaliadas.

Para entendermos de biomedicina estética, é necessário sabermos as legislações


que estão atreladas a essa profissão. Neste tópico, abordaremos a biomedicina estética
e as legislações envolvidas com a profissão, quais são os requisitos mínimos para se
especializar em biomedicina estética, quais as áreas dessa profissão e o código de ética.
Veja, a seguir, a legislação envolvida com a biomedicina estética:

• Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011.


• Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.
• Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.
• Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014.
• Normativa CFBM nº 004, de 5 de novembro de 2015.
• Normativa CFBM nº 005, de 5 de novembro de 2015.
• Resolução nº 304, de 23 de abril de 2019.
• Resolução nº 307, de 17 de maio de 2019.
• Resolução nº 330, de 5 de novembro de 2020.

Em adição, veremos o Código de Ética em biomedicina emitido pelo Conselho


Federal de Biomedicina e as providências para a forma de divulgação de procedimentos
estéticos.

3
2 A ESPECIALIZAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA
Para trabalhar na área de biomedicina estética, é necessário realizar graduação
em biomedicina e, além disso, apresentar especialização na área de estética ou estágio
supervisionado, totalizando 500 horas. Assim, para atuar de forma legal nessa área
profissional, é necessário realizar uma pós-graduação em biomedicina estética, podendo
ser especialização, mestrado e/ou doutorado ou realizar estágio supervisionado de
longa duração.

A seguir, compreenderemos os requisitos mínimos para a habilitação profissional,
tanto provisória quanto definitiva, contidos na legislação específica para a área.

3 A LEGISLAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA


A biomedicina estética teve seu início em 2011 com a Resolução nº 197, de 21 de
fevereiro de 2011, do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), responsável por dispor
sobre as atribuições do profissional biomédico no exercício da biomedicina estética e
atuação como responsável técnico de empresas que executam atividades para fins
estéticos. Essa Resolução foi responsável por habilitar o biomédico a atuar na área de
saúde estética, desde que fosse devidamente especializado (CFBM, 2011a).

Nesse mesmo ano, o CFBM criou a Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011,


que dispõe sobre os critérios para a habilitação em biomedicina estética, considerando
principalmente o déficit de normatização relacionado ao registro desses profissionais.
Essa Resolução estabeleceu os requisitos mínimos necessários para a habilitação
provisória e definitiva em biomedicina estética. Entre os requisitos para a habilitação
provisória estão: cosmetologia, eletroterapia, sonoforese, iontoforese, radiofrequência
estética, laserterapia, carboxiterapia, peelings químicos e mecânicos, intradermoterapia,
certificados de participação em eventos em saúde estética, declaração de matrícula em
curso de pós-graduação em estética e comprovante de experiência na área de pelo
menos um ano.

Os requisitos para a habilitação definitiva incluem: diploma e/ou certificado


com título de especialização em estética (Lato Sensu), reconhecido pela Associação
Brasileira de Biomedicina (ABBM), ou certificado de pós-graduação (Stricto Sensu),
que são os cursos de mestrado e/ou doutorado, de acordo com a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB). Para a habilitação definitiva, deve-se respeitar o estágio
supervisionado de, no mínimo, 500 horas (CFBM, 2011b).

Considerando o déficit de normatização da atividade do profissional biomédico


em relação ao uso de substâncias, o CFBM criou a Resolução nº 214, de 10 de abril de
2012, que dispõe sobre os atos do profissional biomédico e o uso de substâncias em
procedimentos estéticos.

4
Essa Resolução faz uma relação das substâncias legalmente habilitadas para
o uso profissional do biomédico esteta, sendo essas substâncias: materiais biológicos
(toxina botulínica), nutrientes (vitaminas, coenzima Q10, entre outros), fitoterápicos,
AYSLIM (extrato de manga africana), ácido glicólico, ácido alfa lipoico, ácido hialurônico,
aminofilina, bicarbonato de sódio, biotina, blufemedil, cafeína, centelha asiática,
castanha-da-Índia, Green tea (chá verde), cloreto de magnésio, colágeno, complexo
B, dente-de-leão, desoxicolato de sódio, dimetilaminoetanol (DMAE), D-pantenol,
elastina, glicosaminoglicanos (GAG), L-glutamina, L-carnitina, L-fenilalanina, finaterida,
glicina glutationa, hialuronidase, L-taurina, L-triptofano, L-ornitina, lidocaína, Minoxidil,
procaína, rutina, solução fisiológica, silício orgânico e vitamina C (CFBM, 2012).

Outro avanço na biomedicina estética aconteceu em 2014, o CFBM criou a
Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014, que dispõe sobre a habilitação do profissional
biomédico esteta e regulamenta a prescrição por esse profissional para finalidades
estéticas.

Essa Resolução estabelece que o profissional pode prescrever substâncias


e outros tipos de produtos com finalidade estética, como substâncias biológicas,
substâncias empregadas no processo de intradermoterapia, substâncias conhecidas
como correlatos de uso injetável, preenchimentos, fitoterápicos e nutrientes, seguindo
sempre o preconizado pela ANVISA. Cabe também ao biomédico esteta a prescrição de
formulações oficinais ou magistrais de cosméticos, dermocosméticos, cosmecêuticos,
fármacos de uso tópico, óleos essenciais e também de peelings químicos. O processo
de prescrição deve obedecer às etapas descritas nessa legislação (CFBM, 2014).

NOTA
O Conselho Federal de Biomedicina deu origem à Normativa CFBM nº 004,
de 5 de novembro de 2015, que dispôs sobre procedimentos realizados
por biomédicos estetas, utilizando-se de fios de sustentação tecidual para
fins estéticos, e também a Normativa CFBM nº 005, de 5 de novembro de
2015, que dispõe sobre a aplicação de substâncias por via intramuscular.

Em 2019, o CFBM criou a Resolução nº 304, de 23 de abril de 2019, que dispõe


sobre a especialidade em estética de biomedicina. Essa Resolução teve por finalidade
firmar a obrigatoriedade do profissional biomédico, no exercício da estética, de estar
inscrito regularmente junto ao Conselho Regional de Biomedicina e adequadamente
habilitado em estética (CFBM, 2019a). Ainda no ano de 2019, o CFBM revogou a
Resolução nº 214, de 14 de abril de 2012, e a Resolução nº 304, de 23 de abril de 2019,
com a Resolução nº 307, de 17 de maio de 2019, que dispõe sobre a especialidade da
biomedicina estética (CFBM, 2019b).

5
Além dos requisitos listados, o profissional biomédico esteta deve seguir
todas as atribuições descritas na Resolução nº 330, de 5 de novembro de 2020, que
regulamenta o novo Código de Ética do profissional biomédico. Essa Resolução, ao
contrário das legislações anteriores, que eram relacionadas ao Código de Ética do
profissional biomédico, teve a implementação de normas que obrigam o biomédico,
para a divulgação de imagens de procedimentos estéticos, a ter autorização prévia do
paciente através de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Imagens do biomédico acompanhado do paciente também devem ser


previamente autorizadas através do TCLE e imagens com o resultado final de
procedimentos estéticos devem vir acompanhadas da frase: ‘Esta imagem não
representa, em hipótese alguma, garantia do resultado’, pois cada ser humano tem
características anatômicas e fisiológicas únicas. Em imagens de “antes” e “depois”,
deverá constar a legenda ‘divulgação autorizada pelo usuário’ (CFBM, 2020).

6
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A origem da biomedicina estética e as leis atreladas à origem dessa profissão para


o impacto dela na sociedade.

• A definição, a legislação e a atuação em biomedicina estética, levando em


consideração que, para atuar de forma legal nessa área profissional, é necessário
realizar uma pós-graduação em biomedicina estética, podendo ser especialização,
mestrado ou doutorado.

• A definição, as disposições, as considerações e os artigos das legislações envolvidas


com a biomedicina estética: Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011; Resolução
nº 200, de 1 de julho de 2011; Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012; Resolução
nº 241, de 29 de maio de 2014; Normativa CFBM nº 004, de 5 de novembro de 2015;
Normativa CFBM nº 005, de 5 de novembro de 2015; Resolução nº 304, de 23 de
abril de 2019; Resolução nº 307, de 17 de maio de 2019 e Resolução nº 330, de 5 de
novembro de 2020.

• A importância do Código de Ética em biomedicina emitido pelo Conselho Federal


de Biomedicina e das providências para a forma de divulgação de procedimentos
estéticos, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e em quais casos ele é
necessário.

7
AUTOATIVIDADE
1 A biomedicina estética é uma área de atuação do biomédico, incumbida por cuidados
relacionados à satisfação, à autoestima, à saúde e à beleza do paciente, baseada
na legislação de referência para a biomedicina estética, preconizada pelo Conselho
Federal de Biomedicina (CFBM). Sobre a legislação que deu origem à profissão de
biomedicina estética devidamente reconhecida pelo órgão, assinale a alternativa
CORRETA:

a) ( ) A biomedicina estética foi reconhecida pela Resolução nº 200, de 1 de julho de


2011, que dispõe sobre as atribuições do profissional biomédico no exercício da
biomedicina estética e atuação como responsável técnico de empresas.
b) ( ) A biomedicina estética teve seu início com a Resolução nº 197, de 21 de fevereiro
de 2011, que dispõe sobre as atribuições do profissional biomédico no exercício
da biomedicina estética e atuação como responsável técnico de empresas.
c) ( ) A profissão de biomedicina estética foi devidamente reconhecida e teve seu
início com a Resolução nº 304, de 23 de abril de 2019, que dispõe sobre a
especialidade em estética de biomedicina.
d) ( ) A profissão de biomedicina estética foi devidamente reconhecida e teve seu
início com a Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011, que dispõe sobre a
especialidade em estética de biomedicina.

2 Para exercer a profissão de biomédico esteta, não basta se graduar no curso de


biomedicina, também são necessários outros requisitos mínimos para a habilitação
definitiva em biomedicina estética. De acordo com a Resolução nº 200, de 1 de
julho de 2011 e com a Resolução nº 307, de 17 de maio de 2019, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011, prevê que, para o profissional atuar na


área de biomedicina estética, ele deve apresentar diploma e/ou certificado de pós-
graduação, de acordo com a LDB.
( ) Ambas as Resoluções não tornam obrigatória a inscrição desse profissional no
Conselho Regional de Biomedicina, visto que essa não é uma obrigatoriedade.
( ) A Resolução nº 307, de 17 de maio de 2019, reforça a obrigatoriedade do profissional
biomédico esteta estar vinculado e inscrito no Conselho Regional de Biomedicina.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - F.
b) ( ) F - F - V.
c) ( ) V - V - V.
d) ( ) V - F - V.

8
3 O Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) é responsável por regulamentar e
fiscalizar a atuação do profissional biomédico, inclusive o biomédico esteta. Para isso,
são criadas Resoluções a fim de padronizar e estabelecer regras a esses profissionais.
Sobre a Resolução que dispõe sobre os atos do profissional biomédico e o uso de
substâncias em procedimentos estéticos, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.


b) ( ) Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014.
c) ( ) Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.
d) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.

4 O curso de biomedicina oferece oportunidade em mais de 31 áreas de atuação, em


que podemos citar a biomedicina estética, sendo que essa área contribui bastante
para a saúde e a beleza das pessoas. Disserte sobre essa área de atuação, incluindo
a sua importância para a comunidade, a regulamentação e as legislações envolvidas.

5 A partir do reconhecimento da profissão de biomedicina estética pelo Conselho


Federal de Biomedicina (CFBM), o profissional biomédico devidamente licenciado
teve autorização para exercer procedimentos minimamente invasivos e utilizar
substâncias químicas e biológicas para o exercício dessas técnicas. Cite pelo
menos sete substâncias químicas e/ou biológicas legalmente habilitadas para uso
profissional do biomédico esteta.

9
10
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
SISTEMA TEGUMENTAR – A PELE

1 INTRODUÇÃO
O sistema tegumentar é o revestimento dos seres vivos, constituído por pele,
pelos, unhas e glândulas. O papel mais conhecido desse sistema é a proteção aos tecidos
subjacentes. A pele não é responsável só por proteger o corpo de substâncias externas
e microrganismos, além disso, atua evitando a perda de fluidos corporais. É considerada
o maior órgão do corpo humano, além de ser a primeira linha de defesa do corpo,
funcionando como uma barreira. É constituída por três camadas, em que cada camada
desempenha determinada função para defender o organismo contra riscos externos/
internos e agentes infecciosos. Apresenta, também, outros papéis fundamentais, como:
isolamento e controle da temperatura corporal, sensibilidade e produção de vitaminas D
e B. A pele pode ser considerada um dos sistemas mais importantes do corpo humano
(OLIVEIRA et al., 2014a).

A pele possui uma coloração denominada melanina, que é promovida pelos


melanócitos. A melanina concentra parte da radiação ultravioleta (UV), porém também
possui enzimas responsáveis por reparar o DNA (ácido desoxirribonucleico), que reverte
os danos causados por esses raios. Pessoas que não apresentam genes para essas
enzimas têm grandes riscos de adquirir câncer de pele (OLIVEIRA et al., 2014a).

Um outro papel fundamental do tecido subcutâneo é interligar a pele aos tecidos


subjacentes, como os músculos, por exemplo. Os anexos possuem funções importantes,
como o cabelo no couro cabeludo, que fornece isolamento da temperatura na cabeça.
Os pelos dos cílios e sobrancelhas impedem que entrem poeira e/ou outros compostos
externos nos olhos, e os pelos das narinas auxiliam a evitar a poeira na cavidade nasal.
As unhas são responsáveis por proteger as pontas dos dedos de lesões mecânicas e dão
aos dedos maior capacidade para pegar determinados objetos (OLIVEIRA et al., 2014a).

Há quatro tipos de glândulas constituintes do sistema tegumentar: glândulas


sudoríparas, glândulas sebáceas, glândulas ceruminosas e glândulas mamárias. São
integralmente glândulas exócrinas, secretando compostos para fora das células e do
corpo. As glândulas sudoríparas produzem suor. São fundamentais para auxiliar no
equilíbrio da temperatura corporal. As glândulas sebáceas são responsáveis por produzir
óleo, que auxilia na inibição de bactérias, evitando que o cabelo e a pele ressequem. As
glândulas ceruminosas são responsáveis por produzir cera, que mantém a superfície
externa do tímpano flexível, impedindo o ressecamento, e as glândulas mamárias
produzem leite (OLIVEIRA et al., 2014a).

11
2 SISTEMA TEGUMENTAR E TECIDO ADIPOSO
A pele constitui a primeira linha de defesa humana, é o maior órgão do corpo
humano. Responsável por desempenhar funções importantes para o corpo, incluindo
proteção (temperatura, radiação solar, patógenos e outros fatores extrínsecos),
sensibilidade, termorregulação, síntese e armazenamento de vitamina D, permeabilidade
cutânea, reposição celular, resistência à água, excreção de substâncias, auxílio no
sistema imunológico, entre outros. É dividida em epiderme, derme e tecido subcutâneo
(adiposo) (OLIVEIRA et al., 2014a).

A sensibilidade da pele é responsável pelas sensações de calor, frio, tato e dor,
que são captadas por receptores específicos:

• receptores de Ruffini: calor;


• receptores de Vater-Pacini: pressão;
• receptores de Krauser: frio;
• receptores de Meissner: tato;
• discos de Merkel: tato e pressão;
• terminações nervosas: principalmente dor.

A epiderme é a camada mais externa da pele, responsável pelas propriedades de


regulação, absorção e barreira, é formada basicamente por queratinócitos, melanócitos,
células de Langerhans e células de Merkel. A epiderme não é vascularizada, recebendo
seus nutrientes da derme por difusão (STÜCKER et al., 2002) e é composta por cinco
estratos: estrato córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato
germinativo (Figura 1).

FIGURA 1 – CAMADAS DA PELE E DA EPIDERME

FONTE: A autora

12
O estrato córneo é a camada mais externa da pele, responsável pela integridade
e continuidade do tecido. Nesse estrato, os queratinócitos perdem seu núcleo
(corneócitos) e outras organelas e dão origem ao chamado cimento lipídico. O estrato
lúcido é formado por células anucleadas e planas, já o estrato granuloso é responsável
por atuar na intervenção da queratinização. Nessa camada, há grânulos de querato-
hialina, que contêm precursores de queratina que, eventualmente, formam feixes. O
estrato espinhoso é composto por várias camadas de células. O estrato germinativo,
ou também denominado estrato basal, é separado da derme pela lâmina basal, nessa
camada, são encontrados os melanócitos (OLIVEIRA et al., 2014a).

A epiderme é responsável por regular a passagem de substâncias através da


pele, realiza a função de barreira contra componentes estranhos, regulação térmica,
permite a perda de eletrólitos e água e atua na absorção de fármacos (OLIVEIRA et al.,
2014a). A epiderme se renova de três a quatro semanas em condições normais.

Os melanócitos são células encarregadas pela síntese de melanina,
promovendo a pigmentação da pele, cuja coloração é o resultado da combinação de
melanina, caroteno e hemoglobina. São células globulosas de núcleo irregular. Estão
localizados no estrato espinhoso e basal da epiderme (OLIVEIRA et al., 2014a).

Os queratinócitos são células encarregadas pela síntese de queratina (proteína
de proteção), sendo as células mais numerosas da epiderme. Os queratinócitos passam
por um processo denominado queratinização e em cada estrato da epiderme ocorre
uma modificação (OLIVEIRA et al., 2014a).

As células de Langerhans possuem forma ramificada e estão localizadas
juntamente aos queratinócitos em toda a epiderme, principalmente no estrato espinhoso.
Atuam colaborando com o sistema imunológico, processando antígenos cutâneos. Podem
desencadear, também, reações de hipersensibilidade (OLIVEIRA et al., 2014a).

As células de Merkel são encontradas na epiderme, passando por modificação,


localizadas principalmente no estrato basal. São conhecidas como mecanorreceptoras,
por estarem em contato com as terminações nervosas (OLIVEIRA et al., 2014a).

A derme é originada na região mesodérmica e é responsável pela sustentação


da epiderme, além de atuar na proliferação celular. Os anexos da pele também estão
situados nessa camada, tal como as glândulas sebáceas, as glândulas sudoríparas, os
folículos pilosos, os vasos sanguíneos, os linfáticos e os nervos. É constituída por duas
camadas, denominadas camada papilar e camada reticular.

A camada papilar é uma camada fina, superior, integrada basicamente de


tecido conjuntivo; a camada reticular, por sua vez, é uma camada espessa, integra
fibras de colágeno e tecido conjuntivo denso. Constitui-se de tecido conjuntivo frouxo,

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também denominado tecido conjuntivo areolar, em que existem colágeno, elastina e
fibras reticulares. Os tipos celulares mais importantes são os fibroblastos, os adipócitos
(armazenamento de gordura) e os macrófagos (OLIVEIRA et al., 2014a).

As glândulas sudoríparas estão localizadas na derme, encarregadas pela


síntese de suor, que atua na regulação térmica na epiderme. A composição do suor inclui
sais, água e ureia. Podem ser divididas em écrinas e apócrinas; as glândulas apócrinas
são aquelas situadas no púbis, na região inguinal e nas axilas, e as écrinas no restante
do corpo (OLIVEIRA et al., 2014a).

As glândulas sudoríparas écrinas são glândulas tubulares enroladas que


direcionam substâncias até a camada superficial da pele, porém, alongam-se até a
camada interna da pele. Estão espalhadas por praticamente toda a extensão do corpo
humano. São moderadas pelos nervos colinérgicos simpáticos, que são equilibrados
pelo hipotálamo. O hipotálamo capta a temperatura central e também adquire dados
dos receptores de temperatura localizados na pele, modificando, assim, a produção de
suor, em associação com outros processos de termorregulação.

O suor écrino do ser humano é constituído basicamente de água, sais e


compostos orgânicos em solução. Ele possui baixas proporções de materiais gordurosos,
ureia e outros sedimentos. A concentração de sódio pode variar de 35 a 65 mmol/l e é
inferior em pessoas ambientadas a um ambiente quente (OLIVEIRA et al., 2014a).

As glândulas sudoríparas apócrinas só se expressam no princípio da puberdade


(por volta dos 15 anos) e produzem muito mais suor do que o normal em um período de
um mês e, em seguida, regulam e liberam proporções normais de suor após determinado
tempo. As glândulas sudoríparas apócrinas liberam suor, que contém materiais oleosos.
Estão presentes basicamente nas axilas e nas genitálias, sua produção é o principal
motivo do odor do suor, em razão das bactérias que decompõem os materiais orgânicos
dessas glândulas. O estresse emocional pode aumentar a liberação de suor das glândulas
apócrinas, ou mais diretamente: o suor já existente no túbulo é liberado. As glândulas
sudoríparas apócrinas atuam como glândulas odoríferas (OLIVEIRA et al., 2014a).

As glândulas sebáceas são encontradas na pele dos humanos e são
responsáveis por secretar uma substância gordurosa denominada sebo, que é composta
por lipídios e o restante das células adiposas mortas. Essas glândulas estão presentes
em todo o epitélio humano, com exceção das palmas das mãos e das solas dos pés.
O sebo age protegendo e impermeabilizando o cabelo e a camada externa do epitélio,
impedindo que fiquem ressecados, frágeis e rachados. Além disso, podem impedir o
crescimento de agentes infecciosos na pele (OLIVEIRA et al., 2014a).

As glândulas sebáceas comumente são encontradas em superfícies revestidas


de pelos, onde se encontram conexas aos folículos capilares, para liberarem sebo
nos fios, carregando-os para o exterior da pele ao longo da haste capilar. O cabelo,
o folículo piloso e a glândula sebácea compõem a unidade pilossebácea. Em áreas

14
sem revestimento de pelo, como pálpebras, mamilos, lábios, pênis e pequenos lábios,
também podem ser encontradas glândulas sebáceas, sendo os dutos os responsáveis
por transportar sebo nesses locais. Nas glândulas, o sebo é fornecido no interior de
células especializadas e é liberado conforme essas células se rompem; as glândulas
sebáceas são classificadas como glândulas holócrinas (OLIVEIRA et al., 2014a).

O sebo é desprovido de odor, no entanto, sua degradação bacteriana pode


provocar odores. O sebo é o motivo de cabelos “oleosos”, caso não forem devidamente
limpos por alguns dias. A cera de ouvido é em parte sebo, da mesma forma que a secreção
mucopurulenta, a substância seca que se concentra nas quinas dos olhos depois de
dormir. A constituição do sebo muda entre espécies, em humanos, o conteúdo oleoso
compreende cerca de 25% de monoésteres de cera, 41% de triglicerídeos, 16% de ácidos
graxos livres e 12% de esqualeno (OLIVEIRA et al., 2014a).

As glândulas sebáceas estão relacionadas aos distúrbios na pele, tal como


acne e queratose pilar. Uma glândula sebácea em disfunção pode acarretar em cisto
sebáceo. A isotretinoína altera de forma significativa a quantia de sebo formada pelas
glândulas sebáceas e é utilizada no tratamento da acne. O uso exagerado de esteroides
anabolizantes por fisiculturistas para impedir a perda de peso pode incitar as glândulas
sebáceas, resultando em acne (OLIVEIRA et al., 2014a).

As glândulas ceruminosas, conhecidas por produzirem a cera de ouvido,


também denominada clinicamente como cerúmen, é caracterizada como uma substância
cerosa e de coloração amarelada e é secretada pelo ouvido humano. Possui um papel
fundamental no aparelho auditivo, ajudando a manter a limpeza e a lubrificação da pele,
além disso, é responsável por fornecer proteção contra microrganismos e insetos. O
excesso de cerúmen pode causar obstrução do canal auditivo e, consequentemente,
prejudicar a audição (OLIVEIRA et al., 2014a).

As glândulas mamárias são responsáveis pela produção de leite em fêmeas,
para sustento dos filhos/filhotes. São glândulas sudoríparas modificadas e com tamanho
aumentado, quando comparadas às demais glândulas sudoríparas. São compostas por
alvéolos com revestimento de células epiteliais, responsáveis pela produção de leite. Os
alvéolos são responsáveis por dar origem aos lóbulos, que drenam a abertura dos mamilos.
Células mioepiteliais se contraem de forma similar às células musculares, empurrando o
leite pelos ductos lactíferos em direção ao mamilo, onde são acumulados em seios. Os
bebês espremem o leite que fica armazenado nesses seios (OLIVEIRA et al., 2014a).

Os pelos são originados pelo processo de renovação da epiderme, onde novas
células são produzidas constantemente e células velhas ficam expostas. Quando ocorre
o acúmulo de queratina, as células ficam compactas, dando origem aos pelos e às unhas
(OLIVEIRA et al., 2014a).

15
As unhas são estruturas compostas de queratina. Possuem duas principais
funções no corpo humano: proteção e sensibilidade na ponta dos dedos. A ponta do
dedo possui várias terminações nervosas, que são responsáveis por garantir que sejamos
capazes de receber informações quando entramos em contato com as superfícies. A
unha pode produzir ainda força contrária à ponta do dedo, fornecendo informações
quando determinado objeto é tocado (OLIVEIRA et al., 2014a).

A unha pode ser dividida em seis partes: raiz, leito ungueal, lâmina ungueal,
eponíquio (cutícula), perioníquio e hiponíquio. A raiz da unha também é denominada
matriz germinativa. Fica localizada abaixo da pele, na parte detrás da unha e ocupa
alguns milímetros do dedo, é responsável pela produção de grande parte da unha e do
leito ungueal. Não produz melanina, por não possuir melanócitos presentes.

A borda da raiz é caracterizada como sendo uma estrutura branca em forma


decrescente presente na unha, denominada lúnula. O leito ungueal compõe a matriz
ungueal, também denominada matriz estéril. A matriz estéril vai da lúnula até o
hiponíquio. O leito ungueal possui vasos sanguíneos, nervos e células produtoras de
melanina. Conforme a unha é desenvolvida pela matriz germinativa, ela adiciona material
na superfície inferior da unha, fazendo com que fique mais espessa, esse processo
é fundamental para que ocorra o crescimento das unhas e para que o leito ungueal
tenha característica lisa. Caso não ocorra, a unha pode ser danificada, rachando ou
formando sulcos, que são esteticamente desagradáveis. A placa ungueal é composta
de queratina. A característica rosada da unha é ocasionada pelos vasos sanguíneos sob
a unha. A superfície inferior da placa ungueal possui sulcos no decorrer do comprimento
da unha, que auxiliam na ancoragem do leito ungueal (OLIVEIRA et al., 2014a).

A cutícula da unha também é conhecida como eponíquio, está localizada entre


a pele do dedo e a lâmina ungueal, formando uma barreira à prova d’água. O perioníquio
é conhecido como a pele que recobre a placa ungueal em seus lados. É denominada
também como borda paroníquia, é a localização das unhas encravadas, e o hiponíquio
é a área conhecida entre a placa ungueal e a ponta do dedo (OLIVEIRA et al., 2014a).

A camada de sustentação dos revestimentos superiores (epiderme e derme) é


denominada de fáscia subcutânea, tecido subcutâneo (adiposo) e uma denominação
mais antiga, hipoderme. Contém células adiposas e também alguns anexos da pele,
tais como vasos sanguíneos e folículos capilares. A função desse tecido é de proteção,
preenchimento, reserva de energia e isolante térmico (OLIVEIRA et al., 2014a).

3 A AVALIAÇÃO DA PELE

A pele é responsável por grande parte do peso corporal humano, equivalendo a
cerca de 20% desse peso. Vários critérios são usados para classificar os diferentes tipos
de pele. No entanto, do ponto de vista estético, a pele é classificada de acordo com vários
fatores relacionados ao seu equilíbrio: secreção sebácea, hidratação e nível de sensibilidade.

16
Assim, cada tipo de pele terá características próprias e exigirá cuidados
diferenciados. O tipo de pele é determinado pela genética, embora também seja
afetado por outros fatores e possa mudar com o tempo. A pele pode apresentar diversas
disfunções faciais, acometidas principalmente pelo tipo de pele individual, composição
da pele, fatores relacionados à exposição ao sol e ao envelhecimento.

3.1 CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PELE


Ao comparar a pele de diferentes indivíduos é possível observar diferenças
significativas na composição desse tecido, acarretando diferentes classificações de
biotipos de pele. A pele pode ser classificada, dessa forma, quanto ao seu aspecto,
elasticidade, textura, sensibilidade e porcentagem de óleo e água produzidos no tecido
(OLIVEIRA et al., 2014a).

• Pele normal ou eudérmica: é a pele que apresenta secreções sudoríferas e


sebáceas equilibradas, garantindo, dessa forma, um equilíbrio entre óleo e água.
Uma pele desse tipo é caracterizada por possuir uma boa elasticidade e hidratação
e aspecto saudável (OLIVEIRA et al., 2014a).
• Pele seca ou alípica: esse tipo de pele é caracterizado por apresentar espessura
da epiderme reduzida e déficit de manto hidrolipídico, apresentando, assim,
irritabilidade e tendência à sensibilidade. A característica visual desse tipo de pele é
opaca, esbranquiçada e adelgaçada, acarretando na falta de viço. Uma pele desse
tipo apresenta pouca produção de água e óleo (OLIVEIRA et al., 2014a).
• Pele oleosa ou lipídica: esse tipo de pele é caracterizado pela produção exacerbada
de secreção sebácea, resultando em uma espessura epidérmica maior. O aspecto
desse tipo de pele é com excesso de brilho e tendência à formação de lesões, como
pápulas, comedões e pústulas (OLIVEIRA et al., 2014a).
• Pele lipídica acneica: esse tipo de pele é caracterizado pelo mesmo tipo de pele
anterior, porém pode ser decorrente a presença de lesões e inflamações intensas,
como pápulas, nódulos, comedões, pústulas e cistos (OLIVEIRA et al., 2014a).
• Pele mista: nesse tipo de pele, a zona T exibe características diferentes das
demais áreas do rosto. Dessa forma, a zona T apresenta um excesso de secreção
sebácea, podendo apresentar comedões, e as demais partes da face apresentam
características de pele desidratadas ou normais (OLIVEIRA et al., 2014a).

IMPORTANTE
A zona T é constituída pela região frontal da face, mento e nariz.

17
3.2 DISFUNÇÕES ESTÉTICAS FACIAIS
Acnes são caracterizadas como poros entupidos na pele. Podem ser acometidas
por: produção de óleo exagerada, microrganismos, desregulação hormonal, células
lisadas e pelos encravados. Realizar a identificação do tipo de acne é de extrema
importância para o sucesso no tratamento. As acnes podem ser classificadas em não
inflamatórias ou inflamatórias. Os subtipos de acne alocados dentro dessas duas divisões
incluem: cravos, espinhas, pápulas, pústulas, nódulos e cistos (CHERNEY, 2019).

