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Introdução
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Aluna do Programa de pós-graduação em Educação em Ciências e Matemáticas – Mestrado (PPGCEM)
2007- Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e Cientifica - UFPA – Endereço
eletrônico: monicagoncal@hotmail.com.br.
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Dr. em Educação Matemática pela Universidade Estadual de Campinas UNICAMP - Professor do
Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas – PPGCEM – Universidade Federal
do Pará – Endereço eletrônico: toliver@yahoo.com.br
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Na visão “bancária” da educação, o “ saber” é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada
saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais da ideologia da opressão- a absolutização
da ignorância, que constitui o que chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual esta se encontra
sempre no outro. (FREIRE, 1987. p.58)
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A racionalidade técnica diz que os profissionais são aqueles que solucionam problemas instrumentais,
selecionando os meios técnicos apropriados para propósitos específicos. Profissionais rigorosos solucionam
problemas instrumentais claros, através da aplicação da teoria e da técnica derivadas de sistemáticos. De
preferência científico. (SCHÖN, 2000. p.15)
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contemporâneos, das práticas sociais que lhe dão sentido, dos debates éticos
correspondentes” Idem (p.54) acrescentando podemos afirmar que exclui os sujeitos do seu
próprio processo de formação.
Também Tardif (2002. p. 270) referindo-se ao modelo universitário de formação
explicita que:
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Nos ateliers de design arquitetônico, por exemplo, ao alunos começam por desenhar antes de saberem o que
é o design. Nos primeiros tempos toda a gente se queixa da confusão. Tudo isto tem lugar num praticum ,
que é um mundo virtual que representa o mundo da prática.
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O autor utiliza a denominação mais comumente usada que Ensino Fundamental e Médio
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Para que a mudança ocorra Gonçalves (2006) propõe que seria necessário um
trabalho coletivo entre os vários segmentos envolvidos e interessados na formação do
professor de Matemática.
Assim não bastam novas expectativas, cada vez mais pontuais é preciso também
que as políticas e as estruturas da educação criem as condições para que elas se realizem.
As novas competências esperadas dos professores exigem um forte ajuste das formações
inicial e contínua e, de maneira mais geral uma evolução do ofício do professor no sentido
de:
• Uma maior profissionalização, com autonomia e a
responsabilidade de que a acompanham;
• Uma ênfase na pratica reflexiva, em vez da conformidade cega a
modelos didáticos fechados;
• Uma cooperação profissional que se torne a regra comum, e não
a escolha militante de uma minoria;
• Uma presença e um envolvimento no estabelecimento escolar
como comunidade educativa e ator coletivo (PERRENOUD,
2005. p. 154)
Assim, o autor conclui que é necessário que as atenções voltem-se aos aspectos dos
conteúdos de ensino, interligando-os aos elementos do processo do ensino e sugere que
distingamos entre três categorias de conteúdos de conhecimento: a) conhecimento de
conteúdo específico b) conhecimento de conteúdo pedagógico e c) conhecimento curricular
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Estes testes mostram-nos como os conhecimentos dos professores foram definidos. Além disso, nós
podemos comparar aquelas concepções cm suas análogas hoje. Eu tenho examinado testes de Massachusetts,
Michigan, Nebraska, Colorado e Califórnia. Shulman (1986.p.01)
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O ano de aplicação desses testes é 1875
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Shulman 1986
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Tardif (2002. p. 36) defende que a relação dos professores “com os saberes não se
reduz a uma função de transmissão dos conhecimentos já constituídos. Sua prática integra
diferentes saberes, com os quais o corpo docente mantém diferentes relações”. O autor
define o saber docente como plural, sendo constituído de saberes oriundos da formação
profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experiências. Para Tardif (2002) os
saberes podem ser classificados em: saberes profissionais que seria o conjunto de saberes
transmitidos pelas instituições de formação de professores; saberes disciplinares
(matemática, historia, literatura...), ou seja, aqueles que são transmitidos nos cursos e
departamentos universitários; saberes curriculares apresentam-se sob a forma de programas
escolares (objetivos, conteúdos, métodos) que os professores devem aprender e ensinar e
para finalizar; saberes experienciais são aqueles que brotam da experiência e são por ela
validados , podemos chamá-los de experienciais ou práticos. O autor define também
saberes pedagógicos como aqueles que se apresentam como doutrinas ou concepções
provenientes de reflexões sobre a prática educativa, por exemplo, o caso das doutrinas
pedagógicas centradas na ideologia da Escola Nova.
