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CEI Reino da Capadócia

PROJETO: JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS


POPULARES

Tema: Resgate de Jogos, Brinquedos e Brincadeiras Populares.

Faixa etária: 2 anos a 3 anos e 11 meses

Período: 01/04/2022 a 31/07/2022

Ano:2022

“A criança que não brinca não é feliz, ao adulto


que quando criança não brincou, falta-lhe um pedaço no coração”
Ivan Cruz

1-Introdução

Ao brincar, a criança vai estimulando a aprendizagem, a aquisição de


conhecimentos, a criatividade, a imaginação, a socialização, a coordenação motora,
bem como diversas habilidades importantes para o seu desenvolvimento.
O brincar, além de ser um direito de todas as crianças (ECA - artigo 16), é
uma forma de expressão dos seus pensamentos e sentimentos. A criança brinca por
necessidade e ao brincar aprimora seus sentidos e seus movimentos; vai
conhecendo como são e para que servem os objetos e brinquedos; desenvolve sua
linguagem e seu pensamento; aprende e compreende as atividades, os costumes
dos adultos e as relações entre as pessoas.
A brincadeira, sendo o momento em que quem comanda a atividade é a
criança e não o adulto, é uma oportunidade fundamental para que a criança aprenda
a fazer escolhas, a tomar decisões, libere e controle emoções, exercite seu corpo,
estimule sua imaginação e criatividade.
Para Piaget é por meio das interações que as pessoas procuram se adaptar
ao que se dá o desenvolvimento da inteligência, Kishimoto ressalta que os jogos
foram transmitidos de geração em geração por meio de sua pratica, permanecendo
na memória infantil, Paul Ricoeur o brincar é a metáfora evidente nas brincadeiras.
As proposições de Vygotsky (1989) indicam que a criança brinca com significados
para mediar simbolicamente a internalização da cultura.
De acordo com Fantin (2000):

Resgatar a história de jogos tradicionais infantis, como a


expressão da história e da cultura, pode nos mostrar estilos de vida,
maneiras de pensar, sentir e falar, e sobretudo, maneiras de brincar
e interagir. Configurando-se em presença viva de um passado no
presente.
Friedmann (1995) assinala a relevância do resgate dos jogos
tradicionais considerando que estes fazem parte de nosso patrimônio lúdico.
Destaca que o jogo tradicional tem um importante papel de servir como um
instrumento para o desenvolvimento das capacidades físicas, motoras, sociais,
afetivas, cognitivas e linguísticas nas crianças.

2-Justificativa

O ato de brincar tem se modificado bastante nas últimas décadas. Portanto,


um projeto como este é uma forma de resgatar as tradições que estão se perdendo,
mas que ao mesmo tempo são tão importantes para a nossa cultura.
A proposta deste projeto visa desenvolver com as crianças, brinquedos,
brincadeiras, cantigas e jogos antigos, a fim de conservar a memória e o prazer
proporcionado por estas brincadeiras, possibilitando às crianças conhecimento de
que brincar não é apenas manusear objetos e jogos eletrônicos, e sim participar da
construção do brinquedo, interagindo com os colegas e familiares nas brincadeiras e
desenvolvendo valores importantes na formação do ser humano.
O projeto irá resgatar brincadeiras antigas, o brincar e o jogar, que são atos
indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual.
A criança se desenvolve brincando, sua linguagem, pensamento, socializa
com o meio, preparando-se para enfrentar desafios como cidadão.
Assim como nossos pais e avós, com certeza as crianças irão ter uma história
para contar e uma brincadeira para ensinar.
É através das crianças que se perpetuam as brincadeiras tradicionais, sendo,
estas, preservadas e recriadas a cada nova geração. Portanto, resgatar a tradição
das brincadeiras é uma forma de ampliar o universo lúdico e cultural das crianças,
além de promover uma interação com outras gerações.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Infantil, a
criança é um sujeito histórico e de direitos que, nas intenções, relações e práticas
cotidianas que vivenciam, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e
constrói.
3-Problematizaçaõ