A acne denominada não inflamatória inclui cravos e espinhas. Normalmente, é


caracterizada por não causar inchaço. Responde relativamente bem aos tratamentos
estéticos considerados simples, como limpeza de pele, por exemplo. O ácido salicílico
é utilizado com frequência no tratamento da acne em geral, porém, normalmente,
funciona mais adequadamente em acne não inflamatória. Tal ácido esfolia naturalmente
a pele, removendo as células mortas, que é um dos motivos de causas de espinhas e
cravos (CHERNEY, 2019).

Os cravos acontecem quando determinado poro está entupido em decorrência


de excesso de sebo e/ou células lisadas na pele. A parte superior do poro se mantém
aberta e o restante entupido, resultando na coloração preta característica na superfície
da pele (CHERNEY, 2019).

Espinhas vermelhas visivelmente inchadas são denominadas acnes


inflamatórias. Apesar de o sebo e de as células lisadas da pele contribuírem para a
acne inflamatória, microrganismos, como as bactérias, também podem desencadear
um papel no entupimento desses poros. As bactérias podem provocar uma infecção
no interior da superfície da pele, resultando em manchas de acne, que geralmente
são doloridas e difíceis de tratar. Os produtos à base de peróxido de benzoíla auxiliam
na redução do inchaço, na eliminação de microrganismos e na remoção do excesso
de sebo. Os retinoides de uso tópico também são úteis no tratamento de pápulas e
pústulas inflamatórias (CHERNEY, 2019).

As pápulas são decorrentes quando as paredes ao redor dos poros se rompem


por causa de uma inflamação grave, resultando em poros endurecidos e entupidos,
sensíveis ao toque. A pele em torno desses poros geralmente é rosada. As pústulas
também podem ocorrer quando as paredes em volta dos poros são rompidas.
Diferentemente das pápulas, as pústulas são completadas com pus. Esses inchaços
saem da pele e geralmente são de coloração avermelhada. Frequentemente, possuem
a parte superior amarela ou branca (CHERNEY, 2019).

Os nódulos acontecem quando poros entupidos e inflamados crescem.


Diferentemente das pústulas e pápulas, os nódulos são caracterizados por serem bem
profundos, e os cistos podem progredir quando os poros são obstruídos por uma
associação de microrganismos, sebo e células lisadas. As obstruções ocorrem no interior
da pele e são mais profundas do que os nódulos. Esses inchaços são frequentemente
18
dolorosos ao toque. Os cistos são os subtipos de acne com maior forma e sua formação
pode acarretar em infecção grave. Este tipo de acne também é o mais propenso a
cicatrizar (CHERNEY, 2019).

O processo de cicatrização ocorre em três etapas: a fase inflamatória, a
proliferativa e a remodeladora. Na fase inflamatória, ocorre a formação da rede de
fibrina e a dispersão de células de defesa que removerão microrganismos e substâncias
desconhecidas. Na segunda fase, também denominada de fase proliferativa, ocorre
principalmente a proliferação de endotélio, fibloblastos e queratinócitos e também
a formação de fibronexus. Na última fase, ocorre a modificação na organização do
colágeno, sendo o colágeno tipo III substituído pelo tipo I, favorecendo as ligações
cruzadas entre monômeros e aumentando a resistência da ferida (LEMOS, 2019).

INTERESSANTE
O colágeno é uma proteína tridimensional composta por várias sequências
de três aminoácidos, sendo sintetizado de forma natural pelo organismo.
Os principais tipos de colágeno são tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV. O
colágeno tipo I é o mais abundante no corpo humano, sendo encontrado
em tendões, pele, dentes e ossos, possui forma de fibra e é resistente. O
colágeno tipo II é encontrado principalmente nas cartilagens. O colágeno
tipo III é encontrado principalmente em músculos, artérias, intestino
e útero e ainda em órgãos, como rins e baço, apresenta elasticidade e
é encontrado em formas variáveis. O colágeno tipo IV é formado por
moléculas que não estão associadas com fibrilas.

Cicatrizes faciais comuns são formadas por acnes, resultando no aumento da


proliferação do tecido ou perda tecidual (Figura 2). Essas cicatrizes são ocasionadas pela
perda de colágeno em consequência ao processo inflamatório ocasionado pela acne. Na
estética, não existe terapêutica padrão para o tratamento dessas cicatrizes, existem
tratamentos adotados, tais como peelings, dermabrasão, preenchedores, subcisão,
aplicação de lasers, técnicas de compuch e microagulhamento (LEMOS, 2019).

FIGURA 2 – CICATRIZES FACIAIS OCASIONADAS POR ACNE

FONTE: <https://shutr.bz/3jDzsUq>. Acesso em: 30 mar. 2022.


19
Com o processo natural de envelhecimento, o colágeno presente no tecido
conjuntivo vai se tornando mais rígido e a elastina passa a entrar em déficit com a sua
elasticidade natural. Essas variações no tecido conjuntivo fazem com que o tecido
adiposo da pele não se mantenha uniforme, provocando a desidratação excessiva da
pele, resultando em flacidez e rugas faciais (LEMOS, 2019).

Em consequência a esse processo, existe a ação do vetor gravitacional, que


influencia na queda do tônus muscular, gerando flacidez e comprometendo a estética
facial. O envelhecimento provoca a redução dos valores do ângulo no sulco nasogeniano,
aumentando a distância entre a base do nariz e a comissura labial (LEMOS, 2019).

NOTA
O sulco nasogeniano é ocasionado pela contração dos músculos da face em
excesso, pela falta de descanso noturno e pelo cansaço, além de causas que
favorecem o envelhecimento estrutural da derme e do tecido subcutâneo.

A exposição prolongada à luz ultravioleta faz com que a pele sofra


fotoenvelhecimento e, em casos mais graves, até fotocarcinogênese. A melanina é
uma substância importante na proteção da pele contra os raios ultravioleta, porém
sua produção exagerada pode provocar manchas na pele. O processo denominado
melanogênese acontece nos melanócitos no estrato basal da epiderme, sendo
influenciado por fatores hormonais, genéticos, genes de pigmentação e exposição aos
raios ultravioleta (LEMOS, 2019). Existem vários tipos e manifestações de hipercromias
conhecidos, dentre os quais podemos destacar:

• dermatite por bijuteria e/ou perfume: manchas no rosto e/ou colo decorrentes
da ação de sensibilidade a substâncias existentes em determinados cosméticos ou
bijuterias;
• hipercromias pós-inflamatórias: decorrentes de fenômenos de agressão à pele,
como inflamação ou queimaduras;
• lentigens: são manchas não ocasionadas pela exposição ao sol. São salientes e
limitadas, apresentando coloração amarelo a marrom-escuro;
• lentigens de luz de sol ou senis: manchas escuras decorrentes de exposição
solar ou faixa etária acima de 50 anos (Figura 3).

20
FIGURA 3 – LENTIGENS DE LUZ DE SOL OU SENIS

FONTE: Joyja-Lee, Shutterstock (2022).

• melanodermia residual: decorrente de um processo inflamatório crônico, que


pode levar ao aumento de melanófagos.
• melasma: decorrente principalmente em mulheres, consistindo na hipermelanogê-
nese com coloração marrom-escuro, sendo ocasionado por fatores como: exposição
prolongada ao sol, hormônios, uso de cosméticos com perfume e fatores genéticos
(Figura 4).

FIGURA 4 – MELASMA

FONTE: <https://shutr.bz/3jz0TyD>. Acesso em: 30 mar. 2022.

• queratoses senis ou actínicas (melanoses solares): manchas com coloração


variada, com escamas e crostas, podendo evoluir para carcinoma;
• máscara de gravidez ou clasma: são manchas acometidas pela gravidez ou
anticoncepcionais, que acometem principalmente a testa, as maçãs do rosto e as
têmporas;
• sardas da cor ruiva ou efélides: são representadas por manchas com coloração
marrom-avermelhada, aumentando de tamanho quando expostas ao raio
ultravioleta, são encontradas no rosto e em partes cobertas do corpo (Figura 5).

21
FIGURA 5 – SARDAS DA COR RUIVA OU EFÉLIDES

FONTE: <https://shutr.bz/3EaRl6w>. Acesso em: 30 mar. 2022.

• hiperpigmentação periorbital: melanose com aspecto circular próxima à região


periocular e pálpebras. Essa hipercromia não possui tratamento, trata-se de
casos hereditários de transmissão autossômica, desenvolvida principalmente na
adolescência;
• melanodermatites por fotossensibilização: pigmentações decorrentes de fo-
tossensibilização medicamentosa;
• melanose de Riehl: pigmentação que acomete a face, as têmporas, o colo e a
testa, é causada principalmente por fatores endócrinos, cosméticos e nervosos;
• poiquilodermia de Civatte: manchas escuras que surgem principalmente no V do
pescoço em mulheres peri e pós-menopausa.

As rugas são resultado da destruição da arquitetura na composição cutânea,


ocasionando sobras de pele, flacidez, bolsas de gordura e rugas estáticas e dinâmicas,
resultado do envelhecimento. Podem ser profundas, que permanecem mesmo com o
estiramento da pele, e superficiais, que com o estiramento da pele desaparecem. São
classificadas como estáticas, quando ficam expostas mesmo sem expressões faciais,
e dinâmicas, quando aparecem somente sob influência de expressões faciais, como o
sorriso (LEMOS, 2019).

Sulcos infraorbitais (olheiras): é o resultado do envelhecimento da região
dos olhos, acarretando alterações cutâneas e perda de volume. Várias são as causas que
podem acarretar as olheiras: aumento de melanina, sendo considerada uma melanocitose
dérmica, fricção da área periorbital, envelhecimento, provocando a redução de tecido
subcutâneo adiposo, edema periorbital, aumento de sombreamento, provocado por
situações de luminosidade, e aumento da visibilidade dos vasos (LEMOS, 2019).

É necessário sempre levar em consideração o tipo de olheira para a seleção do tipo
de tratamento. Quando decorrentes de hipervisibilidade da vasculatura e musculatura,
não é indicado nenhum tipo de tratamento, pelos benefícios serem mínimos. Quando
decorrentes pelo acúmulo de melanina, podem ser realizados peelings químicos,

22
clareadores, ácido retinoico, lasers e luz intensa pulsada. Caso sejam decorrentes de
modificações no volume periorbital, as técnicas de preenchimento podem ser realizadas.
Quando provenientes da alteração do contorno devido à flacidez, são indicados peelings
químicos, lasers e luz intensa pulsada (LEMOS, 2019).

4 AVALIAÇÃO E DISFUNÇÕES ESTÉTICAS CORPORAIS


Disfunções estéticas corporais, tais como fibroedema geloide, estrias e flacidez,
são as queixas mais comuns em pacientes atendidos em centros estéticos. Entre as
causas desses distúrbios estão o envelhecimento cronológico, o fotoenvelhecimento,
as mudanças no corpo, a gravidez e a perda ou ganho de peso. A fibroedema geloide,
conhecida popularmente como “celulite”, tem uma prevalência entre 85% e 98% em
todos os grupos étnicos (SILVA; FILONI; FITZ, 2014).

Os fatores de risco que contribuem para o seu surgimento são: excesso de


gordura corporal, fatores hormonais, dietas inadequadas, predisposição genética,
tabagismo, distúrbios posturais e ortopédicos, inatividade e também compressão
externa dos tecidos do corpo causada pelo uso de roupas apertadas.

Embora a queixa principal esteja relacionada à estética, disfunções estéticas


corporais causam problemas funcionais e emocionais, podem levar à redução da
autoestima e criar problemas nas relações interpessoais. Assim, esses distúrbios são
considerados um problema de saúde, por apresentarem grande impacto na qualidade
de vida das mulheres (SILVA; FILONI; FITZ, 2014).

4.1 FIBROEDEMA GELOIDE (FEG)


Fibroedema geloide, também denominado de celulite, é um distúrbio no panículo
adiposo e acomete de 80 a 90% das mulheres, atingindo principalmente a região das
coxas e glúteos. São alterações na circulação, que possuem como consequência
o edema, prejudicando o metabolismo e alterando o adipócito, que sofre hipertrofia,
comprimindo a microcirculação e acarretando no espessamento não inflamatório. É
apresentado como depressões na pele com aspecto denominado “casca de laranja”
(OLIVEIRA et al., 2014b).

23
FIGURA 6 – ASPECTO VISUAL DE CELULITES

FONTE: <https://shutr.bz/3E8Nqas>. Acesso em: 30 mar. 2022.

As alterações das FEGs são divididas em quatro fases:

• fase 1: ocorre a hipertrofia das células, que acarreta na congestão, comprimindo,


assim, os vasos calibrosos, que são dilatados, excretando um líquido seroso e
aumentando a congestão. Esse ciclo é vicioso;
• fase 2: a dilatação faz com que ocorra a liberação de eletrólitos e mucopolissacarídeos,
que são responsáveis por atingir as terminações nervosas e modificar as fibras
conjuntivas;
• fase 3: compressão de nervos e artérias devido à formação de um tecido composto
de colágeno;
• fase 4: desenvolvimento de fibrose cicatricial e retração esclerótica, que acomete
os nervos e provoca periarterite (OLIVEIRA et al., 2014b).

A incidência de FEG é maior em mulheres do que em homens em virtudes


fisiológicas, hormonais e anatômicas. Os lóbulos dos adipócitos em mulheres são maiores
do que nos homens. Homens possuem tecido subcutâneo com septos relativamente
mais finos e lóbulos de adipócitos menores, reduzindo a incidência. Causas etiológicas
também podem causar FEG, nas quais podemos destacar: tabagismo, sedentarismo,
fatores genéticos, fatores hormonais e problemas circulatórios (OLIVEIRA et al., 2014b).

4.2 ESTRIAS

Estrias são comuns na população e acometem principalmente as mulheres,
sendo provocadas por um estiramento em excesso do tecido. São incidentes na
adolescência, entre 12 e 14 anos, e na fase adulta, entre 20 a 30 anos. No período de
gestação, o aumento de estrias é comum (OLIVEIRA et al., 2014b). São vistas como
desagradáveis do ponto de vista estético por questões socioculturais, também podem
estar relacionadas com ansiedade e baixa autoestima.

24
FIGURA 7 – ASPECTO VISUAL DAS ESTRIAS

FONTE: <https://www.adcosprofissional.com.br/blog/tipos-estrias-tratamentos/>. Acesso em: 30 mar. 2022.

As estrias geralmente são decorrentes de crescimento rápido, aumento de peso


rápido, uso de contraceptivos hormonais por um longo período de tempo, gravidez,
desidratação e sedentarismo. As áreas de maior incidência são as que sofrem por
modificações elásticas, como mamas, glúteos e abdômen (OLIVEIRA et al., 2014b).

Os fatores de risco na obtenção de estrias são: ser mulher, ter um histórico


pessoal ou familiar de estrias, gravidez, crescimento rápido na adolescência, ganho e
perda de peso rapidamente, uso de corticosteroides, fazer cirurgia plástica de aumento
de mama, exercícios e uso de esteroides anabolizantes e ter um distúrbio genético,
como síndrome de Cushing ou síndrome de Marfan.

NOTA
A síndrome de Cushing é representada por uma série de reações adversas
ocasionadas pelo uso contínuo de glicocorticoides, elevando o nível de cortisol
no sangue. Entre os sintomas característicos da síndrome de Cushing, pode-
se citar distúrbios emocionais, face de lua cheia com bochechas rosadas,
hipertensão, hipertrofia cardíaca, depósito de gordura abdominal, obesidade,
tendência a hiperplasias, aparecimento de estrias, osteoporose, úlceras na
pele e perda de massa muscular.

As estrias não são todas iguais. Eles variam dependendo do tempo de obtenção,
causa, localização no corpo e o tipo de pele. Variações comuns incluem: listras ou linhas
recortadas no abdômen, seios, quadris, nádegas ou outros lugares do corpo, listras
rosas, vermelhas, pretas, azuis ou roxas, listras brilhantes que desbotam para uma cor
mais clara e estrias cobrindo grandes áreas do corpo (OLIVEIRA et al., 2014b).

25
Entre os tratamentos utilizados para estrias e melhora do seu aspecto visual,
podemos citar: introdução de agulha, promovendo resposta inflamatória e acelerando
o processo de reepitelização e reparo do tecido; microdermoabrasão; tratamento com
ácidos, porém só em estrias rubras (fase inicial), intradermoterapia e fototerapia com
lasers (OLIVEIRA et al., 2014b).

O tratamento com ácidos em estrias rubras consiste, principalmente, na síntese
de colágeno, que atua reestruturando fibras elásticas e reduzindo a espessura das
estrias. Os principais ácidos utilizados para essa finalidade são o ácido glicólico, o ácido
retinoico e o ácido L-ascórbico.

A fototerapia com lasers tem como princípio, por sua vez, a estimulação de
radicais livres de oxigênio e peróxido de hidrogênio, sendo estes responsáveis por
destruírem ligações bivalentes, causando o efeito de clareamento nas estrias.

ESTUDOS FUTUROS
Veremos o procedimento de intradermoterapia mais adiante e na Unidade 3.

26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O sistema tegumentar é composto por pele e anexos, que são as camadas da pele
e as células que as compõem (melanócitos, queratinócitos, células de Langerhans
e células de Merkel), a função das glândulas (sudoríparas, sebáceas, ceruminosas e
mamárias) e a composição, a função e o desenvolvimento de unhas e pelos.

• A pele é classificada e avaliada em normal ou eudérmica, seca ou alípica, oleosa ou


lipídica, acneica e mista.

• Existem disfunções estéticas faciais, como acnes, cicatrizes, flacidez, hipercromias,


rugas e sulcos infraorbitais (olheiras), assim, entendemos seus conceitos, fatores de
predisposição e como funciona o seu tratamento.

• Existem disfunções estéticas corporais, como fibroedema geloide (celulites) e estrias,


compreendemos seus conceitos, fatores de predisposição e como funciona o seu
tratamento.

27
AUTOATIVIDADE
1 O sistema tegumentar é a barreira física dos seres vivos, composto por pele, pelos,
unhas e glândulas. A pele não é responsável só por proteger o corpo de substâncias
externas e microrganismos, além disso, atua evitando a perda de fluidos corporais.
Sobre a pele, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) É formada basicamente por quatro camadas: epiderme, derme, hipoderme e


tecido adiposo.
b) ( ) É considerada o maior órgão do corpo humano. Uma das suas camadas é
conhecida como epiderme, dividida em cinco estratos: estrato córneo, estrato
lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato germinativo.
c) ( ) A pele é formada por apenas três camadas: estrato lúcido, estrato granuloso e
estrato germinativo.
d) ( ) As glândulas sebáceas, as glândulas sudoríparas, os folículos pilosos, os vasos
sanguíneos, os linfáticos e os nervos estão localizados na epiderme da pele.

2 A pele desempenha funções importantes no corpo humano, como proteção,


sensibilidade, termorregulação, produção e armazenamento de vitamina D,
entre outras funções. Dessa forma, pode ser classificada quanto ao seu aspecto,
elasticidade, textura, sensibilidade e porcentagem de óleo e água produzidos no
tecido. Sobre a pele, sua classificação e as disfunções faciais, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A pele pode ser classificada em pele normal ou eudérmica, pele seca ou alípica,
pele oleosa ou lipídica, pele lipídica acneica e pele normal.
( ) Acnes, cicatrizes e sulcos infraorbitais são exemplos de disfunções faciais.
( ) Sardas, sulcos infraorbitais e fibroedema geloide são exemplos de disfunções faciais.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - F.
b) ( ) F - F - V.
c) ( ) V - V - V.
d) ( ) V - F - V.

3 Fibroedema geloide é uma desordem no panículo adiposo, principalmente em mulheres,


ocasionado por alterações na circulação e, consequentemente, causando edema,
atrapalhando o metabolismo e modificando o adipócito. Sobre o que representam o
fibroedema geloide, as estrias e a flacidez, assinale a alternativa CORRETA:

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a) ( ) Disfunções corporais.
b) ( ) Disfunções faciais.
c) ( ) Sintomas da síndrome de Cushing.
d) ( ) Problemas emocionais.

4 A epiderme é conhecida como a camada mais externa da pele, responsável pela


regulação, absorção e também por propriedades de barreira. É formada por quatro
tipos celulares: queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de
Merkel. Disserte sobre esses tipos celulares, incluindo sua produção, localização e
função no organismo.

5 A derme é formada na região mesodérmica da pele e é encarregada pela sustentação


da epiderme, atuando também na proliferação celular. Nessa camada, ficam os anexos,
como as glândulas (sebáceas, sudoríparas, mamárias e ceruminosas). Disserte sobre
essas glândulas, incluindo sua função, produção e localização.

29
30
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
BASE DOS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE
INVASIVOS

1 INTRODUÇÃO
A beleza é vista como um conjunto de atributos que são confortáveis aos olhos
e que são capazes de agradar o observador. A definição de beleza é versátil, de acordo
com aspectos culturais e do ponto de vista pessoal. O envelhecimento é um processo
biológico e constante, que é ocasionado por razões intrínsecas ou extrínsecas. O processo
de envelhecimento intrínseco é um evento natural e inevitável com o passar dos anos, o
extrínseco ocorre de forma precoce por exposição do organismo a fatores ambientais,
como a exposição ao sol. Durante o período de envelhecimento, ocorrem alterações
bioquímicas e estruturais das fibras de colágeno, diminuindo sua síntese e aumentando
a sua degradação, como resultado acontece a modificação do volume facial, a perda de
elasticidade, os sulcos e as marcas de expressões (VASCONCELOS et al., 2020).

A perda de colágeno é um dos principais contribuintes para o envelhecimento
facial. O colágeno é uma proteína fibrosa que dá estrutura e sustentação à pele. Quando
o conteúdo de colágeno da pele diminui com a idade, dá origem a sinais típicos de
envelhecimento, como flacidez e rugas.

Procedimentos minimamente invasivos, incluindo neurotoxinas, preenchimentos


dérmicos, ácidos, lasers, bioestimuladores, mesoterapia, PEIM e microagulhamento,
oferecem complementos poderosos e menos agressivos que a cirurgia e são
altamente eficazes em pacientes selecionados. Esses procedimentos visam solucionar
irregularidades faciais, incluindo rugas e linhas finas, diminuição de volume, contorno
e gordura indesejada. Determinar a melhor abordagem para um determinado
paciente envolve uma consideração cuidadosa das condições de saúde do paciente,
características anatômicas únicas, qualidade do tecido e resultados desejados.

2 TOXINA BOTULÍNICA
A toxina botulínica, também conhecida popularmente como botox, é
desenvolvida por uma bactéria denominada Clostridium botulinum, passando por um
processo de purificação antes da sua utilização na prática estética. É amplamente
utilizada com a finalidade de reduzir a hipertonia muscular e bloquear a liberação de
acetilcolina no nervo pré-sináptico. Existem vários tipos de toxinas produzidas pela
bactéria, conhecidas como A, B, C, D, E e F, porém, a toxina botulínica tipo A é a mais
amplamente utilizada na aplicação estética (LEMOS, 2019).

31
O nome “botox” vem do nome comercial da toxina botulínica do tipo A, produzida
pela indústria Allegan Inc., cujo nome comercial é BOTOX®.

O mecanismo de ação da toxina botulínica compreende o bloqueio da liberação


de acetilcolina nos terminais pré-sinápticos, reduzindo, dessa forma, a contração do
músculo. Quando a forma de aplicação é injetada diretamente no músculo, a neurotoxina
é internalizada através de um receptor que se encontra na junção neuromuscular. A toxina,
no entanto, realiza a quebra das ligações peptídicas da proteína SNARE (do inglês Soluble
N-ethylmaleimide-sensitive fator attachment protein receptor), que funde as vesículas
de acetilcolina com as membranas na terminação pré-sináptica (SILVA et al., 2016).

Para a aplicação de toxina botulínica com finalidade estética, é necessário


conhecer a anatomia facial, a função de cada músculo sobre a expressão facial e as
linhas de expressão que ele produz.

QUADRO 1 – REVISÃO DOS MÚSCULOS, FUNÇÃO E LINHAS DE EXPRESSÃO QUE PRODUZEM

Músculo Função Linha de expressão

Levantamento das sobrancelhas


Frontal Concomitantes horizontais na testa
enquanto expressa espanto

Orbicular dos olhos Fechamento dos olhos Popular "Pés de galinha"

Contribuição na depressão da
porção medial das sobrancelhas. Concomitantes e horizontais sobre
Prócero
Contribui durante expressão de a glabela
preocupação

Une as sobrancelhas próximas à


Oblíquas na região da glabela e
linha média durante expressão
Corrugador quadrante superior interno da
de preocupação e auxilia no
órbita.
fechamento pressionado dos olhos

Elevador da pálpebra Músculo funcional. Não há


Levantamento da pálpebra superior
superior formação de linhas de expressão

Contribui nas linhas de expressão


Mobilidade do nariz e auxílio ao
Transverso do nariz sobre o nariz nas laterais e nas
falar que estende as narinas
linhas da região infraocular interna

Depressor do septo Abaixa o septo nasal. Sua função é Horizontal entre a borda do lábio
nasal facilmente exibida no sorriso superior e a base do septo nasal

Contribui nas rugas da lateral do


Elevador do lábio Levanta o quadrante superior do nariz, do canto dos olhos e para
superior (nasal) lábio na elevação do canino o início do sulco nasogeniano
juntamente ao nariz

32
Levanta o quadrante na parte Auxilia para o sulco nasogeniano
Elevador do lábio
superior do lábio na porção medial e também para as rugas ao redor
superior (malar)
ao canino dos olhos

Levanta o quadrante superior


Colabora para o sulco naso-
do lábio com o elevador do lábio
Zigomático menor geniano e também para rugas ao
superior, exibindo os dentes
redor dos olhos
mandibulares

Levanta o ângulo da boca para Auxilia para o sulco nasogeniano,


cima e para fora, como no sorriso, para as rugas ao redor dos olhos
Zigomático maior
semblante de felicidade e auxiliar e também no alinhamento do
no processo de mastigação sorriso

Levanta o ângulo da boca e lábio


Elevador do ângulo
superior simultaneamente com o Contribui na linha do sorriso
da boca
zigomático maior

Orbicular dos lábios Fechamento e abertura dos lábios Linhas ao redor da boca

Preserva constante o formato da Se trata de um músculo funcional


Bucinador bochecha e está associado com e pode contribuir com linhas em
funções de assopro e assobio torno da boca

Guia o ângulo da boca para cima e


Risório Linha do sorriso
para trás

Depressor do ângulo Auxilia para o popular "bigode


Contrai o ângulo da boca
da boca chinês"

Depressor do lábio Auxilia para o popular "bigode


Everte o lábio inferior
inferior chinês”

Protrai o mento, levantando as Forma linha no formato de meia


Mentual
partes coles da borda do queixo -lua no queixo

Tensiona a pele do pescoço


Platisma ou cutâneo enquanto que contribui para a Forma as linhas do popular
do pescoço tração da mandíbula e do lábio “colarete" no pescoço
inferior para baixo

FONTE: Adaptado de Sposito (2004)

As linhas de expressão hipercinéticas são as mais encontradas na parte superior


da face, em que tratamentos cirúrgicos são vistos como muito invasivos e os resultados
nem sempre são agradáveis. Por esse motivo, o tratamento com toxina botulínica nessa
região tem se mostrado promissor (SPOSITO, 2004).

33
FIGURA 8 – ANATOMIA FACIAL E LINHAS DE EXPRESSÃO

FONTE: <https://shutr.bz/3LZe7Ry>. Acesso em: 30 mar. 2022.


O terço inferior e médio possui músculos que estão relacionados à função
anatômica da boca, atuando tanto como agonistas como antagonistas. A aplicação de
neurotoxina nessas áreas deve ser avaliada de forma criteriosa, por se tratar de uma
região complexa. O terço inferior está relacionado aos músculos em volta da boca, que
possuem ações funcionais, como deglutição, mastigação, articulações sonoras e ações
em algumas expressões faciais, como sorriso, “biquinho”, descontentamento e birra
(SPOSITO, 2004).

3 PREENCHEDORES
Preenchedores são substâncias atóxicas e biocompatíveis que são aplicadas
na pele, desempenhando funções estéticas e corrigindo imperfeições e/ou disfunções.
O preenchedor mais amplamente utilizado para aplicação estética é o ácido hialurônico
(SILVA et al., 2016).

O ácido hialurônico é um polissacarídeo que é encontrado naturalmente na matriz


extracelular da pele, e devido ao seu caráter aniônico, desempenha importantes funções
relacionadas à hidratação, ao preenchimento e à estabilização. Por ser uma substância
biocompatível, são raras as manifestações de rejeição, sendo reações comuns pequenos
hematomas e processos inflamatórios pós-aplicação (SILVA et al., 2016).

FIGURA 9 – APLICAÇÃO DE ÁCIDO HIALURÔNICO PARA CONTORNO DOS LÁBIOS

FONTE: <https://shutr.bz/3v97u8w>. Acesso em: 30 mar. 2022.

34
O ácido hialurônico é comumente aplicado na estética para a correção de sulcos
infraorbitais (olheiras), sulco nasogeniano (“bigode chinês”), contorno e aumento de
volume labial, contorno da mandíbula, projeção do queixo, correção do nariz, correção
de rugas e aumento do zigomático (SILVA et al., 2016).

4 BIOESTIMULADORES
Bioestimuladores são substâncias que após injetadas sob a superfície da
pele, restauram o volume e melhoram a sua aparência. Eles funcionam estimulando
a produção natural de fibroblastos (células que criam colágeno e elastina) do corpo. O
objetivo dos bioestimuladores de colágeno é ativar a renovação do colágeno na pele e,
assim, ajudar a restaurar sua estrutura e volume internos (LEMOS, 2019).

Um bioestimulador de colágeno consiste em uma substância que é injetada


na derme profunda, a camada intermediária da pele. Uma vez injetada, a substância
estimulará a produção de colágeno. Um tratamento com um bioestimulador de colágeno
é o chamado tratamento minimamente invasivo. O efeito é gradual e os resultados
geralmente são visíveis alguns meses após o tratamento inicial, durando até dois anos
ou mais. Os bioestimuladores de colágeno fornecem resultados duradouros, em vez de
uma solução rápida. Isso ocorre porque seus resultados se acumulam ao longo do tempo, à
medida que sua pele começa a restaurar o colágeno perdido. Isso oferece uma progressão
natural de melhorias sem revelar grandes mudanças da noite para o dia (LEMOS, 2019).

