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FACULDADE DE ENSINO DE MINAS GERAIS

Curso de Bacharelado em Farmácia

Eduardo Costa, Leandro Siqueira, Thaynara Cristina, Valdineia Lima,


Daiane Rodrigues, Hilda, Ivone, Clarisse Mello

ERITROPOETINA

Belo Horizonte
2020
Eduardo Costa, Leandro Siqueira, Thaynara Cristina, Valdineia Lima,
Daiane Rodrigues, Hilda, Ivone, Clarisse Mello

ERITROPOETINA

Trabalho apresentado ao Curso de Farmá-


cia da Faculdade de Ensino de Minas Gerais,
como parte das atividades Avaliativa de He-
matologia

Orientador: Juliana Gomes Molica

Belo Horizonte
2020
SUMÁRIO

1 ERITROPOETINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1 eritropoetina, sua importância e função no organismo. . . . . 3
1.2 Porque não se deve usar a mascara que simula altitudes em
seus treinos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . 7
3

1 ERITROPOETINA

1.1 eritropoetina, sua importância e função no organismo.

As hemácias, também chamadas de eritrócitos e glóbulos vermelhos, são células


circulares responsáveis pelo transporte de oxigênio pelo nosso corpo.
A eritropoetina é uma glicoproteína sintetizada pelo rim, mais especificamente
pelas células adjacentes aos túbulos proximais renais (90%), e pelo fígado também, porém,
em menor quantidade (10%). Apresenta como função a regulação da eritropoiese (produção
de eritrócitos, também conhecidos como hemácias ou glóbulos vermelhos) no homem e em
outros animais.
Esta glicoproteína era rotineiramente utilizada para melhorar o desempenho dos
atletas, especialmente nas modalidades de fundo (ciclismo, atletismo e esqui, por exemplo),
uma vez que eleva os níveis de eritrócitos sanguíneos, incrementando a troca de oxigênio,
resultando, assim, no aumento da resistência ao exercício físico. Objetivando preservar a
saúde do atleta e a ética esportiva, este comitê e outras federações esportivas atualmente
apontam como doping o uso de EPO e seus análogos.
A Eritropoetina é destinada ao tratamento da anemia por Insuficiência renal crônica
(IRC), também incluindo pacientes que estejam ou não em diálise. A Eritropoetina humana
recombinante ajuda a aumentar e/ou manter a quantidade de hemácias/eritrócitos no
sangue. Por meio do tratamento à base de Eritropoetina é possível reduzir o número de
transfusões nos pacientes com IRC.
Eritropoetina não tem como finalidade resolver os quadros de anemias seve-
ras/graves que exijam correção imediata. Sua indicação está restrita à substituição da
necessidade de tratamento da anemia por meio de transfusão.Faz-se necessária a avalia-
ção/investigação das reservas de ferro em todos os pacientes antes e durante o tratamento
à base de eritropoetina.
O processo de produção de hemácias, denominado eritropoiese, ocorre na medula
óssea vermelha e é regulado pela eritropoietina, um hormônio produzido nos rins em
indivíduos adultos. A hipóxia (baixa concentração de oxigênio) é uma grande estimuladora
da produção desse hormônio. Em grandes altitudes, por exemplo, a eritropoietina é
produzida em ampla quantidade, iniciando assim um aumento na produção de hemácias.
Certas situações conduzem a uma produção aumentada de eritropoetina, em
conseqüência da maior necessidade de oxigênio por parte dos tecidos, como: baixa da
pressão parcial em oxigênio no caso de pessoas que vivem em elevadas altitudes; redução
do número de hemácias devido a uma hemorragia ou por uma excessiva degradação dessas
células. Contrariamente, o excesso de oxigênio tecidual reduz a sua secreção.
4 Capítulo 1. ERITROPOETINA

1.2 Porque não se deve usar a mascara que simula altitudes em seus treinos

O princípio básico de funcionamento dessas máscaras consiste na restrição do fluxo