O ser humano nasce e cresce com a necessidade de brincar, pois o


brincar/jogar é uma das atividades mais importantes na vida dos indivíduos. Por
meio da ação praticada no brincar/jogar, tanto desenvolve-se as potencialidades,
como também trabalha com as limitações e com as habilidades sociais, intelectuais
e físicas da pessoa.
Temos percebido que as crianças estão perdendo o habito de brincar,
principalmente em grupos.
Marinho (2007, p. 33) comenta que: “A brincadeira é considerada uma
atividade que assume características peculiares no contexto social, histórico e
cultural”. Porém, esses objetivos e intencionalidades dos jogos, brinquedos e
brincadeiras vêm se perdendo ao longo do tempo.
Observa-se cada vez mais que o contato das crianças com brinquedos e
brincadeiras tradicionais vem perdendo espaço para equipamentos de alta
tecnologia. Kishimoto (1999, p. 14) afirma que: “[...] jogos populares infantis,
parlendas e brinquedos cantados foram sendo perdidos (ou transformados) nos
últimos tempos, possivelmente como consequência dos processos de crescimento
das tecnologias, da urbanização e da industrialização”. Conhecer e valorizar as
crianças a partir do brincar/jogar é de suma importância, pois o processo de
apropriação da cultura, do conhecimento surge, também, num repertório de práticas
lúdicas aprendido, inventado, transmitido ou apropriado pelas crianças em seus
diversos contextos sociais e essas brincadeiras e brinquedos como elementos
constitutivos da cultura infantil, dialogam com a tradição e com elementos culturais
mais amplos, ou seja, o incremento, a pluralidade de formas e maneiras, do contato
da criança com tais práticas propiciam, de forma irrefutável, o bom caminho na
constituição plena do ser humano.
Nesse contexto Marinho (2007, p. 94) argumenta que para a criança é
importante brincar. O ato de brincar desempenha um papel importante na infância,
pois é brincando que a criança aprende e se desenvolve, experimenta e interage,
relacionando aquilo que vivencia com o que observa a sua volta, estabelecendo as
relações necessárias para a aquisição do conhecimento.
O brinquedo é o reflexo das manifestações culturais, da linguagem e da
tradição popular, que proporcionam o fortalecimento dos laços de uma sociedade,
bem como exaltam os acontecimentos comuns do dia a dia vividos pelos povos de
diferentes regiões, criando um processo de construção de identidades,
comportamentos, costumes e hábitos.
A brincadeira é uma construção cultural transmitida em qualquer contexto
social, experimentada autonomamente ou construída na relação com seus pares,
influenciados pela estrutura de rede social (família, amigos, escola, etc.), processos
educativos e acesso a bens materiais e culturais.
Conforme Oliveira (2007, p.128), na vivencia de uma brincadeira, está a
expressão e a produção cultural de um povo e nelas estão representados
importantes saberes populares. De tal forma, a vivência de uma brincadeira constitui
a prática social. Isto porque, são os seres humanos, situados historicamente, que
constroem os seus brinquedos e brincadeiras e que, diante de valores
questionadores ou reprodutores da sociedade, atribuem sentido e significado a sua
prática e vivem uma experiência lúdica, na qual, certamente se dá uma
aprendizagem social.
Para Kishimoto (1999, p. 88), o lúdico é parte integrante da vida de todo ser
humano. Os jogos, as brincadeiras e os brinquedos fazem parte da infância das
crianças, onde a realidade e o faz de conta intercalam-se. O olhar sobre o lúdico não
deve ser visto apenas como diversão, mas sim, de grande importância no processo
de ensino-aprendizagem. A ludicidade na escola pode ser vista como um
instrumento capaz de estimular a criança a situações favoráveis de aprendizagem.
Pode também ser entendida como forma geral de expressão de domínios
espontâneos e envolventes, expressa através de jogos, brincadeiras e brinquedos.
4-Objetivos

4.1-Objetivo Geral
Conhecer brincadeiras antigas, a fim de resgatá-las do passado e torná-las
parte do universo infantil atual. Propiciar por meio das brincadeiras, momentos
afetivos de interação entre as crianças.

4.2-Objetivos Específicos

● Aumentar o repertório de brincadeiras infantil.

● Participar de situações de socialização.

● Participar de jogos que sejam trabalhadas regras em grupo.

● Construção de brinquedos com sucatas,

● Registrar diferentes formas o brincar.

● Incentivar o trabalho em equipe.

● Promover o hábito de brincar.

● Promover a socialização e interação afetiva entre criança e

família.

● Incentivar a vivência de valores como: cooperação, respeito,

justiça, solidariedade, autoestima.


● Explorar movimentos com o corpo, promovendo o

desenvolvimento da motricidade ampla, equilíbrio e lateralidade.

● Reaproveitar materiais usados (meia usada, lata vazia, garrafa

pet, rolo de papel).