O primeiro bioestimulador de colágeno lançado utiliza ácido poli-L-láctico


(PLLA) para revitalizar a produção de colágeno. O PLLA é uma substância que é usada
em pontos dissolúveis para o tratamento de feridas.

As contraindicações para esses bioestimuladores incluem: gravidez e


amamentação, alergias e distúrbios hemorrágicos.

5 MESOTERAPIA (INTRADERMOTERAPIA)
A gordura localizada é uma alteração das células adiposas, podendo ser
caracterizada como um distúrbio no metabolismo da gordura ou crescimento anormal
de gordura, sendo uma das principais queixas de insatisfação estética entre homens
e mulheres. Como resultado, várias abordagens terapêuticas de alta tecnologia,
minimamente invasivas, personalizadas e baseadas em múltiplos ativos vêm surgindo,
possibilitando uma redução efetiva e confortável da adiposidade localizada aos
pacientes (SILVA et al., 2016).

35
A intradermoterapia é uma tecnologia que visa liberar medicamentos na pele
usando força mecânica, pressão do gás e ondas de choque (em caso de intradermoterapia
pressurizada), ou aplicação de injeções intradérmicas de fármacos/aditivos muito diluídos
diretamente na área de interesse, permitindo o tratamento de diferentes aspectos
estéticos, como gordura localizada, flacidez e celulite (SILVA et al., 2016).

Esse sistema de entrega foi descrito pela primeira vez em 1936 por Marshall
Lockhart. Em 1940, Higson e outros pesquisadores desenvolveram dispositivos de alta
pressão que usavam jatos finos de fluido para penetrar na pele e depositar fármacos no
tecido subjacente. Isso permitiu a administração de medicamentos altamente viscosos,
que as agulhas tradicionais muitas vezes não conseguiam gerenciar, tornando a aplicação
menos dolorosa (SILVA et al., 2016).

O uso da intradermoterapia para o tratamento da gordura localizada envolve o


uso de medicamentos, reagentes e extratos de plantas nas camadas de gordura e tecido
conjuntivo da pele. Consiste em uma ampla gama de agentes usados para abrir vasos
sanguíneos, como enzimas, nutrientes, antibióticos e hormônios. Esse tratamento é indicado
para pequenas áreas com excesso de gordura ou depósitos de gordura localizada. Um
exemplo clássico de intradermoterapia é a aplicação de lipoenzimas, amplamente utilizada
na biomedicina estética para o tratamento de gorduras localizadas (SILVA et al., 2016).

Usos mais populares: celulite, gordura localizada, rejuvenescimento facial,


alopecia e estrias.

6 PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS


(PEIM)
Os microvasos são considerados dilatações de veias, artérias ou capilares
inferiores a 2 milímetros de diâmetro, que afetam cerca de seis em cada 10 mulheres,
ocorrendo praticamente sempre nas pernas. Há uma predisposição genética em 90%
dos casos (Figura 10). Raramente os microvasos indicam problemas relacionados à
saúde, sendo na maioria apenas um problema relacionado à estética, classificado
como tipo I, sem caráter patológico. O procedimento estético injetável para microvasos
(PEIM) tem sido amplamente utilizado para eliminar esses vasos de menor calibre (TONI;
PEREIRA, 2017).

As principais causas de ocorrências de microvasos são: predisposição genética,


anticoncepcionais por tempo prolongado, ficar em uma mesma posição por muito tempo,
atividades de alto impacto, obesidade, sedentarismo, gravidez, diabetes e tabagismo.

36
FIGURA 10 – MICROVASOS

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/varicose-veins-on-womans-legs-1120340792>.
Acesso em: 30 mar. 2022.

O procedimento ocorre através da injeção de glicose hipertônica com agulhas


bem finas diretamente dentro dos microvasos. A glicose é mais indicada nesses casos
por não causar nenhum tipo de reação alérgica. Esse procedimento pode ser incômodo
nas primeiras injeções antes da ação anestésica surgir (TONI; PEREIRA, 2017).

37
LEITURA
COMPLEMENTAR
O USO DO ÁCIDO HIALURÔNICO NA HARMONIZAÇÃO FACIAL

Thaise Primo Santos Saboia


Mara Régina Lucena Cabral
Liberta Lamarta Favoritto Garcia Neres

Resumo

O preenchimento facial com ácido hialurônico é um procedimento minimamente


invasivo que vem se destacando positivamente ao longo dos anos na área da
Biomedicina estética. Devido à grande demanda por opções não cirúrgicas, surgiram
na harmonização facial técnicas referentes ao uso de preenchedores dérmicos, que
são capazes de proporcionar aumento de volume, equilíbrio simétrico e restauração
dos contornos faciais, promovendo o rejuvenescimento. Objetivo: realizar uma revisão
bibliográfica sobre o uso do ácido hialurônico como preenchedor na harmonização
facial dentro das extensões estéticas, bem como analisar as intercorrências acometidas
pelo ácido hialurônico. Método: tratou-se de um estudo exploratório e descritivo.
A construção da revisão foi feita através de um levantamento, utilizando artigos
científicos e periódicos, selecionados a partir das fontes: Google Acadêmico, PubMed
e Scielo. Resultados: foram analisados os artigos mais relevantes, a fim de se obter
uma melhor execução do trabalho, desenvolvendo informações quanto à literatura a
respeito desse tema. Conclusão: é notável que o uso do ácido hialurônico injetável vem
crescendo a cada dia e tem um papel fundamental nos tratamentos para a prevenção
e o gerenciamento do envelhecimento, e, através disso, vem conquistando um lugar de
destaque, melhorando, assim, o bem-estar físico, mental e social do paciente.

Palavras-chave: Harmonização. Ácido hialurônico. Envelhecimento. Hialuronidase.

Introdução

Nos últimos tempos, a sociedade está cada vez mais atenta não só ao que se
refere ao cuidado com o corpo, mas também com o facial, todavia, o envelhecimento é
um processo multifatorial, inevitável e acontece de forma natural. Com o aumento da
expectativa de vida, eleva-se também o crescimento de buscas para melhorar os aspectos
faciais, isso ocorre porque com o avanço da idade é possível observar o envelhecimento
da pele, principalmente na face, tornando-se, dessa forma, um dos motivos que levam as
pessoas a buscar recursos estéticos para diminuírem os efeitos do tempo.

38
[...]

De acordo com Salvi e Maia (2018), a partir de procuras não cirúrgicas, em que
as pessoas pudessem fazer os procedimentos e tratamentos tendo uma rotina normal,
surgiu um novo conceito de beleza, que é a harmonização facial, que é um conjunto
de técnicas e protocolos capazes de amenizar o efeito do tempo, ajustando o volume e
restaurando o equilíbrio dos contornos faciais. Os tratamentos minimamente invasivos
e tecnologias existentes no mercado têm sido bastante utilizados para atender a essa
finalidade. Uma das escolhas de maior destaque nesse processo de gerenciamento
do envelhecimento consiste na aplicação do Ácido Hialurônico (AH), um preenchedor
dérmico, onipresente e biocompatível, cujas características físicas e químicas estariam
relacionadas à correção de sulcos, rugas e assimetrias, promovendo a harmonização
dos contornos faciais.

Desde 2011, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) regulamentou, na


Resolução 200/2011, a Biomedicina Estética como uma especialidade, visto que,
biomédicos estetas são profissionais aptos para exercerem com competência
procedimentos estéticos corporais, bem como procedimentos dentro da harmonização
facial. Atualmente, a harmonização facial vem sendo cada vez mais desempenhada
pelos biomédicos estetas, praticada através de técnicas novas, com o objetivo de
harmonizar a face de forma natural, buscando sempre resultados suaves, respeitando o
biotipo, a idade e a anatomia da face de cada paciente, atendendo, assim, aos resultados
esperados e amenizando o processo de envelhecimento causado pelo tempo.

Apesar de o Ácido Hialurônico ser destaque entre os preenchedores temporários,


com mais aplicabilidade dentro da harmonização facial (HF), é necessária uma avaliação
sobre as suas indicações para cada indivíduo e seus efeitos biológicos. A disposição
do presente estudo foi de produzir uma revisão bibliográfica, avaliando as vantagens
da utilização do AH na harmonização facial, bem como amenizar o processo de
envelhecimento e atenuar as disfunções estéticas.

Materiais e métodos

O presente trabalho refere-se a uma revisão bibliográfica narrativa, norteando a


busca de estudos pesquisados em fontes credíveis de informação científica, utilizando
as bases de dados eletrônicas PubMed/MEDLINE (US National Library of Medicine),
Scielo, Lilacs e Saúde. Todos os trabalhos encontrados on-line e na íntegra. Foram
pesquisados artigos em língua portuguesa e inglesa publicados no período de 2010 a
2021. Os descritores utilizados na busca foram: harmonização facial, preenchimento
facial; ácido hialurônico; e envelhecimento. Além disso, foram feitos levantamentos de
documentos oficiais, legislações e normativas que regulamentam e norteiam a profissão
do biomédico esteta. Foram considerados como critérios de inclusão: pesquisas
científicas, relatos de casos com abordagem do assunto relacionado ao uso do ácido
hialurônico na harmonização facial e revisões sobre envelhecimento facial, indexados
nas plataformas científicas supracitadas.

39
Revisão de literatura

O envelhecimento é um processo incessante que afeta diretamente a harmonia


facial, diminuindo as funções naturais da nossa pele, tornando os fatores intrínsecos e
extrínsecos excessivos, influenciados pela alteração do material genético, exposição
solar, tabagismo, etilismo, alimentação e estresse. Essa variação de pele relacionada ao
envelhecimento demonstra-se através de rugas, manchas de pele, perda de elasticidade
e volume, reposicionamento da gordura facial e reabsorção óssea.

Os coxins de gordura da face atuam proporcionando volume no tecido mole,


possibilitando um suporte voluntário como um travesseiro para a pele e para outras
estruturas mais profundas do rosto. Em uma face jovem, essa camada de gordura
entrega um tônus de pele mais firme e sustentador. A atrofia desse tecido no processo
de envelhecimento entra como principal precursor, mostrando os sinais aparentes de
envelhecimento. Além disso, as condições de nutrição da derme são reduzidas através
da mudança da qualidade e fornecimento de sangue e líquidos nas camadas adjacentes.

De acordo com Oliveira et al. (2014), o desgaste da pele com o decorrer do tempo
está relacionado à redução do número de células no organismo e ao funcionamento
desorganizado das que se mantêm. Com isso, a derme fica com menor espessura, as
fibras de elastina se degradam e há uma redução da vascularização. Dessa forma, o
ácido hialurônico, um dos componentes importantes para a hidratação da pele, volume,
sustentação e jovialidade, também sofre as consequências do envelhecimento.

O ácido hialurônico é um polímero natural, altamente hidrofílico, que pode ter


origem natural, é encontrado na matriz extracelular da pele, no tecido conectivo e no
humor vítreo, ou na forma sintética, pela fermentação bacteriana. Tem capacidade
de promover a sustentação da derme, deixando-a firme e com mais elasticidade,
colaborando para o rejuvenescimento e o preenchimento de partes moles para corrigir
rugas, sulcos, flacidez e assimetrias. A conduta biológica é bem comum: ao injetar o AH,
ele será absorvido progressivamente por meio do dióxido de carbono e água, por fim,
será metabolizado pelo fígado.

O AH sintético foi criado em 1989 por Endre Balazs, porém, a duração no


organismo era de 24 horas. O injetável pode ter duas origens: animal, extraído da crista
de galo; e sintética, por fermentação bacteriana através da cultura de Streptococcus,
este tem sido utilizado com frequência nos últimos tempos.

Os preenchedores faciais atuais são divididos em absorvíveis e não absorvíveis,


sendo que o primeiro permanece por apenas um período no local onde é injetado. O
AH é o injetável mais utilizado para preenchimento facial dentre os absorvíveis, ele
se destaca por ser metabolizado gradativamente em um período de três a 24 meses,
dependendo da quantidade aplicada no organismo.

40
O preenchimento dérmico ou subcutâneo tem como função suavizar indícios
do envelhecimento, promovendo o rejuvenescimento facial. O procedimento deve ser
seguro, eficiente, biocompatível, não alergênico e de fácil remoção. Diante disso, o ácido
hialurônico (AH) é o preenchedor mais utilizado para o preenchimento de rugas estáticas,
cicatrizes hipotróficas, aumento de volume labial, sulco nasogeniano, nasojulgal,
correção nasal, volumização por perda de coxins gordurosos e remodelamento facial.

Segundo Ferreira e Capobianco (2016), a capacidade do AH em retardar o


envelhecimento facial está relacionada as suas propriedades antioxidantes, em que
o ácido hialurônico age nos radicais livres, aumentando a proteção da pele contra a
radiação UV e contribuindo para o aumento da capacidade de regeneração tecidual. Além
disso, destacam que o AH proporciona volume, sustentação, hidratação e elasticidade à
pele, aprimorando a sua estrutura.

A utilização de preenchedores à base de AH aumentou consideravelmente, em


se tratando de rejuvenescimento facial, que, através da sua aplicação, tem-se vários
benefícios para a qualidade dérmica. Com esse acréscimo, podem ocorrer efeitos
indesejados, mesmo sendo uma matéria degradável pelo organismo. Algumas situações
requerem ações rápidas, por isso a importância da assistência pós-procedimento.

De acordo com Salvi e Maia (2018), o procedimento, habitualmente, é realizado


através de agulhas ou cânulas, das quais o calibre será apropriado à reticulação do
preenchedor, à área e à profundidade de aplicação. A técnica poderá ser realizada por
retroinjeção, aplicações em bolus, injeções cruzadas, entre outras, levando em conta
a viscoelasticidade do preenchedor escolhido. É necessária a união de vários métodos
em um mesmo paciente, sendo uma abordagem individualizada para cada um e os
resultados são correspondentes à habilidade do profissional.

Conforme Leite e Cardoso (2019), inicialmente, os pacientes devem passar


por uma anamnese para a avaliação da indicação ou não do tratamento, para que
sejam investigados distúrbios de sangramento, gestação, hipersensibilidade, doenças
autoimunes, diabetes descompensada, bem como o uso de medicações ou fitoterápicos
relacionados a anticoagulantes.

Segundo Dantas et al. (2019), o rejuvenescimento pode acontecer de duas


formas, com prevenção ou tratamento, que pode se dar através de uma junção de
condutas e procedimentos, que visam minimizar o aparecimento dos sinais do tempo,
e formulações à base de ácido hialurônico, que tem como objetivo retroceder as
manifestações clínicas aparentes de uma pele envelhecida.

A aplicação do AH pode ser realizada em planos diferentes, com injeções no


plano subcutâneo em regiões, como nasolabial e linha de marionete. Áreas, como malar,
zigomático, mento, frontal e mandíbula, são planos mais profundos (supraperiosteal),
já na área labial ocorre superficialmente. Pode ser usada agulha ou cânula, depende
do nível de profundidade e reticulação do produto. O preenchimento utilizando a

41
microcânula é menos invasivo, pois não são feitas punções como no método tradicional
com agulha, porém, em ambos os modos, poderá haver a necessidade de anestesia na
área, dependendo da sensibilidade de cada paciente.

O conhecimento da anatomia facial e da fisiologia do tratamento é indispensável


ao profissional que realiza o procedimento, para que minimize os riscos de injeção
intravascular de AH e sua compressão, evitando áreas com o propósito de prevenir
complicações vasculares, formação de nódulos, necrose e morte.

Diante disso, o profissional tem que estar preparado e apto para controlar
essas casualidades, dispondo da aplicação de uma enzima que degrade rápida e
especificamente essa substância, utilizando a hialuronidase. Esse procedimento diminui
a massa molar, modificando a sua viscoelasticidade, recuperando o fluxo sanguíneo
local e evitando sequelas, sendo, portanto, apropriado para reduzir as reações adversas
ocasionadas por excesso de preenchimento em locais inadequados. Não há na literatura
uma dose recomendada de hialuronidase para reverter o preenchimento com ácido
hialurônico, há sugestões que variam entre cinco e 75UI.

Conclusão

Evidenciou-se que o envelhecimento cutâneo é um processo incessante, em


que todos os indivíduos são acometidos, e o AH ajuda na prevenção e no tratamento,
por possuir características antioxidantes, entrega volume, sustentação, hidratação e
elasticidade, sendo conveniente para a correção de rugas e assimetrias, restabelecendo
a harmonia dos contornos faciais.

[...]

Dessa forma, conclui-se que o uso do AH na harmonização facial fornece os


benefícios necessários para uma pele saudável, com volume, sustentação, hidratação e
elasticidade. Entretanto, a escolha do produto e sua reticulação devem ser apropriadas,
atendendo às necessidades individuais de cada paciente, proporcionando resultados
satisfatórios.

Considerando as questões apresentadas nas publicações e as hipóteses


levantadas, foi observado que o uso do ácido hialurônico oferece muitos benefícios no
contexto dos procedimentos estéticos, entretanto, estudos futuros sobre as técnicas
empregadas e as intercorrências nos procedimentos devem ser analisados e publicados
criteriosamente, para que a utilização da técnica se torne cada vez mais segura para o
paciente.

FONTE: SABOIA, T. P. S.; CABRAL, M. R. L.; NERES, L. L. F. G. O uso do ácido hialurônico na harmonização
facial. Research, Society and Development, [s. l.], v. 10, n. 14, p. 1-7, out. 2021. Disponível em: https://
rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/21731/19376/262311. Acesso em: 8 fev. 2022.

42
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Procedimentos minimamente invasivos, incluindo neurotoxinas, preenchimentos


dérmicos, ácidos, lasers, bioestimuladores, mesoterapia, PEIM e microagulhamento
oferecem complementos poderosos e importantes para a aplicação estética.

• A toxina botulínica é um composto biológico, uma importante ferramenta para a


biomedicina estética, sendo aplicada principalmente no tratamento de linhas de
expressão.

• Preenchedores são substâncias biocompatíveis que são aplicadas na pele,


desempenhando funções estéticas e corrigindo imperfeições e/ou disfunções. O
preenchedor mais utilizado no mundo é o ácido hialurônico.

• Os bioestimuladores são substâncias que, após injetadas sob a superfície da pele,


restauram o volume e melhoram a sua aparência. Sua principal função é a estimulação
da produção natural de colágeno.

• A intradermoterapia é uma tecnologia que visa liberar medicamentos na pele,


permitindo o tratamento de diferentes aspectos estéticos, como gordura localizada,
flacidez e celulite.

43
AUTOATIVIDADE
1 A toxina botulínica, também conhecida popularmente como botox, é desenvolvida
por uma bactéria denominada Clostridium botulinum, passando por um processo
de purificação antes da sua utilização na prática estética. Sobre a toxina botulínica,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) É utilizada com a finalidade de aumentar a hipertonia muscular e liberar


acetilcolina no nervo pré-sináptico.
b) ( ) Existem vários tipos de toxinas produzidas pela bactéria, conhecidas como A, B,
C, D, E e F, porém, a toxina botulínica tipo C é a mais amplamente utilizada na
aplicação estética.
c) ( ) O nome botox vem do nome comercial da toxina botulínica do tipo A, produzida
pela indústria Allegan Inc., cujo nome comercial é BOTOX®.
d) ( ) O mecanismo de ação da toxina botulínica compreende a liberação de acetilcolina
nos terminais pré-sinápticos, aumentando, dessa forma, a contração do músculo.

2 A gordura localizada é definida como uma modificação das células adiposas, podendo
ser descrita também como uma alteração no metabolismo da gordura ou crescimento
desenfreado de gordura, um dos principais motivos de insatisfação estética entre
ambos os sexos. Sobre a gordura localizada e os métodos existentes para o seu
tratamento, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A toxina botulínica é um método eficaz no tratamento de gorduras localizadas,


pois bloqueia a liberação de acetilcolina nos terminais pré-sinápticos, diminuindo
a contração muscular.
( ) O PEIM é uma ótima alternativa estética para o tratamento de gorduras localizadas.
( ) A intradermoterapia é uma tecnologia que visa liberar medicamentos na pele,
permitindo o tratamento de diferentes aspectos estéticos, como gordura localizada,
flacidez e celulite.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - F.
b) ( ) F - F - V.
c) ( ) V - V - V.
d) ( ) V - F - V.

3 Preenchedores são procedimentos minimamente invasivos, denominados como


substâncias biocompatíveis, que não causam toxicidade em humanos, sendo
administrados na pele e que desempenham funções estéticas importantes, corrigindo
imperfeições e/ou disfunções. Sobre os preenchedores, assinale a alternativa CORRETA:

44
a) ( ) A toxina botulínica é um exemplo de preenchedor.
b) ( ) O ácido hialurônico é o preenchedor mais comumente aplicado na estética.
c) ( ) São responsáveis pela estimulação da produção de colágeno.
d) ( ) Atuam no tratamento de gorduras localizadas.

4 O envelhecimento é um processo biológico que ocorre em todas as pessoas com


o passar dos anos. Desencadeado por uma série de fatores, o envelhecimento, no
entanto, pode ocorrer por fatores intrínsecos e extrínsecos. Explique cada um desses
fatores e exemplifique.

5 A toxina botulínica é um composto natural e biológico produzida a partir de um


microrganismo denominado Clostridium botulinum, atuando principalmente no
tratamento de linhas de expressão, como um procedimento minimamente invasivo.
Descreva o mecanismo de ação da toxina botulínica para tal tratamento.

45
REFERÊNCIAS
CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 197, de 21 de
fevereiro de 2011. Dispõe sobre as atribuições do profissional Biomédico no
Exercício da Saúde Estética de Atuar como Responsável Técnico de Empresas
que Executam Atividades para fins Estéticos. Brasília, DF: CFBM, 2011a.
Disponível em: https://cfbm.gov.br/resolucao-no-197-de-21-de-fevereiro-
de-2011/. Acesso em: 17 jan. 2022.

CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 200, de 1 de


julho de 2011. Dispõe sobre critérios para habilitação em Biomedicina Estética.
Brasília, DF: CFBM, 2011b. Disponível em: https://cfbm.gov.br/resolucao-no-200-
de-1o-de-julho-de-2011/. Acesso em: 17 jan. 2022.

CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 214, de 10 de


abril de 2012. Dispõe sobre atos do profissional biomédico e, insere-se no uso
de substâncias em procedimentos estéticos. Brasília, DF: CFBM, 2012. Disponível
em: https://cfbm.gov.br/resolucao-no-214-de-10-de-abril-de-2012/. Acesso em:
17 jan. 2022.

CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 241, de 29 de


maio de 2014. Dispõe sobre atos do profissional biomédico com habilitação
em biomedicina estética e regulamenta a prescrição por este profissional para
fins estéticos. Brasília, DF: CFBM, 2014. Disponível em: https://cfbm.gov.br/
resolucao-no-241-de-29-de-maio-de-2014/. Acesso em: 17 jan. 2022.

CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Normativa CFBM nº 004/2015,


de 5 de novembro de 2015. Dispõe sobre procedimentos realizados por
Biomédicos Estetas, utilizando-se de fios de sustentação tecidual para fins
estéticos. Brasília, DF: CFBM, 2015a. Disponível em: https://crbm1.gov.br/
novosite/wp-content/uploads/2014/01/NORMATIVA-CFBM-004.2015-ESTETICA.
pdf. Acesso em: 17 jan. 2022.

CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Normativa CFBM nº 005/2015,


de 5 de novembro de 2015. Dispõe sobre a aplicação de substâncias por via
intramuscular. Brasília, DF: CFBM, 2015b. Disponível em: https://crbm1.gov.br/
novosite/wp-content/uploads/2014/01/NORMATIVA-CFBM-005.2015-ESTETICA.
pdf. Acesso em: 17 jan. 2022.

CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 304, de 23 de


abril de 2019. Dispõe sobre a especialidade em estética de biomedicina,
reconhecida pelo Conselho Federal de Biomedicina. Brasília, DF: CFBM, 2019a.
Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolu%C3%87%C3%83o-
n%C2%BA-304-de-23-de-abril-de-2019-84796429. Acesso em: 17 jan. 2022.

46
CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 307, de 17
de maio de 2019. Dispõe sobre a especialidade da Biomedicina Estética,
reconhecida pelo Conselho Federal de Biomedicina. Brasília, DF: CFBM, 2019b.
Disponível em: https://cfbm.gov.br/resolucao-no-307-de-17-de-maio-de-2019/.
Acesso em: 17 jan. 2022.

CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 330, de 5 de


novembro de 2020. Regulamenta o novo Código de Ética do Profissional
Biomédico. Brasília, DF: CFBM, 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/
web/dou/-/resolucao-n-330-de-5-de-novembro-de-2020-286734436. Acesso
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CHERNEY, K. Types of Acne and How to Treat Them. Healthline, 2019. Disponível
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LEMOS, J. R. O. de M. As principais queixas de disfunções estéticas faciais em


mulheres tratadas pelo farmacêutico esteta. 2019. 56 f. Monografia (Graduação
em Farmácia) – Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró, Mossoró,
2019. Disponível em: http://www.sistemasfacenern.com.br/repositorio/admin/
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OLIVEIRA, A. L. et al. Curso didático de estética. 2. ed. São Caetano do Sul:


Yendis, 2014a. v. 1.

OLIVEIRA, A. L. et al. Curso didático de estética. 2. ed. São Caetano do Sul:


Yendis, 2014b. v. 2.

SABOIA, T. P. S.; CABRAL, M. R. L.; NERES, L. L. F. G. O uso do ácido hialurônico


na harmonização facial. Research, Society and Development, [s. l.], v. 10, n. 14,
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biomédico esteta no tratamento do fotoenvelhecimento. In: AVINCH, 11., 2016,
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portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/anaisevinci/article/view/1101.
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SPOSITO, M. M. M. Toxina botulínica tipo A – propriedades farmacológicas e uso


clínico. Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 11, n. 1, 2004.

47
STÜCKER, M. et al. The cutaneous uptake of atmospheric oxygen contributes
significantly to the oxygen supply of human dermis and epidermis. The Journal
of Physiology, [s. l.], v. 538, p. 985-994, 2002.

TONI, T. Z.; PEREIRA, P. P. Procedimento estético injetável de microvasos com


glicose 75% e glicose 50%. Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 53-
61, 2017. Disponível em: https://docplayer.com.br/52969552-Procedimento-
estetico-injetavel-de-microvasos-com-glicose-75-e-glicose-50.html. Acesso em:
4 fev. 2022.

VASCONCELOS, S. C. B. et al. O uso do ácido hialurônico no rejuvenescimento


facial. Revista Brasileira Militar de Ciências, [s. l.], v. 6, n. 14, p. 8-15, 2020.

48
UNIDADE 2 —

PROCEDIMENTOS
MINIMAMENTE INVASIVOS:
TOXINA BOTULÍNICA E
PREENCHEDORES

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer a legislação da biomedicina estética no que concerne à realização de


procedimentos invasivos, como a toxina botulínica e os preenchedores;

• dominar a base da aplicação da toxina botulínica;

• dominar a base da aplicação de preenchedores.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – LEGISLAÇÃO
TÓPICO 2 – TOXINA BOTULÍNICA
TÓPICO 3 – PREENCHEDORES

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

49
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!

Acesse o
QR Code abaixo:

50
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
LEGISLAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
A área da estética abriu novas oportunidades de trabalho para o biomédico,
possibilitando sua atuação em clínicas e consultórios relacionados com a estética.
Os resultados excelentes fazem com que esses procedimentos sejam cada vez mais
frequentes. A Resolução nº 241/2014, do Conselho Federal de Biomedicina, define o
biomédico como um dos profissionais responsáveis por manusear essas técnicas
(CFBM, 2014).

A biomedicina estética é uma das áreas em que o profissional pode se habilitar,


pois é um campo de atuação bastante promissor. O profissional dessa área pode
atuar em tratamentos utilizados na estética facial e corporal, tornando o processo de
envelhecimento mais lento e melhorando a autoestima dos pacientes (LABE, 2016).

No entanto, para sua atuação, é necessário realizar um curso de pós-graduação


em uma instituição reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) ou ter, no mínimo,
500 horas de estágio supervisionado na área de estética (CFBM, 2011). Neste tópico,
você estudará de forma geral os procedimentos minimamente invasivos e conhecerá a
legislação da biomedicina estética no que concerne à realização desses procedimentos.

2 LEGISLAÇÃO
Os procedimentos minimamente invasivos são aqueles realizados com
agulhas e injeções hipodérmicas, ou seja, procedimentos injetáveis, que invadem
epiderme, derme e tecido subcutâneo sem atingir órgãos internos e considerados como
não cirúrgicos. Os profissionais que podem fazer esses procedimentos são os da área de
saúde, devidamente habilitados (PEREIRA; DELAY, 2017).

A Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014, dispõe que o profissional com


habilitação em biomedicina estética possa prescrever substâncias de fins estéticos
(CFBM, 2014). Entretanto, essa habilitação já foi concedida aos biomédicos em 10 de
outubro de 2010, sendo definida em reunião pelos membros do Conselho Federal e
Regional de Biomedicina. Nessa reunião, foram discutidos pontos como: as disciplinas
que deveriam ser cursadas por esses profissionais, como o biomédico deveria atender e
quais as avaliações seriam feitas aos pacientes (BME, 2013).

51
As Resoluções do CFBM (nº 197/2011 e nº 241/2014) permitem que os
profissionais realizem procedimentos estéticos minimamente invasivos, tais como:
injeções intradérmicas, subcutâneas, intramusculares e periostais, sob o respaldo das
leis e regulamentações em plena vigência e eficácia.

FIGURA 1 – TIPOS DE INJEÇÕES MINIMAMENTE INVASIVAS

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/set-type-injections-illustration-1125078341>.
Acesso em: 31 mar. 2022.

Seguindo as normatizações da ANVISA, as Resoluções nº 169/2009 e nº


174/2009, do CFBM, permitem que o biomédico possa realizar a prescrição das seguintes
substâncias para fins estéticos: toxina botulínica tipo A, substâncias utilizadas na
intradermoterapia, substâncias de uso injetável, conforme a ANVISA, preenchimentos
dérmicos, subcutâneo, supraperiostal, fitoterápicos, vitaminas e minerais.

ATENÇÃO
Cabe aos profissionais biomédicos a prescrição de formulações magistrais ou
de referência de cosméticos, dermocosméticos, óleos essenciais e fármacos
de administração tópica. O biomédico não está autorizado a prescrever
medicamentos, mas biomédicos habilitados em estética podem prescrever
e administrar substâncias utilizadas nas técnicas estéticas previstas na
Resolução CFBM nº 241/2014.

