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CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA - BACHARELADO -

(VET)
ATIVIDADE DE ESTUDO PROGRAMADA - AEP
7º Semestre - Turno Matutino

LACERAÇÃO COM RUPTURA DE TENDÃO EXTENSOR EM EQUINO:


RELATO DE CASO

AMANDA FELIX CAMARGO


20005280-2

GABRIELA MARTINS SCHULZ


1936746-2

JOÃO ROBERTO ANTUNES DE SOUZA


1973856-2

LUCAS LIPE DE OLIVEIRA MARCHIOLI


20031482-2

MANUELA WESTARB KULEVICZ


19118815-2

MARCELLA SERAFINI DALLA COSTA


19126281-2

Maringá
2023
RESUMO
A ocorrência de laceração por arame liso em equinos é comum devido ao manejo inadequado dos
mesmos. O presente trabalho relata o acontecimento de laceração em membro posterior de um
equino, com ruptura de tendão extensor, diagnosticada através da anamnese e exame físico. A
inspeção da ferida permitiu confirmar a ruptura do tendão e indicou a necessidade de realização de
cirurgia emergencial. É necessário compreender todas as possíveis complicações que podem ocorrer
no pós-cirúrgico, bem como o possível insucesso na aproximação do coto tendíneo no momento da
técnica operatória. Nesse caso, a recuperação foi adequada, com prognóstico favorável ao animal.

Palavras-chave: laceração, equino, ruptura, tendão extensor.

1. INTRODUÇÃO
Os tendões representam grande importância na movimentação dos equinos,
e quando acontece uma ruptura, há uma alteração na marcha, podendo
sobrecarregar outros membros.
A ruptura vem de lacerações, que são comumente vistas na rotina
veterinária, devido ao manejo e materiais que os cavalos estão cercados, e quando
isso acontece, é necessário fazer rapidamente o diagnóstico e intervenção para não
ocorrer maiores complicações.
Existem variados tratamentos que podem ser instituídos, tanto conservativos
como cirúrgicos, que dependem do tempo de evolução da ruptura, gravidade das
lacerações ou ainda quantidade de estruturas envolvidas (BERNARDO E MELLO,
2021).
O seguinte relato tem como objetivo comentar sobre o caso de um equino,
adulto, que apresentou laceração com ruptura de tendão extensor do membro
posterior esquerdo. Trazendo a partir de então, os protocolos adotados para o
diagnóstico e tratamento do animal.

2. MATERIAIS E MÉTODOS
Foi atendido no Equine Hospital da Unicesumar em Maringá, um equino
adulto, macho da raça quarto de milha. O proprietário relatou que o animal foi
encontrado no piquete com o membro posterior esquerdo lacerado por arame liso, e
logo foi levado ao hospital. Foi realizado exames clínico e físico, nos quais
constatou-se ruptura de tendão extensor do membro. Com isso, o animal foi
submetido à cirurgia de emergência com o objetivo de tentar aproximar o coto do
tendão, visando melhor recuperação e qualidade de vida do animal.
O procedimento cirúrgico não obteve sucesso visto que a aproximação do
coto não foi possível. Dessa forma, foi realizada sutura com aproximação das
bordas da ferida por laceração (Figura 1). Foi colocado gesso no local para
imobilização do membro. Também, no pós operatório foi realizada administração de
medicações analgésicas, antiinflamatórias e antibióticos associados visto que a
contaminação da lesão era repleta.

Figura 1. Imagem da sutura em MPD realizada em procedimento cirúrgico.


(Imagem fornecida por Equine Hospital)

Ao longo da recuperação, o animal apresentou alteração na marcha, sendo


percebido uma maior amplitude no movimento do membro pélvico direito devido a
falta de ação do tendão extensor e maior ação do membro flexor do membro. Com o
tempo, o paciente obteve melhora na caraterística da andadura, passando a se
movimentar com maior naturalidade e conforme a biomecânica correta do cavalo.
Com isso, pode-se dizer que houve uma recuperação bem sucedida, com boa
qualidade de vida e bom prognóstico ao animal.
Após 15 (quinze) dias do procedimento cirúrgico, o gesso e os pontos foram
retirados. Sendo assim, após limpeza e avaliação da ferida (Figura 2, 3 e 4), bem
como do animal como um todo, o paciente recebeu alta.
Figura 2. Ferida no dia da alta médica.

