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Ensino da Escrita: Teoria e Prática Aplicadas à

Análise Dialógica do Discurso, à Correção e à


Reescrita Textual de Rute Izabel Simões
Conceição, Uma Resenha

Mariane Silva Freitas Moura


Licenciatura em Letras
IFSP- Campus São Paulo

O primeiro capítulo do artigo passa por uma crítica rigorosa ao modelo de


ensino da escrita escolar, questionando como o mesmo é feito e expondo os
problemas que o tal causa, sempre tendo como base estudos anteriores e citações
de outros autores, a fim de demonstrar a problemática principal deste modelo, a
falta de autonomia e falta de criatividade do estudante sobre a própria escrita, já que
o mesmo acaba por ficar preso a modelos de texto com parágrafos delimitados, um
estilo de escrita genérico e que ao final, não permite uma exposição clara de suas
próprias ideias.

O segundo e terceiro capítulo do artigo nos apresenta coleta de dados sobre o


problema apresentado no capítulo um, dando a ele uma visão mais detalhada e
repreensiva sobre os meios mais vistos de correção textual sobre a unidade
temática, questionamentos, objetividade e concretude, utilizando para isso a
correção de textos feitos por alunos da graduação de letras frutos do sistema de
ensino mencionado acima.

O quarto capítulo por sua vez aborda o uso da correção feita nos capítulos
dois e três para uma reescrita satisfatória e proveitosa em relação aos ensinos
adquiridos pelo último capítulo, fazendo um diagnóstico detalhado da reescrita dos
textos, chegando assim às considerações finais que demonstram a profunda
necessidade das escolas de abandonarem os modelos de redação prontos,
promovendo ao invés disso um incentivo ao uso da língua como uma ferramenta
prática e maleável para expressar ideias, opiniões e acontecimentos.
A primeira vista esse artigo pode parecer apenas uma crítica ao sistema atual
de ensino de escrita como muitas outras já feitas, com o intuito de incomodar o
praticante da mesma e provocar algum tipo de pensamento e reflexão por parte do
leitor que o leve sozinho a fazer alguma mudança na sua metodologia de ensino e
própria aprendizagem, mas o artigo nos leva para muito além disso.

Com uma apresentação clara do problema a ser tratado o artigo nos mostra o
clássico modelo de redação escolar à qual estamos acostumados, quarto
parágrafos, um para introdução, dois para o desenvolvimento e argumentação de
ideias e um dedicado a conclusão, fazendo a confrontação dessa forma
"confortável" para todos e questionando a sua real eficiência. Tal questionamento
não é feito com pouca base, visto que a escrita nos apresenta os reflexos de um
ensino de escrita sempre pautado em fórmulas e os seus reflexos em estudantes do
ensino superior.

Demonstrando através de provas concretas (diversas redações e suas


correções detalhadas) que tal modelo é falho e leva o estudante a produzir textos
vazios e engessados, que não expressam com profundidade ou clareza às ideias do
mesmo.

O texto a partir disso toma o rumo mais importante para o mesmo, como fazer
para mudar isso, nesse momento importantíssimo o texto vai para seu lugar chave,
onde com maestria mostra ao leitor como fazer uma correção proveitosa de textos
para levar os estudantes à uma reescrita aproveitando o melhor dos ensinamentos
adquirido conhecimento advindo dos erros e ensinamentos práticos.

Em resumo, o artigo é uma ótima fonte de como ensinar a escrita de maneira


livre e se aproveitando das múltiplas facetas da língua, a leitura do texto é
definitivamente proveitosa tanto para professores de língua portuguesa, futuros
professores e estudantes que se viram por muito tempo presos aos modelos de
redação convencionais.
Referencia bibliografica:

CONCEIÇÃO, Rute Izabel. Ensino da Escrita: Teoria e Prática Aplicadas à


Análise Dialógica do Discurso, à Correção e à Reescrita Textual. Ensino de língua
portuguesa para a contemporaneidade: escrita, leitura e formação docente,
Campinas-SP, p. 113-181, 2016.

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