Esses profissionais são qualificados para a realização dos procedimentos


mencionados nas Resoluções do CFBM, pois têm facilidade com procedimentos que
utilizam agulhas, sejam para a coleta de sangue ou para a aplicação de outras substâncias.
Entretanto, o profissional não poderá fazer uso da toxina botulínica com finalidade
terapêutica (CFBM, 2011).
52
Além disso, a atuação do biomédico em estética deve estar em consonância
com a legislação vigente do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) e da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), segundo a Normativa nº 01, de 10 de abril de
2012, a Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012, a Resolução nº 200, de 1 de julho de
2011 e a Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011. O presidente do Conselho Federal
de Biomedicina estabeleceu normas do Conselho, que regulamenta a profissão.

De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina (2015), para a realização dos


procedimentos estéticos injetáveis, o profissional deve usar no máximo 10 ml de produto
por sessão. A técnica deve ser realizada por biomédicos estetas capacitados e em
estabelecimentos que tenham Alvará de Licença Sanitária. Ficam vedados ao biomédico
os procedimentos de varizes tipo II, III e IV, que devem ser encaminhados ao médico.

Em casos de procedimentos utilizando fios de sustentação tecidual, os fios de


sutura utilizados por biomédicos devem ser absorvíveis, hipoalergênicos, biocompatíveis,
estéreis e de uso individual aprovados pela ANVISA. Os profissionais da Biomedicina só
poderão fazer esse procedimento com a classificação estabelecida pela ANVISA, sendo
vedada a utilização de técnicas invasivas cirúrgicas, mesmo sendo produto absorvível
(SUNDARAM et al., 2016).

No tratamento de aplicação de substâncias por via intramuscular, o procedimento


só poderá ser feito por biomédicos com habilitação em biomedicina estética, em
estabelecimento que possua Alvará de Licença Sanitária (CFBM, 2015).

Tratando-se de legislações sobre a realização de procedimentos estéticos, é


possível encontrar as principais Resoluções no site do Conselho Regional de Biomedicina.
São elas: Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011 – Dispõe sobre as atribuições
do profissional biomédico no exercício da saúde estética de atuar como responsável
técnico de empresas que executam atividades para fins estéticos. Resolução nº 200, de
1 de junho de 2011 – Dispõe sobre critérios para habilitação em Biomedicina Estética.
Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012 – Dispõe sobre atos do profissional biomédico
e, insere-se no uso de substâncias em procedimentos estéticos.

Além de levar beleza e bem-estar, o biomédico também pode atuar no


desenvolvimento de pesquisas em biomedicina no ramo da estética e procedimentos.
Para cada procedimento minimamente invasivo, há uma indicação, e os recursos
permitidos atualmente são:

• aplicação de toxina botulínica tipo A;


• mesoterapia/intradermoterapia;
• preenchimentos semipermanentes;
• peelings químicos;
• carboxiterapia;
• laser fracionado;
• luz intensa pulsada;
• radiofrequência;
53
• entre outras inúmeras técnicas invasivas não cirúrgicas utilizadas no rejuvenescimento
cutâneo e em alterações nas conformações corporais (celulite, estrias, flacidez,
gordura localizada etc.).

Outra vantagem dos procedimentos minimamente invasivos é o de não causar


desconforto e não afastar o paciente de sua rotina. Quando exigem um tempo de
recuperação maior, como no caso do peeling químico, esse período não excede 15 dias, e o
paciente pode repousar em casa.

Como consta na Resolução nº 214/2012, a aplicação de substâncias nos


procedimentos estéticos deve seguir as normas do fabricante, em obediência às normas
estabelecidas pela sociedade científica. Em consonância, essa mesma Resolução confere
ao biomédico a responsabilidade técnica para utilizar e prescrever substâncias, mediante
cumprimento dos critérios necessários para obter a referente habilitação (CFBM, 2012).

Além disso, o histórico escolar do curso deve possuir toda a grade curricular
básica, incluindo disciplinas ou conteúdos de semiologia e farmacologia para atuar na
biomedicina estética, critérios exigidos para a especialização, que estão previstos na
Resolução do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) nº 200/2011, nos art. 3º e 5º, e
estão de acordo com as normas e as Resoluções nº 169 e 174 do Conselho Federal de
Biomedicina.

Considerando o entendimento das técnicas de aplicação de substâncias, outro


requisito é conhecer os antecedentes do paciente, obtendo informações importantes,
tais como: se ele faz ou não uso de medicamentos, se é gestante ou lactante e se possui
desordens no sistema nervoso periférico ou neuromuscular (SILVA, 2012).

Como a estética está intimamente ligada ao corpo, a maneira mais atrativa de


vender seu serviço profissional é mostrando seus pacientes em redes sociais, com fotos de
antes e depois, e até mesmo os momentos em que são realizados os procedimentos. No
entanto, existem algumas considerações com relação à propaganda da atividade biomédica,
são elas: Capítulo V - Dos Limites para Divulgação e Propaganda da Atividade Biomédica:

Art. 8º - Os anúncios, individuais ou coletivos, deverão restringir-se:


a) ao nome do biomédico e respectivo número de inscrição no
Conselho;
b) às habilitações devidamente registradas;
c) aos títulos da profissão;
d) aos endereços e horários de trabalho.
[…] (CFBM, 2011).
Art. 10 O profissional biomédico poderá divulgar os títulos, cursos/
capacitações/atualizações que participou, após sua inclusão na área
de atuação.
§ 1º - O biomédico poderá utilizar mídia exterior e/ou mídia eletrônica,
obedecendo a legislação pertinente. As mídias deverão obedecer às
indicações constantes do artigo 9º e alíneas, ainda:
I- A divulgação de autorretratos (selfies) de biomédicos, acompa-
nhados de usuário ou não, desde que com autorização prévia
do usuário ou de seu representante legal, através de Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE;

54
II- Toda atividade passível de autorização do usuário deverá ser
obrigatoriamente encaminhada ao respectivo conselho via digital,
sob responsabilidade exclusiva do Responsável Técnico - RT;
III- Divulgação de imagens por biomédico responsável pela sua
execução cientificamente comprovada, com autorização prévia
do usuário ou de seu representante legal, através de TCLE;
IV- Publicar imagens e resultado final de procedimentos, salvo nos
casos onde houver, além do TCLE para esse fim, os seguintes
dizeres constantes na descrição ou legenda da peça publicitária:
"Esta imagem não representa, em hipótese alguma, garantia de
resultado. Cada ser humano tem características anatômicas e
fisiológicas únicas";
V- No caso de divulgação de imagens relativas aos procedimentos,
conhecidos como "antes" e "depois" deverá constar legenda nas
imagens contendo a seguinte informação autorizada em TCLE:
"divulgação autorizada pelo usuário".

A realização dos procedimentos pelo profissional biomédico, quando seguidas as


pragmáticas de segurança, é eficaz e segura, com relatos de aprovação dos pacientes e
resultados visuais satisfatórios (BRATZ, 2016).

O biomédico que possuir essa habilitação poderá realizar a prescrição de


substâncias e outros produtos para fins que não sejam terapêuticos, incluindo substâncias
biológicas (toxina botulínica tipo A) (CFBM, 2014).

3 APLICAÇÕES GERAIS DOS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE


INVASIVOS
Uma área que cresceu nesses últimos anos foi a Biomedicina Estética, que
cuida do bem-estar e beleza do paciente, levando os recursos da saúde relacionados ao
seu amplo conhecimento para a recuperação dos tecidos e do organismo como um todo
(SILVA, 2012).

Entre as técnicas utilizadas no rejuvenescimento facial e corporal, os


procedimentos minimamente invasivos (não cirúrgicos) são os mais frequentes, em que o
biomédico esteta aplica as técnicas para as disfunções estéticas relacionadas à derme e
seus anexos e ao tecido adiposo.

Conforme a Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011, do Conselho Federal de


Biomedicina, o biomédico é um profissional capacitado para a realização de tratamentos
de disfunções corporais e faciais decorrentes do envelhecimento. Esse profissional
pode indicar tratamentos específicos através de uma anamnese minuciosa, cuidando
da saúde, do bem-estar e da beleza das pessoas (CFBM, 2011). Além disso, pode
realizar os procedimentos minimamente invasivos, como a aplicação de carboxiterapia,
peelings químicos microagulhamento, intradermoterapia, toxina botulínica do tipo A e
preenchimentos dérmicos.

55
Os procedimentos minimamente invasivos, em alta no mercado, têm
sido amplamente empregados. Um dos que mais se destacam é a carboxiterapia,
procedimento utilizado nas disfunções estéticas, caracterizada pelo uso terapêutico do
gás carbônico com o intuito de eliminar estrias, celulites, flacidez da pele e gorduras
localizadas (FELIZZOLA; MEJIA, 2014).

É uma intervenção simples e segura, entretanto, sua utilização requer


conhecimento, profissionais capacitados e ambiente apropriado. É administrada por via
subcutânea e promove vasodilatação, que melhora o fluxo de nutrientes necessários
para remodelar os componentes da matriz extracelular e reparação dos tecidos
(MACHADO, 2014).

Um dos efeitos colaterais relatados é a dor, pois no local da aplicação pode


ocorrer ardência, dormência ou pequenos hematomas. As contraindicações incluem
problemas infecciosos na pele e disfunções como: alergia, obesidade, gravidez, herpes,
acne, urticária, infecção local, epilepsia, distúrbios psiquiátricos etc. (REIS; VIEIRA, 2018).

Os peelings químicos também têm se tornado uma modalidade terapêutica


cada vez mais popular. É um dos procedimentos estéticos mais utilizados. Consiste na
aplicação de uma substância química na pele para produzir descamação do estrato
córneo e normalização da epiderme, com remodelação da pele (TRUCHUELO; CERDÁ;
FERNÁNDEZ, 2017).

O profissional que fará o peeling deve ter conhecimento dos agentes químicos,
pois são alguns dos mais amplamente utilizados no tratamento do melasma. O
procedimento produz uma melhoria considerável na qualidade da pele tratada, após um
curto período de recuperação, além de ser um procedimento econômico e relativamente
seguro (GRIMES, 2000).

O procedimento consiste na aplicação de um ou mais agentes esfoliantes na pele,


ocorrendo depois a regeneração de parte da epiderme e/ou derme, através do aumento
da expressão dos genes de colágeno. Os efeitos colaterais podem ser minimizados
quando se utilizam concentrações mais baixas, de 20% a 35%, sendo que concentrações
mais elevadas geralmente provocam irritação e podem causar hiperpigmentação pós-
inflamatória em pacientes com pele escura (SARKAR; BANSAL; GARG, 2012).

Outra técnica usada no rejuvenescimento é a intradermoterapia, um procedimento


médico que consiste na aplicação de substâncias com mecanismos de ação já conhecidos
e em baixas doses, biocompatíveis e absorvíveis, indicadas no combate aos radicais livres
e nos casos de envelhecimento leve a moderado (CHOI et al., 2012).

Entretanto, a intradermoterapia está contraindicada no tratamento de rugas de


expressão e de envelhecimento facial como tratamento isolado, podendo ser utilizada
como tratamento combinado a outras técnicas. É melhor indicada em pacientes
com sinais iniciais de envelhecimento, que apresentam desidratação cutânea leve a
moderada e formação de rugas finas (EL-DOMYATI et al., 2012).
56
O ácido hialurônico, por sua vez, é um dos preenchedores dérmicos temporários
mais usados na correção de linhas e sulcos faciais por ser seguro e eficaz. Sua forma
injetável tem conquistado lugar de destaque na prevenção ao envelhecimento. Embora
seu uso não seja um substituto para a cirurgia plástica, sua aplicação vem se destacando
como uma das opções não cirúrgicas mais aceitas pelos pacientes, devido ao seu
baixo custo e por apresentar efeitos imediatos, além de conferir volume, sustentação,
hidratação e elasticidade à pele.

As diferentes apresentações farmacêuticas disponíveis permitem a escolha do


produto com reticulação e densidade apropriada à reposição volumétrica, em diferentes
planos de tecidos e zonas anatômicas, de forma a atender às necessidades individuais
(MORAES et al., 2017).

A contração muscular proporciona expressões faciais chamadas de rugas


dinâmicas. O surgimento das rugas dinâmicas, com o tempo, pode levar à formação de
rugas que aparecem mesmo sem a ação muscular, ou seja, surgem as rugas estáticas.
Estas transmitem uma percepção de idade mais avançada, causando acurácia da
transmissão das informações de emoção (EKMAN, 1992).

Em casos de pacientes que tenham rugas hiperfuncionais, o tratamento


para a suavização pode estar indicado. Além de suavizar as rugas de expressão, os
pacientes também podem ter aparência mais jovem, melhorando sua aceitação social e
autoestima, humor e diminuição do nível de estresse (KHAN, 2001).

A ruga hiperfuncional é frequente na região frontal, na glabela, ao redor dos


olhos e na boca. Alguns tratamentos são usados na suavização e, dependendo da
profundidade e da localização, são indicados a dermoabrasão, os tratamentos a laser,
os preenchimentos, a cirurgia e as aplicações de toxina botulínica tipo A. Tais tratamentos
podem ser utilizados, ainda, em combinação, para deixar uma aparência mais jovem e
saudável. No entanto, o resultado do tratamento depende do diagnóstico correto do
problema, além de uma discussão sincera com o paciente a respeito de expectativas e
duração de efeitos (FINN; COX; EARL, 2003).

O botox é um dos procedimentos estéticos não cirúrgicos mais realizados na


atenuação de linhas de expressão na região frontal, periorbicular, terço médio e inferior da
face, pescoço e colo, hiperidrose palmar, axial, plantar e correções de assimetrias faciais
(LACORDIA; JANUÁRIO; PEREIRA, 2011).

Durante a execução do procedimento, o profissional deve ter conhecimento


anatômico, muscular, nervoso e subcutâneo da face. As durações do efeito ocorrem
de forma individualizada e dependem de fatores relacionados ao paciente, como idade,
sexo, patologia associada ou, ainda, a formação de anticorpos antitoxina botulínica, que
tendem a reduzir sua eficácia terapêutica (SANTOS, 2013).

57
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A legislação da biomedicina estética envolve a realização dos procedimentos


minimamente invasivos.

• As Resoluções que asseguram a atuação dos biomédicos na estética são as de nº 169


e 174, do Conselho Federal de Biomedicina, e a Resolução nº 214.

• Os requisitos para obter a habilitação para atuar em biomedicina estética são, além
do histórico escolar do curso, possuir toda a grade curricular básica, bem como
disciplinas ou conteúdos de semiologia e farmacologia. São critérios exigidos para a
especialização, que estão previstos na Resolução do Conselho Federal de Biomedicina.

58
AUTOATIVIDADE
1 A atuação do biomédico na estética deve estar em consonância com a legislação
vigente do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) e da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA). De acordo com as Resoluções do CFBM (nº 197/2011 e
nº 241/2014), é permitido que os biomédicos realizem procedimentos minimamente
invasivos. Sobre os procedimentos médicos estéticos que podem ser atribuídos ao
biomédico esteta, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Preenchimentos dérmicos.
b) ( ) Cirurgia bariátrica.
c) ( ) Toxina botulínica com finalidade terapêutica.
d) ( ) Reconstrução de mama.

2 Os Conselhos de Classes de profissões da saúde baseiam-se em suas próprias


Resoluções para habilitar e fiscalizar seus respectivos profissionais na realização
de procedimentos estéticos. O biomédico habilitado em estética poderá realizar
determinados procedimentos da área mediante o cumprimento de critérios necessários
para obter a referente habilitação. A respeito de um dos requisitos necessários para o
profissional obter o título de biomédico esteta, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Ter curso de pós-graduação em biomedicina estética.


b) ( ) Comprovar estágio supervisionado em biomedicina estética, com 300 horas/
aula durante a graduação.
c) ( ) Ser graduado no curso de biomedicina, apenas.
d) ( ) Não há a necessidade de estar inscrito no Conselho de Classe para a atuação
em estética.

3 A harmonização facial está relacionada à execução de diversos procedimentos, como


a aplicação de toxina botulínica, de ácido hialurônico e demais dermocosméticos.
Muitas vezes, podem surgir intercorrências e complicações durante ou após esses
procedimentos. Mediante os eventuais erros durante a realização dos procedimentos
estéticos, os profissionais estetas são obrigados a reparar os danos com indenizações.
Considerando o Art. 10º, que faz referência aos limites para a divulgação e a
propaganda da atividade biomédica, quanto ao que é vedado ao biomédico, analise
as afirmativas a seguir:

I- Oferecer seus serviços profissionais através de qualquer mídia para se promover


profissionalmente.
II- Divulgar nome, endereço, laudos ou qualquer outro elemento que identifique o
paciente.

59
III- Publicar fotografia de pacientes, salvo em veículo de divulgação estritamente científico
e com prévia e expressa autorização do paciente ou de seu representante legal.
IV- Anunciar preços de serviços, modalidade de pagamento e outras formas de
comercialização.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) ( ) As afirmativas III e IV estão corretas.
c) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) ( ) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.

4 A Normativa nº 01, de 10 de abril de 2012 e as Resoluções nº 214, de 10 de abril de


2012, nº 200, de 1 de julho de 2011, e nº 197, de 21 de fevereiro de 2011, estabelecem
normas do Conselho que regulamenta a profissão do biomédico. Disserte sobre a
atuação do biomédico em relação ao tratamento estético injetável de microvasos,
fios de sustentação e aplicação de substâncias por via intramuscular.

5 Entre as técnicas utilizadas no rejuvenescimento facial e corporal, os procedimentos


minimamente invasivos (não cirúrgicos) são os mais frequentes, em que o biomédico
esteta aplica as técnicas para as disfunções estéticas relacionadas à derme e seus
anexos e ao tecido adiposo. Disserte sobre a Resolução que assegura a atuação dos
biomédicos na estética.

60
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
TOXINA BOTULÍNICA

1 INTRODUÇÃO

Neste tópico, estudaremos o uso da toxina botulínica na estética. Envelhecer


é um processo natural que ocorre com todos os indivíduos. Ao longo desse processo,
haverá alterações fisiológicas e funcionais em cada parte do corpo.

Quando falamos de envelhecimento, não estamos nos referindo apenas à idade


cronológica, mas também aos fatores externos, como o estilo de vida de cada pessoa,
a exposição ao sol etc. Esses processos são visíveis na pele nas regiões mais expostas,
e apesar de que envelhecer faz parte da vida, muitas pessoas sofrem com baixa
autoestima em decorrência do processo de envelhecimento (GIMENEZ et al., 2002).

A aplicação da toxina botulínica teve destaque ultimamente nos tratamentos


estéticos, pois ela devolve a autoestima e causa bem-estar aos pacientes. Contudo,
deve ser feita por um profissional qualificado e habilitado, seguindo todos os protocolos
de segurança, de acordo com o perfil de cada paciente (GIMENEZ et al., 2002).

É importante avaliar os aspectos individuais de cada paciente (idade, sexo,


religião, residência, escolaridade e profissão), evitando, assim, efeitos indesejados. Neste
tópico, você aprenderá a importância da toxina botulínica e suas indicações, as marcas
disponíveis no Brasil, o mecanismo de ação da toxina, as técnicas de aplicação, as
recomendações após o uso da toxina botulínica, os efeitos adversos e as contraindicações.

2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
Descrita pela primeira vez há mais de um século por Justinus Kerner, em 1817,
a toxina botulínica gera grande receio por sua capacidade de provocar uma doença
conhecida como “botulismo”. A palavra é derivada do latim, botulus. Seu agente etiológico é
uma bactéria anaeróbica, gram positiva, denominada Clostridium botulinum (MIRA, 2010).

A doença pode ser adquirida pelo consumo de produtos contaminados, tais


como: carnes, legumes e conservas, apesar de já ter sido relatada em algumas infecções
de feridas. A toxina produzida por essa bactéria possui alta toxicidade devido ao seu
mecanismo de ação altamente específico, sendo o sintoma mais característico a paralisia
progressiva dos músculos voluntários que, consequentemente, ocasiona insuficiência

61
respiratória e morte (CARRUTHERS; CARRUTHERS, 2001). Por outro lado, a toxina
botulínica vai além de causar uma grave doença, e vem sendo usada cada vez mais no
campo da saúde. Ao longo dos anos, o uso da toxina prosseguiu com diversas aplicações,
que evoluíram e dispuseram novas possibilidades à medicina (BRITO; BARBOSA, 2020).

Nessa conjuntura, a toxina foi usada pela primeira vez por Alan Scott (1968), em
crianças com estrabismo, o qual concluiu que a toxina botulínica seria uma alternativa
ao método cirúrgico. Visto a melhoria, ela passou a ser utilizada também na cosmética,
sendo liberada para uso em 1992, nos EUA (MIRA, 2010). No Brasil, foi liberada pela
ANVISA apenas no ano 2000 (FISZBAUM, 2008). Atualmente, vem sendo usada em
vários outros transtornos estéticos como: redução do sorriso gengival e atenuação de
queloides, cicatrizes e hiperidrose, pois contribui para a melhoria da qualidade de vida
do paciente, restabelecendo a autoestima e a aceitação social (SILVA, 2009).

Há várias espécies bacterianas capazes de produzir toxinas: Clostridium


botulinum, Clostridium butyricum, Clostridium baratii e Clostridium argentinense (SILVA,
2009). Entretanto, a espécie C. botulinum é a mais relevante, podendo ser dividida
em quatro grupos distintos, sendo cada um destes classificados conforme as suas
características genéticas e fenotípicas, que são subdivididos em oito tipos, que vão de
A até G (Tabela 1) (MACHADO; MENEGAT, 2018).

TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO DOS SUBGRUPOS DE C. BOTULINUM

Subgrupo Tipo de Toxina

I A, B, F
II B, E, F
III C1, C2 e D
IV D
FONTE: A autora

Como foi citado anteriormente, a espécie C. botulinum produz oito tipos diferentes
de toxinas, desses, cinco tipos (A, B, E, F e G) podem infectar humanos, com exceção das C
(1 e 2) e D, sendo que os tipos A, B e E constituem as principais causas de doença humana
e são liberadas apenas quando ocorre a lise da bactéria (FREEMAN; COHEN, 2008).

Com relação ao seu uso na área da cosmética, a toxina do tipo A é a mais


utilizada em aplicações terapêuticas. Por esse motivo, sua utilização era inicialmente
para fins terapêuticos e somente na década de 1990 se estendeu para a área estética.
Carruthers e Carruthers demonstraram, em 1992, a minimização de rugas localizadas
na glabela com o uso da toxina botulínica. Com esses resultados e, posteriormente,
estudos clínicos, introduziu-se a aplicabilidade da toxina do tipo A como um método
eficaz e seguro no tratamento das rugas faciais (CARRUTHERS; CARRUTHERS, 2001).

62
Com relação à estrutura molecular, a toxina botulínica é formada por uma cadeia
peptídea simples de 150 kDa, constituída por duas unidades proteicas: uma de peso
molecular de 100 kDa, de cadeia pesada (Hc), e outra de 50 kDa, de cadeia leve (Lc).
Essas unidades são conectadas entre si por pontes de proteases, que são denominadas
de dissulfídricas. Por sua vez, essas porções exercem um papel fundamental no
mecanismo de ação da toxina, que é marcado pela diminuição da contração muscular,
através da inibição da acetilcolina (CARRILHO, 2007).

FIGURA 2 – ESTRUTURA DA TOXINA BOTULÍNICA

FONTE: <https://bit.ly/37OKV0H>. Acesso em: 31 mar. 2022.

A toxina botulínica deve ser aplicada por via intramuscular, e sua ação é dose-
dependente, age bloqueando os canais de cálcio ao passo que inibe a liberação do
neurotransmissor acetilcolina e, consequentemente, a transmissão do impulso nervoso
à placa motora do músculo. Uma vez ligada à membrana neuronal, desloca-se para o
citoplasma do axônio, bloqueando a transmissão sináptica, causando fraqueza muscular
(HAMBLETON, 1992; SPOSITO, 2009).

Ao ser injetada, a toxina atingirá diretamente a corrente sanguínea e será


transportada para os terminais neuromusculares. No entanto, não atravessa a barreira
hematoencefálica e, caso ocorra a absorção cutânea, a toxina é transportada pelo
sistema linfático e levada aos terminais neuromusculares (CARRILHO, 2007).

63
FIGURA 3 – MECANISMO DE AÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA

FONTE: <https://shutr.bz/3xrdImX>. Acesso em: 31 mar. 2022.

O tempo de ação da toxina varia conforme seus diferentes tipos. Seu feito inicial
é de dois dias e se estabiliza por volta do 15º dia. Dependendo da área aplicada, dura em
torno de dois a quatro meses nas junções neuromusculares (SILVA, 2009).

A toxina do tipo A é a que tem uma maior duração no uso estético, sendo também
a mais eficiente. Entretanto, após o período de ação da toxina, novos receptores para a
acetilcolina são formados, o que garante uma segurança ao organismo, impedindo que
a neurotoxina atinja o sistema nervoso central, tornando o procedimento reversível e
reaplicável ao longo do tempo (SPOSITO, 2009).

3 APLICAÇÕES
As “rugas de expressão”, também chamadas de dinâmicas, são provocadas
por contrações repetitivas de certos músculos faciais, que ao longo do tempo se
transformam em estáticas, devido ao envelhecimento. Podem ser causadas por exposição
solar excessiva, insuficiência de fibras colágenas e elásticas nas células, tabagismo,
ressecamento superficial da pele e fatores genéticos (ANTONIO; ANTONIO, 2016).

Os principais músculos para aplicar a toxina com o objetivo de rejuvenescimento


facial são: orbicular dos olhos, frontal, nasal, prócero, corrugador, levantador do lábio e
levantador de ângulo da boca. Seu uso aumenta a autoestima e diminui as imperfeições
estéticas como: modelamento de sobrancelha e nariz, linhas de expressão na testa,
levantar os cantos da boca, suavizar rugas dinâmicas, tanto na face como no pescoço e
colo, e corrigir assimetrias faciais (DRESSLER; BENECKE, 2007).

64
FIGURA 4 – MÚSCULOS DA FACE

FONTE: <https://shutr.bz/3jDJ3uG>. Acesso em: 31 mar. 2022.

A aplicação da toxina deverá seguir as características pessoais de cada indivíduo,


levando em conta as suas particularidades. Alguns, por exemplo, têm expressões mais
rígidas que outros (MAIO, 2011). Antes de realizar o procedimento, inicialmente, faz-
se uma assepsia na pele e deve-se também fazer a marcação da área muscular a ser
puncionada. A toxina deve ser distribuída pelos diferentes pontos marcados. Na ficha do
paciente, devem constar a quantidade e a marca utilizadas, os pontos aplicados e a data
da aplicação e do retorno (BARBOSA; BARBOSA, 2017).

FIGURA 5 – PONTOS DE APLICAÇÃO DA TOXINA

FONTE: <https://shutr.bz/3M5ULdo>. Acesso em: 31 mar. 2022.


65
De acordo com Fiszbaum (2008), o paciente deve ser fotografado antes e após o
procedimento. Além disso, a aplicação deve ser feita com seringa graduada em unidade
por m/L (U) e o paciente deve estar confortável e relaxado.

O uso da toxina botulínica é seguro e eficaz na estética facial quando comparado


com um procedimento cirúrgico e raramente provoca efeitos adversos. Todavia, seu uso
requer conhecimentos anatômicos, musculares e subcutâneos da pele. De acordo com
Fiszbaum (2008), não existem relatos na literatura de efeitos adversos letais de aplicação
da toxina botulínica. Podem ocorrer efeitos mínimos e isolados, como edemas, cefaleia
e hematomas locais, em função da alta vascularização da região da face e de pequenos
traumas causados pela aplicação, que regridem logo após as primeiras horas, não havendo
a necessidade de qualquer tratamento, embora a dor possa ser amenizada com o uso de
pomadas anestésicas e com o uso de agulhas de menor calibre (KEDE; SABATOVICH, 2004).

ATENÇÃO
A técnica e a velocidade de aplicação do produto devem ser feitas de forma lenta.

Uma das formas para evitar efeitos adversos é através da purificação da solução,
que tem como objetivo retirar resíduos tóxicos e contaminantes. Por outro lado, o uso
incorreto pode causar alguns efeitos adversos e complicações, que podem ser evitados
com um profissional qualificado e cumprimento de protocolos (DAYAN, 2013).

FIGURA 6 – HEMATOMA PERIORBITAL

FONTE: <https://shutr.bz/37MkDfy>. Acesso em: 31 mar. 2022.

Entre as principais complicações, a ptose palpebral (queda da pálpebra superior)


é uma das mais temidas e está relacionada à técnica utilizada durante a aplicação que
paralisa o músculo levantador da pálpebra superior. Além do mais, aplicações próximas
à área orbital, ou manipulação do local após a aplicação, são fatores que aumentam a
possibilidade de intercorrências. Geralmente, esses sintomas aparecem entre sete a 10

66
dias após a aplicação, mas normalmente tendem a ser leves e regridem espontaneamente
em duas a quatro semanas. Além da queda da pálpebra, os pacientes também sentem
sensação de peso e dificuldade de movimentar os olhos (SANTOS, 2013).

Em casos extremos, recomenda-se o uso de colírio a 0,5% de Iopidine, um


fármaco que auxilia na contração ciliar e abertura ocular, sendo recomendada uma gota
no olho três vezes ao dia, no local da queda palpebral.

FIGURA 7 – PTOSE PALPEBRAL

FONTE: Sruilk, Shutterstock (2022).

Atualmente, há várias marcas de toxina tipo A disponíveis no mercado para


aplicação estética no tratamento de rugas dinâmicas. O desafio maior é o resultado que
cada uma desenvolve nos pacientes, pois apesar de serem do mesmo tipo e possuírem
mecanismos de ação similares, diferem na formulação, na maneira de fabricação, no
tamanho do complexo etc. (BARBOSA, 2014; BORGES, 2018).

No Brasil, há cinco marcas aprovadas pela ANVISA, sendo elas:

• Botox® - Toxina onabotulínica A: ONA (Allergan, Inc., Irvine, Califórnia).


• Dysport® - Toxina abobotulínica A: ABO (Ipsen Ltd., Berkshire, Reino Unido).
• Prosigne® - TBA (Lanzhou, China).
• Xeomin® - Toxina incobotulínica A: INCO (Merz Pharma, Frankfurt).
• Botulift® - TBA (MedyTox Inc., Coreia do Sul).