Figura 3. Ferida no dia da alta médica. Figura 4. Ferida no dia da alta médica.
(Imagens fornecidas por Equine Hospital)

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O tendão extensor é uma estrutura de grande importância visto sua função
de suportar e elevar o membro durante a locomoção, visto isso é de extrema
importância que se tenha conhecimento anatômico das estruturas e funcionamento
dos tendões, juntamente com os mecanismos envolvidos na lesão para que se
possa fazer uma análise precisa e reavaliar as principais patologia que afetam as
suas estruturas, para uma possível reparação.
Para Stashak (2011), uma característica dos tendões é possuir grande
resistência às tensões, destacando-se por ser um transmissor de força, contudo isso
ocorre mediante baixa instabilidade, sendo essencial para a movimentação do
animal. Além disso, devido à sua posição anatômica nos membros, os tendões
extensores comum e digital longo estão mais susceptíveis às lesões traumáticas e
grandes lacerações, levando a considerável perda tecidual, dificultando as suturas
(CARDONA, 2007).
Após uma lesão no tendão extensor, é característico que o animal apresente
sinais como arrastar o casco ou flexionar as articulações distais involuntariamente
durante o passo. Essa anormalidade observada ocorre devido a perda da
capacidade de extensão do membro, resultando em uma deformidade flexora
(WYN-JONES, 1988).
De acordo com Thomassian (2005), os tendões são uma espécie de cordão
fibroso constituído de tecido conjuntivo e que permite a ligação dos músculos aos
ossos e outros órgãos de forma a proporcionar o equilíbrio estático e dinâmico do
corpo. Os tendões têm uma particularidade por serem regenerativos o que permite e
aumenta as chances de sucesso em caso de intervenção cirúrgica. Formado por
tecido conjuntivo fibroso, o tendão tem a função de transmitir força da musculatura
ao osso, eles permitem o movimento de articulações, além de permitir a
manutenção da postura corporal (PEDROSO, 2021).

5. CONCLUSÃO
Conclui-se por meio deste relato de caso as condutas que se mostraram
positivas no tratamento de lacerações de tendão extensor de equino. Tendo em
vista, o acompanhamento desde a anamnese e exame físico, limpeza da ferida,
tratamento cirúrgico e pós operatório incluindo assim todos os procedimentos
realizados no animal. Ainda foi possível concluir que o procedimento cirúrgico não
foi bem sucedido na intenção de aproximar o coto tendíneo, fazendo uso de outra
técnica, a sutura com aproximação das bordas da ferida juntamente com a
imobilização com gesso, tendo assim uma fixação do tendão e boa recuperação dos
movimentos do animal.
REFERÊNCIAS

BERNARDO, Juliana de Oliveira; MELLO, Victor Vinícius de Medeiros. Condutas


conservativas e cirúrgicas no tratamento de ruptura de tendão extensor digital
longo em equinos. Revista científica eletrônica de ciências aplicada da FAIT, n. 1,
2021.

CARDONA, R.O.C. Reconstrução de rupturas induzidas no tendão extensor


digital longo em pôneis, utilizando homoimplante tendíneo conservado em
glicerina 98% e fio náilon monofilamentoso. Tese (Mestrado em Cirurgia de
Grandes Animais) - Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2007.

PEDROSO, N. B. Tendinite em equinos. Enciclopédia Biosfera, 18(36), 2021.

STASHAK, T. S. Claudicação em eqüinos segundo Adams. Editora Roca, 2011.

THOMASSIAN, A. Enfermidades dos cavalos. Livraria Varela, 2005.

WYN-JONES, G. Tendon injuries. In: Equine lameness. cap.2. Oxford: Blackwell


Scientific Publications, 1988.

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