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Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.
TEXTOS MOTIVADORES
Texto I
O mercado de trabalho, a igualdade de gênero se traduz em salários iguais para homens e mulheres que
exercem as mesmas funções e maior presença de mulheres na liderança. Além disso, envolve questões como respeito
aos direitos das colaboradoras, fim do preconceito com as mães, combate ao assédio sexual e moral, luta pelo
reconhecimento e oportunidades iguais na carreira. Na prática, homens e mulheres devem ser tratados igualmente,
mas o caminho para chegar a esse objetivo requer ações afirmativas para as mulheres. Isso porque elas foram
inferiorizadas ao longo da história e tiveram seu acesso ao mercado de trabalho dificultado. Culturalmente, era
esperado que a mulher permanecesse em casa cuidando dos afazeres domésticos e dos filhos. No entanto, esse
argumento não faz mais sentido hoje em dia, pois as mulheres já buscam sua independência financeira. Inclusive,
quase metade dos lares brasileiros são sustentados economicamente por mulheres, segundo uma pesquisa do Ipea,
divulgada no Estado de Minas em 2020. Ainda assim, a discriminação de mulheres persiste e a maioria dos cargos
gerenciais permanecem ocupados por homens – o que justifica a agenda da igualdade de gênero.
PROPOSTA I (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre “Políticas de
enfrentamento da desigualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Prezado(a) Candidato(a),
Conhecer a história de seu país é vivenciar seus valores como cidadão e como agente transformador de sua própria
história. Nesse sentido, esta prova de redação lhe faz um convite a reviver o passado brasileiro de forma crítica a
partir da visão do historiador Sérgio Buarque de Holanda com seu livro Raízes do Brasil. Com base nisso, leia a
proposta abaixo para produzir sua redação.
“Produza uma resenha crítica sobre um dos capítulos do livro Raízes do Brasil.”
Texto I
Como o próprio título diz, o livro investiga as origens da formação do povo brasileiro. Para tanto, Sérgio Buarque
utiliza as teorias sociológicas do alemão Max Weber para compor seu estudo.
Trata-se de uma obra essencial para conhecer o Brasil junto a Casa-Grande e Senzala, de Gilberto Freyre e Formação
Contemporânea do Brasil, de Caio Prado Júnior.
Neste capítulo, o autor analisa a sociedade ibérica, especialmente a portuguesa. Conclui que um dos traços
característicos dos povos ibéricos é a cultura da personalidade. Esta consiste em se apegar a uma pessoa, mais do que
seus títulos ou posição social.
A consequência do personalismo será uma sociedade que não consegue organizar-se por si mesma. É preciso uma
força exterior que diga o que seus membros devem fazer para que ela possa funcionar.
Desta maneira, as relações sociais são marcadas a partir das pessoas pelas quais se tem empatia, seja a família de
sangue ou de afinidade. O personalismo, portanto, atravessa todas as camadas sociais.
A obediência também é vista como uma virtude entre esses povos e daí o conceito de lealdade a um líder ser tão
importante, ainda que muito flexível.
Sérgio Buarque analisa os dois tipos que predominaram na colonização do Brasil: o trabalhador e o aventureiro.
O trabalhador seria o tipo que planeja os riscos, se lança ao projeto pensando em longo prazo e de forma responsável.
Por sua parte, o aventureiro é o oposto: busca riqueza fácil e rápida, sem precisar colocar muito empenho na tarefa.
Trata-se de uma pessoa audaz, imprevidente e irresponsável.
Toda a tentativa de valorizar o trabalho, como foi feito pelos holandeses, resultou em fracasso ou teve alcance
limitado.
A estrutura da sociedade colonial tem raízes rurais e até hoje percebemos sua influência na sociedade brasileira.
Neste capítulo, Sérgio Buarque comenta como a mentalidade escravocrata e aventureira impediu a industrialização do
Brasil ao longo do século XIX.
Para os latifundiários era muito difícil abandonar a mentalidade do ganho fácil para a atividade industrial que exigia
esforço, tecnologia e prazos longos. Assim, conclui o autor, não estranha que o Brasil só tenha abolido a escravidão
em 1888 e que o modo de vida rural tenha invadido a cidade.
Neste capítulo, o autor compara as duas colonizações ibéricas na América: identifica o português como o semeador; e
o castelhano, como o ladrilhador.
O semeador seria aquele que ocupa a terra sem planejamento e sem intenção de permanecer. Por isso, há pouca
preocupação em construir cidades e quando o fazem é de maneira desleixada.
Já o ladrilhador tem preocupação em transportar o traçado da metrópole aos trópicos e por esta razão, as faz de
maneira cuidadosa. Igualmente, isto reflete o grau de interferência do Estado no empreendimento colonial. Enquanto
nas colônias portuguesa, sente-se menos a participação da Coroa, nas colônias hispano-americanas, o governo teria
estado mais presente.
No entanto, Sérgio usava a palavra no seu sentindo etimológico, ou seja: cordis, em latim, significa “coração”. Por isso,
o cordial seria o ser humano que se deixava levar pela emoção, cujo centro é o coração. Ao contrário de outros povos
que se guiavam pelo cérebro, pela razão, o brasileiro seria governado pelas paixões. Outros estudiosos afirmam que
Sérgio Buarque de Holanda estava sendo irônico, pois de cordial (educado e cortês) o brasileiro não teria nada.
O personalismo é a essência do “homem cordial”, pois ele prefere construir laços de amizade antes de fazer um
negócio, por exemplo.
Igualmente, as relações com o governo só aconteceriam através desses vínculos e beneficiariam aqueles que possuem
os contatos certos diante da autoridade pública.
No penúltimo capítulo, o autor trata do liberalismo e da democracia no Brasil e afirma que eles sempre foram um
“mal-entendido” no País. Os movimentos de reforma social sempre vieram de cima para baixo, com as elites
comandando as mudanças.
Sérgio Buarque de Holanda afirma que o liberalismo democrático pressupõe o trato impessoal com os governantes,
algo que os brasileiros não assimilam, pois preferem a familiaridade do que a distância exigida em cargos públicos.
Um dos exemplos seria chamar os políticos pelo primeiro nome, e o uso dos diminutivos e apelidos destes.
A abolição da escravidão é vista como um marco, pois separa o Brasil rural do Brasil urbano. Os latifundiários
perderam sua influência no governo, segundo o autor.
A instalação da República no Brasil foi feita também de maneira improvisada e ele enfatiza que em toda América do
Sul ocorreu o mesmo:
As Constituições feitas para não serem cumpridas, as leis existentes para serem violadas, tudo em proveito de
indivíduos e oligarquias, são fenômenos correntes em todo a história da América do Sul. [...] outros serviam do lema
“Liberdade”, ainda mais prestigioso, ao mesmo passo em que procuravam consolidar em nome dele um poder
positivamente ditatorial e despótico.
Neste último capítulo, Sérgio Buarque de Holanda diz que o Brasil só terá democracia plena quando houver uma
revolução feita de baixo para cima. Também será preciso aceitar a impessoalidade da democracia e que direitos e
deveres são para todos.
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