Entre essas, o Botox® foi o primeiro produto a ser registrado e licenciado pelo
laboratório Allergan, sendo uma das marcas mais conhecidas no Brasil e, por esse
motivo, o procedimento ficou conhecido por todos como “Botox”. No entanto, as outras
marcas e apresentações no Brasil, liberadas pela ANVISA, são seguras e eficazes.
Contudo, segundo Odergren et al. (1998), uma unidade de um produto não corresponde
à unidade de outro fabricante, então, não há uma mesma mensuração padronizada,
devendo haver atenção no preparo para a aplicação.

67
As seringas utilizadas na aplicação da toxina no paciente são as de insulina, sendo
que as mais comuns são Ultrafine® (BD), com agulha fixa, pois evitam o desperdício. As
seringas podem apresentar o volume total de 0,3 mL (30U) ou 0,5 mL (50U) em escala
dividida em uma unidade a cada 0,01 mL, isto é, cada um dos traços corresponde a 1U
de toxina (SUNDARAM et al., 2016).

A toxina se encontra disponível na forma de pó e deverá ser refrigerada (2-


8º C), sendo necessária a sua diluição para uso. Sua reconstituição deverá ser feita
com cloreto de sódio 0,9% estéril e injetável, na seguinte proporção: a cada 100 (U)
unidades de toxina botulínica, recomenda-se 1 ml de cloreto de sódio, podendo variar a
quantidade de diluição a critério do fabricante, por isso é sempre importante ler a bula
(AYRES; SANDOVAL, 2016; BORGES, 2018).

A utilização de solução salina contém conservantes e pode não ser tão eficaz
quanto deveria pelo fato de o pH da solução ser alterado com o uso de tal diluidor.
A diluição do produto pode ser feita em qualquer quantidade, ficando a critério do
profissional o quanto quer diluir, porém, a dose que será aplicada é mensurada de acordo
com a necessidade que o paciente apresentar, conforme a avaliação do profissional.
Durante a diluição, deve-se aspirar a quantidade necessária de diluente com a seringa
apropriada, injetar o diluente no frasco lentamente e misturar de forma delicada. Além
disso, é preciso anotar a data e a hora da reconstituição no espaço reservado no rótulo
do frasco (ALLERGAN, 2018).

Existem dois tipos de diluição da toxina: seca e úmida. A seca é a mais indicada,
pois sua reconstituição é feita com 1 ml de soro a cada 100 unidades de toxina. Essa
diluição é mais segura e traz maior exatidão na aplicação no músculo do paciente,
garantindo uma efetividade do procedimento, sem que haja grande risco de a solução
migrar para outros músculos. Por outro lado, a diluição úmida é reconstituída com
muito soro, ou seja, 2 ou 3 ml. Nesse caso, há o risco de difusão da toxina para outra
musculatura que, na verdade, não deveria recebê-la (MOSCONI, 2018).

DICA
Injetar o diluente no frasco lentamente, homogeneizando de forma delicada
no volume desejado para a aplicação e deve-se anotar a data e a hora da
reconstituição.

Além dos fatores citados anteriormente, a aplicação deve ser feita por um
profissional qualificado e habilitado, seguindo todos os protocolos de segurança de acordo
com o perfil de cada paciente (GIMENEZ et al., 2002). É fundamental avaliar os aspectos
individuais de cada paciente (idade, sexo, estado civil, religião, residência, escolaridade

68
e profissão), evitando, assim, efeitos indesejados, já que a técnica utilizada faz toda a
diferença. Por isso, o profissional biomédico deve ser devidamente qualificado por órgãos
competentes, para realizar o procedimento com segurança (ALLERGAN, 2018).

Existem algumas contraindicações do uso da toxina botulínica que devem ser


respeitadas, que são: o uso da toxina em gestantes ou lactantes; locais que apresentem
riscos de infecções; pessoas com distúrbios neurológicos e neuromusculares e pacientes
sensíveis aos componentes da fórmula da toxina ou da albumina humana (SANTOS, 2013).

IMPORTANTE
Informar ao paciente os resultados, a durabilidade, as possíveis intercorrências
e os efeitos colaterais do procedimento. Além disso, esse processo deve ser
feito em um pré-atendimento, esclarecendo mitos e expectativas irreais.

Após a aplicação da toxina, algumas recomendações devem ser seguidas:

• para impedir a migração do produto para as áreas não desejadas, deve-se evitar
massagear a região tratada, a realização de movimentos bruscos e viagens aéreas;
• não praticar exercícios físicos após 24 horas de aplicação;
• não abaixar a cabeça e não deitar durante as primeiras quatro horas após a aplicação;
• pode ocorrer hematoma e inchaço ao redor dos pontos de aplicação logo após a
realização dos procedimentos, que desaparecerão em aproximadamente cinco
horas;
• caso ocorram hematomas, suspender o uso de aspirina ou medicamento similar;
• após a aplicação, podem ocorrer dores de cabeça. Isto é comum e resultado da
tensão ocorrida durante a realização do procedimento;
• caso ocorra qualquer sintoma descrito, imediatamente contate seu biomédico
e o informe minuciosamente sobre as reações ocorridas e as medidas até então
adotadas;
• a ação da toxina ocorre entre 24 e 48 horas após a aplicação, sendo completa ao
fim de 14 dias. O retorno deverá acontecer entre 15 e 29 dias a contar do dia da
aplicação;
• a aplicação de maquiagem, hidratante ou protetor solar só pode ocorrer após 12
horas da aplicação;
• o uso de ácido só pode ocorrer após 24 horas da aplicação.

69
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A importância da toxina botulínica e suas indicações para: o modelamento de


sobrancelha e nariz, linhas de expressão na testa, levantar os cantos da boca, suavizar
rugas dinâmicas, tanto na face como pescoço e colo, e corrigir assimetrias faciais.

• Existem cinco marcas aprovadas pela ANVISA disponíveis no Brasil. Entretanto, o


Botox® foi o primeiro produto a ser registrado e licenciado pelo laboratório Allergan,
sendo uma das marcas mais conhecidas no Brasil e, por esse motivo, o procedimento
ficou conhecido por todos como “Botox”.

• As técnicas de aplicação e as recomendações após o uso da toxina botulínica. O


uso da toxina botulínica não deve ser feito em gestantes ou lactantes; em locais que
apresentem infecções; em pessoas com distúrbios neurológicos e neuromusculares e
em pacientes sensíveis aos componentes da fórmula da toxina ou da albumina humana.

• Os efeitos adversos e as contraindicações, os resultados, a durabilidade, as possíveis


intercorrências e os efeitos colaterais esperados após o procedimento.

70
AUTOATIVIDADE
1 A espécie Clostridium botulinum produz oito tipos diferentes de toxinas, classificados
conforme as suas características genéticas e fenotípicas, que vão de A até G. Com
relação ao seu uso na área da cosmética, existe um tipo de toxina que é a mais
utilizada em aplicações terapêuticas. Quanto ao nome dessa toxina, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) Toxina tipo A.
b) ( ) Toxina tipo B.
c) ( ) Toxina tipo C.
d) ( ) Toxina tipo D.

2 O uso da toxina botulínica é seguro e eficaz na estética facial quando comparado


a procedimentos cirúrgicos. No entanto, podem ocorrer efeitos mínimos e isolados,
que regridem logo após as primeiras horas, não havendo a necessidade de qualquer
tratamento. Sobre alguns exemplos de efeitos adversos esperados durante a
aplicação, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Hematomas locais.
b) ( ) Alergia no local da aplicação.
c) ( ) Abcesso.
d) ( ) Ptose palpebral.

3 A toxina botulínica, ao ser injetada, atingirá diretamente a corrente sanguínea e será


transportada para os terminais neuromusculares. A injeção local de toxina bloqueia
a transmissão sináptica, causando fraqueza muscular, isso ocorre, pois a toxina
interfere na liberação de um neurotransmissor. Quanto ao nome do neurotransmissor
bloqueado durante a ação da toxina, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Dopamina.
b) ( ) Noradrenalina.
c) ( ) Acetilcolina.
d) ( ) Serotonina.

4 Envelhecer é um processo natural que ocorre com todos os indivíduos. Ao longo


desse processo, haverá alterações fisiológicas e funcionais em cada parte do corpo,
causando alterações também na expressão facial. Levando em conta o mecanismo
de ação da toxina botulínica no tratamento das rugas dinâmicas, disserte como a
toxina botulínica age no organismo.

71
5 À medida que a expectativa de vida da população aumenta, cresce também o
interesse por amenizar os sinais do envelhecimento. Entre os tratamentos estéticos
disponíveis, o uso da toxina botulínica propicia resultados rápidos e seguros. Com
relação à técnica de aplicação, disserte sobre os principais músculos em que se
aplicam a toxina e suas principais indicações na estética.

72
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
PREENCHEDORES

1 INTRODUÇÃO
Este tópico abordará a utilização do ácido hialurônico como preenchedor facial
e suas demais áreas da estética. Esse ácido é produzido naturalmente pelo organismo
humano e tem como função a elasticidade e a hidratação da pele. Com o passar do
tempo, o tecido perde a elasticidade, o colágeno e a gordura, tornando a pele sensível,
seca, fina e com rugas.

O ácido hialurônico surge como uma alternativa para melhorar as alterações do


contorno facial oriundas do processo de envelhecimento, sendo uma nova opção de
tratamento estético e de forma menos invasiva em relação aos procedimentos cirúrgicos.

Tem sido um dos procedimentos mais realizados atualmente por ser pouco
invasivo e não necessitar de intervenção cirúrgica, apresentando efeitos imediatos e
satisfatórios. Neste tópico, você estudará a importância do ácido hialurônico e suas
indicações, marcas disponíveis no Brasil, técnicas de aplicação, recomendações após o
uso do ácido, efeitos adversos e contraindicações.

2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
O ácido hialurônico é um polissacarídeo presente no tecido conjuntivo, cuja
substância tem aspecto viscoelástico de consistência gelatinosa, com alto poder de
hidratação e integridade dos tecidos. Esse polímero é produzido de forma natural pelo
organismo, principalmente por fibroblastos e queratinócitos, e pode ser encontrado em
humanos nos fluidos vítreo, sinovial, cérebro, cartilagem e derme (GREENE; SIDLE, 2015).

Levando em conta as características peculiares do ácido hialurônico, ele tem


como função preencher espaços vazios, absorvendo choques, mantendo a elasticidade
e a hidratação dos tecidos e fazendo ligações com moléculas de água perdidas durante
o envelhecimento (BOHAUMILITZKY et al., 2017).

Foi isolado pela primeira vez por Karl Meyer e John Palmer em 1934, em tecidos
de humor vítreo e cordão umbilical de animais. Posteriormente, com os avanços da
tecnologia, essa substância passou a ser de Streptococcus hemolíticos e Staphylococcus
(PAN et al., 2013).

73
Atualmente, vem sendo usado na estética com o objetivo de promover a
sustentação da porção externa dos olhos, a elevação lateral das sobrancelhas e a
diminuição das rugas periorbitárias (ALMEIDA et al., 2017). Essas vantagens apresentadas
têm conquistado o público, uma vez que o procedimento é menos traumático que
cirurgias, com menos efeitos adversos, menores custos e com resultados rápidos
(COIMBRA; OLIVEIRA; URIBE, 2015).

Além disso, tem como vantagem a disponibilidade de um tratamento alternativo


em casos de complicações no tratamento. A hialuronidase, uma enzima utilizada, tem
capacidade de diminuir a viscosidade intercelular e aumentar a permeabilidade e a
absorção dos tecidos (BUHREN et al., 2016; BALASSIANO; BRAVO, 2014).

Com a finalidade de obter uma aparência mais harmônica, o ácido hialurônico


surge como uma alternativa para melhorar as alterações do contorno facial, oriundas
do processo de envelhecimento. Segundo Coimbra, Oliveira e Uribe (2015), uma face
considerada atrativa é aquela que apresenta simetria, bochechas altas e contornos
marcados. Na análise da simetria da face, utiliza-se a técnica que divide a face em três
terços horizontalmente.

FIGURA 8 – TERÇOS DA FACE

FONTE: <https://shutr.bz/3Oe6QiW>. Acesso em: 1 abr. 2022.

O ácido hialurônico é uma das principais substâncias usadas em procedimentos


estéticos, ajudando a elevar a autoestima e a reestruturar a face. As principais indicações
são nos preenchimentos dos sulcos nasojugais, nasogenianos, rugas glabelares, rugas
finas e na rinomodelação (FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016).

74
FIGURA 9 – ÁREAS DE PREENCHIMENTOS FACIAIS

FONTE: <https://shutr.bz/3rnuUpq>. Acesso em: 1 abr. 2022.

Durante o preenchimento, são utilizadas duas técnicas: as volumizadoras e


as bioestimuladoras. A volumizadora tem o objetivo de devolver o volume da face, e a
bioestimuladora de estimular a produção de colágeno e elastina. O ácido hialurônico
age corrigindo as imperfeições causadas pelo envelhecimento, ajudando a melhorar
aspectos indesejados na pele (PAVANI; FERNANDES, 2017).

DICA
Você pode combinar o ácido hialurônico com outros ativos, como o retinol,
potencializando, assim, a hidratação da pele, reduzindo as rugas e melhorando
a elasticidade e a firmeza dela.

3 APLICAÇÕES
O ácido hialurônico comercial se encontra disponível em seringas de 1 ml, em
forma de gel espesso, incolor, composto por uma molécula simples, com alto peso
molecular e hidrofílico. Ele pode ser armazenado em temperatura ambiente. Entretanto,
deve-se evitar a exposição do produto ao calor, pois pode estimular a formação de
monômeros, contribuindo potencialmente para a inflamação (BAUMANN, 2004).

É importante também considerar o local e o volume a ser aplicado do produto.


Um bom resultado depende da profundidade dos sulcos, das rugas e também da
viscosidade do ácido que será utilizado no procedimento (PEREIRA; DELAY, 2017;
FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016).

75
Os resultados de uma única aplicação podem ser notados logo após o
procedimento e seus efeitos podem durar entre oito a 12 meses. Entretanto, seus
efeitos podem ser determinados pela degradação enzimática dos fibroblastos, tornando
a formação da cadeia do polímero mais curta. Áreas com maior mobilidade apresentam
resultados menos satisfatórios. No entanto, para prolongar esses efeitos, pode-se fazer
o uso concomitante com toxina botulínica (PEREIRA; DELAY, 2017).

Existem no mercado várias linhas de produtos à base do ácido para tratamento


facial. No Brasil, as principais marcas comercializadas são: Juvederm®, Belotero®,
Restylane®, Redexis®, Reviderm® e Matridex® (GLADSTONE; PEGGY; CARRUTHERS, 2005;
FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016). A escolha do produto deve obedecer a alguns aspectos
como: segurança, estabilidade no local de aplicação, baixo risco de alergia, não desenvolver
reação inflamatória, fácil aplicação, resultar em aparência natural, baixa imunogenicidade,
rápida absorção, entre outros (FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016; PIEL, 2011).

A via de administração do ácido hialurônico mais eficaz é a injetável, sua


utilização pode ser feita com cânula ou agulha. Entretanto, a escolha do material para
aplicação vai depender da preferência do profissional e da viscosidade do produto. De
forma geral, o profissional pode optar pelo uso da agulha quando a aplicação do produto
for menos viscosa e de menor profundidade no tecido, devido à espessura da agulha ser
mais fina e, nesse caso, será destinado à derme. No entanto, ocorrem maiores riscos de
sangramento pelo trauma causado pelo bisel (ANTONIO et al., 2014).

Por outro lado, o uso de agulha atrapalha a aplicação dos preenchimentos


em regiões mais profundas, enquanto, com a cânula, o procedimento é mais rápido
e seguro, já que não promove penetração intravascular, diminuindo, assim, o risco de
edema e nódulos, sendo mais confortável para o paciente e para o profissional. Além
disso, as cânulas oferecem a vantagem de gerar preenchimento uniforme (FERREIRA;
CAPOBIANCO, 2016; LIMA; MACHADO; MARSON, 2016).

Antes da realização do procedimento, é necessário que o profissional discuta a


expectativa e avalie os antecedentes do paciente, bem como se existe a possibilidade
de alergia e se o paciente faz uso de medicamentos que podem influenciar no resultado
final. Para assegurar o biomédico, é fundamental solicitar a assinatura do termo de
consentimento e realizar fotografias antes e após o procedimento (CROCCO; ALVES;
ALESSI, 2012).

Alguns sinais, como vermelhidão e edema, são comuns e podem ocorrer na


maioria dos casos. Para minimizar esses sintomas, pode-se utilizar compressa de gelo
no local e manter a cabeça elevada. Essas reações podem ser causadas pelo rompimento
dos vasos sanguíneos no local da aplicação e podem se agravar pelo aspecto do
produto e técnica incorreta de aplicação (LA GLENNE, 2004). Por isso, é aconselhável
não fazer o uso de anticoagulantes para reduzir a incidência de hematomas e minimizar
os movimentos da área aplicada (CROCCO; ALVES; ALESSI, 2012).

76
Antes da realização do procedimento, deve-se realizar assepsia da pele com
clorexidina a 4%. O procedimento não requer cuidados especiais e não interfere na rotina
do paciente. Entretanto, para o conforto deste, pode ser aplicado anestésico 30 minutos
antes do procedimento. Algumas marcas já possuem em sua formulação a lidocaína,
sendo assim desnecessário o uso tópico (ALMEIDA; SAMPAIO; QUEIROZ, 2017).

Para a realização do preenchimento facial, existem diferentes técnicas e aplicações,


mas a mais utilizada é a injeção retrógrada. Essa técnica permite que a agulha ou a cânula
seja introduzida na área da glabela, sulcos nasolabiais, lábios, sulco lacrimal, entre outros,
aplicando o produto em um movimento de trás para frente, na direção retrógrada (WARREN;
NELIGAN, 2015). Entretanto, técnicas podem ser combinadas durante o preenchimento,
e após o produto ser aplicado, o local pode ser modelado com a ponta dos dedos para
suavizar possíveis irregularidades (PIEL, 2011; KEDE; SABATOVICH, 2004).

Apesar de a técnica ser considerada segura, o procedimento não está livre de


riscos e nem de eventos adversos. Por isso, é recomendado aplicar até 2 ml, no máximo,
em cada região. Caso seja necessário mais produto, recomenda-se outra sessão.
O profissional também deve ter conhecimento da técnica, já que aplicações muito
superficiais podem causar irregularidades aparentes, enquanto aplicações profundas
podem ser ineficazes (PIEL, 2011).

Técnicas incorretas na aplicação do produto podem levar a complicações como:


reações inflamatórias no local, hematomas, vermelhidão, infecção, nódulos, abscessos
e necrose tecidual. A região da glabela é uma das áreas mais propícias ao aparecimento
desses sinais, devido ser um local de grande quantidade de vasos sanguíneos, e seu
comprometimento pode levar a graves efeitos colaterais (FERREIRA; CAPOBIANCO,
2016; LIMA; MACHADO; MARSON, 2016).

FIGURA 10 – VASOS SANGUÍNEOS PRESENTES NA FACE

FONTE: <https://shutr.bz/3ObYfNt>. Acesso em: 1 abr. 2022.


77
Mesmo sendo um procedimento pouco invasivo, algumas contraindicações
merecem destaque para a realização do procedimento, são elas: gravidez, lactação,
doenças sistêmicas autoimunes e imunodepressão, distúrbios de coagulação ou uso
de anticoagulantes, inflamação ou infecção no local a ser tratado (CROCCO; ALVES;
ALESSI, 2012).

78
LEITURA
COMPLEMENTAR
USO DO ÁCIDO HIALURÔNICO NA PREVENÇÃO DO ENVELHECIMENTO FACIAL

Natália Ribeiro Ferreira


Marcela Petrolini Capobianco

Atualmente, a sociedade se apresenta mais vaidosa e preocupada em manter


a beleza facial e corporal, mas o envelhecimento é um processo natural. No entanto,
há procedimentos que incrementam a circulação superficial local, melhorando, assim,
a nutrição, o metabolismo e o tônus muscular, o que proporciona uma melhora no
aspecto geral, retardando o envelhecimento precoce. Com isso, a utilização de ácidos
no rejuvenescimento facial vem se tornando um procedimento cada vez mais comum.
Na maioria dos tratamentos de rejuvenescimento, uma das etapas consiste na aplicação
do Ácido Hialurônico (AH), que confere volume, sustentação, hidratação e elasticidade
à pele, melhorando os sinais de envelhecimento. Complicações decorrentes do seu
uso são infrequentes, mas podem ocorrer devido a reações alérgicas de pacientes
em relação às substâncias químicas presentes no material utilizado nas aplicações e
também aos componentes proteicos presentes nas preparações do ácido hialurônico.

INTRODUÇÃO

A pele é o órgão que envolve o corpo, determinando seu limite com o meio
externo e exerce diversas funções, como regulação térmica, defesa orgânica, controle
do fluxo sanguíneo, proteção contra diversos agentes do meio ambiente e funções
sensoriais (calor, frio, pressão, dor e tato), sendo um órgão vital. Sem ela, a sobrevivência
seria impossível (SCHNEIDER, 2000).

A sociedade se apresenta mais vaidosa e preocupada em manter a beleza facial


e corporal, no entanto, o envelhecimento é um processo natural (SPIRDUSO, 2005).
Conforme aumenta a expectativa de vida, aumenta também a preocupação com o
envelhecimento da pele, pois através da aparência é possível observar o avanço da
idade, principalmente na face; sendo este um dos motivos que levam os indivíduos a
procurarem produtos que possam diminuir os efeitos do tempo (MAIA, 2012).

O envelhecimento se deve a alterações em nível celular, com diminuição da


capacidade de os órgãos executarem suas funções normais, resultando, provavelmente,
em doença e morte (PEREIRA, 2008). Trata-se de deterioração progressiva, tempo-
dependente do organismo em resposta adaptativa às mudanças ambientais e, com
o passar do tempo, ocorrem alterações moleculares que desencadeiam alterações

79
orgânicas que levam ao envelhecimento (YAAR, 1995). É um processo biológico
complexo contínuo, que se caracteriza por alterações celulares e moleculares, com
diminuição progressiva da capacidade de homeostase do organismo, senescência e/ou
morte celular (BAGATIN, 2011).

O processo de envelhecimento compromete os fibroblastos e, consequentemente,


a síntese e a atividade de proteínas importantes, que garantem elasticidade, resistência
e hidratação da pele, como a elastina, o colágeno e as proteoglicanas (SCOTTI; VELASCO,
2003). Essas modificações levam ao aparecimento de um fenótipo característico,
compreendido pelo aparecimento de rugas, flacidez, manchas, diminuição da capacidade
de regeneração dos tecidos, perda do tônus, perda do brilho e aumento da fragilidade
capilar (VANZIN; CAMARGO, 2008).

O homem utiliza substâncias para melhorar a aparência há milhares de


anos e, inicialmente, essas substâncias utilizadas apresentavam exclusivamente
pigmentos de origem animal e vegetal, que eram aplicados topicamente na tentativa
de melhorar somente a aparência facial (MONTEIRO; PARADA, 2010). No entanto, o
mercado consumidor cosmético oferece preparações constituídas por substâncias
naturais ou sintéticas utilizadas na manutenção e no aperfeiçoamento da estética do
corpo humano, com o objetivo principal de limpá-lo, perfumá-lo, alterar ou corrigir sua
aparência, colaborando de modo a melhorar a qualidade da pele e seus anexos (GOMES;
GABRIEL, 2006; ANVISA, 2005).

Atualmente, existem medidas eficazes para amenizar e retardar o processo de


envelhecimento através de procedimentos que incrementam a circulação superficial
local, melhorando a nutrição, o metabolismo e o tônus muscular, o que proporciona
uma melhora no aspecto geral da pele, retardando, assim, o envelhecimento precoce
(BAGATIN, 2009; SANTOS, 2013).

Com isso, a utilização de ácidos no rejuvenescimento facial vem se tornando um


procedimento cada vez mais comum. Na maioria dos tratamentos de rejuvenescimento,
uma das etapas consiste na aplicação do Ácido Hialurônico (AH), que vem ganhando
destaque por ser um constituinte da matriz extracelular, cujas principais funções são
preencher os espaços não ocupados pelas células e conferir resistência aos tecidos
cutâneos (JHA et al., 2011).

ÁCIDO HIALURÔNICO

O Ácido Hialurônico (AH) é uma molécula carregada negativamente e, por


isso, possui uma alta capacidade de se ligar à molécula de água, formando um bloco
coeso com grande força para preencher as rugas (LIU et al., 2011). É componente
de importantes líquidos do corpo, por exemplo, o líquido sinovial, que tem a função
de lubrificar as articulações sinoviais, e o humor vítreo, líquido viscoso que atua na
manutenção da forma esférica do olho. Vale ressaltar que a maior parte do AH no

80
organismo está situada na pele, conferindo-lhe volume, sustentação, hidratação e
elasticidade (BANSAL et al., 2010; NOBLE et al., 2011).

São substâncias presentes em todos os organismos vivos e devido a sua


natureza hidratante, viscoelástica e a sua biocompatibilidade, também é utilizado
em várias aplicações clínicas, incluindo a suplementação de fluido das articulações
em artrite, cirurgia dos olhos e no auxílio da cicatrização e da regeneração de feridas
cirúrgicas (DAHIYA; KAMAL, 2013).

Apresenta uma capacidade de reter até 100 vezes o seu peso molecular (1 x
105 até 5 x 105 daltons) em água, o que induz uma expansão da matriz extracelular,
facilitando a difusão de moléculas hidrossolúveis, porém, a quantidade de AH é
inversamente proporcional ao tempo de vida do organismo. Com o envelhecimento,
ocorre a diminuição de AH, alterando a quantidade de água, daí o surgimento de rugas
na pele de idosos, desidratação, alteração da elasticidade, perda do turgor e formação
de manchas (PRESTWICH, 2011; LEE, 2008).

Ao devolver o AH nas camadas internas da pele, restabelece-se o equilíbrio


hídrico, filtrando e regulando a distribuição de proteínas nos tecidos e compondo um
ambiente físico, no qual ocorre o movimento das células, contribuindo para a melhora
na estrutura e elasticidade da pele, removendo rugas, realçando e restaurando o volume
facial, criando volume labial, suavizando as linhas de expressão e proporcionando o
rejuvenescimento facial (BERTOLAMI et al., 1992; FRASER et al., 2007).

Apresenta um efeito antioxidante, pois atua como sequestrante de radicais


livres, aumentando a proteção da pele em relação à radiação ultravioleta e contribui para
o aumento da capacidade de reparação tecidual, representando, assim, uma alternativa
no tratamento do envelhecimento facial e no preenchimento de partes moles para
corrigir depressões, rugas e sulcos (GUILLAUME et al., 2006; SALLES et al., 2011).

Como preenchedor dérmico, o AH foi desenvolvido em 1989, quando Endre


Balazs observou sua biocompatibilidade com a pele e ausência de imunogenicidade
(PIACQUADIO et al., 1997). Entretanto, a degradação do produto era extremamente
rápida e a meia-vida do AH não estabilizado era por volta de 24 horas no tecido cutâneo
(MONTEIRO, 2011). Portanto, o produto teve que ser estabilizado por meio de uma
tecnologia molecular denominada cross-linking, através de substâncias geradoras
de ligações intermoleculares que aumentam a estabilidade e durabilidade clínica
do implante, com o objetivo de produzir formas adequadas para utilizá-lo como um
preenchedor cutâneo (GONÇALVES et al., 2006; FALCONE et al., 2008).

Na ausência do processo de estabilização dessa molécula, o tempo de


permanência no tecido cutâneo seria de horas ou dias, apenas (PILLONI, 2011). Por outro
lado, o excesso de modificações na sua estrutura molecular para aumentar o tempo
de permanência tecidual pode afetar negativamente suas propriedades e diminuir sua
biocompatibilidade cutânea (PRESTWICH, 2011).

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Complicações decorrentes do seu uso são infrequentes e autolimitadas,
incluindo reações inflamatórias, pequenos hematomas, abscessos nos sítios de
aplicação, necrose tecidual (por injeção intravascular ou compressão da rede vascular
adjacente), edema persistente e granulomas (ALSTER, 2000; HOFFMANN et al., 2003).
Ressalta-se que edema persistente e granulomas podem ser desencadeados por alergia
ao material, que contém substâncias como: divinil sulfona e butanediol-diglicidil-éter,
ou resposta imunológica aos componentes proteicos presentes nas preparações de AH.
Essas complicações podem ser tratadas com injeção local de hialuronidase (BRODY,
2005; CROCCO; ALVES; ALESSI, 2012).

A hialuronidase é uma enzima produzida a partir da fermentação bacteriana não


patogênica de Streptococcus e Staphylococcus, que hidrolisam o AH no tecido conjuntivo
e reduzem sua viscosidade, aumentando, assim, a permeabilidade hídrica dos tecidos
(NECAS et al., 2008; OGRODOWSKI et al., 2006). São as diferentes origens, formulações
e concentrações que geram grandes polêmicas em relação à possibilidade de efeitos
colaterais e eventos alérgicos decorrentes do uso do AH. As maiores desvantagens são
o custo elevado e a baixa durabilidade dos resultados, que são evidenciados por seis a
12 meses após o uso (LIU et al., 2008; PRINCE, 2005).

FONTES DE EXTRAÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO

O AH foi isolado pela primeira vez em 1934, a partir do humor vítreo da vaca.
Depois foi isolado do cordão umbilical humano, fluido sinovial e, mais tarde, da crista de
galos (PIRES et al., 2010; BANSAL et al., 2010). No entanto, sua obtenção a partir dessas
fontes naturais apresenta algumas desvantagens, como a necessidade de purificação
laboriosa, pois se encontra usualmente misturado com outros mucopolissacarídeos e
proteínas, o que gera uma redução da sua massa molar devido à degradação das suas
cadeias nos procedimentos de purificação (OGRODOWSKI, 2005; GONTIJA et al., 2012).

Ressalta-se que os métodos de extração utilizando diferentes líquidos extratores,


como acetona, clorofórmio, hidróxido de sódio, etanol e metanol, são necessários para
garantir a quebra da molécula e liberação do AH do complexo de outros polissacarídeos
e proteínas (ROSA, 2008; IGNATOVA et al.,1990).

USO DO ÁCIDO HIALURÔNICO NA COSMETOLOGIA

Existem várias empresas que comercializam o produto legalmente no Brasil,


trata-se de uma grande evolução da indústria química e farmacêutica (ROCQUET et al.,
2008). Algumas das marcas mais comumente utilizadas são o Surgiderm, Juvederm,
Hylaform, Restylane, Perlane, Esthelis e Forthelis. Ressalta-se que a escolha da
marca a ser utilizada depende do profissional que realizará o procedimento e da queixa
de cada paciente (PINSKY et al., 2008).

