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Caderno

LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2023 19

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.


• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de
linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.

TEXTOS MOTIVADORES

Texto I

O mercado de trabalho, a igualdade de gênero se traduz em salários iguais para homens e mulheres que
exercem as mesmas funções e maior presença de mulheres na liderança. Além disso, envolve questões como respeito
aos direitos das colaboradoras, fim do preconceito com as mães, combate ao assédio sexual e moral, luta pelo
reconhecimento e oportunidades iguais na carreira. Na prática, homens e mulheres devem ser tratados igualmente,
mas o caminho para chegar a esse objetivo requer ações afirmativas para as mulheres. Isso porque elas foram
inferiorizadas ao longo da história e tiveram seu acesso ao mercado de trabalho dificultado. Culturalmente, era
esperado que a mulher permanecesse em casa cuidando dos afazeres domésticos e dos filhos. No entanto, esse
argumento não faz mais sentido hoje em dia, pois as mulheres já buscam sua independência financeira. Inclusive,
quase metade dos lares brasileiros são sustentados economicamente por mulheres, segundo uma pesquisa do Ipea,
divulgada no Estado de Minas em 2020. Ainda assim, a discriminação de mulheres persiste e a maioria dos cargos
gerenciais permanecem ocupados por homens – o que justifica a agenda da igualdade de gênero.

Acesso em: 29 fev. 2022.


Disponível em: https: https://www.portaldaindustria.com.br

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Texto II Texto III

Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas


as mulheres e meninas em 2030 é o objetivo de
desenvolvimento sustentável (ODS) 5 da Organização das
Nações Unidas (ONU). Apesar de as metas ainda estarem
distantes da realidade, crescem iniciativas para ajudar as
organizações a promoverem igualdade entre homens e
mulheres no ambiente de trabalho. É sobre este assunto
que Maria José Tonelli, psicóloga e professora da FGV
EAESP, abordou em sua pesquisa publicada na revista
GV-executivo. Ainda existe uma falsa ilusão de que essa é
uma pauta ultrapassada, porém quando se olha o cenário
em volta e o acesso aos dados de violência, é latente a
necessidade de discussão. De acordo com o Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 1.319
Acesso em: 29 fev. 2022. casos de feminicídio e 56.098 de estupros no Brasil em
Disponível em:
2021. A cada dez minutos, uma mulher ou menina é
https://www.google.com
vítima de estupro, e a cada sete horas, de feminicídio.
Por este motivo ainda é tão necessário discutir assuntos
desse nível.
Acesso em: 29 fev. 2022.
Disponível em: https://portal.fgv.br.

PROPOSTA I (Enem)

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre “Políticas de
enfrentamento da desigualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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PROPOSTA II (OUTROS VESTIBULARES)

Prezado(a) Candidato(a),

Conhecer a história de seu país é vivenciar seus valores como cidadão e como agente transformador de sua própria
história. Nesse sentido, esta prova de redação lhe faz um convite a reviver o passado brasileiro de forma crítica a
partir da visão do historiador Sérgio Buarque de Holanda com seu livro Raízes do Brasil. Com base nisso, leia a
proposta abaixo para produzir sua redação.

“Produza uma resenha crítica sobre um dos capítulos do livro Raízes do Brasil.”

Texto I

O livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, foi lançado em 1936.

Como o próprio título diz, o livro investiga as origens da formação do povo brasileiro. Para tanto, Sérgio Buarque
utiliza as teorias sociológicas do alemão Max Weber para compor seu estudo.

Trata-se de uma obra essencial para conhecer o Brasil junto a Casa-Grande e Senzala, de Gilberto Freyre e Formação
Contemporânea do Brasil, de Caio Prado Júnior.

Capítulo 1: Fronteiras da Europa

Neste capítulo, o autor analisa a sociedade ibérica, especialmente a portuguesa. Conclui que um dos traços
característicos dos povos ibéricos é a cultura da personalidade. Esta consiste em se apegar a uma pessoa, mais do que
seus títulos ou posição social.

A consequência do personalismo será uma sociedade que não consegue organizar-se por si mesma. É preciso uma
força exterior que diga o que seus membros devem fazer para que ela possa funcionar.

Desta maneira, as relações sociais são marcadas a partir das pessoas pelas quais se tem empatia, seja a família de
sangue ou de afinidade. O personalismo, portanto, atravessa todas as camadas sociais.

A obediência também é vista como uma virtude entre esses povos e daí o conceito de lealdade a um líder ser tão
importante, ainda que muito flexível.

Capítulo 2: Trabalho e Aventura

Sérgio Buarque analisa os dois tipos que predominaram na colonização do Brasil: o trabalhador e o aventureiro.