Tardif (2002. p. 39) salienta que o professor ideal é aquele que conhece “sua
matéria, sua disciplina e seu programa, além de possuir certos conhecimentos relativos às
ciências da educação e à pedagogia e ainda desenvolver um saber prático baseado em sua
experiência com os alunos.
Imbernon (2005.p.29) ao tratar do conhecimento profissional docente, afirma que
“a profissão docente comporta um conhecimento pedagógico específico, um compromisso
ético e moral e a necessidade de dividir a responsabilidade com outros agentes sociais”. O
autor entende o conhecimento pedagógico como o utilizado pelos profissionais da
educação, que se construiu e se reconstruiu constantemente durante a vida profissional do
professor em relação com a teoria e a prática. Porém esse conhecimento não é absoluto,
estrutura-se em uma gradação que vai desde o conhecimento comum (semelhante ao que se
denomina pensamento espontâneo) ao conhecimento especializado.
O autor (2005. p. 30) aponta que o conhecimento pedagógico especializado:
Assim Imbernon (2005. p. 33) não propõe uma tipologia do conhecimento docente
como Tardif e Shulmam, mas enfatiza que é “necessário possuir diversas habilidades
profissionais que se interiorizam no pensamento teórico e prático do professor mediante
diversos componentes, entre os quais a formação como desenvolvimento profissional a
partir da própria experiência”
Gauthier (1998) diz que o ensino é um ofício universal que possui uma longa
história, e apesar disso, ainda se sabe muito pouco a respeito dos fenômenos que lhe são
inerentes. O autor salienta que é fundamental conhecer os elementos do saber profissional
e levanta a seguinte questão: o que é preciso saber para ensinar? Questiona se existe um
repertório de conhecimentos próprios ao ensino, que repertório é esse? De onde vem e
como pode ser construído?
Tentando compreender essas questões o autor faz um levantamento das pesquisas
sobre a base de conhecimento dos professores. Seu estudo revela que a atividade docente
não tem conseguido mostrar os seus saberes, e a ciência da educação acabam por produzir
“saberes que não levam em conta as condições concretas de exercício do magistério”
(IDEM. p.19)
Afirmando que é necessário romper com idéias pré-concebidas relacionadas às
profissões, apresenta três idéias sobre a profissão: ofícios sem saberes; saberes sem ofício e
ofício feito de saberes.
Ofício sem saberes envolve a idéia de que para ensinar basta conhecer o conteúdo,
envolve ter bom senso, intuição, experiência, talento e cultura. Essas idéias sobre o ensino
impedem o desabrochar de um saber desse ofício sobre si mesmo. (GAUTHIER, 1998)
Os saberes sem ofício caracterizam-se pela formalização da atividade docente,
reduzindo a complexidade real do ensino, impedindo assim o surgimento de um saber
profissional que emerge no contexto concreto da ação pedagógica. Acabam-se tornando
saberes que não correspondem com a realidade, é uma versão universitária científica e
reducionista dos saberes “é como se o saber científico sobre o ensino tivesse sido
amputado de seu objeto real: o professor, numa sala de aula, diante de um grupo de alunos
que ele deve instruir e educar de acordo com determinados valores”. (GAUTHIER 1998. p.
27)
Para o autor essas duas perspectivas de ensino, totalmente opostas, devem ser
ultrapassadas. É preciso ligar a pesquisa à prática. “o divorcio tantas vezes constante entre
a teoria e a prática, [...] é uma verdadeira perda de sentido. [...], renegar o saber dos
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A Constituição do Caminhar
As entrevistas
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As reuniões aconteciam no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e Cientifica
– UFPA. O grupo era composto por mestrandos das turmas 2007 e 2008 e o professor orientador. Todos os
membros do grupo faziam parte do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemáticas –
Mestrado (PPGCEM)
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Considerações preliminares
Referências
FREIRE, Paulo Pedagogia do Oprimido, 17 edições rio de janeiro, Paz e terra 1987.
NOVOA. Antonio. A formação tem que passar por aqui: As histórias de vida no Projeto
PROSALUS. In Novoa A., Finger. M. O método (auto) biográfico e a formação Ministério
da Saúde cadernos de formação 1. 1988
______, Antonio. Os professores e as histórias de suas vidas. et al. 2a. Ed. Porto Editora:
Portugal, 2007. In: NÓVOA, Antonio. Vidas de Professores. Col. Ciência da Educação.
1992