de ar, o que obviamente dificulta a respiração. Embora o efeito desejado seja a hipóxia
(isto é, baixa concentração de oxigênio no sangue – consequência típica das altas altitudes),
estudos mostram que o simples uso dessas máscaras não reduz a saturação de oxigênio
no sangue. Quando se faz exercício de alta intensidade, usar tais máscaras pode levar a
uma redução um pouco (bem pouco!) maior na saturação de oxigênio do sangue daquela
que se observa sem máscaras. Para todos os efeitos, a hipoxemia causada pelo uso dessas
máscaras não se compara à hipoxemia causada pelas altas altitudes.
Embora essas máscaras restrinjam o fluxo de ar, elas não afetam sua composição
em termos absolutos, como ocorre em altas altitudes (lembre-se: em altas altitudes, o ar
torna-se rarefeito e, embora as concentrações não se alterem em termos percentuais, a
quantidade absoluta de oxigênio que chega aos pulmões é menor). Na melhor das hipóteses,
essas máscaras, por dificultarem a troca de gases com o ar ambiente, podem reduzir a
concentração de oxigênio às custas do aumento das concentrações de gás carbônico. Tal
efeito não se observa em altas altitudes. Outra característica típica das altas altitudes que
essas máscaras não conseguem simular é a baixa pressão atmosférica (pressão hipobárica).
Portanto, é incorreto afirmar que tais máscaras simulam altas altitudes.
O uso dessas máscaras resulta em maior sensação de fadiga, menor resposta de
lactato após o exercício, além de aumento em alguns indicadores de fadiga neuromuscular.
Alguns estudos mostraram piora de desempenho quando se treina com as máscaras, o que
pode sugerir piores adaptações ao treinamento em longo prazo.
No entanto, estudos que compararam as adaptações ao mesmo protocolo de trei-
namento com e sem o uso dessas máscaras mostraram haver nenhum prejuízo ao se
usar as máscaras, ou ainda respostas ligeiramente superiores quando elas são utilizadas.
Outro benefício do uso dessas máscaras parece ser uma melhor adaptação dos músculos
respiratórios, os quais parecem ser fortalecidos e melhorarem sua função quando se treina
com máscaras que aumentam a resistência ao fluxo de ar. Essa resposta faz bastante
sentido, pois o aumento da resistência ao fluxo de ar provavelmente exige que os músculos
respiratórios trabalhem mais para garantir ventilação adequada durante o exercício.
Sabe-se que a realização de exercício intenso por si só, promove uma redução da
SaO2 resultante de um carreamento arterial de O2 prejudicado em decorrência da menor
afinidade de O2 pela hemoglobina (Hb), causada pela queda do pH, aumento de CO2 e da
temperatura em combinação ao tempo de contato reduzido do sangue com os capilares
pulmonares, limitando a difusão de O2 em resposta ao elevado débito cardíaco confirmando
que o uso da máscara interfere na hiperventilação que deveria ocorrer tanto para facilitar
a absorção de O2, quanto para exalar CO2 e auxiliar no processo de tamponamento dos
1.3. Conclusão 5

íons H+ , ambos produzidos pelo metabolismo energético muscular (BEAVER et al. 1986;
MEYER et al, 2004).
Esta interferência resultou em maiores 50 quantidades de CO2 retidas no organismo,
confirmada por uma maior concentração total (plasma + eritrócitos) de CO2 circulante
(ctCO2(B)), que por sua vez interferiu na afinidade da Hb pelo O2, como demonstrados
pelos menores valores de oxigênio ligado a hemoglobina (O2Hb) para Mascaras de Retenção
de Fluxo de ar (MRFar).
O uso da MRFar pode ser uma estratégia para promover queda da saturação de
oxigênio e potencializar o estresse metabólico sistêmico (PCO2, HCO3, ctCO2(B) e HHb)
durante sessão de ER. No entanto, a inesperada menor ativação muscular com manutenção
do desempenho (número de repetições) coloca em dúvida se as respostas a esta estratégia
serão semelhantes a outras formas de indução de hipóxia, sendo necessário a condução de
estudos futuros que avaliem o uso da MRFar em diferentes protocolos, com medidas diretas
da musculatura, com mais exercícios e/ou em estudo crônico para melhor compreender
esses efeitos, de forma a esclarecer se o uso da MRFar pode promover respostas favoráveis
ao treinamento.

1.3 Conclusão

A utilização de máscaras de restrição de fluxo de ar por atletas ou fisiculturistas pode


não apresentar os efeitos desejados. O corpo humano tem a capacidade de se autorregular
dependo da situação do organismo, mesmo que a máscara cumpra com o prometido o
resultado só se dá enquanto houver o uso da máscara, o que não é o caso dos praticantes
que usam somente durante o treino e o resto do dia fica sem o que leva a sua ineficácia.
Sendo um estudo bibliográfico fundamentado em artigos cientifico, seu conteúdo foi
baseado em resultados relatados de cada redator, assim levando uma menor abrangência
de dados e informações. Por ser um tema tão especifico o ideal seria uma pesquisa mais
pratica sobre o assunto levando em consideração, dados e testes científicos.
7

2 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEAVER et al. 1986; MEYER et al, 2004.


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8 Capítulo 2. Referencias Bibliográficas

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