82
O profissional considerará vários aspectos para a escolha do AH mais apropriado
para cada situação, considerando, além das características químicas, a segurança, a
compatibilidade biológica, o baixo risco de alergia, a baixa imunogenicidade, o tempo
de reabsorção, a forma de obtenção do produto e o custo para o paciente (JOHANNEN,
2009). Essas são as características de preenchedores dérmicos que são muito bem
respondidas pelo Ácido Hialurônico, o que o faz ser um produto muito bem aceito em
todo o mundo para o preenchimento cutâneo temporário (MONTEIRO, 2010).

Segundo a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, no ano de 2012, foram


realizados cerca de dois milhões de procedimentos utilizando AH como preenchedor
dérmico, resultando em um aumento de 5% dos procedimentos realizados em 2011
e 205% em 2000, ficando atrás apenas da toxina botulínica (AMERICAN SOCIETY OF
PLASTIC SURGEON, 2012).

Atualmente, o AH na forma de gel injetável é considerado tratamento padrão ouro


na abordagem estética para a correção de rugas, perda de contorno e reposição de volume
facial. Como exemplo, cita-se sua utilização no preenchimento dos sulcos nasojugais
(conhecidos popularmente como olheiras), nos sulcos nasogenianos (conhecidos como
“bigode chinês”), nas rugas glabelares (rugas do nariz e entre as sobrancelhas) e nas
rugas finas, conhecidas popularmente como “pés de galinha” (JAIN, 2013).

Deve-se levar em consideração que o volume de AH a ser injetado para uma boa
correção depende da profundidade dos sulcos das rugas e também da viscosidade do
ácido que será utilizado nesse procedimento (FRASER et al., 2007).

A aplicação dérmica de preenchedores de alta viscosidade tem como função


preencher grandes volumes e, desse modo, remodelar o rosto e corrigir depressões
(SALLES et al., 2011). Os comercializados no Brasil são o Juvederm, Belotero, Restylane,
Redexis, Reviderm, Matridex, entre outros. Essa aplicação pode ser feita com agulha ou
com cânula, dependendo da preferência do médico (GLADSTONE; PEGGY; CARRUTHERS,
2005). O uso da agulha é mais simples e mais preciso do que o uso da cânula, pois atinge
uma menor profundidade no tecido, devido à espessura da agulha ser mais fina e delicada,
oferecendo mais conforto e suavidade, principalmente para os pacientes mais sensíveis
(EL-SAYAD et al., 2012).

Enfim, mesmo em meio a polêmicas, o AH representa uma alternativa


moderna e eficaz para o tratamento do envelhecimento cutâneo, sendo utilizado para
preenchimento de partes moles e também para corrigir depressões, rugas e sulcos,
resultando em uma pele aparentemente melhor e mais jovial (SANTOS, 2013).

83
JUSTIFICATIVA

O processo de envelhecimento cutâneo não pode ser revertido, portanto, as


rugas não podem ser evitadas e, mais cedo ou mais tarde, elas aparecerão. No entanto,
o mercado consumidor cosmético oferece medidas eficazes para amenizá-las, através
de procedimentos que utilizam o AH como um agente precursor, proporcionando uma
melhora no aspecto geral, retardando, assim, o envelhecimento precoce cutâneo.

METODOLOGIA

Este trabalho consistiu na elaboração de um artigo científico de revisão


bibliográfica. Para a revisão, foram utilizados os bancos de dados Google Acadêmico
e Scielo, no período de janeiro a junho de 2016. As palavras-chave utilizadas na busca
foram: rejuvenescimento facial, ácido hialurônico, hialuronidase e dermocosméticos.

CONCLUSÃO

Conclui-se que:

• o ácido hialurônico ajuda na prevenção do envelhecimento facial, pois apresenta


propriedades antioxidantes, confere volume, sustentação, hidratação e elasticidade
à pele, melhorando, assim, sua estrutura e as linhas de expressão;
• complicações relatadas decorrentes de seu uso geralmente são infrequentes, mas
podem ocorrer devido a reações alérgicas de pacientes em relação às substâncias
químicas presentes no material utilizado nas aplicações e também aos componentes
proteicos presentes nas preparações do ácido hialurônico;
• o uso do ácido hialurônico na cosmetologia tem se tornado muito frequente, pela
capacidade de esta substância atuar como preenchedor dérmico, corrigindo as
rugas e repondo o volume facial.

FONTE: FERREIRA, N. R.; CAPOBIANCO, M. P. Uso do ácido hialurônico na prevenção do envelhecimento


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84
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O ácido hialurônico surge como uma alternativa para melhorar as alterações do


contorno facial oriundas do processo de envelhecimento, sendo uma nova opção
de tratamento estético, de forma menos invasiva em relação aos procedimentos
cirúrgicos. É usado na estética para a correção de rugas, perda de contorno e
reposição de volume facial.

• As marcas disponíveis no Brasil de ácido hialurônico para comercialização são:


Juvederm, Belotero, Restylane, Redexis, Reviderm, Matridex, entre outros.

• As técnicas de aplicação e recomendações após o uso do ácido hialurônico. A técnica


volumizadora tem o objetivo de devolver o volume da face, e a técnica bioestimuladora
de estimular a produção de colágeno e elastina. O ácido hialurônico age corrigindo
as imperfeições causadas pelo envelhecimento, ajudando a melhorar aspectos
indesejados na pele.

• Efeitos adversos e contraindicações podem ocorrer devido a reações alérgicas de


pacientes em relação às substâncias químicas presentes no material utilizado nas
aplicações e também aos componentes proteicos presentes nas preparações do ácido
hialurônico. Técnicas incorretas na aplicação do produto podem levar a complicações
como: reações inflamatórias no local, hematomas, vermelhidão, infecção, nódulos,
abscessos e necrose tecidual.

85
AUTOATIVIDADE
1 A via de administração do ácido hialurônico mais eficaz é a injetável, sua utilização
pode ser feita com cânula ou agulha. No entanto, a utilização destas na aplicação
do produto vai depender da preferência do profissional e da viscosidade do produto.
Quanto mais fluido for o produto, sua aplicação será destinada à derme, e quanto
mais viscoso for, mais profunda será sua aplicação. Com relação ao material usado
na aplicação, é aconselhável o uso da agulha durante a realização do procedimento
com ácido hialurônico na estética em alguns casos, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Quando a aplicação for menos profunda.


b) ( ) Quando a espessura da pele for mais grossa.
c) ( ) Quando o produto for aplicado no músculo.
d) ( ) Quando o produto for mais viscoso.

2 O ácido hialurônico é um polissacarídeo presente no tecido conjuntivo, cuja


substância tem aspecto viscoso e elástico de consistência gelatinosa, com alto poder
de hidratação e integridade dos tecidos. Assinale a alternativa CORRETA quanto às
principais indicações no tratamento do ácido hialurônico na estética:

a) ( ) Estrabismo.
b) ( ) Sulcos nasogenianos.
c) ( ) Rinoplastia.
d) ( ) Hiperidrose.

3 O ácido hialurônico é produzido naturalmente pelo organismo humano e tem como


função a elasticidade e a hidratação da pele. Com o passar do tempo, o tecido perde
essa substância, tornando a pele sensível, seca, fina e com rugas. O ácido hialurônico
comercial encontra-se disponível em seringas de 1 ml em forma de gel espesso
e incolor. Com relação às propriedades moleculares do ácido hialurônico, este é
composto por uma molécula. Sobre ela, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Alto peso molecular e hidrofílica.


b) ( ) Alto peso molecular e hidrofóbica.
c) ( ) Alto peso molecular e higroscópica.
d) ( ) Baixo peso molecular e hidrofílica.

4 Uma paciente de 45 anos de idade procurou um biomédico esteta para a realização


de um procedimento minimamente invasivo, já que ela não queria se submeter
a cirurgias. Ao exame clínico, foram identificados: rugas estáticas na área dos
olhos, sulcos nasogenianos e entre as sobrancelhas. Considerando o caso clínico
apresentado, disserte sobre como as propriedades do ácido hialurônico podem ajudar
a melhorar as alterações na face oriundas do processo de envelhecimento.
86
5 O ácido hialurônico surge como uma alternativa para melhorar as alterações do
contorno facial oriundas do processo de envelhecimento, sendo uma nova opção
de tratamento estético de forma menos invasiva em relação aos procedimentos
cirúrgicos. Apesar de o procedimento ser considerado seguro, há, no entanto,
algumas contraindicações para a realização do procedimento. Disserte sobre quais
são as contraindicações do uso do ácido hialurônico.

87
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de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto, Porto, 2009.

SILVA, J. F. N. A aplicação da toxina botulínica e suas complicações. 2012. 154


f. Dissertação (Mestrado em Medicina Legal) - Instituto de Ciências Biomédicas
de Abel Salazar da Universidade do Porto, Porto, 2012.

SPOSITO, M. M. M. Toxina botulínica do tipo A: mecanismo de ação. Acta


Fisiatrica, [s. l.], v. 16, n. 1, p. 25-37, 2009.

SUNDARAM, H. et al. Global aesthetics consensus: botulinum toxin type a


evidence based review, emerging concepts, and consensus recommendations
for aesthetic use, including updates on complications. American Society of
Plastic Surgeons, [s. l.], v. 3, 2016.

TRUCHUELO, M.; CERDÁ, P.; FERNÁNDEZ, L. Chemical peeling: a useful tool in


the office. Actas Dermosifiliogr, [s. l.], v. 108, p. 315-322, 2017.

WARREN, R. J.; NELIGAN, P. Cirurgia plástica: estética. 3. ed. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2015.

95
96
UNIDADE 3 —

PROCEDIMENTOS
MINIMAMENTE
INVASIVOS: MESOTERAPIA
(INTRADERMOTERAPIA) E
PEIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer a legislação da Biomedicina Estética no que concerne à realização de


Procedimentos Minimamente Invasivos, como a Mesoterapia e o PEIM;

• dominar a base e a aplicação da Mesoterapia;

• dominar a base e a aplicação do PEIM;

• conhecer as características principais de outros Procedimentos Minimamente


Invasivos.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS II: MESOTERAPIA


(INTRADERMOTERAPIA) E PEIM
TÓPICO 2 – PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS – PEIM
TÓPICO 3 – OUTROS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS

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UNIDADE 3!

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98
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE
INVASIVOS II: MESOTERAPIA
(INTRADERMOTERAPIA) E PEIM

1 INTRODUÇÃO
As atividades dos profissionais habilitados em biomedicina estética são
compreendidas por: iontoforese, eletroterapia, ultrassom estético, radiofrequência,
terapias com laser, terapias com luz intensa pulsada, LED (do inglês Light Emitting
Diode), peelings (tanto químicos quanto mecânicos), cosmetologia, carboxiterapia,
intradermoterapia, preenchimentos, procedimento estético injetável para microvasos
(PEIM), fios de sustentação tecidual absorvíveis com finalidade estética e aplicação de
substâncias por via intramuscular para fins estéticos.

A gordura localizada é uma modificação de células adiposas, que pode ser


descrita como uma alteração no metabolismo da gordura corporal ou um crescimento
desenfreado de gordura, sendo um dos motivos de baixa autoestima, tanto em
mulheres quanto em homens. Diante disso, várias condutas terapêuticas tecnológicas,
consideradas minimamente invasivas, personalizadas e fundamentadas em múltiplos
ativos, vêm sendo desenvolvidas, viabilizando uma redução efetiva e confortável da
gordura localizada nesses pacientes (SILVA et al., 2016).

A Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011, do Conselho Federal de Biomedicina


(CFBM), dispõe sobre os critérios para a habilitação em biomedicina estética, em que a
intradermoterapia é um requisito mínimo e obrigatório para a atuação em biomedicina
estética (CFBM, 2011).

A intradermoterapia é uma ferramenta estética introduzida desde 1958, que trata


da administração de injeções intradérmicas, com substâncias de ações farmacológicas,
que são aplicadas exatamente na região requerida. Existem descrições da utilização da
intradermoterapia no tratamento terapêutico de doenças que causam dor e dermatites.
Os centros estéticos utilizam a técnica empregando o nome popular: mesoterapia
(HERREROS; MORAES; VELHO, 2011).

A intradermoterapia é um procedimento minimamente invasivo, realizado


por meio de terapia intradérmica local, com ativos ou outros compostos bioativos
administrados em pequenas quantidades, as quais reduzidas de multipunções
dérmicas, sendo que o local da injeção corresponde à área da disfunção estética. A
terapia intradérmica local é usada quando não existem outras opções de terapia, quando
outras terapias falharam (ou por qualquer motivo não podem ser usadas), quando há um

99
possível benefício sinérgico com outras terapias farmacológicas/não farmacológicas e,
principalmente, quando essa técnica pode ter um efeito, evitando o uso sistêmico de
fármacos. É necessária experiência farmacológica e clínica para a correta aplicação
da mesoterapia. A desconsideração dos procedimentos corretos constitui negligência
profissional (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011).

Além da aplicação para a redução da gordura localizada, a técnica pode ser


aplicada para outras finalidades, como clareamento da pele, tratamento da perda
de cabelo, redução de linhas de expressão, redução da celulite, contorno corporal e
tratamento da flacidez (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011).

As principais reações adversas dessa técnica incluem dor, processo inflamatório,


náusea, sensibilidade, coceira, vermelhidão, cicatrizes, manchas na pele, contusão, inchaço
no local da aplicação, irritação da pele e infecção (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011).

A seguir, abordaremos essa técnica de forma detalhada, apresentando sua


definição, características, vantagens, limitações, contraindicações, complicações,
aplicações e como funciona o procedimento.

2 MESOTERAPIA (INTRADERMOTERAPIA)
A intradermoterapia, também conhecida como mesoterapia, consiste na
aplicação de injeções intradérmicas de substâncias farmacológicas diluídas diretamente
na região a ser tratada, como enzimas, extratos naturais, hormônios, vitaminas, minerais,
fármacos e medicamentos, como antibióticos e vasodilatadores. Foi, inicialmente,
realizada na década de 1950 por um médico francês. Desde então, tornou-se um
tratamento opcional para diversas condições, incluindo disfunções estéticas, como
gordura localizada, rugas e linhas de expressão, flacidez e celulite, e os resultados
podem ser obtidos pela combinação de diferentes substâncias (HERREROS; MORAES;
VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).

NOTA
Afinal, o que é um fármaco? Fármaco pode ser definido como uma
substância química que contenha propriedades farmacológicas com
finalidade benéfica e medicamentosa, produzindo efeito biológico. Um
medicamento, por sua vez, para fins de diferenciação, trata-se de uma
preparação elaborada, que pode conter um ou mais fármacos (princípio
ativo), visando ao uso terapêutico. Medicamentos, além de conterem o
fármaco em sua composição, contêm substâncias químicas denominadas
excipientes, como conservantes e antioxidantes, por exemplo (RANG et
al., 2012; KATZUNG, 2010).

100
O mecanismo que leva à redução da adiposidade localizada está relacionado ao
tipo de substância utilizada, podendo se basear na ativação da lipólise ou morte celular
acidental, sendo esta última conhecida como “ablativo”, e envolvendo tumefação celular e
coagulação do citoplasma (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).

A intradermoterapia pode ser aplicada por meio de agulhas ou pela técnica


pressurizada. Tradicionalmente, múltiplas injeções intradérmicas ou subcutâneas
são aplicadas usando agulhas de calibre muito fino, diretamente sobre ou perto dos
locais afetados. O método de intradermoterapia pressurizada, ao contrário, utiliza uma
tecnologia sem agulha, que visa liberar a substância terapêutica na pele ou tecido
subcutâneo por meio de forças, pressões de gás e ondas de choque mecânicas, sem
a necessidade de injetá-las com agulhas, proporcionando maior conforto ao paciente
durante a aplicação (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).

INTERESSANTE
A intradermoterapia não possui apenas finalidade estética, ela é aplicada
também no tratamento de algumas doenças dermatológicas. Alguns
medicamentos utilizados por via intradérmica no tratamento dessas
doenças são: acetonido de triancinolona, antimoniato de meglumina,
interferon alfa-2b, lincomicina, metotrexato, plasma rico em plaquetas,
ácido tranexâmico, secuquinumabe, verapamil, bleomicina, 5-fluorouracil,
glicocorticoide, interleucina-2, toxina botulínica, ciclosporina, minoxidil,
ixequizumabe e brodalumabe (CANZONA et al., 2020).

3 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
A utilização de agulhas para tratamento de doenças ou disfunções tem uma
longa história, iniciando com Hipócrates em 400 a.C., que utilizava uma aplicação local
de cacto para tratamento de dores no ombro, os chineses, utilizando acupuntura na
medicina tradicional chinesa (há 2000 anos) e, posteriormente, a injeção de compostos
acompanhando a invenção da agulha oca desde o século XIX. A intradermoterapia é um
procedimento desenvolvido na década de 1950 pelo médico francês Dr. Michel Pistor,
para o tratamento de dores e distúrbios vasculares, uma das pessoas mais renomadas
nacionalmente, com realizações significativas no seu país (HERREROS; MORAES; VELHO,
2011; SIVAGNANAM, 2010).

A intradermoterapia teve início quando Pistor realizou a injeção de procaína pela


via intravenosa para o tratamento da asma, descobrindo que, apesar de a condição original
não melhorar, ocorreu uma melhora significativa na deficiência auditiva do paciente. Com
o intuito de intensificar o efeito, Pistor realizou a injeção de doses reduzidas de procaína

101
de três a cinco milímetros de profundidade aos arredores do alvo terapêutico, ou seja, no
próprio canal auditivo. Desde então, dezenas de pacientes surdos procuraram por Pistor,
porém, foram observadas outras condições relacionadas, como eczema do canal auditivo,
dor na articulação temporomandibular e zumbido (SIVAGNANAM, 2010).

Pistor cunhou o termo “mesoterapia” em sua primeira publicação da técnica,


em uma revista médica local em 1958. Ele a definiu como tratamento do mesoderma
(a camada germinativa primária que se desenvolve em tecido conjuntivo, músculo e
sistema circulatório), referindo-se aos efeitos da procaína local em tão grande número
de tecidos. Assim, a “mesoterapia” pode ser considerada um desdobramento da
farmacoterapia, decorrente da manipulação fortuita da via intradérmica, até então,
menos explorada, para tratar condições médicas. Pistor foi responsável pela fundação
da Sociedade Francesa de Mesoterapia, no ano de 1964, e ampliou o procedimento para
o tratamento de patologias humanas, veterinárias e disfunções estéticas gerais.

Em 1987, a Academia Nacional Francesa de Medicina realizou o reconhecimento


oficial da mesoterapia como uma especialidade médica. Nesse intervalo de tempo, a
mesoterapia passou a se tornar popular em grande parte da Europa, América do Sul
e, posteriormente, nos Estados Unidos e países asiáticos. Pistor faleceu em 2003
(HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; SIVAGNANAM, 2010).

A terapia intradérmica é uma técnica de injeção que, se bem aplicada


isoladamente ou em combinação com outras terapias, é útil em diversas condições
clínicas. A justificativa científica para essa técnica se baseia no fato de que um
medicamento injetado em pequenas doses na camada superficial da pele se
espalha lentamente para os tecidos subjacentes e permanece por mais tempo do
que a administração sistêmica, como confirmado em estudos pré-clínicos. De fato,
concentrações mais altas de droga injetada por via intradérmica foram detectadas na
pele, músculos e articulações subjacentes ao local da infiltração em comparação com
a administração intramuscular. Além disso, uma maior resposta imune, tanto primária
quanto secundária, foi relatada após a injeção intradérmica em comparação com a
administração intramuscular (CANZONA et al., 2020).

Muitas vantagens desta técnica têm sido descritas: minimamente invasiva,


menor dose do fármaco em relação ao tratamento sistêmico, menor risco de eventos
adversos sistêmicos e simples aplicação. A mesoterapia consiste em uma ou mais
microinjeções intradérmicas na área a ser tratada. Agulhas de 13 mm (calibre 30 ou
32) ou agulhas de 4 mm (calibre 27) são usadas. É recomendado entre 30° e 45° para
aplicação, para depositar o fármaco na derme até uma profundidade de cerca de 2
milímetros (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; CANZONA et al., 2020).

A técnica de intradermoterapia utiliza agulhas muito finas para a aplicação


de uma série de injeções no mesoderma. O intuito por trás da intradermoterapia é a
correção de problemas subjacentes, como a má circulação e a inflamação que causam
danos à pele (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).

102
Os efeitos adversos desse procedimento podem incluir: dor, inflamação, náusea,
sensibilidade, contusão, coceira, inchaço no local de aplicação, vermelhidão, irritação à
pele, cicatrizes, infecção e manchas.

4 APLICAÇÕES
As principais aplicações da técnica de intradermoterapia são:

• remoção de gorduras em áreas localizadas, como pernas, braços, barriga, rosto, coxas,
glúteos e quadril. Esse procedimento é considerado simples e seguro, são utilizados
ativos que realizam a quebra da gordura e aumento da circulação local, fazendo com
que ocorra a eliminação de gorduras localizadas através da perda calórica;
• clareamento da pele;
• tratamento de alopecia (perda do cabelo): esse tratamento consiste na injeção de
extratos, vitaminas ou medicamentos, como Minoxidil e Finasterida, no local em que
se deseja promover o crescimento dos fios;
• redução de linhas e rugas;
• redução de fibroedema geloide: nesse procedimento, é utilizada uma mescla de ativos
que auxiliam na eliminação da fibroedema geloide, melhorando o aspecto da pele;
• contorno corporal;
• tratamento da flacidez: são utilizados ativos que proporcionam o aumento da
tonificação da pele, aumentando a síntese de elastina e colágeno, tornando,
consequentemente, a pele mais firme.

FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE GORDURAS EM ÁREAS LOCALIZADAS

FONTE: < https://shutr.bz/3Od4QHn>. Acesso em: 28 fev. 2022.

Alguns estudos descritos na literatura ainda abordam a utilização de


intradermoterapia para aplicação em doenças funcionais na pele (nesses casos, alguns
não possuem finalidade estética, e não cabe o tratamento com biomédico em estética), por

103
exemplo, alopecias, acnes císticas, queloides, hidrosadenite supurativa, verrugas, vitiligo,
mixedema pré-tibial, neoplasias cutâneas, psoríase, leishmaniose cutânea, melasma e
necrobiose lipoídica (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; CANZONA et al., 2020).

INTERESSANTE
O contorno corporal consiste na modelação das circunferências de tal forma
que fique mais agradável para a paciente, sem que seja necessário fazer
cirurgias plásticas. É válido ressaltar que, em muitos casos, não é possível
chegar ao resultado desejado somente com a intradermoterapia.

As injeções podem ser dadas em diferentes profundidades, dependendo da


condição e do tratamento do paciente. Cada injeção deve administrar apenas uma
pequena gota da substância farmacológica na pele. Geralmente, para o tratamento, são
necessárias várias sessões de mesoterapia, a fim de se obter o efeito desejado, com
retornos entre dez e 15 dias (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).

Um exemplo clássico da aplicação da intradermoterapia diz respeito às aplicações


de lipoenzimas para tratamento da gordura localizada, que vêm ganhando destaque na
estética, uma vez que apresenta diversas vantagens quando comparada a métodos
cirúrgicos. Dentre os benefícios, podemos citar que ela é menos invasiva, traz bons
resultados em um curto período de tempo, acelera o metabolismo e pode ser realizada
em várias partes do corpo (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).

Como se trata de um procedimento minimamente invasivo, a recuperação é


imediata, muitas pessoas conseguem realizar suas atividades normais no mesmo dia e
algumas necessitam de pelo menos um dia de folga devido a dores frequentes.

Técnicas de injeção de mesoterapia:

• ponto por ponto: técnica relatada pela primeira vez pelo médico francês Dr. Pistor,
abrangendo a injeção de 0,02 ml a 0,05 ml de ativos, de forma perpendicular à pele
(aproximadamente 4 mm de profundidade), dada de 1 cm a 2 cm de distância entre
as aplicações (SIVAGNANAM, 2010);
• nappage (do francês, para “cobrir”): trata-se de injeções superficiais
(aproximadamente, 2 mm de profundidade) com agulha de 4 mm, envolvendo
uma grande área. As injeções são aplicadas com um ângulo de aproximadamente
45º da pele, ao passo que é aplicada uma pressão positiva leve e constante no
êmbolo, o aplicador rapidamente sacode o pulso. Em cada área, uma gota de ativo
é introduzida. Em comparação, essa é uma técnica mais desconfortável para o
paciente (SIVAGNANAM, 2010);

104
• epidérmico: técnica mais superficial (1 mm de profundidade) em comparação às
demais, sendo que por essa técnica não ocorre penetração na camada basal. O
tamanho da agulha varia entre 27 a 31 calibres com o bisel orientado para longe da
pele e empurrado com uma pressão leve e positiva aplicada ao êmbolo. É realizado
um padrão de grade com intervalos de 1 cm em toda a área de aplicação. Injeções
múltiplas com doses reduzidas de ativos, em locais precisos, em uma única sessão,
são altamente exigentes para o esteticista (SIVAGNANAM, 2010).

105
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A intradermoterapia, também denominada mesoterapia, é um procedimento estético


valioso criado na década de 1950, que consiste na administração de injeções com
substâncias com atividades farmacológicas para tratamentos específicos.

• A intradermoterapia pode provocar reações adversas, assim como grande parte dos
procedimentos estéticos, porém são efeitos adversos brandos, como dor; inflamação,
náuseas, sensibilidade, contusão, coceira, inchaço local, irritação, vermelhidão,
cicatrizes, manchas e infecções.

• As principais aplicações da intradermoterapia/mesoterapia consistem em redução da


gordura localizada, clareamento da pele, tratamento de alopecia, redução de linhas
de expressão, redução de celulites, contorno corporal e redução da flacidez.

• A intradermoterapia é um requisito mínimo para a atuação como biomédico esteta,


de acordo com a Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011, do Conselho Federal de
Biomedicina (CFBM), que dispõe sobre os critérios para a habilitação em biomedicina
estética.

106
AUTOATIVIDADE
1 A intradermoterapia é um procedimento estético que possui como finalidade liberar
ativos na pele através de injeções intradérmicas, permitindo, dessa forma, que
seja realizado o tratamento de diferentes disfunções estéticas, tornando-se uma
ferramenta importante para a aplicação estética. Sobre estas aplicações, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) São aplicadas para tratamento de gordura localizada, principalmente em áreas


de maior depósito de gordura, como pernas, braços, barriga, rosto, coxas, glúteos
e quadris.
b) ( ) São aplicadas como preenchimento em áreas requeridas, como lábios, olheiras
e outras áreas de preenchimento.
c) ( ) São aplicadas principalmente no tratamento de linhas de expressão, utilizando
toxina botulínica como substância farmacológica.
d) ( ) São aplicadas principalmente em tratamentos faciais, como em olheiras,
preenchimento labial, levantamento das sobrancelhas, entre outros.

2 A técnica de intradermoterapia/mesoterapia é um requisito obrigatório, de acordo


com o Conselho Federal de Biomedicina, através de uma legislação, que dispõe sobre
os critérios para a habilitação em biomedicina estética. Sobre a legislação que dispõe
sobre a obrigatoriedade da técnica para o exercício da profissão, assinale a alternativa
CORRETA:

a) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.


b) ( ) Normativa CFBM nº 003/2015, de 5 de novembro de 2015.
c) ( ) Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.
d) ( ) Normativa CFBM nº 001/2016, de 28 de janeiro de 2016.

3 A intradermoterapia consiste em uma série de microinjeções na camada superficial


da pele de ingredientes ativos que se difundem lentamente nos tecidos subjacentes.
Essa técnica é aplicada em diferentes condições clínicas e, também, em dermatologia,
pode desempenhar um papel útil no caminho do tratamento de muitos pacientes. De
acordo com as substâncias farmacológicas comumente utilizadas no tratamento da
intradermoterapia, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Vitaminas e enzimas são substâncias comumente utilizadas no tratamento com


essa técnica.
( ) Ácido hialurônico, toxina botulínica e glicose são exemplos dessas substâncias.
( ) Medicamentos, como antibióticos e vasodilatadores, são exemplos dessas
substâncias.

107
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F.
b) ( ) V - F - V.
c) ( ) F - V - F.
d) ( ) F - F - V.

4 A intradermoterapia é um procedimento que tem por finalidade liberar ativos na


pele utilizando força mecânica, pressão do gás e ondas de choque (no caso de
intradermoterapia pressurizada), ou aplicação de injeções intradérmicas de fármacos/
aditivos pontualmente na área de tratamento, possibilitando a prática de diferentes
procedimentos estéticos, como gordura localizada, flacidez e celulite. De acordo com o
conteúdo aprendido sobre intradermoterapia, liste as principais aplicações dessa técnica.

5
Procedimentos minimamente invasivos, englobando microagulhamento,
intradermoterapia, aplicação de bioestimuladores, preenchedores, neurotoxinas,
ácidos e PEIM, são ferramentas importantes na área estética. Nesse contexto,
disserte sobre a intradermoterapia para a gordura localizada.

108
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA
MICROVASOS – PEIM

1 INTRODUÇÃO
O Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) criou a Normativa CFBM nº 003/2015,
em 5 de novembro de 2015, que dispõe sobre o Procedimento Estético Injetável para
Microvasos (PEIM). Essa Resolução define o PEIM com uso exclusivo de glicose 50% e
75%, com quantidade não podendo exceder 10 mililitros por sessão, além de vedar o
procedimento em varizes enquadradas no tipo II, III e IV, de acordo com a Classificação
de Francischelli (CFBM, 2015).

Os microvasos, também denominados telangiectasias e varizes, são resultados de


problemas encontrados nas válvulas responsáveis pelo direcionamento de sangue. Muitos
fatores podem inferir sobre o aparecimento de microvasos, como tabagismo, obesidade,
diabetes, genética, posições que possam vir a prejudicar a circulação, entre outros. Podem
ser classificados em quatro tipos, de acordo com a Classificação de Francischelli.

O procedimento estético injetável para microvasos possui como principal função


eliminar ou reduzir esses microvasos, principalmente encontrados nas pernas, através
de substâncias biocompatíveis regulamentadas (glicose 50% ou 75% em associação
com a lidocaína, de acordo com o Conselho Federal de Biomedicina), que auxiliarão
no direcionamento do sangue. Trata-se de uma técnica segura e com muitos estudos
evidenciados (TONI; PEREIRA, 2017).

Neste tópico, abordaremos a técnica de forma detalhada, apresentando sua


definição, características, tipos de varizes, contraindicações, complicações, aplicações,
como funciona o procedimento estético e quando pode ser utilizado.


