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EFEITOS FISIOLÓGICOS DO TREINO EM HIPÓXIA COMPARATIVAMENTE A

NORMOXIA

Catarino, F. 1; Faria, L.1 & Amaral, R.1


36709; 42591; 32413
1
Universidade da Maia, UMAIA, Maia, Portugal;

ABSTRACT

Introdução: O treino em altitude tem vindo a evidenciar-se como uma prática vantajosa para
a melhoria da performance dos atletas, especialmente de endurance e nas modalidades
coletivas, sendo frequentemente utilizado pelos atletas de alto rendimento (2). A evidência
aponta para um aumento da frequência cardíaca (FC), pressão arterial, hemoglobina, lactato
e por sua vez um aumento da pressão subjetiva de esforço (PSE) (1). Este estudo teve como
objetivo observar o desempenho dos atletas em hipoxia.

Métodos: Foram selecionados 6 atletas para serem expostos a 6 corridas na passadeira, 3


das quais em normóxia e as outras 3 em hipoxia. O protocolo selecionado consistiu em 2
corridas a 14 km/h, com uma duração de 3 minutos, e a terceira na velocidade igual ou acima
se o atleta assim escolhesse, até à exaustão. O descanso entre cada bout tinha uma duração
de 2 minutos. Foram recolhidos os valores do lactato, começando pelos valores basais e de
seguida no segundo e terceiro bout. A FC foi retirada nos últimos 30 segundos de cada teste
através de um cardiofrequencímetro. Foi avaliado também a PSE e os níveis de saturação
de O2 imediatamente no fim de cada bout. Este protocolo foi aplicado em normóxia e após a
recuperação total do atleta, numa camara de simulação de altitude, a cerca de 3000 metros.

Resultados: Observou-se, em ambos os contextos, uma discrepância dos valores basais de


lactato para o segundo bout. Não foram observadas diferenças significativas na FC e na PSE
em ambos os contextos. Verificaram-se alterações significativas nos valores de saturação de
O2 em hipoxia. Já o tempo limite até alcançar a exaustão, mostrou uma discrepância
significativa comparando as duas condições.

Discussão: Este estudo teve como objetivo perceber as diferenças no treino realizado em
normoxia e hipoxia. Considerando os resultados obtidos, esperava-se que a FC alcançasse
valor superiores assim como a PSE, ao contrário do que a evidência aponta, que estes
valores são bastante superiores (1). Esperava-se que a saturação de O2 e os níveis de lactato
alcançassem diferenças significativas (3), verificou-se um aumento do lactato em cada bout
e diminuição dos valores saturação quando expostos a hipoxia.

Referências

(1) Millet, G. P., & Brocherie, F. (2020). Hypoxic Training Is Beneficial in Elite Athletes.

Medicine & Science in Sports & Exercise, 52(2), 515–518.

https://doi.org/10.1249/MSS.0000000000002142

(2) Stauffer, E., Loyrion, E., Hancco, I., Waltz, X., Ulliel‐Roche, M., Oberholzer, L., Robach,

P., Pichon, A., Brugniaux, J. V., Bouzat, P., Doutreleau, S., Connes, P., & Verges, S.

(2020). Blood viscosity and its determinants in the highest city in the world. The

Journal of Physiology, 598(18), 4121–4130. https://doi.org/10.1113/JP279694


(3) Brooks, G. A. (2016). Energy flux, lactate shuttling, mitochondrial dynamics, and

hypoxia. Hypoxia: Translation in Progress, 439-455.

(Stauffer et al., 2020) (Millet & Brocherie, 2020)

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