● Propiciar com as brincadeiras, momentos afetivos de interação

entre as crianças, estimulando a participação e o trabalho em equipe.

● Resgatar com pais e avós, brincadeiras de seu tempo de

criança;

● Conhecer as brincadeiras antigas.

● Resgatar jogos, canções, danças de roda e brincadeiras de

antigamente.

5-Metodologias de Desenvolvimento

Fazer um resgate de brincadeiras populares com a família através da, “Maleta


Viajante”.
– A cada final de semana uma criança levara para casa a maleta com: um
caderno, uma corda, um pião, uma peteca entre outros brinquedos populares.
–Os responsáveis da criança brincaram de maneira livre com seus filhos e na
segunda-feira enviara a maleta novamente para a escola.
–Os responsáveis serão convidados a compartilhar como foi a experiência de
ter esta maleta no final de semana em casa, e como brincavam na infância, seja
através de um pequeno relato ou foto.
Confecção de brinquedos recicláveis como: bola de meia, pipa, bibelô, peteca,
vai e vem, pé de lata.
Cantigas de roda: ciranda-cirandinha, marcha soldado, atirei o pau no
gato
Brincadeiras: estátua, cobra-cega, amarelinha, dança da cadeira, pique -
esconde, polícia ladrão, elástico, passa anel, pula corda, batatinha frita, bobinho,
morto-vivo, boliche, cabo de guerra, telefone sem fio, ado leta, pião, batata- quente,
peteca, elástico, Ioiô, bola, bambolê, mímica, acertar a lata, queimada, bola de gude,
dança da cadeira, bolinhas e sabão

6-Disseminação

6.1-Disseminação Interna: O projeto será divulgado nas reuniões com os


responsáveis, em painéis de exposição por meio de fotos.

6.2-Disseminação Externa: O projeto será divulgado na rede social


Facebook na página do CEI Carlos Eduardo Tuco.

7-Avaliação

A avaliação do projeto será feita ao seu término com todos os profissionais


envolvidos, para que assim possamos rever passo a passo todas as ações e
solucionar todos os entraves que possam ter ocorrido.
A avaliação no contexto educativo, deve ser concebida como um processo
contínuo no qual o desenvolvimento da criança é focalizado em seus múltiplos
aspectos: físico, cognitivo, motor, sociocultural, emocional, desenvolvimento este
que é pessoal e cujo ritmo deve ser respeitado. Na avaliação, a observação se
caracteriza em um instrumento de acompanhamento do trabalho que poderá ajudar
no replanejamento da ação educativa.

8-Materiais
Materiais reciclados, músicas, brinquedos culturais, maleta viajante, etc.

9-Culminância

O encerramento do projeto se dará por meio da exposição do mural de fotos,


no dia da família expondo cada etapa desse processo.
Exposição dos brinquedos confeccionados pelas crianças.

10-Fontes de pesquisa

AMADO, J. Brinquedos Populares: um patrimônio cultural da infância. Belo

Horizonte: Editora UFMG, 2008.

BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o brinquedo, a educação. São


Paulo: Summus, 2004.

BROTTO, F. O. Jogos Cooperativos: o jogo como exercício de convivência.

Santos, Projeto Cooperação, 2001.

DEBORTOLI, J. A. O. Dicionário Crítico do Lazer. Belo Horizonte: Autêntica,

2008.

FANTIN, Mônica. No mundo da brincadeira: jogo, brincadeira e cultura na


Educação Infantil.

FRIEDMANN, Adriana. Jogos Tradicionais. Série Idéias, São Paulo: FDE, n.7,
p. 54-61. 1995.Florianópolis: Cidade Futura, 2000.
HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 4. ed. São
Paulo:

Perspectiva, 1996.

KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo:

Cortez, 1999.

MARCELLINO, N. C. Estudo do lazer: uma introdução. 3. ed. Campinas:


Santos

Associados, 2002.

MARINHO, H. R. B. Pedagogia do Movimento: universo lúdico e


psicomotricidade.

2. ed. Curitiba: Ibpex, 2007.

OLIVEIRA, D. T. R. Brinquedos e Brincadeiras Populares. Brasília, Ministério


do

Esporte, 2007.

PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1976.

RODRIGUES, M. Manual teórico-prático de Educação Física infantil. 6. ed.


São

Paulo: Ícone, 1997.

VAZ, A. F. Identidade Cultural: experiência integrada a partir do resgate das


Brincadeiras. Maringá: UEM, 2002.

VYGOTSKY, Lev S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes,


1989

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