2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
O PEIM é um procedimento estético realizado com a finalidade de eliminar os
microvasos que surgem no corpo, principalmente nas pernas, tornando-se um incômodo
do ponto de vista estético. Esses microvasos são denominados telangiectasias. O
aparecimento dessas telangiectasias pode estar relacionado com o refluxo sanguíneo
decorrente em veias profundas (Figura 2), podendo ser ocasionado por problemas nas
válvulas que direcionam o sangue para a direção correta. Existem, além disso, mais fatores
que influenciam no surgimento dos microvasos, como fatores genéticos, gestações,
posições que prejudiquem a circulação, atividades físicas de alto impacto, sobrepeso,

109
sedentarismo, tabagismo, diabetes e uso de medicamentos anticoncepcionais, que
podem dificultar a circulação do sangue nas pernas, desencadeando na formação de
microvasos (TONI; PEREIRA, 2017).

FIGURA 2 – COMPARAÇÃO ESQUEMÁTICA DE PERNAS COM E SEM MICROVASOS

FONTE: <https://shutr.bz/3KERS34>. Acesso em: 1 mar. 2022.

De acordo com a Classificação de Francischelli, as varizes (microvasos) podem


ser classificadas em quatro tipos: tipo 1, tipo 2, tipo 3 e tipo 4 (Tabela 1). O procedimento
de PEIM só pode ser realizado em varizes classificadas como tipo 1, ficando vedada a
utilização do procedimento nos demais tipos de varizes, sendo esses tipos de varizes
tratados por médicos vasculares.

TABELA 1 – TIPOS DE VARIZES DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DE FRANCISCHELLI

Tipo de Varizes Características

Tipo 1 Varizes problemáticas do ponto de vista estético ao paciente.

Varizes que apresentam problemas funcionais e estéticos ao


Tipo 2
paciente.
Varizes que apresentam problemas funcionais ao paciente,
Tipo 3
porém não são problemas do ponto de vista estético.
Varizes que apresentam problemas funcionais e complicações à
Tipo 4
saúde do paciente.
FONTE: A autora

Uma agulha de baixo calibre e fina é utilizada para administrar substâncias com
capacidade de eliminar os microvasos. O procedimento pode ser incômodo devido às
injeções, e cada sessão pode levar cerca de 1 hora, dependendo do caso. O procedimento
não atrapalha as atividades normais do paciente, que deve evitar apenas atividades
físicas por um período de 24 horas (TONI; PEREIRA, 2017).
110
Não é indicado nos casos de patologias vasculares, insuficiência renal, infecção,
casos de trombose, diabetes descompensada, arteriopatias, doenças no fígado, gravidez
e casos de câncer ativos (TONI; PEREIRA, 2017).

As principais complicações consistem em: hiperpigmentação, não desapareci-


mento das varizes, edema temporário, bolhas e, em casos raros, necrose e flebite (TONI;
PEREIRA, 2017).

3 APLICAÇÕES

A aplicação consiste na utilização de uma agulha de pequeno calibre e bem
fina para injeção no interior do vaso sanguíneo, com soluções de glicose hipertônica
(50% ou 75%) com anestésico (lidocaína). Nas primeiras aplicações, o paciente pode
sentir incômodo e dor, porém, devido à presença do anestésico, a dor logo desaparece.
A glicose é a substância mais indicada por ser biocompátivel e não causar reações
adversas, além disso, é o esclerosante permitido pelo CFBM. Esse procedimento pode
durar de uma a seis sessões (TONI; PEREIRA, 2017).

Quando o paciente procura tratamento estético para a realização do PEIM, a


primeira etapa do protocolo é realizar uma anamnese, que consiste em saber dados
básicos e importantes do paciente, como saber se é diabético ou não. Além disso, o
profissional biomédico deve deixar claro ao paciente as limitações e as vantagens da
técnica, realizar avaliação do paciente em posição ortostática (verificando principalmente
se são varizes do tipo 1), realizar fotodocumentação e antissepsia para evitar infecções
recorrentes. A aplicação da glicose deve ser feita de forma lenta e, após a aplicação,
deve ser realizada a compressão local (TONI; PEREIRA, 2017).

As orientações básicas ao paciente após o procedimento estético são: não


tomar sol por um período de 10 dias, não realizar nenhum tipo de esforço físico em um
período de 24 horas, usar meia ou faixa de compressão, não fazer repouso e não fazer
depilação ou massagem por um período de 24 horas (TONI; PEREIRA, 2017).

INTERESSANTE
É importante enfatizar que esse procedimento deve ser muito bem avaliado
antes de realizado, para verificar se o grau dos microvasos é puramente
estético ou se existe a necessidade de recomendações médicas, que é o
caso das varizes do tipo II, III e IV pela Classificação de Francischelli.

111
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O Procedimento Estético Injetável para Microvasos (PEIM) passou a ser um


procedimento legalizado pelo Conselho Federal de Biomedicina a partir da Normativa
CFBM nº 003/2015, de 5 de novembro de 2015, que dispõe sobre tal procedimento.

• De acordo com a Resolução vigente, o PEIM, para biomédicos, só pode ser realizado
com glicose 50% e 75% e anestésicos, como a lidocaína. O procedimento não pode
ser realizado em varizes enquadradas no tipo II, III e IV, conforme a Classificação de
Francischelli.

• De acordo com a Classificação de Francischelli, os microvasos podem ser classificados


em quatro tipos, sendo eles: tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV. O tipo I é o único que causa
somente problemas estéticos, sendo os microvasos a serem tratados por PEIM.

• Fatores genéticos, gravidez, posições, atividades físicas, obesidade, sedentarismo,


tabagismo, diabetes e uso de hormônios são fatores que podem desencadear a
formação de microvasos.

112
AUTOATIVIDADE
1 O Procedimento Estético Injetável para Microvasos (PEIM) é amplamente utilizado
para eliminar vasos de menor calibre, tornando-se uma ferramenta importante para
a aplicação estética no tratamento de varizes externas. Sobre a técnica de PEIM,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina, só é permitido realizar a


aplicação de glicose 50% ou 75% juntamente a um anestésico, como a lidocaína.
b) ( ) Várias substâncias podem ser utilizadas para o procedimento de PEIM, como a
toxina botulínica.
c) ( ) É um procedimento indolor, que não possui reações adversas e, na maioria dos
casos, uma sessão é necessária para resolver os problemas.
d) ( ) São utilizadas no tratamento de varizes do tipo II.

2 Os microvasos são denominados como dilatações de artérias, veias ou capilares,


menores que 2 mm de diâmetro, afetando aproximadamente seis em cada 10
mulheres, ocorrendo em sua maioria nas pernas. Existe uma predisposição genética
em cerca de 90% dos casos, em que os microvasos podem originar varizes. Sobre os
tipos de varizes, associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Tipo I.
II- Tipo II.
III- Tipo III.
IV- Tipo IV.

( ) Varizes problemáticas do ponto de vista estético.


( ) Varizes que apresentam problemas funcionais e complicações à saúde.
( ) Varizes que apresentam problemas funcionais, porém não são problemas do ponto
de vista estético.
( ) Varizes que apresentam problemas funcionais e estéticos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) I - III - IV - II.
b) ( ) I - IV - III - II.
c) ( ) II - IV - III - I .
d) ( ) III - IV - I - II.

3 A técnica de Procedimento Estético Injetável para Microvasos (PEIM) é regulamentada


pelo Conselho Federal de Biomedicina através de uma legislação, que dispõe sobre
a técnica, listando as substâncias a serem utilizadas e os tipos de varizes a serem
tratados. Sobre a legislação que dispõe sobre a técnica, assinale a alternativa CORRETA:

113
a) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.
b) ( ) Normativa CFBM nº 003/2015, de 5 de novembro de 2015.
c) ( ) Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.
d) ( ) Normativa CFBM nº 001/2016, de 28 de janeiro de 2016.

4 De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), o Procedimento Estético


Injetável para Microvasos (PEIM) deve ocorrer sempre de acordo com a legislação
vigente para os profissionais biomédicos, cabendo ao biomédico a responsabilidade
de avaliar o paciente e realizar o procedimento da forma mais segura possível. Nesse
contexto, disserte sobre como funciona o procedimento, desde a procura do paciente
pelo tratamento até a realização do procedimento.

5 Os microvasos são ocasionados devido a problemas nas válvulas que são responsáveis
por direcionar o sangue, acometidos principalmente em mulheres e podendo ser
ocasionados por diversos fatores, internos ou externos. Cite pelo menos cinco fatores
que podem favorecer a formação de microvasos.

114
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
OUTROS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE
INVASIVOS

1 INTRODUÇÃO
De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina, o profissional licenciado
em biomedicina estética pode atuar em diversos procedimentos minimamente
invasivos. Como vimos anteriormente, pode atuar na aplicação de toxina botulínica
e preenchedores, na intradermoterapia/mesoterapia, em procedimentos estéticos
injetáveis para microvasos (PEIM) e também em outros procedimentos, como aplicação
de bioestimuladores, na acupuntura estética, no microagulhamento e na carboxiterapia,
que serão vistos de forma detalhada neste tópico, sendo alguns desses procedimentos
requisitos mínimos para atuação na profissão.

A técnica utilizando aplicação de estimuladores atua principalmente


estimulando a síntese de colágeno na pele, atuando em fatores causados pelo processo
de envelhecimento da pele. Esse procedimento ocorre através da aplicação de polímeros
biocompatíveis, sendo o mais amplamente utilizado o ácido poli-L-láctico (PLLA).

A acupuntura estética foi regulamentada em 2016 pelo Conselho Federal de


Biomedicina e requer que o profissional seja devidamente habilitado em acupuntura
para utilizar técnicas de acupontos, para objetivos estéticos. É uma técnica da medicina
tradicional chinesa e visa à redução de linhas de expressões faciais.

O microagulhamento é um procedimento amplamente utilizado nos centros


estéticos, pois atua no tratamento de diversas disfunções estéticas, como cicatrizes,
rejuvenescimento da pele, acnes e até mesmo no melasma. Consiste em uma técnica
utilizando o dermaroller como ferramenta.

A carboxiterapia é um procedimento que utiliza o dióxido de carbono como


principal ferramenta para o tratamento de várias complicações estéticas, como olheiras,
celulites, estrias e gorduras localizadas. É um requisito obrigatório para a legalização
como biomédico esteta e é um procedimento seguro aprovado pela Food and Drug
Administration (FDA).

115
2 BIOESTIMULADORES
No processo de envelhecimento, tanto as alterações denominadas intrínsecas,
relacionadas à capacidade de regeneração celular resultante da ação cronológica,
quanto alterações extrínsecas, causadas pela radiação ultravioleta, podem acelerar o
processo, causando um envelhecimento precoce. Tratamentos que visam à restauração
da síntese de colágeno e estimulação da produção de fibroblastos são fundamentais para
a manutenção da pele. O uso de produtos promissores, que visam estimular a síntese
de colágeno, composto que desempenha um papel importante na matriz extracelular,
representa uma alternativa eficaz para melhorar as propriedades da pele e suas
características mecânicas no tratamento das alterações causadas pelo envelhecimento
da pele (CUNHA et al., 2020; KATZUNG, 2010).

Outra característica do processo de envelhecimento é que com o passar dos


anos o tipo de colágeno encontrado na pele é modificado, sendo o colágeno do tipo I
predominante em jovens, enquanto o colágeno do tipo III é predominante em pessoas
com idade avançada. Essas modificações influenciam diretamente nas propriedades da
pele (CUNHA et al., 2020; KATZUNG, 2010).

Os bioestimuladores atuam induzindo a resposta inflamatória tecidual, levando a


uma degradação lenta, resultando na deposição de colágeno. O sucesso do tratamento
é dependente principalmente do paciente, do polímero utilizado e da técnica utilizada
para a injeção do polímero. Vários fatores devem ser levados em consideração na
escolha do polímero apropriado para utilização como bioestimulador: tamanho de
partícula, biocompatibilidade, composição, estrutura química, ângulo de contato, tensão
superficial e carga (CUNHA et al., 2020).

INTERESSANTE
Polímeros são considerados macromoléculas compostas por monômeros e são muito
utilizados nas indústrias em diversas áreas, desde a agricultura até a farmacêutica. São
classificados de acordo com a sua forma de obtenção em polímeros naturais e
sintéticos. Polímeros naturais são provenientes da natureza, sem modificações
químicas e estruturais. Apresentam características estruturais que os
fazem bons componentes em sistemas de liberação, como atoxicidade,
biocompatibilidade, biodegradabilidade e mucoadesão, são exemplos:
amido, quitosana, ácido hialurônico, pectina, goma gelana, gelatina,
alginato, entre outros. Os polímeros sintéticos, por sua vez, apresentam
modificações estruturais e apresentam como principais características,
que fazem bons excipientes em sistemas de liberação, boa resistência
mecânica, capacidade filmógena, resistência térmica e capacidade
de intumescimento. São exemplos de polímeros sintéticos: polietileno,
polipropileno, policloreto de vinila (PVC) e poliacetato de vinila (PVA).

116
Os bioestimuladores mais amplamente utilizados com finalidade estética para
estimular a síntese de colágeno são o ácido poli-L-láctico (PLLA) e a hidroxiapatita de
cálcio (CaHA).

O PLLA é utilizado para aplicação estética desde 1999. É um polímero de alto peso
molecular (140kD), derivado do ácido lático. É considerado com alta biocompatibilidade,
uma vez que sua hidrólise ocorre por uma via não enzimática, consequentemente,
formam dímeros e monômeros, que são fagocitados por macrófagos, metabolizando
H2O, CO2 ou sendo adicionados à glucose.

Após a aplicação do polímero na pele, ocorre a liberação plaquetária na matriz


extracelular, que é responsável pela liberação de fatores quimiotáticos e homeostáticos,
sendo esses precursores para a atração de neutrófilos, monócitos e fibroblastos, dando
início ao processo inflamatório. Os neutrófilos, dessa forma, realizam a fagocitose dos
compostos estranhos, secretando enzimas e citoquinas. No período por volta de 7 a 10
dias após a administração de PLLA, os macrófagos tentam, juntamente a outras células,
fagocitar partículas, secretando fatores de crescimento e dando início à reconstrução.
Os fibroblastos, no entanto, começam a secretar componentes, como o colágeno tipo I,
em grande quantidade, e o colágeno tipo III, em menor quantidade (CUNHA et al., 2020).

A hidroxiapatita de cálcio (CaHA) foi aprovada como bioestimulante em 2006


pela Food and Drug Administration (FDA), para tratamento de reposição de volume,
tratamento de rugas e sulcos na face. A hidroxiapatita de cálcio é uma substância de
origem sintética, biocompatível, biodegradável e atóxica, que possui fosfato e cálcio em
sua composição (CUNHA et al., 2020).

3 ACUPUNTURA ESTÉTICA
O Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) criou a Normativa CFBM nº 001/2016,
de 28 de janeiro de 2016, que dispõe sobre a atividade do biomédico acupunturista,
que permite ao biomédico devidamente habilitado em acupuntura utilizar técnicas de
acupontos para objetivos estéticos (CFBM, 2016).

Na medicina tradicional chinesa, a técnica de acupuntura é utilizada para


intensificar o deslocamento de energia vital (denominada “qi” ou “chi”) em todo o corpo.
Pensa-se que essa energia vital circule por meio de linhas de energia, denominadas como
meridianos. Conforme a medicina tradicional chinesa, as patologias são decorrentes de
bloqueios no deslocamento da energia vital. Ao introduzir agulhas em pontos específicos
ao longo das linhas meridianas, os profissionais visam restaurar o fluxo de energia vital
e, consequentemente, melhorar disfunções relacionadas à saúde (WONG, 2020).

A filosofia da medicina tradicional chinesa compreendida por trás da acupuntura


é complexa, pois a prática não é tradicionalmente baseada na ciência e na medicina.

117
Os antigos presumiam que o corpo humano era completo e animado por uma força
vital que eles chamavam de ‘qi’ (pronuncia-se ‘chee’) e quando o qi de determinada
pessoa estava correndo bem e indo para ambientes certos, então o indivíduo tinha uma
boa saúde física e mental. Em contrapartida, quando o qi estava fluindo incorretamente
(bloqueado ou deficiente), isso acarretaria doença (WONG, 2020).

A definição de qi está relacionada com o funcionamento interno natural de


determinado indivíduo. Algumas vezes, o indivíduo pode estar mais susceptível a contrair
doenças quando está sob condições de estresse e ansiedade. Quando o indivíduo está
relaxado e saudável, o corpo transmite isso relativamente bem. Em síntese, o humor, a
saúde mental e o bem-estar geral afetam diretamente na saúde e no bem-estar físico.
Dessa forma, a acupuntura tem como finalidade ajudar as pessoas a alcançar o equilíbrio,
ou qi, e, por conseguinte, proporcionar alívio para muitas patologias (WONG, 2020).

A acupuntura estética é um procedimento minimamente invasivo, que abrange a


utilização de acupuntura para aprimorar a pele e suprimir o processo de envelhecimento
(Figura 3). Conhecida como um ‘rejuvenescimento facial’, a acupuntura estética usualmente
é utilizada como uma variação aos liftings cirúrgicos e procedimentos convencionais,
responsáveis por reverter os sinais ocasionados pelo processo de envelhecimento da pele.
Alguns autores afirmam que a acupuntura estética pode auxiliar na redução de rugas,
reduzir linhas finas, eliminar manchas da idade e elevar pálpebras caídas. Grande parte
dos cursos de tratamento com acupuntura estética envolve 10 ou mais sessões, além de
sessões adicionais para manutenção dos resultados (WONG, 2020).

FIGURA 3 – ACUPUNTURA ESTÉTICA

FONTE: <https://shutr.bz/37djMVz>. Acesso em: 1 mar. 2022.

A acupuntura estética possui como finalidade melhorar a pele e atuar principalmente


no tratamento do envelhecimento, em parte, realizando o estímulo da produção de
colágeno. À medida que ocorre o processo de envelhecimento, a camada superior da
pele perde colágeno e, consequentemente, torna-se menos elástica, porém, não existem
evidências científicas que apoiem a afirmação de que a acupuntura pode desencadear a
promoção da produção de colágeno. Alguns autores sugerem que a acupuntura estética
pode auxiliar no rejuvenescimento da pele, melhorando a energia geral (WONG, 2020).
118
Vale destacar que a acupuntura é, de forma geral, considerada segura quando
exercida por um profissional devidamente apto a realizar o procedimento. Conforme o
Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa, a acupuntura pode ocasionar
diversos efeitos adversos (como infecções e órgãos perfurados) quando aplicada de
forma irregular (WONG, 2020).

No rosto, o profissional acupunturista introduz cerca de quarenta a setenta


agulhas minúsculas e indolores. Conforme as agulhas entram em contato com a pele,
desencadeiam feridas dentro de seu limiar, denominadas de microtraumas positivos.
Quando o corpo de determinado indivíduo sente essas feridas, passa a realizar a
reparação. Esse é o mesmo princípio que o microagulhamento usa para obter bons
resultados para o tratamento do envelhecimento, porém, a acupuntura é considerada
menos intensa, com média de cerca de cinquenta punções. O microagulhamento realiza
centenas de picadas por meio de um dispositivo denominado dermaroller (WONG, 2020).

Essas punções são responsáveis por estimular os sistemas linfático e


circulatório, que atuam juntamente com a finalidade de fornecer nutrientes e oxigênio
para as células da pele, nutrindo, dessa forma, a pele de dentro para fora. Isso auxilia na
uniformização da pele, além de promover o brilho. Os microtraumas positivos também
ajudam na produção de colágeno, auxiliando na melhora da elasticidade, reduzindo
linhas de expressão e rugas (WONG, 2020).

4 MICROAGULHAMENTO
O conceito de microagulhamento teve início em 1995, quando Orentreich e
Orentreich descreveram o agulhamento dérmico na forma de subcisão para o tratamento
de cicatrizes. Posteriormente, de forma independente, em 1997, o cirurgião plástico
Camirand utilizou pistolas de tatuagem sem tinta para a retirada de cicatrizes pós-
cirúrgicas. A técnica de microagulhamento em si foi desenvolvida pelo inventor alemão
Liebl, em 2000, e o cirurgião plástico Fernandes, em 2006, projetou um dispositivo em
forma de tambor com múltiplas agulhas finas salientes para a indução percutânea de
colágeno (SINGH; YADAV, 2016).

O microagulhamento é uma técnica terapêutica muito simples, segura, eficaz e


minimamente invasiva (Figura 4). Foi inicialmente introduzido para o rejuvenescimento da
pele, no entanto, atualmente, é utilizado para uma ampla gama de indicações, incluindo
cicatriz de acne, acne, cicatriz pós-traumática/queimadura, alopecia, rejuvenescimento
da pele, administração de medicamentos, hiperidrose, estrias, entre outras. Além disso,
durante os últimos 10 anos, muitas inovações foram feitas no instrumento inicial, que
era usado para microagulhamento. Essa técnica pode ser combinada com outras para
proporcionar melhores resultados. Em particular, é uma técnica muito segura para tipos
de pele escura, em que o risco de pigmentação pós-inflamatória é muito alto com outras
técnicas que danificam a epiderme (SINGH; YADAV, 2016).

119
FIGURA 4 – MICROAGULHAMENTO

FONTE: <https://shutr.bz/37M1daO>. Acesso em: 1 mar. 2022.

O dermaroller padrão tem um cabo de 12 cm de comprimento com um cilindro em


forma de tambor de 2 x 2 cm de largura em uma extremidade, cravejado com 8 linhas e 24
conjuntos circulares de 192 microagulhas finas, geralmente, 0,5-3 mm de comprimento e
0,1-0,25 mm de diâmetro. Essas microagulhas de uso único são sintetizadas por técnicas
de gravação de íons reativos em silício ou aço inoxidável de grau médico. O instrumento
passa por um processo de pré-esterilização por irradiação gama. Trabalhar com um
dermaroller tradicional contendo cerca de 192 agulhas de 2 mm de comprimento e 0,07
mm de diâmetro sobre uma área de pele por aproximadamente 15 vezes resulta em 250
orifícios por cm quadrado até a derme, dependendo da pressão aplicada sob o dispositivo.
Cada aplicação produz cerca de 16 micropunturas no estrato córneo por cm quadrado
sem causar danos significativos à epiderme (SINGH; YADAV, 2016).

FIGURA 5 – DERMAROLLER

FONTE: <https://shutr.bz/3EdutmZ>. Acesso em: 1 mar. 2022.

Micropunturas são criadas usando microagulhas, que produzem uma lesão


controlada da pele, sem danificar a epiderme. Essas microlesões levam ao sangramento
superficial mínimo e estabelecem uma cascata de cicatrização de feridas com liberação
de vários fatores de crescimento, como fator de crescimento derivado de plaquetas
(PGF), fator de crescimento transformador alfa e beta (TGF-α e TGF-β), proteína
ativadora do tecido conjuntivo, fator de crescimento do tecido conjuntivo e fator de
crescimento de fibroblastos (FGF) (SINGH; YADAV, 2016).

120
As agulhas também quebram os antigos fios endurecidos da cicatriz e permitem
que ela seja revascularizada. A neovascularização e a neocolagênese são iniciadas pela
migração e proliferação de fibroblastos e estabelecimento de matriz intercelular. Uma
matriz de fibronectina se forma após cinco dias de lesão, que determina a deposição de
colágeno, resultando em endurecimento da pele, que persiste por cinco a sete anos na
forma de colágeno III. A profundidade da neocolagênese varia de cinco a 600 µm com
uma agulha de 1,5 mm de comprimento (SINGH; YADAV, 2016).

O microagulhamento é uma técnica relativamente simples, com duração de 10


a 20 minutos, conforme a área de tratamento. Durante o procedimento, os pacientes
devem ser devidamente aconselhados, com antecedência do procedimento, explanando
a técnica, os resultados esperados, a possível resposta tardia e a demanda de muitas
sessões. A pele, no entanto, deve ser estimulada, de preferência, diariamente por pelo
menos trinta dias com formulações contendo vitamina A e C para favorecer a síntese
de colágeno dérmico. A vitamina A estimula cerca de 400-1000 genes responsáveis por
controlar a proliferação e a diferenciação celular na derme e epiderme, e a vitamina C é
imprescindível para a síntese de colágeno normal (SINGH; YADAV, 2016).

A técnica é realizada sob anestesia local, com uma mistura de lidocaína e


prilocaína/tetracaína, por um período que varia entre 45 minutos a uma hora. Após
o preparo do local de aplicação com antisséptico e soro fisiológico, a pele deve ser
esticada, sendo realizado um rolamento cinco vezes cada na direção horizontal, vertical
e oblíqua. O resultado do procedimento é apontado como sangramento pontual e
uniforme, que pode ser controlado de forma simples. Posteriormente ao tratamento, a
área é hidratada com soro fisiológico ou são utilizadas compressas de gelo para gerar
conforto ao paciente.

Após essa etapa, o paciente é aconselhado sobre a utilização do protetor solar


de forma regular e a seguir as medidas de proteção solar. A técnica é bem tolerada pelos
pacientes e na maioria das vezes não há sequelas após o tratamento, com exceção de
leve eritema e edema, que dura cerca de dois a três dias. O procedimento não acarreta
a inatividade do paciente para o exercício das atividades normais, podendo retomar o
trabalho diário no dia seguinte. Os procedimentos são realizados em períodos de três a
oito semanas e são demandadas muitas sessões para a obtenção do requerido na pele.
Os resultados não são observados rapidamente, pois o colágeno sintetizado continua
sendo depositado por um período de três a seis meses após a finalização do tratamento
(SINGH; YADAV, 2016).

O microagulhamento tem sido usado para uma ampla gama de indicações,


com muitos ensaios comprovando sua utilidade. Tem sido aplicado isoladamente, bem
como em combinação com outras modalidades de tratamento, como peeling químico,
plasma rico em plaquetas, radiofrequência, subcisão, elevação por punção e lasers. É
frequentemente utilizado em conjunto com uma formulação tópica e, portanto, aumenta
sua penetração e ação (SINGH; YADAV, 2016).

121
4.1 REJUVENESCIMENTO DA PELE
Vários fatores podem estar relacionados com o processo de rejuvenescimento
da pele, reduzindo os efeitos desencadeados pelo processo de envelhecimento natural.
Esses fatores estão diretamente relacionados com linhas de expressão e rugas (SINGH;
YADAV, 2016).

O microagulhamento leva à reorganização das velhas fibras de colágeno e à


formação de novo colágeno, elastina e capilares, levando ao efeito de firmamento da
pele. Essa indução percutânea de colágeno leva a uma aparência geral jovem da pele,
reduzindo as linhas finas, as rugas e o tamanho dos poros, dando mais maleabilidade e
elasticidade. Os efeitos são potencializados quando o procedimento é combinado com soro
antienvelhecimento tópico de vitamina C e aplicação de tretinoína (SINGH; YADAV, 2016).

4.2 CICATRIZES
Cicatrizes são o resultado de um processo de lesão na pele e podem ser
desencadeadas por diversos fatores, tanto internos quanto externos. O tipo de cicatriz
influencia no procedimento a ser realizado para o seu tratamento, além de como deve
ser desenvolvida a técnica. As cicatrizes podem ser classificadas em cicatrizes de acne
e cicatrizes sem acne (SINGH; YADAV, 2016).

• cicatrizes de acne: a indicação mais utilizada de microagulhamento é para


o tratamento de cicatrizes atróficas faciais pós-acne. Um grande número de
estudos é descrito na literatura avaliando a técnica isoladamente, bem como em
combinação com peelings químicos, ricos em plaquetas, subcisão e crioterapia. Os
resultados mostram que o microagulhamento é mais eficaz para o tratamento de
cicatrizes causadas por acnes. É seguro para todos os tipos de pele, com tempo de
inatividade mínimo. Apenas a área afetada precisa ser tratada e não há risco mínimo
de discromia pós-inflamatória. No entanto, no mínimo quatro a seis sessões são
necessárias para a apresentação de resultados (SINGH; YADAV, 2016);
• cicatrizes sem acne: estudos também apontam a eficácia do microagulhamento para
aplicação no tratamento de cicatrizes não ocasionadas por acne. O microagulhamento
tem sido utilizado para quase todos os tipos de cicatrizes pós-cirúrgicas. Alguns
estudos apontaram a técnica como eficaz na redução até mesmo de cicatrizes de
queimaduras, reduzindo até 80% dessas cicatrizes. O microagulhamento também é
eficaz para cicatrizes de varicela e cicatrizes pós-traumáticas (SINGH; YADAV, 2016).

4.3 ACNE VULGAR


A acne vulgar é uma disfunção dermatológica ocasionada principalmente
por fatores hormonais, em ambos os sexos. Esse tipo de acne desencadeia pústulas,
pápulas, nódulos e cistos, ocasionando processos inflamatórios e liberando pus.
122
A técnica de radiofrequência com microagulhamento fracionado expandiu a
aplicação do microagulhamento também na acne vulgar. A técnica tem como alvo direto
as glândulas sebáceas e auxilia na redução da produção de sebo. Também é conhecida
por reduzir a hiperproliferação de queratinócitos (SINGH; YADAV, 2016).

4.4 ALOPECIA ANDROGÊNICA E ALOPECIA AREATA


O uso de microagulhamento no couro cabeludo para alopecia é um de seus
avanços recentes. Existem resultados na literatura de que a utilização do procedimento
associada com minoxidil favorece ainda mais o tratamento e os resultados (SINGH;
YADAV, 2016).

INTERESSANTE
A técnica de microagulhamento tem sido bem explorada para aumentar a penetração de
fármacos através da barreira cutânea. Isso foi comprovado em modelos de pele in vitro,
em que foi observada a absorção aprimorada de moléculas maiores, como a calceína. As
microagulhas cobrem uma gama de atividades entre a de um adesivo transdérmico e uma
agulha hipodérmica, tentando obter as vantagens de ambos e eliminar as desvantagens de
cada um deles. O microagulhamento tem sido usado para a administração transdérmica
de vários tipos de drogas, incluindo biofármacos macromoleculares, como insulina,
hormônio do crescimento, heparina e albumina, imunobiológicos, proteínas, peptídeos e
medicamentos, como aspirina, minoxidil, tretinoína e ácido L-ascórbico.
O microagulhamento também foi combinado com outras técnicas
avançadas, como microbombas, sonoforese, iontoforese e eletroporação
para melhor penetração do medicamento. Com relação à estética,
o microagulhamento é frequentemente combinado com tretinoína
tópica e vitamina C para o tratamento de cicatrizes de acne e
rejuvenescimento da pele. O aumento da penetração de minoxidil e
plasma rico em plaquetas para alopecia androgênica é outra aplicação.
O microagulhamento aumenta o efeito do ácido 5-aminolevulínico para
uma terapia fotodinâmica mais eficaz.