O trabalhador seria o tipo que planeja os riscos, se lança ao projeto pensando em longo prazo e de forma responsável.
Por sua parte, o aventureiro é o oposto: busca riqueza fácil e rápida, sem precisar colocar muito empenho na tarefa.
Trata-se de uma pessoa audaz, imprevidente e irresponsável.

Toda a tentativa de valorizar o trabalho, como foi feito pelos holandeses, resultou em fracasso ou teve alcance
limitado.

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Capítulo 3: Herança Rural

A estrutura da sociedade colonial tem raízes rurais e até hoje percebemos sua influência na sociedade brasileira.

Neste capítulo, Sérgio Buarque comenta como a mentalidade escravocrata e aventureira impediu a industrialização do
Brasil ao longo do século XIX.

Para os latifundiários era muito difícil abandonar a mentalidade do ganho fácil para a atividade industrial que exigia
esforço, tecnologia e prazos longos. Assim, conclui o autor, não estranha que o Brasil só tenha abolido a escravidão
em 1888 e que o modo de vida rural tenha invadido a cidade.

Capítulo 4: O Semeador e o Ladrilhador

Neste capítulo, o autor compara as duas colonizações ibéricas na América: identifica o português como o semeador; e
o castelhano, como o ladrilhador.
O semeador seria aquele que ocupa a terra sem planejamento e sem intenção de permanecer. Por isso, há pouca
preocupação em construir cidades e quando o fazem é de maneira desleixada.
Já o ladrilhador tem preocupação em transportar o traçado da metrópole aos trópicos e por esta razão, as faz de
maneira cuidadosa. Igualmente, isto reflete o grau de interferência do Estado no empreendimento colonial. Enquanto
nas colônias portuguesa, sente-se menos a participação da Coroa, nas colônias hispano-americanas, o governo teria
estado mais presente.

Capítulo 5: O Homem Cordial

Este é o capítulo mais discutido do livro e, talvez, o mais incompreendido.


A palavra “cordial” é geralmente usada no sentido de ser cortês. Desta maneira, muitos pensavam que Sérgio Buarque
a usava como um elogio, afirmando que o brasileiro era educado por natureza.

No entanto, Sérgio usava a palavra no seu sentindo etimológico, ou seja: cordis, em latim, significa “coração”. Por isso,
o cordial seria o ser humano que se deixava levar pela emoção, cujo centro é o coração. Ao contrário de outros povos
que se guiavam pelo cérebro, pela razão, o brasileiro seria governado pelas paixões. Outros estudiosos afirmam que
Sérgio Buarque de Holanda estava sendo irônico, pois de cordial (educado e cortês) o brasileiro não teria nada.

O personalismo é a essência do “homem cordial”, pois ele prefere construir laços de amizade antes de fazer um
negócio, por exemplo.

Igualmente, as relações com o governo só aconteceriam através desses vínculos e beneficiariam aqueles que possuem
os contatos certos diante da autoridade pública.

Capítulo 6: Novos Tempos

No penúltimo capítulo, o autor trata do liberalismo e da democracia no Brasil e afirma que eles sempre foram um
“mal-entendido” no País. Os movimentos de reforma social sempre vieram de cima para baixo, com as elites
comandando as mudanças.

Sérgio Buarque de Holanda afirma que o liberalismo democrático pressupõe o trato impessoal com os governantes,
algo que os brasileiros não assimilam, pois preferem a familiaridade do que a distância exigida em cargos públicos.
Um dos exemplos seria chamar os políticos pelo primeiro nome, e o uso dos diminutivos e apelidos destes.

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Capítulo 7: Nova Revolução

A abolição da escravidão é vista como um marco, pois separa o Brasil rural do Brasil urbano. Os latifundiários
perderam sua influência no governo, segundo o autor.

A instalação da República no Brasil foi feita também de maneira improvisada e ele enfatiza que em toda América do
Sul ocorreu o mesmo:

As Constituições feitas para não serem cumpridas, as leis existentes para serem violadas, tudo em proveito de
indivíduos e oligarquias, são fenômenos correntes em todo a história da América do Sul. [...] outros serviam do lema
“Liberdade”, ainda mais prestigioso, ao mesmo passo em que procuravam consolidar em nome dele um poder
positivamente ditatorial e despótico.

Neste último capítulo, Sérgio Buarque de Holanda diz que o Brasil só terá democracia plena quando houver uma
revolução feita de baixo para cima. Também será preciso aceitar a impessoalidade da democracia e que direitos e
deveres são para todos.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br.

Dig.: Zilmar - Rev.: RITA DE CÁSSIA

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