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Brincadeiras Tradicionais Infantis e o seu Papel na

Formação da Cidadania
Sabe-se que a brincadeira tradicional é transmitida pela oralidade infantil e seus
conteúdos provêm dos tempos passados, de fragmentos de contos, mitos, práticas
religiosas e culturais abandonadas pelos adultos.

Há brincadeiras muito antigas que provavelmente derivam de objetos de culto e dá


margem para a criança desenvolver a sua fantasia. Há outras brincadeiras, simplesmente
impostas pelos adultos enquanto a expressão da criança se mostra com um sentimento
de nostalgia.

Nas brincadeiras tradicionais infantis, existe uma relação harmoniosa entre todos os
jogadores, e essa relação é fundamental para que a criança desde pequena aprenda a
necessidade do companheirismo, da ajuda, do desafio.

Em uma sociedade como a nossa capitalista, onde se perdeu o direito de partilha, as


brincadeiras tradicionais infantis resgatam os valores que a criança ocupa num contesto
social. São esses valores que orientam a elaboração de um banco de imagens culturais,
que se refletem nas concepções e formação da criança e possibilita a percepção total da
criança em seus aspectos motor, afetivo, social ou moral. 

Percebemos que hoje, o processo de industrialização e urbanização roubou o espaço das


brincadeiras. Nesse contexto, é importante enfatizar o crescimento das ciências da
educação, porém, apontar para a importância do jogo, brinquedos e brincadeiras, que
são primordiais no desenvolvimento da criança.

O jogo tradicional infantil é um tipo de jogo livre, espontâneo no qual a criança brinca
pelo prazer de fazer. Por pertencer à categoria de experiências transmitidas
espontaneamente conforme motivações internas da criança, o jogo tradicional infantil
tem um fim em si mesmo e preenche a necessidade de jogar da criança. 

Tais brincadeiras acompanham a dinâmica da vida social permitindo alterações e


criação de novos jogos e brincadeiras. Desde tempos passados, os jogos tradicionais
infantis fazem parte da cultura infantil.

Estudos atuais mostram a necessidade de incorporar as concepções de criança e de jogo


na análise dos jogos tradicionais infantis.

É pelo jogo e brincadeiras, que a criança se revela. As suas inclinações boas ou más, a
sua vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo que ela traz no seu eu em formação,
torna-se visível pelos jogos e pelos brinquedos que ela executa. 

A criança se habilita, na medida em que seus conhecimentos buscam um


aperfeiçoamento, com intenção de mudar, transformar, criar e recriar seu mundo; um ser
em construção, capaz de interagir com o meio. A criança faz sua história. Faz o seu
mundo ficar colorido, viaja, interpreta, molda seus percursos, vais e vem buscando
sempre fazer do jogo e da brincadeira a mola propulsora para a aquisição de novos
horizontes.

A criança faz sua cultura. Inventa faz sua história... Entra e sai da sua própria
realidade... Cultiva sua identidade de infância... Revive os momentos e os transforma
em outros; realiza, fazendo acontecer os sonhos em ações reais... Interpretam vários
papéis e cada qual com especificidades diferenciadas. Vive e revive e socializa sua
inocência, sem se importar com o mundo adulto. Criança faz e desfaz. É única, ímpar.
Infância só faz bem.

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