As contraindicações do microagulhamento incluem: acne ativa; herpes labial ou


qualquer outra infecção local, como verrugas; doença de pele crônica moderada a grave,
como eczema e psoríase; discrasias sanguíneas, pacientes em terapia anticoagulante;
tendência extrema de queloide e pacientes em quimioterapia/radioterapia (SINGH;
YADAV, 2016).

Apesar das inúmeras vantagens, a técnica de microagulhamento também


possui algumas limitações. É menos eficaz em alguns tipos de cicatrizes, como cicatrizes
sem caroço, cicatrizes lineares e cicatrizes profundas. No entanto, combinar outros
procedimentos cirúrgicos ao microagulhamento pode melhorar seus resultados. Certas

123
reações adversas também são decorrentes do procedimento, sendo as mais comuns o
eritema e a irritação, que geralmente desaparecem em poucas horas. Outros eventos
observados são hiperpigmentação pós-inflamatória, agravamento da acne e reativação
de herpes, hipersensibilidade sistêmica, alergia e infecções locais após o uso de um
instrumento não estéril (SINGH; YADAV, 2016).

5 CARBOXITERAPIA
De acordo com a Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011, do Conselho Federal
de Biomedicina (CFBM), que dispõe sobre os critérios para a habilitação em biomedicina
estética, a carboxiterapia é um requisito mínimo e obrigatório para a atuação em
biomedicina estética (CFBM, 2011).

A carboxiterapia foi originada na década de 1930, na França. O tratamento era


realizado através da pele, por uma via denominada percutânea, por meio de banhos de
água gaseificada aquecida. O procedimento, a princípio, era utilizado para o tratamento
de úlceras e arteriopatia, porém, com o tempo, foi ganhando novas aplicações. Após
muitos estudos do procedimento, a técnica deixou de ser tópica e passou a ser infundida
de forma direta no tecido subcutâneo, oferecendo, dessa forma, melhores resultados
(PIANEZ et al., 2016).

A carboxiterapia é uma técnica que utiliza administrações de dióxido de carbono


para o tratamento de olheiras, celulites e estrias. Mostra uma melhora principalmente
na elasticidade da pele, em linhas de expressão e na circulação sanguínea, porém
também tem atividade na redução de gordura, auxilia no reparo de colágeno da pele,
além de atuar na redução de olheiras por elevar o fluxo sanguíneo nas pálpebras. Os
principais locais de aplicação dessa técnica são: rosto, glúteos, pescoço, abdômen,
coxas, pálpebras e braços (GOTTER, 2018).

As principais aplicações da carboxiterapia são em:

• estrias: nas estrias, a carboxiterapia atua na estimulação da síntese de colágeno,


fazendo com que melhore o aspecto visual da pele;
• olheiras: o principal motivo das causas de olheiras é a má circulação, dessa forma,
a carboxiterapia atua promovendo a circulação e reduzindo o acúmulo de coloração
azulada;
• celulites: a carboxiterapia atua na gordura subcutânea, fazendo com que células
de gordura sejam rompidas, sendo uma alternativa segura e eficaz para o tratamento
das celulites, com estudos comprovados;
• alopecia: como uma das causas da alopecia é a má circulação, o procedimento
pode favorecer o tratamento da alopecia.

124
INTERESSANTE
O termo celulite é utilizado de forma errônea, uma vez que, na patologia,
o sufixo ITE está relacionado a um processo inflamatório. Em celulites, não
existe um processo inflamatório.

Essa técnica apresenta segurança e eficácia comprovada, sendo aprovada pela


Food and Drug Administration (FDA) e não demonstra praticamente nenhuma reação
adversa. Em poucos casos, pode causar hematomas no local da aplicação, principalmente
em braços e pernas, sendo que o paciente pode retornar as suas atividades normais
após a realização do procedimento estético (utilizar banheira ou nadar somente um dia
após a aplicação). Para que o tratamento seja realizado com sucesso, são necessárias
entre sete a 10 sessões (PIANEZ et al., 2016; GOTTER, 2018).

Um estudo realizado em 2016 consistiu na avaliação e nos resultados do


tratamento com carboxiterapia em mulheres com idade de aproximadamente 29 e ± 61
anos, sendo realizadas oito sessões em cada paciente com intervalo de sete dias entre
as sessões. Os resultados mostraram-se promissores, com a redução na celulite de
grau III para grau II (PIANEZ et al., 2016).

O procedimento varia de acordo com a área a ser tratada, porém a base da


técnica é a mesma. Para o procedimento, é necessário que um tanque contendo dióxido
de carbono (CO2) seja acoplado juntamente a um regulador de fluxo, com um filtro na
sua extremidade. O filtro faz com que qualquer tipo de impureza seja eliminada e não
chegue ao corpo, o gás então atravessa uma agulha de pequeno calibre, sendo injetado
sob a pele (Figura 6). A técnica é considerada indolor e leva pouco tempo para ser
realizada (cerca de 15 a 30 minutos) (PIANEZ et al., 2016; GOTTER, 2018).

FIGURA 6 – PROCEDIMENTO DE CARBOXITERAPIA

FONTE: <https://shutr.bz/38GDkSm>. Acesso em: 1 mar. 2022.

125
No tecido, o dióxido de carbono reage com as moléculas de água, e o ácido
carbônico molecular é formado. Este ácido reduz o pH do tecido, assim, o denominado
Efeito de Bohr ocorre, quanto menor o pH, mais fraca é a ligação entre a hemoglobina
e o oxigênio. Enquanto a carboxiterapia está sendo aplicada, a liberação de oxigênio da
hemoglobina é aumentada. Além disso, ao nível de pH de 6,8 ou menos, a permeabilidade
das paredes capilares é aumentada. Em pH de 6,5 ou menos, a flexibilidade das fibras de
colágeno é aumentada, enquanto sua firmeza diminui.

Outras reações químicas incluem a redução de íons de cálcio bivalentes e a


divisão do ácido carbônico em H+ a HCO3, resultando na formação de bicarbonato de
cálcio, bicarbonato de sódio e bicarbonato de potássio. Como reação, o pH se torna
alcalino, o que finalmente leva a um efeito analgésico e espasmolítico. O tônus das
artérias e dos capilares é diminuído e a temperatura da pele é aumentada em 1 °C.
Esse efeito combinado com a atividade alterada das terminações nervosas melhora a
troficidade das localidades tratadas. Ao mesmo tempo, a oxidação das gorduras das
células gordurosas é ativada, sendo que alguns autores afirmam que há efeito lipolítico
direto sobre os adipócitos. O CO2 residual é exalado pelos pulmões. Outros efeitos da
carboxiterapia também são descritos, que levam à dilatação das artérias coronárias,
bradicardia e redução da pressão arterial (PIANEZ et al., 2016; ZELENKOVÁ, 2017).

As contraindicações do procedimento incluem casos de doença cardíaca


isquêmica grave, embolia aguda, tromboflebite, flebotrombose, gangrena, insuficiência
renal, hipertensão não tratada, acidente vascular cerebral, gravidez, lactação, adiposidade
grave (após contorno corporal), doença infecciosa aguda, febre e coagulação sanguínea.
Outras contraindicações também incluem expectativas irreais por parte do paciente e
idade biológica elevada (PIANEZ et al., 2016; ZELENKOVÁ, 2017).

5.1 FATORES EPIDEMIOLÓGICOS E VARIAÇÃO NA RESPOSTA


DE PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS
Diversos estudos já apontam a raça como um fator epidemiológico importante
a ser levado em consideração na resposta de procedimentos estéticos utilizando ativos.
Um bom exemplo disso pode ser comparando chineses e europeus na metabolização de
etanal. Os chineses produzem mais concentração de acetaldeído, causando palpitação
e rubor (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).

A idade é fator que influencia diretamente na ação dos ativos e nas respostas
a procedimentos estéticos. A eliminação de ativos é diferente em recém-nascidos e
idosos, dessa forma, ativos tendem a ser mais eficientes em adultos. Além disso, a
composição corporal é diferente de acordo com a idade, principalmente em gordura e
líquidos, sendo que idosos produzem muito menos líquidos e determinadas enzimas do
que jovens.

126
A excreção renal de ativos, em consonância à meia-vida de eliminação
plasmática, também é influenciada com a idade. Um exemplo disso pode ser dado com
a gentamicina (antibiótico), em recém-nascidos, apresentam tempo de meia-vida > 18
horas, aproximadamente 10 horas para bebês e entre uma a quatro horas para adultos
(RANG et al., 2012; ATKINSON et al., 2006; KATZUNG, 2010).

Diversas enzimas envolvidas na metabolização de ativos possuem baixa atividade


em recém-nascidos, entre elas, acetiltransferases, esterases e glucuronil-transferases.

Na gravidez, a distribuição de ativos pode ser comprometida por modificações


fisiológicas no feto e na mãe. A ligação de ativos a proteínas plasmáticas pode ser influenciada
devido à redução da concentração de albumina (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).

Algumas doenças podem limitar alguns procedimentos estéticos, pessoas


com trombose, patologias vasculares e diabetes não podem realizar o Procedimento
Estético Injetável para Microvasos (PEIM), também ocorrem limitações para outros
procedimentos estéticos.

Muitas pessoas, principalmente idosos, fazem tratamento contínuo com mais


de um medicamento para o tratamento de doenças crônicas. Em casos de tratamentos
agudos ou oportunistas (por exemplo, infecções), são tratados com medicamentos
adicionais, isso faz com que aumente o potencial para interações entre esses ativos.
Essas interações podem desencadear desde a perda da eficácia do tratamento até
reações adversas graves (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).

5.2 MECANISMOS DE DEFESA DO PACIENTE FRENTE A


PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS
Muitos procedimentos minimamente invasivos (praticamente todos)
desencadeiam uma resposta inflamatória ao paciente, que algumas vezes é vista como
vantajosa, uma vez que faz parte do protocolo de tratamento do paciente, e algumas
vezes essas respostas são vistas como limitações da técnica. O mecanismo de defesa
do paciente envolve principalmente mediadores inflamatórios, gerados por um processo
inflamatório, gerando características como: dor, rubor, calor, intumescimento e perda da
função (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).

Respostas inflamatórias ocorrem principalmente após a exposição a algum


microrganismo, substância nociva ou após alguma lesão. O sistema imune geralmente
atua com uma resposta inata não adaptativa e uma resposta imunológica adaptativa.
O resultado é a cura sem o aparecimento de cicatrizes. Grande parte dos tratamentos
estéticos disponíveis envolve processo inflamatório (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).

127
Como o organismo consegue identificar se determinada célula é um patógeno ou
elemento idôneo? O organismo conta com uma gama de receptores de reconhecimento
padrão PRR (do inglês, Pattern Recognition Receptors). Esses receptores possuem
como função reconhecer PAMPs (do inglês, Pathogen-Associated Molecular Patterns),
produtos esses provenientes de vírus, fungos, bactérias, entre outros (RANG et al., 2012;
KATZUNG, 2010).

O processo inflamatório conta com células presentes normalmente nos tecidos


e outras móveis, e conseguem acesso através da corrente sanguínea. São células
do sistema imunológico: leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos), mastócitos,
monócitos/macrófagos, células dendríticas, eosinófilos, basófilos, células endoteliais
vasculares, plaquetas e células natural killer (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).

Devido ao processo inflamatório desencadeado nos pacientes, em muitos


procedimentos, são utilizadas substâncias biocompatíveis e atóxicas, com o intuito
principal de não desencadear uma resposta inflamatória duradoura.

5.3 ENTENDENDO A IMPORTÂNCIA DOS ATIVOS PARA


APLICAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA

Entender sobre ativos vai além das grandes áreas de farmácia e medicina,
sendo de grande importância também na estética e na cosmética. Quando pensamos
em estética e cosmética, pensamos em cuidados e recuperação, visto que muitas
vezes necessitam de tratamento farmacológico para serem alcançados. A aplicação
farmacológica na estética e na cosmética se encontra principalmente nas seguintes
finalidades:

• recuperação estética: nessas situações, são utilizados principalmente agentes


cicatrizantes, calmantes e de regeneração celular. Como exemplo: a alantoína e o
d-pantenol;
• controle da oleosidade: também denominados seborreguladores. Por exemplo: a
espironolactona;
• hidratação: princípios ativos que atuam no processo de hidratação da pele.
Exemplo: o algasan e o ácido hialurônico;
• adstringentes: utilizados para reduzir a secreção nas mucosas. Como exemplo: o
sulfato de zinco;
• antibióticos: utilizados para o tratamento de infecções bacterianas, como acne
(causada por Propionibacterium acnes) e foliculite. Irgasan, eritromicina e clindamicina
são exemplos de fármacos utilizados no tratamento de infecções bacterianas;
• anti-inflamatórios: utilizados em processos inflamatórios relacionados à estética
e após procedimentos que desencadeiam processos inflamatórios.

128
Além de ativos empregados para essas finalidades, existem também fármacos
utilizados para tratamento medicinal, que possuem uso off label para finalidades estéticas
e cosméticas. Exemplos incluem o uso do minoxidil, anti-hipertensor, utilizado como
uso off label para tratar alopecia, e da toxina botulínica, que é usada medicinalmente
para alívio do espasmo muscular e amplamente em alterações cosméticas.

NOTA
O termo off label se refere ao uso de ativos que não seguem indicações,
estudos, efeitos adversos e contraindicações para o uso no qual está sendo
utilizado e sim para outra função farmacológica, por exemplo, a utilização de
propranolol como ansiolítico.

129
LEITURA
COMPLEMENTAR
ACUPUNTURA E A MINIMIZAÇÃO DE RUGAS FACIAIS: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA

Aline Pierezan
Danieli Carla Menin
Deisi Mara Rech
Patricia Elisa Ulmer
Taís Gonçalves Azevedo
Eidimara Ferreira
Margarete Rien
Micheline Machado Teixeira

Resumo

A acupuntura estética facial é um processo que contribui para a redução de


rugas, além de minimizar o decurso do envelhecimento, reparando a estrutura da pele,
restaurando o estrato córneo e estimulando a circulação sanguínea e linfática, bem como
a produção de colágeno. Esse artigo tem como objetivo compreender o mecanismo e a
eficácia da acupuntura na atenuação das rugas no tratamento facial. A pesquisa teve
como fonte de dados a revisão de literatura em artigos científicos nos seguintes sites:
Scielo, PubMed e Google Acadêmico, mostrando os benefícios da acupuntura para o
rejuvenescimento facial, por tratar do indivíduo como um todo e quaisquer condições
subjacentes que geralmente contribuem para o envelhecimento prematuro. O tratamento
de acupuntura facial é baseado nos princípios da medicina tradicional chinesa e envolve a
inserção de agulhas finas em pontos específicos da face para manipular o movimento de
energia no corpo, de acordo com o indivíduo e as suas necessidades.

Palavras-chave: Acupuntura facial. Envelhecimento facial. Rugas.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, uma vez que apresenta


modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas, psicológicas e funcionais que
contribuem para a perda gradual da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio
ambiente, ocasionando maior fragilidade e, consequentemente, maior incidência
aos processos patológicos. Sobre o tema, as teorias que tentam explicar o complexo
processo de envelhecimento relacionam-se ao envelhecimento intrínseco, que é
determinado pela genética e pelo tempo cronológico, e ao envelhecimento extrínseco,
que decorre da exposição da pele às influências do meio ambiente.

130
A pele é o maior órgão do corpo humano e o que mais reflete os efeitos
cronológicos e ambientais. A estrutura básica da pele é constituída por epiderme, derme
e tecido subcutâneo. A epiderme é a região mais externa, não vascularizada, cuja função
é realizar a interface com o meio ambiente.

Com o envelhecimento, a pele sofre um estreitamento, perda de função e


estabilidade estrutural e há uma intensa diminuição na espessura da estrutura formada
pela junção da derme com a epiderme, com alterações na percepção neurossensorial,
permeabilidade e capacidade de reparo. Isso é elucidado pelo desdobramento nas
papilas dérmicas que unem a epiderme à derme dos indivíduos jovens, e que perdem
a sua função com o passar dos anos, tanto na fase adulta como em idosos, tornando
a junção dermoepidérmica mais comprimida e fragilizada e, suas fibras, fragmentadas,
afetando a atividade de diferenciação celular na camada basal e inibindo as trocas de
nutrientes e oxigênio para as camadas superiores da epiderme, especialmente na região
facial, dando origem aos sulcos e às rugas.

As rugas são sulcos ou pregas na superfície da pele que representam um parâmetro


do envelhecimento cutâneo. São classificadas de acordo com a sua profundidade:
rugas superficiais, em que há uma diminuição de fibras elásticas na derme papilar e
desaparecem ao estiramento da pele, e rugas profundas, que são decorrentes da ação solar
e não desaparecem ao estiramento da pele. O tratamento para rugas tem como finalidade
harmonizar os músculos faciais e impulsionar a produção de colágeno, suavizando as rugas
e possibilitando uma maior elasticidade da pele. Os principais traços do envelhecimento são
rugas, hipercromias, desidratação, perda de luminosidade e ptose tissular.

Como terapia para reverter os sinais do tempo, a acupuntura vem sendo utilizada
para diversas patologias e também para fins estéticos variados. Como procedimento milenar,
a acupuntura é uma prática que ajuda na diminuição de sinais e rugas, além de proporcionar
a prevenção no processo de envelhecimento facial. A acupuntura possui diversos benefícios,
se comparada a outras técnicas. Além de ser praticamente indolor, os resultados são rápidos
e os efeitos são do interior para o exterior, em que as contraindicações se limitam ao período
de gestação, dermatites ou áreas tumorais e portadores de marca-passo.

Assim, o objetivo deste estudo foi compreender o mecanismo e a eficácia da


acupuntura na atenuação das rugas no tratamento facial. Para tanto, foi realizada uma
revisão bibliográfica, que se deu por fundamentação teórica por meio de buscas nas
bases de dados científicos: Scientific Electronic Library Online (Scielo) e National Library
of Medicine (PubMed).

MÉTODOS

A pesquisa teve como fonte de dados a revisão de literatura em artigos científicos


nacionais pesquisados no período de agosto a outubro de 2018 nos seguintes sites:
Scientific Electronic Library Online (Scielo) e National Library of Medicine (PubMed) por
um grupo de estudantes do VII nível do Curso de Estética e Cosmética da Universidade

131
de Passo Fundo (UPF), na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, utilizando os
critérios de inclusão correspondentes no tratamento de rugas faciais com utilização das
técnicas de acupuntura somente em artigos nacionais. Os artigos internacionais foram
excluídos. Os termos empregados para a busca foram os seguintes: acupuntura facial;
rejuvenescimento facial, acupuntura e rugas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A acupuntura estética começou a aparecer no Brasil na década de 1970,


empregando a mesma metodologia da acupuntura tradicional. Os músculos faciais
apresentam algumas especificidades e atuam nas diferentes emoções. O desequilíbrio
nos músculos faciais geralmente é ocasionado por alterações emocionais que,
integrado à ineficiência do uso de grupos musculares, determinará a localização e o
tipo de ruga. Nesse sentido, a acupuntura, como método auxiliar no campo da estética,
busca o tratamento das causas e consequente efeito na minimização de problemas
biopsicológicos, além de estimular áreas reflexológicas ao ser aplicada à face.

Nesse contexto, a acupuntura é aplicada na face para minimizar as lesões


causadas pela idade. As rugas, segundo a medicina tradicional chinesa, estão associadas
às alterações dos rins, enquanto as da derme relacionam-se ao baço e ao pâncreas,
da epiderme ao pulmão e do tônus da musculatura da face ao fígado, assim como as
expressões faciais ao coração. Nesse sentido, a acupuntura busca estimular o equilíbrio
dos pontos energéticos relacionados aos órgãos causadores do respectivo problema.

Com isso, para o tratamento das rugas, esse equilíbrio é obtido pela inserção
de agulhas em pontos específicos da face, possibilitando a estimulação de colágeno,
circulação, elasticidade da pele, bem como o tônus dos músculos faciais. A acupuntura
contribui para a diminuição de rugas e atenua os fatores de envelhecimento, beneficiando
a composição da pele, restaurando o estrato córneo e reparando a circulação local. Ainda,
é importante destacar a relevância em respeitar a anatomia dos músculos da face, pois
como todo o organismo humano, possuem os músculos agonistas e os antagonistas, que
são músculos que trabalham em direções opostas. Os primeiros realizam uma determinada
ação, enquanto os segundos se distendem para facilitar a contração muscular.

Em outros termos, os músculos agonistas (agentes principais na execução


de um movimento) e os antagonistas (ação anatômica oposta à dos agonistas) estão
implicados em cada tipo de ruga e em harmonizar os grupos musculares. As marcas e
os sulcos na região facial são o resultado da perda do tônus muscular desses músculos.

Assim, na acupuntura facial, a terapia melhora o tônus muscular e a contração


dérmica, aumentando a circulação local e, consequentemente, a maximização da energia
dos canais dos órgãos e vísceras, levando o corpo a uma harmonia de matéria e de
energia. Esses resultados atuam no sistema nervoso autônomo e central, no sangue e
nos hormônios, ocasionando reações de analgesia, aumento ou diminuição das funções
orgânicas.

132
Através da inserção das agulhas ocorre o equilíbrio sintomatológico pela estimulação
de pontos específicos. Ocorre uma desorganização regional, melhorando a microcirculação
e estimulando o sistema nervoso central (SNC), ocasionando a liberação de endorfinas e
outras substâncias com efeito analgésico. Igualmente, incide na maximização de colágeno
e elastina, de tal modo que aproxima os sulcos na pele, unificando as rugas. Além disso,
a acupuntura facial pode potencialmente atuar pela qualidade da pele, promovendo a
redução de rugas e restaurando o fluxo de energia vital da face.

Assim, a acupuntura tem como objetivo a minimização ou supressão das rugas


faciais pelos acupontos, que são as regiões onde se encontra um grande acúmulo de
terminações nervosas sensoriais. De acordo com a medicina tradicional chinesa, o Wei
Qi (energia de defesa) é o encarregado por nutrir o espaço entre a pele e o osso, a sua
deficiência ocasiona a diminuição no aquecimento do espaço, transformando a pele não
aderente da sua musculatura.

Além de fortalecer o Shen Qi (energia dos rins), tem de se fortificar também


o Pi (baço/pâncreas) e o Fei (pulmão), tratando o tônus dos músculos, do tecido
conjuntivo e da epiderme. As agulhas usadas na face, inseridas por via subcutânea, têm
geralmente 0,5 cm de comprimento e 0,18 mm de espessura. Os pontos de acupuntura
são escolhidos com base no diagnóstico diferencial do paciente, na constituição da
estratégia de tratamento, principais queixas e anamnese do paciente.

Os principais pontos de localização são: IG-19 (Heliao), IG-20 (Yingxiang),


VG-26 (Renzhong ou Shuigou), VC-24 (Chengjiang), M-CP-18 (Jiachengjiang), VC-24
(Chengjiang), M-CP-6 (Yuyao), M-CP-8 (Qiuhou), M-CP-9 (Taiyang), E-2 (Sibai), VB-1
(Tongziliao), TA-23 (Shizukong), B-2 (Zanzhu), E-3 (Juliao), E-4 (Dicang) (DRUZIK; PIRES,
2011). Esses pontos, segundo Cruz e Pereira (2018), por meio da acupuntura, estimulam o
sistema linfático e circulatório, que trabalham juntos para fornecer nutrientes e oxigênio
às células da pele, nutrindo-a de dentro para fora. Isso ajuda a uniformizar e promover
o brilho da pele. Os microtraumas positivos também estimulam a produção de colágeno,
melhorando a elasticidade e minimizando linhas finas e rugas.

O tratamento da acupuntura facial produz ações no organismo de forma


localizada, provocando reações fisiológicas associadas ao estímulo neuro-humoral para
a liberação de certas substâncias e a inibição de outras. Uma das muitas teorias da
medicina tradicional chinesa sobre os vários mecanismos pelos quais a acupuntura atua
é que, com a inserção da agulha, o corpo suporta um microtrauma que, por sua vez,
estimula o sistema de reparo da lesão dentro do corpo. É esse processo de cura natural
que estimula a produção de colágeno no local da inserção da agulha. A regeneração da
derme e da epiderme produz novas proteínas de colágeno e elastina. O novo tecido da
pele parece essencialmente mais estimulado, jovem e rejuvenescido [...].

O uso da técnica refere-se ao fato de os acupontos terem relação com regiões


de acesso no trajeto externo dos canais energéticos dos órgãos e vísceras, atenuando
as rugas, trabalhando o indivíduo como um todo e normalizando o funcionamento

133
dos sistemas e órgãos internos, os quais possuem influência direta na saúde da pele,
suavizando linhas de expressão, tonificando músculos, melhorando a circulação e a
nutrição local, favorecendo uma melhora no aspecto geral da pele e retardando o seu
envelhecimento precoce.

As técnicas de tonificação são usadas em indivíduos que têm pele flácida [...].
Já as técnicas de sedação são usadas em áreas com músculos tensos, que podem se
beneficiar do relaxamento. Os métodos de tonificação podem ser usados para promover
a circulação sanguínea. Os benefícios do tratamento incluem a eliminação de algumas
rugas e a diminuição do comprimento e profundidade de outras, diminuição do edema
facial e da acne, melhora do tônus da musculatura facial, melhora da textura da pele,
com poros mais reduzidos, e diminuição da flacidez ao redor dos olhos, região malar,
queixo e pescoço.

O foco principal de um tratamento, como preconiza a medicina tradicional


chinesa, é manter as forças Yin e Yang equilibradas no organismo. A sua atuação é de
dentro para fora, melhorando a contração dérmica, aumentando o colágeno, diminuindo
os poros, ativando a circulação local do sangue e da linfa na face, além de promover
a saúde geral e o bem-estar, diminuindo as linhas de expressão, rugas, manchas da
idade, olheiras e favorecendo a hidratação facial.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização da acupuntura na atenuação das rugas no tratamento facial


visa corrigir os sinais de envelhecimento, tanto pelo tratamento local quanto pelo
tratamento das causas subjacentes do que está especificamente manifestando o
processo de envelhecimento. Sua eficácia encontra-se no equilíbrio do organismo e,
consequentemente, na melhora física, mental e emocional, assim como na capacidade
de fortalecer o sistema imunológico do qual a pele é parte essencial, ajudando a
estimular os processos naturais de reprodução e crescimento celular, reduzindo os
sinais negativos do envelhecimento.

FONTE: PIEREZAN, A. et al. Acupuntura e a minimização de rugas faciais: uma revisão bibliográfica. Revista
Eletrônica Acervo Científico, [s. l.], v. 4, p. 1-5, maio 2019.

134
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Os bioestimuladores são utilizados para a estimulação de colágeno na pele, tratando


disfunções estéticas ocasionadas pelo processo de envelhecimento, causado tanto
por fatores internos quanto externos.

• A acupuntura estética é um procedimento baseado na medicina tradicional chinesa.


O profissional que atua em biomedicina estética deve ser devidamente habilitado em
acupuntura, de acordo com a legislação vigente. A técnica consiste na aplicação de
agulhas nos acupontos, melhorando o fluxo de energia vital.

• O microagulhamento é um procedimento seguro e eficaz, realizado com o auxílio


do dermaroller e é aplicado no tratamento de diversos problemas do ponto de vista
estético, como alopecia, melasma, acnes e cicatrizes ocasionadas por diversos
fatores, como queimaduras e acnes.

• A carboxiterapia é um procedimento totalmente seguro e que praticamente não


causa efeitos adversos, aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) e consiste
na aplicação de dióxido de carbono (CO2) para o tratamento de diversas disfunções
estéticas, como alopecia, estrias, olheiras e celulites.

135
AUTOATIVIDADE
1 De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina, a técnica de carboxiterapia é
um requisito obrigatório, através de uma legislação que dispõe sobre os critérios
para a habilitação em biomedicina estética. Sobre a legislação que dispõe sobre a
obrigatoriedade da técnica para o exercício da profissão, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.


b) ( ) Normativa CFBM nº 003/2015, de 5 de novembro de 2015.
c) ( ) Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.
d) ( ) Normativa CFBM nº 001/2016, de 28 de janeiro de 2016.

2 A técnica de acupuntura é regulamentada pelo Conselho Federal de Biomedicina


através de uma legislação, que dispõe sobre a técnica e sua aplicação para finalidade
estética, além de abordar outras aplicações da acupuntura na biomedicina. Sobre a
legislação que dispõe sobre a técnica, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.


b) ( ) Normativa CFBM nº 003/2015, de 5 de novembro de 2015.
c) ( ) Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.
d) ( ) Normativa CFBM nº 001/2016, de 28 de janeiro de 2016.

3 A biomedicina estética é uma das áreas, entre as mais de trinta, em que o profissional
biomédico pode atuar. Essa área está intimamente relacionada ao cuidado, à
autoestima e à saúde, incluindo os procedimentos minimamente invasivos. Sobre os
procedimentos minimamente invasivos, associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Intradermoterapia.
II- Carboxiterapia.
III- Peim.

( ) Consiste no tratamento de microvasos através de microinjeções de glicose 50% ou


75% juntamente a anestésicos.
( ) Consiste em injeções de substâncias farmacológicas, como vitaminas, extratos,
hormônios, enzimas, entre outros, que atuam no tratamento de diversas disfunções
estéticas.
( ) Consiste no tratamento utilizando administração de dióxido de carbono.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) I - III - II.
b) ( ) III - I - II.

136
c) ( ) III - II - I.
d) ( ) II - I - III.

4 Bioestimuladores são substâncias que, após injetadas sob a superfície da pele,


restauram o volume e melhoram a sua aparência. Eles funcionam estimulando a
produção natural de fibroblastos do corpo. De acordo com os conhecimentos obtidos
sobre os bioestimuladores, disserte sobre esse procedimento, sua finalidade estética
e exemplifique com bioestimuladores usuais.

5 O microagulhamento é uma técnica antiga, aplicada na estética para diversas


finalidades. Muitos estudos são descritos na literatura abordando essa técnica
e suas inúmeras vantagens, resultados e segurança do procedimento, porém, a
técnica também apresenta algumas limitações. Descreva algumas limitações que o
procedimento de microagulhamento pode provocar:

137
REFERÊNCIAS
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CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Normativa CFBM nº 003/2015,


de 5 de novembro de 2015. Dispõe sobre Procedimento Estético Injetável
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CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Normativa CFBM nº 001/2016,


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